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Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
Brazilian Journal of Physical Education and Sport
São Paulo v.37 Suplemento n.15 novembro 2023
e-ISSN 1881-4690
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Vamos conversar sobre didática?
17 e 18 de novembro de 2023
Escola de Educação Física e Esporte - USP
São Paulo, SP - Brasil
Escola de Educação Física e Esporte
Universidade de São Paulo
Comissão Organizadora
Comissão Científica
Presidente
Prof. Dr. Walter Roberto Correia
Membros
Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz
Profª Dra. Andrea Michele Freudenheim
Prof. Dr. Jorge Alberto de Oliveira
Prof. Dr. Flavio Henrique Bastos
Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz
Prof. Dr. Flavio Henrique Bastos
Profª Dra. Soraia Chung Saura
Profª Dra. Ana Cristina Zimmermann
Programação
17/11 (sexta-feira)
9h - 10h Recepção dos participantes
10h - 12h Oficinas
14h - 17h Apresentação de Trabalhos Orais
17h - 17h50 Coffee Break
18h00 - 19h30 Conferência I - “Educação Física Escolar: o currículo como oportunidade histórica”
		 Conferencista: Prof. Dr. Walter Roberto Correia (EEFE-USP)
Mediação: Prof. Dr. Francisco Eduardo Caparroz (UFES)
Profa. Dra. Ana Cristina Zimmermann (EEFE-USP)
18/11 (sábado)
8h - 9h45 Apresentação de Trabalhos Orais
9h45 - 10h30 Coffee Break
10h30 - 12h Conferência II - “Educação Física Escolar: vamos conversar sobre didática?”
		 Conferencista: Prof. Dr. Francisco Eduardo Caparroz (UFES)
Mediação: Prof. Dr. Diego Luz Moura (UNIVASF)
Profa. Dra. Mildred Aparecida Sotero (Colégio Santa Cruz)
14h00 - 16h Apresentação de Trabalhos Orais
16h00 - 16h50 Coffee break
17h - 18h15 Conferência III - “Educação Física e BNCC: desafios para os saberes docentes”
Conferencista: Prof. Dr. Diego Luz Moura (UNIVASF)
Mediação: Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz (EEFE-USP)
Profa. Dra. Mônica Caldas Ehrenberg (FEUSP)
18h15 Encerramento
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 •
e-ISSN 1981-4690
Sumário
Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 37, novembro 2023, Suplemento n. 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Autonomia e Responsabilidade Docente
Apresentação
Resumos
Cultura Indígena: fugindo dos estereótipos reforçados na Educação Infantil
Linguagem corporal e expressividade: um olhar sensível para ‘crianças bem pequenas’ nas
aulas de educação Física
Vivenciando a Cultura de Movimento na Educação Infantil
Vivenciando o surf fora do mar
Escuta, fala, pensamento e imaginação abordados nas aulas de Educação Física da educação
infantil
Integrando a diversidade cultural através de brincadeiras indígenas no currículo da
educação infantil
Habilidades para a vida na Educação Física Escolar: objetivos e planejamento de aulas
Inter e transdisciplinaridade na elaboração de material didático
Comparação dos scores de comportamento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade, nas
escolas do rio de janeiro: pré e pós-pandemia
Brincadeiras de mãos cantadas nas aulas de educação física: acolhendo e divulgando as
culturas infantis na escola
Surfe na Escola
A luta na escola
Jogos Indígenas na Educação Física Escolar
Fichas de compartilhamento de práticas corporais ao redor do mundo: vamos fruir?
Jogos escolares: experiência de um residente
Danças urbanas e tic na Educação Física Escolar: possibilidades para o terceiro Ciclo do
Ensino Fundamental a partir da BNCC
VII
R.9
R.9
R.10
R.10
R.11
R.11
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R.15
R.15
R.16
R.16
• Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
O desinteresse dos estudantes e a satisfação das necessidades psicológicas básicas nas aulas de
Educação Física
Metodologias ativas como práticas inovadoras no Ensino da Educação Física do 9º ano na
escola municipal Getúlio Vargas no município de Floriano-PI
Afastamento discente nas aulas de ginástica
O ensino dos esportes de Campo e Taco por meio de jogos: para Ensino Fundamental
Avaliação do programa escola em ação usando o modelo RE-AIM
Educação Física no Ensino Médio: experiências pedagógicas no estágio supervisionado
Desafios e vivências nas aulas de “esportes radicais: trilhas e tribos” do itinerário formativo
Tematizando o futebol e as relações de gênero nas aulas de Educação Física do IFSP:
entre denúncias e ações para a busca de justiça social
Representações sociais de alunos do Ensino Médio sobre a Educação Física e o Esporte
Inclusão nas aulas de Educação Física Escolar
Atividades lúdicas e jogos cooperativos para melhora da movimentação e inclusão de alunos
com o transtorno do desenvolvimento da coordenação
Brinquedoteca Universitária: influência do(a) brinquedista nas interações da criança com e
sem deficiência/autismo
Relato de estágio em Educação Física Escolar: acompanhando alunos de inclusão em uma
escola da zona oeste da cidade de São Paulo
O xadrez na educação física escolar: uma ferramenta pedagógica na atenção ao aluno com
TEA
Relatos de alunos egressos acerca das aprendizagens oriundas da Educação Física Escolar
Qualificação da Educação Física Escolar: impactos da formação continuada de educadores
Da teoria cultural à prática pedagógica
Curricularização da extensão: relato de experiência sobre a implementação realizada na
UNIDAV
Atitudes dos licenciandos de Educação Física frente ao estágio supervisionado
Entre dissensos e convergências: uma revisão de literatura sobre a formação de professores
em Educação Física
A formação do professor de Educação Física supervisor de estágio
R.17
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R.18
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R.27
R.28
R.28
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 •
Universidade e escola de mãos dadas no programa residência pedagógica
O estudo do meio como possibilidade de um trabalho interdisciplinar: a experiência de uma
formação continuada para as aulas de Educação Física Escolar de uma escola da SME-SP
O professor homem na educação de crianças pequenas: o que falam os estagiários da
licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Paraná
Educação antirracista e Educação Física Escolar: estudos e práticas pedagógicas em um
colégio estadual do Paraná
Vozes infantis: narrativas (auto) biográficas na pesquisa pela educação emancipatória e
libertadora
Projeto de danças circulares dançar o mundo
As condições de trabalho e a síndrome de Burnout em professores de Educação Física de
escolas públicas
Análise configuracional da Educação Física Escolar
Os jogos nas aulas de Educação Física e um ensejo com a probabilidade
Influência dos pais no aumento de tela em crianças de 6 a 12 anos pós pandemia na cidade
do Rio de Janeiro: desafios para a Educação Física Escolar
O uso das tecnologias digitais nas aulas de Educação Física
Índice de Autores dos Resumos
Os artigos apresentados são de responsabilidade dos Autores; os resumos foram aprovados pelos Revisores do Seminário.
R.29
R.29
R.30
R.30
R.31
R.32
R.32
R.33
R.33
R.34
R.34
R.36
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.7
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Apresentação
Apresentação
O XVII Seminário de Educação Física Escolar
da Escola de Educação Física e Esporte da Escola
da Universidade de São Paulo (EEFE-USP)
tem por objetivo recolocar a didática da Educação
Física em questão. Após grandes transformações
produzidas pelas emergências das múltiplas teorias
e práticas de ensino produzidas pelo campo social, a
questão da legitimidade do componente curricular
continua na pauta acadêmica e, sobremaneira, no
cotidiano escolar.
Retomando os primórdios dos Seminários de
Educação Física do início da década de noventa do
século passado, memoramos que os atores daquele
momento histórico se ocupavam com as seguintes
perguntas: Quais são as perspectivas da Educação
Física Escolar para o Século XXI; Educação
Física Escolar: temos o que ensinar?; Qual é o
conhecimento e a especificidade do componente
curricular?; Quais são os saberes escolares que
se justificam no âmbito da escolarização e da
formação para cidadania?
Estariam as perguntas supracitadas superadas?
Após o referido intercurso temporal que
mencionamos, as perguntas clássicas do pensamento
didático como para que ensinar, o quê ensinar,
como ensinar, quando ensinar, como avaliar, dentre
outras, ainda têm validade ou “vigor” simbólico na
contemporaneidade? Qual é o entendimento sobre
conteúdo escolar provenientes dos interlocutores
da Educação Física, uma vez que um projeto de
educação não se justifica sem a clareza desse termo?
Conteúdosescolaressãosinônimosdecompetências?
Base Nacional Comum Curricular de Educação
Física: renunciar, assimilar ou transformar? O que se
entende por saber escolar, tendo a cultura corporal
de movimento ou práticas corporais como objeto de
ensino e aprendizagem?
Desse modo, retomando as origens dos nossos
debates proferidos aqui na EEFE-USP, convidamos
todas e todos para uma aventura do imaginário
pedagógico! Sendo assim: “vamos conversar sobre
a didática? ”
Sejam todas e todos bem-vindos(as)!
Prof. Dr. Walter Roberto Correia
Presidente
Comissão Oganizadora
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.9
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
na
Educação
Infantil
Cultura Indígena: fugindo dos estereótipos reforçados Na Educação Infantil
Mariana Antunes Braz; Elizangela Cely da Silva Oliveira; José Henrique dos Santos
marianaantunesbraz@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Linguagem corporal e expressividade: um olhar sensível para ‘crianças bem pequenas’ nas
aulas de educação Física
Rafaela Pereira Cintra
rafaelacintra@estudante.ufscar.br Universidade Federal de São Carlos
001
002
Opresentetrabalhotrata-sedeumrelatodeexperiênciaacercaumprojetocomatemáticaculturaindígena,quefoirealizado
em um Centro Municipal de Educação Infantil situado em Seropédica, baixada fluminense do Estado do Rio de Janeiro.
A unidade escolar é uma parceira do programa Residência Pedagógica, e acolhe licenciandos de Educação Física, Belas
Artes e Pedagogia. As intervenções pedagógicas foram realizadas nas turmas de Educação Infantil I (4 anos) e Educação
Infantil II (5 anos) nos turnos da manhã e da tarde, totalizando doze turmas. O projeto foi elaborado por meio de um
planejamento colaborativo entre os residentes de Educação Física e a professora de Educação Física das turmas, com
o objetivo de fugir dos estereótipos atribuídos aos povos indígenas, muitas vezes reforçados na Educação Infantil. As
intervenções pedagógicas aconteceram em duas aulas de 50 minutos, sendo uma aula em cada semana. A primeira aula foi
realizada na quadra da escola através de uma roda de conversa contextualizando o tema e a história contada, em que os
alunosexercitaramaimaginaçãosimulandoumaviagempelaflorestaeaochegaremàumaaldeiaindígenaondevivenciaram
asbrincadeirasindígenasdecabodeguerra,petecaepião.Asegundaaulafoirealizadanabrinquedotecadaunidadeescolar.
Foi apresentado o vídeo DIA DOS POVOS INDÍGENAS - EXPLICAÇÃO, EDUCAÇÃO INFANTIL. Após o vídeo
foi feita uma explanação sobre a diversidade dos grafismos indígenas e seus significados. Os alunos foram incentivados
a recriá-los artisticamente no papel. Também foi realizada uma breve contextualização sobre o fruto do guaraná e sua
importância, logo após, uma brincadeira com um objeto confeccionado com papel para representar o fruto. Ao final da
aula,apartirdarodadeconversa,ascriançaspuderamrelatarsuaexperiênciascomasatividadespropostas.Foiidentificada
a necessidade de mais intervenções sobre a temática, para que pudéssemos abranger mais aspectos da cultura indígena.
Pela necessidade de seguir o planejamento sugerido pela secretaria municipal, não foi possível se alongar no tema. Uma
soluçãopossívelparaumamelhortematizaçãosobreaculturaindígenaéarealizaçãodeumplanejamentointegradoentrea
EducaçãoFísicaeosprofessoresgeneralistas,vistoqueaEducaçãoInfantilnãoédivididaemcomponentescurricularesna
BNCC. A inclusão do projeto no PPP da escola também pode ser levado em consideração diante da importância do tema.
Ao voltarmos nosso olhar sobre o início do desenvolvimento humano nos deparamos com um vasto campo de
vivências e experimentações das ‘crianças bem pequenas’ para descobrir o mundo e a si mesmas. Como fio condutor
de todo o processo de descoberta temos o corpo que se expressa por meio de seus movimentos das mais variadas
formas. Esta pesquisa objetivou identificar e analisar as narrativas sobre/com o corpo tecidas nas diversas relações
experienciadas pelas ‘crianças bem pequenas’ nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa qualitativa
desenvolvida por meio de uma pesquisa do tipo intervenção pedagógica da professora-pesquisadora visando o
planejamento e a realização das ações pedagógicas. Os participantes foram alunos da Educação Infantil regularmente
matriculados no Grupo 2 (G2), faixa etária de dois anos de idade, de uma escola no interior de Minas Gerais. Houve
a sistematização de uma Unidade Didática (UD), a qual contemplou doze aulas evidenciadas pela linguagem corporal
e expressividade. Nesta UD, foram organizadas proposições lúdicas pedagógicas que favorecessem aprendizagens
significativas para os alunos mediante a focalização da linguagem corporal com os temas de movimento propostos
por Rudolf Laban, bem como propor uma aproximação e articulação aos Campos de Experiências da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). A experiência vivida durante as propostas de exploração dos espaços, tempos, situações
e materiais foi registrada através de diários de campo, fotos e vídeos. Os dados produzidos em campo passaram
pelo processo de Análise Textual Discursiva que, em diálogo com a fundamentação teórica, originou a construção
de dois metatextos: Corpo é Linguagem: expressão infantil através do movimento; e Experiência em Campo e os
Campos de Experiências. A pesquisa também oportunizou a elaboração de um site como Produto Educacional
para que seja compartilhada toda experiência da construção e aplicação dessa Unidade Didática, como também da
vivência de ‘crianças bem pequenas’.
R.10 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
na
Educação
Infantil
Vivenciando a Cultura de Movimento na Educação Infantil
Renato Daniel Trusz; Vitória Scopel; Gelcemar Oliveira Farias
renato.pedagogicobc@gmail.com Universidade do Estado de Santa Catarina
Vivenciando o surf fora do mar
Gleyce Kelly Pereira Novaes; Paola Carcanholo Dias
gleyceknovaes@gmail.com Universidade Federal do Espírito Santo
003
004
A Educação Física na Educação Infantil caracteriza-se como um excelente contexto de intervenção a ser explorado. Para
queapráticadoprofessortenhasentido,principalmenteparaascrianças,énecessáriaaarticulaçãoentreosconhecimentos
produzidostantopelaEducaçãoFísicaquantopelaPedagogia.Dessaforma,esterelatoobjetivaapresentarumaexperiência
exitosa relacionada a esta problemática. O contexto da experiência é um Núcleo de Educação Infantil da rede pública
municipaldeBalneárioCamboriú,SantaCatarina.Osparticipantespertencemaquatroturmascomaté22criançasdequatro
a seis anos. A Educação Física nessa etapa é regulamentada pelo Conselho Municipal de Educação, o qual define que cada
grupodecriançastemdireitoatrêsmomentossemanaisde40minutos.Comoobjetivosdeaprendizagemforamdefinidos:
conhecer diferentes práticas existentes na cultura de movimento, vivenciar estas práticas e demonstrar cuidados consigo,
com outras crianças e com o material utilizado. A fundamentação teórica utilizada estava relacionada à Educação Física
crítico-emancipatória e aos saberes da infância contemplados nas Diretrizes Curriculares Nacionais. As práticas da cultura
de movimento abordadas foram Jogos e Brincadeiras Populares, Esporte, Lutas, Dança e Esportes Radicais e Aventura.
Como estratégias utilizadas para abordar os distintos conteúdos foram realizadas rodas de conversa e assembleias com as
crianças, apresentados desenhos animados e vídeos e, como elemento principal, o brincar. Para avaliação foram utilizadas
estratégiascomoenqueteseassembleiascomosgrupos,demonstrações,explicaçõeserepresentaçãopormeiodedesenho
de forma individual, diálogos com as famílias e observação e registro de imagens por parte do professor. Mediante todo
o processo, avalia-se a experiência como positiva. As crianças, colocadas como sujeitos e no centro do processo foram
questionadas constantemente acerca do que conhecem sobre determinada prática corporal, o porquê de existirem regras,
quais as práticas que têm preferência e os motivos para isso. Além disso, também podem explicar para os demais as regras
pararealizarsuabrincadeirafavoritaassimcomoparticipardevotaçõessobrequalbrincadeiraserárealizadaemmomentos
futuros. Conclui-se, que os resultados obtidos decorrem da apropriação dos referenciais teóricos por parte do professor
de Educação Física da unidade, o qual é efetivo e que pode dar continuidade a seu trabalho ano após ano.
Este trabalho relata a experiência de uma aula desenvolvida com crianças entre três e seis anos em uma escola de
educação infantil, que está localizada em um bairro de classe média, à beira mar, da cidade de Vitória. Começamos
a participar como estagiárias, por meio do Programa de bolsas de iniciação à docência (PIBID). Ingressamos, nesse
programa, no final do segundo período do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do
Espírito Santo.O objetivo da aula foi vivenciar práticas corporais realizadas na praia às atividades desenvolvidas
na disciplina de Educação Física, levando-se em consideração, os conhecimentos prévios dos alunos sobre essa
temática. Durante o planejamento, foram pensadas duas aulas de surf com ênfase na ludicidade, uma destinada ao
Grupo 3 e outra ao Grupo 6. Achamos a proposta extremamente criativa, pois nunca imaginamos que poderíamos
trabalhar o surf fora do mar, no entanto, desde o planejar a aula nós duas tínhamos ressalvas sobre a segurança da
utilização do tecido na atividade, portanto, fizemos testes com as crianças de maior estatura e aconteceu conforme
planejado.No momento da aula, foi usado um tecido azul amarrado a duas bases fixas para simular o mar, e as
pranchas foram confeccionadas, por nós, com EVA. Cada aluno, com participação individual, foi auxiliado por
duas pessoas: enquanto um ajudava o aluno na manutenção da postura na prancha, o outro balançava o tecido,
simulando as ondas do mar. Para a avaliação da atividade, fizemos um diagnóstico, no qual foi questionado sobre as
práticas corporais que podem ser realizadas na praia, e como resposta obtivemos várias e dentre elas o surf. Partindo
desse pressuposto realizamos a atividade e registramos em fotos e vídeos o desempenho dos alunos. Para nós, essa
vivência nos serviu de inspiração no sentido de conhecermos algumas possibilidades de ampliação do repertório
da cultura corporal das crianças e para sabermos como auxiliar o desenvolvimento, nos aspectos físicos, cognitivos,
linguísticos e afetivos. Dessa forma, conseguimos compreender que é possível relacionar uma prática corporal
que se dá na praia com os conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Educação Física para a Educação Infantil.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.11
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
na
Educação
Infantil
Escuta, fala, pensamento e imaginação abordados nas aulas de Educação Física da educação
infantil
Gisele da Silva Soares; Adão Gustavo Aureliano; Isabel Porto Filgueiras
giselesoares.doutoradoef@gmail.com Universidade São Judas Tadeu
Integrando a diversidade cultural através de brincadeiras indígenas no currículo da
educação infantil
Adão Gustavo Aureliano; Gisele da Silva Soares; Elisabete dos Santos Freire; Isabel Porto Filgueiras
giselesoares.doutoradoef@gmail.com Universidade São Judas Tadeu
005
006
Entre 2017 e 2019, foram realizadas discussões e formações voltadas aos campos de experiência na Educação Física das
escolaspúblicasmunicipaisdeSantoAndré,resultandonaimplementaçãodeumnovodocumentocurricularfundamentado
naBaseNacionalComumCurricular(BNCC).EssesdocumentosorientaramasestratégiasutilizadasnasaulasdeEducação
Físicanosanosseguintes.EsteresumodescrevesucintamenteaatuaçãodosprofessoresdeEducaçãoFísicaemumaescola
de Educação Infantil em Santo André, São Paulo, no campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação”.
As atividades foram realizadas com doze turmas de crianças de 4 e 5 anos, nos meses de abril e novembro de 2022. O
objetivo foi aplicar o campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação” nas aulas de Educação Física para
crianças dessa faixa etária. Durante esse período, foram estabelecidos objetivos de aprendizagem para permitir a expressão
de ideias, desejos e sentimentos dos alunos por meio de várias formas de linguagem, como a oral, a escrita, fotografias,
desenhos e outras formas de expressão. As atividades incluíram brincadeiras cantadas, poemas, canções, rimas e narrativas
orais baseadas em imagens ou temas sugeridos, além de encenações com personagens e estrutura de história. O campo de
experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação” foi introduzido em abril, proporcionando a oportunidade para que
as crianças expressassem seus sentimentos e ampliassem seu repertório emocional ao longo do ano letivo. Este resumo
apresenta apenas uma amostra das atividades realizadas nos meses de abril e novembro, dentro do campo de experiência
mencionado. No entanto, é importante ressaltar que esse trabalho faz parte de uma sequência didática desenvolvida ao
longo do ano letivo de 2022, com o objetivo de promover uma distribuição equilibrada dos campos de experiência e seus
objetivosdeaprendizagem.Essaabordagemfoiadotadaparacapacitarosprofessoresafocarnosobjetivosdeaprendizagem,
levando em consideração o princípio de continuidade dos campos de experiência propostos pela BNCC. Conclui-se que,
pormeiodessapráticadeensinodirecionadaaessafaixaetária,foipossívelalcançarosobjetivosdeaprendizagempropostos
e promover a expressão dos sentimentos das crianças, ampliando seu repertório emocional.
Neste relato, descreve-se uma experiência pedagógica realizada no ano de 2023, com o objetivo de incorporar a
diversidade cultural, com ênfase na cultura indígena, na prática educacional vinculada à Educação Física Escolar.
A experiência educacional procurou promover a conscientização acerca da diversidade cultural mediante o ensino
de brincadeiras indígenas em uma escola municipal em Santo André, São Paulo, com participação de 12 turmas
da Educação Infantil, compostas por crianças entre 4 e 5 anos. A estratégia pedagógica pautou-se no documento
curricular da Secretaria Municipal de Educação de Santo André, com ênfase nos Direitos de Aprendizagem da
Educação Infantil, conforme indicados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Foram realizadas brincadeiras
tradicionais indígenas, entre elas “Arranca Mandioca” dos Guaranis, “Perna de Pau” dos Xavantes, “Heiné Kuputisü”
e “Toloi Kunhügü” dos Kalapalos, utilizando-se de recursos multimodais, tais como música, histórias, imagens,
com intuito de estimular a participação e a inclusão. Por meio da observação contínua das crianças e de registros
nas documentações pedagógicas, pode-se identificar um aumento no entendimento, na participação ativa, escuta,
interesse e respeito pela diversidade cultural ao longo das aulas. Através das brincadeiras, as crianças puderam
explorar e refletir sobre suas próprias vivências culturais, simultaneamente aprendendo sobre a cultura indígena.
Uma cuidadosa preparação das atividades possibilitou uma adequação às peculiaridades do contexto escolar, gerando
uma experiência de aprendizagem enriquecedora. Em conclusão, a implementação de brincadeiras de origem
indígena no currículo da Educação Infantil nas aulas de Educação Física, se mostrou como uma estratégia eficaz
na promoção da diversidade cultural. A combinação da teoria com a prática permitiu que as crianças apreciassem a
riqueza e a diversidade das culturas indígenas brasileiras. Defende-se, assim, que está metodologia seja considerada
para incorporação em futuras práticas pedagógicas, principalmente nas aulas de Educação Física, com o propósito
de impulsionar uma educação que prima pelo respeito e valoriza a diversidade cultural.
R.12 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
I
Habilidades para a vida na Educação Física Escolar: objetivos e planejamento de aulas
Anderson Borges Vellozo; Daniela Bento Soares
anderson.vellozo@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Inter e transdisciplinaridade na elaboração de material didático
Mônica Senziali Santos Oliveira; Ana Carolina Faber Boog
monicasenziali@se-pmmc.com.br Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
007
008
Este resumo tem como objetivo discutir o ensino dos esportes nas aulas de Educação Física Escolar (EFE) e propor a
organização de planos de aulas com base na abordagem de habilidades para a vida (HV). Em busca de um tratamento
pedagógico adequado a perspectiva contemporânea de educação, voltada a formação integral dos/as estudantes, entende-
se que o planejamento das aulas no ensino dos esportes na EFE deve ser pensado em promover uma aprendizagem
contextualizada,inclusivaeconscientedasdemandasdasociedade.Destaforma,propõe-seaestruturaçãodoplanejamento
a partir das dimensões do conteúdo corporal, conceitual e atitudinal, à luz do desenvolvimento de habilidades para a vida
(HV).Esteconceitorepresentaumconjuntodevalores,habilidadesecompetênciasquesãodesenvolvidosemumcontexto
chave (nesse caso, o esportivo) e transferidos para outros da vida cotidiana. Assim, para facilitar esse arranjo, os planos
de aula podem ser organizados por meio de um mapa conceitual norteado pelo conteúdo e pelas estratégias, pensando
em cada dimensão do conteúdo. Neste sentido, a dimensão corporal, pode priorizar a aprendizagem a partir da lógica
interna das modalidades, com os jogos reduzidos indicados por favorecerem a aprendizagem do jogo formal. A dimensão
conceitualpodeserdivididaemduasvertentes:conhecimentotécnico,queenvolveconceitosparacompreensãodaprática
corporal;econhecimentocrítico,queanalisaediscuteasmanifestaçõesepossibilidadesdeacessodessapráticanocontexto
sociocultural. Já a dimensão atitudinal, abrangida pelo conceito de HV, pode envolver habilidades intrapessoais (como
perseverança,definiçãodemetaseregulaçãoemocional)einterpessoais(comorespeito,honestidadeetrabalhoemequipe).
Nessa concepção, aconselha-se adotar alguns princípios: a) abordar uma HV por aula; b) no início da aula, esclarecer a
HV; c) utilizar mensagens concretas ou atividades específicas durante a aula; d) ao final da aula, descrever e discutir como
ela pode ser transferida além do esporte. Entende-se que o planejamento das aulas para o ensino dos esportes na EFE,
estruturado a partir das dimensões do conteúdo, contribui para uma aprendizagem mais abrangente e contextualizada. No
entanto,necessita-sediscutirmaisprofundamenteestetema,nointuitodedesvelarnovosconteúdoseestratégiasadequadas,
que entendam a cultura corporal como suficiente e outros aprendizados como consequências de seu trato pedagógico.
Comoretornodascriançasàescola,apósodistanciamentosocialcausadopelapandemiade2020,asredesdeensinotiveram
que se reorganizar. Desta forma, o Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação da rede municipal de ensino de
Mogi das Cruzes, com mais de 47 mil estudantes, se debruçou em estudos para além da priorização curricular. Assim
nasceram as “Orientações Didáticas”, um documento destinado a apoiar os fazeres dos professores da Educação Infantil
até o Ensino Fundamental 1. A partir deste novo desafio, o grupo composto por pedagogos e especialistas das áreas do
conhecimento, começou a escrever bimestralmente orientações sobre como flexibilizar o currículo dentro da perspectiva
da recomposição das aprendizagens. Era necessário que, neste novo cenário, além da recuperação das aprendizagens que
normalmente já acontecia antes da pandemia, nossos(as) estudantes tivessem acesso às aprendizagens não oferecidas nos
meses de afastamento social. Portanto, dentro da tríade: avaliação, recomposição das aprendizagens e orientações didáticas,
um novo movimento na rede foi apresentado. Desta forma, a partir de um cronograma de estudos, construção e revisão, o
documento passou a ser elaborado com a seguinte estrutura: 1)Introdução, na qual se inicia uma conversa com o docente
sobre a ideia central da proposta; 2)“Mão na Massa”, que são situações didáticas com hiperlinks de materiais e uma seção
“Para saber mais”, para conhecimento e ampliação do conteúdo, além dos materiais anexos, facilitando a busca dos nossos
professores; e 3)Onde precisamos chegar, em que se apresentam os resultados do nosso sistema de avaliação municipal e
direcionamaconstruçãodaspropostas. Osdocentessãoconvidadosaplanejarasaulasconformearealidadeenecessidade
da turma, permitindo que os estudantes sejam protagonistas dos saberes. Recentemente lançamos uma pesquisa sobre
a aceitação deste documento na rede e constatamos que a maioria usa-o na íntegra ou parcialmente, como um amparo
pedagógico para seus fazeres.A área da Educação Física, como todas as outras, dialoga com os professores, sugerindo
situações didáticas a partir das habilidades da Priorização Curricular selecionadas, dentro da linha pedagógica da nossa rede
de ensino, a sociointeracionista. Além disso, essas aulas sugerem na perspectiva cultural, uma tematização hipotética, uma
vez que o conteúdo a ser desenvolvido dependerá de cada turma e comunidade que a escola está inserida.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.13
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
I
Comparação dos scores de comportamento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade, nas
escolas do rio de janeiro: pré e pós-pandemia
Simone Stein de Oliveira; Letícia Samico da Silva Cabral; Bruna Bicalho Guarischi Benevides; Monique Marques Longo
lett.cabral21@gmail.com
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Brincadeiras de mãos cantadas nas aulas de educação física: acolhendo e divulgando as
culturas infantis na escola
Tiago Ferraz Thomé; Daniela Bento Soares
tiago.thome@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
009
010
Problema:Afaltadeatividadefísicaduranteoperíododeisolamentosocialafetouosescolares,praticantesfrequentesemambientes
esportivoseosnãoassíduos(Siegleet.al.2022).FoescheStrassburger(2022)apontamqueduranteapandemia,ascriançasforam
as mais afetadas devido ao isolamento interferindo sua rotina e influenciando no seu desenvolvimento e bem-estar. Com base
nestes fatores, o problema norteador da pesquisa aqui proposta residiu na escassez de dados empíricos acerca do impacto do
isolamentosocialnodesenvolvimentomotorinfantilesuasconsequênciasparaocotidianodocente.ObjetivoPrincipal:Oobjetivo
principal desta pesquisa é analisar o comportamento motor de crianças, na faixa etária de 6 a 10 anos, matriculadas nas escolas da
cidade do Rio de Janeiro, comparando seus scores antes e depois do período pandêmico de COVID-19. Objetivamos, por fim,
pensar possíveis impactos da falta de atividade física vivenciadas por estas crianças no cotidiano docente em aulas. Metodologia:
Trata-sedeumapesquisaempírica,queestáemfasededesenvolvimentopelaUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ).
OsdadospreliminaresresultaramdaaplicaçãodoTGMD-2(Ulrich,2000)edequestionáriosfechadoscom26 criançasalocadas
na zona norte e sul da cidade do Rio de Janeiro. A triangulação dos dados foi realizada com base nos scores brutos e padrões do
comportamento motor, e da análise de conteúdo proposta por Bardin (1969). Resultados Preliminares: A análise dos dados pré e
póspandemiacorroborouumaquedanosscoresulteriores(emumscorepadrãototal,emlocomoção:-20,5%;eemmanipulação
-20%)potencialmente fomentados peloimpostoisolamentosocial.Noentanto, observamosque alguns scoresdemanipulação -
crianças de 9 e 10 anos de idade - tiveram progresso durante este período, diferente dos de locomoção das crianças de apenas 10
anos. Os dados preliminares já trazem implicações ao cotidiano dos professores de Educação Física, que têm recebido crianças
muitoheterogêneasresultantedessegraudeaberturasocialaoqualcadafamíliaseencontra.ConsideraçõesFinais:Nestapesquisa,
percebe-se que dentro do período pandêmico houve um decréscimo no comportamento motor em grande parte das crianças
entreestafaixaetáriadesenvolvida.Dentrodisto,observa-sequeofatodeascriançasnãoestarem,duranteesteperíodo,praticando
exercíciosfísicos,provocaramimpactosnegativosdianteaoseucomportamentomotor.
É em nosso quintal que meninos e meninas encontram um precioso pedaço de terra, onde podem vivenciar uma infância
enriquecedora. Nesse emaranhado de possibilidades que se entrelaçam como fios, encontramos o brincar e as brincadeiras
infantis como um valioso patrimônio, transmitido e transformado de geração em geração, refletindo a identidade de uma
comunidade. Nos últimos anos, as brincadeiras que fazem parte da cultura infantil vêm perdendo espaço para novas formas
de se viver a infância. Essa essência de ser criança tem sido frequentemente esquecida, substituída pela crescente presença da
tecnologiaeconsumonoslaresfamiliares.Alémdisso,asescolas,muitasvezesfalhamaonãoacolher,valorizarepotencializar
as infâncias, limitando-se a transmitir conhecimentos baseados em certos saberes hegemônicos, desconhecendo as crianças
como seres históricos, como seres que são e estão sendo. É nesse contexto que este resumo apresenta as brincadeiras de
mãos cantadas como forma de acolhimento e valorização no contexto escolar, especialmente nas aulas de Educação Física.
Como parte da cultura corporal, as brincadeiras de mãos trazem em sua essência expressões culturais e aspectos sociais dos
locais por onde passam e passaram as famílias. São ressignificadas e transformadas a todo instante pelas crianças, que criam,
recriam,inventam,tornamabrincadeiraviva,umeloentrepassado,presenteefuturo.Poressemotivo,sãoformasdeconectar
as crianças entre si, com professores/as e com seus contextos de vida, unindo aquele pedacinho de terra ao mundo. Um
exemplodissoéabrincadeira:“Esseéonovobabalu,babapé,babamão,babatestaebabaochão”.Nela,meninosemeninas
vivenciam,transformameressignificamseusmúltiplosjeitosdesebrincar.Masbrincarparaque? Brincarparabrincar!Brincar
já é o próprio universo! Na Educação Física escolar, é fundamental adotar práticas que superem a relação opressor-oprimido
e que vão além da transmissão de conhecimentos para promover uma educação para todes, uma educação democrática
e emancipadora. Pois o brincar é resistência, é reconstrução de mundo, é liberdade, é permitir que meninos e meninas se
apropriemdeseuspróprioscorposeimaginários,épermitirquemeninosemeninasdescubramomundoe,nessarelaçãoentre
meninos, meninas e mundo, se humanizem. É permitir que meninos e meninas sejam protagonistas de sua própria história.
R.14 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
I
Surfe na Escola
Vitor Leandro Ribeiro Lopes; Gizelle Maria Nogueira dos Santos; Evanilde Muniz Silva
vitorleandror.lopes@gmail.com Centro Universitário Módulo
A luta na escola
Kauan de Alvarenga Santos; Evanilde Muniz Silva
kauandealvarenga1509@gmail.com Centro Universitário Módulo
011
012
Este relato de experiência tem como proposta apresentar vivências das turmas de 4° e 5° anos de uma Escola Pública do
municípiodeUbatubadolitoralnortedeSãoPaulo.DuranteoprogramaresidênciapedagógicadocursodeEducaçãoFísica
do Centro Universitário Módulo, a preceptora da escola nos trouxe a temática do surfe para elaboração de um projeto com
o objetivo de proporcionar ampliação da cultura corporal do movimento e o reconhecimento do esporte. Esta temática foi
escolhida devido este esporte ser muito popular na região. Em conversa inicial com as crianças percebeu-se que a maioria
desconhecia o esporte e não sabiam nadar, o que gerou uma maior motivação para o desenvolvimento do projeto. Em
consonânciacomaBaseNacionalComumCurriculareaoprojetopolítico-pedagógicodaescola,todoplanejamentoeações
forambaseadasnoreconhecimentodopatrimôniocorporaleculturaldacomunidade,tendoemvistaqueUbatubaéconhecida
como“Acapitaldosurfe”,oquevalidouaindamaisapropostadestatemática. Ametodologiautilizadafoicurrículocultural,
inspirada pela proposta apresentada no livro “Educação Física Cultural, o currículo em ação”. Inicialmente foi feito um
mapeamentovisandoidentificarossaberesqueosalunostinhamsobreoSurfeeascapacidadesfísicasehabilidadesmotoras
que já tinham para participarem da proposta de maneira prática. Por meio de leituras, puderam analisar a prática do surfe
sobrediversosângulos.Nasvivências,livresecriativassemqualquerexigênciacomperformance,sempadrõesestabelecidos
apenas propondo diversas experiências corporais na sala de aula, na quadra e na piscina da escola e posteriormente na praia.
Em sequência em fase de aprofundamento do aprendizado foi debatido através de roda de conversa todas as experiências
e aquilo que não havia emergido nas primeiras leituras e vivências práticas, foi evidenciado neste momento, o que ampliou
ainda mais o conhecimento dos alunos. Recebemos na escola uma atleta local, bicampeã brasileira de surfe, que ofereceu
através de palestra a visão de alguém que não só pratica o surfe, mas que vive do surfe, neste momento os alunos puderem
interagirfazendoperguntasetirandodúvidas.Eporfimaconteceuoregistrotecnológicoutilizando“tablets”paracriaçãode
históriaseimagenssobreaexperiênciavivida,oqueresultouemumE-bookgerandoaindamaissignificadoaoaprendizado.
Concluímos que tivemos êxito no processo e atingimos os objetivos propostos.
Este relato de experiência se refere a participação como residente no Programa Residência Pedagógica- CAPES do curso de
EducaçãoFísicado CentroUniversitárioModuloqueacontecedesdeoutubrode2022,emumaEscolaPúblicadomunicípio
de Caraguatatuba em aulas de Educação Física Escolar do ensino fundamental I. Elaboramos uma regência na temática da
luta conforme currículo de Educação Física do estado de São Paulo e com a Base Nacional Comum Curricular. Por meio
de análise dos conteúdo curriculares propostos para esta faixa etária e ciclo, buscamos mapear quais os tipos de lutas seriam
melhorparaaperfeiçoamentodaconhecimentodoesporteedaculturacorporaldomovimentodosalunosequemelhorasse
as capacidades físicas de maneira lúdica, contribuindo para desenvolvimento geral das crianças. O objetivo proposto para
atividade foi trabalhar o conhecimento do luta e desenvolver através dela as capacidades físicas de força, resistência, agilidade
eflexibilidade.Paratanto,usamosoJiu-jitsuadaptado.Iniciamosemsaladeaulacomrecursodeexposiçãoteóricasobrelutas
evídeosilustrativosparaapresentaraprática.Seguimosparaatividadepráticanaquadra.Osrecursosutilizadosforam,bolade
vôlei,doispregadoresedoispedaçosdepanoeumespaçocomtatamesparasegurançadosalunos.Asaulasforamdinâmicas
e inclusivas, onde todos os alunos participaram independente de seu nível de habilidade e/ou deficiência. Durante a prática
tivemos que adaptar a proposta para incluir um aluno com paralisia cerebral que participou com alegria e demonstrou estar
compreendendo. Em uma das muitas atividades realizadas, os alunos foram orientados a formar duplas , seguir para o centro
do tatame e ficarem ajoelhados, de frente um para o outro, segurando uma bola de vôlei. O objetivo era puxar a bola e tentar
desequilibrar e/ou retirar a bola da mão do adversário, nosso aluno com deficiência fez a atividade sentado. O procedimento
deavaliaçãoquerealizamosfoi umarodadeconversacomosalunossobreojiu-jitsuadaptado,paracompreender onívelde
dificuldadesdecadaum,qualpartedaaula tinhasidomaisdivertidaeoquetinhamachadomaisdifícil.Osresultadoscoletados
proporcionaram o repensar a prática , ampliando as propostas motoras oferecidas. Concluímos que apesar da atividade ter
sidodesafiadoraediferente,osalunossemostraramhabilidosos,receptivosemotivados,oque demonstrouobjetivoatingido.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
I
Jogos Indígenas na Educação Física Escolar
Paulo Cesar Di Pace Gonçalves; William César Ferreira; Evanilde Muniz Silva
dipaceoficial@hotmail.com Centro Universitário Módulo;
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Fichas de compartilhamento de práticas corporais ao redor do mundo: vamos fruir?
Priscilla de Souza Mattos
primattos@hotmail.com Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo
013
014
Durante o programa Residência pedagógica CAPES do curso Educação Física Centro Universitário módulo, iniciado em
outubro de 2022, elaboramos um projeto de jogos indígenas em uma escola pública do município de Caraguatatuba. O
objetivofoiintroduziroconhecimentodaculturaindígenaemaulasdeEducaçãoFísicaEscolar,reafirmandoqueosjogos
indígenas devem ser aplicados por lei nº11.645 nas escolas, sendo assim, utilizamos como estratégia jogos e brincadeiras
tradicionaiscomoumaponteparaoentendimentodaculturaindígenacomalunosdoensinofundamentall.Abrincadeira,
éumaatividadepresentenavidadascriançasemtodasasculturasepossuipapelimportanteparaodesenvolvimentodelas,
não possuem apenas caráter de diversão e nem se constituem em um mero passatempo, pois essas atividades estimulam
uma série de aspectos que contribuem para o desenvolvimento infantil. Separamos a brincadeira da peteca, onde iniciamos
com o conteúdo teórico e logo após reunimos os alunos e dividimos alguns materiais como tecido TNT, folha de jornal
e fitas. O intuito foi gerar criatividade e a utilização da coordenação motora fina no processo de montagem, após cada
aluno construir a sua peteca, deslocamos todos os alunos para a quadra onde foi passado algumas brincadeiras, como por
exemplo, a peteca ao alvo, onde cada aluno lançava sua peteca tentando atingir a maior pontuação de um alvo desenhado
a giz no centro da quadra e limitando a distância dos alunos. Percebemos que alguns alunos tinham mais dificuldades do
que outros, mesmo facilitando a atividade ao longo do processo alguns ainda apresentavam dificuldade. No final da aula
sentamos todos os alunos em roda e perguntamos sobre alguns conteúdos teóricos apresentados e o nível de dificuldade
da atividade. Obtivemos uma devolutiva muito positiva onde pudemos coletar informações das fragilidades da atividade
proposta e nos deram subsídios para repensar e reorganizar a prática para próxima aula. Os alunos ficaram muito felizes
e orgulhosos por levarem para casa uma peteca construída por eles mesmos. Depois de analisar a devolutiva dos alunos,
concluímosqueasestratégiaseametodologiaaplicadaforamdesumaimportânciaparaoconhecimentodaculturaindígena
e a ampliação da cultura corporal do movimento.
A Base Nacional Comum Curricular inseriu o componente Educação Física na área de conhecimentos: Linguagens.
Como peça fundamental curricular, que permite ao aluno conhecer, sentir e experimentar as manifestações da cultural
corporal do movimento (práticas corporais: lutas, danças, ginásticas, esportes, brincadeiras e jogos) é necessário incluir
práticas pedagógicas potentes que instiguem e envolvam todos os alunos, além de colocá-los como protagonistas
de suas aprendizagens. Numa escola privada da cidade de São Paulo, aproximadamente 180 alunos do 3º ano do
Ensino Fundamental receberam uma ficha de registro contendo suas informações escolares básicas e o desafio
intitulado “Práticas corporais ao redor do mundo: pesquise e registre um exemplo de brincadeira, jogo, luta, ginástica
ou dança de um país do mundo. Utilize escritas, desenhos ou colagens.”. Levaram para suas residências e, com o
auxílio de um responsável, pesquisaram e registraram suas escolhas. Após quinze dias, esses documentos voltaram à
escola e os professores reuniram-nas por sala. Em rodas de conversa, cada aluno compartilhou sua prática corporal
selecionada e a classificou em uma das cinco categorias, separando em blocos de práticas corporais semelhantes.
Durante um mês, os alunos decidiam coletivamente como conhecer, experimentar e adaptar cada proposta trazida
pelos colegas de classe. Nesse processo, muitas questões apareceram e, com perguntas norteadoras, o professor fez
as mediações baseadas nos conflitos e estranhamentos como “Balé é coisa de menina!”, “Que roupa estranha essa
do sumô”, “Não tem pista de gelo aqui, não dá para brincar desse esporte” ou “Os meninos são mais fortes nas
lutas”. Ao responder à essas questões, olhou-se cuidadosamente através de uma lupa a fim de elucidar e enfrentar
criticamente alguns aspectos como gênero, raça, desigualdade social, semelhanças e diferenças entre os costumes
dos países ao redor do mundo; Aspectos, esses, culturalmente determinados. Como encerramento da sequência
pedagógica, encadernaram-se as fichas formando livros expostos e folheados por todas as classes.
R.16 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
II
Danças urbanas e tic na Educação Física Escolar: possibilidades para o terceiro Ciclo do
Ensino Fundamental a partir da BNCC
Chiara Juliani Pedro Paulo; Fernanda Moreto Impolcetto
chiara.juliani@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
015
016
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera a Educação Física como componente curricular na etapa do
Ensino Fundamental, organizando as aprendizagens essenciais que o aluno deve adquirir em seis unidades temáticas, sendo
uma delas a dança. Essa unidade é responsável, segundo o documento, por explorar as práticas corporais caracterizadas
por movimentos rítmicos, dispondo de codificações particulares que frequentemente integram coreografias. Todavia, esse
conteúdo é raramente desenvolvido nos quatro ciclos do Ensino Fundamental. Na literatura, o motivo da ausência de aulas
de dança são os chamados “limites”, presentes na escola, graduação e valores da sociedade. Os professores dessa etapa da
EducaçãoBásicapodembuscaralternativasnoplanejamentodesuasaulas,parasuperaresteslimites.Sendoassim,oobjetivo
desse trabalho foi produzir um material didático digital para apoio nas aulas do objeto de conhecimento Danças Urbanas no
3º Ciclo do Ensino Fundamental, de acordo com a BNCC, com intuito de ampliar possibilidades de trabalho com a dança.
O estudo foi desenvolvido com base nos fundamentos da pesquisa de natureza qualitativa descritiva, e organizado em duas
etapas: Análise das Danças Urbanas no documento BNCC, para fundamentar a elaboração da unidade didática; Elaboração
domaterialdidáticodigital(produçãodosplanosdeaulas,eestruturaçãodeumsitenaplataformaWixparaabrigaredivulgar
o material criado). A unidade didática produzida contém seis planos de aula e uma proposta de avaliação, que abordam a
definição das Danças Urbanas, seis modalidades, e a atual divisão em que se encontra. O site educacional possui cinco abas,
compartilhando informações sobre o conteúdo e a BNCC, além do material didático. Esse trabalho buscou contemplar as
habilidades propostas pela BNCC, dispondo aos professores interessados uma alternativa, que se aproxima da cultura juvenil
com o uso de TIC, para aplicar aulas de Danças Urbanas no 3º ciclo do Ensino Fundamental. É esperado que o site seja
acessado e que o material auxilie o desenvolvimento do conteúdo pelos professores.
Jogos escolares: experiência de um residente
Ivan Alves dos Santos Junior; Evanilde Muniz Silva
juunalves2@gmail.com Centro Universitário Módulo
No mês de maio de 2023, durante o Programa Residência Pedagógica do curso de Educação Física do Centro Universitário
MóduloemumaEscolaPúblicadomunicípiodeCaraguatatuba,participamosdoprojetoJogosescolaresmunicipais.Asatividades
propostas foram para o ensino fundamental II, dos 6° ao 9º Anos, na faixa etária de 11 a 14 anos. Os Jogos são organizados
pela Secretaria de Educação, Esportes e Recreação do município e tem o objetivo de promover, por meio da prática esportiva,
a integração e o intercâmbio dos alunos para ampliar as oportunidades de socialização e aquisição de hábitos saudáveis e a
descobertadenovostalentosparaosesportes.Iniciamoscomaulaspreparatóriasparaoeventoeelegemosotênisdemesacomo
uma modalidade de participação, para tanto, divulgamos o esporte em sala de aula com exposição teórica e vídeos ilustrativos,
selecionamos os interessados, fizemos vivências práticas do esporte e em seguida organizamos um campeonato interno para
quatro vagas para competição, dois meninos e duas meninas representariam a escola. Apesar da seleção ter sido necessária,
todos tiveram a oportunidade de vivenciar o tênis de mesa. Como recurso utilizamos mesa de jogo, raquetes e bolinhas. Os
jogos foram realizados no CIASE- Centro Integrado de Ações Socioeducativas, no bairro do Travessão em Caraguatatuba. A
competiçãocomeçoucomoitogrupos,comquatroparticipantesemcadagrupoeosdoisprimeiroscolocadosdecadagrupo
passaramparafaseseliminatórias,sendoseparadososmeninosdasmeninas.Todososjogosforamarbitradospelosprofessores
queseprontificaramaajudarecontribuir.Estarinseridonaescoladuranteminhagraduaçãotemmeproporcionadoexperiências
comoesta,ondepudeserárbitrodosjogos.Durantetodoprocessodepreparaçãoparaosjogostiveaoportunidadedeaplicar
e monitorar a prática recreativa do “ping pong” e aprender a ensinar o esporte propriamente dito, o tênis de mesa, com suas
regras e técnicas de jogadas. Pude observar o progresso e o empenho dos alunos e a alegria de poder representar sua escola
em uma competição. Concluo esta experiência com a certeza que o aprendizado de ganhar e perder, noção de coletividade,
integração e socialização entre todos, são habilidades importantes para o desenvolvimento dos alunos em ambiente escolar e
para formação cidadã de um modo geral.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.17
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
II
Metodologias ativas como práticas inovadoras no Ensino Da Educação Física do 9º ano na
escola municipal Getúlio Vargas no município de Floriano-PI
Adriele Silva Costa; José Carlos de Sousa
josecarlos@frn.uespi.br Universidade Estadual do Piauí
Estapesquisasurgiuatravésdasindagaçõesqueocorreramnodecorrerdaformaçãoacadêmica,sobreasmetodologiasativas
como práticas inovadoras nas aulas de Educação Física Escolar, levando em consideração as vivências para o processo de
ensino-aprendizagem, deixando de ser apenas um ouvinte. A escola é um espaço para o desenvolvimento de estratégias de
promoçãodeatividade físicaedeeducaçãoparaasaúdee,nestecontexto,aeducaçãofísicaescolarsurgecomoimportante
construção de ferramentas pedagógicas. O objetivo do referido artigo foi analisar qual a percepção dos alunos em relação às
metodologias ativas como práticas inovadoras na disciplina de Educação Física, sendo o público-alvo estudantes do 9º ano
da Escola Municipal Getúlio Vargas, localizada no município de Floriano, Piauí. Trata-se de um estudo de caso de caráter
descritivo de abordagem quanti-qualitativa. Participaram deste estudo 35 alunos, de ambos os sexos, com faixa etária entre
14 a 15 anos. Para a realização deste artigo utilizou-se como instrumento metodológico um questionário com 6 questões
sendo 1 aberta e 5 fechadas. O artigo foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade Estadual do Piauí, por meio da
PlataformaBrasil–CAAE:66806622.9.0000.5209.Deacordocomasinformaçõesobtidasficouevidentequeamaioriados
alunos sentem-se motivados para participar das aulas, identificou-se que o diálogo está entre as principais ações pedagógicas
que podem contribuir para a motivação dos alunos. Pôde-se perceber ainda, que os alunos estão satisfeitos com as aulas.
Sugere-se então, que haja novas pesquisas que aprofundem outras questões e possibilitem analisar as razões definidoras da
visão dos alunos em relação aos métodos utilizados pelos docentes no ensino fundamental do 9º ano. Por fim, espera-se
que este estudo possibilite outros trabalhos futuros que objetivem otimizar, diversificar e valorizar as metodologias ativas
no ensino da Educação Física na educação básica no município de Floriano.
O desinteresse dos estudantes e a satisfação das necessidades psicológicas básicas nas
aulas de Educação Física
Ellen Aniszewski; José Henrique; Gabriela Simões
ellanisbr@yahoo.com.br Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
017
018
As investigações sobre o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física (EF) no ensino fundamental indicam que esse
fenômenovemseantecipando,oqueressaltaaimportânciadeconhecercommaiorprofundidadeosmotivos,causaseargumentos
quejustificamasatitudesecomportamentosdosestudantesnadisciplina.Aspesquisasquesedebruçamsobreamotivaçãona
EFnaúltimadécadareportamaestreitarelaçãoentreasatisfaçãodasnecessidadespsicológicasbásicas(NPB)decompetência,
autonomia e vínculos sociais e o aumento da motivação intrínseca e comportamentos autodeterminados, capaz de aumentar
a participação e engajamento nas aulas de EF. Dessa forma, o objetivo da pesquisa contempla a descrição e comparação da
satisfaçãodasNPBdealunosdo9ºanodoensinofundamental.Adotou-seométododepesquisamistosequencial,namedida
emqueserecorreuàsabordagensquantitativaequalitativa,poisacomplementaridadedeambaspermitiriaanálisesdofenômeno
em sua complexidade. Participaram da primeira fase, 85 alunos do 9º ano de três escolas da rede Municipal do Rio de Janeiro,
sendo45,9%moçase54,1%rapazes.Nasegundafaseparticiparamseisestudantes,sendotrêscomaltosíndicesdesatisfaçãodas
NPBeparticipaçãonasaulasdeEFetrêscomosmenoresíndicesdesatisfaçãodasNPBeparticipaçãonasaulasdeEF.Como
resultado,osensodesatisfaçãodasNPBdosalunosdo9ºanosemostroumoderadosnosmediadorescompetênciaevínculos
sociais e baixos em autonomia. Os meninos se sentem mais satisfeitos em suas NPB do que as meninas, principalmente em
competênciaevínculossociais.Osresultadosqualitativosreforçamasdificuldadesdasmeninasemseengajaremnasatividades
propostasnasaulas,sobretudoporestaremmajoritariamenterestritasaosesportestradicionais,emqueculturalmenteosmeninos
têm a prática estimulada e apresentam maior domínio. Para garantir o atendimento das NPB dos estudantes se faz necessária
a adoção de práticas pedagógicas voltadas para esse fim, como a ampliação das vivências dos alunos pautada na diversificação
dos conteúdos, adequando os níveis de exigência às suas habilidades, propondo atividades com altas possibilidades de sucesso
de modo a fomentar o aumento da percepção de competência. A adoção do planejamento coletivo se apresenta como uma
alternativa que contempla a necessidade de autonomia, atentando sempre à necessidade de adequar as tomadas de decisões ao
nível de maturidade dos alunos.
R.18 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
II
Afastamento discente nas aulas de ginástica
Helen Maria Rodrigues da Silva; Daniela Bento Soares
helen.silva@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
O ensino dos esportes de Campo e Taco por meio de jogos: para Ensino Fundamental
Pedro Ramos de Souza Cordenonsi; Guilherme Arena Gaseta; Chiara Juliani Pedro Paulo; Thomás Augusto Parente;
Fernanda Moreto Impolcetto
p.cordenonsi@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
019
020
O afastamento discente é um problema comum na Educação Física escolar encontrado em diversas escolas no Brasil e no
mundo.Sãonumerosasaspesquisasquetrazemessaproblemática,tendodiferentestemasdaculturacorporalcomocontexto.
Destacam-seastematizaçõesdepráticascorporaisqueextrapolamosesportesmaiscomumenteabordadosnaculturaescolar
da atualidade. Essa problemática fica mais evidente a partir dos anos finais do ensino fundamental e pode causar impactos
relevantes na construção das aprendizagens por parte dos alunos e das alunas que deixam de vivenciar gestos e, por isso,
têm mais dificuldade para se apropriar dos conhecimentos construídos sobre prática corporal tematizada e requer reflexão
sobre as escolhas das intervenções pedagógicas dos e das docentes. Este trabalho, parte de uma investigação de mestrado,
tem como objetivo discutir distanciamentos dos e das discentes nas aulas de Educação Física que trazem a Ginástica como
prática corporal a ser tematizada, assim como vários aspectos que podem envolver o afastamento discente em um contexto
específico. NacomunidadeescolardaEMFEIProfªElzaMariaPellegrinideAguiar,emCampinas-SP,aGinásticanãoocupa
umlugardedestaquenaspráticascotidianas.Assimcomoemmuitasoutrasescolas,apráticahegemônicadosesportescom
bolaéavassaladora.Especificamente,ofutsal,ovoleiboleotênisdemesasãoaspráticascorporaismaisqueridaspelosalunos
ealunas,quesemprequetêmoportunidadeocupamosespaçospossíveiscompequenosjogosdessasmodalidadesesportivas.
As queixas às aulas de Ginástica podem se manifestar de muitas formas, que vão de pequenas reclamações até a recusa à
participação. A vergonha de se expor na frente dos colegas, receio da frustração de não ser capaz de realizar movimentos,
ou até mesmo questionamento sobre a relevância da educação física como componente curricular, são alguns dos pontos
mencionados. Percebe-se que alguns desses fatores têm relação com a adolescência em si e a forma afetiva e cultural que se
dá as relações nesse período, mas outros têm relação com o que se é construído historicamente como educação física. Para
atransformaçãodetalrealidadeédeextremaimportânciareconheceressedistanciamento,suasmanifestaçõesemotivações
para que o professor ou professora planeje suas ações pedagógicas procurando formas de superar essa problemática, para
assim garantir o direito de aprendizagem da Ginástica para todos os adolescentes.
ABaseNacionalComumCurricular(BNCC)paraaEducaçãoFísicaescolar(EFE)prevê,apartirdaculturacorporaldemovimento,
uma diversificação dos conteúdos, dentre eles, o esporte. No documento, as práticas esportivas são classificadas de acordo com a
lógica interna, que os agrupam conforme suas características principais. Um desses grupos recebe o nome de Campo e Taco, do
qual fazem parte o baseball, softbol e críquete, previstos a serem ensinados no 2º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. De acordo
comumadashabilidadesdaBNCCparaessesanosescolares,apráticadessesesportespelosestudantesdevelevá-lasàaquisiçãode
noções técnico-táticas básicas. Sendo assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de desenvolvimento dos esportes
deCampoeTaco,pormeiodejogos,paraaulasdeEFEno4ºciclo,quecorrespondeao8ºe9ºanos.Apropostafoicriadaemum
grupo de estudos vinculado a Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro, por alunos(as) de graduação, pós-graduação e
professora coordenadora, em um processo colaborativo, que contou com: estudos sobre os esportes de Campo e Taco, vivências
da modalidade, desenvolvimento e testagem dos jogos. Como resultados, inicialmente foram elencadas três intenções táticas para
ensiná-los:correrasbases(CB),rebatercomintenção(RI)edefenderasbases(DB).Aopçãoéquesejamensinadasnessaordem,
pois,entende-sequeodesenvolvimentodorebatercomoprimeiraaçãocomprometeriaarealizaçãodasdemais.Vistoquearebatida
eficiente tecnicamente e com intenção tornaria a corrida mais fácil ou até desnecessária, e dificultaria muito o defender as bases.
Levando tal ordem em consideração foram elaborados jogos, com base na abordagem do Teaching Games for Understanding,
quetemcomoprincípiospedagógicosasmodificaçõesporrepresentaçãoeexagero,utilizadasnapresenteproposta.Osjogossão
caracterizados como reduzidos, uma vez que apresentam alterações no número dejogadores (3vs3 ou 1vs4, por exemplo) e no
espaço de jogo (meia quadra poliesportiva). Para a intenção CB foram propostos cinco jogos, para a RI, outros três e para a DB
maisseis,queseguemessascaracterísticasmencionadasacima.PorseremmodalidadespoucotradicionaisnoBrasilequesefazem
presentes na BNCC, entende-se que propostas de ensino como essa, ando divulgadas aos profissionais atuantes – uma indicação
do presenteestudo,podemcontribuirparaquepassemasercontempladasnasaulasdedeEFE.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.19
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Fundamental
II
Avaliação do programa “Escola em Ação” usando o modelo RE-AIM
Sueyla Ferreira da Silva dos Santos; Ismael Forte Freitas Júnior
sueyla.santos@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
021
OmodelodeavaliaçãoRE-AIM(Reach,Effectivity,Adoption,ImplementationandMaintenance)éamplamenteutilizado
para evidenciar o potencial de ampliação de programas de intervenção como política pública. O objetivo do trabalho foi
avaliaraimplementaçãodoprogramaEscolaemAção(PEA),baseadonasmedidasdealcance(proporçãodeparticipantes),
eficácia (importância com o programa) e adoção (engajamento dos participantes beneficiados) do RE-AIM. O PEA
ocorreu em duas escolas públicas de Ensino Integral (EI) no interior de São Paulo. A pesquisa ocorreu de março de 2017
a março de2019 efoi financiada pela Fundação deAmparo à Pesquisa (FAPESP)/Programa Melhoria do Ensino Público.
Foi priorizado estratégias aplicáveis ao contexto real do cotidiano escolar (aulas teóricas, aulas práticas, recreio e reuniões
de pais) para promover as práticas corporais e atividades físicas. A coleta de dados foi por questionário e entrevista com
professores, pais e estudantes. Um avaliador externo realizou observação in loco para verificar a execução e continuidade
do PEA. Dos 587 alunos elegíveis, participaram 370 (209 meninas) com média de idade de 11,7±0,6 anos, demonstrando
um alcance de 63% do programa. Para verificar a eficácia do PEA, 69 pais participaram de entrevistas e consideraram
importante a participação do filho no PEA e que os temas relacionados as práticas corporais, esportes e saúde fossem
abordados nas disciplinas. Por outro lado, 3,4% dos pais consideraram pouco importante o aumento do tempo das aulas
de Educação Física. Ao final de 12 meses, 96,4% dos estudantes relataram que após implementação do PEA as aulas de
EducaçãoFísicaforammaisdinâmicaseativasequeaimplementaçãodepanfletosecartazescontribuíramparasetornarem
mais participativos nas aulas e atividades esportivas (58%), porém a estratégia de palestras influenciou pouco ou em nada o
comportamentode50,5%dosparticipantes.De28professoresdasescolas,cincorelataramquenãoconseguiramaplicaras
estratégiasdoPEAemsuasaulasdevidoatrasosnocurrículo.Jáosprofessoresqueaplicaram,50%nãohouvedificuldades,
18,8% relataram a dificuldade em adaptar o conteúdo da aula aos temas da Educação Física e 10,4% a falta de interesse
dos estudantes. A partir das considerações acima, pode-se concluir que professores, pais e estudantes compreendem a
importância da Educação Física e o PEA apresentou potencial de implementação enquanto política pública na educação.
R.20 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Médio
Educação Física no Ensino Médio: Experiências Pedagógicas no Estágio Supervisionado
Carlos Elias Carneiro Mendes; Larissa de Souza Monsalve; Patrícia dos Santos Trindade
patriciatrindadeuerj@gmail.com Universidade Federal do Amazonas
Desafios e vivências nas aulas de “esportes radicais: trilhas e tribos” do itinerário formativo
Cássia Maria Hess; Eliana de Toledo
cassiahess@gmail.com Secretaria Estadual da Educação de São Paulo
022
023
Este relato de experiência descreve as experiências de estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física
da Universidade Federal do Amazonas - campus Parintins, nas etapas de observação acompanhamento e regência, onde
acadêmicos/estagiáriosdo8ºperíodoacompanharameconduziramaulasemumaescolaestadual,comobjetivodeconhecer
ocampoearealidadeescolar.OestágiofoirealizadonaescolaTomaszinhoMeirelles,umaescoladeensinomédio,localizada
nomunicípiodeParintins,interiordoestadodoAmazonas.Duranteoestágioidentificou-seaevasãonasaulasdeEducação
Física como um problema relevante. Nas etapas de observação e acompanhamento, conversando e interagindo com alunos
eprofessores,levantou-seaspossíveiscausasqueexplicassemessefenômeno:odesinteresse,aescassezdematerial,gravidez
precoce e conteúdos poucos interessantes, foram alguns dos motivos apontados pela comunidade escolar. A partir da etapa
de regência definiu-se que o objetivo seria planejar e executar aulas que buscassem minimizar a problemática. Decidiu-se
apresentaroconteúdoFuteboldemaneiradiferenciada.OFuteboldeBotão,jogoquemuitosalunosrelataramnãoconhecer,
foi apresentado como proposta – diferente do futebol tradicionalmente trabalhado na Educação Física escolar. Aplicamos
aulas introdutórias abrangendo o histórico, as regras e medidas do campo. Em seguida, orientamos os alunos na confecção
dos materiais e treinamento do jogo. Para finalizar, organizamos um torneio de Futebol de Botão entre todas as turmas. O
evento foi realizado em parceria com as disciplinas de História e Geografia, e foi denominado “Copa do Mundo de Futebol
de Botão”. Após cada aula, aplicamos rodas de conversa para avaliar a condução das atividades. Notamos que houve uma
participação expressiva das meninas, além da interação entre meninos e meninas e o entrosamento entre diferentes turmas,
quetiveramqueseunirparatraçarestratégias.Alémdessesfatores,percebemosmaiorinteressenasaulasdeoutrasdisciplinas,
visto que precisavam do conhecimento de outras áreas, já que se tratava de um evento de Copa do Mundo. Concluiu-se que
é imprescindível criar estratégias que despertem a criatividade, autonomia e interesse dos alunos, assim as aulas de Educação
Física devem ser mais dinâmicas para motivar todos os alunos a participarem.
Esse relato de experiência, ocorreu na Escola Estadual de Ensino Integral Augusto Meirelles Reis Filho, localizada em São Paulo
(SP),duranteoItinerárioFormativo(IF)“Culturaemmovimento:diferentesformasdenarraraexperiênciahumana”daUnidade
Curricular-CompromissoscomoPatrimônioculturaleambiental, nasaulasdoComponenteCurricular(CC)de“EsportesRadicais:
TrilhaseTribos”,ministradaspelaProfessoradeEducaçãoFísica(EF),noprimeirosemestrede2023,duasvezesporsemana,no
3ºanodoEnsinoMédio,com15estudantes.AProfessoraplanejouasaulasutilizando-sedaapostiladoIF.Posteriormente,realizou
umaavaliaçãodiagnósticapormeiodeumarodadeconversa,paraverificaroqueosestudantesconheciamsobreesportesradicais,
notandoumdistanciamentoeconfusãocomotemaqueestavasendotratadonasaulasdeEFsobreEsportesdeInvasão.Então,
planejou novamente as aulas conforme a realidade da classe. Nas aulas seguintes, abordou conceitos sobre esportes radicais de
açãoedeaventura,osestudantesfizeramummapamentaldessesesportes,depoiscomimagenspormeiodepontuaçãovalendo
chocolates,aProfessorapediuparaqueclassificassemseoesporteradicalapresentadoeradeaçãooudeaventuraequalonomedo
esporte,entregounumafolhasímbolosdessesesportes,paraqueescrevessemquaiseram,emgrupospesquisarameapresentaram
(origem, equipamentos, gírias, local de prática etc.) do Skate, Surf, Bike, Parkour e Trekking. Para a vivência cada grupo planejou
em cartazes um circuito de Parkour e utilizando de cadeiras, arcos, pneus etc., construíram e filmaram com o celular a execução
do percurso, criando um QRcode para ser usado na Culminância. Outra vivência foi a pesquisa de trilhas em São Paulo, sendo
escolhidaaTrilhadaPedraGrande,noParquedoHortoFlorestal.Opasseioocorreunodia2dejunho,comaProfessoradeEF
e de Geografia, que lecionou o CC “Cartografia social e afetiva”. Os estudantes foram orientados a usarem novamente o celular
e aplicativos, para fazerem anotações, filmarem, tirarem fotos, a fim de verificarem a altitude, temperatura, gasto energético etc.
e depois fazerem um relatório. Considera-se que apesar do distanciamento inicial dos estudantes sobre o tema, por vezes, por
residirem numa cidade com pouco acesso à natureza foi possível aos poucos, o engajamento deles com as atividades propostas e
umtrabalhointerdisciplinar.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.21
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
no
Ensino
Médio
Tematizando o futebol e as relações de gênero nas aulas De Educação Física do IFSP:
entre denúncias e ações para a busca de justiça social
Livia Roberta da Silva Velloso1,2
; Vitor Hugo Finatti1,3
; Elisabete dos Santos Freire2
livia_velloso@hotmail.com 1
Instituto Federal de São Paulo;
2
Universidade São Judas Tadeu;
3
Universidade Estadual de Campinas
024
O objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência político-pedagógica que aconteceu nas aulas de Educação Física do
IFSP – São José dos Campos no ano de 2022, em que foram problematizadas as relações de gênero no mundo do futebol.
Participaram desse projeto educativo 80 estudantes do 2º ano do Ensino Médio integrado. A partir da leitura do livro
“O outro lado da bola”, a proximidade de um megaevento mundial e as discussões que professora e estudantes vinham
realizando nas aulas, decidimos tematizar os conhecimentos que atravessam o futebol com foco na homofobia. As aulas
aconteceram na sala de práticas corporais, no auditório e na quadra da instituição. Para fomentar a reflexão e a vivência com
as(aos) estudantes, foram utilizados vídeos, materiais esportivos e o livro referido. Os estudantes se dividiram em grupos
e realizaram a divisão dos capítulos do livro que cada grupo iria ler, nas aulas seguintes aconteceram vivências na quadra e
vídeos foram apresentados pela professora. Uma das formas de avaliação durante o processo pedagógico foi a apresentação
dos capítulos do livro pelos grupos. Assim, durante a apresentação a história do livro foi contada pelas(os) estudantes, o
que gerou tensionamentos sobre os temas trazidos no livro que refletiam a realidade no mundo do futebol. As discussões
pautadaspelas(os)estudantesversaramsobreahomofobianofutebolmasculino,arelaçãoentremídiaeopreconceitosocial,
a pressão das torcidas, técnicos e federações que os jogadores profissionais gays podem sofrer, a saúde mental de jogadores
homossexuais,arelaçãoentrereligião,família,questõesdegênero,violênciaseesporte,opaísescolhidoparacopadomundo,
etc.Apósaapresentação,asvivênciaspráticascontinuaramaacontecer,eparaqueas(os)estudantespudessemexpressarsuas
reflexõessobreotemafoipropostoacriaçãodecontosemicrocontossobreahomofobianofutebol.Omaterialproduzido
pelas(os) estudantes trouxe de forma literária as discussões críticas suscitadas ao longo do processo. Por fim, como forma
denunciar a homofobia no futebol e impulsionar o diálogo com a sociedade, as produções foram publicizados no Jornal de
Educação Física e Justiça Social da instituição. Ao final do processo pedagógico foi possível perceber diferentes saberes em
relação às temáticas suscitadas nas aulas, bem como desconstruir visões ingênuas a respeito das questões que atravessam o
futebol e ampliar o pensamento crítico das(os) estudantes.
Representações sociais de alunos do Ensino Médio sobre a Educação Física e o Esporte
Priscilla de Almeida Nogueira de Souza; Célia Polati; José Henrique dos Santos
pridealmeidanog.edfisica@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
025
Vivendo em uma sociedade em que o esporte espetáculo é intensamente exposto pela mídia, os alunos tendem a idealizar e
supervalorizaroesportecompetitivo,dealtorendimento.Naescola,osesportestradicionaissãovalorizadoseestãopresentes
sistematicamente entre os conteúdos das aulas de Educação Física e, na perspectiva contemporânea da área, são tratados
como meio de integração, socialização e inclusão dos alunos. Portanto, é necessário adequar o Ensino da Educação Física
e do esporte para objetivos não somente técnicos e táticos como também sociais e culturais. Os educandos estão inseridos
em contextos sociais repletos de conhecimentos e experiências que contribuirão para a construção de representações sobre
os objetos sociais. Assim, esta pesquisa teve como objetivo identificar as Representações Sociais que os alunos possuem
sobre a Educação Física e sobre o Esporte. A metodologia utilizada foi qualiquantitativa, de natureza descritiva, através da
técnica de evocações livres de palavras. Participaram deste estudo 159 alunos do 3º ano do Ensino Médio, do sistema de
ensino estadual no Município de Piraí - RJ, sendo 73 do sexo masculino e 86 do sexo feminino, com média de idade de 17,7
anos. A análise foi realizada através do Sistema Software EVOC, o que possibilitou o levantamento do possível Núcleo
Central dos termos indutores “educação física” e “esporte”. No Núcleo Central referente ao indutor “Educação Física”,
surgiram as evocações “Atividade Física”, “Aula”, “Bem-Estar”, “Habilidades” e “Saúde”; enquanto no Núcleo Central do
indutor“esporte”surgiramasevocações“Saúde”e“CapacidadeVolitiva”.Emambososnúcleoscentrais,apalavraevocada
como mais importante foi “Saúde”. Portanto, as Representações Sociais dos alunos sobre esses objetos se assemelharam,
denotando que os educandos estabeleceram uma relação de causalidade entre Educação Física e Saúde e entre o esporte
e saúde. Assim entende-se necessária a problematização da disciplina e do conteúdo esporte junto aos alunos, a fim de
desenvolver o pensamento crítico e autônomo que leve em consideração todos os fatores sociais, econômicos, políticos e
históricos que os influenciam.
R.22 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
e
Inclusão
Inclusão nas aulas de Educação Física Escolar
Bruno de Lucas dos Santos Souza; Evanilde Muniz Silva
brrunoluccas@gmail.com Centro Universitário Módulo
Atividades lúdicas e jogos cooperativos para melhora da movimentação e inclusão de alunos
com o transtorno do desenvolvimento da coordenação
Daniela Coelho Lastória de Godoi1,2
; Carlos Alberto de Simone2
; Jorge Alberto de Oliveira1
; Sérgio Roberto Silveira1
danielac@colband.com.br 1
Escola de Educação Física e Esporte daUniversidade de São Paulo;
2
Colégio Bandeirantes
026
027
A inclusão social na escola contribui para o desenvolvimento da criança com necessidades especiais e proporciona o
aprendizado sobre respeito as diferenças e o combate ao preconceito. Nesse contexto como aluno do curso de Educação
Física Licenciatura do Centro Universitário Módulo e residente do Programa Residência Pedagógica- CAPES, me deparei
com as dificuldades e as fragilidades no processo de inclusão na escola. O projeto proposto por nossa preceptora foi aula
de luta na temática do Jiu-jitsu que se iniciou durante minha participação no programa no início do ano de 2023 em uma
escola pública de ensino fundamental da cidade de Caraguatatuba. O objetivo foi o trabalho de pesquisa e a preparação de
aulasteóricasepráticasnaáreadaslutasedeinclusãoescolar.Seguindoesseparâmetrodeinclusãodesenvolvemosregências
após identificação e estudo de cada deficiência, síndrome e/ou transtorno, onde fizemos um acompanhamento de cada
alunoparaintroduçãoinclusivanasaulas.Adaptamosasestratégiaseametodologiaapartirdetodasasinformaçõespassadas
por nossa preceptora e por nossas leituras sobre a temática e discussões em aula na universidade. Foi usada na aula, tatame,
bola e o espaço da quadra. A base para as aulas foi Currículo Paulista e a BNCC. Ao final de cada aula prática reuníamos os
alunos e revisávamos todo conteúdo abordado. No processo observamos que eles haviam absorvido bem a proposta e que
nossos alunos com deficiência apresentaram participação ativa. Fiquei responsável em atender as necessidades específicas e
manter a segurança de um aluno com paralisia cerebral em aula. Acompanhamos o comportamento dos colegas de turma,
conduzimos de maneira natural e verificamos que a atividade fluiu de maneira leve e alegre, as crianças foram incentivadas a
fazer dupla com este aluno e aceitaram sem restrições. Avaliamos a atividade ao final em roda de conversa e foi perceptível
como as crianças compreenderam a proposta e demonstraram aprendizado. Tive que estudar sobre a deficiência, entender
as limitações, repensar a prática, introduzir com criatividade e leveza as propostas motoras e ainda conduzir a compreensão
e aceitação de todos com relação às diferenças. Concluo que a inclusão na escola ainda se mostra carente de entendimento e
preparo. A prática em si se mostrou difícil e desafiadora. Finalizo esta experiência entendendo que o professor de Educação
Física na escola tem um papel fundamental no processo inclusivo.
Introdução: Alunos com o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) apresentam dificuldades motoras que
impactam nas atividades da vida diária e na participação em aulas de Educação Física. Muitas vezes, esses alunos evitam os jogos,
brincadeiraseesportesporperceberemseusdesempenhosmotoresaquém,quandocomparadosaoscolegasdamesmaidade.A
EducaçãoFísicaatendealunoscomdiferentesníveisdedesenvolvimentomotor,porémquandoosprofessoressedeparamcom
um aluno diagnosticado com o TDC, é necessário entender seus déficits motores e socioemocionais para planejar estratégias de
atençãoaoaluno.Objetivo:Contribuirparaaelaboraçãodeplanosdeaulasvoltadosàinclusãoeganhode habilidadesmotorasde
alunos com o TDC, em aulas de Educação Física. Desenvolvimento: Em uma classe do 7°ano, do ensino fundamental, com 35
alunosemédiadeidadesde12anos,deumaescolaparticulardeSãoPaulo,osprofessoresdeEducaçãoFísica,frenteaosdéficits
motoresapresentadosporumalunocomoTDC,incluíramnoplanejamentocurricular,aulasvoltadasàaquisiçãodashabilidades
motorasbásicasecombinadas,paraampliarorepertóriomotorepromoveraautoconscientizaçãodocorpoemsituaçãodeexercício.
As estratégias utilizadas primaram pela ludicidade e exploração dos conceitos do movimento, por meio de tarefas com estímulos
variados,partindodeexercíciossimples,individuais,semecomousodemateriaise,gradativamenteaumentaramacomplexidade
dos exercícios e do número participantes na tarefa. Na primeira parte da aula, os alunos se deslocaram pela quadra de formas
variadas,commudançadedireçãoevariaçãodoritmodaspassadas.Foramacrescentadasbolasdediversospesos,coresetamanhos
e, ao pegar uma determinada bola, os alunos deveriam realizar uma tarefa específica. Na segunda parte, foram realizados jogos
cooperativos. As instruções e feedbacks verbais, se deram por linguagens diretivas e simples, além das dicas visuais. Resultado: O
alunocomotranstorno,mesmoapresentandomaiorlentidãonaexecuçãodastarefas,realizouosexercícioseparticipoudejogos
deregrassimples.Conclusão:Tarefasindividuais,compoucosestímulosaumentamasensaçãodesucessoeaautoestimadoaluno
comotranstornoe,osjogoscooperativosforameficientesparaainclusão.Perguntar,aoaluno,oquedeveserfeito,antesdatarefa,
ajudanamemorizaçãodasinstruçõeslevandoàsrespostasmotorasmaisassertivas.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.23
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
e
Inclusão
Brinquedoteca Universitária: Influência do(a) brinquedista nas interações da criança com
e sem deficiência/autismo
Lívia Pires Andrade; Thálisson de Oliveira Paradela
liviapiresandrade@gmail.com Universidade Federal do Espírito Santo
028
A Brinquedoteca, que segundo Cunha (1994) se configura como um local “[...] criado para favorecer a brincadeira, onde as
criançasvãoparabrincarlivremente,comtodooestímuloàmanifestaçãodesuaspotencialidadesenecessidadeslúdicas”(p.
13),seapresentatambémcomoumaricapossibilidadedecultivodobrincaratualmente,levandoemconsideraçãoaredução
dos espaços físicos e temporal, que coloca em evidência o brincar das crianças. Dentro dessa perspectiva, o Laboratório De
Educação Física Adaptada (LAEFA) por meio do projeto de extensão “Brinquedoteca: aprender brincando” vem desde
1995, se preocupando com a inclusão socioeducacional de crianças com deficiência, proporcionando práticas pedagógicas
adaptadas no espaço da brinquedoteca universitária, que além de auxiliar os atendidos em seu desenvolvimento integral, se
constitui também como um importante segmento de formação de professores(as) de educação física.Com isso, destacamos
nossas experiência de formação docente que perpassam pela brinquedoteca do Centro De Educação Física E Desportos
DaUniversidadeFederalDoEspíritoSanto(CEFD/UFES),queatéaquivemcontribuindosignificativamenteparaonosso
processo de formação docente, na relação criança com e sem deficiência no processo de inclusão. Esse projeto de extensão
atende 30 crianças com idades entre quatro e seis anos. Dessas, nove possuem autismo e uma síndrome de down, que são
oriundas da comunidade externa. As outras 20, que não possuem deficiência/autismo, são pertencentes ao grupo quatro e
cinco do CEI (Centro de Ensino Infantil) CRIARTE UFES. O projeto visa promover a interação entre esses dois grandes
grupos,utilizandoaestratégiadeensinodaGinásticaHistoriadaetambémofazdeconta.Açõesessasque,segundoVygotsky
(1997), são mediadas pelo outro, através de símbolos e instrumentos. Ela adquire linguagem no mundo, pois participa desse
meio social onde a comunicação é essencial. Através dessas práticas educativas, recebemos e damos afeto, e há uma troca
de experiência com as crianças. Somos desafiados a cada intervenção, a nos tornarmos seres humanos e professores em
formação mais empáticos, e a despertar a criança interior que está dentro de cada um de nós.
Relato de estágio em Educação Física escolar: acompanhando alunos de inclusão em uma
escola da zona oeste da cidade de São Paulo
Marlon de Sousa Gomes; Sérgio Roberto Silveira
pridealmeidanog.edfisica@gmail.com Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo
029
Esse relato de experiência aborda o estágio do autor em uma escola particular localizada na zona oeste da cidade de São
Paulo/SP. No estágio, o autor trabalha auxiliando as aulas de Educação Física dos anos iniciais do fundamental I (2°ano
até 5°ano), principalmente, acompanhando as crianças atendidas pelo setor de práticas inclusivas. Essas crianças enfrentam
barreirasnasuavidaescolarporterounãoalgumadeficiência,dependedocontexto,sendoessaarazãodeseremconsiderados
alunos de inclusão. O setor propõe metodologias e práticas e oferece recursos facilitadores para o processo pedagógico e
para a socialização dos alunos, fomentando a cooperação e a convivência ética no que se refere à diversidade e à educação
inclusiva. A intervenção é focada nas singularidades dos alunos, o que desencadeia reflexões acerca de novas e frutíferas
propostas de sala de aula. A linha teórica para os princípios orientadores de práticas inclusivas seguida pelo setor encontra
fundamentação na psicanálise. Para M. Cristina Kupfer et al. esses princípios são “a inclusão é para todos”, “o sucesso da
inclusãodependedaadaptaçãodaescolaàcriançaenãoapenasdaadaptaçãodacriançaàescola”,“ainclusãodeumacriança
garante a inclusão de todas”, “a inclusão escolar é terapêutica: educar é tratar”, “o convívio com outras crianças pode ser
terapêutico”, “o trabalho de inclusão se faz no laço que se estabelece entre professor e aluno”, “o aluno é da escola e não
apenas de um professor”, “a escola proporciona uma referência simbólica para todas as crianças”, “a escola é o lugar social
da criança”, “o educador tem o seu saber sobre seu aluno” e “a igualdade é o direito da diferença”. Assim, o autor busca
relatar como tem sido a experiência, abordando os desafios, conquistas e aprendizados alcançados durante o estágio.
R.24 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Educação
Física
Escolar
e
Inclusão
O xadrez na educação física escolar: uma ferramenta pedagógica na atenção ao aluno com
TEA
Tiago Barbosa Toledo; Daniela Coelho Lastória de Godoi; Jorge Alberto de Oliveira
tiagobtoledo@usp.br Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo
030
Introdução: Alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam comprometimentos de ordem
sociocomunicativaecomportamentalquepodemapresentarmelhorasquandoparticipamdeprogramasbemestruturadosde
atividadesesportivas.Objetivo:Ofereceroesportedexadrez,naEducaçãoFísicaEscolar,comoumaferramentapedagógica
para promover o desenvolvimento psicossocial, cognitivo e motor ao estabelecer o respeito às regras de convivência, a boa
interaçãoentreosjogadoreseamelhoradacoordenaçãomotorafina.Desenvolvimento:Emumaclassedo6°ano,doensino
fundamental II, com 32 alunos, em que dois alunos apresentavam o TEA, nível 1 de suporte, caracterizado por dificuldades
na flexibilização de regras, inconsistência no contato visual, diminuído interesse nas relações sociais e dispraxia motora, os
professores de Educação Física, de uma escola particular de São Paulo, realizaram cinco aulas de jogos pré-enxadrísticos
como: gato e rato; duelo de monarcas; desafio das damas; cavalos contra peões; mini-xadrez e jogo de xadrez propriamente
dito. Os jogos foram explicados antes da experimentação. Para os alunos entenderem a tarefa, todos foram estimulados a
planejar a execução da tarefa antes de realizar o movimento das peças e as regras foram dadas de forma objetiva, clara e
não sofreram alterações no decorrer do curso. Resultado: Nas duas primeiras aulas, os alunos com o TEA usaram o tipo
de preensão intermediaria e evoluíram para a preensão madura (trípode). Em relação à interação entre os pares, os alunos
comTEAapresentaram,apenasnoiníciodasatividades,poucosmovimentosestereotipadoserepetitivos,nãoocasionando
constrangimento entre os alunos, havendo trocas de informações sobre as jogadas esperadas da tarefa. Conclusão: Pode-
se concluir que, os jogos de tabuleiros relativos aos jogos pré-enxadristas, mini-xadrez e xadrez propriamente dito, foram
adequados para o desenvolvimento sociocomunicativo, pois os alunos com TEA conseguiram manter uma comunicação
eficiente com os pares, mesmo que apenas em relação as questões dos jogos, o que já foi um grande passo e, a melhora da
coordenaçãomotorafina,verificadaaolongodasaulas,poisaspeçasforammovimentadascommelhorexatidãoeverificou
-se a preensão madura final das aulas. Desta forma, é válido afirmar que, as atividades pré-esportivas e esportivas do xadrez
são adequadas para estabelecer a boa convivência entre os alunos.
Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.25
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Fundamentos
da
Educação
Física
Escolar
Relatos de alunos egressos acerca das aprendizagens oriundas da Educação Física Escolar
Gabriela Simões; Ellen Aniszewski; José Henrique
gabssimoes9@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
031
AoanalisaropercursohistóricodaEducaçãoFísica(EF)naesferaeducacional,nota-sesuamençãoemdocumentosreferentes
a educação escolar no Brasil desde os anos de 1820. Contudo, sua legitimidade é alcançada em 1996, a partir da publicação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/96), quando a EF é apresentada como componente curricular
da Educação Básica. Em relação aos conteúdos da disciplina, os registros indicam predominância da ginástica até os anos
de 1934, o aparecimento dos esportes de forma mais evidente por volta da década de 1940 e, ainda, sua intensificação nos
anos de 1960 até meados de 1980 nas escolas. Essa predominância esportiva fez com que emergissem do meio acadêmico
diferentes críticas entre os anos de 1970 e 1980, no sentido de reconstruir a EF sob uma perspectiva crítica e humanizada.
Nessa esteira, dentre as principais mudanças sugeridas destaca-se a necessidade de diversificação dos conteúdos curriculares
daEF.Essebreveretrospectohistóriconoslevouaoseguintequestionamento:“SeráqueospressupostosdaEFpautadosna
esportivização foram superados?”. Para tal, o objetivo da pesquisa foi de investigar as aprendizagens oriundas da EF escolar
cursada na Educação Básica, sob a perspectiva de alunos egressos. Esta pesquisa, recorte de uma dissertação de mestrado,
foi aprovada na Plataforma Brasil (Parecer nº 5.584.915). Adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, de delineamento
transversal e caráter descritivo. Utilizou-se o Grupo Focal como técnica de coleta de dados. Participaram da pesquisa oito
indivíduos,selecionadosdeformaintencionalapartirdeumaamostrade148participantes,osquaiserammaioresde18anos
deidadeehaviamcursadoaEFnaescolarização.Osrelatosevidenciaramosesportescomomonoconteúdosministradosnas
aulas de EF. Tal predominância esportiva foi relacionada, em parte, à preferência dos alunos e, por outro lado, à proposição
exclusiva do(a) professor(a) da disciplina. Em relação ao ensino, rememorou-se que era proposto o básico para que o jogo
acontecesse, sobretudo com conhecimentos voltados aos fundamentos esportivos. Com base nos resultados encontrados,
evidenciou-se a ênfase de conteúdos esportivos nas aulas de EF e, além disso, o déficit no que se refere à progressão e
sistematização do conteúdo em questão. Também, em diálogo com a pergunta norteadora da pesquisa, evidenciou-se que
os pressupostos da EF pautados na esportivização ainda não foram superados.
R.26 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15
XVII Seminário de Educação Física Escolar
Formação
inicial
e
continuada
de
Professoras
(es)
Qualificação da Educação Física escolar: impactos da formação continuada de educadores
Adriano José Rossetto Junior; Ana Carolina Martins de Oliveira
adrianorossettojr@gmail.com Instituto Esporte e Educação
Da teoria cultural à prática pedagógica
Ana Carolina Faber Boog; Monica Senziali Santos Oliveira
anacarolinaboog@se-pmmc.com.br Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
032
033
Na sociedade pós-moderna as relações de trabalho, pessoais, educacionais e sociais se transformam constantemente, não
mantendo padrões e modelos. O avanço da tecnologia, as alterações educacionais e a ressignificação do esporte acarretam
mudanças no campo da educação física. A necessidade de atualização profissional é colocada como prioridade e a reflexão
sobre formação continuada dos professores e trabalho pedagógico são fundamentais para a educação. Nessa perspectiva,
o objetivo da pesquisa qualitativa descritiva foi identificar o impacto das formações desenvolvidas pelo Instituto Esporte
e Educação, em parceria com 41 secretarias municipais de educação, em 13 Estados brasileiros. As formações foram
desenvolvidas em cinco módulos, em 2021-22, em formato híbrido, com conteúdos em plataforma EaD e encontros
presenciais, contemplando 1630 educadores de escolas municipais, com objetivo de qualificar a educação física escolar. Os
dados foram coletados em entrevista semiestruturada com 240 professores, que versava sobre o impacto na sua prática
pedagógicaeasaprendizagenscomosestudos.Também,empregou-seaobservaçãodapráticapedagógicaem144aulasdos
professoresparticipantesdoprojetoequestionáriosobreaaplicabilidadedosconteúdoseestratégiasemsuasaulaserotinas.
Os resultados apontam impactos positivos na qualificação das aulas de educação física, uma vez que 93,3% dos professores
avaliaram como aplicáveis os conteúdos e estratégias das formações. As observações das aulas, ao longo do período das
formações, indicaram avanço nas práticas pedagógicas, com a organização de planos de ensino, atividades mais inclusivas e
dinâmicas,desafiosdiferentesaosalunosealunas,aulasmaisdialógicascomestímulosaeducaçãointegralcompropostasde
situação problema e diversificação de manifestações da cultura corporal na educação física. Nas entrevistas os depoimentos
dosprofessoresexplicitamosimpactosemsuaspráticaspedagógicas:“Grandetrocadeexperiência,gerandotransformações
no modo de planejar e ministrar as aulas”; “O IEE apresenta possibilidades de prática do esporte, que todos evoluem sem
exclusão”; “O maior aprendizado foi a diversificação das estratégias de ensino por meio do sistema PROTEGE”. Dentro
desse cenário, acredita-se que a formação continuada é fundamental à atualização, ampliação e qualificação da educação.
AredemunicipaldeensinodeMogidasCruzesconta,atualmente,com35professoresdeEducaçãoFísicaefetivos,queatendem
aproximadamente 30% das unidades próprias. A implantação da Educação Física Escolar se iniciou no ano letivo de 2023 e,
anteriormente,essesprofessoresatuavamdeformaespecíficanocontraturno,emoficinasdeiniciaçãoesportiva,dentrodoPrograma
Escola de Tempo Integral. Todo professorado de Mogi das Cruzes cumpre ⅓ da sua jornada de trabalho sem interação com os
alunos, cumprindo carga horária de formação obrigatória, elaborada pelo Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de
Educação, que busca proporcionar momentos de estudo voltados para a necessidade da própria rede. Dentre os professores, de
Educação Física, temos um grupo de aproximadamente 20 que estão na rede há mais de 10 anos, 5 que estão entre 5 e 8 anos
e 9 ingressantes. São pessoas de idades diversas, tempo de formação diversos e vivências completamente diferentes. Tendo em
vista esse cenário, a formação dos professores especialistas de 2023 tem como tema “TEORIA E PRÁTICA CULTURAL NA
EDUCAÇÃOFÍSICAESCOLAR”.Aformaçãopropõeoestudodasetapasdatematizaçãodaspráticascorporais(Mapeamento,
Leitura, Vivências, Ressignificação, Ampliação, Aprofundamento, Registro e Avaliação) e aplicação dessas etapas em pelo menos
uma turma “piloto”, da qual cada professor traz os seus registros por meio de texto, fotos e vídeos. Dentre os trabalhos que os
professoresexecutam,observamos,ainda,umaênfasemuitograndeemoutrasteoriasqueembasaramaEducaçãoFísica,emoutros
momentos históricos, sendo as mais comuns: psicomotricidade, esportivismo e currículo saudável. Porém, ao solicitar que eles
retomemomaterialdeestudo,percebemosqueconseguimosatingirumapartedogrupo. SonhamoscomaimplantaçãodaTeoria
Culturalparatodososalunosdaredemunicipal,masoprincipalobjetivodessaformaçãoépromoverareflexãodoprofessorsobre
asuaprática,acompreensãodosdiferentesmomentosqueaEducaçãoFísicateveasuafunçãosocialnessesdiversosmomentos,
poispercebemos,muitasvezes,umagrandeincoerênciaentreodiscursoeapráticapedagógica,anãopercepçãodessesequívocos.
Assim, a formação tem por objetivo propor a reflexão a partir da experimentação da Teoria Cultural, da compreensão histórica
das teoriascurriculares,buscandogradativamenteumanovaformadeatuaçãopedagógicadosprofessores.
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  • 1. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte Brazilian Journal of Physical Education and Sport São Paulo v.37 Suplemento n.15 novembro 2023 e-ISSN 1881-4690 XVII Seminário de Educação Física Escolar Vamos conversar sobre didática? 17 e 18 de novembro de 2023 Escola de Educação Física e Esporte - USP São Paulo, SP - Brasil Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo
  • 2. Comissão Organizadora Comissão Científica Presidente Prof. Dr. Walter Roberto Correia Membros Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz Profª Dra. Andrea Michele Freudenheim Prof. Dr. Jorge Alberto de Oliveira Prof. Dr. Flavio Henrique Bastos Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz Prof. Dr. Flavio Henrique Bastos Profª Dra. Soraia Chung Saura Profª Dra. Ana Cristina Zimmermann
  • 3. Programação 17/11 (sexta-feira) 9h - 10h Recepção dos participantes 10h - 12h Oficinas 14h - 17h Apresentação de Trabalhos Orais 17h - 17h50 Coffee Break 18h00 - 19h30 Conferência I - “Educação Física Escolar: o currículo como oportunidade histórica” Conferencista: Prof. Dr. Walter Roberto Correia (EEFE-USP) Mediação: Prof. Dr. Francisco Eduardo Caparroz (UFES) Profa. Dra. Ana Cristina Zimmermann (EEFE-USP) 18/11 (sábado) 8h - 9h45 Apresentação de Trabalhos Orais 9h45 - 10h30 Coffee Break 10h30 - 12h Conferência II - “Educação Física Escolar: vamos conversar sobre didática?” Conferencista: Prof. Dr. Francisco Eduardo Caparroz (UFES) Mediação: Prof. Dr. Diego Luz Moura (UNIVASF) Profa. Dra. Mildred Aparecida Sotero (Colégio Santa Cruz) 14h00 - 16h Apresentação de Trabalhos Orais 16h00 - 16h50 Coffee break 17h - 18h15 Conferência III - “Educação Física e BNCC: desafios para os saberes docentes” Conferencista: Prof. Dr. Diego Luz Moura (UNIVASF) Mediação: Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ferraz (EEFE-USP) Profa. Dra. Mônica Caldas Ehrenberg (FEUSP) 18h15 Encerramento
  • 4. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • e-ISSN 1981-4690 Sumário Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 37, novembro 2023, Suplemento n. 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Autonomia e Responsabilidade Docente Apresentação Resumos Cultura Indígena: fugindo dos estereótipos reforçados na Educação Infantil Linguagem corporal e expressividade: um olhar sensível para ‘crianças bem pequenas’ nas aulas de educação Física Vivenciando a Cultura de Movimento na Educação Infantil Vivenciando o surf fora do mar Escuta, fala, pensamento e imaginação abordados nas aulas de Educação Física da educação infantil Integrando a diversidade cultural através de brincadeiras indígenas no currículo da educação infantil Habilidades para a vida na Educação Física Escolar: objetivos e planejamento de aulas Inter e transdisciplinaridade na elaboração de material didático Comparação dos scores de comportamento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade, nas escolas do rio de janeiro: pré e pós-pandemia Brincadeiras de mãos cantadas nas aulas de educação física: acolhendo e divulgando as culturas infantis na escola Surfe na Escola A luta na escola Jogos Indígenas na Educação Física Escolar Fichas de compartilhamento de práticas corporais ao redor do mundo: vamos fruir? Jogos escolares: experiência de um residente Danças urbanas e tic na Educação Física Escolar: possibilidades para o terceiro Ciclo do Ensino Fundamental a partir da BNCC VII R.9 R.9 R.10 R.10 R.11 R.11 R.12 R.12 R.13 R.13 R.14 R.14 R.15 R.15 R.16 R.16
  • 5. • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 O desinteresse dos estudantes e a satisfação das necessidades psicológicas básicas nas aulas de Educação Física Metodologias ativas como práticas inovadoras no Ensino da Educação Física do 9º ano na escola municipal Getúlio Vargas no município de Floriano-PI Afastamento discente nas aulas de ginástica O ensino dos esportes de Campo e Taco por meio de jogos: para Ensino Fundamental Avaliação do programa escola em ação usando o modelo RE-AIM Educação Física no Ensino Médio: experiências pedagógicas no estágio supervisionado Desafios e vivências nas aulas de “esportes radicais: trilhas e tribos” do itinerário formativo Tematizando o futebol e as relações de gênero nas aulas de Educação Física do IFSP: entre denúncias e ações para a busca de justiça social Representações sociais de alunos do Ensino Médio sobre a Educação Física e o Esporte Inclusão nas aulas de Educação Física Escolar Atividades lúdicas e jogos cooperativos para melhora da movimentação e inclusão de alunos com o transtorno do desenvolvimento da coordenação Brinquedoteca Universitária: influência do(a) brinquedista nas interações da criança com e sem deficiência/autismo Relato de estágio em Educação Física Escolar: acompanhando alunos de inclusão em uma escola da zona oeste da cidade de São Paulo O xadrez na educação física escolar: uma ferramenta pedagógica na atenção ao aluno com TEA Relatos de alunos egressos acerca das aprendizagens oriundas da Educação Física Escolar Qualificação da Educação Física Escolar: impactos da formação continuada de educadores Da teoria cultural à prática pedagógica Curricularização da extensão: relato de experiência sobre a implementação realizada na UNIDAV Atitudes dos licenciandos de Educação Física frente ao estágio supervisionado Entre dissensos e convergências: uma revisão de literatura sobre a formação de professores em Educação Física A formação do professor de Educação Física supervisor de estágio R.17 R.17 R.18 R.18 R.19 R.20 R.20 R.21 R.21 R.22 R.22 R.23 R.23 R.24 R.25 R.26 R.26 R.27 R.27 R.28 R.28
  • 6. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • Universidade e escola de mãos dadas no programa residência pedagógica O estudo do meio como possibilidade de um trabalho interdisciplinar: a experiência de uma formação continuada para as aulas de Educação Física Escolar de uma escola da SME-SP O professor homem na educação de crianças pequenas: o que falam os estagiários da licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Paraná Educação antirracista e Educação Física Escolar: estudos e práticas pedagógicas em um colégio estadual do Paraná Vozes infantis: narrativas (auto) biográficas na pesquisa pela educação emancipatória e libertadora Projeto de danças circulares dançar o mundo As condições de trabalho e a síndrome de Burnout em professores de Educação Física de escolas públicas Análise configuracional da Educação Física Escolar Os jogos nas aulas de Educação Física e um ensejo com a probabilidade Influência dos pais no aumento de tela em crianças de 6 a 12 anos pós pandemia na cidade do Rio de Janeiro: desafios para a Educação Física Escolar O uso das tecnologias digitais nas aulas de Educação Física Índice de Autores dos Resumos Os artigos apresentados são de responsabilidade dos Autores; os resumos foram aprovados pelos Revisores do Seminário. R.29 R.29 R.30 R.30 R.31 R.32 R.32 R.33 R.33 R.34 R.34 R.36
  • 7. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.7 XVII Seminário de Educação Física Escolar Apresentação Apresentação O XVII Seminário de Educação Física Escolar da Escola de Educação Física e Esporte da Escola da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) tem por objetivo recolocar a didática da Educação Física em questão. Após grandes transformações produzidas pelas emergências das múltiplas teorias e práticas de ensino produzidas pelo campo social, a questão da legitimidade do componente curricular continua na pauta acadêmica e, sobremaneira, no cotidiano escolar. Retomando os primórdios dos Seminários de Educação Física do início da década de noventa do século passado, memoramos que os atores daquele momento histórico se ocupavam com as seguintes perguntas: Quais são as perspectivas da Educação Física Escolar para o Século XXI; Educação Física Escolar: temos o que ensinar?; Qual é o conhecimento e a especificidade do componente curricular?; Quais são os saberes escolares que se justificam no âmbito da escolarização e da formação para cidadania? Estariam as perguntas supracitadas superadas? Após o referido intercurso temporal que mencionamos, as perguntas clássicas do pensamento didático como para que ensinar, o quê ensinar, como ensinar, quando ensinar, como avaliar, dentre outras, ainda têm validade ou “vigor” simbólico na contemporaneidade? Qual é o entendimento sobre conteúdo escolar provenientes dos interlocutores da Educação Física, uma vez que um projeto de educação não se justifica sem a clareza desse termo? Conteúdosescolaressãosinônimosdecompetências? Base Nacional Comum Curricular de Educação Física: renunciar, assimilar ou transformar? O que se entende por saber escolar, tendo a cultura corporal de movimento ou práticas corporais como objeto de ensino e aprendizagem? Desse modo, retomando as origens dos nossos debates proferidos aqui na EEFE-USP, convidamos todas e todos para uma aventura do imaginário pedagógico! Sendo assim: “vamos conversar sobre a didática? ” Sejam todas e todos bem-vindos(as)! Prof. Dr. Walter Roberto Correia Presidente Comissão Oganizadora
  • 8.
  • 9. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.9 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física na Educação Infantil Cultura Indígena: fugindo dos estereótipos reforçados Na Educação Infantil Mariana Antunes Braz; Elizangela Cely da Silva Oliveira; José Henrique dos Santos marianaantunesbraz@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Linguagem corporal e expressividade: um olhar sensível para ‘crianças bem pequenas’ nas aulas de educação Física Rafaela Pereira Cintra rafaelacintra@estudante.ufscar.br Universidade Federal de São Carlos 001 002 Opresentetrabalhotrata-sedeumrelatodeexperiênciaacercaumprojetocomatemáticaculturaindígena,quefoirealizado em um Centro Municipal de Educação Infantil situado em Seropédica, baixada fluminense do Estado do Rio de Janeiro. A unidade escolar é uma parceira do programa Residência Pedagógica, e acolhe licenciandos de Educação Física, Belas Artes e Pedagogia. As intervenções pedagógicas foram realizadas nas turmas de Educação Infantil I (4 anos) e Educação Infantil II (5 anos) nos turnos da manhã e da tarde, totalizando doze turmas. O projeto foi elaborado por meio de um planejamento colaborativo entre os residentes de Educação Física e a professora de Educação Física das turmas, com o objetivo de fugir dos estereótipos atribuídos aos povos indígenas, muitas vezes reforçados na Educação Infantil. As intervenções pedagógicas aconteceram em duas aulas de 50 minutos, sendo uma aula em cada semana. A primeira aula foi realizada na quadra da escola através de uma roda de conversa contextualizando o tema e a história contada, em que os alunosexercitaramaimaginaçãosimulandoumaviagempelaflorestaeaochegaremàumaaldeiaindígenaondevivenciaram asbrincadeirasindígenasdecabodeguerra,petecaepião.Asegundaaulafoirealizadanabrinquedotecadaunidadeescolar. Foi apresentado o vídeo DIA DOS POVOS INDÍGENAS - EXPLICAÇÃO, EDUCAÇÃO INFANTIL. Após o vídeo foi feita uma explanação sobre a diversidade dos grafismos indígenas e seus significados. Os alunos foram incentivados a recriá-los artisticamente no papel. Também foi realizada uma breve contextualização sobre o fruto do guaraná e sua importância, logo após, uma brincadeira com um objeto confeccionado com papel para representar o fruto. Ao final da aula,apartirdarodadeconversa,ascriançaspuderamrelatarsuaexperiênciascomasatividadespropostas.Foiidentificada a necessidade de mais intervenções sobre a temática, para que pudéssemos abranger mais aspectos da cultura indígena. Pela necessidade de seguir o planejamento sugerido pela secretaria municipal, não foi possível se alongar no tema. Uma soluçãopossívelparaumamelhortematizaçãosobreaculturaindígenaéarealizaçãodeumplanejamentointegradoentrea EducaçãoFísicaeosprofessoresgeneralistas,vistoqueaEducaçãoInfantilnãoédivididaemcomponentescurricularesna BNCC. A inclusão do projeto no PPP da escola também pode ser levado em consideração diante da importância do tema. Ao voltarmos nosso olhar sobre o início do desenvolvimento humano nos deparamos com um vasto campo de vivências e experimentações das ‘crianças bem pequenas’ para descobrir o mundo e a si mesmas. Como fio condutor de todo o processo de descoberta temos o corpo que se expressa por meio de seus movimentos das mais variadas formas. Esta pesquisa objetivou identificar e analisar as narrativas sobre/com o corpo tecidas nas diversas relações experienciadas pelas ‘crianças bem pequenas’ nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida por meio de uma pesquisa do tipo intervenção pedagógica da professora-pesquisadora visando o planejamento e a realização das ações pedagógicas. Os participantes foram alunos da Educação Infantil regularmente matriculados no Grupo 2 (G2), faixa etária de dois anos de idade, de uma escola no interior de Minas Gerais. Houve a sistematização de uma Unidade Didática (UD), a qual contemplou doze aulas evidenciadas pela linguagem corporal e expressividade. Nesta UD, foram organizadas proposições lúdicas pedagógicas que favorecessem aprendizagens significativas para os alunos mediante a focalização da linguagem corporal com os temas de movimento propostos por Rudolf Laban, bem como propor uma aproximação e articulação aos Campos de Experiências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A experiência vivida durante as propostas de exploração dos espaços, tempos, situações e materiais foi registrada através de diários de campo, fotos e vídeos. Os dados produzidos em campo passaram pelo processo de Análise Textual Discursiva que, em diálogo com a fundamentação teórica, originou a construção de dois metatextos: Corpo é Linguagem: expressão infantil através do movimento; e Experiência em Campo e os Campos de Experiências. A pesquisa também oportunizou a elaboração de um site como Produto Educacional para que seja compartilhada toda experiência da construção e aplicação dessa Unidade Didática, como também da vivência de ‘crianças bem pequenas’.
  • 10. R.10 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física na Educação Infantil Vivenciando a Cultura de Movimento na Educação Infantil Renato Daniel Trusz; Vitória Scopel; Gelcemar Oliveira Farias renato.pedagogicobc@gmail.com Universidade do Estado de Santa Catarina Vivenciando o surf fora do mar Gleyce Kelly Pereira Novaes; Paola Carcanholo Dias gleyceknovaes@gmail.com Universidade Federal do Espírito Santo 003 004 A Educação Física na Educação Infantil caracteriza-se como um excelente contexto de intervenção a ser explorado. Para queapráticadoprofessortenhasentido,principalmenteparaascrianças,énecessáriaaarticulaçãoentreosconhecimentos produzidostantopelaEducaçãoFísicaquantopelaPedagogia.Dessaforma,esterelatoobjetivaapresentarumaexperiência exitosa relacionada a esta problemática. O contexto da experiência é um Núcleo de Educação Infantil da rede pública municipaldeBalneárioCamboriú,SantaCatarina.Osparticipantespertencemaquatroturmascomaté22criançasdequatro a seis anos. A Educação Física nessa etapa é regulamentada pelo Conselho Municipal de Educação, o qual define que cada grupodecriançastemdireitoatrêsmomentossemanaisde40minutos.Comoobjetivosdeaprendizagemforamdefinidos: conhecer diferentes práticas existentes na cultura de movimento, vivenciar estas práticas e demonstrar cuidados consigo, com outras crianças e com o material utilizado. A fundamentação teórica utilizada estava relacionada à Educação Física crítico-emancipatória e aos saberes da infância contemplados nas Diretrizes Curriculares Nacionais. As práticas da cultura de movimento abordadas foram Jogos e Brincadeiras Populares, Esporte, Lutas, Dança e Esportes Radicais e Aventura. Como estratégias utilizadas para abordar os distintos conteúdos foram realizadas rodas de conversa e assembleias com as crianças, apresentados desenhos animados e vídeos e, como elemento principal, o brincar. Para avaliação foram utilizadas estratégiascomoenqueteseassembleiascomosgrupos,demonstrações,explicaçõeserepresentaçãopormeiodedesenho de forma individual, diálogos com as famílias e observação e registro de imagens por parte do professor. Mediante todo o processo, avalia-se a experiência como positiva. As crianças, colocadas como sujeitos e no centro do processo foram questionadas constantemente acerca do que conhecem sobre determinada prática corporal, o porquê de existirem regras, quais as práticas que têm preferência e os motivos para isso. Além disso, também podem explicar para os demais as regras pararealizarsuabrincadeirafavoritaassimcomoparticipardevotaçõessobrequalbrincadeiraserárealizadaemmomentos futuros. Conclui-se, que os resultados obtidos decorrem da apropriação dos referenciais teóricos por parte do professor de Educação Física da unidade, o qual é efetivo e que pode dar continuidade a seu trabalho ano após ano. Este trabalho relata a experiência de uma aula desenvolvida com crianças entre três e seis anos em uma escola de educação infantil, que está localizada em um bairro de classe média, à beira mar, da cidade de Vitória. Começamos a participar como estagiárias, por meio do Programa de bolsas de iniciação à docência (PIBID). Ingressamos, nesse programa, no final do segundo período do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo.O objetivo da aula foi vivenciar práticas corporais realizadas na praia às atividades desenvolvidas na disciplina de Educação Física, levando-se em consideração, os conhecimentos prévios dos alunos sobre essa temática. Durante o planejamento, foram pensadas duas aulas de surf com ênfase na ludicidade, uma destinada ao Grupo 3 e outra ao Grupo 6. Achamos a proposta extremamente criativa, pois nunca imaginamos que poderíamos trabalhar o surf fora do mar, no entanto, desde o planejar a aula nós duas tínhamos ressalvas sobre a segurança da utilização do tecido na atividade, portanto, fizemos testes com as crianças de maior estatura e aconteceu conforme planejado.No momento da aula, foi usado um tecido azul amarrado a duas bases fixas para simular o mar, e as pranchas foram confeccionadas, por nós, com EVA. Cada aluno, com participação individual, foi auxiliado por duas pessoas: enquanto um ajudava o aluno na manutenção da postura na prancha, o outro balançava o tecido, simulando as ondas do mar. Para a avaliação da atividade, fizemos um diagnóstico, no qual foi questionado sobre as práticas corporais que podem ser realizadas na praia, e como resposta obtivemos várias e dentre elas o surf. Partindo desse pressuposto realizamos a atividade e registramos em fotos e vídeos o desempenho dos alunos. Para nós, essa vivência nos serviu de inspiração no sentido de conhecermos algumas possibilidades de ampliação do repertório da cultura corporal das crianças e para sabermos como auxiliar o desenvolvimento, nos aspectos físicos, cognitivos, linguísticos e afetivos. Dessa forma, conseguimos compreender que é possível relacionar uma prática corporal que se dá na praia com os conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Educação Física para a Educação Infantil.
  • 11. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.11 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física na Educação Infantil Escuta, fala, pensamento e imaginação abordados nas aulas de Educação Física da educação infantil Gisele da Silva Soares; Adão Gustavo Aureliano; Isabel Porto Filgueiras giselesoares.doutoradoef@gmail.com Universidade São Judas Tadeu Integrando a diversidade cultural através de brincadeiras indígenas no currículo da educação infantil Adão Gustavo Aureliano; Gisele da Silva Soares; Elisabete dos Santos Freire; Isabel Porto Filgueiras giselesoares.doutoradoef@gmail.com Universidade São Judas Tadeu 005 006 Entre 2017 e 2019, foram realizadas discussões e formações voltadas aos campos de experiência na Educação Física das escolaspúblicasmunicipaisdeSantoAndré,resultandonaimplementaçãodeumnovodocumentocurricularfundamentado naBaseNacionalComumCurricular(BNCC).EssesdocumentosorientaramasestratégiasutilizadasnasaulasdeEducação Físicanosanosseguintes.EsteresumodescrevesucintamenteaatuaçãodosprofessoresdeEducaçãoFísicaemumaescola de Educação Infantil em Santo André, São Paulo, no campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação”. As atividades foram realizadas com doze turmas de crianças de 4 e 5 anos, nos meses de abril e novembro de 2022. O objetivo foi aplicar o campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação” nas aulas de Educação Física para crianças dessa faixa etária. Durante esse período, foram estabelecidos objetivos de aprendizagem para permitir a expressão de ideias, desejos e sentimentos dos alunos por meio de várias formas de linguagem, como a oral, a escrita, fotografias, desenhos e outras formas de expressão. As atividades incluíram brincadeiras cantadas, poemas, canções, rimas e narrativas orais baseadas em imagens ou temas sugeridos, além de encenações com personagens e estrutura de história. O campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação” foi introduzido em abril, proporcionando a oportunidade para que as crianças expressassem seus sentimentos e ampliassem seu repertório emocional ao longo do ano letivo. Este resumo apresenta apenas uma amostra das atividades realizadas nos meses de abril e novembro, dentro do campo de experiência mencionado. No entanto, é importante ressaltar que esse trabalho faz parte de uma sequência didática desenvolvida ao longo do ano letivo de 2022, com o objetivo de promover uma distribuição equilibrada dos campos de experiência e seus objetivosdeaprendizagem.Essaabordagemfoiadotadaparacapacitarosprofessoresafocarnosobjetivosdeaprendizagem, levando em consideração o princípio de continuidade dos campos de experiência propostos pela BNCC. Conclui-se que, pormeiodessapráticadeensinodirecionadaaessafaixaetária,foipossívelalcançarosobjetivosdeaprendizagempropostos e promover a expressão dos sentimentos das crianças, ampliando seu repertório emocional. Neste relato, descreve-se uma experiência pedagógica realizada no ano de 2023, com o objetivo de incorporar a diversidade cultural, com ênfase na cultura indígena, na prática educacional vinculada à Educação Física Escolar. A experiência educacional procurou promover a conscientização acerca da diversidade cultural mediante o ensino de brincadeiras indígenas em uma escola municipal em Santo André, São Paulo, com participação de 12 turmas da Educação Infantil, compostas por crianças entre 4 e 5 anos. A estratégia pedagógica pautou-se no documento curricular da Secretaria Municipal de Educação de Santo André, com ênfase nos Direitos de Aprendizagem da Educação Infantil, conforme indicados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Foram realizadas brincadeiras tradicionais indígenas, entre elas “Arranca Mandioca” dos Guaranis, “Perna de Pau” dos Xavantes, “Heiné Kuputisü” e “Toloi Kunhügü” dos Kalapalos, utilizando-se de recursos multimodais, tais como música, histórias, imagens, com intuito de estimular a participação e a inclusão. Por meio da observação contínua das crianças e de registros nas documentações pedagógicas, pode-se identificar um aumento no entendimento, na participação ativa, escuta, interesse e respeito pela diversidade cultural ao longo das aulas. Através das brincadeiras, as crianças puderam explorar e refletir sobre suas próprias vivências culturais, simultaneamente aprendendo sobre a cultura indígena. Uma cuidadosa preparação das atividades possibilitou uma adequação às peculiaridades do contexto escolar, gerando uma experiência de aprendizagem enriquecedora. Em conclusão, a implementação de brincadeiras de origem indígena no currículo da Educação Infantil nas aulas de Educação Física, se mostrou como uma estratégia eficaz na promoção da diversidade cultural. A combinação da teoria com a prática permitiu que as crianças apreciassem a riqueza e a diversidade das culturas indígenas brasileiras. Defende-se, assim, que está metodologia seja considerada para incorporação em futuras práticas pedagógicas, principalmente nas aulas de Educação Física, com o propósito de impulsionar uma educação que prima pelo respeito e valoriza a diversidade cultural.
  • 12. R.12 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I Habilidades para a vida na Educação Física Escolar: objetivos e planejamento de aulas Anderson Borges Vellozo; Daniela Bento Soares anderson.vellozo@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Inter e transdisciplinaridade na elaboração de material didático Mônica Senziali Santos Oliveira; Ana Carolina Faber Boog monicasenziali@se-pmmc.com.br Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes 007 008 Este resumo tem como objetivo discutir o ensino dos esportes nas aulas de Educação Física Escolar (EFE) e propor a organização de planos de aulas com base na abordagem de habilidades para a vida (HV). Em busca de um tratamento pedagógico adequado a perspectiva contemporânea de educação, voltada a formação integral dos/as estudantes, entende- se que o planejamento das aulas no ensino dos esportes na EFE deve ser pensado em promover uma aprendizagem contextualizada,inclusivaeconscientedasdemandasdasociedade.Destaforma,propõe-seaestruturaçãodoplanejamento a partir das dimensões do conteúdo corporal, conceitual e atitudinal, à luz do desenvolvimento de habilidades para a vida (HV).Esteconceitorepresentaumconjuntodevalores,habilidadesecompetênciasquesãodesenvolvidosemumcontexto chave (nesse caso, o esportivo) e transferidos para outros da vida cotidiana. Assim, para facilitar esse arranjo, os planos de aula podem ser organizados por meio de um mapa conceitual norteado pelo conteúdo e pelas estratégias, pensando em cada dimensão do conteúdo. Neste sentido, a dimensão corporal, pode priorizar a aprendizagem a partir da lógica interna das modalidades, com os jogos reduzidos indicados por favorecerem a aprendizagem do jogo formal. A dimensão conceitualpodeserdivididaemduasvertentes:conhecimentotécnico,queenvolveconceitosparacompreensãodaprática corporal;econhecimentocrítico,queanalisaediscuteasmanifestaçõesepossibilidadesdeacessodessapráticanocontexto sociocultural. Já a dimensão atitudinal, abrangida pelo conceito de HV, pode envolver habilidades intrapessoais (como perseverança,definiçãodemetaseregulaçãoemocional)einterpessoais(comorespeito,honestidadeetrabalhoemequipe). Nessa concepção, aconselha-se adotar alguns princípios: a) abordar uma HV por aula; b) no início da aula, esclarecer a HV; c) utilizar mensagens concretas ou atividades específicas durante a aula; d) ao final da aula, descrever e discutir como ela pode ser transferida além do esporte. Entende-se que o planejamento das aulas para o ensino dos esportes na EFE, estruturado a partir das dimensões do conteúdo, contribui para uma aprendizagem mais abrangente e contextualizada. No entanto,necessita-sediscutirmaisprofundamenteestetema,nointuitodedesvelarnovosconteúdoseestratégiasadequadas, que entendam a cultura corporal como suficiente e outros aprendizados como consequências de seu trato pedagógico. Comoretornodascriançasàescola,apósodistanciamentosocialcausadopelapandemiade2020,asredesdeensinotiveram que se reorganizar. Desta forma, o Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação da rede municipal de ensino de Mogi das Cruzes, com mais de 47 mil estudantes, se debruçou em estudos para além da priorização curricular. Assim nasceram as “Orientações Didáticas”, um documento destinado a apoiar os fazeres dos professores da Educação Infantil até o Ensino Fundamental 1. A partir deste novo desafio, o grupo composto por pedagogos e especialistas das áreas do conhecimento, começou a escrever bimestralmente orientações sobre como flexibilizar o currículo dentro da perspectiva da recomposição das aprendizagens. Era necessário que, neste novo cenário, além da recuperação das aprendizagens que normalmente já acontecia antes da pandemia, nossos(as) estudantes tivessem acesso às aprendizagens não oferecidas nos meses de afastamento social. Portanto, dentro da tríade: avaliação, recomposição das aprendizagens e orientações didáticas, um novo movimento na rede foi apresentado. Desta forma, a partir de um cronograma de estudos, construção e revisão, o documento passou a ser elaborado com a seguinte estrutura: 1)Introdução, na qual se inicia uma conversa com o docente sobre a ideia central da proposta; 2)“Mão na Massa”, que são situações didáticas com hiperlinks de materiais e uma seção “Para saber mais”, para conhecimento e ampliação do conteúdo, além dos materiais anexos, facilitando a busca dos nossos professores; e 3)Onde precisamos chegar, em que se apresentam os resultados do nosso sistema de avaliação municipal e direcionamaconstruçãodaspropostas. Osdocentessãoconvidadosaplanejarasaulasconformearealidadeenecessidade da turma, permitindo que os estudantes sejam protagonistas dos saberes. Recentemente lançamos uma pesquisa sobre a aceitação deste documento na rede e constatamos que a maioria usa-o na íntegra ou parcialmente, como um amparo pedagógico para seus fazeres.A área da Educação Física, como todas as outras, dialoga com os professores, sugerindo situações didáticas a partir das habilidades da Priorização Curricular selecionadas, dentro da linha pedagógica da nossa rede de ensino, a sociointeracionista. Além disso, essas aulas sugerem na perspectiva cultural, uma tematização hipotética, uma vez que o conteúdo a ser desenvolvido dependerá de cada turma e comunidade que a escola está inserida.
  • 13. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.13 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I Comparação dos scores de comportamento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade, nas escolas do rio de janeiro: pré e pós-pandemia Simone Stein de Oliveira; Letícia Samico da Silva Cabral; Bruna Bicalho Guarischi Benevides; Monique Marques Longo lett.cabral21@gmail.com Universidade do Estado do Rio de Janeiro Brincadeiras de mãos cantadas nas aulas de educação física: acolhendo e divulgando as culturas infantis na escola Tiago Ferraz Thomé; Daniela Bento Soares tiago.thome@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 009 010 Problema:Afaltadeatividadefísicaduranteoperíododeisolamentosocialafetouosescolares,praticantesfrequentesemambientes esportivoseosnãoassíduos(Siegleet.al.2022).FoescheStrassburger(2022)apontamqueduranteapandemia,ascriançasforam as mais afetadas devido ao isolamento interferindo sua rotina e influenciando no seu desenvolvimento e bem-estar. Com base nestes fatores, o problema norteador da pesquisa aqui proposta residiu na escassez de dados empíricos acerca do impacto do isolamentosocialnodesenvolvimentomotorinfantilesuasconsequênciasparaocotidianodocente.ObjetivoPrincipal:Oobjetivo principal desta pesquisa é analisar o comportamento motor de crianças, na faixa etária de 6 a 10 anos, matriculadas nas escolas da cidade do Rio de Janeiro, comparando seus scores antes e depois do período pandêmico de COVID-19. Objetivamos, por fim, pensar possíveis impactos da falta de atividade física vivenciadas por estas crianças no cotidiano docente em aulas. Metodologia: Trata-sedeumapesquisaempírica,queestáemfasededesenvolvimentopelaUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ). OsdadospreliminaresresultaramdaaplicaçãodoTGMD-2(Ulrich,2000)edequestionáriosfechadoscom26 criançasalocadas na zona norte e sul da cidade do Rio de Janeiro. A triangulação dos dados foi realizada com base nos scores brutos e padrões do comportamento motor, e da análise de conteúdo proposta por Bardin (1969). Resultados Preliminares: A análise dos dados pré e póspandemiacorroborouumaquedanosscoresulteriores(emumscorepadrãototal,emlocomoção:-20,5%;eemmanipulação -20%)potencialmente fomentados peloimpostoisolamentosocial.Noentanto, observamosque alguns scoresdemanipulação - crianças de 9 e 10 anos de idade - tiveram progresso durante este período, diferente dos de locomoção das crianças de apenas 10 anos. Os dados preliminares já trazem implicações ao cotidiano dos professores de Educação Física, que têm recebido crianças muitoheterogêneasresultantedessegraudeaberturasocialaoqualcadafamíliaseencontra.ConsideraçõesFinais:Nestapesquisa, percebe-se que dentro do período pandêmico houve um decréscimo no comportamento motor em grande parte das crianças entreestafaixaetáriadesenvolvida.Dentrodisto,observa-sequeofatodeascriançasnãoestarem,duranteesteperíodo,praticando exercíciosfísicos,provocaramimpactosnegativosdianteaoseucomportamentomotor. É em nosso quintal que meninos e meninas encontram um precioso pedaço de terra, onde podem vivenciar uma infância enriquecedora. Nesse emaranhado de possibilidades que se entrelaçam como fios, encontramos o brincar e as brincadeiras infantis como um valioso patrimônio, transmitido e transformado de geração em geração, refletindo a identidade de uma comunidade. Nos últimos anos, as brincadeiras que fazem parte da cultura infantil vêm perdendo espaço para novas formas de se viver a infância. Essa essência de ser criança tem sido frequentemente esquecida, substituída pela crescente presença da tecnologiaeconsumonoslaresfamiliares.Alémdisso,asescolas,muitasvezesfalhamaonãoacolher,valorizarepotencializar as infâncias, limitando-se a transmitir conhecimentos baseados em certos saberes hegemônicos, desconhecendo as crianças como seres históricos, como seres que são e estão sendo. É nesse contexto que este resumo apresenta as brincadeiras de mãos cantadas como forma de acolhimento e valorização no contexto escolar, especialmente nas aulas de Educação Física. Como parte da cultura corporal, as brincadeiras de mãos trazem em sua essência expressões culturais e aspectos sociais dos locais por onde passam e passaram as famílias. São ressignificadas e transformadas a todo instante pelas crianças, que criam, recriam,inventam,tornamabrincadeiraviva,umeloentrepassado,presenteefuturo.Poressemotivo,sãoformasdeconectar as crianças entre si, com professores/as e com seus contextos de vida, unindo aquele pedacinho de terra ao mundo. Um exemplodissoéabrincadeira:“Esseéonovobabalu,babapé,babamão,babatestaebabaochão”.Nela,meninosemeninas vivenciam,transformameressignificamseusmúltiplosjeitosdesebrincar.Masbrincarparaque? Brincarparabrincar!Brincar já é o próprio universo! Na Educação Física escolar, é fundamental adotar práticas que superem a relação opressor-oprimido e que vão além da transmissão de conhecimentos para promover uma educação para todes, uma educação democrática e emancipadora. Pois o brincar é resistência, é reconstrução de mundo, é liberdade, é permitir que meninos e meninas se apropriemdeseuspróprioscorposeimaginários,épermitirquemeninosemeninasdescubramomundoe,nessarelaçãoentre meninos, meninas e mundo, se humanizem. É permitir que meninos e meninas sejam protagonistas de sua própria história.
  • 14. R.14 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I Surfe na Escola Vitor Leandro Ribeiro Lopes; Gizelle Maria Nogueira dos Santos; Evanilde Muniz Silva vitorleandror.lopes@gmail.com Centro Universitário Módulo A luta na escola Kauan de Alvarenga Santos; Evanilde Muniz Silva kauandealvarenga1509@gmail.com Centro Universitário Módulo 011 012 Este relato de experiência tem como proposta apresentar vivências das turmas de 4° e 5° anos de uma Escola Pública do municípiodeUbatubadolitoralnortedeSãoPaulo.DuranteoprogramaresidênciapedagógicadocursodeEducaçãoFísica do Centro Universitário Módulo, a preceptora da escola nos trouxe a temática do surfe para elaboração de um projeto com o objetivo de proporcionar ampliação da cultura corporal do movimento e o reconhecimento do esporte. Esta temática foi escolhida devido este esporte ser muito popular na região. Em conversa inicial com as crianças percebeu-se que a maioria desconhecia o esporte e não sabiam nadar, o que gerou uma maior motivação para o desenvolvimento do projeto. Em consonânciacomaBaseNacionalComumCurriculareaoprojetopolítico-pedagógicodaescola,todoplanejamentoeações forambaseadasnoreconhecimentodopatrimôniocorporaleculturaldacomunidade,tendoemvistaqueUbatubaéconhecida como“Acapitaldosurfe”,oquevalidouaindamaisapropostadestatemática. Ametodologiautilizadafoicurrículocultural, inspirada pela proposta apresentada no livro “Educação Física Cultural, o currículo em ação”. Inicialmente foi feito um mapeamentovisandoidentificarossaberesqueosalunostinhamsobreoSurfeeascapacidadesfísicasehabilidadesmotoras que já tinham para participarem da proposta de maneira prática. Por meio de leituras, puderam analisar a prática do surfe sobrediversosângulos.Nasvivências,livresecriativassemqualquerexigênciacomperformance,sempadrõesestabelecidos apenas propondo diversas experiências corporais na sala de aula, na quadra e na piscina da escola e posteriormente na praia. Em sequência em fase de aprofundamento do aprendizado foi debatido através de roda de conversa todas as experiências e aquilo que não havia emergido nas primeiras leituras e vivências práticas, foi evidenciado neste momento, o que ampliou ainda mais o conhecimento dos alunos. Recebemos na escola uma atleta local, bicampeã brasileira de surfe, que ofereceu através de palestra a visão de alguém que não só pratica o surfe, mas que vive do surfe, neste momento os alunos puderem interagirfazendoperguntasetirandodúvidas.Eporfimaconteceuoregistrotecnológicoutilizando“tablets”paracriaçãode históriaseimagenssobreaexperiênciavivida,oqueresultouemumE-bookgerandoaindamaissignificadoaoaprendizado. Concluímos que tivemos êxito no processo e atingimos os objetivos propostos. Este relato de experiência se refere a participação como residente no Programa Residência Pedagógica- CAPES do curso de EducaçãoFísicado CentroUniversitárioModuloqueacontecedesdeoutubrode2022,emumaEscolaPúblicadomunicípio de Caraguatatuba em aulas de Educação Física Escolar do ensino fundamental I. Elaboramos uma regência na temática da luta conforme currículo de Educação Física do estado de São Paulo e com a Base Nacional Comum Curricular. Por meio de análise dos conteúdo curriculares propostos para esta faixa etária e ciclo, buscamos mapear quais os tipos de lutas seriam melhorparaaperfeiçoamentodaconhecimentodoesporteedaculturacorporaldomovimentodosalunosequemelhorasse as capacidades físicas de maneira lúdica, contribuindo para desenvolvimento geral das crianças. O objetivo proposto para atividade foi trabalhar o conhecimento do luta e desenvolver através dela as capacidades físicas de força, resistência, agilidade eflexibilidade.Paratanto,usamosoJiu-jitsuadaptado.Iniciamosemsaladeaulacomrecursodeexposiçãoteóricasobrelutas evídeosilustrativosparaapresentaraprática.Seguimosparaatividadepráticanaquadra.Osrecursosutilizadosforam,bolade vôlei,doispregadoresedoispedaçosdepanoeumespaçocomtatamesparasegurançadosalunos.Asaulasforamdinâmicas e inclusivas, onde todos os alunos participaram independente de seu nível de habilidade e/ou deficiência. Durante a prática tivemos que adaptar a proposta para incluir um aluno com paralisia cerebral que participou com alegria e demonstrou estar compreendendo. Em uma das muitas atividades realizadas, os alunos foram orientados a formar duplas , seguir para o centro do tatame e ficarem ajoelhados, de frente um para o outro, segurando uma bola de vôlei. O objetivo era puxar a bola e tentar desequilibrar e/ou retirar a bola da mão do adversário, nosso aluno com deficiência fez a atividade sentado. O procedimento deavaliaçãoquerealizamosfoi umarodadeconversacomosalunossobreojiu-jitsuadaptado,paracompreender onívelde dificuldadesdecadaum,qualpartedaaula tinhasidomaisdivertidaeoquetinhamachadomaisdifícil.Osresultadoscoletados proporcionaram o repensar a prática , ampliando as propostas motoras oferecidas. Concluímos que apesar da atividade ter sidodesafiadoraediferente,osalunossemostraramhabilidosos,receptivosemotivados,oque demonstrouobjetivoatingido.
  • 15. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I Jogos Indígenas na Educação Física Escolar Paulo Cesar Di Pace Gonçalves; William César Ferreira; Evanilde Muniz Silva dipaceoficial@hotmail.com Centro Universitário Módulo; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Fichas de compartilhamento de práticas corporais ao redor do mundo: vamos fruir? Priscilla de Souza Mattos primattos@hotmail.com Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo 013 014 Durante o programa Residência pedagógica CAPES do curso Educação Física Centro Universitário módulo, iniciado em outubro de 2022, elaboramos um projeto de jogos indígenas em uma escola pública do município de Caraguatatuba. O objetivofoiintroduziroconhecimentodaculturaindígenaemaulasdeEducaçãoFísicaEscolar,reafirmandoqueosjogos indígenas devem ser aplicados por lei nº11.645 nas escolas, sendo assim, utilizamos como estratégia jogos e brincadeiras tradicionaiscomoumaponteparaoentendimentodaculturaindígenacomalunosdoensinofundamentall.Abrincadeira, éumaatividadepresentenavidadascriançasemtodasasculturasepossuipapelimportanteparaodesenvolvimentodelas, não possuem apenas caráter de diversão e nem se constituem em um mero passatempo, pois essas atividades estimulam uma série de aspectos que contribuem para o desenvolvimento infantil. Separamos a brincadeira da peteca, onde iniciamos com o conteúdo teórico e logo após reunimos os alunos e dividimos alguns materiais como tecido TNT, folha de jornal e fitas. O intuito foi gerar criatividade e a utilização da coordenação motora fina no processo de montagem, após cada aluno construir a sua peteca, deslocamos todos os alunos para a quadra onde foi passado algumas brincadeiras, como por exemplo, a peteca ao alvo, onde cada aluno lançava sua peteca tentando atingir a maior pontuação de um alvo desenhado a giz no centro da quadra e limitando a distância dos alunos. Percebemos que alguns alunos tinham mais dificuldades do que outros, mesmo facilitando a atividade ao longo do processo alguns ainda apresentavam dificuldade. No final da aula sentamos todos os alunos em roda e perguntamos sobre alguns conteúdos teóricos apresentados e o nível de dificuldade da atividade. Obtivemos uma devolutiva muito positiva onde pudemos coletar informações das fragilidades da atividade proposta e nos deram subsídios para repensar e reorganizar a prática para próxima aula. Os alunos ficaram muito felizes e orgulhosos por levarem para casa uma peteca construída por eles mesmos. Depois de analisar a devolutiva dos alunos, concluímosqueasestratégiaseametodologiaaplicadaforamdesumaimportânciaparaoconhecimentodaculturaindígena e a ampliação da cultura corporal do movimento. A Base Nacional Comum Curricular inseriu o componente Educação Física na área de conhecimentos: Linguagens. Como peça fundamental curricular, que permite ao aluno conhecer, sentir e experimentar as manifestações da cultural corporal do movimento (práticas corporais: lutas, danças, ginásticas, esportes, brincadeiras e jogos) é necessário incluir práticas pedagógicas potentes que instiguem e envolvam todos os alunos, além de colocá-los como protagonistas de suas aprendizagens. Numa escola privada da cidade de São Paulo, aproximadamente 180 alunos do 3º ano do Ensino Fundamental receberam uma ficha de registro contendo suas informações escolares básicas e o desafio intitulado “Práticas corporais ao redor do mundo: pesquise e registre um exemplo de brincadeira, jogo, luta, ginástica ou dança de um país do mundo. Utilize escritas, desenhos ou colagens.”. Levaram para suas residências e, com o auxílio de um responsável, pesquisaram e registraram suas escolhas. Após quinze dias, esses documentos voltaram à escola e os professores reuniram-nas por sala. Em rodas de conversa, cada aluno compartilhou sua prática corporal selecionada e a classificou em uma das cinco categorias, separando em blocos de práticas corporais semelhantes. Durante um mês, os alunos decidiam coletivamente como conhecer, experimentar e adaptar cada proposta trazida pelos colegas de classe. Nesse processo, muitas questões apareceram e, com perguntas norteadoras, o professor fez as mediações baseadas nos conflitos e estranhamentos como “Balé é coisa de menina!”, “Que roupa estranha essa do sumô”, “Não tem pista de gelo aqui, não dá para brincar desse esporte” ou “Os meninos são mais fortes nas lutas”. Ao responder à essas questões, olhou-se cuidadosamente através de uma lupa a fim de elucidar e enfrentar criticamente alguns aspectos como gênero, raça, desigualdade social, semelhanças e diferenças entre os costumes dos países ao redor do mundo; Aspectos, esses, culturalmente determinados. Como encerramento da sequência pedagógica, encadernaram-se as fichas formando livros expostos e folheados por todas as classes.
  • 16. R.16 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental II Danças urbanas e tic na Educação Física Escolar: possibilidades para o terceiro Ciclo do Ensino Fundamental a partir da BNCC Chiara Juliani Pedro Paulo; Fernanda Moreto Impolcetto chiara.juliani@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” 015 016 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera a Educação Física como componente curricular na etapa do Ensino Fundamental, organizando as aprendizagens essenciais que o aluno deve adquirir em seis unidades temáticas, sendo uma delas a dança. Essa unidade é responsável, segundo o documento, por explorar as práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, dispondo de codificações particulares que frequentemente integram coreografias. Todavia, esse conteúdo é raramente desenvolvido nos quatro ciclos do Ensino Fundamental. Na literatura, o motivo da ausência de aulas de dança são os chamados “limites”, presentes na escola, graduação e valores da sociedade. Os professores dessa etapa da EducaçãoBásicapodembuscaralternativasnoplanejamentodesuasaulas,parasuperaresteslimites.Sendoassim,oobjetivo desse trabalho foi produzir um material didático digital para apoio nas aulas do objeto de conhecimento Danças Urbanas no 3º Ciclo do Ensino Fundamental, de acordo com a BNCC, com intuito de ampliar possibilidades de trabalho com a dança. O estudo foi desenvolvido com base nos fundamentos da pesquisa de natureza qualitativa descritiva, e organizado em duas etapas: Análise das Danças Urbanas no documento BNCC, para fundamentar a elaboração da unidade didática; Elaboração domaterialdidáticodigital(produçãodosplanosdeaulas,eestruturaçãodeumsitenaplataformaWixparaabrigaredivulgar o material criado). A unidade didática produzida contém seis planos de aula e uma proposta de avaliação, que abordam a definição das Danças Urbanas, seis modalidades, e a atual divisão em que se encontra. O site educacional possui cinco abas, compartilhando informações sobre o conteúdo e a BNCC, além do material didático. Esse trabalho buscou contemplar as habilidades propostas pela BNCC, dispondo aos professores interessados uma alternativa, que se aproxima da cultura juvenil com o uso de TIC, para aplicar aulas de Danças Urbanas no 3º ciclo do Ensino Fundamental. É esperado que o site seja acessado e que o material auxilie o desenvolvimento do conteúdo pelos professores. Jogos escolares: experiência de um residente Ivan Alves dos Santos Junior; Evanilde Muniz Silva juunalves2@gmail.com Centro Universitário Módulo No mês de maio de 2023, durante o Programa Residência Pedagógica do curso de Educação Física do Centro Universitário MóduloemumaEscolaPúblicadomunicípiodeCaraguatatuba,participamosdoprojetoJogosescolaresmunicipais.Asatividades propostas foram para o ensino fundamental II, dos 6° ao 9º Anos, na faixa etária de 11 a 14 anos. Os Jogos são organizados pela Secretaria de Educação, Esportes e Recreação do município e tem o objetivo de promover, por meio da prática esportiva, a integração e o intercâmbio dos alunos para ampliar as oportunidades de socialização e aquisição de hábitos saudáveis e a descobertadenovostalentosparaosesportes.Iniciamoscomaulaspreparatóriasparaoeventoeelegemosotênisdemesacomo uma modalidade de participação, para tanto, divulgamos o esporte em sala de aula com exposição teórica e vídeos ilustrativos, selecionamos os interessados, fizemos vivências práticas do esporte e em seguida organizamos um campeonato interno para quatro vagas para competição, dois meninos e duas meninas representariam a escola. Apesar da seleção ter sido necessária, todos tiveram a oportunidade de vivenciar o tênis de mesa. Como recurso utilizamos mesa de jogo, raquetes e bolinhas. Os jogos foram realizados no CIASE- Centro Integrado de Ações Socioeducativas, no bairro do Travessão em Caraguatatuba. A competiçãocomeçoucomoitogrupos,comquatroparticipantesemcadagrupoeosdoisprimeiroscolocadosdecadagrupo passaramparafaseseliminatórias,sendoseparadososmeninosdasmeninas.Todososjogosforamarbitradospelosprofessores queseprontificaramaajudarecontribuir.Estarinseridonaescoladuranteminhagraduaçãotemmeproporcionadoexperiências comoesta,ondepudeserárbitrodosjogos.Durantetodoprocessodepreparaçãoparaosjogostiveaoportunidadedeaplicar e monitorar a prática recreativa do “ping pong” e aprender a ensinar o esporte propriamente dito, o tênis de mesa, com suas regras e técnicas de jogadas. Pude observar o progresso e o empenho dos alunos e a alegria de poder representar sua escola em uma competição. Concluo esta experiência com a certeza que o aprendizado de ganhar e perder, noção de coletividade, integração e socialização entre todos, são habilidades importantes para o desenvolvimento dos alunos em ambiente escolar e para formação cidadã de um modo geral.
  • 17. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.17 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental II Metodologias ativas como práticas inovadoras no Ensino Da Educação Física do 9º ano na escola municipal Getúlio Vargas no município de Floriano-PI Adriele Silva Costa; José Carlos de Sousa josecarlos@frn.uespi.br Universidade Estadual do Piauí Estapesquisasurgiuatravésdasindagaçõesqueocorreramnodecorrerdaformaçãoacadêmica,sobreasmetodologiasativas como práticas inovadoras nas aulas de Educação Física Escolar, levando em consideração as vivências para o processo de ensino-aprendizagem, deixando de ser apenas um ouvinte. A escola é um espaço para o desenvolvimento de estratégias de promoçãodeatividade físicaedeeducaçãoparaasaúdee,nestecontexto,aeducaçãofísicaescolarsurgecomoimportante construção de ferramentas pedagógicas. O objetivo do referido artigo foi analisar qual a percepção dos alunos em relação às metodologias ativas como práticas inovadoras na disciplina de Educação Física, sendo o público-alvo estudantes do 9º ano da Escola Municipal Getúlio Vargas, localizada no município de Floriano, Piauí. Trata-se de um estudo de caso de caráter descritivo de abordagem quanti-qualitativa. Participaram deste estudo 35 alunos, de ambos os sexos, com faixa etária entre 14 a 15 anos. Para a realização deste artigo utilizou-se como instrumento metodológico um questionário com 6 questões sendo 1 aberta e 5 fechadas. O artigo foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade Estadual do Piauí, por meio da PlataformaBrasil–CAAE:66806622.9.0000.5209.Deacordocomasinformaçõesobtidasficouevidentequeamaioriados alunos sentem-se motivados para participar das aulas, identificou-se que o diálogo está entre as principais ações pedagógicas que podem contribuir para a motivação dos alunos. Pôde-se perceber ainda, que os alunos estão satisfeitos com as aulas. Sugere-se então, que haja novas pesquisas que aprofundem outras questões e possibilitem analisar as razões definidoras da visão dos alunos em relação aos métodos utilizados pelos docentes no ensino fundamental do 9º ano. Por fim, espera-se que este estudo possibilite outros trabalhos futuros que objetivem otimizar, diversificar e valorizar as metodologias ativas no ensino da Educação Física na educação básica no município de Floriano. O desinteresse dos estudantes e a satisfação das necessidades psicológicas básicas nas aulas de Educação Física Ellen Aniszewski; José Henrique; Gabriela Simões ellanisbr@yahoo.com.br Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 017 018 As investigações sobre o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física (EF) no ensino fundamental indicam que esse fenômenovemseantecipando,oqueressaltaaimportânciadeconhecercommaiorprofundidadeosmotivos,causaseargumentos quejustificamasatitudesecomportamentosdosestudantesnadisciplina.Aspesquisasquesedebruçamsobreamotivaçãona EFnaúltimadécadareportamaestreitarelaçãoentreasatisfaçãodasnecessidadespsicológicasbásicas(NPB)decompetência, autonomia e vínculos sociais e o aumento da motivação intrínseca e comportamentos autodeterminados, capaz de aumentar a participação e engajamento nas aulas de EF. Dessa forma, o objetivo da pesquisa contempla a descrição e comparação da satisfaçãodasNPBdealunosdo9ºanodoensinofundamental.Adotou-seométododepesquisamistosequencial,namedida emqueserecorreuàsabordagensquantitativaequalitativa,poisacomplementaridadedeambaspermitiriaanálisesdofenômeno em sua complexidade. Participaram da primeira fase, 85 alunos do 9º ano de três escolas da rede Municipal do Rio de Janeiro, sendo45,9%moçase54,1%rapazes.Nasegundafaseparticiparamseisestudantes,sendotrêscomaltosíndicesdesatisfaçãodas NPBeparticipaçãonasaulasdeEFetrêscomosmenoresíndicesdesatisfaçãodasNPBeparticipaçãonasaulasdeEF.Como resultado,osensodesatisfaçãodasNPBdosalunosdo9ºanosemostroumoderadosnosmediadorescompetênciaevínculos sociais e baixos em autonomia. Os meninos se sentem mais satisfeitos em suas NPB do que as meninas, principalmente em competênciaevínculossociais.Osresultadosqualitativosreforçamasdificuldadesdasmeninasemseengajaremnasatividades propostasnasaulas,sobretudoporestaremmajoritariamenterestritasaosesportestradicionais,emqueculturalmenteosmeninos têm a prática estimulada e apresentam maior domínio. Para garantir o atendimento das NPB dos estudantes se faz necessária a adoção de práticas pedagógicas voltadas para esse fim, como a ampliação das vivências dos alunos pautada na diversificação dos conteúdos, adequando os níveis de exigência às suas habilidades, propondo atividades com altas possibilidades de sucesso de modo a fomentar o aumento da percepção de competência. A adoção do planejamento coletivo se apresenta como uma alternativa que contempla a necessidade de autonomia, atentando sempre à necessidade de adequar as tomadas de decisões ao nível de maturidade dos alunos.
  • 18. R.18 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental II Afastamento discente nas aulas de ginástica Helen Maria Rodrigues da Silva; Daniela Bento Soares helen.silva@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” O ensino dos esportes de Campo e Taco por meio de jogos: para Ensino Fundamental Pedro Ramos de Souza Cordenonsi; Guilherme Arena Gaseta; Chiara Juliani Pedro Paulo; Thomás Augusto Parente; Fernanda Moreto Impolcetto p.cordenonsi@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 019 020 O afastamento discente é um problema comum na Educação Física escolar encontrado em diversas escolas no Brasil e no mundo.Sãonumerosasaspesquisasquetrazemessaproblemática,tendodiferentestemasdaculturacorporalcomocontexto. Destacam-seastematizaçõesdepráticascorporaisqueextrapolamosesportesmaiscomumenteabordadosnaculturaescolar da atualidade. Essa problemática fica mais evidente a partir dos anos finais do ensino fundamental e pode causar impactos relevantes na construção das aprendizagens por parte dos alunos e das alunas que deixam de vivenciar gestos e, por isso, têm mais dificuldade para se apropriar dos conhecimentos construídos sobre prática corporal tematizada e requer reflexão sobre as escolhas das intervenções pedagógicas dos e das docentes. Este trabalho, parte de uma investigação de mestrado, tem como objetivo discutir distanciamentos dos e das discentes nas aulas de Educação Física que trazem a Ginástica como prática corporal a ser tematizada, assim como vários aspectos que podem envolver o afastamento discente em um contexto específico. NacomunidadeescolardaEMFEIProfªElzaMariaPellegrinideAguiar,emCampinas-SP,aGinásticanãoocupa umlugardedestaquenaspráticascotidianas.Assimcomoemmuitasoutrasescolas,apráticahegemônicadosesportescom bolaéavassaladora.Especificamente,ofutsal,ovoleiboleotênisdemesasãoaspráticascorporaismaisqueridaspelosalunos ealunas,quesemprequetêmoportunidadeocupamosespaçospossíveiscompequenosjogosdessasmodalidadesesportivas. As queixas às aulas de Ginástica podem se manifestar de muitas formas, que vão de pequenas reclamações até a recusa à participação. A vergonha de se expor na frente dos colegas, receio da frustração de não ser capaz de realizar movimentos, ou até mesmo questionamento sobre a relevância da educação física como componente curricular, são alguns dos pontos mencionados. Percebe-se que alguns desses fatores têm relação com a adolescência em si e a forma afetiva e cultural que se dá as relações nesse período, mas outros têm relação com o que se é construído historicamente como educação física. Para atransformaçãodetalrealidadeédeextremaimportânciareconheceressedistanciamento,suasmanifestaçõesemotivações para que o professor ou professora planeje suas ações pedagógicas procurando formas de superar essa problemática, para assim garantir o direito de aprendizagem da Ginástica para todos os adolescentes. ABaseNacionalComumCurricular(BNCC)paraaEducaçãoFísicaescolar(EFE)prevê,apartirdaculturacorporaldemovimento, uma diversificação dos conteúdos, dentre eles, o esporte. No documento, as práticas esportivas são classificadas de acordo com a lógica interna, que os agrupam conforme suas características principais. Um desses grupos recebe o nome de Campo e Taco, do qual fazem parte o baseball, softbol e críquete, previstos a serem ensinados no 2º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. De acordo comumadashabilidadesdaBNCCparaessesanosescolares,apráticadessesesportespelosestudantesdevelevá-lasàaquisiçãode noções técnico-táticas básicas. Sendo assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de desenvolvimento dos esportes deCampoeTaco,pormeiodejogos,paraaulasdeEFEno4ºciclo,quecorrespondeao8ºe9ºanos.Apropostafoicriadaemum grupo de estudos vinculado a Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro, por alunos(as) de graduação, pós-graduação e professora coordenadora, em um processo colaborativo, que contou com: estudos sobre os esportes de Campo e Taco, vivências da modalidade, desenvolvimento e testagem dos jogos. Como resultados, inicialmente foram elencadas três intenções táticas para ensiná-los:correrasbases(CB),rebatercomintenção(RI)edefenderasbases(DB).Aopçãoéquesejamensinadasnessaordem, pois,entende-sequeodesenvolvimentodorebatercomoprimeiraaçãocomprometeriaarealizaçãodasdemais.Vistoquearebatida eficiente tecnicamente e com intenção tornaria a corrida mais fácil ou até desnecessária, e dificultaria muito o defender as bases. Levando tal ordem em consideração foram elaborados jogos, com base na abordagem do Teaching Games for Understanding, quetemcomoprincípiospedagógicosasmodificaçõesporrepresentaçãoeexagero,utilizadasnapresenteproposta.Osjogossão caracterizados como reduzidos, uma vez que apresentam alterações no número dejogadores (3vs3 ou 1vs4, por exemplo) e no espaço de jogo (meia quadra poliesportiva). Para a intenção CB foram propostos cinco jogos, para a RI, outros três e para a DB maisseis,queseguemessascaracterísticasmencionadasacima.PorseremmodalidadespoucotradicionaisnoBrasilequesefazem presentes na BNCC, entende-se que propostas de ensino como essa, ando divulgadas aos profissionais atuantes – uma indicação do presenteestudo,podemcontribuirparaquepassemasercontempladasnasaulasdedeEFE.
  • 19. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.19 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Fundamental II Avaliação do programa “Escola em Ação” usando o modelo RE-AIM Sueyla Ferreira da Silva dos Santos; Ismael Forte Freitas Júnior sueyla.santos@unesp.br Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 021 OmodelodeavaliaçãoRE-AIM(Reach,Effectivity,Adoption,ImplementationandMaintenance)éamplamenteutilizado para evidenciar o potencial de ampliação de programas de intervenção como política pública. O objetivo do trabalho foi avaliaraimplementaçãodoprogramaEscolaemAção(PEA),baseadonasmedidasdealcance(proporçãodeparticipantes), eficácia (importância com o programa) e adoção (engajamento dos participantes beneficiados) do RE-AIM. O PEA ocorreu em duas escolas públicas de Ensino Integral (EI) no interior de São Paulo. A pesquisa ocorreu de março de 2017 a março de2019 efoi financiada pela Fundação deAmparo à Pesquisa (FAPESP)/Programa Melhoria do Ensino Público. Foi priorizado estratégias aplicáveis ao contexto real do cotidiano escolar (aulas teóricas, aulas práticas, recreio e reuniões de pais) para promover as práticas corporais e atividades físicas. A coleta de dados foi por questionário e entrevista com professores, pais e estudantes. Um avaliador externo realizou observação in loco para verificar a execução e continuidade do PEA. Dos 587 alunos elegíveis, participaram 370 (209 meninas) com média de idade de 11,7±0,6 anos, demonstrando um alcance de 63% do programa. Para verificar a eficácia do PEA, 69 pais participaram de entrevistas e consideraram importante a participação do filho no PEA e que os temas relacionados as práticas corporais, esportes e saúde fossem abordados nas disciplinas. Por outro lado, 3,4% dos pais consideraram pouco importante o aumento do tempo das aulas de Educação Física. Ao final de 12 meses, 96,4% dos estudantes relataram que após implementação do PEA as aulas de EducaçãoFísicaforammaisdinâmicaseativasequeaimplementaçãodepanfletosecartazescontribuíramparasetornarem mais participativos nas aulas e atividades esportivas (58%), porém a estratégia de palestras influenciou pouco ou em nada o comportamentode50,5%dosparticipantes.De28professoresdasescolas,cincorelataramquenãoconseguiramaplicaras estratégiasdoPEAemsuasaulasdevidoatrasosnocurrículo.Jáosprofessoresqueaplicaram,50%nãohouvedificuldades, 18,8% relataram a dificuldade em adaptar o conteúdo da aula aos temas da Educação Física e 10,4% a falta de interesse dos estudantes. A partir das considerações acima, pode-se concluir que professores, pais e estudantes compreendem a importância da Educação Física e o PEA apresentou potencial de implementação enquanto política pública na educação.
  • 20. R.20 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Médio Educação Física no Ensino Médio: Experiências Pedagógicas no Estágio Supervisionado Carlos Elias Carneiro Mendes; Larissa de Souza Monsalve; Patrícia dos Santos Trindade patriciatrindadeuerj@gmail.com Universidade Federal do Amazonas Desafios e vivências nas aulas de “esportes radicais: trilhas e tribos” do itinerário formativo Cássia Maria Hess; Eliana de Toledo cassiahess@gmail.com Secretaria Estadual da Educação de São Paulo 022 023 Este relato de experiência descreve as experiências de estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Amazonas - campus Parintins, nas etapas de observação acompanhamento e regência, onde acadêmicos/estagiáriosdo8ºperíodoacompanharameconduziramaulasemumaescolaestadual,comobjetivodeconhecer ocampoearealidadeescolar.OestágiofoirealizadonaescolaTomaszinhoMeirelles,umaescoladeensinomédio,localizada nomunicípiodeParintins,interiordoestadodoAmazonas.Duranteoestágioidentificou-seaevasãonasaulasdeEducação Física como um problema relevante. Nas etapas de observação e acompanhamento, conversando e interagindo com alunos eprofessores,levantou-seaspossíveiscausasqueexplicassemessefenômeno:odesinteresse,aescassezdematerial,gravidez precoce e conteúdos poucos interessantes, foram alguns dos motivos apontados pela comunidade escolar. A partir da etapa de regência definiu-se que o objetivo seria planejar e executar aulas que buscassem minimizar a problemática. Decidiu-se apresentaroconteúdoFuteboldemaneiradiferenciada.OFuteboldeBotão,jogoquemuitosalunosrelataramnãoconhecer, foi apresentado como proposta – diferente do futebol tradicionalmente trabalhado na Educação Física escolar. Aplicamos aulas introdutórias abrangendo o histórico, as regras e medidas do campo. Em seguida, orientamos os alunos na confecção dos materiais e treinamento do jogo. Para finalizar, organizamos um torneio de Futebol de Botão entre todas as turmas. O evento foi realizado em parceria com as disciplinas de História e Geografia, e foi denominado “Copa do Mundo de Futebol de Botão”. Após cada aula, aplicamos rodas de conversa para avaliar a condução das atividades. Notamos que houve uma participação expressiva das meninas, além da interação entre meninos e meninas e o entrosamento entre diferentes turmas, quetiveramqueseunirparatraçarestratégias.Alémdessesfatores,percebemosmaiorinteressenasaulasdeoutrasdisciplinas, visto que precisavam do conhecimento de outras áreas, já que se tratava de um evento de Copa do Mundo. Concluiu-se que é imprescindível criar estratégias que despertem a criatividade, autonomia e interesse dos alunos, assim as aulas de Educação Física devem ser mais dinâmicas para motivar todos os alunos a participarem. Esse relato de experiência, ocorreu na Escola Estadual de Ensino Integral Augusto Meirelles Reis Filho, localizada em São Paulo (SP),duranteoItinerárioFormativo(IF)“Culturaemmovimento:diferentesformasdenarraraexperiênciahumana”daUnidade Curricular-CompromissoscomoPatrimônioculturaleambiental, nasaulasdoComponenteCurricular(CC)de“EsportesRadicais: TrilhaseTribos”,ministradaspelaProfessoradeEducaçãoFísica(EF),noprimeirosemestrede2023,duasvezesporsemana,no 3ºanodoEnsinoMédio,com15estudantes.AProfessoraplanejouasaulasutilizando-sedaapostiladoIF.Posteriormente,realizou umaavaliaçãodiagnósticapormeiodeumarodadeconversa,paraverificaroqueosestudantesconheciamsobreesportesradicais, notandoumdistanciamentoeconfusãocomotemaqueestavasendotratadonasaulasdeEFsobreEsportesdeInvasão.Então, planejou novamente as aulas conforme a realidade da classe. Nas aulas seguintes, abordou conceitos sobre esportes radicais de açãoedeaventura,osestudantesfizeramummapamentaldessesesportes,depoiscomimagenspormeiodepontuaçãovalendo chocolates,aProfessorapediuparaqueclassificassemseoesporteradicalapresentadoeradeaçãooudeaventuraequalonomedo esporte,entregounumafolhasímbolosdessesesportes,paraqueescrevessemquaiseram,emgrupospesquisarameapresentaram (origem, equipamentos, gírias, local de prática etc.) do Skate, Surf, Bike, Parkour e Trekking. Para a vivência cada grupo planejou em cartazes um circuito de Parkour e utilizando de cadeiras, arcos, pneus etc., construíram e filmaram com o celular a execução do percurso, criando um QRcode para ser usado na Culminância. Outra vivência foi a pesquisa de trilhas em São Paulo, sendo escolhidaaTrilhadaPedraGrande,noParquedoHortoFlorestal.Opasseioocorreunodia2dejunho,comaProfessoradeEF e de Geografia, que lecionou o CC “Cartografia social e afetiva”. Os estudantes foram orientados a usarem novamente o celular e aplicativos, para fazerem anotações, filmarem, tirarem fotos, a fim de verificarem a altitude, temperatura, gasto energético etc. e depois fazerem um relatório. Considera-se que apesar do distanciamento inicial dos estudantes sobre o tema, por vezes, por residirem numa cidade com pouco acesso à natureza foi possível aos poucos, o engajamento deles com as atividades propostas e umtrabalhointerdisciplinar.
  • 21. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.21 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar no Ensino Médio Tematizando o futebol e as relações de gênero nas aulas De Educação Física do IFSP: entre denúncias e ações para a busca de justiça social Livia Roberta da Silva Velloso1,2 ; Vitor Hugo Finatti1,3 ; Elisabete dos Santos Freire2 livia_velloso@hotmail.com 1 Instituto Federal de São Paulo; 2 Universidade São Judas Tadeu; 3 Universidade Estadual de Campinas 024 O objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência político-pedagógica que aconteceu nas aulas de Educação Física do IFSP – São José dos Campos no ano de 2022, em que foram problematizadas as relações de gênero no mundo do futebol. Participaram desse projeto educativo 80 estudantes do 2º ano do Ensino Médio integrado. A partir da leitura do livro “O outro lado da bola”, a proximidade de um megaevento mundial e as discussões que professora e estudantes vinham realizando nas aulas, decidimos tematizar os conhecimentos que atravessam o futebol com foco na homofobia. As aulas aconteceram na sala de práticas corporais, no auditório e na quadra da instituição. Para fomentar a reflexão e a vivência com as(aos) estudantes, foram utilizados vídeos, materiais esportivos e o livro referido. Os estudantes se dividiram em grupos e realizaram a divisão dos capítulos do livro que cada grupo iria ler, nas aulas seguintes aconteceram vivências na quadra e vídeos foram apresentados pela professora. Uma das formas de avaliação durante o processo pedagógico foi a apresentação dos capítulos do livro pelos grupos. Assim, durante a apresentação a história do livro foi contada pelas(os) estudantes, o que gerou tensionamentos sobre os temas trazidos no livro que refletiam a realidade no mundo do futebol. As discussões pautadaspelas(os)estudantesversaramsobreahomofobianofutebolmasculino,arelaçãoentremídiaeopreconceitosocial, a pressão das torcidas, técnicos e federações que os jogadores profissionais gays podem sofrer, a saúde mental de jogadores homossexuais,arelaçãoentrereligião,família,questõesdegênero,violênciaseesporte,opaísescolhidoparacopadomundo, etc.Apósaapresentação,asvivênciaspráticascontinuaramaacontecer,eparaqueas(os)estudantespudessemexpressarsuas reflexõessobreotemafoipropostoacriaçãodecontosemicrocontossobreahomofobianofutebol.Omaterialproduzido pelas(os) estudantes trouxe de forma literária as discussões críticas suscitadas ao longo do processo. Por fim, como forma denunciar a homofobia no futebol e impulsionar o diálogo com a sociedade, as produções foram publicizados no Jornal de Educação Física e Justiça Social da instituição. Ao final do processo pedagógico foi possível perceber diferentes saberes em relação às temáticas suscitadas nas aulas, bem como desconstruir visões ingênuas a respeito das questões que atravessam o futebol e ampliar o pensamento crítico das(os) estudantes. Representações sociais de alunos do Ensino Médio sobre a Educação Física e o Esporte Priscilla de Almeida Nogueira de Souza; Célia Polati; José Henrique dos Santos pridealmeidanog.edfisica@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 025 Vivendo em uma sociedade em que o esporte espetáculo é intensamente exposto pela mídia, os alunos tendem a idealizar e supervalorizaroesportecompetitivo,dealtorendimento.Naescola,osesportestradicionaissãovalorizadoseestãopresentes sistematicamente entre os conteúdos das aulas de Educação Física e, na perspectiva contemporânea da área, são tratados como meio de integração, socialização e inclusão dos alunos. Portanto, é necessário adequar o Ensino da Educação Física e do esporte para objetivos não somente técnicos e táticos como também sociais e culturais. Os educandos estão inseridos em contextos sociais repletos de conhecimentos e experiências que contribuirão para a construção de representações sobre os objetos sociais. Assim, esta pesquisa teve como objetivo identificar as Representações Sociais que os alunos possuem sobre a Educação Física e sobre o Esporte. A metodologia utilizada foi qualiquantitativa, de natureza descritiva, através da técnica de evocações livres de palavras. Participaram deste estudo 159 alunos do 3º ano do Ensino Médio, do sistema de ensino estadual no Município de Piraí - RJ, sendo 73 do sexo masculino e 86 do sexo feminino, com média de idade de 17,7 anos. A análise foi realizada através do Sistema Software EVOC, o que possibilitou o levantamento do possível Núcleo Central dos termos indutores “educação física” e “esporte”. No Núcleo Central referente ao indutor “Educação Física”, surgiram as evocações “Atividade Física”, “Aula”, “Bem-Estar”, “Habilidades” e “Saúde”; enquanto no Núcleo Central do indutor“esporte”surgiramasevocações“Saúde”e“CapacidadeVolitiva”.Emambososnúcleoscentrais,apalavraevocada como mais importante foi “Saúde”. Portanto, as Representações Sociais dos alunos sobre esses objetos se assemelharam, denotando que os educandos estabeleceram uma relação de causalidade entre Educação Física e Saúde e entre o esporte e saúde. Assim entende-se necessária a problematização da disciplina e do conteúdo esporte junto aos alunos, a fim de desenvolver o pensamento crítico e autônomo que leve em consideração todos os fatores sociais, econômicos, políticos e históricos que os influenciam.
  • 22. R.22 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar e Inclusão Inclusão nas aulas de Educação Física Escolar Bruno de Lucas dos Santos Souza; Evanilde Muniz Silva brrunoluccas@gmail.com Centro Universitário Módulo Atividades lúdicas e jogos cooperativos para melhora da movimentação e inclusão de alunos com o transtorno do desenvolvimento da coordenação Daniela Coelho Lastória de Godoi1,2 ; Carlos Alberto de Simone2 ; Jorge Alberto de Oliveira1 ; Sérgio Roberto Silveira1 danielac@colband.com.br 1 Escola de Educação Física e Esporte daUniversidade de São Paulo; 2 Colégio Bandeirantes 026 027 A inclusão social na escola contribui para o desenvolvimento da criança com necessidades especiais e proporciona o aprendizado sobre respeito as diferenças e o combate ao preconceito. Nesse contexto como aluno do curso de Educação Física Licenciatura do Centro Universitário Módulo e residente do Programa Residência Pedagógica- CAPES, me deparei com as dificuldades e as fragilidades no processo de inclusão na escola. O projeto proposto por nossa preceptora foi aula de luta na temática do Jiu-jitsu que se iniciou durante minha participação no programa no início do ano de 2023 em uma escola pública de ensino fundamental da cidade de Caraguatatuba. O objetivo foi o trabalho de pesquisa e a preparação de aulasteóricasepráticasnaáreadaslutasedeinclusãoescolar.Seguindoesseparâmetrodeinclusãodesenvolvemosregências após identificação e estudo de cada deficiência, síndrome e/ou transtorno, onde fizemos um acompanhamento de cada alunoparaintroduçãoinclusivanasaulas.Adaptamosasestratégiaseametodologiaapartirdetodasasinformaçõespassadas por nossa preceptora e por nossas leituras sobre a temática e discussões em aula na universidade. Foi usada na aula, tatame, bola e o espaço da quadra. A base para as aulas foi Currículo Paulista e a BNCC. Ao final de cada aula prática reuníamos os alunos e revisávamos todo conteúdo abordado. No processo observamos que eles haviam absorvido bem a proposta e que nossos alunos com deficiência apresentaram participação ativa. Fiquei responsável em atender as necessidades específicas e manter a segurança de um aluno com paralisia cerebral em aula. Acompanhamos o comportamento dos colegas de turma, conduzimos de maneira natural e verificamos que a atividade fluiu de maneira leve e alegre, as crianças foram incentivadas a fazer dupla com este aluno e aceitaram sem restrições. Avaliamos a atividade ao final em roda de conversa e foi perceptível como as crianças compreenderam a proposta e demonstraram aprendizado. Tive que estudar sobre a deficiência, entender as limitações, repensar a prática, introduzir com criatividade e leveza as propostas motoras e ainda conduzir a compreensão e aceitação de todos com relação às diferenças. Concluo que a inclusão na escola ainda se mostra carente de entendimento e preparo. A prática em si se mostrou difícil e desafiadora. Finalizo esta experiência entendendo que o professor de Educação Física na escola tem um papel fundamental no processo inclusivo. Introdução: Alunos com o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) apresentam dificuldades motoras que impactam nas atividades da vida diária e na participação em aulas de Educação Física. Muitas vezes, esses alunos evitam os jogos, brincadeiraseesportesporperceberemseusdesempenhosmotoresaquém,quandocomparadosaoscolegasdamesmaidade.A EducaçãoFísicaatendealunoscomdiferentesníveisdedesenvolvimentomotor,porémquandoosprofessoressedeparamcom um aluno diagnosticado com o TDC, é necessário entender seus déficits motores e socioemocionais para planejar estratégias de atençãoaoaluno.Objetivo:Contribuirparaaelaboraçãodeplanosdeaulasvoltadosàinclusãoeganhode habilidadesmotorasde alunos com o TDC, em aulas de Educação Física. Desenvolvimento: Em uma classe do 7°ano, do ensino fundamental, com 35 alunosemédiadeidadesde12anos,deumaescolaparticulardeSãoPaulo,osprofessoresdeEducaçãoFísica,frenteaosdéficits motoresapresentadosporumalunocomoTDC,incluíramnoplanejamentocurricular,aulasvoltadasàaquisiçãodashabilidades motorasbásicasecombinadas,paraampliarorepertóriomotorepromoveraautoconscientizaçãodocorpoemsituaçãodeexercício. As estratégias utilizadas primaram pela ludicidade e exploração dos conceitos do movimento, por meio de tarefas com estímulos variados,partindodeexercíciossimples,individuais,semecomousodemateriaise,gradativamenteaumentaramacomplexidade dos exercícios e do número participantes na tarefa. Na primeira parte da aula, os alunos se deslocaram pela quadra de formas variadas,commudançadedireçãoevariaçãodoritmodaspassadas.Foramacrescentadasbolasdediversospesos,coresetamanhos e, ao pegar uma determinada bola, os alunos deveriam realizar uma tarefa específica. Na segunda parte, foram realizados jogos cooperativos. As instruções e feedbacks verbais, se deram por linguagens diretivas e simples, além das dicas visuais. Resultado: O alunocomotranstorno,mesmoapresentandomaiorlentidãonaexecuçãodastarefas,realizouosexercícioseparticipoudejogos deregrassimples.Conclusão:Tarefasindividuais,compoucosestímulosaumentamasensaçãodesucessoeaautoestimadoaluno comotranstornoe,osjogoscooperativosforameficientesparaainclusão.Perguntar,aoaluno,oquedeveserfeito,antesdatarefa, ajudanamemorizaçãodasinstruçõeslevandoàsrespostasmotorasmaisassertivas.
  • 23. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.23 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar e Inclusão Brinquedoteca Universitária: Influência do(a) brinquedista nas interações da criança com e sem deficiência/autismo Lívia Pires Andrade; Thálisson de Oliveira Paradela liviapiresandrade@gmail.com Universidade Federal do Espírito Santo 028 A Brinquedoteca, que segundo Cunha (1994) se configura como um local “[...] criado para favorecer a brincadeira, onde as criançasvãoparabrincarlivremente,comtodooestímuloàmanifestaçãodesuaspotencialidadesenecessidadeslúdicas”(p. 13),seapresentatambémcomoumaricapossibilidadedecultivodobrincaratualmente,levandoemconsideraçãoaredução dos espaços físicos e temporal, que coloca em evidência o brincar das crianças. Dentro dessa perspectiva, o Laboratório De Educação Física Adaptada (LAEFA) por meio do projeto de extensão “Brinquedoteca: aprender brincando” vem desde 1995, se preocupando com a inclusão socioeducacional de crianças com deficiência, proporcionando práticas pedagógicas adaptadas no espaço da brinquedoteca universitária, que além de auxiliar os atendidos em seu desenvolvimento integral, se constitui também como um importante segmento de formação de professores(as) de educação física.Com isso, destacamos nossas experiência de formação docente que perpassam pela brinquedoteca do Centro De Educação Física E Desportos DaUniversidadeFederalDoEspíritoSanto(CEFD/UFES),queatéaquivemcontribuindosignificativamenteparaonosso processo de formação docente, na relação criança com e sem deficiência no processo de inclusão. Esse projeto de extensão atende 30 crianças com idades entre quatro e seis anos. Dessas, nove possuem autismo e uma síndrome de down, que são oriundas da comunidade externa. As outras 20, que não possuem deficiência/autismo, são pertencentes ao grupo quatro e cinco do CEI (Centro de Ensino Infantil) CRIARTE UFES. O projeto visa promover a interação entre esses dois grandes grupos,utilizandoaestratégiadeensinodaGinásticaHistoriadaetambémofazdeconta.Açõesessasque,segundoVygotsky (1997), são mediadas pelo outro, através de símbolos e instrumentos. Ela adquire linguagem no mundo, pois participa desse meio social onde a comunicação é essencial. Através dessas práticas educativas, recebemos e damos afeto, e há uma troca de experiência com as crianças. Somos desafiados a cada intervenção, a nos tornarmos seres humanos e professores em formação mais empáticos, e a despertar a criança interior que está dentro de cada um de nós. Relato de estágio em Educação Física escolar: acompanhando alunos de inclusão em uma escola da zona oeste da cidade de São Paulo Marlon de Sousa Gomes; Sérgio Roberto Silveira pridealmeidanog.edfisica@gmail.com Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo 029 Esse relato de experiência aborda o estágio do autor em uma escola particular localizada na zona oeste da cidade de São Paulo/SP. No estágio, o autor trabalha auxiliando as aulas de Educação Física dos anos iniciais do fundamental I (2°ano até 5°ano), principalmente, acompanhando as crianças atendidas pelo setor de práticas inclusivas. Essas crianças enfrentam barreirasnasuavidaescolarporterounãoalgumadeficiência,dependedocontexto,sendoessaarazãodeseremconsiderados alunos de inclusão. O setor propõe metodologias e práticas e oferece recursos facilitadores para o processo pedagógico e para a socialização dos alunos, fomentando a cooperação e a convivência ética no que se refere à diversidade e à educação inclusiva. A intervenção é focada nas singularidades dos alunos, o que desencadeia reflexões acerca de novas e frutíferas propostas de sala de aula. A linha teórica para os princípios orientadores de práticas inclusivas seguida pelo setor encontra fundamentação na psicanálise. Para M. Cristina Kupfer et al. esses princípios são “a inclusão é para todos”, “o sucesso da inclusãodependedaadaptaçãodaescolaàcriançaenãoapenasdaadaptaçãodacriançaàescola”,“ainclusãodeumacriança garante a inclusão de todas”, “a inclusão escolar é terapêutica: educar é tratar”, “o convívio com outras crianças pode ser terapêutico”, “o trabalho de inclusão se faz no laço que se estabelece entre professor e aluno”, “o aluno é da escola e não apenas de um professor”, “a escola proporciona uma referência simbólica para todas as crianças”, “a escola é o lugar social da criança”, “o educador tem o seu saber sobre seu aluno” e “a igualdade é o direito da diferença”. Assim, o autor busca relatar como tem sido a experiência, abordando os desafios, conquistas e aprendizados alcançados durante o estágio.
  • 24. R.24 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Educação Física Escolar e Inclusão O xadrez na educação física escolar: uma ferramenta pedagógica na atenção ao aluno com TEA Tiago Barbosa Toledo; Daniela Coelho Lastória de Godoi; Jorge Alberto de Oliveira tiagobtoledo@usp.br Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo 030 Introdução: Alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam comprometimentos de ordem sociocomunicativaecomportamentalquepodemapresentarmelhorasquandoparticipamdeprogramasbemestruturadosde atividadesesportivas.Objetivo:Ofereceroesportedexadrez,naEducaçãoFísicaEscolar,comoumaferramentapedagógica para promover o desenvolvimento psicossocial, cognitivo e motor ao estabelecer o respeito às regras de convivência, a boa interaçãoentreosjogadoreseamelhoradacoordenaçãomotorafina.Desenvolvimento:Emumaclassedo6°ano,doensino fundamental II, com 32 alunos, em que dois alunos apresentavam o TEA, nível 1 de suporte, caracterizado por dificuldades na flexibilização de regras, inconsistência no contato visual, diminuído interesse nas relações sociais e dispraxia motora, os professores de Educação Física, de uma escola particular de São Paulo, realizaram cinco aulas de jogos pré-enxadrísticos como: gato e rato; duelo de monarcas; desafio das damas; cavalos contra peões; mini-xadrez e jogo de xadrez propriamente dito. Os jogos foram explicados antes da experimentação. Para os alunos entenderem a tarefa, todos foram estimulados a planejar a execução da tarefa antes de realizar o movimento das peças e as regras foram dadas de forma objetiva, clara e não sofreram alterações no decorrer do curso. Resultado: Nas duas primeiras aulas, os alunos com o TEA usaram o tipo de preensão intermediaria e evoluíram para a preensão madura (trípode). Em relação à interação entre os pares, os alunos comTEAapresentaram,apenasnoiníciodasatividades,poucosmovimentosestereotipadoserepetitivos,nãoocasionando constrangimento entre os alunos, havendo trocas de informações sobre as jogadas esperadas da tarefa. Conclusão: Pode- se concluir que, os jogos de tabuleiros relativos aos jogos pré-enxadristas, mini-xadrez e xadrez propriamente dito, foram adequados para o desenvolvimento sociocomunicativo, pois os alunos com TEA conseguiram manter uma comunicação eficiente com os pares, mesmo que apenas em relação as questões dos jogos, o que já foi um grande passo e, a melhora da coordenaçãomotorafina,verificadaaolongodasaulas,poisaspeçasforammovimentadascommelhorexatidãoeverificou -se a preensão madura final das aulas. Desta forma, é válido afirmar que, as atividades pré-esportivas e esportivas do xadrez são adequadas para estabelecer a boa convivência entre os alunos.
  • 25. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 • R.25 XVII Seminário de Educação Física Escolar Fundamentos da Educação Física Escolar Relatos de alunos egressos acerca das aprendizagens oriundas da Educação Física Escolar Gabriela Simões; Ellen Aniszewski; José Henrique gabssimoes9@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 031 AoanalisaropercursohistóricodaEducaçãoFísica(EF)naesferaeducacional,nota-sesuamençãoemdocumentosreferentes a educação escolar no Brasil desde os anos de 1820. Contudo, sua legitimidade é alcançada em 1996, a partir da publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/96), quando a EF é apresentada como componente curricular da Educação Básica. Em relação aos conteúdos da disciplina, os registros indicam predominância da ginástica até os anos de 1934, o aparecimento dos esportes de forma mais evidente por volta da década de 1940 e, ainda, sua intensificação nos anos de 1960 até meados de 1980 nas escolas. Essa predominância esportiva fez com que emergissem do meio acadêmico diferentes críticas entre os anos de 1970 e 1980, no sentido de reconstruir a EF sob uma perspectiva crítica e humanizada. Nessa esteira, dentre as principais mudanças sugeridas destaca-se a necessidade de diversificação dos conteúdos curriculares daEF.Essebreveretrospectohistóriconoslevouaoseguintequestionamento:“SeráqueospressupostosdaEFpautadosna esportivização foram superados?”. Para tal, o objetivo da pesquisa foi de investigar as aprendizagens oriundas da EF escolar cursada na Educação Básica, sob a perspectiva de alunos egressos. Esta pesquisa, recorte de uma dissertação de mestrado, foi aprovada na Plataforma Brasil (Parecer nº 5.584.915). Adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, de delineamento transversal e caráter descritivo. Utilizou-se o Grupo Focal como técnica de coleta de dados. Participaram da pesquisa oito indivíduos,selecionadosdeformaintencionalapartirdeumaamostrade148participantes,osquaiserammaioresde18anos deidadeehaviamcursadoaEFnaescolarização.Osrelatosevidenciaramosesportescomomonoconteúdosministradosnas aulas de EF. Tal predominância esportiva foi relacionada, em parte, à preferência dos alunos e, por outro lado, à proposição exclusiva do(a) professor(a) da disciplina. Em relação ao ensino, rememorou-se que era proposto o básico para que o jogo acontecesse, sobretudo com conhecimentos voltados aos fundamentos esportivos. Com base nos resultados encontrados, evidenciou-se a ênfase de conteúdos esportivos nas aulas de EF e, além disso, o déficit no que se refere à progressão e sistematização do conteúdo em questão. Também, em diálogo com a pergunta norteadora da pesquisa, evidenciou-se que os pressupostos da EF pautados na esportivização ainda não foram superados.
  • 26. R.26 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2023;37 Supl 15 XVII Seminário de Educação Física Escolar Formação inicial e continuada de Professoras (es) Qualificação da Educação Física escolar: impactos da formação continuada de educadores Adriano José Rossetto Junior; Ana Carolina Martins de Oliveira adrianorossettojr@gmail.com Instituto Esporte e Educação Da teoria cultural à prática pedagógica Ana Carolina Faber Boog; Monica Senziali Santos Oliveira anacarolinaboog@se-pmmc.com.br Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes 032 033 Na sociedade pós-moderna as relações de trabalho, pessoais, educacionais e sociais se transformam constantemente, não mantendo padrões e modelos. O avanço da tecnologia, as alterações educacionais e a ressignificação do esporte acarretam mudanças no campo da educação física. A necessidade de atualização profissional é colocada como prioridade e a reflexão sobre formação continuada dos professores e trabalho pedagógico são fundamentais para a educação. Nessa perspectiva, o objetivo da pesquisa qualitativa descritiva foi identificar o impacto das formações desenvolvidas pelo Instituto Esporte e Educação, em parceria com 41 secretarias municipais de educação, em 13 Estados brasileiros. As formações foram desenvolvidas em cinco módulos, em 2021-22, em formato híbrido, com conteúdos em plataforma EaD e encontros presenciais, contemplando 1630 educadores de escolas municipais, com objetivo de qualificar a educação física escolar. Os dados foram coletados em entrevista semiestruturada com 240 professores, que versava sobre o impacto na sua prática pedagógicaeasaprendizagenscomosestudos.Também,empregou-seaobservaçãodapráticapedagógicaem144aulasdos professoresparticipantesdoprojetoequestionáriosobreaaplicabilidadedosconteúdoseestratégiasemsuasaulaserotinas. Os resultados apontam impactos positivos na qualificação das aulas de educação física, uma vez que 93,3% dos professores avaliaram como aplicáveis os conteúdos e estratégias das formações. As observações das aulas, ao longo do período das formações, indicaram avanço nas práticas pedagógicas, com a organização de planos de ensino, atividades mais inclusivas e dinâmicas,desafiosdiferentesaosalunosealunas,aulasmaisdialógicascomestímulosaeducaçãointegralcompropostasde situação problema e diversificação de manifestações da cultura corporal na educação física. Nas entrevistas os depoimentos dosprofessoresexplicitamosimpactosemsuaspráticaspedagógicas:“Grandetrocadeexperiência,gerandotransformações no modo de planejar e ministrar as aulas”; “O IEE apresenta possibilidades de prática do esporte, que todos evoluem sem exclusão”; “O maior aprendizado foi a diversificação das estratégias de ensino por meio do sistema PROTEGE”. Dentro desse cenário, acredita-se que a formação continuada é fundamental à atualização, ampliação e qualificação da educação. AredemunicipaldeensinodeMogidasCruzesconta,atualmente,com35professoresdeEducaçãoFísicaefetivos,queatendem aproximadamente 30% das unidades próprias. A implantação da Educação Física Escolar se iniciou no ano letivo de 2023 e, anteriormente,essesprofessoresatuavamdeformaespecíficanocontraturno,emoficinasdeiniciaçãoesportiva,dentrodoPrograma Escola de Tempo Integral. Todo professorado de Mogi das Cruzes cumpre ⅓ da sua jornada de trabalho sem interação com os alunos, cumprindo carga horária de formação obrigatória, elaborada pelo Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, que busca proporcionar momentos de estudo voltados para a necessidade da própria rede. Dentre os professores, de Educação Física, temos um grupo de aproximadamente 20 que estão na rede há mais de 10 anos, 5 que estão entre 5 e 8 anos e 9 ingressantes. São pessoas de idades diversas, tempo de formação diversos e vivências completamente diferentes. Tendo em vista esse cenário, a formação dos professores especialistas de 2023 tem como tema “TEORIA E PRÁTICA CULTURAL NA EDUCAÇÃOFÍSICAESCOLAR”.Aformaçãopropõeoestudodasetapasdatematizaçãodaspráticascorporais(Mapeamento, Leitura, Vivências, Ressignificação, Ampliação, Aprofundamento, Registro e Avaliação) e aplicação dessas etapas em pelo menos uma turma “piloto”, da qual cada professor traz os seus registros por meio de texto, fotos e vídeos. Dentre os trabalhos que os professoresexecutam,observamos,ainda,umaênfasemuitograndeemoutrasteoriasqueembasaramaEducaçãoFísica,emoutros momentos históricos, sendo as mais comuns: psicomotricidade, esportivismo e currículo saudável. Porém, ao solicitar que eles retomemomaterialdeestudo,percebemosqueconseguimosatingirumapartedogrupo. SonhamoscomaimplantaçãodaTeoria Culturalparatodososalunosdaredemunicipal,masoprincipalobjetivodessaformaçãoépromoverareflexãodoprofessorsobre asuaprática,acompreensãodosdiferentesmomentosqueaEducaçãoFísicateveasuafunçãosocialnessesdiversosmomentos, poispercebemos,muitasvezes,umagrandeincoerênciaentreodiscursoeapráticapedagógica,anãopercepçãodessesequívocos. Assim, a formação tem por objetivo propor a reflexão a partir da experimentação da Teoria Cultural, da compreensão histórica das teoriascurriculares,buscandogradativamenteumanovaformadeatuaçãopedagógicadosprofessores.