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Explique o conceito de cultura africana e os estados mais influenciados
Existem cinco conceitos principais que se baseiam ee apoiam a cultura africana
O conceito de tempo: nas sociedades tradicionais africanas não existiam padrões de
medidas como tempo, distância, peso etc. O tempo como um conceito linear era algo
inconcebível e passado, presente e futuro indefinido não existiam. Tempo se tratava
apenas de uma simples composição e sucessão de acontecimentos. Existe um
passado distante (época dos ancestrais) e um futuro imediato, que tem relação direta
com o que está acontecendo no presente.
Totem: A primeira unidade básica da sociedade africana é a família e a segunda é o
totem ao qual pertencem. Os grupos de famílias que dividem o mesmo totem formam
um clã. O objeto contém uma conotação espiritual, representando o ancestral (ser
maior) de cada sociedade.
Medicina tradicional e feitiçaria: Em muitas sociedades africanas acredita-se na
existência de duas energias opostas e contraditórias. Enquanto os bons espíritos,
representados pelos médicos tradicionais (curandeiros) concebem a força do bem, a
feitiçaria pinta a força do mal.
Lobola: Em termos simples, lobola é o pagamento que o noivo deve aos pais da noiva
para concretizar o casamento. Existe uma negociação intensa para decidir a quantia a
ser paga, realizada normalmente pelos pais dos prometidos.
Continuidade: O conceito de continuidade se baseia na crença de uma energia vital
infinita, responsável pelo fluir do universo e presente em seres vivos e inanimados.
Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul são os mais influenciados pela
cultura de origem africana,
2 - De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz
cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as
manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas,
desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte
marcial da capoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades.
3 – Varios autores estudaram e enfatizaram a cultura negra em suas publicações
como por exemplo Edimilson de Almeida Pereira, coordenador do projeto, elaborou
um panorama dessa literatura nos séculos XVIII, XIX e primeira metade do século
XX, destacando os principais nomes em ordem cronológica. A Adital Jovem cita a
seguir alguns deles e suas principais obras:
Domingos Caldas Barbosa (1738-1800). Escreveu modinhas, lundus e seus
poemas foram preparados para serem cantados. Radicou-se em Lisboa, onde
pertenceu à Nova Arcádia Lusitana. Obras: Epitalâmio (1777), Viola de Lereno
(1798).
Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814). O poeta expressou uma visão
negativa do homem negro, nas poucas vezes em que comentou esse tema. Obras:
O Desertar, poema herói-cômico (1774), Glaura(1799).
Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). O tratamento do tema do negro se dilui em
sua poesia, principalmente quando a imagem heroicizada do índio é erguida como
símbolo do nacionalismo brasileiro. Dentre as obras de Gonçalves Dias podemos
citar: Primeiros cantos (1846), Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1849),
Os Timbiras (1857).
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908). Dentresuas obras citamos a
trilogia Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892) e Dom
Casmurro (1900). Em sua poesia ocorrem referências esparsas ao negro, com o
autor demonstrando preocupação em atenuar os aspectos ligados à cor negra.
José do Patrocínio (1853-1905). Escreveu obras em prosa de caráter realista,
onde evidenciou sua intenção de analisar questões sociais, como Coqueiro ou a
pena de morte (1877), Os retirantes (1877) e Pedro Espanhol(1884).
João da Cruz e Souza (1861-1898). A obra poética de Cruz e Souza representa o
ponto alto do Simbolismo brasileiro e inclui os livros Broquéis (1893), Missal
(1893), Faróis (1900), Últimos sonetos (1905).
Afonso Henriques de Lima Barreto (1891-1922). O romance social de Lima
Barreto expôs as contradições de nosso ambiente social: Dentre suas obras
podemos citar: Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909), Triste fim de
Policarpo Quaresma (1911) e Numa e Ninfa (1915).
Lino Guedes (1906-1951). Sua obra poética, em tom prosaico, supõe a
assimilação dos valores da sociedade branca. Entre os seus livros destacamos O
canto do cisne preto (1927) e Negro preto, cor da noite (1932).
Solano Trindade (1908-1974). Sua obra poética traz a reivindicação social do
negro em busca de melhores condições de vida. Dentre suas obras citamos
Poemas d'uma vida simples (1944) e Cantares ao meu povo (1961).
Maria Firmina dos Reis, nascida no Maranhão, situa-se no século XIX. Em 1859
a autora publicou o romance Úrsula, atribuindo aos escravos participação
importante no enredo.
Nas áreas do saber vários setores também foram influenciados pela cultura
africana , como por exemplo a musica, teatro , literatura , dança e etc.
4 - Com a vinda dos escravos africanos para o Brasil, os europeus decidiram doutriná-
los, não somente nas questões sociais, mas também, na religiosidade. Os Europeus
elaboraram uma série de materiais para catequização ao catolicismo, e aplicaram a
força na cultura dos escravos.
Entretanto, os escravos foram mais inteligentes, e sofisticaram um sistema para
continuar seus ritos-berço; o que deu Origem ao Sincretismo Religioso no Brasil.
Escravos rezavam diante de uma imagem de Santo Católico, porém, em língua
Ioruba – quando na verdade prestavam suas devoções aos deuses africanos. Os
europeus eram “enganados” e acreditavam mesmo na catequização dos negros.
Esse foi mais um fator muito forte na história do candomblé. Foi um fator tão
forte que até hoje podemos encontrar similaridades entre religiões de matrizes africanas
com o catolicismo.
Os deuses africanos foram associados a personagens, Santos Católicos para
facilitar a prática às escondidas:
· Exú – Santo Antônio.
· Omolú – São Roque ou S. Lázaro.
· Ogum – São Jorge em uns locais e Santo Antônio em outros.
· Yemanjá – Nossa Senhora dos Navegantes.
· Oxum – Nossa Senhora da Conceição.
· Xangô – São Jerônimo, São João Batista e São Miguel Arcanjo. Em alguns lugares –
São Pedro.
· Oxóssi – São Sebastião e São Jorge.
· Iansã – Santa Bárbara.
· Ibeji – São Cosme e Damião.
· Obá – Santa Rita de Cássia e Joana D’Arc.
· Nanã – Santa Ana.
· Oxumarê – São Bartolomeu.
· Oxalá – Jesus Cristo e Nosso Senhor do Bonfim.
5 O preconceito contra religiões afro-brasileiras[1]
consiste no juízo preconcebido,
manifestado geralmente na formade atitudes discriminatórias,perante pessoas,lugares
ou tradições com base em percepções sociais negativas contra as religiões afro-
brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé.
s discursos de ódio que incitam a discriminação religiosa acontecem até hoje, e
frequentemente temos noticias de manifestações preconceituosas de maneira violenta
e constrangedora.[4]
Em muitos casos a falta de conhecimento impulsionam os discursos, que arremetem a
ideia de que as religiões afro-brasileiras têm fins satânicos e demoníacos.[5]
Quando o espiritismo surgiu no século XIX, o médium francês Allan Kardec escreveu obras
controversas com relação ao estágio espiritual de outras etnias em sua época,
comparando certas povos a macacos.[
A segunda metade do século XIX foi o período no Brasil quando houve o debate em
torno da construção de um sentimento de nacionalidade e da identidade nacional,
firmando-se durante a primeira república.[9]
Este debate baseava-se nas teorias e
doutrinas raciais europeias e se expressava numa preocupação sistemática com a
origem multirracial do povo brasileiro vista como fonte de contradições e obstáculo
para a construção de uma identidade nacional.[9]
Nessa época, havia a escravidão e
hierarquia nas relações inter-raciais. A noção de raça humana esteve, então,
fortemente presente na formação desta identidade.[9]
6-
A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá
pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os
elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para
gerar novos componentes artísticos de uma magnifíca arte afro-brasileira.
A arte afro-brasileira só passou a ser devidamente valorizada como
expressão da brasilidade a partir do movimento modernista dos anos 1920 e
nas excursões que Mário de Andrade liderou por Minas Gerais e pelo
Nordeste. O reconhecimento ganhou foros intelectuais com a criação da
Universidade de São Paulo (USP) em 1934 e, a seguir, com a Universidade
do Brasil, no Rio de Janeiro. A partir de então, vários artistas brasileiros
contemporâneos de origem negra se destacaram pela produção de suas
respectivas obras:
Heitor dos Prazeres (1898-1966) – Compositor e pintor nascido e falecido
no Rio de Janeiro, sambista pioneiro que participou da fundação das escolas
de samba Portela e Mangueira. Sua carreira de pintor só foi iniciada em
1936, tendo como inspiração o samba e o cotidiano dos m orros cariocas,
onde a sua gente aparecia nos seus quadros com o rosto em perfil, o corpo
de frente e “os dentinhos de fora”. Tornou-se prestigiado após a sua
participação na I Bienal de São Paulo, em 1951, como um dos representantes
da delegação brasileira no Festival Mundial de Arte Negra, em Dacar
(Senegal, 1966).
Djanira da Motta e Silva (1914-1979) – Embora sem sangue negro, dedicou
atenção à cultura e às tradições africanas. Descendente de índios guaranis
e de austríacos, nasceu no interior de São Paulo e foi morar na capital, onde
passou uma vida de privações. Contraiu tuberculose aos 23 anos, mas
conseguiu sobreviver. Mudou-se para o Rio, onde trabalhou como modista e
cozinheira, fez aulas de pintura com Emeric Marcier e frequentou o Liceu de
Artes e Ofícios. Expôs a partir de 1942, com ampla aceitação da crítica e do
público. Fez o retrato apaixonado de sua terra e sua gente, sem concessões
ao fácil e ao pitoresco.
Mestre Didi (1917) – Natural de Salvador e alto dignatário do culto dos
ancestrais na Bahia. Seu livro mais conhecido, publicado em 1962 e
reeditado, intitula-se Contos negros da Bahia. Os seus trabalhos, de cunho
ritual, são esculturas feitas com produtos naturais.
José de Dome (1921-1982) – Figurativista intuitivo e lírico, dedicou-se a
paisagens e a tipos populares. Em Cabo Frio, onde viveu grande parte da
sua vida, o prédio da secretaria de Cultura leva seu nome.
Rubem Valentim (1922-1991) – Sua carreira se projetou a partir de 1942 e,
dois anos depois, expôs na Bahia aquele que é considerado como o primeiro
quadro abstrato executado no estado. Expositor constante nas Bienais de
São Paulo (entre 1955 e 1977) como pintor e escultor, participou da
delegação brasileira em dois festivais mundiais de Arte Negra: em Dacar
(1966) e em Lagos (1977), com uma arte geométrica ostentando símbolos
dos cultos afro-brasileiros.
Antonio Bandeira (1922-1967) – Nascido no Ceará, formou-se em Paris,
onde faleceu. Com valiosa produção abstracionista, participou das Bienais
de São Paulo e Veneza, e sua obra foi distribuída por diversos museus no
Brasil e no exterior. Ocupa uma das mais destacadas posições em toda a
história da arte brasileira.
Otávio Araújo (1926) – Natural de São Paulo, e de condição modesta,
conseguiu realizar sua primeira exposição no Rio de Janeiro, em 1946,
participando do “Grupo dos 19”. A obtenção de um prêmio permitiu-lhe viajar
para a Europa. Foi assistente de Portinari entre 1952 e 1957, e em seguida
viajou para a União Soviética.
Maria Auxiliadora (1938-1974) – Artista mineira, a sua produção foi
marcada por uma técnica de colagem de cabelo natural, que iniciou em 1968.
A sua outra característica, na qual alguns veem um afloramento da “pop art”,
foi a utilização da massa plástica para obter relevo e movimento. Em sua
arte, misturam-se sexualidade e temas religiosos, fertilidade e candomblé.
Emanoel Araújo (1940) – Artista baiano que sempre se inspirou nas
tradições populares do seu estado natal. Também crítico de arte, produtor e
administrador cultural, dono de uma importante coleção de obras de arte,
organizou em 1988 o livro A mão afro-brasileira, considerado por
especialistas a mais completa obra sobre o tema.
7 - Os negros africanos deram uma importante contribuição para a culinária brasileira
eles introduziram ingredientes diferentes como leite de coco-da-baía, o azeite de
dendê, a pimenta malagueta.
Com eles descobrimos o feijão preto, aprendemos a fazer acarajé, vatapá, caruru,
mungunzá, angu, pamonha e etc.
8- A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a África
subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que
produziu uma grande variedade de estilos.
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As
expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá,
coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê.
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos
africanos, a música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e
mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século XX e se
tornou a mais popular nos dias atuais.7
Instrumentos usados por afro-brasileiros:
 Afoxé
 Agogô
 Alfaias
 Atabaque
 Berimbau
 Tambor

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Pré-Modernismo
 

Trabalho de sociologia

  • 1. Explique o conceito de cultura africana e os estados mais influenciados Existem cinco conceitos principais que se baseiam ee apoiam a cultura africana O conceito de tempo: nas sociedades tradicionais africanas não existiam padrões de medidas como tempo, distância, peso etc. O tempo como um conceito linear era algo inconcebível e passado, presente e futuro indefinido não existiam. Tempo se tratava apenas de uma simples composição e sucessão de acontecimentos. Existe um passado distante (época dos ancestrais) e um futuro imediato, que tem relação direta com o que está acontecendo no presente. Totem: A primeira unidade básica da sociedade africana é a família e a segunda é o totem ao qual pertencem. Os grupos de famílias que dividem o mesmo totem formam um clã. O objeto contém uma conotação espiritual, representando o ancestral (ser maior) de cada sociedade. Medicina tradicional e feitiçaria: Em muitas sociedades africanas acredita-se na existência de duas energias opostas e contraditórias. Enquanto os bons espíritos, representados pelos médicos tradicionais (curandeiros) concebem a força do bem, a feitiçaria pinta a força do mal. Lobola: Em termos simples, lobola é o pagamento que o noivo deve aos pais da noiva para concretizar o casamento. Existe uma negociação intensa para decidir a quantia a ser paga, realizada normalmente pelos pais dos prometidos. Continuidade: O conceito de continuidade se baseia na crença de uma energia vital infinita, responsável pelo fluir do universo e presente em seres vivos e inanimados. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul são os mais influenciados pela cultura de origem africana, 2 - De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades. 3 – Varios autores estudaram e enfatizaram a cultura negra em suas publicações como por exemplo Edimilson de Almeida Pereira, coordenador do projeto, elaborou um panorama dessa literatura nos séculos XVIII, XIX e primeira metade do século XX, destacando os principais nomes em ordem cronológica. A Adital Jovem cita a seguir alguns deles e suas principais obras: Domingos Caldas Barbosa (1738-1800). Escreveu modinhas, lundus e seus poemas foram preparados para serem cantados. Radicou-se em Lisboa, onde
  • 2. pertenceu à Nova Arcádia Lusitana. Obras: Epitalâmio (1777), Viola de Lereno (1798). Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814). O poeta expressou uma visão negativa do homem negro, nas poucas vezes em que comentou esse tema. Obras: O Desertar, poema herói-cômico (1774), Glaura(1799). Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). O tratamento do tema do negro se dilui em sua poesia, principalmente quando a imagem heroicizada do índio é erguida como símbolo do nacionalismo brasileiro. Dentre as obras de Gonçalves Dias podemos citar: Primeiros cantos (1846), Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1849), Os Timbiras (1857). Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908). Dentresuas obras citamos a trilogia Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892) e Dom Casmurro (1900). Em sua poesia ocorrem referências esparsas ao negro, com o autor demonstrando preocupação em atenuar os aspectos ligados à cor negra. José do Patrocínio (1853-1905). Escreveu obras em prosa de caráter realista, onde evidenciou sua intenção de analisar questões sociais, como Coqueiro ou a pena de morte (1877), Os retirantes (1877) e Pedro Espanhol(1884). João da Cruz e Souza (1861-1898). A obra poética de Cruz e Souza representa o ponto alto do Simbolismo brasileiro e inclui os livros Broquéis (1893), Missal (1893), Faróis (1900), Últimos sonetos (1905). Afonso Henriques de Lima Barreto (1891-1922). O romance social de Lima Barreto expôs as contradições de nosso ambiente social: Dentre suas obras podemos citar: Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909), Triste fim de Policarpo Quaresma (1911) e Numa e Ninfa (1915). Lino Guedes (1906-1951). Sua obra poética, em tom prosaico, supõe a assimilação dos valores da sociedade branca. Entre os seus livros destacamos O canto do cisne preto (1927) e Negro preto, cor da noite (1932).
  • 3. Solano Trindade (1908-1974). Sua obra poética traz a reivindicação social do negro em busca de melhores condições de vida. Dentre suas obras citamos Poemas d'uma vida simples (1944) e Cantares ao meu povo (1961). Maria Firmina dos Reis, nascida no Maranhão, situa-se no século XIX. Em 1859 a autora publicou o romance Úrsula, atribuindo aos escravos participação importante no enredo. Nas áreas do saber vários setores também foram influenciados pela cultura africana , como por exemplo a musica, teatro , literatura , dança e etc. 4 - Com a vinda dos escravos africanos para o Brasil, os europeus decidiram doutriná- los, não somente nas questões sociais, mas também, na religiosidade. Os Europeus elaboraram uma série de materiais para catequização ao catolicismo, e aplicaram a força na cultura dos escravos. Entretanto, os escravos foram mais inteligentes, e sofisticaram um sistema para continuar seus ritos-berço; o que deu Origem ao Sincretismo Religioso no Brasil. Escravos rezavam diante de uma imagem de Santo Católico, porém, em língua Ioruba – quando na verdade prestavam suas devoções aos deuses africanos. Os europeus eram “enganados” e acreditavam mesmo na catequização dos negros. Esse foi mais um fator muito forte na história do candomblé. Foi um fator tão forte que até hoje podemos encontrar similaridades entre religiões de matrizes africanas com o catolicismo. Os deuses africanos foram associados a personagens, Santos Católicos para facilitar a prática às escondidas: · Exú – Santo Antônio. · Omolú – São Roque ou S. Lázaro. · Ogum – São Jorge em uns locais e Santo Antônio em outros. · Yemanjá – Nossa Senhora dos Navegantes. · Oxum – Nossa Senhora da Conceição. · Xangô – São Jerônimo, São João Batista e São Miguel Arcanjo. Em alguns lugares – São Pedro. · Oxóssi – São Sebastião e São Jorge. · Iansã – Santa Bárbara. · Ibeji – São Cosme e Damião. · Obá – Santa Rita de Cássia e Joana D’Arc. · Nanã – Santa Ana. · Oxumarê – São Bartolomeu. · Oxalá – Jesus Cristo e Nosso Senhor do Bonfim. 5 O preconceito contra religiões afro-brasileiras[1] consiste no juízo preconcebido, manifestado geralmente na formade atitudes discriminatórias,perante pessoas,lugares
  • 4. ou tradições com base em percepções sociais negativas contra as religiões afro- brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé. s discursos de ódio que incitam a discriminação religiosa acontecem até hoje, e frequentemente temos noticias de manifestações preconceituosas de maneira violenta e constrangedora.[4] Em muitos casos a falta de conhecimento impulsionam os discursos, que arremetem a ideia de que as religiões afro-brasileiras têm fins satânicos e demoníacos.[5] Quando o espiritismo surgiu no século XIX, o médium francês Allan Kardec escreveu obras controversas com relação ao estágio espiritual de outras etnias em sua época, comparando certas povos a macacos.[ A segunda metade do século XIX foi o período no Brasil quando houve o debate em torno da construção de um sentimento de nacionalidade e da identidade nacional, firmando-se durante a primeira república.[9] Este debate baseava-se nas teorias e doutrinas raciais europeias e se expressava numa preocupação sistemática com a origem multirracial do povo brasileiro vista como fonte de contradições e obstáculo para a construção de uma identidade nacional.[9] Nessa época, havia a escravidão e hierarquia nas relações inter-raciais. A noção de raça humana esteve, então, fortemente presente na formação desta identidade.[9] 6- A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes artísticos de uma magnifíca arte afro-brasileira. A arte afro-brasileira só passou a ser devidamente valorizada como expressão da brasilidade a partir do movimento modernista dos anos 1920 e nas excursões que Mário de Andrade liderou por Minas Gerais e pelo Nordeste. O reconhecimento ganhou foros intelectuais com a criação da Universidade de São Paulo (USP) em 1934 e, a seguir, com a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. A partir de então, vários artistas brasileiros contemporâneos de origem negra se destacaram pela produção de suas respectivas obras: Heitor dos Prazeres (1898-1966) – Compositor e pintor nascido e falecido no Rio de Janeiro, sambista pioneiro que participou da fundação das escolas de samba Portela e Mangueira. Sua carreira de pintor só foi iniciada em 1936, tendo como inspiração o samba e o cotidiano dos m orros cariocas,
  • 5. onde a sua gente aparecia nos seus quadros com o rosto em perfil, o corpo de frente e “os dentinhos de fora”. Tornou-se prestigiado após a sua participação na I Bienal de São Paulo, em 1951, como um dos representantes da delegação brasileira no Festival Mundial de Arte Negra, em Dacar (Senegal, 1966). Djanira da Motta e Silva (1914-1979) – Embora sem sangue negro, dedicou atenção à cultura e às tradições africanas. Descendente de índios guaranis e de austríacos, nasceu no interior de São Paulo e foi morar na capital, onde passou uma vida de privações. Contraiu tuberculose aos 23 anos, mas conseguiu sobreviver. Mudou-se para o Rio, onde trabalhou como modista e cozinheira, fez aulas de pintura com Emeric Marcier e frequentou o Liceu de Artes e Ofícios. Expôs a partir de 1942, com ampla aceitação da crítica e do público. Fez o retrato apaixonado de sua terra e sua gente, sem concessões ao fácil e ao pitoresco. Mestre Didi (1917) – Natural de Salvador e alto dignatário do culto dos ancestrais na Bahia. Seu livro mais conhecido, publicado em 1962 e reeditado, intitula-se Contos negros da Bahia. Os seus trabalhos, de cunho ritual, são esculturas feitas com produtos naturais. José de Dome (1921-1982) – Figurativista intuitivo e lírico, dedicou-se a paisagens e a tipos populares. Em Cabo Frio, onde viveu grande parte da sua vida, o prédio da secretaria de Cultura leva seu nome. Rubem Valentim (1922-1991) – Sua carreira se projetou a partir de 1942 e, dois anos depois, expôs na Bahia aquele que é considerado como o primeiro quadro abstrato executado no estado. Expositor constante nas Bienais de São Paulo (entre 1955 e 1977) como pintor e escultor, participou da delegação brasileira em dois festivais mundiais de Arte Negra: em Dacar (1966) e em Lagos (1977), com uma arte geométrica ostentando símbolos dos cultos afro-brasileiros. Antonio Bandeira (1922-1967) – Nascido no Ceará, formou-se em Paris, onde faleceu. Com valiosa produção abstracionista, participou das Bienais de São Paulo e Veneza, e sua obra foi distribuída por diversos museus no Brasil e no exterior. Ocupa uma das mais destacadas posições em toda a história da arte brasileira. Otávio Araújo (1926) – Natural de São Paulo, e de condição modesta, conseguiu realizar sua primeira exposição no Rio de Janeiro, em 1946, participando do “Grupo dos 19”. A obtenção de um prêmio permitiu-lhe viajar
  • 6. para a Europa. Foi assistente de Portinari entre 1952 e 1957, e em seguida viajou para a União Soviética. Maria Auxiliadora (1938-1974) – Artista mineira, a sua produção foi marcada por uma técnica de colagem de cabelo natural, que iniciou em 1968. A sua outra característica, na qual alguns veem um afloramento da “pop art”, foi a utilização da massa plástica para obter relevo e movimento. Em sua arte, misturam-se sexualidade e temas religiosos, fertilidade e candomblé. Emanoel Araújo (1940) – Artista baiano que sempre se inspirou nas tradições populares do seu estado natal. Também crítico de arte, produtor e administrador cultural, dono de uma importante coleção de obras de arte, organizou em 1988 o livro A mão afro-brasileira, considerado por especialistas a mais completa obra sobre o tema. 7 - Os negros africanos deram uma importante contribuição para a culinária brasileira eles introduziram ingredientes diferentes como leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, a pimenta malagueta. Com eles descobrimos o feijão preto, aprendemos a fazer acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha e etc. 8- A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a África subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que produziu uma grande variedade de estilos. A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê. Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos africanos, a música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais.7 Instrumentos usados por afro-brasileiros:  Afoxé  Agogô  Alfaias  Atabaque  Berimbau  Tambor