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Técnicas e estratégias didáticas

Contexto das estratégias didáticas
    Ao tratarem de estratégia de ensino e método de ensino, muitos autores
utilizam essas expressões como sinônimos. Há uma grande confusão em
relação a essas expressões, que possuem significados e realidades distintas.

    Uma das distinções é delineada por Maria Raineldes Tosi (2003) quando
afirma que o termo método é utilizado em âmbito universitário, enquanto
estratégia é utilizado em outros níveis escolares. Contudo, há outras diferen-
ciações em relação não somente ao uso, mas também ao conteúdo desses
termos.

   Vamos analisar algumas dessas distinções levando em consideração que
método é o caminho que conduz a um determinado ponto futuro, enquanto
estratégia compreende as práticas viáveis para se caminhar nessa estrada.
Para viabilizar o método e as estratégias, existem os recursos, que podem ser
materiais ou humanos.



Método
   O método é fruto de uma escolha realizada pelo professor para assegurar
a consecução do planejamento de ensino. Cabe ressaltar que não há uma
melhor metodologia, mas sim uma metodologia mais adequada para alcan-
çar determinados objetivos.

   Segundo Libâneo (1993, p. 150), ao dirigir e estimular o processo de ensino
em função da aprendizagem, o professor utiliza intencionalmente um con-
junto de ações, passos, condições externas e procedimentos que é chamado
de método.

    Ademais, o método constitui uma reflexão sobre a realidade educacional,
pois, ao eleger o método de ensino, ele deverá analisar a realidade em que
a instituição de ensino está inserida, os conteúdos e os objetivos traçados,
relacionando todos esses elementos a fim de promover adequadamente
a relação ensino-aprendizagem (LIBÂNEO, 1993, p. 151).
Didática do Ensino Superior



           O método é o caminho a ser trilhado pelo professor desde o planejamento até
        a avaliação do período letivo e pode ser entendido como um conjunto de etapas
        que serão vencidas, de forma sistematizada, na busca pelo conhecimento. Nas
        palavras do professor Libâneo (1993, p. 152):
            Em resumo, podemos dizer que os métodos de ensino são as ações do professor pelas quais se
            organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em
            relação a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interação entre ensino e aprendi-
            zagem, entre professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimen-
            tos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos.

            O método é responsável pela transparência e a objetividade da relação ensino-
        -aprendizagem. Existem diversos tipos de método que podem auxiliar o professor
        a traçar esse caminho, dentre os quais se destacam o indutivo, o dedutivo, o dia-
        lético e o hipotético-dedutivo. A escolha do método adequado dependerá da for-
        mulação dos objetivos e dos conteúdos de cada disciplina e, portanto, o método
        deverá ser particularizado de acordo com a disciplina escolhida e os objetivos do
        professor. Ademais, a escolha do método deve levar em consideração a condição
        discente, suas características, aspirações e desenvolvimento.


        Método dedutivo
           Caminha-se do todo para as partes, ou seja, de uma generalização para uma
        questão particularizada. Esses argumentos gerais se apresentam como verdadei-
        ros, pois já foram validados pela ciência. Há, portanto, uma relação lógica entre as
        premissas gerais e particulares: caso a primeira seja considerada inválida, a con-
        clusão também o será.

           Esse método fundamenta-se no silogismo: partindo de uma premissa maior,
        passando por outra menor e chegando a uma conclusão particular.


        Método indutivo
           É o método responsável pela generalização, isto é, parte-se de algo particular
        para uma questão mais ampla, ou seja, geral. O seu objetivo é “[...] chegar a con-
        clusões mais amplas do que o conteúdo estabelecido pelas premissas nas quais
        está fundamentado” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 63).



  76
Técnicas e estratégias didáticas



Método dialético
   Esse método parte de uma tese, que constitui uma proposição considerada
verdadeira, a qual é contradita por uma outra proposição, denominada antítese.
Do embate dessas categorias, surge uma síntese, que é a conclusão lógica extraída
da tese e da antítese.

   Essa síntese constitui uma nova tese, à qual será contraposta uma antítese para
se chegar a uma síntese, e assim sucessivamente.


Método hipotético-dedutivo
   Foi desenvolvido por Karl Popper e consiste na eleição de hipóteses (proposi-
ções hipotéticas) que possuem uma certa viabilidade para responder a um deter-
minado problema de natureza científica.

   Após a eleição dessas hipóteses, busca-se o seu falseamento, a fim de compro-
var sua sustentabilidade. O método se encerra com a comprovação das hipóteses.
Caso sejam refutadas, as hipóteses deverão ser refeitas.



Técnicas
   Um dos componentes dos métodos são as técnicas, que compreendem
mecanismos utilizados pelo professor para atingir um objetivo de acordo com o
método eleito. Existem diversos tipos de técnicas: centradas no professor e cen-
tradas no aluno.


Técnicas centradas no professor
   Compreende técnicas que colocam o professor no centro da atividade educa-
cional, e tem-se como exemplo a aula expositiva.

   Antes de analisarmos a técnica da aula expositiva, vamos analisar os objetivos
da aprendizagem, os quais devem circundar a escolha das mais adequadas técni-
cas. Dentre os objetivos da aprendizagem, destacam-se:




                                                                                           77
Didática do Ensino Superior



             ter caráter científico e sistemático;

             ser compreensível; e

             relacionar-se com a prática.

            Todas as técnicas deverão primar por atingir esses objetivos.


        Aula expositiva
          É aquela em que o professor transmite seu conhecimento aos alunos, sendo
        que estes o escutam, interpretam e chegam a conclusões. Trata-se de uma ativi-
        dade receptiva e não passiva dos alunos.

           A aula expositiva foi muito utilizada pela tendência tradicionalista de ensino e
        por isso foi alvo de diversas críticas. Contudo, ela é uma forte aliada do professor
        universitário, que poderá utilizá-la para promover um ensino engajado e crítico.

           Em uma aula expositiva, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apre-
        sentados e explicados pelo professor. Ele é a fonte do conhecimento e, para não
        transformar-se em um prisioneiro desse status, deverá tomar alguns cuidados,
        como definir com clareza seus objetivos, fazer com que os alunos conheçam seus
        objetivos, organizar ideias, cuidar do tom de voz e do ritmo da fala.

           A aula expositiva é ideal para apresentar novos conteúdos e, para tanto,
        o conhecimento a ser transmitido deverá se relacionar com a mensagem a ser
        recepcionada pelos alunos. Essa adaptação deverá abranger as características e
        necessidades dos alunos e para isso deverá ser clara, precisa e concisa. Essa téc-
        nica é a mais tradicional no ensino universitário, sendo também a mais utilizada.

           Há nessa técnica alguns pontos positivos que devem ser analisados e dentre
        eles destacamos que:

             facilita a exposição lógica e crítica da matéria, levando o aluno a pensar;

             explica de modo sistemático um assunto desconhecido ou quando os alu-
              nos trazem ideias insuficientes ou imprecisas;

             instiga a curiosidade e causa uma estimuladora sede pelo conhecimento;

             é capaz de descrever uma situação real;

             proporciona conhecimentos e habilidades e desenvolve capacidades;


  78
Técnicas e estratégias didáticas



    desenvolve uma relação entre o pensamento e a linguagem, a coordena-
     ção de ideias e a sistematização de conhecimentos;
    pode ser realizada por meio de demonstração, ilustração (apresentação
     gráfica), utilizando-se de exemplos;
    é mais econômica, pois requer apenas professor, alunos, um ambiente ade-
     quado e conhecimento, diminuindo as despesas.


Código comentado como técnica de exposição
    O professor poderá utilizar elementos auxiliares para a realização da aula expo-
sitiva. Um desses elementos é o código comentado, que trará diversos exemplos
da atualidade e ainda decisões jurisprudenciais. Contudo, o professor não poderá
se limitar à utilização do código: ele deverá apresentar os exemplos e discutir as
decisões jurisprudenciais embasado em teorias que não estão presentes nesse
tipo de documento.

   Além disso, uma aula expositiva em que o professor se restringe à leitura do
código é demasiadamente cansativa para o aluno e não cumpre os requisitos
necessários para a aula expositiva.

   O código comentado deve trazer inovações para aula, ilustrando-a e tornan-
do-a interessante.


Recursos audiovisuais
   A fim de incrementar a sua aula, o professor poderá utilizar recursos audiovi-
suais, os quais trazem maior atenção e curiosidade para as aulas. Todavia, eles não
substituem o conteúdo a ser ministrado pelo professor. Nas palavras de Antonio
Carlos Gil (1997, p. 96):
   Ao se recomendar aos professores a utilização de uma linguagem mais moderna, não se está,
   em absoluto, propondo que transformem suas aulas em espetáculos, mas que reconheçam a
   concorrência que as escolas sofrem dos meios de comunicação de massa, no intento de con-
   seguir a atenção do público. Nesse sentido, os recursos audiovisuais tornam-se bastante úteis.
   Quando bem elaborados e apresentados oportunamente, são capazes de despertar a atenção
   dos alunos de forma bem superior à exposição oral.

   Esse mesmo autor destaca algumas vantagens na utilização desses recursos
audiovisuais nas aulas expositivas. Dentre as vantagens, podemos destacar a aten-
ção despertada nos alunos. Hoje, os professores esbarram em toda a tecnologia
que está à disposição dos alunos em todos os momentos da sua vida. O professor

                                                                                                       79
Didática do Ensino Superior



        que se mantém estagnado em uma aula tradicional, meramente expositiva, acaba
        perdendo lugar para outras questões mais interessantes.

           Outra vantagem é a compreensão e a aplicação de conhecimentos, pois traz
        a prática para a sala de aula: ver e sentir é melhor do que simplesmente ouvir. Os
        recursos audiovisuais, nesse sentido, estimulam os sentidos, aprimorando a ob-
        tenção de conhecimento, ou seja, os recursos audiovisuais facilitam a retenção.

           Eles podem também ser utilizados durante a avaliação dos alunos – por exem-
        plo, um gravador durante uma prova oral.

           Todavia, a utilização desses recursos pode causar algumas desvantagens no
        processo ensino-aprendizagem. Por exemplo, a má utilização desses recursos
        pode causar um retrocesso no processo de aprendizagem, fazendo com que os
        professores não consigam atingir seus objetivos.

           Da mesma forma, o professor não deve ficar restrito ao recurso audiovisual
        que estará utilizando, pois no caso de uma eventualidade ele deverá fazer a expo-
        sição da matéria sem o auxílio desse recurso.

           Note-se que essas desvantagens não são necessariamente dos recursos, mas
        da forma como o professor os utiliza.

           Há uma gama desses recursos, que se divide em visuais, auditivos e audiovi-
        suais. Ou seja, podem aguçar somente a visão, a audição ou os dois sentidos ao
        mesmo tempo. Quanto maior o número de sentidos utilizados pelo aluno, maior
        será seu aprendizado.

           Vamos verificar alguns desses recursos que o professor poderá utilizar. Dentre
        eles, podemos destacar o quadro, o retroprojetor, o videocassete ou o aparelho
        de DVD e o projetor multimídia.


        Quadro
           É o recurso mais simplificado. Sua utilização é fácil e bem aceita tanto pelo corpo
        discente como pelo corpo docente. O professor deverá utilizá-lo da esquerda para
        a direita e de cima para baixo, para conduzir o raciocínio dos alunos de forma
        lógica e sistemática.

          O quadro poderá ser branco ou negro, utilizando pincel ou giz. Independente-
        mente da forma do quadro, o professor deverá planejar sua utilização de acordo
        com os objetivos do seu plano de aula e do conteúdo a ser trabalhado. É possível

  80
Técnicas e estratégias didáticas



escrever no quadro e falar ao mesmo tempo. Todavia, o professor deverá tomar
cuidado com a dicção e a altura da voz, e para não falar de costas para a turma.
Ademais, o professor deverá cuidar para que sua escrita ou os desenhos feitos no
quadro sejam visíveis para a turma. Letras e desenhos pequenos geram desaten-
ção e conversas paralelas.

   Antes e após a aula, o quadro deverá estar limpo. Trata-se de uma maneira
educada e elegante de deixar a sala de aula, a qual receberá outro professor, além
de organizar sistematicamente o raciocínio dos alunos.


Retroprojetor
   O retroprojetor, depois do quadro, é também frequentemente utilizado no
ensino universitário. Ele é de fácil utilização e possui bastante eficácia. Porém,
para que essa eficácia seja alcançada, o professor deverá manter-se ao lado do
retroprojetor, de frente para os alunos e de costas para a projeção, sempre indi-
cando os destaques na transparência e não na projeção.

    Além da utilização correta do retroprojetor, o professor deverá preparar uma
boa transparência, a qual corresponde a uma folha de papel celofane, plástico ou
acetato, vendida em papelarias, devendo ser preenchida com uma caneta espe-
cial ou impressa.

   Nesse sentido, “A preparação de uma transparência deve ser direcionada pela
simplicidade, ou seja, deve conter poucas palavras redigidas de forma clara e
objetiva, sendo que não deve conter mais que dez linhas” (GIL, 1997, p. 103).

   As letras ou desenhos devem ser grandes e atraentes. Transparências colo-
ridas são melhores, pois atraem mais que aquelas em preto-e-branco. Um bom
emprego desse recurso traz vantagens à aula expositiva, pois o professor não pre-
cisará ficar se preocupando com esquecimento da matéria, além de o retroproje-
tor ser um instrumento fácil de utilizar, podendo substituir o quadro.


Videocassete/DVD
   O videocassete e o DVD podem ser utilizados para ilustrar as aulas conforme
o conteúdo trabalhado pelo professor. Possuem alta qualidade com um custo
razoavelmente baixo. Atualmente a maioria das faculdades dispõe desses aces-
sórios e a qualidade da reprodução é grande, desde que a instituição possua uma
televisão adequada, ou seja, que todos possam enxergar.
                                                                                           81
Didática do Ensino Superior



            Outro aspecto importante é a visualização dos detalhes. O vídeo e o DVD pos-
        sibilitam ao professor parar a imagem ou colocá-la em câmera lenta, fazendo com
        que os alunos atentem para detalhes que passariam desapercebidos. Além disso,
        eles têm uma grande abrangência, pois o professor pode utilizar documentários,
        filmes de ficção ou clipes para ilustrar suas aulas.

           Na área jurídica, são muito utilizados para provocar discussões sobre filmes
        que se relacionem com a matéria que está sendo trabalhada, ou para evidenciar
        diferenças entre sistemas jurídicos, como é o caso da civil law e da commom law.


        Projetor multimídia
            É um dos recursos mais avançados em termos de tecnologia. Seduz professo-
        res e alunos, mas se deve tomar cuidado com sua utilização, pois nenhum recurso
        substitui o professor e sua exposição. Possui algumas vantagens, como o controle
        da velocidade da apresentação, além de facilitar a leitura pelos alunos e possibili-
        tar a apresentação de gráficos e tabelas.

          O professor deverá sempre zelar pela boa utilização dos recursos audiovisuais,
        nunca substituindo sua aula pela utilização do recurso.




        Ampliando seus conhecimentos
           Os Métodos de Ensino Universitário, de José Luis Fons Martin e Jaime Pujol Bal-
        cells, editora Horizonte.

            Didáticas e Práticas de Ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares forma-
        tivos, de Dalva Rosa e Vanilton Souza (Orgs.), editora DPA.




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14014

  • 1. Técnicas e estratégias didáticas Contexto das estratégias didáticas Ao tratarem de estratégia de ensino e método de ensino, muitos autores utilizam essas expressões como sinônimos. Há uma grande confusão em relação a essas expressões, que possuem significados e realidades distintas. Uma das distinções é delineada por Maria Raineldes Tosi (2003) quando afirma que o termo método é utilizado em âmbito universitário, enquanto estratégia é utilizado em outros níveis escolares. Contudo, há outras diferen- ciações em relação não somente ao uso, mas também ao conteúdo desses termos. Vamos analisar algumas dessas distinções levando em consideração que método é o caminho que conduz a um determinado ponto futuro, enquanto estratégia compreende as práticas viáveis para se caminhar nessa estrada. Para viabilizar o método e as estratégias, existem os recursos, que podem ser materiais ou humanos. Método O método é fruto de uma escolha realizada pelo professor para assegurar a consecução do planejamento de ensino. Cabe ressaltar que não há uma melhor metodologia, mas sim uma metodologia mais adequada para alcan- çar determinados objetivos. Segundo Libâneo (1993, p. 150), ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem, o professor utiliza intencionalmente um con- junto de ações, passos, condições externas e procedimentos que é chamado de método. Ademais, o método constitui uma reflexão sobre a realidade educacional, pois, ao eleger o método de ensino, ele deverá analisar a realidade em que a instituição de ensino está inserida, os conteúdos e os objetivos traçados, relacionando todos esses elementos a fim de promover adequadamente a relação ensino-aprendizagem (LIBÂNEO, 1993, p. 151).
  • 2. Didática do Ensino Superior O método é o caminho a ser trilhado pelo professor desde o planejamento até a avaliação do período letivo e pode ser entendido como um conjunto de etapas que serão vencidas, de forma sistematizada, na busca pelo conhecimento. Nas palavras do professor Libâneo (1993, p. 152): Em resumo, podemos dizer que os métodos de ensino são as ações do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interação entre ensino e aprendi- zagem, entre professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimen- tos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos. O método é responsável pela transparência e a objetividade da relação ensino- -aprendizagem. Existem diversos tipos de método que podem auxiliar o professor a traçar esse caminho, dentre os quais se destacam o indutivo, o dedutivo, o dia- lético e o hipotético-dedutivo. A escolha do método adequado dependerá da for- mulação dos objetivos e dos conteúdos de cada disciplina e, portanto, o método deverá ser particularizado de acordo com a disciplina escolhida e os objetivos do professor. Ademais, a escolha do método deve levar em consideração a condição discente, suas características, aspirações e desenvolvimento. Método dedutivo Caminha-se do todo para as partes, ou seja, de uma generalização para uma questão particularizada. Esses argumentos gerais se apresentam como verdadei- ros, pois já foram validados pela ciência. Há, portanto, uma relação lógica entre as premissas gerais e particulares: caso a primeira seja considerada inválida, a con- clusão também o será. Esse método fundamenta-se no silogismo: partindo de uma premissa maior, passando por outra menor e chegando a uma conclusão particular. Método indutivo É o método responsável pela generalização, isto é, parte-se de algo particular para uma questão mais ampla, ou seja, geral. O seu objetivo é “[...] chegar a con- clusões mais amplas do que o conteúdo estabelecido pelas premissas nas quais está fundamentado” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 63). 76
  • 3. Técnicas e estratégias didáticas Método dialético Esse método parte de uma tese, que constitui uma proposição considerada verdadeira, a qual é contradita por uma outra proposição, denominada antítese. Do embate dessas categorias, surge uma síntese, que é a conclusão lógica extraída da tese e da antítese. Essa síntese constitui uma nova tese, à qual será contraposta uma antítese para se chegar a uma síntese, e assim sucessivamente. Método hipotético-dedutivo Foi desenvolvido por Karl Popper e consiste na eleição de hipóteses (proposi- ções hipotéticas) que possuem uma certa viabilidade para responder a um deter- minado problema de natureza científica. Após a eleição dessas hipóteses, busca-se o seu falseamento, a fim de compro- var sua sustentabilidade. O método se encerra com a comprovação das hipóteses. Caso sejam refutadas, as hipóteses deverão ser refeitas. Técnicas Um dos componentes dos métodos são as técnicas, que compreendem mecanismos utilizados pelo professor para atingir um objetivo de acordo com o método eleito. Existem diversos tipos de técnicas: centradas no professor e cen- tradas no aluno. Técnicas centradas no professor Compreende técnicas que colocam o professor no centro da atividade educa- cional, e tem-se como exemplo a aula expositiva. Antes de analisarmos a técnica da aula expositiva, vamos analisar os objetivos da aprendizagem, os quais devem circundar a escolha das mais adequadas técni- cas. Dentre os objetivos da aprendizagem, destacam-se: 77
  • 4. Didática do Ensino Superior ter caráter científico e sistemático; ser compreensível; e relacionar-se com a prática. Todas as técnicas deverão primar por atingir esses objetivos. Aula expositiva É aquela em que o professor transmite seu conhecimento aos alunos, sendo que estes o escutam, interpretam e chegam a conclusões. Trata-se de uma ativi- dade receptiva e não passiva dos alunos. A aula expositiva foi muito utilizada pela tendência tradicionalista de ensino e por isso foi alvo de diversas críticas. Contudo, ela é uma forte aliada do professor universitário, que poderá utilizá-la para promover um ensino engajado e crítico. Em uma aula expositiva, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apre- sentados e explicados pelo professor. Ele é a fonte do conhecimento e, para não transformar-se em um prisioneiro desse status, deverá tomar alguns cuidados, como definir com clareza seus objetivos, fazer com que os alunos conheçam seus objetivos, organizar ideias, cuidar do tom de voz e do ritmo da fala. A aula expositiva é ideal para apresentar novos conteúdos e, para tanto, o conhecimento a ser transmitido deverá se relacionar com a mensagem a ser recepcionada pelos alunos. Essa adaptação deverá abranger as características e necessidades dos alunos e para isso deverá ser clara, precisa e concisa. Essa téc- nica é a mais tradicional no ensino universitário, sendo também a mais utilizada. Há nessa técnica alguns pontos positivos que devem ser analisados e dentre eles destacamos que: facilita a exposição lógica e crítica da matéria, levando o aluno a pensar; explica de modo sistemático um assunto desconhecido ou quando os alu- nos trazem ideias insuficientes ou imprecisas; instiga a curiosidade e causa uma estimuladora sede pelo conhecimento; é capaz de descrever uma situação real; proporciona conhecimentos e habilidades e desenvolve capacidades; 78
  • 5. Técnicas e estratégias didáticas desenvolve uma relação entre o pensamento e a linguagem, a coordena- ção de ideias e a sistematização de conhecimentos; pode ser realizada por meio de demonstração, ilustração (apresentação gráfica), utilizando-se de exemplos; é mais econômica, pois requer apenas professor, alunos, um ambiente ade- quado e conhecimento, diminuindo as despesas. Código comentado como técnica de exposição O professor poderá utilizar elementos auxiliares para a realização da aula expo- sitiva. Um desses elementos é o código comentado, que trará diversos exemplos da atualidade e ainda decisões jurisprudenciais. Contudo, o professor não poderá se limitar à utilização do código: ele deverá apresentar os exemplos e discutir as decisões jurisprudenciais embasado em teorias que não estão presentes nesse tipo de documento. Além disso, uma aula expositiva em que o professor se restringe à leitura do código é demasiadamente cansativa para o aluno e não cumpre os requisitos necessários para a aula expositiva. O código comentado deve trazer inovações para aula, ilustrando-a e tornan- do-a interessante. Recursos audiovisuais A fim de incrementar a sua aula, o professor poderá utilizar recursos audiovi- suais, os quais trazem maior atenção e curiosidade para as aulas. Todavia, eles não substituem o conteúdo a ser ministrado pelo professor. Nas palavras de Antonio Carlos Gil (1997, p. 96): Ao se recomendar aos professores a utilização de uma linguagem mais moderna, não se está, em absoluto, propondo que transformem suas aulas em espetáculos, mas que reconheçam a concorrência que as escolas sofrem dos meios de comunicação de massa, no intento de con- seguir a atenção do público. Nesse sentido, os recursos audiovisuais tornam-se bastante úteis. Quando bem elaborados e apresentados oportunamente, são capazes de despertar a atenção dos alunos de forma bem superior à exposição oral. Esse mesmo autor destaca algumas vantagens na utilização desses recursos audiovisuais nas aulas expositivas. Dentre as vantagens, podemos destacar a aten- ção despertada nos alunos. Hoje, os professores esbarram em toda a tecnologia que está à disposição dos alunos em todos os momentos da sua vida. O professor 79
  • 6. Didática do Ensino Superior que se mantém estagnado em uma aula tradicional, meramente expositiva, acaba perdendo lugar para outras questões mais interessantes. Outra vantagem é a compreensão e a aplicação de conhecimentos, pois traz a prática para a sala de aula: ver e sentir é melhor do que simplesmente ouvir. Os recursos audiovisuais, nesse sentido, estimulam os sentidos, aprimorando a ob- tenção de conhecimento, ou seja, os recursos audiovisuais facilitam a retenção. Eles podem também ser utilizados durante a avaliação dos alunos – por exem- plo, um gravador durante uma prova oral. Todavia, a utilização desses recursos pode causar algumas desvantagens no processo ensino-aprendizagem. Por exemplo, a má utilização desses recursos pode causar um retrocesso no processo de aprendizagem, fazendo com que os professores não consigam atingir seus objetivos. Da mesma forma, o professor não deve ficar restrito ao recurso audiovisual que estará utilizando, pois no caso de uma eventualidade ele deverá fazer a expo- sição da matéria sem o auxílio desse recurso. Note-se que essas desvantagens não são necessariamente dos recursos, mas da forma como o professor os utiliza. Há uma gama desses recursos, que se divide em visuais, auditivos e audiovi- suais. Ou seja, podem aguçar somente a visão, a audição ou os dois sentidos ao mesmo tempo. Quanto maior o número de sentidos utilizados pelo aluno, maior será seu aprendizado. Vamos verificar alguns desses recursos que o professor poderá utilizar. Dentre eles, podemos destacar o quadro, o retroprojetor, o videocassete ou o aparelho de DVD e o projetor multimídia. Quadro É o recurso mais simplificado. Sua utilização é fácil e bem aceita tanto pelo corpo discente como pelo corpo docente. O professor deverá utilizá-lo da esquerda para a direita e de cima para baixo, para conduzir o raciocínio dos alunos de forma lógica e sistemática. O quadro poderá ser branco ou negro, utilizando pincel ou giz. Independente- mente da forma do quadro, o professor deverá planejar sua utilização de acordo com os objetivos do seu plano de aula e do conteúdo a ser trabalhado. É possível 80
  • 7. Técnicas e estratégias didáticas escrever no quadro e falar ao mesmo tempo. Todavia, o professor deverá tomar cuidado com a dicção e a altura da voz, e para não falar de costas para a turma. Ademais, o professor deverá cuidar para que sua escrita ou os desenhos feitos no quadro sejam visíveis para a turma. Letras e desenhos pequenos geram desaten- ção e conversas paralelas. Antes e após a aula, o quadro deverá estar limpo. Trata-se de uma maneira educada e elegante de deixar a sala de aula, a qual receberá outro professor, além de organizar sistematicamente o raciocínio dos alunos. Retroprojetor O retroprojetor, depois do quadro, é também frequentemente utilizado no ensino universitário. Ele é de fácil utilização e possui bastante eficácia. Porém, para que essa eficácia seja alcançada, o professor deverá manter-se ao lado do retroprojetor, de frente para os alunos e de costas para a projeção, sempre indi- cando os destaques na transparência e não na projeção. Além da utilização correta do retroprojetor, o professor deverá preparar uma boa transparência, a qual corresponde a uma folha de papel celofane, plástico ou acetato, vendida em papelarias, devendo ser preenchida com uma caneta espe- cial ou impressa. Nesse sentido, “A preparação de uma transparência deve ser direcionada pela simplicidade, ou seja, deve conter poucas palavras redigidas de forma clara e objetiva, sendo que não deve conter mais que dez linhas” (GIL, 1997, p. 103). As letras ou desenhos devem ser grandes e atraentes. Transparências colo- ridas são melhores, pois atraem mais que aquelas em preto-e-branco. Um bom emprego desse recurso traz vantagens à aula expositiva, pois o professor não pre- cisará ficar se preocupando com esquecimento da matéria, além de o retroproje- tor ser um instrumento fácil de utilizar, podendo substituir o quadro. Videocassete/DVD O videocassete e o DVD podem ser utilizados para ilustrar as aulas conforme o conteúdo trabalhado pelo professor. Possuem alta qualidade com um custo razoavelmente baixo. Atualmente a maioria das faculdades dispõe desses aces- sórios e a qualidade da reprodução é grande, desde que a instituição possua uma televisão adequada, ou seja, que todos possam enxergar. 81
  • 8. Didática do Ensino Superior Outro aspecto importante é a visualização dos detalhes. O vídeo e o DVD pos- sibilitam ao professor parar a imagem ou colocá-la em câmera lenta, fazendo com que os alunos atentem para detalhes que passariam desapercebidos. Além disso, eles têm uma grande abrangência, pois o professor pode utilizar documentários, filmes de ficção ou clipes para ilustrar suas aulas. Na área jurídica, são muito utilizados para provocar discussões sobre filmes que se relacionem com a matéria que está sendo trabalhada, ou para evidenciar diferenças entre sistemas jurídicos, como é o caso da civil law e da commom law. Projetor multimídia É um dos recursos mais avançados em termos de tecnologia. Seduz professo- res e alunos, mas se deve tomar cuidado com sua utilização, pois nenhum recurso substitui o professor e sua exposição. Possui algumas vantagens, como o controle da velocidade da apresentação, além de facilitar a leitura pelos alunos e possibili- tar a apresentação de gráficos e tabelas. O professor deverá sempre zelar pela boa utilização dos recursos audiovisuais, nunca substituindo sua aula pela utilização do recurso. Ampliando seus conhecimentos Os Métodos de Ensino Universitário, de José Luis Fons Martin e Jaime Pujol Bal- cells, editora Horizonte. Didáticas e Práticas de Ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares forma- tivos, de Dalva Rosa e Vanilton Souza (Orgs.), editora DPA. 82