O documento discute a influência do racismo ambiental sobre a saúde coletiva no meio urbano baiano. Apresenta o conceito de racismo ambiental e seus impactos na saúde. Tem como objetivo descrever esta influência em Salvador e apontar a ineficiência do SUS em garantir o direito à saúde, correlacionando saúde e justiça ambiental.
1. A INFLUÊNCIA DO RACISMO
AMBIENTAL SOBRE A SAÚDE
COLETIVA NO MEIO URBANO
BAIANO
SALVADOR
2018
Vanessa Costa dos Santos da Silva¹; Silvia Rafaela Mascarenhas Freaza Goes²
1-Graduanda em Nutrição 4º Semestre; 2- Professora Orientadora
vanacosta.ascom@gmail.com
2. INTRODUÇÃO
"Home is where life
begins, fill it with
memories"
O racismo ambiental é um termo relativamente novo,
tendo suas discussões iniciadas no Brasil em 2000. Ele é
o causador de injustiças cometidas contra grupos
vulneráveis, geralmente, durante a realização de
políticas públicas ou obras do setor privado. Essas
violações de direitos ocorrem tanto no campo quanto
no meio urbano.
O conceito de racismo ambiental nasceu quando
rejeitos químicos danosos foram lançados em
comunidades negras nos Estados Unidos da América,
em 1980.
O Projeto Mapa de Conflito Envolvendo Injustiça
Ambiental e Saúde no Brasil da Fiocruz, disponível
desde 2010, aponta 571 conflitos no país, sendo a
maioria relacionada ao racismo ambiental.
3. Geral:
Descrever a influência do racismo ambiental sobre a
saúde coletiva no âmbito urbano baiano.
Específicos:
Apontar a ineficiência do SUS para garantir o direito à
saúde de todos como preconiza a Constituição
brasileira;
Correlacionar promoção da saúde com justiça
ambiental.
OBJETIVOS
4. JUSTIFICATIVA
O combate ao racismo ambiental através da promoção à saúde, implica em incorporar a defesa dos direitos humanos
fundamentais, a redução das desigualdades e o fortalecimento da democracia na defesa da vida e da saúde. Isso engloba,
igualmente, o direito à terra, a alimentos saudáveis, à democracia, à cultura e às tradições, em especial das populações
atingidas, frequentemente vulnerabilizadas e discriminadas. A concepção de saúde e ambiente transcende as variáveis do
saneamento básico, da contaminação ambiental por poluentes e das doenças e mortes decorrentes desses fatores.
(Fiocruz 2010)
A Saúde Pública é historicamente marcada pela disputa por hegemonia entre, de um lado, teorias de base estruturalista,
com ênfase nas relações sociais e ecológicas; de outro, as que enfatizam dimensões biológicas e individuais, ao analisar
tendências relativas à distribuição de riscos, doenças, incapacidades e mortes nas populações. As estratégias de
planejamento e políticas públicas no campo oscilam, ora enfatizando a saúde como resultado de políticas sociais numa
sociedade em transformação, ora como restrita à eficiência de tecnologias e serviços de saúde ou medidas pontuais de
prevenção e promoção
O SUS é novamente um importante projeto do Brasil, pois nenhum país oferece acesso à saúde gratuitamente para
população acima de 100 milhões de habitantes. O Programa de Saúde da Família brasileiro é considerado pelos
organismos internacionais um dos dez mais importantes da saúde pública mundial. Essas conquistas convivem com o
subfinanciamento crônico, as filas nos serviços de emergências e nos ambulatórios, a demora para marcar exames e
conseguir internações hospitalares e as dificuldades de acesso a cuidados médicos de qualidade.
E são essas dificuldades de acesso que se agravam para as populações que já sofrem com os impactos causados pelo
Racismo Ambiental pois, além de adquirirem doenças provenientes dos impactos, ainda contam com a dificuldade de
marcação de consultas, postos de saúde com ausência de profissionais de especialidades diversas, demora para
atendimento e realização de exames médicos de baixa e alta complexidade.
5. METODOLOGIA
Investigação bibliográfica relacionada aos
temas justiça ambiental e racismo
ambiental no Brasil e nos EUA;
Revisão de trabalho de conclusão de
curso de comunicação social, 2007;
Utilização de dados do Mapa de Conflitos
Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde
no Brasil da Fiocruz.
6. Conclusão
Como uma área relativamente nova no Brasil, é
preciso discutir nos meios acadêmicos os impactos do
racismo ambiental e o combate nas mais diversas
áreas.
No âmbito da saúde coletiva, é importante cobrar dos
poderes públicos o atendimento público e de
qualidade para as populações que são vítimas do
racismo ambiental e que são, muitas vezes, deixadas
de lado duplamente: primeiro com a ineficiência dos
poderes em fiscalizar a situação ambiental do Brasil;
segundo por não garantir acesso a saúde e todas as
especialidades necessárias, tendo em vista essas
pessoas adoecerem por conta dos impactos
ambientais causados nas áreas que residem, como
mostra o Mapa de Conflitos Ambientais.
Brasil ainda sofre com lixões em
algumas cidades.
7. Bibliografia
PORTO, Marcelo Firpo de Souza; ROCHA, Diogo Ferreira da; FINAMORE, Renan. Saúde coletiva, território e conflitos
ambientais: bases para um enfoque socioambiental crítico. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 10, Oct. 2014
Mapa de Conflitos Ambientais, FiozCruz. Disponível em: <www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br>
Pacheco, Tânia. Racismo Ambiental. Disponível em: < https://racismoambiental.net.br>
Costa, Vanessa; Yane, Aline. Livro Reportagem: Apartheid Ambiental. Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo da
Faculdade da Cidade, Salvador, dez.2007.
8. Obrigada
A Justiça Ambiental luta por um novo
paradigma civilizatório, por uma
sociedade igualitária e justa, na qual
democracia plena e cidadania ativa não
sejam direitos de poucos privilegiados,
independentemente de cor, origem e
etnia. (Pacheco, 2007).