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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ

Assunto: Movimento Literário Barroco em Portugal e Brasil.
Tema: Revolucionando a literatura pela concepção contraditória do Barroco.
Nomes e números: Ana Beatriz Azevedo Pontes
Letícia Gabriele Silva Matte

n°: 02
n°: 19

Marcus Vinicius Rodrigues dos Reis n°: 25
Natalia Batista Lucas

n°: 30

Série: 1° ano D- Ensino Médio
Professora: Maria Piedade Teodoro da Silva
Disciplina: Língua Portuguesa

Jacareí, 13 de novembro de 2013.
I. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa centra-se no estudo sobre o Movimento Literário Barroco tanto em Portugal
como no Brasil; por isso busca responder os seguintes questionamentos de pesquisa: os
motivos desse Movimento, as causas e seus efeitos, os objetivos dos escritores e pintores
barrocos. Espera-se, com esse estudo, que se perceba o pensamento e o posicionamento
de escritores e pintores barrocos e assim conhecer a motivação e os debates de época.
O Movimento Literário Barroco português e brasileiro recebe influências do movimento de
renovação religiosa, introduzido pela Contrarreforma religiosa em 1580. Assim como na
literatura, o conflito de religião é inserida também na pintura barroca, apresentando-se,
então, com bastante clareza o conflito entre a razão e a fé.
O Movimento Literário Barroco foi desvalorizado por muito tempo, nele havia sua
expressão do período na decadência, mas nos últimos séculos o Barroco tem sido
observado pelo seu alto valor artístico de um momento marcante e dramático na vida da
humanidade.
II. BARROCO: INICIANDO UMA NOVA ETAPA

1. Origens

O Movimento Literário Barroco vem de um conjunto de manifestações artísticas, como
apintura, a arquitetura, a música e a literatura. Esse estilo desenvolve na Península
Ibérica, no final do século XVI.
A manifestação barroca tem duas formas de ver mundo uma das formas é o paganismo e
o sensualismo do Renascimento, e a outra forma é a forte onda da religião em que lembra
o Teocentrismo medieval, em uma tentativa de reencontrar o fio perdido da tradição cristã.
O Movimento Literário Barroco tem como tentativa sintetizar elementos, como, o mundo
material de uma com o mundo espiritual de oura. Tal busca virou uma preocupação.
Houve uma época que essa preocupação era tão forte que marcou todas as
manifestações culturais, dando origem ao Barroco. O Barroco, então, se caracteriza por
revelar conflitos de ordem política, economia, social e religiosa, por isso busca retratar a
tentativa de conciliar forças antagônicas: bem- mal; Deus- Diabo; céu- terra; purezapecado; alegria- tristeza; espírito- matéria, ou seja o Barroco é arte das oposições, gerado
por conflitos.
A arte barroca procurava expressar o feio, o anormal, o inusitado, o cruel, o sangramento,
cenas de batalhas, cadáveres em putrefação, de anormalidades físicas e morais. A arte
barroca buscavaentão caminhos próprios havendo necessidades de expressão naquele
momento.
A literatura barroca atinge diferentes grupos sociais, mas a poesia satírica é a mais direta
e se fazia presente na maior parte da população, porém era a prosa que se encontrava no
clero.
2. Movimento Literário Barroco em Portugal (de 1580 a 1756)

A iniciação do Movimento Literário Barroco, em Portugal, não tem uma data exata, mas
historiadores afirmam que começa no momento em que a Espanha domina Portugal, após
a unificação ibérica, define o que será o Barroco de Portugal.A maioria dos poetas
barrocos portugueses publicou suas obras ainda vivo. O gênero que mais se encontra na
literatura portuguesa é a lírica, satírica e épica; na prosa é a religiosidade, historiográfica e
a moralista, porém a que mais se constava nos textos literários era o Conceptismo e
Cultismo. O Conceptismo é mais encontrado nas prosas religiosas, na qual o padre
Antônio Vieira prega em seus sermões; já o Cultismo manifesta por meio de jogos de
raciocínio, mas encontra-se principalmente nas poesias lírica.

3. Padre Vieira e seus sermões literários

Padre Antônio Vieira é considerado um dos maiores nomes do Barroco em Portugal,
diversos sermões continham temas que não era da apenas da religião, como temas
jurídicos; humanísticas; políticas; criticava sobre a corrupção e contra a escravidão dos
indígenas, sendo assim um grande formador de opiniões, esses temas continham
também em jogos de palavras. O padre Antônio Vieira tinha como objetivo transmitir uma
imagem positiva de seu país, para motivar seus seguidores e defender Portugal. Em um
de seus sermões, o padre Antônio Vieira compara Jesus Cristo aos escravos, pois ambos
sofreram, tinham semelhanças entre a nudez, a fome, aos maus-tratos que recebiam e o
sacrifício na madeira, que seria Jesus na cruz, e os escravos no engenho, Vieira usou um
paradoxo entre a doçura do produto que eles fabricaram com a vida amarga que tinham.
Segundo META – Manual de Ensino e Técnicas Avançadas (MASUKO, 2006), as
características do padre Antônio Vieira são a sua obra pertence à literatura brasileira e à
portuguesa; ele é considerado o maior orador barroco no Brasil e em Portugal; seus
sermões apresentam termos religiosos e também político-sociais, além de apresentarem
analogias entre passagens da Bíblia e fatos do cotidiano e também os seus sermões são
considerados a mais alta expressão da prosa conceptista em nossa literatura, como o
exemplo a seguir do fragmento do Sermão da sexagésima.
“O Sermão da sexagésima”: “Um dos principais sermões de Vieira é o
Sermão da sexagésima, pregado na Capela Real de Lisboa, em 1655 e
conhecido também com A Palavra de Deus. Polêmico, esse Sermão resume
a arte de pregar. Ao analisar „Por que não frutificava a Palavra de Deus na
terra‟, visava seus adversários católicos- os gongóricos dominicanos.
(NICOLA, 2010).
Será por ventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão
dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda a arte e a
toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil e
muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara o
Cristo o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de
natureza que de arte.
Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do
mais antigo pregador que houve do Mundo. E qual foi ele? O mais antigo
pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador,
deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas
palavras do Céu?
- As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a
harmonia e o curso delas. O pregar há de ser como quem semeia, e não
como quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,
como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma
parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de
outra há de estar noite? Se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer
sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu.
Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas
hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...)
Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não prega do evangelho, não
prega das sagradas escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus?Esse é o mal. Prega palavras de Deus, mas não prega a palavra de Deus?
(NICOLA, 2010).
4. Movimento Literário Barroco no Brasil (de 1601 a 1768)

As manifestações culturais no Brasil aconteceram, primeiramente, na Bahia e
Pernambuco. A sociedade brasileira ainda não era estruturada, por isso as manifestações
literárias não chegaram a constituir um estilo de época.
O Movimento Literário Barroco no Brasil cria, então, um cenário em que há ideias e
opiniões opostas, como, o amor e sofrimento; religião e erotismo; vida e morte, havendo
consciência de que é preciso aproveitar a vida ao máximo, por que os sentimentos e os
valores mudam constantemente.
A poesia brasileira tem linguagens cultas, tendo também linguagens inversas e figuras de
linguagem. A literatura barroca brasileira durou cerca de um século- 1601 á 1705-, já as
artes plásticas durou desde o século XVIII ao começo do século XIX. A obra literária que
marcou o início do barroco brasileiro foi Prosopopéia, de Bento Teixeira, na qual retratava
a capitania em Pernambuco.

5. Gregório de Matos: primeiro poeta brasileiro baiano

Gregório de Matos foi um dos poetas mais conhecido e prestigiado com suas poesias
lírica, religiosa, filosófica, e principalmente satírica (recebeu à alcunha de “Boca do
Inferno”), em que sempre retratava críticas arrasadoras ao que acontecia à Bahia e aos
governantes, por causa dos poemas contra os políticos foi deportado para Angola. Na
poesia lírica é retratada por sonetos em que diz a respeito de poetas clássicos e
humanistas do barroco. A poesia religiosa manifesta-se o conflito entre a razão e a fé. A
poesia filosófica trata-se do amor e seus problemas.

Conforme Masuko (2006), as características da poesia gregoriana sintetizam-se em
destacar que Matos é a primeira grande voz da poesia brasileira que pode ser classificada
em diversas faces: lírica, satírica, filosófica, religiosa, pornográfica, encomiástica
(elogiosa); influenciado pela tradição espanhola e portuguesa e, ao mesmo tempo,
inventivo e original. É considerado poeta maldito, conhecido como “Boca do Inferno”, o
maior satírico da literatura brasileira.
Poesia Lírica: “À mesma D. Ângela”
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
Do verde pé, da rama florescente;
E quem um Anjo vira tão luzente;
Que por deu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por gargalhada,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. (Nicola,2010)
Poesia religiosa: “A Jesus Cristo nosso Senhor”
Pequei, Senhor: mas não porque hei pecado,
da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido,
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se ua Ovelha perdida, já cobrada,
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacha História:
Eu sou, Senhor, Ovelha desgarrada;
cobrai-a; e não queiras, Pastor Divino
perder na vossa Ovelha a vossa glória. (Nicola, 2010)
Poesia Filosófica: “Desenganos da vida humana metaforicamente”
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Gargadilhas apresta, alentos preza:
Mas ser plantar, ser rosa, ser nau vistosa
De que importa, se guarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Nicola, 2010)
Poesia Satírica: “Desaires da formosura com as pensões da natureza ponderados na
mesma dama”
Rubi, concha de perlas peregrina,
Animado cristal, viva escarlata,
Duas safiras sobre a lisa prata,
Ouro encrespado sobre a prata fina.
Este o rostinho é de Caterina;
E porque docemente obriga, e mata,
Não livra o ser divino em ser ingrata,
E raio a raio os corações fulmina.
Viu Fábio uma tarde transportado
Bebendo admirações, e galhadias,
A quem já tanto amor levantou aras:
Disse igualmente amante, e magoado:
Ah muchacha gentil, que serias,
Se sendo tão formosa não cagara! (Nicola, 2010)

6. Presença do Barroco literário na literatura atual

O Barroco motivou a inovação literária e artística, baseando- se na valorização de cenas
dramáticas e pensamentos da época em questão. Na literatura, esse movimento teve
inicio com a Semana de Arte Moderna em 1922, tendo uma nova fase nas produções
artística.
No texto literário “Umas e outras” de Chico Buarque foi encontrado a presença do
Barroco, porém atual. Há aspectos como a felicidade e a tristeza; o amor e em sseguida
sofrimento.
“Umas e outras”
Se uma nunca tem sorriso
É para melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar.
A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Por isso, às vezes ela pára
E senta um pouco pra chorar.
Que dia! Nossa!
Pra que tanta conta
Já perdi a conta de tanto rezar.
Se a outra não tem paraíso
Não dá muita importância, não.
Pois já forjou o seu sorriso
E fez da mesma profissão.
A vida é sempre aquela dança
Onde não se escolhe o par
Por isso, às vezes ela cansa
E senta um pouco pra chorar.
Que dia! Puxa!
Que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar.
Mas toda santa madruga
Quando uma já sonhou com Deus
E a outra triste enamorada,
Coitada, já deitou com os seus,
O acaso faz que essas duas,
Que a sorte sempre separou,
Se cruzem numa mesma rua
Olhando-se com a mesma dor.
Que dia! Nossa!
Pra que tanta conta
Já perdi a conta de tanto rezar...
Que dia! Puxa!
Que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar.
Que dia! Puxa!
Que vida complicada
Pra que tanta vida
Pra gente viver...
Que dia... (Faraco e Moura)
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa, vimos o estilo literário e artístico já de Idade Moderna do Barroco, tanto
em Portugal quanto no Brasil, com suas pinturas retratando a grandiosidade do
Cristianismo e em seus poemas de crítica à própria Igreja Católica, no caso de uns dos
poetas Barrocos mais conhecidos no Brasil é Gregório de Matos Guerra, ficando
conhecido pelo apelido “Boca do Inferno”. Na arte da religião é retratado o bem contra o
mal, sendo representada por Jesus Cristo.
Os países influenciados pelo Barroco foram o Brasil, Portugal, Itália, França e Espanha. A
grande parte dos poetas Barrocos não escreveu e nem publicaram livros por causa da
ditadura que se encontrava na época. As obras eram ditas oralmente e/ou lidas em cópias
manuscritas.
VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BARRETO, Ricardo Gonçalves. Português: ensino médio 1° ano- Ser Protagonista. São
Paulo: SM, 1°, 2010.
SARAIVA Antônio José. Iniciação da Literatura Portuguesa. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011.
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura brasileira. São Paulo: Cutrix, 1994.
NICOLA, José de. Português: ensino médio. São Paulo: Scipione, 2010.
FILHO, Domicio Proença. Estilo de época na literatura. São Paulo: Ática, 1974.
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português linguagens. São
Paulo: Atual, 2003.
FARACO, Carlos Emilio & MOURA, Francisco Mato. Língua e Literatura- volume 1. São
Paulo: Ática, 2008.
MASUKO, Marcos Hideichi. Meta- Manual de Ensino e Técnicas Avançadas. São Paulo:
Didática Paulista, 2006.

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Movimento Literário Barroco do 1º ANO D

  • 1. ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ Assunto: Movimento Literário Barroco em Portugal e Brasil. Tema: Revolucionando a literatura pela concepção contraditória do Barroco. Nomes e números: Ana Beatriz Azevedo Pontes Letícia Gabriele Silva Matte n°: 02 n°: 19 Marcus Vinicius Rodrigues dos Reis n°: 25 Natalia Batista Lucas n°: 30 Série: 1° ano D- Ensino Médio Professora: Maria Piedade Teodoro da Silva Disciplina: Língua Portuguesa Jacareí, 13 de novembro de 2013.
  • 2. I. INTRODUÇÃO Esta pesquisa centra-se no estudo sobre o Movimento Literário Barroco tanto em Portugal como no Brasil; por isso busca responder os seguintes questionamentos de pesquisa: os motivos desse Movimento, as causas e seus efeitos, os objetivos dos escritores e pintores barrocos. Espera-se, com esse estudo, que se perceba o pensamento e o posicionamento de escritores e pintores barrocos e assim conhecer a motivação e os debates de época. O Movimento Literário Barroco português e brasileiro recebe influências do movimento de renovação religiosa, introduzido pela Contrarreforma religiosa em 1580. Assim como na literatura, o conflito de religião é inserida também na pintura barroca, apresentando-se, então, com bastante clareza o conflito entre a razão e a fé. O Movimento Literário Barroco foi desvalorizado por muito tempo, nele havia sua expressão do período na decadência, mas nos últimos séculos o Barroco tem sido observado pelo seu alto valor artístico de um momento marcante e dramático na vida da humanidade.
  • 3. II. BARROCO: INICIANDO UMA NOVA ETAPA 1. Origens O Movimento Literário Barroco vem de um conjunto de manifestações artísticas, como apintura, a arquitetura, a música e a literatura. Esse estilo desenvolve na Península Ibérica, no final do século XVI. A manifestação barroca tem duas formas de ver mundo uma das formas é o paganismo e o sensualismo do Renascimento, e a outra forma é a forte onda da religião em que lembra o Teocentrismo medieval, em uma tentativa de reencontrar o fio perdido da tradição cristã. O Movimento Literário Barroco tem como tentativa sintetizar elementos, como, o mundo material de uma com o mundo espiritual de oura. Tal busca virou uma preocupação. Houve uma época que essa preocupação era tão forte que marcou todas as manifestações culturais, dando origem ao Barroco. O Barroco, então, se caracteriza por revelar conflitos de ordem política, economia, social e religiosa, por isso busca retratar a tentativa de conciliar forças antagônicas: bem- mal; Deus- Diabo; céu- terra; purezapecado; alegria- tristeza; espírito- matéria, ou seja o Barroco é arte das oposições, gerado por conflitos. A arte barroca procurava expressar o feio, o anormal, o inusitado, o cruel, o sangramento, cenas de batalhas, cadáveres em putrefação, de anormalidades físicas e morais. A arte barroca buscavaentão caminhos próprios havendo necessidades de expressão naquele momento. A literatura barroca atinge diferentes grupos sociais, mas a poesia satírica é a mais direta e se fazia presente na maior parte da população, porém era a prosa que se encontrava no clero.
  • 4. 2. Movimento Literário Barroco em Portugal (de 1580 a 1756) A iniciação do Movimento Literário Barroco, em Portugal, não tem uma data exata, mas historiadores afirmam que começa no momento em que a Espanha domina Portugal, após a unificação ibérica, define o que será o Barroco de Portugal.A maioria dos poetas barrocos portugueses publicou suas obras ainda vivo. O gênero que mais se encontra na literatura portuguesa é a lírica, satírica e épica; na prosa é a religiosidade, historiográfica e a moralista, porém a que mais se constava nos textos literários era o Conceptismo e Cultismo. O Conceptismo é mais encontrado nas prosas religiosas, na qual o padre Antônio Vieira prega em seus sermões; já o Cultismo manifesta por meio de jogos de raciocínio, mas encontra-se principalmente nas poesias lírica. 3. Padre Vieira e seus sermões literários Padre Antônio Vieira é considerado um dos maiores nomes do Barroco em Portugal, diversos sermões continham temas que não era da apenas da religião, como temas jurídicos; humanísticas; políticas; criticava sobre a corrupção e contra a escravidão dos indígenas, sendo assim um grande formador de opiniões, esses temas continham também em jogos de palavras. O padre Antônio Vieira tinha como objetivo transmitir uma imagem positiva de seu país, para motivar seus seguidores e defender Portugal. Em um de seus sermões, o padre Antônio Vieira compara Jesus Cristo aos escravos, pois ambos sofreram, tinham semelhanças entre a nudez, a fome, aos maus-tratos que recebiam e o sacrifício na madeira, que seria Jesus na cruz, e os escravos no engenho, Vieira usou um paradoxo entre a doçura do produto que eles fabricaram com a vida amarga que tinham. Segundo META – Manual de Ensino e Técnicas Avançadas (MASUKO, 2006), as características do padre Antônio Vieira são a sua obra pertence à literatura brasileira e à portuguesa; ele é considerado o maior orador barroco no Brasil e em Portugal; seus sermões apresentam termos religiosos e também político-sociais, além de apresentarem analogias entre passagens da Bíblia e fatos do cotidiano e também os seus sermões são
  • 5. considerados a mais alta expressão da prosa conceptista em nossa literatura, como o exemplo a seguir do fragmento do Sermão da sexagésima. “O Sermão da sexagésima”: “Um dos principais sermões de Vieira é o Sermão da sexagésima, pregado na Capela Real de Lisboa, em 1655 e conhecido também com A Palavra de Deus. Polêmico, esse Sermão resume a arte de pregar. Ao analisar „Por que não frutificava a Palavra de Deus na terra‟, visava seus adversários católicos- os gongóricos dominicanos. (NICOLA, 2010). Será por ventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda a arte e a toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara o Cristo o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte. Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve do Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas palavras do Céu? - As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite? Se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...) Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não prega do evangelho, não prega das sagradas escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus?Esse é o mal. Prega palavras de Deus, mas não prega a palavra de Deus? (NICOLA, 2010).
  • 6. 4. Movimento Literário Barroco no Brasil (de 1601 a 1768) As manifestações culturais no Brasil aconteceram, primeiramente, na Bahia e Pernambuco. A sociedade brasileira ainda não era estruturada, por isso as manifestações literárias não chegaram a constituir um estilo de época. O Movimento Literário Barroco no Brasil cria, então, um cenário em que há ideias e opiniões opostas, como, o amor e sofrimento; religião e erotismo; vida e morte, havendo consciência de que é preciso aproveitar a vida ao máximo, por que os sentimentos e os valores mudam constantemente. A poesia brasileira tem linguagens cultas, tendo também linguagens inversas e figuras de linguagem. A literatura barroca brasileira durou cerca de um século- 1601 á 1705-, já as artes plásticas durou desde o século XVIII ao começo do século XIX. A obra literária que marcou o início do barroco brasileiro foi Prosopopéia, de Bento Teixeira, na qual retratava a capitania em Pernambuco. 5. Gregório de Matos: primeiro poeta brasileiro baiano Gregório de Matos foi um dos poetas mais conhecido e prestigiado com suas poesias lírica, religiosa, filosófica, e principalmente satírica (recebeu à alcunha de “Boca do Inferno”), em que sempre retratava críticas arrasadoras ao que acontecia à Bahia e aos governantes, por causa dos poemas contra os políticos foi deportado para Angola. Na poesia lírica é retratada por sonetos em que diz a respeito de poetas clássicos e humanistas do barroco. A poesia religiosa manifesta-se o conflito entre a razão e a fé. A poesia filosófica trata-se do amor e seus problemas. Conforme Masuko (2006), as características da poesia gregoriana sintetizam-se em destacar que Matos é a primeira grande voz da poesia brasileira que pode ser classificada em diversas faces: lírica, satírica, filosófica, religiosa, pornográfica, encomiástica (elogiosa); influenciado pela tradição espanhola e portuguesa e, ao mesmo tempo,
  • 7. inventivo e original. É considerado poeta maldito, conhecido como “Boca do Inferno”, o maior satírico da literatura brasileira. Poesia Lírica: “À mesma D. Ângela” Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que a não cortara, Do verde pé, da rama florescente; E quem um Anjo vira tão luzente; Que por deu Deus o não idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por gargalhada, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. (Nicola,2010) Poesia religiosa: “A Jesus Cristo nosso Senhor” Pequei, Senhor: mas não porque hei pecado, da vossa Alta Piedade me despido: Antes, quanto mais tenho delinqüido, vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, a abrandar-vos sobeja um só gemido: que a mesma culpa, que vos há ofendido, vos tem para o perdão lisonjeado. Se ua Ovelha perdida, já cobrada, glória tal e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na Sacha História: Eu sou, Senhor, Ovelha desgarrada; cobrai-a; e não queiras, Pastor Divino perder na vossa Ovelha a vossa glória. (Nicola, 2010)
  • 8. Poesia Filosófica: “Desenganos da vida humana metaforicamente” É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Gargadilhas apresta, alentos preza: Mas ser plantar, ser rosa, ser nau vistosa De que importa, se guarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Nicola, 2010) Poesia Satírica: “Desaires da formosura com as pensões da natureza ponderados na mesma dama” Rubi, concha de perlas peregrina, Animado cristal, viva escarlata, Duas safiras sobre a lisa prata, Ouro encrespado sobre a prata fina. Este o rostinho é de Caterina; E porque docemente obriga, e mata, Não livra o ser divino em ser ingrata, E raio a raio os corações fulmina. Viu Fábio uma tarde transportado Bebendo admirações, e galhadias, A quem já tanto amor levantou aras:
  • 9. Disse igualmente amante, e magoado: Ah muchacha gentil, que serias, Se sendo tão formosa não cagara! (Nicola, 2010) 6. Presença do Barroco literário na literatura atual O Barroco motivou a inovação literária e artística, baseando- se na valorização de cenas dramáticas e pensamentos da época em questão. Na literatura, esse movimento teve inicio com a Semana de Arte Moderna em 1922, tendo uma nova fase nas produções artística. No texto literário “Umas e outras” de Chico Buarque foi encontrado a presença do Barroco, porém atual. Há aspectos como a felicidade e a tristeza; o amor e em sseguida sofrimento. “Umas e outras” Se uma nunca tem sorriso É para melhor se reservar E diz que espera o paraíso E a hora de desabafar. A vida é feita de um rosário Que custa tanto a se acabar Por isso, às vezes ela pára E senta um pouco pra chorar. Que dia! Nossa! Pra que tanta conta Já perdi a conta de tanto rezar. Se a outra não tem paraíso Não dá muita importância, não. Pois já forjou o seu sorriso E fez da mesma profissão. A vida é sempre aquela dança Onde não se escolhe o par
  • 10. Por isso, às vezes ela cansa E senta um pouco pra chorar. Que dia! Puxa! Que vida danada Tem tanta calçada pra se caminhar. Mas toda santa madruga Quando uma já sonhou com Deus E a outra triste enamorada, Coitada, já deitou com os seus, O acaso faz que essas duas, Que a sorte sempre separou, Se cruzem numa mesma rua Olhando-se com a mesma dor. Que dia! Nossa! Pra que tanta conta Já perdi a conta de tanto rezar... Que dia! Puxa! Que vida danada Tem tanta calçada pra se caminhar. Que dia! Puxa! Que vida complicada Pra que tanta vida Pra gente viver... Que dia... (Faraco e Moura)
  • 11. III. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa, vimos o estilo literário e artístico já de Idade Moderna do Barroco, tanto em Portugal quanto no Brasil, com suas pinturas retratando a grandiosidade do Cristianismo e em seus poemas de crítica à própria Igreja Católica, no caso de uns dos poetas Barrocos mais conhecidos no Brasil é Gregório de Matos Guerra, ficando conhecido pelo apelido “Boca do Inferno”. Na arte da religião é retratado o bem contra o mal, sendo representada por Jesus Cristo. Os países influenciados pelo Barroco foram o Brasil, Portugal, Itália, França e Espanha. A grande parte dos poetas Barrocos não escreveu e nem publicaram livros por causa da ditadura que se encontrava na época. As obras eram ditas oralmente e/ou lidas em cópias manuscritas.
  • 12. VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BARRETO, Ricardo Gonçalves. Português: ensino médio 1° ano- Ser Protagonista. São Paulo: SM, 1°, 2010. SARAIVA Antônio José. Iniciação da Literatura Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura brasileira. São Paulo: Cutrix, 1994. NICOLA, José de. Português: ensino médio. São Paulo: Scipione, 2010. FILHO, Domicio Proença. Estilo de época na literatura. São Paulo: Ática, 1974. CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português linguagens. São Paulo: Atual, 2003. FARACO, Carlos Emilio & MOURA, Francisco Mato. Língua e Literatura- volume 1. São Paulo: Ática, 2008. MASUKO, Marcos Hideichi. Meta- Manual de Ensino e Técnicas Avançadas. São Paulo: Didática Paulista, 2006.