PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
seminario integrador final Vanderleia.doc
1. FORMAÇÃO DE UMA PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA
ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO MÉDIO DE CUIABÁ: NARRATIVA DE SUA
VIDA
Vanderléia V. Coelho Nunes (PIBID/UFMT) – vanderleiavcoelho@hotmail.com
Bruna Caroline Justen- bruna_justenn@hotmail.com
Ana Carrilho Romero Grunennvaldt - anacarrilho12@yahoo.com.br
Marli Dahmer ( DOCENTE) – marlitdesco@hotmail.com
INTRODUÇÃO
O presente trabalho traz o relato de experiência e narrativa da
professora, que atua numa escola estadual do município de Cuiabá-MT. O
objetivo do trabalho é à narrativa da experiência de vida da docente, de forma
que possamos perceber como sua trajetória exprime as perspectivas da
Educação Física. Nos procedimentos metodológicos priorizou a entrevista da
professora com registro escrito utilizando um roteiro de perguntas estabelecido
pelos bolsistas do Subprojeto PIBID Educação Física – UFMT/Cuiabá do Curso
de Licenciatura em Educação Física/FEF/UFMT, mas também foram
empregadas as observações de aulas da professora, realizadas na escola em
que os bolsistas atuam.
Nessa acepção, o trabalho procurou saber como a professora de
educação física discerne a educação física no ensino médio e na escola onde a
mesma trabalha, o relato apontou as dificuldades/potencialidades no seu
processo de realizar inovações na sua pratica pedagógica, ao introduzir outras
formas de movimentos corporais, procurando romper o entendimento que E. F
é apenas esporte, como também a defasagem dos alunos não ter vivenciado
essa pratica nos anos anteriores, evidenciando essa lacuna no ensino médio. A
intenção da docente é desenvolver meios e procedimentos didáticos para
inovar suas aulas e aumentar assim os interesses de seus alunos diminuindo a
evasão dos mesmos.
2. RELATO DA VIDA DA PROFESSORA: SUA FORMAÇÃO,
APERFEIÇOAMENTO E ATUALIZAÇÃO.
Eu, Marli Teresinha Dahmer, apresento a seguir um pequeno relato da
minha vida profissional. Minha prática profissional desde o início da carreira
sempre foi pautada na ética, solidariedade, atividades lúdicas, recreação,
criatividade, noções esportivas, teóricas, sustentáveis pautadas na expectativa
da comunidade ao qual a escola se inseria na periferia, zona rural, zona urbana
e ou instituições privadas como academia.
Como o Estado, instituições públicas, ou privados podem oferecer
“espaços” para fomentar atividades da corporeidade prazerosas fisicamente,
mas também social, mental, espiritual, socioambiental e outros valores
intrínsecos ao ser social. Meu interesse pela Educação Física surgiu desde a
infância por ter nascido numa cidade em torno de sete mil habitantes. Minha
mãe professora alfabetizadora e meu pai sapateiro. Fazíamos todas as
atividades domésticas para depois brincar. Brincar de forma lúdica, criativa com
muito espaço nos “arredores” de casa. Fato este considerado a forma mais
libertadora do brincar de forma livre e espontânea entre amigos. Cidade de
origem e cultura alemã ao qual hoje pelo quarto ano consecutivo recebe prêmio
de menor índice de analfabetismo entre os pequenos municípios brasileiros.
Em 1989, concluí o curso de Educação Física pela Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM). Não fui uma aluna exemplar, mas sempre muito
esforçada e curiosa. Atuei durante todo curso como bolsista na secretaria do
curso e ou monitoria musculação aberta aos estudantes da universidade e
moradores da casa do estudante, projeto no assentamento do MST em Nova
Alvorada perto de Cruz Alta para observar as formas de brincar das crianças ali
assentadas e na instituição do SESI.
Durante o período de 1989 a 2016 atuo como professora de Educação
Física, na rede Estadual e ou rede Municipal. Terminei a Especialização em
Fisiologia do Exercício em 2013, pela Universidade Veiga de Almeida. Ainda
em andamento Especialização em Ciência do Movimento pelo IBPEX. Obs.: fiz
todas as disciplinas falta pagá-las e entregar a monografia. Em congressos
nacionais participei apenas como aluna ouvinte. Atuo desde minha formação
3. em escolas públicas. Sempre atuei com projetos voltados à comunidade
escolar.
EDUCAÇÃO FÍSICA EM SUA ÉPOCA
Meu professor se formou na UFSM chamava-se Romeo Luft. Tive
oportunidade de vivenciar todas as formas da cultura de movimento. E
enquanto crianças brincavam depois de todos os afazeres domésticos e
deveres escolares todas as manifestações possíveis e inimagináveis de
brincadeiras, jogos, esportes etc. Por isso eu acredito tanto que tudo é possível
reconstruirmos e resgatarmos. Óbvio que hoje a literatura é mais moderna e
temos novas propostas que na minha época não tivemos. Em Santa Catarina
até 2006 a Educação Física ainda era muito inclusiva e participativa de até
99%.
A FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: O QUE RELATA A
PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Educação Física Escolar na contemporaneidade é um tema complexo
que abrange toda uma sociedade e suas expectativas em relação ao que se
pode esperar do poder público, instituições, sociedade civil organizada e
comunidades. Quando falamos de características comportamentais, isto é,
dirigidas à transformação de hábitos do cotidiano individuais e ou da
coletividade em relação à Saúde como alimentação mais saudável, prática de
atividades físicas no lazer, não uso de drogas e álcool. A Educação Física deve
buscar “espaços” para produção de subjetividades, isto é, modos de vivenciar
de forma livre necessidades de saúde, sociabilização, “encontros”. Há de se
tomar cuidado que a era do sedentarismo e fazendo contraste com tantas
inovações tecnológicas, revela também a sua violenta captura pelo capital, o
corpo como consumo e produção de mercado quanto mais eu produzo melhor,
então fica distante a noção da necessidade de saúde.
A atividade física corporal propõe-se ser prazerosa mesmo na
aprendizagem de um movimento ou nas brincadeiras lúdicas ou mesmo com
exigência mais técnica. Se ela for prazerosa fica a sensação do “oh já acabou”,
4. sem exclusão dos que têm pouca habilidade, do adolescente ou criança
gordinho (a), deficiente físico, ou da escolha de gênero. Que em muitos casos
observamos a prática de bullying.
EDUCAÇÃO FÍSICA EM MATO GROSSO E NO ENSINO MÉDIO
Cheguei a Mato Grosso em 2007 houve sim “choque cultural”. Como
vemos a Educação Física no Ensino Médio como a partir de 2018 no segundo
ano não será mais obrigatória precisamos sim resgatar seu valor social. Uma
vez que muitos não veem sentido da sua existência. Nas aulas teóricas
percebo certa perplexidade como o aluno percebe quantos temas podem ser
abordados até da perspectiva de temas sugeridos por eles. Se não houver
esse processo de resgate estaremos fadados ao insucesso ou desvalorização
subjetiva. Sua função além do social é pensar na simbologia que agrega
qualquer e todo movimento corporal em si e com o outro e através do outro.
METODOLOGIA
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados - a entrevista com
registro escrito da própria entrevistada – em forma de narrativa - com objetivo
de obter informações sobre a historia de vida da professora. A intenção de
adotar tal procedimento foi dar liberdade a entrevistada para dissertar sobre o
assunto abordado. As questões foram enviadas para ela por email para que a
professora respondesse e relatasse sem interferência, apenas utilizando o
roteiro de perguntas encaminhadas em agosto de 2017. Assim o trabalho é de
cunho qualitativo, observando a trajetória da professora como referência da
Educação Física e o ensino médio. Como também utilizamos as observações
das aulas de Educação Física da referida professora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Podemos observar que a professora teve uma boa formação acadêmica,
colaborando para sua atuação pedagógica, bem na obtenção de bons
resultados nos seus investimentos pedagógicos em suas aulas. Ela procura
5. desempenhar uma pedagogia articulada com o contexto escolar, busca levar
novas atividades para que seus alunos possam vivenciar uma gama
significativa de manifestações corporais, perspectiva que abraça e desenvolve,
nesse sentido concebe a educação física atrelada à diversas atividades
corporais, não somente aos esportes. Como sinaliza as Orientações
Curriculares de Mato Grosso:
O que se espera é que os alunos do ensino médio tenham a
oportunidade de vivenciarem o maior número de práticas
corporais possíveis. Ao realizarem a construção e vivência
coletiva dessas práticas, estabelecem relações individuais e
sociais, tendo como pano de fundo o corpo em movimento.
(BRASIL, 2006, pag. 224.)
A docente desta forma tem buscado um novo pensar para que se possa
trabalhar com esses alunos de uma forma lúdica, resgatando assim jogos e
brincadeiras que esses alunos não vivenciaram devido estar vivendo em uma
era tecnológica. Ela se utiliza desses procedimentos, procurando amenizar a
resistência de alguns alunos às determinadas práticas corporais, que não seja
esporte, sendo assim, ela leva as atividades que tentando aproximar os alunos
dessas novas práticas.
Se, de fato, as atividades lúdicas contêm um caráter de fruição,
de liberdade, de prazer e de improvisação, também é fato que
constituem um universo de desafios na direção da eficiência e
do aperfeiçoamento técnico. E vice-versa, todo esforço na
direção do aperfeiçoamento técnico, seja em que grau for,
pode e deve ser fonte de satisfação e prazer.(PCNs, 1998,
p.47).
Devemos procurar novas orientações para aulas de Educação Física, e
nesse sentido, estão as possibilidades do esporte na escola, procurando outras
direções, bem como de outros conteúdos que contribuam para uma vivencia
mais prazerosa e democrática das manifestações corporais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A função da educação física escolar é relevante não apenas como
disciplina escolar, mas também para a vida desses alunos, conforme sinaliza
6. os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCN-EM),
(BRASIL.2006), os conteúdos a serem tratados e trabalhados no Ensino Médio,
abre um legue de possibilidades a serem seguidos, atendendo as
necessidades dos alunos. Dessa maneira cabe ao professor diante dessa
acepção, estabelecer como desafio pedagógico apresentar essa diversidade de
conteúdos, e no Ensino Médio é tempo de ampliar essas possibilidades dos
alunos.
Cada disciplina carrega a responsabilidade de formar alunos, que irão se
tornar nesse período de mudança escolar cidadãos capazes de exercer a
cidadania. Cada professor deve trazer junto à disciplina conteúdos que possam
desenvolver o respeito, o conhecimento, valores que contribuíam para a
formação dos alunos, é um papel fundamental do professor de Educação
Física, de ensinar além da execução da prática, possibilitar um aprendizado
significativo que amplie a visão e atuação dos mesmos na sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias. Ministério da Educação: Secretaria de
Educação Básica, Brasília, 2006.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Secretaria
de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC /SEF, 1998.