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Nome: Bruna XXXX
4º ano de Letras? – Diurno? – Disciplina: XXXXX
Professora: Rosane Gazolla Alves Feitosa
Fichamento do texto:
SARAIVA e LOPES. Capítulo VI: Padre António Vieira.
Se procurarmos nas letras uma figura de certas formas superiores da nossa
mentalidade seiscentista, se quisermos personificar a situação de um homem de formação
religiosa ainda medieval mas coma consciência empírica das novas condições sociais e
europeias da realidade social e econômica portuguesa e procurando dramaticamente
soluções para as contradições entre esta consciência e a mentalidade tradicional – o nome
que ocorre naturalmente é o do padre jesuíta, pregador, missionário, diplomata, político
e profético utopista, António Vieira.
Foi um dos jesuítas da Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) e no Brasil
trabalhou como professor no Colégio dos jesuítas, na cidade de Olinda. Ademais,
presenciou a invasão holandesa no Brasil, a partir de 1624.
Depois que Vieira redige o relatório anual dos trabalhos provinciais da
Companhia (carta ânua), em 1635 recebe ordens e inicia a sua carreira como pregador
Uma das suas mais famosas peças oratórias foi o sermão “Pela vitória das nossas armas,
proferido no momento em que a situação parecia desesperada para os Portugueses.
Por volta de 1640, a pedido do rei Dom João IV, retorna a Portugal
destacando-se com suas pregações e sermões, os quais atraíam milhares de pessoas. Por
outro lado, visto sua influência política em Portugal foi ameaçado de ser expulso da
Ordem dos Jesuítas. Assim, foi nomeado por Dom João IV “Pregador Régio”
Ainda na Europa participou de missões diplomáticas (Holanda, França e
Itália) lutando contra a inquisição e o preconceito contra os judeus, chamados de
"cristãos-novos".
Com efeito, ele recomendou uma política fundada no poder econômico da
burguesia mercantil, constituída pelos cristãos-novos. Desse modo ele foi um precursor
da política econômica pombalina, antes essas políticas tinha um reverso religioso.
Retorna ao Brasil em 1653, para o Maranhão lutando contra os interesses
escravagistas dos colonos. Por esse motivo, os jesuítas foram expulsos do maranhão em
1661, retornando a Lisboa.
Padre Antônio Vieira possui uma vasta obra literária desde poemas, cartas,
sermões e romances. Foi responsável pelo desenvolvimento da prosa barroca em Portugal
e no Brasil. Escreveu em estilo conceptista, cerca de 200 sermões.
Vieira explica, diversamente, o desastre como um castigo das
responsabilidades portuguesas quanto à escravatura moderna, é sob esse aspecto, que se
percebe a impressionante firmeza, mais ofensiva do que defensiva. Contradições análogas
vamos topar nos documentos e cartas que se relacionam com os problemas regionais
brasileiros. Ele sempre dá, em geral, um quadro bem cheio de realismo, de bom senso
prático e humanitário acerca da vida dos indígenas.
Essas e outras contradições do ideário de Vieira resolvam-se formalmente,
por via de uma dialética e de uma retórica que contrastam singularmente com a tendência
de pensar e de expor do racionalismo formal, então em fase brilhante de desenvolvimento
na Holanda, Inglaterra e França. O estilo de pensamento e expressão de Vieira diverge
muito, inclusivamente da oratória sagrada dos próprios luminares do catolicismo francês,
já profundamente influenciados pela filosofia racionalista dos Cartesianos e dos
Jansenistas que tinha de combater.
Um contrastante à essa oratória de Vieira, temos os moldes e os processos
tradicionais da predicação, tal como se forjou na Idade Média, a partir da herança dos
primeiros Padres da Igreja. Porém Vieira já enfrentava uma realidade, que não a
medieval, os processos demonstrativos do passado continuavam e vigor, mas as
motivações dos homens. A sua oratória é precisou utilizar das possibilidades dos sermões
tradicionais, para convencer os homens de seu tempo.
Fez dele uma expressão consumada, mais tensa e mais desenvolvida e de
explicitas formas culturais que estão na base da tradição sermonaria, ao mesmo tempo
uma das manifestações mais típicas da arte barroca. O sermão desenvolve-se, como hoje
a partir de um texto bíblico que se comenta de acordo com o tema e as teses que o orador
se propõe desenvolver. A que pertence ao texto e seu conteúdo preceptivo, mas sim em
considerar isoladamente um termo, em forjar uma pretensa etimologia das palavras, em
atender à sua posição, às repetições, ao número de sílabas e letras de que se compõem,
aos seus vários significados, ao jogo dos sinônimos e antônimos, à interpretação alegórica
ou anagógica.
Para exprimir as essências das palavras ele recorre a processor que se
pretendem rigorosamente lógicos e que na realidade são etimológicos, gramaticais,
analógicos, embora utilizando por vezes a forma do silogismo. O discurso as vezes tem
uma aparência rigorosa na dedução, mas na realidade segue os caminhos arbitrários e
múltiplos de uma fantasia prodigiosa, que em certos casos sugere uma densidade poética.
Além desse abuso de oposições, ele também criticou o excesso do estilo cultista nos
oradores contemporâneos de sua época.
A obra de Vieira ficou durante muito tempo como um como um dos
paradigmas da prosa portuguesa e ainda modernamente há quem a tenha como modelo.
A propriedade de palavras, a economia de adjetivos, a precisão a clareza, o ritmo nervoso
e contido torna essa prosa inconfundível.

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capítulo VI - Padre Antonio Vieria

  • 1. Nome: Bruna XXXX 4º ano de Letras? – Diurno? – Disciplina: XXXXX Professora: Rosane Gazolla Alves Feitosa Fichamento do texto: SARAIVA e LOPES. Capítulo VI: Padre António Vieira. Se procurarmos nas letras uma figura de certas formas superiores da nossa mentalidade seiscentista, se quisermos personificar a situação de um homem de formação religiosa ainda medieval mas coma consciência empírica das novas condições sociais e europeias da realidade social e econômica portuguesa e procurando dramaticamente soluções para as contradições entre esta consciência e a mentalidade tradicional – o nome que ocorre naturalmente é o do padre jesuíta, pregador, missionário, diplomata, político e profético utopista, António Vieira. Foi um dos jesuítas da Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) e no Brasil trabalhou como professor no Colégio dos jesuítas, na cidade de Olinda. Ademais, presenciou a invasão holandesa no Brasil, a partir de 1624. Depois que Vieira redige o relatório anual dos trabalhos provinciais da Companhia (carta ânua), em 1635 recebe ordens e inicia a sua carreira como pregador Uma das suas mais famosas peças oratórias foi o sermão “Pela vitória das nossas armas, proferido no momento em que a situação parecia desesperada para os Portugueses. Por volta de 1640, a pedido do rei Dom João IV, retorna a Portugal destacando-se com suas pregações e sermões, os quais atraíam milhares de pessoas. Por outro lado, visto sua influência política em Portugal foi ameaçado de ser expulso da Ordem dos Jesuítas. Assim, foi nomeado por Dom João IV “Pregador Régio” Ainda na Europa participou de missões diplomáticas (Holanda, França e Itália) lutando contra a inquisição e o preconceito contra os judeus, chamados de "cristãos-novos". Com efeito, ele recomendou uma política fundada no poder econômico da burguesia mercantil, constituída pelos cristãos-novos. Desse modo ele foi um precursor da política econômica pombalina, antes essas políticas tinha um reverso religioso. Retorna ao Brasil em 1653, para o Maranhão lutando contra os interesses escravagistas dos colonos. Por esse motivo, os jesuítas foram expulsos do maranhão em 1661, retornando a Lisboa.
  • 2. Padre Antônio Vieira possui uma vasta obra literária desde poemas, cartas, sermões e romances. Foi responsável pelo desenvolvimento da prosa barroca em Portugal e no Brasil. Escreveu em estilo conceptista, cerca de 200 sermões. Vieira explica, diversamente, o desastre como um castigo das responsabilidades portuguesas quanto à escravatura moderna, é sob esse aspecto, que se percebe a impressionante firmeza, mais ofensiva do que defensiva. Contradições análogas vamos topar nos documentos e cartas que se relacionam com os problemas regionais brasileiros. Ele sempre dá, em geral, um quadro bem cheio de realismo, de bom senso prático e humanitário acerca da vida dos indígenas. Essas e outras contradições do ideário de Vieira resolvam-se formalmente, por via de uma dialética e de uma retórica que contrastam singularmente com a tendência de pensar e de expor do racionalismo formal, então em fase brilhante de desenvolvimento na Holanda, Inglaterra e França. O estilo de pensamento e expressão de Vieira diverge muito, inclusivamente da oratória sagrada dos próprios luminares do catolicismo francês, já profundamente influenciados pela filosofia racionalista dos Cartesianos e dos Jansenistas que tinha de combater. Um contrastante à essa oratória de Vieira, temos os moldes e os processos tradicionais da predicação, tal como se forjou na Idade Média, a partir da herança dos primeiros Padres da Igreja. Porém Vieira já enfrentava uma realidade, que não a medieval, os processos demonstrativos do passado continuavam e vigor, mas as motivações dos homens. A sua oratória é precisou utilizar das possibilidades dos sermões tradicionais, para convencer os homens de seu tempo. Fez dele uma expressão consumada, mais tensa e mais desenvolvida e de explicitas formas culturais que estão na base da tradição sermonaria, ao mesmo tempo uma das manifestações mais típicas da arte barroca. O sermão desenvolve-se, como hoje a partir de um texto bíblico que se comenta de acordo com o tema e as teses que o orador se propõe desenvolver. A que pertence ao texto e seu conteúdo preceptivo, mas sim em considerar isoladamente um termo, em forjar uma pretensa etimologia das palavras, em atender à sua posição, às repetições, ao número de sílabas e letras de que se compõem, aos seus vários significados, ao jogo dos sinônimos e antônimos, à interpretação alegórica ou anagógica. Para exprimir as essências das palavras ele recorre a processor que se pretendem rigorosamente lógicos e que na realidade são etimológicos, gramaticais, analógicos, embora utilizando por vezes a forma do silogismo. O discurso as vezes tem uma aparência rigorosa na dedução, mas na realidade segue os caminhos arbitrários e
  • 3. múltiplos de uma fantasia prodigiosa, que em certos casos sugere uma densidade poética. Além desse abuso de oposições, ele também criticou o excesso do estilo cultista nos oradores contemporâneos de sua época. A obra de Vieira ficou durante muito tempo como um como um dos paradigmas da prosa portuguesa e ainda modernamente há quem a tenha como modelo. A propriedade de palavras, a economia de adjetivos, a precisão a clareza, o ritmo nervoso e contido torna essa prosa inconfundível.