SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
INTERAÇÕESINTERAÇÕES
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Eu não sou como muitos
que estão no meio de um
grande ajuntamento de
gente e completamente
isolados e abstratos. A
mim o que me rodeia é
que me preocupa” (1875)
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
Ler Cesário é refletir sobre
a tradição literária e
simultaneamente assistir à
criação das tendências
futuras através da força
inovadora da sua poesia.
Ao renovar as práticas
poéticas da sua época,
torna-se o precursor da
poesia do séc. XX.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
Várias tendências poéticas se cruzam
nos seus versos
• Realismo
A.J. Saraiva classifica o autor como “o único
verdadeiro poeta “realista” do nosso século XIX”,
“o único que conseguiu cortar com a retórica
romântica, criando uma expressão inteiramente
nova, ajustada à expressão direta de um novo
conteúdo”.
Para O. Lopes, verifica-se na obra do poeta a
existência de um “realismo de intenção
basicamente naturalista”.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• Naturalismo
Preocupação naturalista por aspetos patológicos.
• Parnasianismo
Antirromantismo e defesa dos valores da arte pela
arte.
• Simbolismo
O culto do “eu” aliado a preocupações formais
herdadas dos parnasianos; correspondência entre a
ideia e a sua sugestão; capacidade de visão
especial que pode atingir níveis de extrapolação
onírica; certa visão pessimista da existência.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• Impressionismo
- A literatura procura imprimir às palavras as quali-
dades sugestivas das manchas de cor, da lumino-
sidade dos quadros impressionistas.
- Anteposição das características dos objetos à sua
identificação – a impressão causada.
- As sensações do poeta, através das quais a
realidade é filtrada e sugerida.
- Os sentidos (em particular a visão) adquirem um
papel preponderante.
- A metáfora, permitindo a sugestão da impressão
num sentido quase pictórico.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
Poeta precursor de...
• Modernismo
Aliança estreita entre literatura e artes plásticas;
rela-cionamento entre autor e obra (da transposição
de uma vivência à transposição e ao fingimento); a
dis-persão e a multiplicidade; capacidade
introspetiva.
• Surrealismo
Mecanismo de associação de ideias e tradução do
inconsciente; o gosto pelo insólito; uso de metáforas
transfiguradoras.
• Neorrealismo
O povo urbano e rural ligado ao trabalho, à produção
e transformado em personagem coletiva; as
injustiças que vitimam os mais desfavorecidos.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• Marcas da narrativa (espaço, tempo, ação, personagens).
• Descontentamento evidente em relação ao emprego.
• Desejo de uma vida descansada e tranquila.
• Transfiguração do real através da imaginação.
• Invasão da cidade pelo campo → cabaz de frutos e
legumes.
• Mulher do campo (vendedeira): desprendida, humilde,
atenciosa, educada, frágil, pálida e magra.
• O sujeito poético ganha forças através da vendedeira
(que representa o campo).
• Quadro verdadeiramente impressionista: predomínio da
cor e luminosidade nas descrições.
“Num bairro moderno”
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Sentimento dum ocidental”
“Ave Marias” (primeira secção do poema)
• Desejo de fuga, de evasão.
• Denúncia social: condições de vida precárias para os traba-
lhadores.
• Cidade: símbolo de poluição e opressão.
• Ciclo vicioso das classes mais baixas: não progridem porque
não têm oportunidade.
• Antinomia de personagens, espaços e tempos (trabalhadores
explorados e atarefados/lojistas enfadados).
• Edificações emadeiradas/hotéis da moda; antes e depois da
industrialização: glória/opressão, miséria, injustiça, dependência.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Noite fechada” (segunda secção)
• O sujeito poético é um observador solitário.
•Sentimentos de nostalgia, opressão e aprisionamento (o Aljube
surge como expressão metafórica da cidade confinadora).
•Denúncia das injustiças sociais.
•Evocação do passado sinistro da Inquisição (“Duas igrejas, num
saudoso largo, / Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: /
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo”).
•O passado épico de Camões é o oposto ao presente, no qual o
“eu” antevê a cólera e a febre na “acumulação de corpos
enfezados”.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Toca-se as grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O aljube, e que hoje estão velhinhas e crianças,
Bem raramente encerra uma mulher de «dom»!”
(...)
“Ao Gás” (terceira secção)
• Opressão crescente da noite (“A noite pesa, esmaga”).
• Presença de prostituição e de doença no espaço citadino.
• Confirmação da melancolia inicial, que desperta no “eu” um
desejo absurdo de sofrer.
• Registo de factos do real circundante.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“E saio. A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arrepia os ombros quase nus.”
“Horas Mortas” (quarta secção)
• A deambulação do sujeito poético levou-o ao momento de
escuridão mais profunda.
• Desejo de viver na perfeição, num ambiente de amor, que
substituísse a solidão e a melancolia.
• A oposição entre “luz em mansões de vidro transparente”, onde
reine o amor, símbolo de liberdade, e a escuridão da cidade “de
prédios sepulcrais”.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
(...)
“Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente” (...)
Naquele “pic-nic” de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo purpúro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“De tarde”
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• A primeira quadra constitui a introdução do poema.
Nos dois primeiros versos, o demonstrativo
"Naquele" e a forma verbal no Pretérito Perfeito
"Houve" remetem para o passado, instaurando a
memória como meio de representação poética.
• Nesta quadra introduzem-se ainda dois motivos que
percorrem o texto: a simplicidade "uma coisa
simplesmente bela/ E que, sem ter história nem
grandezas" e o caráter plástico da cena descrita
"bela", "dava uma aguarela";
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• O poema esboça uma narrativa.  
• A utilização dos elementos narrativos permite a
criação de dois quadros: 1º quadro (2ª estrofe) - a
burguesa, que desceu do burrico, colhendo
papoulas;
• 2º quadro (3ª e 4ª estrofes) - o "pic-nic", em cima dos
penhascos, destacando-se a imagem do ramalhete
de “papoulas” a emergir do decote da "burguesa".
• Há sugestões pictóricas relativas a: linhas e
volumes
• A descrição é feita com base em sensações,
sobretudo visuais.
• Revolta contra a desumanidade e a ignorância que
oprimem e marginalizam os mais fracos: ao
contem-plar, através da sua janela, uma pobre
engomadeira tuberculosa, emociona-se com o seu
drama.
• O sujeito poético solidariza-se com os que sofrem as
humilhações do quotidiano da cidade de Lisboa –
também ele foi humilhado e os seus versos
rejeitados.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Contrariedades”
Situação psicológica e social
do sujeito poético
Situação física e económica
da engomadeira
- revoltado;
- ansioso;
- agitado;
- intransigente;
- consciente das injustiças;
- vítima da estrutura social da
época.
- doente (tuberculosa);
- “sem peito”;
- magra;
- feia;
- situação económica
precária;
- vítima da estrutura social da
época.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
• A cidade personificada na mulher fatal de
humilhante indiferença, sofisticada, moderna,
racional, distante, fútil, fria, orgulhosa e sedutora.
• Redução do amante à condição de servo.
• Transposição do plano individual para o coletivo:
vingança contra a ordem social personificada pelas
“miladies”.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Deslumbramentos”
• Elogio do campo, que é fonte de vida e de riqueza.
• Cidade como algo de dramático, centro de
desgraça, doença e morte.
• O campo associa-se a saúde, fertilidade, vida,
saúde liberdade.
• Triunfo da cidade sobre o campo: protesto, rebeldia,
desprezo.
• Poema autobiográfico que nos permite conhecer a
família do poeta e os seus Verões.
Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
“Nós”

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
guest155834
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Lurdes Augusto
 
O sentimento dum ocidental
O sentimento dum ocidentalO sentimento dum ocidental
O sentimento dum ocidental
1103sancho
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Margarida Rodrigues
 

Mais procurados (20)

Síntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoaSíntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoa
 
Temáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verdeTemáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verde
 
Amor de perdição
Amor de perdiçãoAmor de perdição
Amor de perdição
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 
Cristalizacoes
CristalizacoesCristalizacoes
Cristalizacoes
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
Amor De PerdiçãO
Amor De PerdiçãOAmor De PerdiçãO
Amor De PerdiçãO
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
A fragmentação do eu
A fragmentação do euA fragmentação do eu
A fragmentação do eu
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 
Num bairro moderno
Num bairro modernoNum bairro moderno
Num bairro moderno
 
Apresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os MaiasApresentação do Simbolismo N`Os Maias
Apresentação do Simbolismo N`Os Maias
 
. Maias simplificado
. Maias simplificado. Maias simplificado
. Maias simplificado
 
O sentimento dum ocidental
O sentimento dum ocidentalO sentimento dum ocidental
O sentimento dum ocidental
 
Ricardo reis
Ricardo reisRicardo reis
Ricardo reis
 
Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhosAlberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
 

Semelhante a Cesário verde

Ficha informativa sobre Cesário Verde
Ficha informativa sobre Cesário VerdeFicha informativa sobre Cesário Verde
Ficha informativa sobre Cesário Verde
complementoindirecto
 
20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre
Paulo Klein
 
valor aspetual antónio alves
valor aspetual antónio alvesvalor aspetual antónio alves
valor aspetual antónio alves
miovi
 

Semelhante a Cesário verde (20)

Cesario verde
Cesario verdeCesario verde
Cesario verde
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Ficha informativa sobre Cesário Verde
Ficha informativa sobre Cesário VerdeFicha informativa sobre Cesário Verde
Ficha informativa sobre Cesário Verde
 
Cesarioverde2
Cesarioverde2Cesarioverde2
Cesarioverde2
 
CESARIO VERDE.pdf
CESARIO VERDE.pdfCESARIO VERDE.pdf
CESARIO VERDE.pdf
 
A poesia de Cesário Verde
A poesia de Cesário VerdeA poesia de Cesário Verde
A poesia de Cesário Verde
 
Realismo em Portugal
Realismo em PortugalRealismo em Portugal
Realismo em Portugal
 
cesarioverde.doc
cesarioverde.doccesarioverde.doc
cesarioverde.doc
 
Cesarioverde
CesarioverdeCesarioverde
Cesarioverde
 
20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre
 
Cesário Verde
Cesário Verde Cesário Verde
Cesário Verde
 
valor aspetual antónio alves
valor aspetual antónio alvesvalor aspetual antónio alves
valor aspetual antónio alves
 
Poesia de Cesário.pptx
Poesia de Cesário.pptxPoesia de Cesário.pptx
Poesia de Cesário.pptx
 
Cesário Verde
Cesário VerdeCesário Verde
Cesário Verde
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
 
Noite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário VerdeNoite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário Verde
 
Cesário verde powerpoint sobre a sua escrita e vida
Cesário verde powerpoint sobre a sua escrita e vidaCesário verde powerpoint sobre a sua escrita e vida
Cesário verde powerpoint sobre a sua escrita e vida
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
 
Síntese da unidade 6-Mensagens11-Cesário Verde.ppt
Síntese da unidade 6-Mensagens11-Cesário Verde.pptSíntese da unidade 6-Mensagens11-Cesário Verde.ppt
Síntese da unidade 6-Mensagens11-Cesário Verde.ppt
 

Mais de ameliapadrao (20)

Espaco social_memorial
 Espaco social_memorial Espaco social_memorial
Espaco social_memorial
 
Exp12cdr ppt tempo_memorial
Exp12cdr ppt tempo_memorialExp12cdr ppt tempo_memorial
Exp12cdr ppt tempo_memorial
 
Exp12cdr ppt felizmente_sintese
Exp12cdr ppt felizmente_sinteseExp12cdr ppt felizmente_sintese
Exp12cdr ppt felizmente_sintese
 
Exp12cdr ppt concecao messianica
Exp12cdr ppt concecao messianicaExp12cdr ppt concecao messianica
Exp12cdr ppt concecao messianica
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
Exp12cdr ppt camoes_pessoa
Exp12cdr ppt camoes_pessoaExp12cdr ppt camoes_pessoa
Exp12cdr ppt camoes_pessoa
 
Exp12cdr ppt caeiro
Exp12cdr ppt caeiroExp12cdr ppt caeiro
Exp12cdr ppt caeiro
 
Processos fonologicos
Processos fonologicosProcessos fonologicos
Processos fonologicos
 
Episodios maias
Episodios maiasEpisodios maias
Episodios maias
 
Frei luis
Frei luisFrei luis
Frei luis
 
Frei luis
Frei luisFrei luis
Frei luis
 
Pt9 cdr relativas
Pt9 cdr relativasPt9 cdr relativas
Pt9 cdr relativas
 
P.antónio v.
P.antónio v.P.antónio v.
P.antónio v.
 
Sermodesantoantnioaospeixes
SermodesantoantnioaospeixesSermodesantoantnioaospeixes
Sermodesantoantnioaospeixes
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
 
Aspeto modalidade
Aspeto modalidadeAspeto modalidade
Aspeto modalidade
 
funções sintaticas
 funções sintaticas funções sintaticas
funções sintaticas
 
La négation _8_
La négation _8_La négation _8_
La négation _8_
 
9monumentsdeparis
9monumentsdeparis9monumentsdeparis
9monumentsdeparis
 
Deixis e anafora_10o
Deixis e anafora_10oDeixis e anafora_10o
Deixis e anafora_10o
 

Último

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
lenapinto
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 

Último (20)

Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João EudesNovena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 

Cesário verde

  • 1. INTERAÇÕESINTERAÇÕES Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 2. “Eu não sou como muitos que estão no meio de um grande ajuntamento de gente e completamente isolados e abstratos. A mim o que me rodeia é que me preocupa” (1875) Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 3. Ler Cesário é refletir sobre a tradição literária e simultaneamente assistir à criação das tendências futuras através da força inovadora da sua poesia. Ao renovar as práticas poéticas da sua época, torna-se o precursor da poesia do séc. XX. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 4. Várias tendências poéticas se cruzam nos seus versos • Realismo A.J. Saraiva classifica o autor como “o único verdadeiro poeta “realista” do nosso século XIX”, “o único que conseguiu cortar com a retórica romântica, criando uma expressão inteiramente nova, ajustada à expressão direta de um novo conteúdo”. Para O. Lopes, verifica-se na obra do poeta a existência de um “realismo de intenção basicamente naturalista”. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 5. • Naturalismo Preocupação naturalista por aspetos patológicos. • Parnasianismo Antirromantismo e defesa dos valores da arte pela arte. • Simbolismo O culto do “eu” aliado a preocupações formais herdadas dos parnasianos; correspondência entre a ideia e a sua sugestão; capacidade de visão especial que pode atingir níveis de extrapolação onírica; certa visão pessimista da existência. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 6. • Impressionismo - A literatura procura imprimir às palavras as quali- dades sugestivas das manchas de cor, da lumino- sidade dos quadros impressionistas. - Anteposição das características dos objetos à sua identificação – a impressão causada. - As sensações do poeta, através das quais a realidade é filtrada e sugerida. - Os sentidos (em particular a visão) adquirem um papel preponderante. - A metáfora, permitindo a sugestão da impressão num sentido quase pictórico. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 7. Poeta precursor de... • Modernismo Aliança estreita entre literatura e artes plásticas; rela-cionamento entre autor e obra (da transposição de uma vivência à transposição e ao fingimento); a dis-persão e a multiplicidade; capacidade introspetiva. • Surrealismo Mecanismo de associação de ideias e tradução do inconsciente; o gosto pelo insólito; uso de metáforas transfiguradoras. • Neorrealismo O povo urbano e rural ligado ao trabalho, à produção e transformado em personagem coletiva; as injustiças que vitimam os mais desfavorecidos. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 8. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 9. • Marcas da narrativa (espaço, tempo, ação, personagens). • Descontentamento evidente em relação ao emprego. • Desejo de uma vida descansada e tranquila. • Transfiguração do real através da imaginação. • Invasão da cidade pelo campo → cabaz de frutos e legumes. • Mulher do campo (vendedeira): desprendida, humilde, atenciosa, educada, frágil, pálida e magra. • O sujeito poético ganha forças através da vendedeira (que representa o campo). • Quadro verdadeiramente impressionista: predomínio da cor e luminosidade nas descrições. “Num bairro moderno” Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 10. “Sentimento dum ocidental” “Ave Marias” (primeira secção do poema) • Desejo de fuga, de evasão. • Denúncia social: condições de vida precárias para os traba- lhadores. • Cidade: símbolo de poluição e opressão. • Ciclo vicioso das classes mais baixas: não progridem porque não têm oportunidade. • Antinomia de personagens, espaços e tempos (trabalhadores explorados e atarefados/lojistas enfadados). • Edificações emadeiradas/hotéis da moda; antes e depois da industrialização: glória/opressão, miséria, injustiça, dependência. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 11. “Noite fechada” (segunda secção) • O sujeito poético é um observador solitário. •Sentimentos de nostalgia, opressão e aprisionamento (o Aljube surge como expressão metafórica da cidade confinadora). •Denúncia das injustiças sociais. •Evocação do passado sinistro da Inquisição (“Duas igrejas, num saudoso largo, / Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: / Nelas esfumo um ermo inquisidor severo”). •O passado épico de Camões é o oposto ao presente, no qual o “eu” antevê a cólera e a febre na “acumulação de corpos enfezados”. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “Toca-se as grades, nas cadeias. Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! O aljube, e que hoje estão velhinhas e crianças, Bem raramente encerra uma mulher de «dom»!” (...)
  • 12. “Ao Gás” (terceira secção) • Opressão crescente da noite (“A noite pesa, esmaga”). • Presença de prostituição e de doença no espaço citadino. • Confirmação da melancolia inicial, que desperta no “eu” um desejo absurdo de sofrer. • Registo de factos do real circundante. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “E saio. A noite pesa, esmaga. Nos Passeios de lajedo arrastam-se as impuras. Ó moles hospitais! Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus.”
  • 13. “Horas Mortas” (quarta secção) • A deambulação do sujeito poético levou-o ao momento de escuridão mais profunda. • Desejo de viver na perfeição, num ambiente de amor, que substituísse a solidão e a melancolia. • A oposição entre “luz em mansões de vidro transparente”, onde reine o amor, símbolo de liberdade, e a escuridão da cidade “de prédios sepulcrais”. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde (...) “Se eu não morresse, nunca! E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Esqueço-me a prever castíssimas esposas, Que aninhem em mansões de vidro transparente” (...)
  • 14. Naquele “pic-nic” de burguesas, Houve uma coisa simplesmente bela, E que, sem ter história nem grandezas, Em todo o caso dava uma aguarela. Foi quando tu, descendo do burrico, Foste colher, sem imposturas tolas, A um granzoal azul de grão-de-bico Um ramalhete rubro de papoulas. Pouco depois, em cima duns penhascos, Nós acampámos, inda o Sol se via; E houve talhadas de melão, damascos, E pão-de-ló molhado em malvasia. Mas, todo purpúro a sair da renda Dos teus dois seios como duas rolas, Era o supremo encanto da merenda O ramalhete rubro das papoulas! Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “De tarde”
  • 15. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde • A primeira quadra constitui a introdução do poema. Nos dois primeiros versos, o demonstrativo "Naquele" e a forma verbal no Pretérito Perfeito "Houve" remetem para o passado, instaurando a memória como meio de representação poética. • Nesta quadra introduzem-se ainda dois motivos que percorrem o texto: a simplicidade "uma coisa simplesmente bela/ E que, sem ter história nem grandezas" e o caráter plástico da cena descrita "bela", "dava uma aguarela";
  • 16. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde • O poema esboça uma narrativa.   • A utilização dos elementos narrativos permite a criação de dois quadros: 1º quadro (2ª estrofe) - a burguesa, que desceu do burrico, colhendo papoulas; • 2º quadro (3ª e 4ª estrofes) - o "pic-nic", em cima dos penhascos, destacando-se a imagem do ramalhete de “papoulas” a emergir do decote da "burguesa". • Há sugestões pictóricas relativas a: linhas e volumes • A descrição é feita com base em sensações, sobretudo visuais.
  • 17. • Revolta contra a desumanidade e a ignorância que oprimem e marginalizam os mais fracos: ao contem-plar, através da sua janela, uma pobre engomadeira tuberculosa, emociona-se com o seu drama. • O sujeito poético solidariza-se com os que sofrem as humilhações do quotidiano da cidade de Lisboa – também ele foi humilhado e os seus versos rejeitados. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “Contrariedades”
  • 18. Situação psicológica e social do sujeito poético Situação física e económica da engomadeira - revoltado; - ansioso; - agitado; - intransigente; - consciente das injustiças; - vítima da estrutura social da época. - doente (tuberculosa); - “sem peito”; - magra; - feia; - situação económica precária; - vítima da estrutura social da época. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde
  • 19. • A cidade personificada na mulher fatal de humilhante indiferença, sofisticada, moderna, racional, distante, fútil, fria, orgulhosa e sedutora. • Redução do amante à condição de servo. • Transposição do plano individual para o coletivo: vingança contra a ordem social personificada pelas “miladies”. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “Deslumbramentos”
  • 20. • Elogio do campo, que é fonte de vida e de riqueza. • Cidade como algo de dramático, centro de desgraça, doença e morte. • O campo associa-se a saúde, fertilidade, vida, saúde liberdade. • Triunfo da cidade sobre o campo: protesto, rebeldia, desprezo. • Poema autobiográfico que nos permite conhecer a família do poeta e os seus Verões. Um olhar sobre a poética de Cesário VerdeUm olhar sobre a poética de Cesário Verde “Nós”