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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
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*Acadêmico do curso de Enfermagem do 9º período da Faculdade Pitágoras de Ensino Superior – campus
Betim/MG. enfermeiro.washington@yahoo.com.br
**Enfermeiro. Mestrando em Educação pela PUC Minas. Professor auxiliar do curso de Enfermagem da Faculdade
Pitágoras de Ensino Superior – campus Betim/MG. renatoromanobh@hotmail.com
Washington Oliveira de Castro*
Renato Romano Aleme**
RESUMO
Atualmente, com o aumento da violência, inúmeras vítimas são acometidas,
aumentando os níveis de mortalidade e sequelas devido a traumas causados por armas
de fogo, armas brancas, acidentes em geral, além de agressões físicas. Por esse motivo,
destaca-se a atuação dos serviços de atendimento de urgência/emergência Pré-
Hospitalar, que têm como objetivo principal garantir um atendimento imediato e de
qualidade às vítimas envolvidas. Neste sentido, objetiva-se de uma forma geral, delinear
a atuação do profissional Enfermeiro que atua no atendimento Pré-Hospitalar Móvel, na
tentativa de elucidar as possibilidades de atuação em um ambiente hostil. E de uma
forma mais específica, objetiva-se ainda contextualizar os cenários das urgências e
emergências pré-hospitalares, bem como o atendimento do Enfermeiro nesse contexto,
apontando as suas atribuições e características do ambiente de atuação.
Palavras chave: Atendimento Pré-Hospitalar Móvel. Enfermagem Tática. Medicina
Tática. PreHospital Trauma Life Support. Resgate. Urgência. Emergência.
ABSTRACT
Currently, with increasing violence, many victims are affected by increasing levels of
mortality and sequelae due to trauma caused by firearms, bladed weapons, accidents in
general, and physical assaults. For this reason we highlight the work of the emergency
services / emergency Prehospital, whose main objective guarantee of quality and
immediate care to the victims involved. In this sense, the objective is in general,
outlining the role of the professional nurse who works in the service Prehospital Mobile
in an attempt to elucidate the possibilities of acting in a hostile environment. And in a
more specific, the objective is still to contextualize the scenarios of emergencies and
pre-hospital care and the nurse in this context, pointing out its mission and
performance characteristics of the environment.
Keywords: Prehospital Care Mobile. Nursing Tactical. Tactical Medicine. Prehospital
Trauma Life Support. Rescue. Urgency. Emergency.
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2
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
1. INTRODUÇÃO
O cenário das Urgências/Emergências no Brasil tem como principal descompasso
estrutural a oferta de recursos e a demanda, que tem aumentado gradativamente devido
a ascensão do número de vítimas acometidas por acidentes e violência externa nas
grandes metrópoles. Nessa linha, o pronto atendimento realizado com perícia é um fator
decisivo na preservação da vida e prevenção de incapacidades físicas permanentes da
vítima (DALLARI et. al. 2001).
A atuação do Enfermeiro no cenário das urgências/emergências implica em um
conhecimento amplo e diversificado (fisiopatológico, tecnológico e de tratamento), com
uma capacidade de avaliar, agir e tratar rapidamente com eficiência os agravos à saúde
da vítima (LOPES, 2011).
A implantação do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel foi um grande avanço no
setor de saúde no Brasil, sendo um grande exemplo o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência, o SAMU, visando um atendimento imediato e preciso às vítimas. Ainda é
preciso implantar mais portarias específicas quanto a veículos, pessoal e equipamentos,
bem como intensificar a articulação do Pré-Hospitalar Móvel com as unidades de saúde
para um melhor planejamento das ações, qualificando seus profissionais. Este serviço
foi criado para oficializar, padronizar e regular um subsistema que busca a priorização
da vida (MINAYO; DESLANDES, 2008).
A atuação de uma equipe de atendimento Pré-Hospitalar Móvel abrange uma
vasta variedade de assistências prestadas a vítimas de agravos urgentes de saúde, que
podem estar presentes em inúmeras situações de atendimento, como de natureza clínica,
cirúrgica, pediátrica, obstétrica e traumática (OLIVEIRA; SANTOS, 2007).
O Enfermeiro, perante as características específicas de um cenário de
urgência/emergência, deve assumir uma postura tranquila, ser portador de um raciocínio
lógico, ágil e ter a capacidade de adaptar-se às situações que se apresentem a sua frente.
Deverá ainda ser dotado de um conhecimento científico amplo e uma preparação
3
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
psicológica assídua, tornando-o capaz de enfrentar intercorrências emergentes e atuar
em equipe (ANDRADE et. al. 2000).
De acordo com as explicações de Thomaz1
(2000) apud Ramos; Sanna (2005),
caracteriza-se a atuação do Enfermeiro em um ambiente Pré-Hospitalar como
responsável por assumir, em conjunto com sua equipe, a responsabilidade pela
prestação de socorro à vitima, atuando em ambientes diversos, com restrição de espaço
físico e limites de tempo, devendo tomar decisões coerentes e imediatas, baseadas em
conhecimento e rápida avaliação.
Um atendimento eficiente e ágil pode fazer a diferença entre a vida e a morte da
vítima. A qualidade do atendimento prestado nos primeiros momentos após a injúria se
instalar está diretamente relacionada às sequelas do trauma e mortalidade da vítima
(NETO; et. al. 2009).
Baseado nas premissas acima, este trabalho pretende discorrer acerca das
especificidades do atendimento em um ambiente Pré-Hospitalar Móvel, incluindo as
diversos situações que o cercam, e delinear os enfrentamentos cotidianos do Enfermeiro
no que tange a um ambiente caracterizado como hostil.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o trabalho de revisão bibliográfica, foram analisados materiais com recorte
temporal que variam de 1994 a 2012 e que servem como base científica.
Foram analisadas 28 publicações, sendo eliminados 08 artigos por não se
relacionarem com o tema, totalizando 20 obras de embasamento científico neste
trabalho. Este recorte temporal se justifica devido ao fato da atuação do Enfermeiro no
Atendimento Pré-Hospitalar crescer gradativamente nas últimas décadas.
Foram utilizados bancos de dados como: LILACS (Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO Scientific Electronic Library Online e
MEDLINE (Linha Médica), entre junho de 2011 e outubro de 2012.
A procura foi direcionada por temas que relatassem em seu conteúdo os
descritores que melhor definissem este estudo, como: Atendimento Pré-Hospitalar
1
. THOMAZ, RR; LIMA FV. Atuação do enfermeiro no atendimento pré hospitalar na cidade de
São Paulo. Acta. Paul. Enf. São Paulo, v.13, n.3, p.59-65, 2000.
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
Móvel. Enfermagem Tática. Medicina Tática. PreHospital Trauma Life Support.
Resgate. Urgência. Emergência.
Este trabalho se justifica pela necessidade eminente de buscar por literaturas e
pesquisas que demonstrem as atribuições do Enfermeiro no cenário do Atendimento
Pré-Hospitalar Móvel, bem como a caracterização desse ambiente, com o intuito de
elucidar a importância da sua atuação nesse cenário.
3. DISCUSSÃO
No intuito de discorrer acerca das situações de urgência e emergência, necessário
se faz compreender suas causas, origens e ações governamentais para seu
enfrentamento. Assim, encontramos na literatura dados que remetem como causas
geradoras das urgências e emergências a violência, ainda com dados que demonstram o
aumento significativo do número de homicídios.
Desde a década de 90, a taxa de homicídios apresenta-se em primeiro lugar no
índice de mortes externas no Brasil, ficando a frente de acidentes automobilísticos,
afogamentos, suicídios, intoxicações e quedas. Fatores como localização dos municípios
também influenciam muito nesse índice, pois podem relacionar-se a proximidade de
localidades violentas, sendo que condições socioeconômicas também são fatores
relevantes para o aumento desse índice (TEIXEIRA, 2004).
As principais causas de mortalidade nas regiões metropolitanas no Brasil, na
faixa etária da população entre 15 e 49 anos, estão diretamente ligadas à violência
externa e acidentes, ficando acima dos índices de neoplasias e doenças cardiovasculares
(MS, 2001). Como visualizado no gráfico I, a mortalidade ocasionada por violência
externa destaca-se das mortes por homicídios, que teve um considerável aumento nos
últimos 30 anos.
5
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
Gráfico I: Evolução da taxa de homicídios no Brasil 1980/2010, com escala 1:1000
habitantes
Fonte: SIM/SVS/MS apud Instituto Sangari 2
Nesse sentido, visando uma maior estruturação no atendimento imediato aos
vitimados, tornando-o resolutivo e eficaz, ainda no ano de 2001, o Ministério da Saúde
reafirmou o objetivo de incentivar a organização dos sistemas de Referência Hospitalar
no atendimento às Urgências e Emergências. Esses, por sua vez, englobam a assistência
Pré-Hospitalar Móvel, centrais de regulação, hospitais de referência e capacitação dos
profissionais (BRASIL, 2001).
Assim sendo, através da Portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de
novembro de 2002 o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e
Emergência foi instituído, visando garantir o acolhimento, o primeiro atendimento
qualificado e resolutivo, estabilização quando necessária e a referência adequada dos
pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde SUS (DESLANDES et. al. 2008).
2
Instituto Sangari, dez/ 2003: Grupo Sangari Brasil, desde 1997. Grupo Internacional. Disponível em:
<http://www.institutosangari.org.br> Acesso em 21/nov/2011
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
3.1 – Atendimento Pré-Hospitalar Móvel: Considerações e formação profissional para
atuação neste contexto
O Atendimento Pré-Hospitalar pode ser definido como uma assistência prestada,
direta ou indiretamente, em um âmbito não hospitalar, onde se realiza o atendimento por
meio de métodos disponíveis, atendendo uma solicitação de socorro, seja através de
orientação ou envio de uma unidade móvel para prestar suporte básico ou avançado de
vida no local da ocorrência, priorizando assim a vida e a minimização das sequelas
(LOPES; FERNANDES, 1999).
Ressalta-se a portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de novembro de
2002, que regulamenta e normatiza os sistemas estaduais de Urgências e Emergências,
que atribui ao profissional Enfermeiro a responsabilidade do suporte de Enfermagem
necessário para reanimação e estabilização do paciente ainda no local da ocorrência e/ou
durante o transporte, e ainda prestar serviços no âmbito administrativo e sistemas
operacionais em Atendimento Pré-Hospitalar, incluindo ações de liderança, como
supervisão e avaliação das ações da equipe de Enfermagem (CARVALHO;
ESPÍNDULA, 2010).
Gentil et. al. (2008) cita que entre as competências do profissional Enfermeiro
no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel estão a capacidade de raciocínio clínico para
tomada de decisões e a capacidade de agir prontamente na execução de intervenções.
Afirma ainda que, o Enfermeiro hoje em dia, busca sua qualificação em atendimento
Pré-Hospitalar Móvel por meio de cursos de especialização (lato sensu).
Na perspectiva do mesmo autor, analisando outros modelos de formação do
Enfermeiro, encontramos o modelo francês de atendimento pré-hospitalar Services
d´Aide Medicále Urgente, especializado em anestesiologia, e o modelo norte-americano
em que a exigência geralmente é que o Enfermeiro tenha no mínimo de 1 a 3 anos de
experiência em urgência e emergência, além de cursos de qualificação pré-
determinados.
Além da preparação técnico-científica, é imprescindível que o Enfermeiro
compreenda o processo de liderança ao qual é instituído, e desenvolva importantes
7
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
habilidades para a sua atuação. Dentre as aptidões necessárias estão a comunicação, o
relacionamento interpessoal e tomada de decisão, afim de que o Enfermeiro-líder possa
se destacar como um agente de mudanças e fornecedor de estratégias, visando a
melhoria da assistência de Enfermagem prestada em caráter emergencial (WEHBE et.
al. 2001).
Segundo Bueno; Bernardes (2010), O Enfermeiro que atua no Atendimento Pré-
Hospitalar Móvel deve, dentre suas competências e atribuições, supervisionar e avaliar
as ações da equipe de Enfermagem, executar prescrições médicas por telemedicina,
além de prestar cuidados de Enfermagem de maior complexidade aos pacientes graves,
devendo, portanto, apresentar-se como gerenciador e supervisor, sendo esta considerada
sua atribuição primordial.
Em 1983, o comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões
(ACS/COT) e a National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT)
deram inicio à primeira publicação de um livro em que o objetivo era promover uma
literatura de apoio no atendimento ao trauma, de modo que fosse uma referência a nível
mundial no Atendimento Pré-Hospitalar (APH), nascendo então o PHTLS PreHospital
Trauma Life Support, traduzido para a língua portuguesa “Suporte de Vida Pré-
Hospitalar no Trauma” (PHTLS, 2007).
A sobrevida de um paciente em estado grave depende diretamente do primeiro
atendimento a ela prestado, prevenindo futuras consequências. Por isso, a necessidade
de um treinamento rigoroso e eficaz por parte da equipe de atendimento Pré-Hospitalar
Móvel deverá reconhecer os sinais de alerta, gravidade e executar ações padronizadas
de atendimento, garantindo assim um prognóstico satisfatório ao paciente (SILVA;
MELO, 2009).
Segundo o PHTLS (2007), a realização de um atendimento eficaz, num
ambiente pré-hospitalar depende diretamente do conhecimento e aprimoramento da
equipe que realizará os primeiros socorros ao paciente, que por sua vez, é o foco
principal do local em que ocorre a emergência.
Dados descritos pelo Serviço Móvel de Urgência - SAMU MG - (2008),
caracterizam Emergência como sendo um risco iminente à vida, em que se pode chegar
ao óbito geralmente em poucos minutos se nenhuma ação eficiente for realizada. Nesta
ótica, podemos então perceber a importância da presença do Enfermeiro durante ações
de atendimento Pré-Hospitalar Móvel, neste caso, específicos em um ambiente hostil,
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
na resposta imediata a chamados, pedidos de socorro e/ou situações que venham a
ocorrer.
3.2 – Ambiente hostil no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel
Segundo dicionário Aurélio3
, a palavra “hostil” pode ser definida como
remetente à “agressividade, capaz de causar danos”, levando-nos a compreender como o
atendimento em um ambiente Pré-Hospitalar é envolto por hostilidade e pode apresentar
um alto grau de dificuldade para a equipe que realizará o atendimento.
A atuação em um ambiente hostil é caracterizada por um atendimento em que o
local apresenta condições incertas, climas variados sob pressão e inúmeros riscos
envolvidos para a equipe de atendimento Pré-Hospitalar, dentre outros (DE LORENZO;
PORTER, 1999).
Analisando os Procedimentos Operacionais Padrões do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência e Emergência do Município de Feira de Santana-BA, muitas vezes a
equipe de atendimento poderá se confrontar com um ambiente hostil, e a equipe poderá
ficar exposta às mais variadas situações violentas ou agressões, o que dificulta o
atendimento ao paciente e aumenta o risco de morte para a equipe de socorro, e também
pessoas envolvidas na ocorrência. É esclarecido ainda:
Desde o primeiro contato com o usuário, o Médico Regulador (MR) irá
realizar a regulação avaliando a segurança do local da ocorrência, levando em
consideração: o motivo da ocorrência, se houve disparo de arma de fogo,
agressão por arma branca, espancamento, ou algum tipo de ato violento e o
cenário, se é um ambiente hostil, ou se existe alguma tensão no local que
possa desencadear uma cena insegura. (SAMU-192, 2012. Pg. 16)
Ressalta também:
O MR acionará a PM ou GM e o envio da unidade só será feito juntamente
com a presença destes órgãos. Após a PM ou GM no local do cenário o
SAMU seguirá com o atendimento e deverá ser avaliada no local, a
necessidade de acompanhamento destes até a unidade de saúde ou não. Estes
3
Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio. 8º ed. Editora Positivo, 2010.
9
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
critérios devem ser: periculosidade do paciente, estado de
agitação/agressividade do paciente e segurança da equipe em realizar o
transporte. (SAMU-192, 2012. Pg. 16)
Ainda, sobre o atendimento em um ambiente hostil, encontramos na literatura
um enfoque às situações com múltiplas vítimas, e dada a importância, traremos aqui
uma melhor compreensão acerca das normatizações atuais.
Em ações com múltiplas vítimas, o socorro torna-se mais complexo, com
desequilíbrio entre recursos médicos e necessidades, o que requer um comando e
controle mais agressivo e coerente, buscando assim um atendimento adequado às
vítimas sob condições muitas vezes caóticas (OLIVEIRA, 2007).
Sendo assim, o Enfermeiro estará sujeito a atuar em ambientes com múltiplas
vítimas, que, segundo PHTLS (2007), torna-se um ambiente muito precário, onde os
recursos são escassos e o risco de perdas da equipe de socorro e vítimas envolvidas se
torna maior, quando o desastre é provindo de ato terrorista e uso de armas de destruição
em massa, visualizados com certa frequência atualmente.
O método de triagem de vítimas utilizado atualmente no Atendimento Pré-
Hospitalar Móvel teve seu início com o Barão Dominique Jean Larre, médico cirurgião
do exército de Napoleão, que praticava o método de atender os soldados em estado mais
grave de vida prioritariamente, não levando em conta sua patente (DE LORENZO;
PORTER, 1999).
Segundo Ribeiro (2011), o local do incidente deverá ser divido em áreas ou
zonas, sendo: zona quente, local onde ocorreu o desastre ou incidente; zona morna, local
onde o risco se apresenta em uma menor escala; zona fria, local onde não oferece risco
às equipes e/ou às vítimas.
Essa divisão auxiliará no atendimento Pré-Hospitalar Móvel e estabelecerá uma
lógica na atuação em um ambiente hostil. Durante a triagem, o Enfermeiro exerce um
importante papel junto à equipe médica, devendo gozar de uma experiência de campo
considerável, assumindo uma avaliação consciente, e tratando os traumatismos
imediatos ainda no local ou até mesmo supervisionando uma equipe de socorro,
objetivando sempre fazer o melhor para o maior número de vítimas possível (PHTLS,
2007).
Ainda segundo o PHTLS (2007), o sistema START Simple Triage and Rapid
Treatment traduzido para o português “triagem simples e tratamento rápido”, é
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
usualmente utilizado na triagem de vítimas em um cenário de catástrofes, que podem
apresentar um ambiente hostil, de difícil acesso ou até mesmo com alto risco de atuação
para a equipe de atendimento Pré-Hospitalar.
Avaliando e classificando de acordo com a sua gravidade, as vítimas podem ser
distribuídas em quatro categorias:
Os pacientes com mais alta prioridade identificados como tendo lesões muito
graves, mas provavelmente capazes de sobreviver são usualmente
classificados como prioridade classe I e codificados em cor vermelha. Os
pacientes com lesões moderadas são classificados como classe II e
codificados em cor amarela. Os pacientes com traumatismos relativamente
simples, muitas vezes chamados “vítimas que conseguem caminhar”, são
classificados como classe III e codificados em cor verde. Os pacientes mortos
no local, ou cujos traumatismos são tão graves que a morte é iminente ou
provável, são classificados como “morto” ou “expectante” e são considerados
classe IV e codificados em preto. (PHTLS, 2007. Pg. 496)
Complementando, ressaltamos o organograma START de atendimento imediato,
demonstrando a triagem de vítimas de acordo com a gravidade:
Figura II
11
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
3.3 – Situações hostis e a ação do Enfermeiro: aproximações com recorte em um
ambiente tático
Durante a Guerra da Coréia, a presença do Enfermeiro era obrigatória nas
regiões onde ocorriam os combates, e suas intervenções garantiram a remoção de
aproximadamente 10.000 feridos. Na Guerra do Vietnã, cerca de 5.000 Enfermeiros
serviram no conflito, e foram responsáveis por mais de 1 milhão de remoções de
feridos, entre militares e civis, demonstrando a importância da atuação do profissional
Enfermeiro em um ambiente tático (ROCHA et. al. 2003).
A necessidade de cuidados de saúde imediatos em um incidente onde ocorra
uma operação tática está cada vez mais reconhecida por agências de aplicação da lei
(secretarias de segurança pública), de cunho civil e militar (HEISKELL; CARMONA,
1994).
No Brasil, durante uma ação tática, na maioria das vezes, os próprios integrantes
da equipe policial, com pouco ou nenhum treinamento em Atendimento Pré-Hospitalar,
são os que realizam o primeiro socorro às vítimas, e salienta-se que de modo precário,
colocando em risco a própria vida da sua equipe e sequelas aos pacientes. Por esse
motivo, a participação do Enfermeiro em Grupos de Ações Táticas e Forças Armadas é
de fundamental importância, principalmente por reduzir danos presumíveis e sequelas
preveníveis a partir de técnicas apropriadas de socorro (ROCHA, 2007).
Passeto (2010) descreve que o treinamento do profissional que atuará em áreas
de conflito deverá ser rigoroso, contribuindo para que o mesmo desenvolva habilidades
e conhecimento vasto, proporcionando um desempenho positivo no socorro e nunca
colocando em risco os integrantes da equipe.
Segundo Hargraves (2000) 4
apud Rocha (2007), há também a necessidade de se
obter conhecimentos que envolvam tiro defensivo, ações táticas, operações com suporte
aeromédico, profundo conhecimento em defesa pessoal e comunicações de emergência,
tudo em um mesmo currículo básico de preparação profissional, com ênfase, neste
estudo, ao Enfermeiro.
4
HARGREAVES, L.H. et. al. 2000. Suporte Básico e Avançado de Vida em Emergência. Câmara dos
Deputados, Centro de Documentação e Informação, Coordenação de Publicações; p. 458 – 477. Brasília.
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL
Salienta-se ainda que, para ações de socorro em ambientes táticos, foi criado o
(SMEOT) Suporte Médico de Emergência em operações Táticas e que se apresenta
como uma diretriz de assistência que abrange a integração entre profissionais e para
profissionais da saúde como Enfermeiros e Médicos, que atuarão em uma ação
primariamente policial, operando como socorro tático, colaborando com a missão e
garantindo a preservação da vida (PHTLS, 2007).
O PHTLS (2007) cita também que, além de colaborar para o sucesso da missão
tática, o SMEOT proporciona uma redução significativa da mortalidade e morbidade
dos envolvidos na ação, sejam policiais, criminosos ou vítimas, podendo também
reduzir o índice de lesões que podem acarretar em invalidez dos profissionais
envolvidos.
Apesar das diretrizes em andamento e da enorme complexidade já delineada,
percebemos poucas publicações que envolvam a ação dos profissionais de saúde, neste
caso, os Enfermeiros no ambiente hostil e tático, limitando assim o aprofundamento
nesta perspectiva.
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A necessidade de um atendimento de qualidade, ágil e preciso se faz presente em
qualquer tipo de ocorrência em que o paciente apresenta um risco de morte eminente.
Por isso, a necessidade de profissionais especializados em ações durante um
Atendimento Pré-Hospitalar Móvel faz-se extremamente necessária, garantindo um
atendimento ágil e de qualidade às vítimas.
O Enfermeiro, ao longo dos últimos anos, tem sido gradativamente visualizado
em uma importante posição no cenário das urgências e emergências no Brasil,
particularmente no atendimento Pré-Hospitalar Móvel. Além disso, apresenta-se cada
vez mais como um profissional importante no planejamento, organização, coordenação
e gerência, junto da equipe médica, dada a sua capacidade de atuação nas ações de
suporte avançado de vida.
13
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
Neste estudo, percebeu-se que, apesar do reconhecimento normatizado através
das legislações no Brasil, poucas ações são vistas no tocante à formação e
especialização focada nos profissionais Enfermeiros, capacitando-os para o exercício
profissional em ambiente hostil, principalmente na presença de ações táticas.
Assim, ressalta-se a importância do aprofundamento neste campo de atuação do
Enfermeiro, na busca de dados e relatos de experiência dos profissionais que enfrentam
no cotidiano situações hostis e táticas, colaborando para enaltecer esse profissional
como sujeito primordial nestes cenários e contribuindo para sua preparação técnico-
científica especializada.
REFERÊNCIAS
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM
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DALLARI; S.G; PITTELLI; S.M; PIROTTA; W.R.B; OLIVEIRA; M.L. –
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15
CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R.
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____________________________________________________________________________________
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  • 1. _____________________________________________________________________ ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL ______________________________________________________________________ ___________________________ *Acadêmico do curso de Enfermagem do 9º período da Faculdade Pitágoras de Ensino Superior – campus Betim/MG. enfermeiro.washington@yahoo.com.br **Enfermeiro. Mestrando em Educação pela PUC Minas. Professor auxiliar do curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Ensino Superior – campus Betim/MG. renatoromanobh@hotmail.com Washington Oliveira de Castro* Renato Romano Aleme** RESUMO Atualmente, com o aumento da violência, inúmeras vítimas são acometidas, aumentando os níveis de mortalidade e sequelas devido a traumas causados por armas de fogo, armas brancas, acidentes em geral, além de agressões físicas. Por esse motivo, destaca-se a atuação dos serviços de atendimento de urgência/emergência Pré- Hospitalar, que têm como objetivo principal garantir um atendimento imediato e de qualidade às vítimas envolvidas. Neste sentido, objetiva-se de uma forma geral, delinear a atuação do profissional Enfermeiro que atua no atendimento Pré-Hospitalar Móvel, na tentativa de elucidar as possibilidades de atuação em um ambiente hostil. E de uma forma mais específica, objetiva-se ainda contextualizar os cenários das urgências e emergências pré-hospitalares, bem como o atendimento do Enfermeiro nesse contexto, apontando as suas atribuições e características do ambiente de atuação. Palavras chave: Atendimento Pré-Hospitalar Móvel. Enfermagem Tática. Medicina Tática. PreHospital Trauma Life Support. Resgate. Urgência. Emergência. ABSTRACT Currently, with increasing violence, many victims are affected by increasing levels of mortality and sequelae due to trauma caused by firearms, bladed weapons, accidents in general, and physical assaults. For this reason we highlight the work of the emergency services / emergency Prehospital, whose main objective guarantee of quality and immediate care to the victims involved. In this sense, the objective is in general, outlining the role of the professional nurse who works in the service Prehospital Mobile in an attempt to elucidate the possibilities of acting in a hostile environment. And in a more specific, the objective is still to contextualize the scenarios of emergencies and pre-hospital care and the nurse in this context, pointing out its mission and performance characteristics of the environment. Keywords: Prehospital Care Mobile. Nursing Tactical. Tactical Medicine. Prehospital Trauma Life Support. Rescue. Urgency. Emergency.
  • 2. ____________________________________________________________________________________ 2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL 1. INTRODUÇÃO O cenário das Urgências/Emergências no Brasil tem como principal descompasso estrutural a oferta de recursos e a demanda, que tem aumentado gradativamente devido a ascensão do número de vítimas acometidas por acidentes e violência externa nas grandes metrópoles. Nessa linha, o pronto atendimento realizado com perícia é um fator decisivo na preservação da vida e prevenção de incapacidades físicas permanentes da vítima (DALLARI et. al. 2001). A atuação do Enfermeiro no cenário das urgências/emergências implica em um conhecimento amplo e diversificado (fisiopatológico, tecnológico e de tratamento), com uma capacidade de avaliar, agir e tratar rapidamente com eficiência os agravos à saúde da vítima (LOPES, 2011). A implantação do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel foi um grande avanço no setor de saúde no Brasil, sendo um grande exemplo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, visando um atendimento imediato e preciso às vítimas. Ainda é preciso implantar mais portarias específicas quanto a veículos, pessoal e equipamentos, bem como intensificar a articulação do Pré-Hospitalar Móvel com as unidades de saúde para um melhor planejamento das ações, qualificando seus profissionais. Este serviço foi criado para oficializar, padronizar e regular um subsistema que busca a priorização da vida (MINAYO; DESLANDES, 2008). A atuação de uma equipe de atendimento Pré-Hospitalar Móvel abrange uma vasta variedade de assistências prestadas a vítimas de agravos urgentes de saúde, que podem estar presentes em inúmeras situações de atendimento, como de natureza clínica, cirúrgica, pediátrica, obstétrica e traumática (OLIVEIRA; SANTOS, 2007). O Enfermeiro, perante as características específicas de um cenário de urgência/emergência, deve assumir uma postura tranquila, ser portador de um raciocínio lógico, ágil e ter a capacidade de adaptar-se às situações que se apresentem a sua frente. Deverá ainda ser dotado de um conhecimento científico amplo e uma preparação
  • 3. 3 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. psicológica assídua, tornando-o capaz de enfrentar intercorrências emergentes e atuar em equipe (ANDRADE et. al. 2000). De acordo com as explicações de Thomaz1 (2000) apud Ramos; Sanna (2005), caracteriza-se a atuação do Enfermeiro em um ambiente Pré-Hospitalar como responsável por assumir, em conjunto com sua equipe, a responsabilidade pela prestação de socorro à vitima, atuando em ambientes diversos, com restrição de espaço físico e limites de tempo, devendo tomar decisões coerentes e imediatas, baseadas em conhecimento e rápida avaliação. Um atendimento eficiente e ágil pode fazer a diferença entre a vida e a morte da vítima. A qualidade do atendimento prestado nos primeiros momentos após a injúria se instalar está diretamente relacionada às sequelas do trauma e mortalidade da vítima (NETO; et. al. 2009). Baseado nas premissas acima, este trabalho pretende discorrer acerca das especificidades do atendimento em um ambiente Pré-Hospitalar Móvel, incluindo as diversos situações que o cercam, e delinear os enfrentamentos cotidianos do Enfermeiro no que tange a um ambiente caracterizado como hostil. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para o trabalho de revisão bibliográfica, foram analisados materiais com recorte temporal que variam de 1994 a 2012 e que servem como base científica. Foram analisadas 28 publicações, sendo eliminados 08 artigos por não se relacionarem com o tema, totalizando 20 obras de embasamento científico neste trabalho. Este recorte temporal se justifica devido ao fato da atuação do Enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar crescer gradativamente nas últimas décadas. Foram utilizados bancos de dados como: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO Scientific Electronic Library Online e MEDLINE (Linha Médica), entre junho de 2011 e outubro de 2012. A procura foi direcionada por temas que relatassem em seu conteúdo os descritores que melhor definissem este estudo, como: Atendimento Pré-Hospitalar 1 . THOMAZ, RR; LIMA FV. Atuação do enfermeiro no atendimento pré hospitalar na cidade de São Paulo. Acta. Paul. Enf. São Paulo, v.13, n.3, p.59-65, 2000.
  • 4. ____________________________________________________________________________________ 4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL Móvel. Enfermagem Tática. Medicina Tática. PreHospital Trauma Life Support. Resgate. Urgência. Emergência. Este trabalho se justifica pela necessidade eminente de buscar por literaturas e pesquisas que demonstrem as atribuições do Enfermeiro no cenário do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, bem como a caracterização desse ambiente, com o intuito de elucidar a importância da sua atuação nesse cenário. 3. DISCUSSÃO No intuito de discorrer acerca das situações de urgência e emergência, necessário se faz compreender suas causas, origens e ações governamentais para seu enfrentamento. Assim, encontramos na literatura dados que remetem como causas geradoras das urgências e emergências a violência, ainda com dados que demonstram o aumento significativo do número de homicídios. Desde a década de 90, a taxa de homicídios apresenta-se em primeiro lugar no índice de mortes externas no Brasil, ficando a frente de acidentes automobilísticos, afogamentos, suicídios, intoxicações e quedas. Fatores como localização dos municípios também influenciam muito nesse índice, pois podem relacionar-se a proximidade de localidades violentas, sendo que condições socioeconômicas também são fatores relevantes para o aumento desse índice (TEIXEIRA, 2004). As principais causas de mortalidade nas regiões metropolitanas no Brasil, na faixa etária da população entre 15 e 49 anos, estão diretamente ligadas à violência externa e acidentes, ficando acima dos índices de neoplasias e doenças cardiovasculares (MS, 2001). Como visualizado no gráfico I, a mortalidade ocasionada por violência externa destaca-se das mortes por homicídios, que teve um considerável aumento nos últimos 30 anos.
  • 5. 5 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. Gráfico I: Evolução da taxa de homicídios no Brasil 1980/2010, com escala 1:1000 habitantes Fonte: SIM/SVS/MS apud Instituto Sangari 2 Nesse sentido, visando uma maior estruturação no atendimento imediato aos vitimados, tornando-o resolutivo e eficaz, ainda no ano de 2001, o Ministério da Saúde reafirmou o objetivo de incentivar a organização dos sistemas de Referência Hospitalar no atendimento às Urgências e Emergências. Esses, por sua vez, englobam a assistência Pré-Hospitalar Móvel, centrais de regulação, hospitais de referência e capacitação dos profissionais (BRASIL, 2001). Assim sendo, através da Portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de novembro de 2002 o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência foi instituído, visando garantir o acolhimento, o primeiro atendimento qualificado e resolutivo, estabilização quando necessária e a referência adequada dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde SUS (DESLANDES et. al. 2008). 2 Instituto Sangari, dez/ 2003: Grupo Sangari Brasil, desde 1997. Grupo Internacional. Disponível em: <http://www.institutosangari.org.br> Acesso em 21/nov/2011
  • 6. ____________________________________________________________________________________ 6 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL 3.1 – Atendimento Pré-Hospitalar Móvel: Considerações e formação profissional para atuação neste contexto O Atendimento Pré-Hospitalar pode ser definido como uma assistência prestada, direta ou indiretamente, em um âmbito não hospitalar, onde se realiza o atendimento por meio de métodos disponíveis, atendendo uma solicitação de socorro, seja através de orientação ou envio de uma unidade móvel para prestar suporte básico ou avançado de vida no local da ocorrência, priorizando assim a vida e a minimização das sequelas (LOPES; FERNANDES, 1999). Ressalta-se a portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de novembro de 2002, que regulamenta e normatiza os sistemas estaduais de Urgências e Emergências, que atribui ao profissional Enfermeiro a responsabilidade do suporte de Enfermagem necessário para reanimação e estabilização do paciente ainda no local da ocorrência e/ou durante o transporte, e ainda prestar serviços no âmbito administrativo e sistemas operacionais em Atendimento Pré-Hospitalar, incluindo ações de liderança, como supervisão e avaliação das ações da equipe de Enfermagem (CARVALHO; ESPÍNDULA, 2010). Gentil et. al. (2008) cita que entre as competências do profissional Enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel estão a capacidade de raciocínio clínico para tomada de decisões e a capacidade de agir prontamente na execução de intervenções. Afirma ainda que, o Enfermeiro hoje em dia, busca sua qualificação em atendimento Pré-Hospitalar Móvel por meio de cursos de especialização (lato sensu). Na perspectiva do mesmo autor, analisando outros modelos de formação do Enfermeiro, encontramos o modelo francês de atendimento pré-hospitalar Services d´Aide Medicále Urgente, especializado em anestesiologia, e o modelo norte-americano em que a exigência geralmente é que o Enfermeiro tenha no mínimo de 1 a 3 anos de experiência em urgência e emergência, além de cursos de qualificação pré- determinados. Além da preparação técnico-científica, é imprescindível que o Enfermeiro compreenda o processo de liderança ao qual é instituído, e desenvolva importantes
  • 7. 7 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. habilidades para a sua atuação. Dentre as aptidões necessárias estão a comunicação, o relacionamento interpessoal e tomada de decisão, afim de que o Enfermeiro-líder possa se destacar como um agente de mudanças e fornecedor de estratégias, visando a melhoria da assistência de Enfermagem prestada em caráter emergencial (WEHBE et. al. 2001). Segundo Bueno; Bernardes (2010), O Enfermeiro que atua no Atendimento Pré- Hospitalar Móvel deve, dentre suas competências e atribuições, supervisionar e avaliar as ações da equipe de Enfermagem, executar prescrições médicas por telemedicina, além de prestar cuidados de Enfermagem de maior complexidade aos pacientes graves, devendo, portanto, apresentar-se como gerenciador e supervisor, sendo esta considerada sua atribuição primordial. Em 1983, o comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS/COT) e a National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) deram inicio à primeira publicação de um livro em que o objetivo era promover uma literatura de apoio no atendimento ao trauma, de modo que fosse uma referência a nível mundial no Atendimento Pré-Hospitalar (APH), nascendo então o PHTLS PreHospital Trauma Life Support, traduzido para a língua portuguesa “Suporte de Vida Pré- Hospitalar no Trauma” (PHTLS, 2007). A sobrevida de um paciente em estado grave depende diretamente do primeiro atendimento a ela prestado, prevenindo futuras consequências. Por isso, a necessidade de um treinamento rigoroso e eficaz por parte da equipe de atendimento Pré-Hospitalar Móvel deverá reconhecer os sinais de alerta, gravidade e executar ações padronizadas de atendimento, garantindo assim um prognóstico satisfatório ao paciente (SILVA; MELO, 2009). Segundo o PHTLS (2007), a realização de um atendimento eficaz, num ambiente pré-hospitalar depende diretamente do conhecimento e aprimoramento da equipe que realizará os primeiros socorros ao paciente, que por sua vez, é o foco principal do local em que ocorre a emergência. Dados descritos pelo Serviço Móvel de Urgência - SAMU MG - (2008), caracterizam Emergência como sendo um risco iminente à vida, em que se pode chegar ao óbito geralmente em poucos minutos se nenhuma ação eficiente for realizada. Nesta ótica, podemos então perceber a importância da presença do Enfermeiro durante ações de atendimento Pré-Hospitalar Móvel, neste caso, específicos em um ambiente hostil,
  • 8. ____________________________________________________________________________________ 8 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL na resposta imediata a chamados, pedidos de socorro e/ou situações que venham a ocorrer. 3.2 – Ambiente hostil no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel Segundo dicionário Aurélio3 , a palavra “hostil” pode ser definida como remetente à “agressividade, capaz de causar danos”, levando-nos a compreender como o atendimento em um ambiente Pré-Hospitalar é envolto por hostilidade e pode apresentar um alto grau de dificuldade para a equipe que realizará o atendimento. A atuação em um ambiente hostil é caracterizada por um atendimento em que o local apresenta condições incertas, climas variados sob pressão e inúmeros riscos envolvidos para a equipe de atendimento Pré-Hospitalar, dentre outros (DE LORENZO; PORTER, 1999). Analisando os Procedimentos Operacionais Padrões do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência do Município de Feira de Santana-BA, muitas vezes a equipe de atendimento poderá se confrontar com um ambiente hostil, e a equipe poderá ficar exposta às mais variadas situações violentas ou agressões, o que dificulta o atendimento ao paciente e aumenta o risco de morte para a equipe de socorro, e também pessoas envolvidas na ocorrência. É esclarecido ainda: Desde o primeiro contato com o usuário, o Médico Regulador (MR) irá realizar a regulação avaliando a segurança do local da ocorrência, levando em consideração: o motivo da ocorrência, se houve disparo de arma de fogo, agressão por arma branca, espancamento, ou algum tipo de ato violento e o cenário, se é um ambiente hostil, ou se existe alguma tensão no local que possa desencadear uma cena insegura. (SAMU-192, 2012. Pg. 16) Ressalta também: O MR acionará a PM ou GM e o envio da unidade só será feito juntamente com a presença destes órgãos. Após a PM ou GM no local do cenário o SAMU seguirá com o atendimento e deverá ser avaliada no local, a necessidade de acompanhamento destes até a unidade de saúde ou não. Estes 3 Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio. 8º ed. Editora Positivo, 2010.
  • 9. 9 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. critérios devem ser: periculosidade do paciente, estado de agitação/agressividade do paciente e segurança da equipe em realizar o transporte. (SAMU-192, 2012. Pg. 16) Ainda, sobre o atendimento em um ambiente hostil, encontramos na literatura um enfoque às situações com múltiplas vítimas, e dada a importância, traremos aqui uma melhor compreensão acerca das normatizações atuais. Em ações com múltiplas vítimas, o socorro torna-se mais complexo, com desequilíbrio entre recursos médicos e necessidades, o que requer um comando e controle mais agressivo e coerente, buscando assim um atendimento adequado às vítimas sob condições muitas vezes caóticas (OLIVEIRA, 2007). Sendo assim, o Enfermeiro estará sujeito a atuar em ambientes com múltiplas vítimas, que, segundo PHTLS (2007), torna-se um ambiente muito precário, onde os recursos são escassos e o risco de perdas da equipe de socorro e vítimas envolvidas se torna maior, quando o desastre é provindo de ato terrorista e uso de armas de destruição em massa, visualizados com certa frequência atualmente. O método de triagem de vítimas utilizado atualmente no Atendimento Pré- Hospitalar Móvel teve seu início com o Barão Dominique Jean Larre, médico cirurgião do exército de Napoleão, que praticava o método de atender os soldados em estado mais grave de vida prioritariamente, não levando em conta sua patente (DE LORENZO; PORTER, 1999). Segundo Ribeiro (2011), o local do incidente deverá ser divido em áreas ou zonas, sendo: zona quente, local onde ocorreu o desastre ou incidente; zona morna, local onde o risco se apresenta em uma menor escala; zona fria, local onde não oferece risco às equipes e/ou às vítimas. Essa divisão auxiliará no atendimento Pré-Hospitalar Móvel e estabelecerá uma lógica na atuação em um ambiente hostil. Durante a triagem, o Enfermeiro exerce um importante papel junto à equipe médica, devendo gozar de uma experiência de campo considerável, assumindo uma avaliação consciente, e tratando os traumatismos imediatos ainda no local ou até mesmo supervisionando uma equipe de socorro, objetivando sempre fazer o melhor para o maior número de vítimas possível (PHTLS, 2007). Ainda segundo o PHTLS (2007), o sistema START Simple Triage and Rapid Treatment traduzido para o português “triagem simples e tratamento rápido”, é
  • 10. ____________________________________________________________________________________ 10 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL usualmente utilizado na triagem de vítimas em um cenário de catástrofes, que podem apresentar um ambiente hostil, de difícil acesso ou até mesmo com alto risco de atuação para a equipe de atendimento Pré-Hospitalar. Avaliando e classificando de acordo com a sua gravidade, as vítimas podem ser distribuídas em quatro categorias: Os pacientes com mais alta prioridade identificados como tendo lesões muito graves, mas provavelmente capazes de sobreviver são usualmente classificados como prioridade classe I e codificados em cor vermelha. Os pacientes com lesões moderadas são classificados como classe II e codificados em cor amarela. Os pacientes com traumatismos relativamente simples, muitas vezes chamados “vítimas que conseguem caminhar”, são classificados como classe III e codificados em cor verde. Os pacientes mortos no local, ou cujos traumatismos são tão graves que a morte é iminente ou provável, são classificados como “morto” ou “expectante” e são considerados classe IV e codificados em preto. (PHTLS, 2007. Pg. 496) Complementando, ressaltamos o organograma START de atendimento imediato, demonstrando a triagem de vítimas de acordo com a gravidade: Figura II
  • 11. 11 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. 3.3 – Situações hostis e a ação do Enfermeiro: aproximações com recorte em um ambiente tático Durante a Guerra da Coréia, a presença do Enfermeiro era obrigatória nas regiões onde ocorriam os combates, e suas intervenções garantiram a remoção de aproximadamente 10.000 feridos. Na Guerra do Vietnã, cerca de 5.000 Enfermeiros serviram no conflito, e foram responsáveis por mais de 1 milhão de remoções de feridos, entre militares e civis, demonstrando a importância da atuação do profissional Enfermeiro em um ambiente tático (ROCHA et. al. 2003). A necessidade de cuidados de saúde imediatos em um incidente onde ocorra uma operação tática está cada vez mais reconhecida por agências de aplicação da lei (secretarias de segurança pública), de cunho civil e militar (HEISKELL; CARMONA, 1994). No Brasil, durante uma ação tática, na maioria das vezes, os próprios integrantes da equipe policial, com pouco ou nenhum treinamento em Atendimento Pré-Hospitalar, são os que realizam o primeiro socorro às vítimas, e salienta-se que de modo precário, colocando em risco a própria vida da sua equipe e sequelas aos pacientes. Por esse motivo, a participação do Enfermeiro em Grupos de Ações Táticas e Forças Armadas é de fundamental importância, principalmente por reduzir danos presumíveis e sequelas preveníveis a partir de técnicas apropriadas de socorro (ROCHA, 2007). Passeto (2010) descreve que o treinamento do profissional que atuará em áreas de conflito deverá ser rigoroso, contribuindo para que o mesmo desenvolva habilidades e conhecimento vasto, proporcionando um desempenho positivo no socorro e nunca colocando em risco os integrantes da equipe. Segundo Hargraves (2000) 4 apud Rocha (2007), há também a necessidade de se obter conhecimentos que envolvam tiro defensivo, ações táticas, operações com suporte aeromédico, profundo conhecimento em defesa pessoal e comunicações de emergência, tudo em um mesmo currículo básico de preparação profissional, com ênfase, neste estudo, ao Enfermeiro. 4 HARGREAVES, L.H. et. al. 2000. Suporte Básico e Avançado de Vida em Emergência. Câmara dos Deputados, Centro de Documentação e Informação, Coordenação de Publicações; p. 458 – 477. Brasília.
  • 12. ____________________________________________________________________________________ 12 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL Salienta-se ainda que, para ações de socorro em ambientes táticos, foi criado o (SMEOT) Suporte Médico de Emergência em operações Táticas e que se apresenta como uma diretriz de assistência que abrange a integração entre profissionais e para profissionais da saúde como Enfermeiros e Médicos, que atuarão em uma ação primariamente policial, operando como socorro tático, colaborando com a missão e garantindo a preservação da vida (PHTLS, 2007). O PHTLS (2007) cita também que, além de colaborar para o sucesso da missão tática, o SMEOT proporciona uma redução significativa da mortalidade e morbidade dos envolvidos na ação, sejam policiais, criminosos ou vítimas, podendo também reduzir o índice de lesões que podem acarretar em invalidez dos profissionais envolvidos. Apesar das diretrizes em andamento e da enorme complexidade já delineada, percebemos poucas publicações que envolvam a ação dos profissionais de saúde, neste caso, os Enfermeiros no ambiente hostil e tático, limitando assim o aprofundamento nesta perspectiva. 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A necessidade de um atendimento de qualidade, ágil e preciso se faz presente em qualquer tipo de ocorrência em que o paciente apresenta um risco de morte eminente. Por isso, a necessidade de profissionais especializados em ações durante um Atendimento Pré-Hospitalar Móvel faz-se extremamente necessária, garantindo um atendimento ágil e de qualidade às vítimas. O Enfermeiro, ao longo dos últimos anos, tem sido gradativamente visualizado em uma importante posição no cenário das urgências e emergências no Brasil, particularmente no atendimento Pré-Hospitalar Móvel. Além disso, apresenta-se cada vez mais como um profissional importante no planejamento, organização, coordenação e gerência, junto da equipe médica, dada a sua capacidade de atuação nas ações de suporte avançado de vida.
  • 13. 13 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. Neste estudo, percebeu-se que, apesar do reconhecimento normatizado através das legislações no Brasil, poucas ações são vistas no tocante à formação e especialização focada nos profissionais Enfermeiros, capacitando-os para o exercício profissional em ambiente hostil, principalmente na presença de ações táticas. Assim, ressalta-se a importância do aprofundamento neste campo de atuação do Enfermeiro, na busca de dados e relatos de experiência dos profissionais que enfrentam no cotidiano situações hostis e táticas, colaborando para enaltecer esse profissional como sujeito primordial nestes cenários e contribuindo para sua preparação técnico- científica especializada. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. T. Atendimento Pré-Hospitalar no Trauma. IN: MELO, M.B; NUNES, T.A. Urgência e Emergência Pré-Hospitalar. – Belo Horizonte: 2º ed. Folium, 2009. Cp.4; p.53. ANDRADE, L.M.; CAETANO, J.F.; SOARES, E. Percepção das enfermeiras sobre a unidade de emergência. Rev. RENE 2000; 1(1): 91-7. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000134&pid=S0104- 1169200100020001200008&lng=pt Acesso em 12/out/2012 Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado PHTLS PreHospital Life Support: Básico e Avançado. SALOMONE, J. P. et. al. Tradução de DIEGO, A.; HERMÍNIO, M. et. al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 6ª ed. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Urgência e Emergência: Sistemas Estaduais de referência hospitalar para o atendimento de urgência e emergência. Brasília, 2001. 28p. BUENO, A.A; BERNARDES, A. Percepção da equipe de Enfermagem de um serviço de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel sobre o gerenciamento de Enfermagem. Florianópolis-SC, 2010 Jan/Mar; 19(1): 45-53. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v19n1/v19n1a05.pdf Acesso em 12/ago/2012
  • 14. ____________________________________________________________________________________ 14 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL CARVALHO, M. A.; ESPÍNDULA, B. M. A importância do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar (APH). Revisão Bibliográfica. Rev. Eletr. de Enfer. 2010 jan/jun. 1(1) 1-16. Disponível em: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica> Acesso em: 01/jun/2012 DALLARI; S.G; PITTELLI; S.M; PIROTTA; W.R.B; OLIVEIRA; M.L. – Atendimento Médico de Urgência na Grande São Paulo. Saúde e Sociedade; 10 (2): 75-99. São Paulo; 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v10n2/06.pdf Acesso em 17/jul/2012 DE LORENZO R. A.; PORTER, R. S. Tactical Emergency Care: Military and Operational Out-of-Hospital Medicine. Brady Prentice Hall. USA, 1999. DESLANDES, S.F; MINAYO, M.C.S; LIMA, M.L.C. Atendimento de emergência às vítimas de acidentes e violências no Brasil. Rev. Panam. Saúde Pública. 2008; 24(6): 430-40. GENTIL, Rosana Chami et. al. Capacitação de Enfermeiros no Atendimento Pré- hospitalar. Rev. Lat. Am. de Enf. 2008 março/abril. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n2/pt_04 Acesso em 10/set/2012. HEISKELL, L.E.; CARMONA, R.H. Tactical emergency medical services: an emerging subspecialty of emergency medicine. Ann. Emerg. Med. 1994. Disponível em: <http://www.annemergmed.com/article/S0196-0644(94)70314-0/abstract> Acesso em 03/maio/2012 LOPES, J.B. Enfermeiro na classificação de risco em Serviços de Emergência: revisão interativa. Rio Grande do Sul/2011. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/37529/000822594.pdf?sequence=1 Acesso em 23/ago/2012 LOPES, S. L. B.; FERNANDES, R. J. Uma breve revisão do Atendimento Médico Pré-Hospitalar. Medicina. Ribeirão Preto, 32: 381-387. Out./dez. 1999. Disponível em: <http://pedro2.pmrp.com.br/ssaude/programas/samu/neu-pdf/revisao_atendimento.pdf> Acesso em: 20/fev/2012
  • 15. 15 CASTRO, W.O. ; ALEME, R.R. MINAYO, M.C.S; DESLANDES, S.F. Análise da implantação do sistema de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel em cinco capitais brasileiras. Cad. Saúde Pública; vol.24; no.8. Rio de Janeiro-RJ. Agosto, 2008. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2008000800016 Acesso em 16/set/2012 NETO, J. B. et. al. 2009. Abordagem inicial ao paciente politraumatizado. IN: MELO, M.B; NUNES, T.A. Urgência e Emergência Pré-Hospitalar. – Belo Horizonte-MG: 2º ed. Folium, 2009. Cp.5; p.59. OLIVEIRA, B. F. M. Atendimento Pré-Hospitalar Móvel. IN: OLIVEIRA, B. F. M; PAROLIN, M.K.F; TEIXEIRA, E.V. Atendimento Pré-Hospitalar. – Atheneu. São Paulo-SP, 2010. Cap. 1; P. 01; 2º ed. OLIVEIRA, A. B.; SANTOS, T. C. F.: Entre ganhos e perdas simbólicas: A (des) mobilização das Enfermeiras que atuaram na Segunda Guerra Mundial. Esc. Anna Nery R. Enferm. Set/2007. 11 (3): 423 - 8. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n3/v11n3a05.pdf> Acesso em 13/abr/2012 PASETTO, P. F. APH Tático: Particularidades do Atendimento. Rio de Janeiro/2010. Disponível em: <http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/TCC_PDF_2010/2010/TCC%201%20TEN% 20AL%20PASETTO.pdf> Acesso em 15/mar/2012 PRADO, M. L.; MARTINS, P. P. S. Enfermagem e serviço de atendimento pré- hospitalar: descaminhos e perspectivas. Rev. Bras. de Enf. Brasília; v. 56, n. 1, p.71; jan./fev. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v56n1/a15v56n1.pdf> Acesso em: 08/abr/2012 Protocolo POP SAMU-192. Feira de Santana-BA. Editado em abril/2012. Disponível em: http://www.feiradesantana.ba.gov.br/samu192/protocolos/Protocolos180512.pdf Acesso em 22/set/2012. RAMOS, V. O.; SANNA, M. C. Inserção da Enfermeira no Atendimento Pré- Hospitalar. Rev. Bras. Enf. Brasília, 2005; maio/jun; 58(3):355-60. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/reben/v58n3/a20v58n3.pdf> Acesso em: 04/abr/2012 RIBEIRO, F. J. C. M. START e Atendimento com Múltiplas Vítimas. Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR). Belo Horizonte, 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/75041043/Catastofres-e-desastres> Acesso em: 23/maio/2012
  • 16. ____________________________________________________________________________________ 16 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: UM ENFOQUE NO AMBIENTE HOSTIL ROCHA, P.K; PRADO, M.L; RADUNZ; V; WOSNY, A.M. Assistência de Enfermagem em Serviço Pré-Hospitalar e Remoção Aeromédica. Rev. Bras. De Enf. REBEN, v56n6. Santa Catarina; 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v56n6/a22v56n6.pdf Acesso em 10/out/2012 ROCHA, R. K. Enfermeiro de combate/tático: Uma Especialidade Emergente. 2007. 20f. : il.; 30 cm. Disponível em: <http://pt.scribd.com/Rodrigo%20Kirchner/d/13785135-Enfermeiro-de-CombateTatico> Acesso em: 01/abr/2012 SAMU MG, Apostila 2008. Coordenação de urgência e emergência. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16786317/Apostila-do-SAMU-de-Minas-Gerais> Acesso em: 05/jun/2011 SILVA, N. C.; MELO, M. B. Paciente Gravemente Enfermo . IN: MELO, M.B; NUNES, T.A. Urgência e Emergência Pré-Hospitalar. – Belo Horizonte MG; 2º Ed. Folium, 2009. Cp.7; p.79-82. TEIXEIRA, L. S. Câmara dos deputados: Determinantes da violência no Brasil. Brasília – DF. Novembro/2004. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1221/determinantes_violencia_t eixeira.pdf?sequence=1> Acesso em 22/maio/2012 WEHBE, G.; GALVÃO, C.M. O Enfermeiro de unidade de emergência de hospital privado: Algumas considerações. Rev. Latino-Am. Enferm. v.9 n.2 Ribeirão Preto- SP, mar./abr. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692001000200012&lng=pt&n rm=iso Acesso em 30/ago/ 2012