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CESÁRIO VERDE
Cânticos do Realismo
Cânticos do Realismo
• Nasce em Lisboa, em 1855;
• estuda francês e inglês;
• frequenta, durante um ano, o Curso Superior de Letras;
• autodidata a nível literário e estético;
• em 1873, inicia a publicação de poemas no Diário de Notícias;
• trabalha nos negócios da família;
• frequenta o Grupo do Leão, em 1881;
• morre em 1886.
Cânticos do Realismo
• Capta o real concreto com extraordinária visão pictórica;
• “pinta” a natureza humana, tal como os Impressionistas;
• o seu olhar detém-se no campo;
• poeta-pintor da Lisboa do século XIX;
• destaca novos locais de convívio e novas personagens;
• filtra o real através da sua “visão de artista” e transfigura-o
poeticamente;
• o “eu” observa simultaneamente os outros e a si mesmo.
Cânticos do Realismo
Temas
A representação da cidade e dos tipos sociais:
• “Nas nossas ruas, ao anoitecer,”
• “Voltam os calafates, aos magotes,”
• “Num trem de praça arengam dois dentistas;”
• “Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!”
• “E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, /
Correndo com firmeza, assomam as varinas.”
Cânticos do Realismo
Temas
Narrativa de passeios casuais:
• “Sem muita pressa, para o meu emprego”
O observador acidental:
• “Notei de costas uma rapariga,”
Deambulação e imaginação:
• “Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, / Ou erro pelos
cais a que se atracam botes.”
• “Enleva-me a quimera azul de transmigrar.”
Cânticos do Realismo
Temas
Perceção sensorial e transfiguração poética do real:
• “Julguei ver, com a vista de poeta, / Uma pombinha tímida e quieta /
Num bando ameaçador de corvos pretos.”
• “Subitamente, – que visão de artista! – / Se eu transformasse os
simples vegetais, / À luz do Sol, o intenso colorista,/Num ser humano
que se mova e exista / Cheio de belas proporções carnais?!”
Cânticos do Realismo
Temas
O imaginário épico;
Passado grandioso vs. presente de uma sociedade decadente
e angustiante:
• “E evoco, então, as crónicas navais: / Mouros, baixéis, heróis,
tudo ressuscitado! / Luta Camões no Sul, salvando um livro a
nado! / Singram soberbas naus que eu não verei jamais!”
Cânticos do Realismo
Linguagem, estilo e estrutura
• Discurso pouco ornamentado
• vocábulos e expressões de vivência citadina “varinas”, “infeção”,
“esguedelhada”
• tom coloquial “Nós acampamos, inda o sol se via”
• forte apelo visual “Foi quando tu, descendo do burrico”
• uso expressivo do adjetivo “café devasso”
• uso expressivo do advérbio “Amareladamente, os cães parecem lobos”
• anteposição do adjetivo “E rota, pequenina, azafamada (…) uma
rapariga”
Cânticos do Realismo
Linguagem, estilo e estrutura
• sinestesia “brancuras quentes”
• recursos expressivos: comparação, metáfora, hipérbole
• apreciação subjetiva do real “Como é saudável ter o seu conchego, /
E a sua vida fácil!”
• verso longo (decassílabo e alexandrino)
• predomínio da coordenação “Rez-de-chaussée repousam sossegados,
/ Abriram-se, nalguns, as persianas, / E dum ou doutro, em quartos
estucados, / Ou entre a rama dos papéis pintados, / Reluzem, num
almoço as porcelanas.”
CESÁRIO VERDE
Cânticos do Realismo

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  • 2. Cânticos do Realismo • Nasce em Lisboa, em 1855; • estuda francês e inglês; • frequenta, durante um ano, o Curso Superior de Letras; • autodidata a nível literário e estético; • em 1873, inicia a publicação de poemas no Diário de Notícias; • trabalha nos negócios da família; • frequenta o Grupo do Leão, em 1881; • morre em 1886.
  • 3. Cânticos do Realismo • Capta o real concreto com extraordinária visão pictórica; • “pinta” a natureza humana, tal como os Impressionistas; • o seu olhar detém-se no campo; • poeta-pintor da Lisboa do século XIX; • destaca novos locais de convívio e novas personagens; • filtra o real através da sua “visão de artista” e transfigura-o poeticamente; • o “eu” observa simultaneamente os outros e a si mesmo.
  • 4. Cânticos do Realismo Temas A representação da cidade e dos tipos sociais: • “Nas nossas ruas, ao anoitecer,” • “Voltam os calafates, aos magotes,” • “Num trem de praça arengam dois dentistas;” • “Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!” • “E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, / Correndo com firmeza, assomam as varinas.”
  • 5. Cânticos do Realismo Temas Narrativa de passeios casuais: • “Sem muita pressa, para o meu emprego” O observador acidental: • “Notei de costas uma rapariga,” Deambulação e imaginação: • “Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, / Ou erro pelos cais a que se atracam botes.” • “Enleva-me a quimera azul de transmigrar.”
  • 6. Cânticos do Realismo Temas Perceção sensorial e transfiguração poética do real: • “Julguei ver, com a vista de poeta, / Uma pombinha tímida e quieta / Num bando ameaçador de corvos pretos.” • “Subitamente, – que visão de artista! – / Se eu transformasse os simples vegetais, / À luz do Sol, o intenso colorista,/Num ser humano que se mova e exista / Cheio de belas proporções carnais?!”
  • 7. Cânticos do Realismo Temas O imaginário épico; Passado grandioso vs. presente de uma sociedade decadente e angustiante: • “E evoco, então, as crónicas navais: / Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! / Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! / Singram soberbas naus que eu não verei jamais!”
  • 8. Cânticos do Realismo Linguagem, estilo e estrutura • Discurso pouco ornamentado • vocábulos e expressões de vivência citadina “varinas”, “infeção”, “esguedelhada” • tom coloquial “Nós acampamos, inda o sol se via” • forte apelo visual “Foi quando tu, descendo do burrico” • uso expressivo do adjetivo “café devasso” • uso expressivo do advérbio “Amareladamente, os cães parecem lobos” • anteposição do adjetivo “E rota, pequenina, azafamada (…) uma rapariga”
  • 9. Cânticos do Realismo Linguagem, estilo e estrutura • sinestesia “brancuras quentes” • recursos expressivos: comparação, metáfora, hipérbole • apreciação subjetiva do real “Como é saudável ter o seu conchego, / E a sua vida fácil!” • verso longo (decassílabo e alexandrino) • predomínio da coordenação “Rez-de-chaussée repousam sossegados, / Abriram-se, nalguns, as persianas, / E dum ou doutro, em quartos estucados, / Ou entre a rama dos papéis pintados, / Reluzem, num almoço as porcelanas.”