SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
LITERATURA
BARROCA
NO BRASIL
O que é o Barroco?
 O Barroco foi um período estilístico e
filosófico da História da sociedade
ocidental, ocorrido durante os séculos XVI
e XVII (Europa) e XVII e XVIII (América),
inspirado no fervor religioso e na
passionalidade.
Breve histórico do Barroco no Brasil
 O ensino em Portugal e no Brasil era profundamente verbal e
religioso, voltado para os dogmas da Igreja Católica.
 A capital do Brasil era Salvador, Bahia. Lá viviam a elite
intelectual e política brasileira.
 Na sociedade brasileira dos séculos XVII e XVIII, ainda não
havia um público leitor para consumir obras literárias. O
movimento barroco não pôde, pois, espalhar-se pelo Brasil
inteiro, de norte a sul. Ficou restrito a dois núcleos culturais
da época: Pernambuco (onde nasceu, com Prosopopéia, de
Bento Teixeira) e Salvador (onde viveu Gregório de Matos).
CARACTERÍSTICAS
 CULTISMO ou GONGORISMO – É o jogo de palavras; é o
rebuscamento da forma, é a obsessão pela linguagem culta,
erudita, por meio de inversão da frase (hipérbato), do uso de
palavras difíceis.
É o abuso no emprego de figuras de linguagem, especialmente a
metáfora, a antítese e o hipérbato.
O principal cultista do barroco mundial foi o espanhol Luiz de
Gôngora. No Brasil, Gregório de Matos.
 CONCEPTISMO – É o aspecto construtivo do Barroco, voltado
para o jogo das ideias e dos conceitos.
É a preocupação com as associações inesperadas, seguindo um
raciocínio lógico, racionalista.
O principal conceptista do barroco mundial foi o espanhol
Francisco de Quevedo. No Brasil, padre Antônio Vieira.
 TEOCENTRISMO x ANTROPOCENTRISMO – O rebusca-mento
da arte barroca é reflexo do dilema em que vivia o homem do
seiscentismo (os anos de 1600). Daí as preferências por temas
opostos: espírito e matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e
inferno. Tudo isso gerava a preocupação com a brevidade da vida
(carpe diem)
AUTORES DO BARROCO
BRASILEIRO
1. BENTO TEIXEIRA
Iniciador do Barroco no Brasil, autor de Prosopopéia.
2. GREGÓRIO DE MATOS
O Boca do Inferno; poeta maior do Barroco brasileiro.
3. PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Maior orador sacro de nossa literatura.
4. MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA
Autor de Música do Parnaso (1705), primeira obra publicada por
um autor brasileiro.
BENTO TEIXEIRA
Veio cedo para o Brasil; formou-se no Colégio da Bahia, onde foi
professor de primeiras letras.
Assassinou a mulher em 1594; fugindo à prisão, refugiou-se em
Pernambuco, no convento dos beneditinos, em Olinda.
A redação de Prosopopéia aconteceu durante o isolamento no
convento. Tudo indica que o motivo não era outro senão o de
agradar os poderosos, principalmente Jorge de Albuquerque
Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco.
PROSOPOPÉIA
POEMA ÉPICO – Poemeto épico, em 94 estâncias (o mesmo que estrofe)
de oitava-rima (as estrofes de oito versos têm os dois últimos rimando
entre si), em versos decassílabos (dez sílabas métricas), conforme
ensinava Camões, em Os Lusíadas.
O livro conta os feitos históricos de Jorge de Albuquerque Coelho,
governador de Pernambuco, a quem o autor pretendia agradar.
A imitação de Os Lusíadas é freqüente, desde a estrutura até as
construções sintáticas. Isto tirou da obra o valor literário que, porventura,
pudesse ter, ficando a fama histórica de ser o livro inaugurador do Barroco
brasileiro.
Considerado o primeiro poema épico de nossa literatura.
Considerado poema laudatório (que contém louvor).
Personagens de Prosopopéia:
Proteu (narrador). Na mitologia grega, “Proteu” é deus marinho, capaz de
se transformar em animais, em água e em fogo.
Jorge de Albuquerque (herói).
GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, em 7 de
abril de 1636. Faleceu em Pernambuco, em 1696.
De família abastada, Gregório estudou com os jesuítas de
Salvador. Em 1650, com 14 anos, embarcou para Portugal
(Lisboa), aonde foi com o propósito de estudar Direito.
Matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se formou
em julho de 1661 e passou a exercer a magistratura.
Interrompeu a carreira de juiz para voltar ao Brasil (por volta
de 1680). Supõe-se que, nessa altura, já teria feito conhecer o
seu talento de repentista e zombeteiro. MANUSCRITOS –
Enquanto viveu, seus poemas circulavam de mão em mão, de
forma manuscrita, ou de boca em boca, no aspecto oral.
OBRAS PUBLICADAS – As obras de Gregório de Matos
somente foram publicadas no século XX, entre 1923 e 1933,
pela Academia Brasileira de Letras, em seis volumes:
I. Sacra
Contém todos os poemas religiosos.
II. Lírica
Contém todos os poemas lírico-amorosos.
III. Graciosa
Contém poemas que exploram o humor.
IV e V. Satírica
Contém todos os poemas que exploram a sátira.
VI. Última
Contém poemas misturados.
POESIA SATÍRICA – Apesar de ter exercido funções
religiosas e de ter um irmão padre (Eusébio de Matos),
Gregório não perdoa a Igreja Católica baiana: faz
sátiras ferinas contra padres e freiras, chegando
mesmo a usar palavrões em pleno século XVII.
Depois de ridicularizar a Igreja Católica, Gregório voltou
sua pena satírica contra o governador-geral da Bahia,
Antônio de Sousa Meneses, que esteve à frente do
governo de maio de 1682 a junho de 1684.
PADRE ANTONIO VIEIRA
Nasceu em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608.
Morreu em Salvador, em 18 de julho de 1697.
Aos seis anos, veio para o Brasil; aos quinze, ingressou na
Companhia de Jesus. Ordenou-se em 1634 e logo ganhou
fama de pregador eloquente e culto.
Em 1652, transferiu-se para o Maranhão, dedicando-se à
catequese e à conversão dos gentios. Nove anos depois,
regressando a Lisboa, é preso. Cassam-lhe o direito de
pregar.
Quando Portugal libertou-se da Espanha (1640), Vieira foi para
a Metrópole e, por meio do seu talento, impressionou o
monarca D. João IV, tornando-se pregador oficial da corte.
Quando foi libertado, seguiu para Roma, onde
conseguiu anulação do processo e tornou-se orador
oficial do salão literário da Rainha Cristina da
Suécia.
Em 1681, retornou ao Brasil, dedicando-se à faina
de redigir e polir seus sermões.
Dentre os inúmeros sermões de Vieira, é de leitura
obrigatória:
Sermão da Sexagésima
Proferido na Capela Real de Lisboa, em 1655.
Sermão da Primeira Dominga da Quaresma
Pregado no Maranhão, em 1653, em que tenta
persuadir os colonos a libertarem os indígenas.
Literatura Barroca no Brasil: autores e características
Literatura Barroca no Brasil: autores e características

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNAvaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNCasiris Crescencio
 
Arte contemporânea
Arte contemporâneaArte contemporânea
Arte contemporâneaannaartes
 
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTEINTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTECristiane Seibt
 
Barroco aula de literatura
Barroco   aula de literaturaBarroco   aula de literatura
Barroco aula de literaturaCrisBiagio
 
Barroco contexto e caract
Barroco   contexto e caractBarroco   contexto e caract
Barroco contexto e caractHelena Coutinho
 
Neoclassicismo – romantismo – realismo
Neoclassicismo – romantismo – realismoNeoclassicismo – romantismo – realismo
Neoclassicismo – romantismo – realismoescola
 
História da Arte: Arte Medieval
História da Arte: Arte MedievalHistória da Arte: Arte Medieval
História da Arte: Arte MedievalRaphael Lanzillotte
 
Maneirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococoManeirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococovictorosa
 
A arte barroca no Brasil
A arte barroca no BrasilA arte barroca no Brasil
A arte barroca no BrasilMary Alvarenga
 
As especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticasAs especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticasCatarina Argolo
 

Mais procurados (20)

Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNAvaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
 
Arte Barroca no Brasil
Arte Barroca no BrasilArte Barroca no Brasil
Arte Barroca no Brasil
 
Arte de nosso tempo 3º ano 2021
Arte de nosso tempo   3º ano 2021Arte de nosso tempo   3º ano 2021
Arte de nosso tempo 3º ano 2021
 
Tabela "Vanguardas Europeias"
Tabela "Vanguardas Europeias"Tabela "Vanguardas Europeias"
Tabela "Vanguardas Europeias"
 
Arte contemporânea
Arte contemporâneaArte contemporânea
Arte contemporânea
 
Questões Arte
Questões ArteQuestões Arte
Questões Arte
 
Land Art
Land ArtLand Art
Land Art
 
Arte - Romantismo
Arte - RomantismoArte - Romantismo
Arte - Romantismo
 
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTEINTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
 
Barroco aula de literatura
Barroco   aula de literaturaBarroco   aula de literatura
Barroco aula de literatura
 
Aula de arte urbana
Aula de arte urbanaAula de arte urbana
Aula de arte urbana
 
Barroco contexto e caract
Barroco   contexto e caractBarroco   contexto e caract
Barroco contexto e caract
 
Neoclassicismo – romantismo – realismo
Neoclassicismo – romantismo – realismoNeoclassicismo – romantismo – realismo
Neoclassicismo – romantismo – realismo
 
História da Arte: Arte Medieval
História da Arte: Arte MedievalHistória da Arte: Arte Medieval
História da Arte: Arte Medieval
 
Maneirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococoManeirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococo
 
Arte urbana
Arte urbana Arte urbana
Arte urbana
 
DEFINIÇÕES DE ARTE
DEFINIÇÕES DE ARTEDEFINIÇÕES DE ARTE
DEFINIÇÕES DE ARTE
 
Arte no Brasil Colonial
Arte no Brasil ColonialArte no Brasil Colonial
Arte no Brasil Colonial
 
A arte barroca no Brasil
A arte barroca no BrasilA arte barroca no Brasil
A arte barroca no Brasil
 
As especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticasAs especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticas
 

Semelhante a Literatura Barroca no Brasil: autores e características

Semelhante a Literatura Barroca no Brasil: autores e características (20)

O Barroco no Brasil
O Barroco no BrasilO Barroco no Brasil
O Barroco no Brasil
 
13650916 literatura-aula-05-barroco-em-portugal-e-literatura-informativa
13650916 literatura-aula-05-barroco-em-portugal-e-literatura-informativa13650916 literatura-aula-05-barroco-em-portugal-e-literatura-informativa
13650916 literatura-aula-05-barroco-em-portugal-e-literatura-informativa
 
Literatura slides
Literatura  slidesLiteratura  slides
Literatura slides
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Aula 05 barroco em portugal e literatura informativa
Aula 05   barroco em portugal e literatura informativaAula 05   barroco em portugal e literatura informativa
Aula 05 barroco em portugal e literatura informativa
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco 1 ano
Barroco 1 anoBarroco 1 ano
Barroco 1 ano
 
Sermão da sexagésima (slides)
Sermão da sexagésima (slides)Sermão da sexagésima (slides)
Sermão da sexagésima (slides)
 
Barroco
Barroco Barroco
Barroco
 
Movimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no BrasilMovimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no Brasil
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Movimento Literário Barroco do 1º ANO D
Movimento Literário Barroco do 1º ANO DMovimento Literário Barroco do 1º ANO D
Movimento Literário Barroco do 1º ANO D
 
O Barroco No Brasil
O Barroco No BrasilO Barroco No Brasil
O Barroco No Brasil
 
Unidade ii
Unidade iiUnidade ii
Unidade ii
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco literatura
Barroco literatura Barroco literatura
Barroco literatura
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
Literatura barroca
Literatura barrocaLiteratura barroca
Literatura barroca
 
Barroco no Brasil
Barroco no BrasilBarroco no Brasil
Barroco no Brasil
 

Literatura Barroca no Brasil: autores e características

  • 2. O que é o Barroco?  O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade ocidental, ocorrido durante os séculos XVI e XVII (Europa) e XVII e XVIII (América), inspirado no fervor religioso e na passionalidade.
  • 3. Breve histórico do Barroco no Brasil  O ensino em Portugal e no Brasil era profundamente verbal e religioso, voltado para os dogmas da Igreja Católica.  A capital do Brasil era Salvador, Bahia. Lá viviam a elite intelectual e política brasileira.  Na sociedade brasileira dos séculos XVII e XVIII, ainda não havia um público leitor para consumir obras literárias. O movimento barroco não pôde, pois, espalhar-se pelo Brasil inteiro, de norte a sul. Ficou restrito a dois núcleos culturais da época: Pernambuco (onde nasceu, com Prosopopéia, de Bento Teixeira) e Salvador (onde viveu Gregório de Matos).
  • 4. CARACTERÍSTICAS  CULTISMO ou GONGORISMO – É o jogo de palavras; é o rebuscamento da forma, é a obsessão pela linguagem culta, erudita, por meio de inversão da frase (hipérbato), do uso de palavras difíceis. É o abuso no emprego de figuras de linguagem, especialmente a metáfora, a antítese e o hipérbato. O principal cultista do barroco mundial foi o espanhol Luiz de Gôngora. No Brasil, Gregório de Matos.
  • 5.  CONCEPTISMO – É o aspecto construtivo do Barroco, voltado para o jogo das ideias e dos conceitos. É a preocupação com as associações inesperadas, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. O principal conceptista do barroco mundial foi o espanhol Francisco de Quevedo. No Brasil, padre Antônio Vieira.  TEOCENTRISMO x ANTROPOCENTRISMO – O rebusca-mento da arte barroca é reflexo do dilema em que vivia o homem do seiscentismo (os anos de 1600). Daí as preferências por temas opostos: espírito e matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e inferno. Tudo isso gerava a preocupação com a brevidade da vida (carpe diem)
  • 6. AUTORES DO BARROCO BRASILEIRO 1. BENTO TEIXEIRA Iniciador do Barroco no Brasil, autor de Prosopopéia. 2. GREGÓRIO DE MATOS O Boca do Inferno; poeta maior do Barroco brasileiro. 3. PADRE ANTÔNIO VIEIRA Maior orador sacro de nossa literatura. 4. MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA Autor de Música do Parnaso (1705), primeira obra publicada por um autor brasileiro.
  • 7. BENTO TEIXEIRA Veio cedo para o Brasil; formou-se no Colégio da Bahia, onde foi professor de primeiras letras. Assassinou a mulher em 1594; fugindo à prisão, refugiou-se em Pernambuco, no convento dos beneditinos, em Olinda. A redação de Prosopopéia aconteceu durante o isolamento no convento. Tudo indica que o motivo não era outro senão o de agradar os poderosos, principalmente Jorge de Albuquerque Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco.
  • 8. PROSOPOPÉIA POEMA ÉPICO – Poemeto épico, em 94 estâncias (o mesmo que estrofe) de oitava-rima (as estrofes de oito versos têm os dois últimos rimando entre si), em versos decassílabos (dez sílabas métricas), conforme ensinava Camões, em Os Lusíadas. O livro conta os feitos históricos de Jorge de Albuquerque Coelho, governador de Pernambuco, a quem o autor pretendia agradar. A imitação de Os Lusíadas é freqüente, desde a estrutura até as construções sintáticas. Isto tirou da obra o valor literário que, porventura, pudesse ter, ficando a fama histórica de ser o livro inaugurador do Barroco brasileiro. Considerado o primeiro poema épico de nossa literatura. Considerado poema laudatório (que contém louvor). Personagens de Prosopopéia: Proteu (narrador). Na mitologia grega, “Proteu” é deus marinho, capaz de se transformar em animais, em água e em fogo. Jorge de Albuquerque (herói).
  • 9. GREGÓRIO DE MATOS Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, em 7 de abril de 1636. Faleceu em Pernambuco, em 1696. De família abastada, Gregório estudou com os jesuítas de Salvador. Em 1650, com 14 anos, embarcou para Portugal (Lisboa), aonde foi com o propósito de estudar Direito. Matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se formou em julho de 1661 e passou a exercer a magistratura. Interrompeu a carreira de juiz para voltar ao Brasil (por volta de 1680). Supõe-se que, nessa altura, já teria feito conhecer o seu talento de repentista e zombeteiro. MANUSCRITOS – Enquanto viveu, seus poemas circulavam de mão em mão, de forma manuscrita, ou de boca em boca, no aspecto oral.
  • 10. OBRAS PUBLICADAS – As obras de Gregório de Matos somente foram publicadas no século XX, entre 1923 e 1933, pela Academia Brasileira de Letras, em seis volumes: I. Sacra Contém todos os poemas religiosos. II. Lírica Contém todos os poemas lírico-amorosos. III. Graciosa Contém poemas que exploram o humor. IV e V. Satírica Contém todos os poemas que exploram a sátira. VI. Última Contém poemas misturados.
  • 11. POESIA SATÍRICA – Apesar de ter exercido funções religiosas e de ter um irmão padre (Eusébio de Matos), Gregório não perdoa a Igreja Católica baiana: faz sátiras ferinas contra padres e freiras, chegando mesmo a usar palavrões em pleno século XVII. Depois de ridicularizar a Igreja Católica, Gregório voltou sua pena satírica contra o governador-geral da Bahia, Antônio de Sousa Meneses, que esteve à frente do governo de maio de 1682 a junho de 1684.
  • 12. PADRE ANTONIO VIEIRA Nasceu em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608. Morreu em Salvador, em 18 de julho de 1697. Aos seis anos, veio para o Brasil; aos quinze, ingressou na Companhia de Jesus. Ordenou-se em 1634 e logo ganhou fama de pregador eloquente e culto. Em 1652, transferiu-se para o Maranhão, dedicando-se à catequese e à conversão dos gentios. Nove anos depois, regressando a Lisboa, é preso. Cassam-lhe o direito de pregar. Quando Portugal libertou-se da Espanha (1640), Vieira foi para a Metrópole e, por meio do seu talento, impressionou o monarca D. João IV, tornando-se pregador oficial da corte.
  • 13. Quando foi libertado, seguiu para Roma, onde conseguiu anulação do processo e tornou-se orador oficial do salão literário da Rainha Cristina da Suécia. Em 1681, retornou ao Brasil, dedicando-se à faina de redigir e polir seus sermões. Dentre os inúmeros sermões de Vieira, é de leitura obrigatória: Sermão da Sexagésima Proferido na Capela Real de Lisboa, em 1655. Sermão da Primeira Dominga da Quaresma Pregado no Maranhão, em 1653, em que tenta persuadir os colonos a libertarem os indígenas.