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A lém da inserção social desqualificada, desvalorizada
(vulnerabilidade social) e da invisibilidade de suas
necessidades reais nas ações e programas de assistência,
promoção de saúde e prevenção de doenças (vulnerabili-
dade programática), mulheres e homens negros vivem em
um constante estado defensivo. Essa necessidade infindável
de integrar-se e, ao mesmo tempo, proteger-se dos efeitos
adversos da integração, pode provocar comportamentos
inadequados, doenças psíquicas, psicossociais e físicas (vul-
nerabilidade individual).
O racismo é um fenômeno complexo caracterizado por
diferentes manifestações a cada tempo e lugar. Seu caráter
ideológico atribui significado social a determinados padrões
e diversidades fenotípicas e/ou genéticas e imputa caracte-
rísticas negativas ao grupo com padrões “desviantes”, que
justificam o tratamento desigual. O racismo é uma progra-
mação social e ideológica a qual todos estão submetidos.
Uma vez programadas as pessoas reproduzem atitudes ra-
cistas, consciente ou inconscientemente atitudes que, em
certos casos, são inteiramente opostas à sua opinião.
N o Brasil, são poucas as pesquisas sobre saúde e raça/
etnia. Uma das razões decorre do fato de o quesito
cor, como indicador de raça/etnia, estar ausente da maio-
ria dos documentos e dados de saúde, impossibilitando seu
uso enquanto variável de análise. Embora a Lei nº. 6.015 de
31/12/1973 determine que os assentos de óbito e nascimen-
to devam conter raça/cor entre outras informações, seu re-
gistro de fato nem sempre ocorre.
No Brasil, o termo raça é um conceito nativo (categoria
com sentido prático em contexto ou dado momento histó-
rico) que denota categoria de posição social, formado pela
escravidão de povos provenientes de Moçambique, Congo,
Zaire, Angola, Nigéria, Níger e Coifo de Benin. No Brasil
os escravizados – os africanos ou negros – ocupavam na
sociedade o lugar de escravos. A raça usada para designar
posição nas relações de trabalho configura, desde o início,
sua estreita relação com a mais baixa posição social.
Em dado momento histórico, o conceito de raça foi
substituído pelo de cor.“A classificação por cor é orientada
pela idéia de raça, ou seja, a classificação das pessoas por
cor é orientada por um discurso sobre qualidades, atitudes
e essências transmitidas por sangue, que remontam a uma
origem ancestral comum numa das “subespécies humanas”
(Cuimarães, 1999, Id. 2003), ou seja, mudou-se o “rótulo”
mas a essência discriminatória permaneceu”.
A cor da pele é dada pela concentração de células pig-
mentadas com melanina presentes na epiderme. É genetica-
mente determinada, mas muito sensível à influência do meio
ambiente. Por outro lado, já na terceira geração, filhos de
mestiços podem apresentar fenótipo da raça branca (Skid-
more, 1976, citado por Bernardino, 2002).
No SUS, longo é o caminho a trilhar no que tange às
necessidades dos negros. Para além de iniciativas pontuais
como o Programa Nacional de Anemia Falciforme, é essen-
cial reconhecer, na população, a existência de cidadãos com
necessidades particulares; contabilizá-los nos municípios;
identificar especificidades nos perfis de morbimortalidade;
conhecer suas necessidades de assistência não atendidas.
Para isso, é essencial introduzir, registrar, computar e anali-
sar o quesito raça/cor nos documentos referentes aos pro-
cedimentos.
O Sistema Único de Saúde, criado por força da Lei nº.
8.080, de 19 de setembro de 1990, incorpora a concepção
da Constituição de 1988 onde saúde figura como direito
fundamental e dever do estado. Suas principais característi-
cas são universalidade, gratuidade, integralidade, descentrali-
zação com direção única em cada esfera, prioridade às ações
preventivas sem prejuízo das curativas, controle popular, fi-
nanciamento público, participação auxiliar da rede privada e
a eqüidade (Andrade, 2001).
A iniqüidade em saúde entre brancos e negros não tem
“O Brasil é freqüentemente confundido
com uma democracia racial porque
o preconceito aqui aparece muitas
vezes como um objeto invisível e o
país não apresenta tensões abertas e
conflitos permanentes”.
AZEVEDO, Fernando Lopes de. Experiências desiguais ao nascer, viver,
adoecer e morrer:Tópicos em saúde da população negra no Brasil. Saú-
de da População Negra no Brasil – Contribuições para a Promoção
da Eqüidade – FUNASA. Brasília: Ministério da Saúde – Fundação Na-
cional de Saúde, 2005. p. 9, 16.
“O Brasil é freqüentemente confundido
com uma democracia racial porque
o preconceito aqui aparece muitas
vezes como um objeto invisível e o
sido considerada até então pelos formuladores de políticas
públicas em saúde.Tampouco os modelos de atenção imple-
mentados por meio de estratégias e programas têm opera-
do no sentido de reverter o quadro das relações raciais e
saúde. Os esforços de expansão do SUS na última década
produziram pouco impacto positivo sobre o desempenho
da população negra na saúde. Na lógica da universalização
proposta, o que ocorreu foi o recrudescimento de alguns in-
dicadores que são bem sensíveis na captação das condições
socioeconômicas e da qualidade na oferta de cuidados de
saúde, tais como, mortalidade infantil e mortalidade mater-
na.Tangenciar o mocho como operam as relações raciais no
Brasil é importante, pois permite explicitar a idéia de que os
princípios de universalidade, equidade e integralidade, nor-
teadores do SUS, não funcionam per si; somente levando-se
em conta como são construídas as relações sociais e raciais
é que poderá ser traçado o caminho que possibilite a efeti-
vação de tais princípios.
A estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF) foi
iniciada em junho de 1991, com a implantação do Progra-
ma de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro
de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da
Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes
comunitários.A proposta visa uma nova dinâmica para a or-
ganização dos serviços básicos de saúde em suas relações
com as comunidades, e propõe maior integração entre os
diversos níveis de complexidade do sistema.
B atista, em 2002, analisando os resultados da pesquisa
de condições de vida (PCV-98) conduzida pela Fun-
dação SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de
Dados) em 1998, revela diferenças entre famílias brancas e
negras no Estado de São Paulo. As primeiras têm, em mé-
dia dois filhos e estão sob a chefia de um homem, enquanto
as últimas caracterizam-se por maior número de filhos e
com maior freqüência são chefiadas por mulheres. Famílias
negras têm menor escolaridade e menor renda familiar. A
contradição, entretanto, talvez inexista. Como sugerem os
estudos comentados na introdução do presente artigo, a
etnia em si não é um fator de risco, mas a inserção social
adversa de um grupo racial/étnico é que se constitui em
característica de vulnerabilidade.
E mbora a sociedade brasileira não conviva com o ódio
racial, com a segregação legal ou explícita, a atribuição
de um significado social negativo a determinados padrões
fenotípicos de diversidades justifica o tratamento desigual,
impõe e intercala barreiras que impedem ou dificultam a
mobilidade social negra. A sobre-representação do negro na
pobreza, com especial destaque para a efetuação da mulher
negra, restringe suas possibilidades de consumo, de acesso
aos bens sociais potencialmente disponíveis e, por conse-
qüência, suas liberdades individuais. Como afirmou Santos,
aos pobres é oferecida uma cidadania abstrata, que não cabe
em qualquer tempo e lugar e que, na maioria das vezes, não
pode ser sequer reclamada.
Ao instituir a saúde como direito de todos (as) e dever
do Estado (Artigo 196 da Constituição Federal Brasileira),
o Estado brasileiro assume a responsabilidade de garantir
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde,
de modo a contemplar, da melhor forma possível, as neces-
sidades e demandas da população.
Embora seja um avanço inegável como direito do ci-
dadão, não o é quando trata do dever, pois este não tem
assegurado a todos a mesma qualidade de atenção ou perfil
de saúde, seja do ponto de vista regional e/ou étnico-racial.
Mulheres e homens, populações indígenas, negros e brancos
ocupam lugares desiguais nas redes sociais e trazem consigo
experiências também desiguais de nascer, viver, adoecer e
morrer. Diante de tal constatação, é essencial que, no campo
das políticas públicas ou institucionais, o processo de de-
finição de diretrizes e metas não restrinja o conceito de
igualdade ao seu aspecto formal e que seja considerado o
impacto de preposições.
BATISTA, Luiz Eduardo; et al. Mortalidade da população negra adulta
no Brasil. SILVA, Marta de Oliveira; FIGUEIREDO, Nataly Damasceno.
Críticas sobre políticas, ações e programas de saúde implementados no
Brasil. Saúde da População Negra no Brasil – Contribuições para a
Promoção da Eqüidade – FUNASA. Brasília: Ministério da Saúde – Fun-
dação Nacional de Saúde, 2005. p. 239, 246, 306, 389, 396, 397.
LOPES, Fernanda. Para além da barreira dos números: desigualdades
raciais e saúde. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro: Set/Out
2005. p. 1596, 1598, 1599.
BATISTA, Luís Eduardo; ESCUDER, Maria Mercedes Loureiro; PEREIRA,
Julio Cesar Rodrigues.A cor da morte: causas de óbito segundo caracte-
rísticas de raça no estado de São Paulo, 1999 a 2001. Revista Saúde
Pública. São Paulo: 2004. p. 631, 635.
O s diferenciais étnicos/raciais, apontados pelas va-
riáveis sócio-demográficas de usuários de drogas
negros e brancos, sugerem que, o uso de drogas por negros
pode se converter em um fator de maior exposição à violên-
cia das regiões urbanas das grandes capitais que apresentam
como característica a falta de capital social (Cárdia & Schi-
ffer, 2002). É preciso frisar que este cenário de violência é
apenas potencializado pelo tráfico de drogas, pois a inaces-
sibilidade às redes de proteção social que afeta parte da
população brasileira, em especial a população negra, é bem
anterior ao narcotráfico.
O Brasil é freqüentemente confundido com uma de-
mocracia racial porque o preconceito aqui aparece
muitas vezes como um objeto invisível e o país não apresenta
tensões abertas e conflitos permanentes (Fernandes, 1997:
21-26). Na aparente inconsistência das estatísticas, a quase
totalidade dos brancos, quando entrevistada, afirma que não
se julga racista, mas diz conhecer pessoas próximas que têm
preconceitos. Da mesma forma, a maioria dos negros entre-
vistados nega ter sido vítima de discriminação, mas confirma
casos de racismo envolvendo familiares e conhecidos próxi-
mos. Neste sentido, racista e vítima de racismo, no Brasil, é
sempre o outro (Schwarcz, 1998: 180-182).
P or último, é necessário assinalar que a discussão sobre
violência e etnia tem como fator de confusão a posi-
ção socioeconômica dos indivíduos; como se observou no
presente estudo, todas as formas de vitimização recaíram de
modo mais freqüente sobre pessoas que habitavam bairros
pobres. Por sua vez, estas pessoas defendiam de modo mais
acentuado todas as atitudes autoritárias e normas que dão
suporte à violência. Sendo os negros aqueles que residem,
sobretudo, nos bairros periféricos e caracterizados pela po-
breza, é possível esperar também que os eventos pesquisa-
dos se concentrem mais neste grupo.Contudo,a análise aqui
desenvolvida resultou algo diferente do que o senso comum
acredita, ao revelar que os negros são vítimas dos marginais
na mesma proporção que os brancos.
O s jovens negros são especialmente incluídos entre
os desiguais. São eles que ocupam os piores níveis
de escolaridade, apresentam as maiores dificuldades para in-
gresso no mercado de trabalho e, no momento em que nele
se inserem, são aqueles que ocupam as mais desvalorizadas
funções. São também aqueles que, por sua irreverência, ves-
timenta ou linguajar, são prioritariamente discriminados nos
serviços de saúde.
E studos evidenciam a maior mortalidade das crianças
negras (Tamburo, 1987; Cunha, 2001); a maior morta-
lidade materna entre as mulheres negras (Martins & Tanaka,
2000) e a maior mortalidade por HIV/Aids entre os negros
(Werneck, 2001; Batista, 2002; Lopes & Batista, 2003). No
que diz respeito à mortalidade masculina, Barbosa (1998)
enfatiza as mais altas taxas de mortalidade por causas exter-
nas dos homens negros residentes na cidade de São Paulo.
Considerando que as condições sociais provocam im-
pactos na saúde; que associamos as piores condições de
vida e acesso a bens e serviços de saúde de qualidade à
mortalidade por tuberculose, malária, doença de Chagas,
HIV/ Aids, alcoolismo, morte materna, morte sem assistên-
cia, morte por causas mal definidas e causas externas; e
sendo a população negra aquela que, em nossa sociedade,
possui as piores condições de vida, então a mortalidade por
tais causas provavelmente será maior para os negros.
Para Medrado (1997), o ato de beber pode estar as-
sociado a desafios, riscos, mistério. A habilidade de beber
também se relaciona com os estereótipos masculinos, a so-
cialização, a competitividade, a conquista e a atração.
As causas de morte dos homens negros analisadas não
mostram associação com a doença, mas sim com os “pro-
cessos sociais relacionados ao gênero”, com as condições
sociais, com a sua dificuldade de acesso a serviços de saúde
de qualidade, com o desconhecimento do sistema de saúde
de seu perfil de saúde-doença e a inexistência de um olhar
das políticas públicas e de saúde para esta população (vul-
nerabilidade programática).
LIMA, Luís Carlos Araújo; et al. Estudo dos Diferenciais Raciais/Étnicos no
Uso de Drogas. XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Po-
pulacionais, realizado em Ouro Preto (MG). Novembro 2002. p. 13.
KILSZTAJN,Samuel;et al.Vítimas da Cor – Homicídios na Região Metropo-
litana de São Paulo, 2000. ABEP. Caxambu (MG): Setembro 2004. p. 2.
NORONHA, Ceci Vilar; et al.Violência, etnia e cor: um estudo dos dife-
renciais na região metropolitana de Salvador, Bahia, Brasil. Revista Pan-
americana de Saúde. Salvador: 1999. p. 275.
PINHO,Maria Dirce.Juventude,raça e vulnerabilidade.Revista Brasilei-
ra de Estudos de População. São Paulo: Jul-Dez 2002. p. 279.
A inda que múltiplo e disperso, o componente racial
da sociedade brasileira contemporânea é nuclear e
profundamente estruturante das experiências subjetivas de
si, da formação de sujeitos políticos, da reprodução social
desigual. Ora, a questão da modernização desigual brasileira
parece inextricavelmente associada ao problema racial –
basta lembrarmos como a Escola de Sociologia Paulista e
os estudos da UNESCO colocaram a questão. O ‘problema
racial’ brasileiro seria um aspecto da demora cultural, ou
um resíduo, símbolo do atraso e do passado, com existência
social asfixiada pelo progresso, pela evolução do capitalismo
e da sociedade de classes, em suma, pela modernização. No
limiar do século XXI parece ter ficado claro, entretanto, que
a tão esperada modernização já chegou e ela não significou
a redenção de sujeitos sociais.
Preconceito – Como seu nome o indica é um pré-
conceito, uma opinião que se emite antecipadamente, sem
contar com informação suficiente para poder emitir um
verdadeiro julgamento, fundamentado e raciocinado. Ao
contrário do que se possa pensar, são opiniões individuais.
Em geral,nascem da repetição irrefletida de pré-julgamentos
que já ouvimos antes mais de uma vez.
Discriminação – Diz respeito a toda distinção, ex-
clusão ou restrição baseada no sexo, gênero, raça, cor da
pele, linhagem, origem nacional ou étnica, orientação se-
xual, condição social, religião, idade, deficiência etc., que
tenha por objeto ou por resultado anular ou depreciar
o reconhecimento, gozo ou exercício e em condições de
igualdade entre todas e todos aos direitos humanos e liber-
dades fundamentais em todas as esferas, incluindo a públi-
ca, privada, política, econômica, cultural ou civil.
Discriminação Racial – A Convenção Internacio-
nal para a Eliminação de todas as Formas de Discrimina-
ção Racial da ONU, em seu artigo primeiro diz que a dis-
criminação social “significa qualquer distinção, exclusão,
restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência,
origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de
impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício,
em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberda-
des fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou qualquer outra área da vida pública “(Con-
venção ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968)”.
Racismo – É a convicção de que existe uma relação en-
tre as características físicas hereditárias, como a cor da pele,
e determinados traços de caráter e inteligência ou mani-
festações culturais. O racismo subentende ou afirma que
existem raças puras, que estas são superiores às demais e
que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e his-
tórica, pontos de vista contra os quais se levantam objeções
consideráveis.Ao longo da história, a crença na existência de
raças superiores e inferiores -- racismo -- foi utilizada para
justificar a escravidão ou o domínio de determinados povos
por outros.
A s situações de violência, vivida pelas crianças e ado-
lescentes afro-descendentes provocam dificuldades,
sentimentos e percepções, tais como:
Sentir-se diferente e em situação de desvantagem perante•
seus colegas;
Sentir-se atacado fisicamente naquilo que lhe dá consciência•
de identidade: esse é um corpo atacado e não gostado;
Sentir vergonha de ser o que é, e um desejo de ser igual às•
crianças e adolescentes brancos, pois eles não são atacados.
Portanto, isso pode trazer uma idéia de que os brancos são
melhores.
Logo, o efeito do racismo vai incidir diretamente na
construção de um autoconceito negativo e desvalorizado
sobre si mesmo, uma vez que ele ataca o sujeito naquilo
que lhe dá consciência de identidade, seu corpo. O ataque
ao corpo do negro é constante; é sabido que o corpo está
demarcado pelos valores sociais, nele a sociedade fixa seus
sentidos e valores.
Texto elaborado pela facilitadora Maria NoelciTeixeira Homero, bibliote-
cária, com especialização em prevenção em violência doméstica contra
crianças e adolescentes pela USP, da Organização de Mulheres Negras
– Maria Mulher, para o módulo sobre “Raça e Etnia: implicações para
saúde e sua (possível) relação com a violência” da capacitação realizada
no município de Porto Alegre/RS.
PINHO, Osmundo de Araújo.A Vida em que Vivemos: raça, gênero e mo-
dernidade em São Gonçalo. Revista Estudos Feministas. Vol. 14. no. 1.
Florianópolis, 2006.
BATISTA, Luís Eduardo. Masculinidade raça/cor e saúde. Ciência & Saú-
de Coletiva. São Paulo: 2005. p. 72, 73, 76, 78, 79.
em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberda-BATISTA, Luís Eduardo. Masculinidade raça/cor e saúde. Ciência & Saú-
de Coletiva. São Paulo: 2005. p. 72, 73, 76, 78, 79.
Texto elaborado pela facilitadora Maria Aparecida Miranda, Mestre em
Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, membro do Institu-
to AMMA Psique e Negritude, para o módulo sobre “Raça e Etnia: impli-
cações para saúde e relação com a violência” da capacitação realizada
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Desigualdades raciais na saúde e no SUS

  • 1. A lém da inserção social desqualificada, desvalorizada (vulnerabilidade social) e da invisibilidade de suas necessidades reais nas ações e programas de assistência, promoção de saúde e prevenção de doenças (vulnerabili- dade programática), mulheres e homens negros vivem em um constante estado defensivo. Essa necessidade infindável de integrar-se e, ao mesmo tempo, proteger-se dos efeitos adversos da integração, pode provocar comportamentos inadequados, doenças psíquicas, psicossociais e físicas (vul- nerabilidade individual). O racismo é um fenômeno complexo caracterizado por diferentes manifestações a cada tempo e lugar. Seu caráter ideológico atribui significado social a determinados padrões e diversidades fenotípicas e/ou genéticas e imputa caracte- rísticas negativas ao grupo com padrões “desviantes”, que justificam o tratamento desigual. O racismo é uma progra- mação social e ideológica a qual todos estão submetidos. Uma vez programadas as pessoas reproduzem atitudes ra- cistas, consciente ou inconscientemente atitudes que, em certos casos, são inteiramente opostas à sua opinião. N o Brasil, são poucas as pesquisas sobre saúde e raça/ etnia. Uma das razões decorre do fato de o quesito cor, como indicador de raça/etnia, estar ausente da maio- ria dos documentos e dados de saúde, impossibilitando seu uso enquanto variável de análise. Embora a Lei nº. 6.015 de 31/12/1973 determine que os assentos de óbito e nascimen- to devam conter raça/cor entre outras informações, seu re- gistro de fato nem sempre ocorre. No Brasil, o termo raça é um conceito nativo (categoria com sentido prático em contexto ou dado momento histó- rico) que denota categoria de posição social, formado pela escravidão de povos provenientes de Moçambique, Congo, Zaire, Angola, Nigéria, Níger e Coifo de Benin. No Brasil os escravizados – os africanos ou negros – ocupavam na sociedade o lugar de escravos. A raça usada para designar posição nas relações de trabalho configura, desde o início, sua estreita relação com a mais baixa posição social. Em dado momento histórico, o conceito de raça foi substituído pelo de cor.“A classificação por cor é orientada pela idéia de raça, ou seja, a classificação das pessoas por cor é orientada por um discurso sobre qualidades, atitudes e essências transmitidas por sangue, que remontam a uma origem ancestral comum numa das “subespécies humanas” (Cuimarães, 1999, Id. 2003), ou seja, mudou-se o “rótulo” mas a essência discriminatória permaneceu”. A cor da pele é dada pela concentração de células pig- mentadas com melanina presentes na epiderme. É genetica- mente determinada, mas muito sensível à influência do meio ambiente. Por outro lado, já na terceira geração, filhos de mestiços podem apresentar fenótipo da raça branca (Skid- more, 1976, citado por Bernardino, 2002). No SUS, longo é o caminho a trilhar no que tange às necessidades dos negros. Para além de iniciativas pontuais como o Programa Nacional de Anemia Falciforme, é essen- cial reconhecer, na população, a existência de cidadãos com necessidades particulares; contabilizá-los nos municípios; identificar especificidades nos perfis de morbimortalidade; conhecer suas necessidades de assistência não atendidas. Para isso, é essencial introduzir, registrar, computar e anali- sar o quesito raça/cor nos documentos referentes aos pro- cedimentos. O Sistema Único de Saúde, criado por força da Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, incorpora a concepção da Constituição de 1988 onde saúde figura como direito fundamental e dever do estado. Suas principais característi- cas são universalidade, gratuidade, integralidade, descentrali- zação com direção única em cada esfera, prioridade às ações preventivas sem prejuízo das curativas, controle popular, fi- nanciamento público, participação auxiliar da rede privada e a eqüidade (Andrade, 2001). A iniqüidade em saúde entre brancos e negros não tem “O Brasil é freqüentemente confundido com uma democracia racial porque o preconceito aqui aparece muitas vezes como um objeto invisível e o país não apresenta tensões abertas e conflitos permanentes”. AZEVEDO, Fernando Lopes de. Experiências desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer:Tópicos em saúde da população negra no Brasil. Saú- de da População Negra no Brasil – Contribuições para a Promoção da Eqüidade – FUNASA. Brasília: Ministério da Saúde – Fundação Na- cional de Saúde, 2005. p. 9, 16. “O Brasil é freqüentemente confundido com uma democracia racial porque o preconceito aqui aparece muitas vezes como um objeto invisível e o
  • 2. sido considerada até então pelos formuladores de políticas públicas em saúde.Tampouco os modelos de atenção imple- mentados por meio de estratégias e programas têm opera- do no sentido de reverter o quadro das relações raciais e saúde. Os esforços de expansão do SUS na última década produziram pouco impacto positivo sobre o desempenho da população negra na saúde. Na lógica da universalização proposta, o que ocorreu foi o recrudescimento de alguns in- dicadores que são bem sensíveis na captação das condições socioeconômicas e da qualidade na oferta de cuidados de saúde, tais como, mortalidade infantil e mortalidade mater- na.Tangenciar o mocho como operam as relações raciais no Brasil é importante, pois permite explicitar a idéia de que os princípios de universalidade, equidade e integralidade, nor- teadores do SUS, não funcionam per si; somente levando-se em conta como são construídas as relações sociais e raciais é que poderá ser traçado o caminho que possibilite a efeti- vação de tais princípios. A estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF) foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Progra- ma de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários.A proposta visa uma nova dinâmica para a or- ganização dos serviços básicos de saúde em suas relações com as comunidades, e propõe maior integração entre os diversos níveis de complexidade do sistema. B atista, em 2002, analisando os resultados da pesquisa de condições de vida (PCV-98) conduzida pela Fun- dação SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) em 1998, revela diferenças entre famílias brancas e negras no Estado de São Paulo. As primeiras têm, em mé- dia dois filhos e estão sob a chefia de um homem, enquanto as últimas caracterizam-se por maior número de filhos e com maior freqüência são chefiadas por mulheres. Famílias negras têm menor escolaridade e menor renda familiar. A contradição, entretanto, talvez inexista. Como sugerem os estudos comentados na introdução do presente artigo, a etnia em si não é um fator de risco, mas a inserção social adversa de um grupo racial/étnico é que se constitui em característica de vulnerabilidade. E mbora a sociedade brasileira não conviva com o ódio racial, com a segregação legal ou explícita, a atribuição de um significado social negativo a determinados padrões fenotípicos de diversidades justifica o tratamento desigual, impõe e intercala barreiras que impedem ou dificultam a mobilidade social negra. A sobre-representação do negro na pobreza, com especial destaque para a efetuação da mulher negra, restringe suas possibilidades de consumo, de acesso aos bens sociais potencialmente disponíveis e, por conse- qüência, suas liberdades individuais. Como afirmou Santos, aos pobres é oferecida uma cidadania abstrata, que não cabe em qualquer tempo e lugar e que, na maioria das vezes, não pode ser sequer reclamada. Ao instituir a saúde como direito de todos (as) e dever do Estado (Artigo 196 da Constituição Federal Brasileira), o Estado brasileiro assume a responsabilidade de garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, de modo a contemplar, da melhor forma possível, as neces- sidades e demandas da população. Embora seja um avanço inegável como direito do ci- dadão, não o é quando trata do dever, pois este não tem assegurado a todos a mesma qualidade de atenção ou perfil de saúde, seja do ponto de vista regional e/ou étnico-racial. Mulheres e homens, populações indígenas, negros e brancos ocupam lugares desiguais nas redes sociais e trazem consigo experiências também desiguais de nascer, viver, adoecer e morrer. Diante de tal constatação, é essencial que, no campo das políticas públicas ou institucionais, o processo de de- finição de diretrizes e metas não restrinja o conceito de igualdade ao seu aspecto formal e que seja considerado o impacto de preposições. BATISTA, Luiz Eduardo; et al. Mortalidade da população negra adulta no Brasil. SILVA, Marta de Oliveira; FIGUEIREDO, Nataly Damasceno. Críticas sobre políticas, ações e programas de saúde implementados no Brasil. Saúde da População Negra no Brasil – Contribuições para a Promoção da Eqüidade – FUNASA. Brasília: Ministério da Saúde – Fun- dação Nacional de Saúde, 2005. p. 239, 246, 306, 389, 396, 397. LOPES, Fernanda. Para além da barreira dos números: desigualdades raciais e saúde. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro: Set/Out 2005. p. 1596, 1598, 1599. BATISTA, Luís Eduardo; ESCUDER, Maria Mercedes Loureiro; PEREIRA, Julio Cesar Rodrigues.A cor da morte: causas de óbito segundo caracte- rísticas de raça no estado de São Paulo, 1999 a 2001. Revista Saúde Pública. São Paulo: 2004. p. 631, 635.
  • 3. O s diferenciais étnicos/raciais, apontados pelas va- riáveis sócio-demográficas de usuários de drogas negros e brancos, sugerem que, o uso de drogas por negros pode se converter em um fator de maior exposição à violên- cia das regiões urbanas das grandes capitais que apresentam como característica a falta de capital social (Cárdia & Schi- ffer, 2002). É preciso frisar que este cenário de violência é apenas potencializado pelo tráfico de drogas, pois a inaces- sibilidade às redes de proteção social que afeta parte da população brasileira, em especial a população negra, é bem anterior ao narcotráfico. O Brasil é freqüentemente confundido com uma de- mocracia racial porque o preconceito aqui aparece muitas vezes como um objeto invisível e o país não apresenta tensões abertas e conflitos permanentes (Fernandes, 1997: 21-26). Na aparente inconsistência das estatísticas, a quase totalidade dos brancos, quando entrevistada, afirma que não se julga racista, mas diz conhecer pessoas próximas que têm preconceitos. Da mesma forma, a maioria dos negros entre- vistados nega ter sido vítima de discriminação, mas confirma casos de racismo envolvendo familiares e conhecidos próxi- mos. Neste sentido, racista e vítima de racismo, no Brasil, é sempre o outro (Schwarcz, 1998: 180-182). P or último, é necessário assinalar que a discussão sobre violência e etnia tem como fator de confusão a posi- ção socioeconômica dos indivíduos; como se observou no presente estudo, todas as formas de vitimização recaíram de modo mais freqüente sobre pessoas que habitavam bairros pobres. Por sua vez, estas pessoas defendiam de modo mais acentuado todas as atitudes autoritárias e normas que dão suporte à violência. Sendo os negros aqueles que residem, sobretudo, nos bairros periféricos e caracterizados pela po- breza, é possível esperar também que os eventos pesquisa- dos se concentrem mais neste grupo.Contudo,a análise aqui desenvolvida resultou algo diferente do que o senso comum acredita, ao revelar que os negros são vítimas dos marginais na mesma proporção que os brancos. O s jovens negros são especialmente incluídos entre os desiguais. São eles que ocupam os piores níveis de escolaridade, apresentam as maiores dificuldades para in- gresso no mercado de trabalho e, no momento em que nele se inserem, são aqueles que ocupam as mais desvalorizadas funções. São também aqueles que, por sua irreverência, ves- timenta ou linguajar, são prioritariamente discriminados nos serviços de saúde. E studos evidenciam a maior mortalidade das crianças negras (Tamburo, 1987; Cunha, 2001); a maior morta- lidade materna entre as mulheres negras (Martins & Tanaka, 2000) e a maior mortalidade por HIV/Aids entre os negros (Werneck, 2001; Batista, 2002; Lopes & Batista, 2003). No que diz respeito à mortalidade masculina, Barbosa (1998) enfatiza as mais altas taxas de mortalidade por causas exter- nas dos homens negros residentes na cidade de São Paulo. Considerando que as condições sociais provocam im- pactos na saúde; que associamos as piores condições de vida e acesso a bens e serviços de saúde de qualidade à mortalidade por tuberculose, malária, doença de Chagas, HIV/ Aids, alcoolismo, morte materna, morte sem assistên- cia, morte por causas mal definidas e causas externas; e sendo a população negra aquela que, em nossa sociedade, possui as piores condições de vida, então a mortalidade por tais causas provavelmente será maior para os negros. Para Medrado (1997), o ato de beber pode estar as- sociado a desafios, riscos, mistério. A habilidade de beber também se relaciona com os estereótipos masculinos, a so- cialização, a competitividade, a conquista e a atração. As causas de morte dos homens negros analisadas não mostram associação com a doença, mas sim com os “pro- cessos sociais relacionados ao gênero”, com as condições sociais, com a sua dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade, com o desconhecimento do sistema de saúde de seu perfil de saúde-doença e a inexistência de um olhar das políticas públicas e de saúde para esta população (vul- nerabilidade programática). LIMA, Luís Carlos Araújo; et al. Estudo dos Diferenciais Raciais/Étnicos no Uso de Drogas. XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Po- pulacionais, realizado em Ouro Preto (MG). Novembro 2002. p. 13. KILSZTAJN,Samuel;et al.Vítimas da Cor – Homicídios na Região Metropo- litana de São Paulo, 2000. ABEP. Caxambu (MG): Setembro 2004. p. 2. NORONHA, Ceci Vilar; et al.Violência, etnia e cor: um estudo dos dife- renciais na região metropolitana de Salvador, Bahia, Brasil. Revista Pan- americana de Saúde. Salvador: 1999. p. 275. PINHO,Maria Dirce.Juventude,raça e vulnerabilidade.Revista Brasilei- ra de Estudos de População. São Paulo: Jul-Dez 2002. p. 279.
  • 4. A inda que múltiplo e disperso, o componente racial da sociedade brasileira contemporânea é nuclear e profundamente estruturante das experiências subjetivas de si, da formação de sujeitos políticos, da reprodução social desigual. Ora, a questão da modernização desigual brasileira parece inextricavelmente associada ao problema racial – basta lembrarmos como a Escola de Sociologia Paulista e os estudos da UNESCO colocaram a questão. O ‘problema racial’ brasileiro seria um aspecto da demora cultural, ou um resíduo, símbolo do atraso e do passado, com existência social asfixiada pelo progresso, pela evolução do capitalismo e da sociedade de classes, em suma, pela modernização. No limiar do século XXI parece ter ficado claro, entretanto, que a tão esperada modernização já chegou e ela não significou a redenção de sujeitos sociais. Preconceito – Como seu nome o indica é um pré- conceito, uma opinião que se emite antecipadamente, sem contar com informação suficiente para poder emitir um verdadeiro julgamento, fundamentado e raciocinado. Ao contrário do que se possa pensar, são opiniões individuais. Em geral,nascem da repetição irrefletida de pré-julgamentos que já ouvimos antes mais de uma vez. Discriminação – Diz respeito a toda distinção, ex- clusão ou restrição baseada no sexo, gênero, raça, cor da pele, linhagem, origem nacional ou étnica, orientação se- xual, condição social, religião, idade, deficiência etc., que tenha por objeto ou por resultado anular ou depreciar o reconhecimento, gozo ou exercício e em condições de igualdade entre todas e todos aos direitos humanos e liber- dades fundamentais em todas as esferas, incluindo a públi- ca, privada, política, econômica, cultural ou civil. Discriminação Racial – A Convenção Internacio- nal para a Eliminação de todas as Formas de Discrimina- ção Racial da ONU, em seu artigo primeiro diz que a dis- criminação social “significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberda- des fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública “(Con- venção ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968)”. Racismo – É a convicção de que existe uma relação en- tre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou mani- festações culturais. O racismo subentende ou afirma que existem raças puras, que estas são superiores às demais e que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e his- tórica, pontos de vista contra os quais se levantam objeções consideráveis.Ao longo da história, a crença na existência de raças superiores e inferiores -- racismo -- foi utilizada para justificar a escravidão ou o domínio de determinados povos por outros. A s situações de violência, vivida pelas crianças e ado- lescentes afro-descendentes provocam dificuldades, sentimentos e percepções, tais como: Sentir-se diferente e em situação de desvantagem perante• seus colegas; Sentir-se atacado fisicamente naquilo que lhe dá consciência• de identidade: esse é um corpo atacado e não gostado; Sentir vergonha de ser o que é, e um desejo de ser igual às• crianças e adolescentes brancos, pois eles não são atacados. Portanto, isso pode trazer uma idéia de que os brancos são melhores. Logo, o efeito do racismo vai incidir diretamente na construção de um autoconceito negativo e desvalorizado sobre si mesmo, uma vez que ele ataca o sujeito naquilo que lhe dá consciência de identidade, seu corpo. O ataque ao corpo do negro é constante; é sabido que o corpo está demarcado pelos valores sociais, nele a sociedade fixa seus sentidos e valores. Texto elaborado pela facilitadora Maria NoelciTeixeira Homero, bibliote- cária, com especialização em prevenção em violência doméstica contra crianças e adolescentes pela USP, da Organização de Mulheres Negras – Maria Mulher, para o módulo sobre “Raça e Etnia: implicações para saúde e sua (possível) relação com a violência” da capacitação realizada no município de Porto Alegre/RS. PINHO, Osmundo de Araújo.A Vida em que Vivemos: raça, gênero e mo- dernidade em São Gonçalo. Revista Estudos Feministas. Vol. 14. no. 1. Florianópolis, 2006. BATISTA, Luís Eduardo. Masculinidade raça/cor e saúde. Ciência & Saú- de Coletiva. São Paulo: 2005. p. 72, 73, 76, 78, 79. em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberda-BATISTA, Luís Eduardo. Masculinidade raça/cor e saúde. Ciência & Saú- de Coletiva. São Paulo: 2005. p. 72, 73, 76, 78, 79. Texto elaborado pela facilitadora Maria Aparecida Miranda, Mestre em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, membro do Institu- to AMMA Psique e Negritude, para o módulo sobre “Raça e Etnia: impli- cações para saúde e relação com a violência” da capacitação realizada no município de Diadema/SP.