SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Práticas de ensino na formação inicial do professorado
INFORME DE INVESTIGAÇÃO
FORMAÇÃO MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NA
MODALIDADE A DISTÂNCIA
PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion
carmen@ufscar.br
Universidade Federal de São Carlos
Palavras-chave: Formação inicial de professores dos anos iniciais a distância – ensino de
matemática – narrativa de formação
Introdução
Apresentamos nesse texto a comunicação estabelecida nos fóruns de discussões em um
ambiente virtual de aprendizagem. Tal comunicação determinou as interações e as
negociações de significados nas situações de resolução de problemas, promovendo
reflexões projetando-as para a futura prática profissional dos estudantes participantes.
Reportamo-nos a Alrø e Skovsmose (2006), por considerarem que a qualidade da
comunicação na sala de aula influencia a qualidade da aprendizagem matemática. A
importância da comunicação nas aulas de matemática é destacada pois ela se constitui
em um processo social em que os participantes (alunos-alunos e alunos-professor)
interagem, trocando informações e influenciando-se mutuamente. A comunicação
abrange um conjunto de processos interativos desencadeados na sala de aula, na
diversidade dos contextos em que ocorrem, das representações e das formas de
expressão, possibilitando negociação de significados.
A comunicação aqui apresentada ocorreu em um ambiente on-line por meio de narrativas
escritas. As narrativas produzidas por professores em formação, quando investigam
como um problema pode ser resolvido, podem contribuir para o processo de produção de
conhecimento, ajudam na tomada de consciência de crenças e concepções relativas à
matemática e das marcas que essas crenças podem acarretar para a aprendizagem de
conteúdos matemáticos. Essa tomada de consciência favorece reflexões que poderão
minimizar os desafios próprios do início da prática docente.
Os textos narrativos se constituíram em instrumentos de ensino e de pesquisa: ao
mesmo tempo que eram utilizados como estratégias de ensino e comunicação de ideias
entre os estudantes e entre estudantes e tutor/professor, nos possibilitaram identificar,
compreender e analisar o seu processo de produção de conhecimento.
Nosso objetivo é enfatizar que as narrativas escritas e os diálogos estabelecidos nos
fóruns de discussão do ambiente da educação a distância revelam aprendizagens
vivenciadas e dão indícios de que esse processo formativo foi importante para os
participantes.
Formação de professores, narrativas e comunicação
A produção escrita constitui-se em ferramenta valiosa na formação docente e também no
âmbito político – por meio da publicação de textos, relatos e reflexões dos professores
que atuam em sala de aula – têm ganhado novas dimensões com a expansão da
educação a distância. A valorização das narrativas escritas fortaleceu-se na formação
inicial de professores e passou a intensificar o movimento que busca, cada vez mais,
formar docentes reflexivos.
As narrativas expressam experiências, memórias e reflexões vividas e, no caso dos
professores, tornam-se importante instrumento para que estes possam difundir o
conhecimento produzido no cotidiano – que passa a ser valorizado. Destacamos a
importância de o professor em formação refletir sobre a docência, como indicam Gauthier
et al. (1998); sobre o ofício de ser professor; sobre a necessidade de conhecer a si
mesmo. As narrativas das memórias de formação seriam uma forma de o professor
revelar o que pensa sobre seu ofício, principalmente quando em início de carreira; ou em
uma nova fase da carreira, que lhe causa tantos ou mais desafios do que seu início.
A transição de estudante a professor é um período muito difícil e complexo, no qual,
apesar de terem passado muitos anos de suas vidas na escola, eles têm que assumir
outra função, na qual estão incluídas novas responsabilidades. Essa estranheza inicial,
mesmo depois de passar uma grande parte de sua vida na escola, é descrita por
Johnston e Rian (1983, apud GARCIA, 1999, p. 114) “No seu primeiro ano de docência,
os professores são estrangeiros num mundo estranho, um mundo que lhes é
simultaneamente conhecido e desconhecido”.
Por meio de narrativas buscamos promover reflexões a respeito da futura prática
docente, de modo que os dilemas do início de carreira possam ser minimizados. Cunha
(1997, p. 3), ao considerar a narrativa como importante instrumento de formação, enfatiza
que “a narrativa provoca mudanças na forma como as pessoas compreendem a si
próprias e aos outros”.
Na modalidade a distância, a comunicação ocorre assincronamente: os alunos e os
professores não precisam estar no mesmo local ao mesmo tempo. Essa distância é
compensada pelos suportes tecnológicos, que possibilitam produção de narrativas
escritas. Um dos recursos mais utilizados na modalidade a distância são fóruns,
ferramentas de edição de textos web e e-mails.
A análise da potencialidade das narrativas para investigar o conhecimento profissional de
professores exige que olhemos para o todo de uma narrativa. Segundo Cortazzi (1993,
apud Galvão 1998), as histórias de professores possibilitam-nos ouvir suas vozes e
começar a entender a sua cultura a partir do seu ponto de vista.
Para Josso (2004), os contextos em que vivemos as experiências de “ter e fazer” são de
interações, de comunicações e de transações conosco, com os outros, com o ambiente
natural ou com as coisas — portanto, mais localizados; o “pensar sobre” tem caráter mais
geral, pois colocamo-nos diante de outras experiências de nossa vida, estabelecendo
novas relações e novos significados que nos servem de interpretação, como ocorreu com
os participantes deste estudo: eles discutiram e debateram sobre resolução de problemas
e investigações matemáticas para aprender e ensinar matemática. Tiveram que pensar
sobre, posicionar-se a respeito do que pensavam a respeito dessa temática antes de elas
terem sido colocadas a eles.
Concordamos com Josso (2004, p. 51) que as vivências provenientes das experiências
trarão “alargamento do campo da consciência, a mudança, a criatividade, a
autonomização, a responsabilização” e estarão presentes nos processos de
aprendizagem, de conhecimento e de formação desses futuros professores.
As situações inesperadas obrigam à reflexão e/ou à ação, que se manifestam como
comentários sobre a importância de determinado aspecto metodológico ou conceitual;
como considerações sobre dificuldades enfrentadas ou sobre mudanças no plano durante
a ação, suas causas e justificativas; ou, ainda, como considerações posteriores à ação
sobre as mudanças que deveriam ter sido implementadas.
Investigações matemáticas e resolução de problemas: comunicação de ideias
Concebemos o ensino de matemática pela resolução de problemas e por investigações
matemáticas como uma alternativa didático-pedagógica de ensino significativo. Trata-se
de ambiente exploratório, de formulação de conjecturas que são testadas e verificadas,
que passam por processos de negociação, comunicação de ideias e de validações, em
que ocorre a construção de conhecimento.
Consideramos possível promover desenvolvimento curricular e formação e
desenvolvimento docente, tendo como cenário práticas didático-pedagógicas de natureza
exploratório-investigativas. Concebemos tarefas exploratório-investigativas como
problemas abertos, que possibilitam aos alunos e aos professores produzir múltiplos
significados, levantar conjecturas ou hipóteses e explorar relações, de acordo com as
possibilidades cognitivas de cada um.
Para os matemáticos profissionais, investigar é descobrir relações entre objetos
matemáticos conhecidos ou desconhecidos, procurando identificar suas respectivas
propriedades (Ponte, Brocardo e Oliveira 2003). Quando trabalhamos em um problema,
nosso objetivo é, naturalmente, resolvê-lo, mas, além disso, podemos fazer outras
descobertas que, em alguns casos, revelam-se tão ou mais importantes que a solução do
problema original. Muitas vezes, mesmo não conseguindo essa solução, o processo é
válido, devido às descobertas imprevistas que proporciona. No curso de Pedagogia a
distância, esse processo é muito mais acentuado, tendo em vista que o estudante se
encontra em lugar e tempo diferente dos demais colegas de turma.
Narrativas produzidas nos fóruns de discussão no ambiente virtual de aprendizagem
A atividade foi desenvolvida com estudantes do curso de Pedagogia a distância. Como
aportes teóricos nos referimos aos estudos que consideram a produção de textos
narrativos como processo de reflexão pedagógica que pode permitir ao futuro professor,
“à medida que conta uma determinada situação, compreender causas e consequências
de atuação, criar novas estratégias num processo de reflexão, investigação e nova
reflexão.” (Galvão 2005, p. 343).
Consideramos os textos narrativos como instrumentos de ensino e de pesquisa, pois
possibilitam identificar, compreender e analisar a forma como se dá o processo de
produção de conhecimento pela investigação/exploração matemática.
O método da narrativa, segundo Cortazzi (1993, apud Galvão 2005, p. 331), é “ideal para
analisar histórias de professores, uma vez que nos oferece um meio de ouvir suas vozes
e começar a entender sua cultura do seu ponto de vista”.
A narrativa possibilita a comunicação fundamental no ensino da matemática, em especial
no ambiente virtual de aprendizagem. Assim, ler e escrever sobre matemática e seu
ensino é imprescindível.
Uma crítica aos modelos de Educação a Distância refere-se à falta de interação entre os
participantes. Contudo, há ferramentas que poderão proporcionar discussões, produções
coletivas e interações, possibilitando a comunicação de ideias. As interações e as
orientações metodológicas de um curso e suas disciplinas não dependem do AVA, mas
da organização do curso e das disciplinas.
Na pesquisa a escrita é utilizada para mediar a interação, pois, no ambiente virtual,
possibilita particularidades diferentes das que ocorrem no presencial: a maneira de
ensinar e de aprender oportuniza, em alguns momentos, um aprofundamento maior do
que aquele oferecido pela interação oral; a escrita exige uma reflexão e uma organização
de ideias diferentes de uma situação oral; ela possibilita que todas as produções, as
discussões e as reflexões fiquem registradas no ambiente virtual de aprendizagem (AVA),
o que permite, tanto ao estudante quanto ao professor, rever todo o processo, a qualquer
momento; novas reflexões podem ser feitas – assincronamente.
Não há como negar o desafio imposto pela distância física e pelas interações
assíncronas, que excluem da comunicação elementos como: tonalidade de voz;
expressões faciais; gestos.
A ferramenta fórum de discussão possibilita organizaçao de grupos. Nos grupos, os
participantes estabelecem interações, comunicam-se pela escrita. No entanto, a
comunicação só acontecerá, se os estudantes se disponibilizarem a participar e a discutir
com seus colegas. Em nossa concepção, o fórum de discussão, assim como na
pesquisa, é uma ferramenta que possibilita virtualmente que “um grupo de discussão”
explicite elementos constitutivos da formação de professores:
O grupo de discussão permite a identificação e o levantamento de
opiniões que refletem o grupo em um tempo relativamente curto,
otimizado pela reunião dos participantes e pelo confronto de ideias
que se estabelece, assim como pela concordância em torno de
uma mesma opinião, o que permite conhecer o que o grupo
pensa. O objetivo é coletar, com base no diálogo e no debate com
e entre os participantes, informações acerca de um tema
específico, permitindo que eles apresentem, simultaneamente,
seus conceitos, impressões e concepções. (Gatti e Barreto 2009,
p. 22)
O que caracteriza o grupo de discussão é que as pessoas que o compõem têm uma
experiência em comum. A experiência foi participarem, todos eles, de uma mesma
atividade, carregados com suas vivências no curso. Eles participaram de momentos em
disciplinas que focalizaram esse assunto durante o curso e realizaram estágio da
docência. As postagens no fórum revelam que além das próprias experiências, eles se
reportavam às dos colegas, dando a impressão de que todas elas passaram a ser
vivências coletivas (Weller 2006, apud Gatti e Barreto 2009). O ambiente possibilitou que
os participantes construíssem “o pensamento coletivo”, quando estruturavam o discurso
no grupo. As ideias formuladas refletiam vivências anteriores que representavam uma
visão de mundo desse grupo.
Trazemos narrativas produzidas em um fórum de discussão cujo tema é a análise de
problemas resolvidos por estudantes dos anos iniciais. A proposta era que os
participantes identificassem quais as estratégias utilizadas pelos estudantes para
resolverem problemas. Propusemos a análise de duas práticas docentes diferentes: a
situação 1, na qual a professora transforma uma situação da rotina da sala de aula em
uma investigação matemática; e a situação 2, na qual a professora propõe uma situação
problema que não tem resposta.
Durante cinco dias, o fórum de discussão ficou aberto, e 54 postagens foram realizadas
pelo grupo de 11 participantes, duas tutoras virtuais e a professora da turma.
O fórum iniciado pela licencianda Van descreve os procedimentos que observou terem
sido realizados pelos estudantes na situação 1 e, ao término, emite opinião a respeito dos
procedimentos os quais considerou complexos, admitindo que ela mesma teve
dificuldade para compreendê-los:
Bom dia,
Na situação 1:
*primeira dupla - os alunos fizeram o desenho das blusas para visualizar
melhor do que se tratava a conta, somando de 10 em 10 centavos - número
fácil para chegar/descobrir quantas blusas eram necessárias para ganhar R$
1,00, para após isso os alunos multiplicaram o número de blusa que lucrava
R$1,00 (20 blusas) por 13 (reais) a fim de descobrir o número de blusas
necessárias para ganhar R$ 13,00.
*segunda dupla - eles organizaram, transcrevendo no papel, um esquema
com o número de blusas e quanto estas equivaliam em dinheiro, sendo que a
cada 10 blusas aumenta 50 centavos de lucro chegando assim, de maneira
não muito demorada, nos R$ 13,00 (número que já era conhecido através do
enunciado da atividade) e no respectivo número de blusas.
Achei ambos raciocínios complexos, pois em ambos os casos as duplas
buscaram meios de 'encurtar' os caminhos para chegar ao resultado,
buscando números que auxiliassem nas contas - quantas blusas lucram R$
1,00 e quanto 10 blusas lucra em R$. Foram pensamentos tão elaboradas
que demorei para compreender as lógicas utilizadas, principalmente na
primeira dupla.
Van
A estudante Del apresenta suas considerações a respeito das duas situações e começa
um diálogo com Van e demais colegas, comentando o teor da postagem de Van,
explicando-lhe os raciocínios matemáticos utilizados pelos estudantes. Na análise que faz
da primeira situação, ela observa que, no procedimento utilizado por uma das crianças,
há indícios do raciocínio proporcional (regra de três), indicando que sua preocupação foi
em entender o raciocínio matemático utilizado pela criança.
Olá tutoras e colegas,
Em relação à situação 1:
1) No primeiro caso fizeram o desenho das blusas para ficar mais fácil de
visualizar o problema tornando-o tangível;
2) É mais fácil contar de 0,10 em 0,10; ou seja a cada duas blusas tenho
0,10. Com a representação visual de cada 0,10 até chegar em R$ 1,00 viram
que havia 20 blusas; utilizaram a multiplicação para descobrir o resto (R$
13,00 x 20 blusas). Utilizaram o conceito de regra de 3: se para R$ 1,00 tenho
20 blusas, para R$ 13,00 tenho 260 blusas.
3) Em relação à segunda forma, achei-a um pouco mais confusa... Iniciaram o
primeiro número com R$ 5,00 ao invés de R$ 0,50;
4) Eles informam que iniciaram com um padrão de 5 blusas (0,25) e
perceberam que iria demorar muito, então mudaram para 10 blusas (0,50). A
cada 0,50 correspondiam 10 blusas e assim foram montando a tabela até
chegar em R$ 13,00. Nesse caso utilizaram a adição.
Del
Nesse mesmo dia, o estudante Dar, que atuava como professor de Matemática iniciou
sua participação no fórum, analisando as situações problemas:
Na situação 1 percebe-se que os alunos utilizaram a associação para resolver
o problema (não dominavam ainda a divisão) a estrutura do pensamento da
primeira dupla foi juntar um par (10 centavos) e juntando 10 pares (20 blusas)
eles obtiveram R$ 1,00 portanto para chegar aos R$ 13,00 multiplicaram 13
por 20 e obtiveram 260. Para o segundo grupo, associaram 5 centavos em
grupos de 10 e obtiveram R$ 0,50, por fim, agrupando de 10 em 10 blusas,
foram acrescentando blusas até os R$ 13,00 e obtiveram 260. Talvez um
pouco mais complicado que a primeira dupla, mas chegaram ao resultado
correto. Dar
Ele complementa sua explicação para a segunda situação, comentando que os alunos
pouco se detêm nos enunciados dos problemas, fazendo quaisquer contas com os
números que aparecem nele:
Um problema clássico sem solução, os alunos, por terem recebido um
problema de matemática, procuraram realizar contas para resolvê-lo. Na
realidade é uma situação natural da escola, os alunos pouco leem os
enunciados, acabam utilizando as informações numéricas encontradas e
aplicam algum algoritmo operatório que julgam mais convenientes (ou que
estão mais acostumados a utilizar). Dar.
A futura professora Hal comenta a postagem anterior de Dar, posicionando-se quanto à
participação dos estudantes nas aulas do ensino fundamental:
Esse segundo problema é mesmo um problema! Como disse Dar, os alunos
estão bitolados em dar respostas aos problemas matemáticos que nem
sequer leem o que lhes é apresentado. Pelos dados fornecidos parece que
não há como resolver, não tem dados suficientes. São números jogados
aleatoriamente.
Hal.
Ana comenta com Hal e demais colegas o que para ela é resolver problemas na aula de
matemática:
Oi, Hal, todos,
Acredito que a "vontade" de resolver o problema a qualquer custo vem da
falta de hábito em lidar com as chamadas "situações-problema"; se o aluno
não entendeu qual é o problema, é impossível chegar à conclusão de que não
é possível resolvê-lo.
Outro elemento complicador está relacionado à dificuldade de interpretação
do texto, conforme você destaca.
Ana.
A aluna Fer amplia a discussão, acrescentando outros elementos fundamentais para a
formação matemática dos estudantes dos anos iniciais: a leitura e a escrita, em todas as
áreas do conhecimento:
Olá, Dar. e Hal...
O problema dos alunos talvez nem seja não ler o enunciado, mas de
interpretar e entender o que se pede. O problema da leitura é muito crítico
entre nossos alunos. Sem ela não conseguimos efetuar um problema na
matemática, um texto em português, um mapa em geografia, uma regra de
jogo na educação física... saber ler e compreender o que estamos lendo é
fundamental para uma boa aprendizagem em qualquer disciplina. Por isso
todos os professores de todas as disciplinas devem priorizar o ensino e
práticas de leitura e interpretação com seus alunos. Esse trabalho não é
exclusivo da língua portuguesa. Cada professor deve levar para a sala de
aula textos que possam fazer com que seus alunos apropriem-se da
competência leitura e possa, com isso, ter habilidade de compreender os
enunciados dos problemas e conseguir, por meio dos conhecimentos
matemáticos, resolvê-los com êxito.
Concordam?
Fer
A comunicação de ideias a partir das estratégias observadas e das mensagens postadas
pelos colegas segue como se os futuros professores estivessem em uma sala de aula
presencial, com a diferença das narrativas: são escritas. Kei escreve seu sentimento em
relação às estratégias utilizadas pelos alunos dos anos iniciais:
Olá Del. e todos!
Na primeira situação achei muito interessante como a dupla articulou os
conhecimentos de multiplicação e adição na soma das blusas. Achei
interessante o raciocínio deles de organizarem o número de blusas a cada R$
1,00. Realmente, considerando a idade dos alunos, eles foram inteligentes ao
representar e concluir a resposta pelo número de blusas vezes a quantia em
dinheiro.
Na segunda eu achei um pouco mais complicado, mas muito interessante
também a construção de uma tabela que indicava o número progressivo de
blusas e a adição proporcional do valor em dinheiro. Nesta resolução
prevaleceu a soma.
Kei.
A estudante Sil aproveita o comentário de Kei e apresenta sua compreensão das
estratégias utilizadas; comenta a respeito da prática docente da professora, que aproveita
um comentário de um aluno e propõe uma situação problema que envolve toda a turma.
Ressalta, além disso, que as diferentes estratégias de resolução são valorizadas:
Oi,
A primeira equipe desenvolveu um processo de relação entre 0,05 centavos
para 1,00 real e a quantidade de blusas. Usam a adição e multiplicação. A
professora utiliza a resolução de problemas com destreza, pois percebeu no
intervalo e em seguida aplicou com a turma. Eles parecem estar habituados a
trabalhar em equipe e discutir os resultados. É prova de um pensamento
elaborado, porque não chegaram ao resultado diretamente, mas traçaram
relação.
A segunda parece mais ainda elaborado ao analisar o problema, pelo fato de
procurar padrões de repetição, e ao verificar que o cinco era pouco e
poderiam partir para 10. Isto é bem avançado para crianças de 9 anos, não
acham? Como podemos ver a utilização de resolução de problemas se
utilizados regularmente e corretamente ajuda bastante os alunos avançarem
nos desenvolvimento do raciocínio. A soma feita por eles ainda foi de 50 em
50, muito interessante.
Sil
A postagem de Pau é direcionada a cada um dos colegas, o que indica que ele
estabelece um diálogo pessoal com eles. Ao responder a Kei, ele comenta sobre a
complexidade que ela observou nas estratégias dos estudantes. No diálogo estabelecido
com Del, ele expande o comentário a respeito da falta de envolvimento dos estudantes
com a leitura nas aulas de matemática e também se posiciona contra o tipo de problema
apresentado na situação 2.
Kei,
Intuitivamente, ambas duplas utilizaram a multiplicação. Uns com um pouco
mais de complexidade no raciocínio, porém com a mesma finalidade. E,
realmente, foram muito engenhosos. Afinal, no nível de ensino e abstração
que se encontram, utilizaram muito bem o que já sabiam.
Pau
Olá, Del.
Não considero apenas a falta de leitura do problema! A meu ver, problemas
desse naipe (que não levam a lugar algum) não deveriam fazer parte do
raciocínio dos alunos e, muito menos, do repertório de um professor que está
preocupado com o que os alunos precisam aprender. Acho que eles ainda
não têm abstração suficiente para elaborar conclusões e afirmar que não tem
solução o problema proposto.
Talvez, com um pouco mais de informação, eles teriam condições de afirmar
que não há solução.
Pau
Ao comentar a postagem de Del, ele procura dar uma explicação para um valor plausível
para representar uma idade de um capitão, reafirmando seu posicionamento quanto ao
tipo de problema. Vemos nisso uma postura didático-pedagógica enfática diante do que
considera inadequado para o desenvolvimento do raciocínio matemático dos alunos. É
interessante que esse tipo de diálogo ocorra, pois possibilita ao futuro professor se
projetar em uma situação possível de acontecer no início da prática docente.
A partir dessa comunicação entre alguns dos participantes da atividade, as postagens
passam a considerar os aspectos pedagógicos das aulas de matemática.
Sil se posiciona a respeito do problema que não tinha dados que permitissem respondê-
lo. Ela amplia as considerações de Pau, indicando que o professor dos anos iniciais, ao
propor problemas como esse, deveria levar os alunos a apresentar respostas que
tivessem significado.
Com os dados claramente fornecidos não se pode afirmar a idade do capitão.
No entanto, pode se dizer que ele é adulto, já que para o exercício da
profissão isso é requisito básico. Se ele é adulto deve ter idade acima de 18
anos, e como a média de vida dos homens gira em torno de 70 anos, então o
capitão deve ter idade entre 18 e 70 anos.
Sil
Observamos, na postagem de Van, como a comunicação de ideias vai ganhando corpo,
dando indícios de aprendizagem da docência durante a formação inicial.
Sil., a sua postagem me remeteu a um detalhe importante quando
trabalhamos matemática via resolução de problemas:
Se considerarmos uma resposta certa sem analisar a sua justificativa, ou
seja, os meios para chegar em tal resultado, podemos dar algo errado como
certo. Por exemplo, a maioria dos alunos considerou que a idade do capitão
fosse 36 e este é um número maior que 18 e menor que 70.
Mas no processo e ensino de matemática via resolução de problemas o
processo calculado ou 'pensado' pelo aluno é mais relevante que o resultado
obtido, pois para que os alunos tivessem 'acertado' o problema tendo como
resultado 36 eles deveriam explicar que 36 está entre 70 e 18, logo é uma
possibilidade de resposta neste contexto e além do conhecimento prévio dos
alunos acerca da maioridade para trabalhar e da idade média
de aposentadoria dos homens.
Van
Nos diálogos observamos que a conversa é informal, com comentários que levam a
reflexões a respeito da intervenção que poderia ter sido feita na aula.
Gatti e Barreto (2009), reportando-se a Weller (2006), explicam que as principais
vantagens obtidas com a comunicação no grupo de discussão é que, na discussão, é
possível corrigir fatos distorcidos, posições radicais ou visões que não refletem a
realidade socialmente compartilhada. As autoras pontuam que “estando entre os
membros do próprio grupo, os jovens dificilmente conseguirão manter um diálogo com
base em histórias inventadas” (Gatti e Barreto 2009, p. 22).
Observamos, no diálogo a seguir, a importância de o grupo acompanhar todos os
comentários no fórum de discussão, pois a comunicação de ideias entre os estudantes
remete a outras disciplinas cursadas por eles:
Kei e todos!
A solução apresentada pela primeira dupla em relação ao problema 1 (o das
blusas) mostra que os alunos lançaram mão de somas repetidas, para
estabelecer um padrão mais "fácil" (menos demorado) para aí, sim, lançarem
mão da multiplicação!
A tabela mostra a representação da soma repetida.
A segunda dupla, embora tenha feito um percurso diferente, também
estabeleceu um padrão maior que o apresentado para fazer a multiplicação
(base 10). Ana.
Isso mostra, prezada colega Ana, que o professor deve dar oportunidades a
seus alunos de mostrarem o que sabem, as várias formas de se resolver uma
mesma situação problema, chegando ao mesmo resultado. O uso da
justificativa é um recurso que possibilita ao aluno demonstrar com suas
palavras seu raciocínio, assim, conseguem sistematizar seus conhecimentos
e abrir caminhos para novas descobertas.
Concorda?
Fer
Concordo plenamente, Fer!
Me lembrei de um feedback do prof. Romanatto, em que citava que, segundo
estudos do educador matemático Frank Lester, "as crianças antes de entrar
nas escolas dão respostas razoáveis a situações do dia a dia. No entanto,
quando entram na escola, em muitas oportunidades, dão respostas absurdas
em situações-problema propostas como tarefas".
Então, o segredo parece ser não deixar que percam as noções de que já
dispõem quando entram na escola, aprimorando-as com diferentes
oportunidades de desenvolver conceitos, mas também "atitudes" em relação
ao conhecimento matemático, como "a interpretação do resultado antes de
dar a resposta final".
Ana
Notamos que, na comunicação entre as futuras professoras, há reflexões importantes
para a constituição profissional. Mencionam a importância de a leitura e a escrita serem
trabalhadas nas diversas áreas do conhecimento. Ampliam a reflexão, comentando como
a matemática tem sido abordada nos anos iniciais.
Olá Ana, realmente o problema aqui não é a matemática, mas o português e
a forma como ele é ensinado. Ajudaria, como disse a Fernanda, se todos os
professores e não apenas os de Língua Portuguesa trabalhassem a
compreensão de textos e fosse dada aos alunos a oportunidade para
pensarem sobre o que estão lendo, o seu significado, qual a mensagem que
se pretende passar com o texto, quais as variantes possíveis.
No caso da matemática, nos estágio que fiz em Estágio Supervisionado I e II
percebi que as professoras não se sentem confortáveis em abordar essa
disciplina, elas acabam dando respostas aos alunos e não dão oportunidade
deles pensarem sobre os problemas. Acho que pode ser um pouco de
ansiedade do professor de ver o aluno "acertando", não dão tempo para eles
pensarem, e isso, pelo que compreendo, é essencial na matemática, a
reflexão sobre o problema proposto, a partir dela é que o aluno chegará às
hipóteses de solução e só, então, conseguirá fazer a contraprova para
verificar a correção de sua resposta final.
O cenário de compartilhamento de ideias proporcionado na disciplina e evidenciado no
fórum de discussão evidencia que este é um ambiente propício para a aprendizagem da
docência. Isso não é fruto de uma única disciplina ou dessa atividade de atividade.
Durante todo o curso de Pedagogia, os estudantes conviveram com os colegas, os
tutores e os professores, estabelecendo relações de amizade e de confiança, importantes
na formação de professores. A dinâmica de eles estarem predominantemente em um
ambiente virtual de aprendizagem foi quebrada com um encontro presencial, que
proporcionou um momento de importante interação entre estudantes, tutoras e
professora.
Esses aspectos foram evidenciados em narrativa final produzida pelos estudantes. Foi-
lhes solicitado que escrevessem uma narrativa, avaliando o que significou a atividade
sobre a resolução problemas nas aulas de matemática. Como observado por Galvão
(2005), as narrativas das práticas vivenciadas durante a formação inicial de professores
funcionam como elementos catalisadores que induzem à reflexão, projetando-se na
profissão.
Algumas considerações
Podemos dizer que as experiências vividas durante a atividade poderão marcar e
orientar o trabalho dos futuros professores. As dinâmicas de discussão nos fóruns de
discussão possibilitaram a colaboração e o compartilhamento de ideias. Eles trabalharam
juntos para compreender as estratégias utilizadas pelos alunos do ensino fundamental,
se apoiaram e complementaram seus conhecimentos, ao tentar compreender os
raciocínios utilizados pelas crianças, aspectos que vão dando sentido à carreira que
seguirão no magistério.
Observamos, nos fóruns, que a colaboração pode despertar nos futuros
professores o sentimento de que compartilham mesmos problemas, experiências, ideias
que tinham a respeito da matemática. Eles discutiram problemas enfrentados no
cotidiano escolar e arriscaram propor saídas para minimizar os problemas de leitura e
escrita durante a escolarização.
Há muitos aspectos que influenciam e auxiliam na promoção da aprendizagem dos
professores e, para isso, é necessária a articulação de ideias, a negociação de
significados, fundamentais para quando estiverem na prática docente.
A escrita potencializou e deu visibilidade às aprendizagens que estavam sendo
construídas no processo de comunicação, quando os participantes da atividade discutiam
estratégias que alunos dos anos iniciais criaram para resolver problemas. Observamos
que aspectos do desenvolvimento profissional foram explicitados, quando os futuros
professores se arriscaram a projetar como poderia ser a prática pedagógica dos
professores para ensinar matemática nos anos iniciais. Destacamos que a produção de
narrativas, além de revelar indícios de desenvolvimento profissional, permitiu reflexões
para além das relacionadas à ação como futuros professores.
Referências bibliográficas
Cunha, M. I. (1997). “Conta-me agora!: as narrativas como alternativas pedagógicas na
pesquisa e no ensino”. Revista da Faculdade de Educação, vol. 23, nº 1-2, jan./dez. São
Paulo: FE/USP.
Galvão, C. (1998). Professor: o início da prática profissional. Tese de Doutorado. Lisboa,
Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 716
pp.
Galvão, C. (2005). “Narrativas em Educação”. Ciência & Educação, vol. 11, nº 2. Bauru,
p. 327-345.
Gatti, B. e Barretto, E. S. de S. (2009). Professores no Brasil: impasses e desafios.
Brasília: Unesco.
Garcia, C. M. (1999) Formação de professores para uma mudança educativa. Porto:
Porto Editora, 271p.
Gauthier, C. et al. (1998). Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas
sobre o saber docente. Ijuí: Unijuí, 457pp.
Josso, M. C. (2004). Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez.
Ponte, J. P.; Brocado, J. e Oliveira, H. (2003). Investigações matemáticas na sala de
aula. Belo Horizonte: Autêntica, 149 pp.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

20 Anos de Formação Contínua de Professores.
20 Anos de Formação Contínua de Professores.20 Anos de Formação Contínua de Professores.
20 Anos de Formação Contínua de Professores.Fernanda Ledesma
 
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...ProfessorPrincipiante
 
Portfolio simone
Portfolio simonePortfolio simone
Portfolio simoneCarol Costa
 
Estágio e docência
Estágio e docênciaEstágio e docência
Estágio e docênciaNadia Biavati
 
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática PedagógicaReflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática PedagógicaLuluroque
 
Slide o estágio na história da educação
Slide o estágio na  história da educaçãoSlide o estágio na  história da educação
Slide o estágio na história da educaçãoestudosacademicospedag
 
EstáGio Supervisionado Ponta Grossa
EstáGio Supervisionado Ponta GrossaEstáGio Supervisionado Ponta Grossa
EstáGio Supervisionado Ponta Grossarosangelamenta
 
Relatorio de estagio iii
Relatorio de estagio iiiRelatorio de estagio iii
Relatorio de estagio iiiLeilany Campos
 
Projeto de Intervenção
Projeto de IntervençãoProjeto de Intervenção
Projeto de Intervençãomoniquests
 
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...Raquel Salcedo Gomes
 
Porto velho9fev2012
Porto velho9fev2012Porto velho9fev2012
Porto velho9fev2012escola2011jr
 
Apresentação do projeto de pesquisa
Apresentação do projeto de pesquisaApresentação do projeto de pesquisa
Apresentação do projeto de pesquisaarteematematicafurg
 
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...ProfessorPrincipiante
 

Mais procurados (20)

20 Anos de Formação Contínua de Professores.
20 Anos de Formação Contínua de Professores.20 Anos de Formação Contínua de Professores.
20 Anos de Formação Contínua de Professores.
 
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
 
Portfolio simone
Portfolio simonePortfolio simone
Portfolio simone
 
Estágio e docência
Estágio e docênciaEstágio e docência
Estágio e docência
 
1
11
1
 
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática PedagógicaReflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica
Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica
 
profissão docente
profissão docenteprofissão docente
profissão docente
 
Portfólio dia 20.05.2011
Portfólio dia 20.05.2011Portfólio dia 20.05.2011
Portfólio dia 20.05.2011
 
Aulas
AulasAulas
Aulas
 
Slide o estágio na história da educação
Slide o estágio na  história da educaçãoSlide o estágio na  história da educação
Slide o estágio na história da educação
 
EstáGio Supervisionado Ponta Grossa
EstáGio Supervisionado Ponta GrossaEstáGio Supervisionado Ponta Grossa
EstáGio Supervisionado Ponta Grossa
 
Nilva
NilvaNilva
Nilva
 
Relatorio de estagio iii
Relatorio de estagio iiiRelatorio de estagio iii
Relatorio de estagio iii
 
Projeto de Intervenção
Projeto de IntervençãoProjeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
 
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...
A aplicação da pedagogia de projetos no estágio supervisionado de ensino de l...
 
Porto velho9fev2012
Porto velho9fev2012Porto velho9fev2012
Porto velho9fev2012
 
Antonio novoa
Antonio novoaAntonio novoa
Antonio novoa
 
Apresentação do projeto de pesquisa
Apresentação do projeto de pesquisaApresentação do projeto de pesquisa
Apresentação do projeto de pesquisa
 
Portifolio
PortifolioPortifolio
Portifolio
 
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: (AUTO)BIOGRAFIA, M...
 

Destaque

The Impact of Lean on Consumer Product Manufacturers
The Impact of Lean on Consumer Product ManufacturersThe Impact of Lean on Consumer Product Manufacturers
The Impact of Lean on Consumer Product ManufacturersFindWhitePapers
 
Linga Pooja Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Linga Pooja Dr  Shriniwas Janardan KashalikarLinga Pooja Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Linga Pooja Dr Shriniwas Janardan Kashalikarbanothkishan
 
New Study Of Gita Nov 8 Dr Shriniwas J Kashalikar
New Study Of Gita Nov 8 Dr  Shriniwas J  KashalikarNew Study Of Gita Nov 8 Dr  Shriniwas J  Kashalikar
New Study Of Gita Nov 8 Dr Shriniwas J Kashalikarbanothkishan
 
Namasmaran Is Life Of Life Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Namasmaran Is Life Of Life  Dr  Shriniwas Janardan KashalikarNamasmaran Is Life Of Life  Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Namasmaran Is Life Of Life Dr Shriniwas Janardan Kashalikarbanothkishan
 
Shri Laxmi Narayan Dr Shriniwas Kashalikar
Shri Laxmi Narayan Dr  Shriniwas KashalikarShri Laxmi Narayan Dr  Shriniwas Kashalikar
Shri Laxmi Narayan Dr Shriniwas Kashalikarbanothkishan
 
快速提高你的Sql运行速度
快速提高你的Sql运行速度快速提高你的Sql运行速度
快速提高你的Sql运行速度yiditushe
 
M A R A T H I, M A H A T M A G A N D H I A N D N A M A S M A R A N D R ...
M A R A T H I,  M A H A T M A  G A N D H I  A N D  N A M A S M A R A N  D R  ...M A R A T H I,  M A H A T M A  G A N D H I  A N D  N A M A S M A R A N  D R  ...
M A R A T H I, M A H A T M A G A N D H I A N D N A M A S M A R A N D R ...banothkishan
 
John Dorman" dream Car
John Dorman" dream  CarJohn Dorman" dream  Car
John Dorman" dream Carjohn dorman
 
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddy
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddyThe Next Move: An iPhone App for UrbanDaddy
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddyBig Spaceship
 
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...FindWhitePapers
 
Rethinking Relationships in a Global Economy
Rethinking Relationships in a Global EconomyRethinking Relationships in a Global Economy
Rethinking Relationships in a Global EconomyFindWhitePapers
 
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr Shriniwas Kashalikar
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr  Shriniwas KashalikarAarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr  Shriniwas Kashalikar
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr Shriniwas Kashalikarbanothkishan
 
Winter%200405%20-%20Advanced%20Javascript
Winter%200405%20-%20Advanced%20JavascriptWinter%200405%20-%20Advanced%20Javascript
Winter%200405%20-%20Advanced%20Javascripttutorialsruby
 
A L C O H O L A N D T O B A C C O Dr
A L C O H O L  A N D  T O B A C C O  DrA L C O H O L  A N D  T O B A C C O  Dr
A L C O H O L A N D T O B A C C O Drbanothkishan
 
Einstein And Relativity
Einstein And RelativityEinstein And Relativity
Einstein And Relativitymrmeredith
 
Jsp高级编程
Jsp高级编程Jsp高级编程
Jsp高级编程yiditushe
 
D E A T H O R L I F E D R S H R I N I W A S K A S H A L I K A R
D E A T H  O R  L I F E  D R  S H R I N I W A S  K A S H A L I K A RD E A T H  O R  L I F E  D R  S H R I N I W A S  K A S H A L I K A R
D E A T H O R L I F E D R S H R I N I W A S K A S H A L I K A Rbanothkishan
 

Destaque (20)

Bapinger Launching
Bapinger LaunchingBapinger Launching
Bapinger Launching
 
Curvess I&E
Curvess I&ECurvess I&E
Curvess I&E
 
The Impact of Lean on Consumer Product Manufacturers
The Impact of Lean on Consumer Product ManufacturersThe Impact of Lean on Consumer Product Manufacturers
The Impact of Lean on Consumer Product Manufacturers
 
Linga Pooja Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Linga Pooja Dr  Shriniwas Janardan KashalikarLinga Pooja Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Linga Pooja Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
 
New Study Of Gita Nov 8 Dr Shriniwas J Kashalikar
New Study Of Gita Nov 8 Dr  Shriniwas J  KashalikarNew Study Of Gita Nov 8 Dr  Shriniwas J  Kashalikar
New Study Of Gita Nov 8 Dr Shriniwas J Kashalikar
 
Namasmaran Is Life Of Life Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Namasmaran Is Life Of Life  Dr  Shriniwas Janardan KashalikarNamasmaran Is Life Of Life  Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Namasmaran Is Life Of Life Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
 
Shri Laxmi Narayan Dr Shriniwas Kashalikar
Shri Laxmi Narayan Dr  Shriniwas KashalikarShri Laxmi Narayan Dr  Shriniwas Kashalikar
Shri Laxmi Narayan Dr Shriniwas Kashalikar
 
快速提高你的Sql运行速度
快速提高你的Sql运行速度快速提高你的Sql运行速度
快速提高你的Sql运行速度
 
LLP
LLPLLP
LLP
 
M A R A T H I, M A H A T M A G A N D H I A N D N A M A S M A R A N D R ...
M A R A T H I,  M A H A T M A  G A N D H I  A N D  N A M A S M A R A N  D R  ...M A R A T H I,  M A H A T M A  G A N D H I  A N D  N A M A S M A R A N  D R  ...
M A R A T H I, M A H A T M A G A N D H I A N D N A M A S M A R A N D R ...
 
John Dorman" dream Car
John Dorman" dream  CarJohn Dorman" dream  Car
John Dorman" dream Car
 
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddy
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddyThe Next Move: An iPhone App for UrbanDaddy
The Next Move: An iPhone App for UrbanDaddy
 
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...
Automating Stimulus Fund Reporting: How New Technologies Simplify Federal Rep...
 
Rethinking Relationships in a Global Economy
Rethinking Relationships in a Global EconomyRethinking Relationships in a Global Economy
Rethinking Relationships in a Global Economy
 
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr Shriniwas Kashalikar
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr  Shriniwas KashalikarAarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr  Shriniwas Kashalikar
Aarogyadeep Marathi Bestseller On Medical Insights Dr Shriniwas Kashalikar
 
Winter%200405%20-%20Advanced%20Javascript
Winter%200405%20-%20Advanced%20JavascriptWinter%200405%20-%20Advanced%20Javascript
Winter%200405%20-%20Advanced%20Javascript
 
A L C O H O L A N D T O B A C C O Dr
A L C O H O L  A N D  T O B A C C O  DrA L C O H O L  A N D  T O B A C C O  Dr
A L C O H O L A N D T O B A C C O Dr
 
Einstein And Relativity
Einstein And RelativityEinstein And Relativity
Einstein And Relativity
 
Jsp高级编程
Jsp高级编程Jsp高级编程
Jsp高级编程
 
D E A T H O R L I F E D R S H R I N I W A S K A S H A L I K A R
D E A T H  O R  L I F E  D R  S H R I N I W A S  K A S H A L I K A RD E A T H  O R  L I F E  D R  S H R I N I W A S  K A S H A L I K A R
D E A T H O R L I F E D R S H R I N I W A S K A S H A L I K A R
 

Semelhante a FORMAÇÃO MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTES
UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTESUM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTES
UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTESProfessorPrincipiante
 
O processo educativo antecede a escola
O processo educativo antecede a escolaO processo educativo antecede a escola
O processo educativo antecede a escolaElicio Lima
 
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...ProfessorPrincipiante
 
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEPROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEProfessorPrincipiante
 
Atv.ling. metafora (1)
Atv.ling. metafora (1)Atv.ling. metafora (1)
Atv.ling. metafora (1)UyaraPortugal
 
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003
Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003familiaestagio
 
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica
Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gicaFichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gicafamiliaestagio
 
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...Formação Cooperativa
 
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...ProfessorPrincipiante
 
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSLETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSProfessorPrincipiante
 
Fichamento vanessa iii periodo diego
Fichamento vanessa iii periodo diegoFichamento vanessa iii periodo diego
Fichamento vanessa iii periodo diegoDiego Carvalho
 
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...Valria13
 
Franco, carlos, jose e sarmento inquirir dividir para construção de um e-bo...
Franco, carlos, jose e sarmento   inquirir dividir para construção de um e-bo...Franco, carlos, jose e sarmento   inquirir dividir para construção de um e-bo...
Franco, carlos, jose e sarmento inquirir dividir para construção de um e-bo...Franco Simbine
 
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdf
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdfTEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdf
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdfDrikaSato
 
o discurso construtivista.pdf
o discurso construtivista.pdfo discurso construtivista.pdf
o discurso construtivista.pdfLucia Schermack
 
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...ProfessorPrincipiante
 

Semelhante a FORMAÇÃO MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA (20)

UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTES
UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTESUM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTES
UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES DOCENTES
 
O processo educativo antecede a escola
O processo educativo antecede a escolaO processo educativo antecede a escola
O processo educativo antecede a escola
 
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: ANÁLISE DA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE PROF...
 
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEPROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
 
Atv.ling. metafora (1)
Atv.ling. metafora (1)Atv.ling. metafora (1)
Atv.ling. metafora (1)
 
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003
Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica word- 2003
 
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica
Fichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gicaFichamento  desaulando a pr+ítica pedag+¦gica
Fichamento desaulando a pr+ítica pedag+¦gica
 
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...
Representações de docentes sobre seu papel no processo de ensino de Língua Po...
 
Familia e escola
Familia e escolaFamilia e escola
Familia e escola
 
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...
 
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSLETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
 
Gt19 6348--int
Gt19 6348--intGt19 6348--int
Gt19 6348--int
 
Eixo2
Eixo2Eixo2
Eixo2
 
Didatica e pratica docente
Didatica e pratica docenteDidatica e pratica docente
Didatica e pratica docente
 
Fichamento vanessa iii periodo diego
Fichamento vanessa iii periodo diegoFichamento vanessa iii periodo diego
Fichamento vanessa iii periodo diego
 
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...
Interação no espaço escolar contribuições para a construção do conhecimento e...
 
Franco, carlos, jose e sarmento inquirir dividir para construção de um e-bo...
Franco, carlos, jose e sarmento   inquirir dividir para construção de um e-bo...Franco, carlos, jose e sarmento   inquirir dividir para construção de um e-bo...
Franco, carlos, jose e sarmento inquirir dividir para construção de um e-bo...
 
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdf
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdfTEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdf
TEXTO3.2-Percepção acerca do prof reflexivo.pdf
 
o discurso construtivista.pdf
o discurso construtivista.pdfo discurso construtivista.pdf
o discurso construtivista.pdf
 
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...
O INÍCIO DA DOCÊNCIA: UMA INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO COM BASE NAS NARRATIVAS DE PR...
 

Último

ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 

Último (20)

ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 

FORMAÇÃO MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

  • 1. Práticas de ensino na formação inicial do professorado INFORME DE INVESTIGAÇÃO FORMAÇÃO MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion carmen@ufscar.br Universidade Federal de São Carlos Palavras-chave: Formação inicial de professores dos anos iniciais a distância – ensino de matemática – narrativa de formação Introdução Apresentamos nesse texto a comunicação estabelecida nos fóruns de discussões em um ambiente virtual de aprendizagem. Tal comunicação determinou as interações e as negociações de significados nas situações de resolução de problemas, promovendo reflexões projetando-as para a futura prática profissional dos estudantes participantes. Reportamo-nos a Alrø e Skovsmose (2006), por considerarem que a qualidade da comunicação na sala de aula influencia a qualidade da aprendizagem matemática. A importância da comunicação nas aulas de matemática é destacada pois ela se constitui em um processo social em que os participantes (alunos-alunos e alunos-professor) interagem, trocando informações e influenciando-se mutuamente. A comunicação abrange um conjunto de processos interativos desencadeados na sala de aula, na diversidade dos contextos em que ocorrem, das representações e das formas de expressão, possibilitando negociação de significados. A comunicação aqui apresentada ocorreu em um ambiente on-line por meio de narrativas escritas. As narrativas produzidas por professores em formação, quando investigam como um problema pode ser resolvido, podem contribuir para o processo de produção de conhecimento, ajudam na tomada de consciência de crenças e concepções relativas à matemática e das marcas que essas crenças podem acarretar para a aprendizagem de conteúdos matemáticos. Essa tomada de consciência favorece reflexões que poderão minimizar os desafios próprios do início da prática docente. Os textos narrativos se constituíram em instrumentos de ensino e de pesquisa: ao mesmo tempo que eram utilizados como estratégias de ensino e comunicação de ideias entre os estudantes e entre estudantes e tutor/professor, nos possibilitaram identificar, compreender e analisar o seu processo de produção de conhecimento. Nosso objetivo é enfatizar que as narrativas escritas e os diálogos estabelecidos nos fóruns de discussão do ambiente da educação a distância revelam aprendizagens vivenciadas e dão indícios de que esse processo formativo foi importante para os participantes.
  • 2. Formação de professores, narrativas e comunicação A produção escrita constitui-se em ferramenta valiosa na formação docente e também no âmbito político – por meio da publicação de textos, relatos e reflexões dos professores que atuam em sala de aula – têm ganhado novas dimensões com a expansão da educação a distância. A valorização das narrativas escritas fortaleceu-se na formação inicial de professores e passou a intensificar o movimento que busca, cada vez mais, formar docentes reflexivos. As narrativas expressam experiências, memórias e reflexões vividas e, no caso dos professores, tornam-se importante instrumento para que estes possam difundir o conhecimento produzido no cotidiano – que passa a ser valorizado. Destacamos a importância de o professor em formação refletir sobre a docência, como indicam Gauthier et al. (1998); sobre o ofício de ser professor; sobre a necessidade de conhecer a si mesmo. As narrativas das memórias de formação seriam uma forma de o professor revelar o que pensa sobre seu ofício, principalmente quando em início de carreira; ou em uma nova fase da carreira, que lhe causa tantos ou mais desafios do que seu início. A transição de estudante a professor é um período muito difícil e complexo, no qual, apesar de terem passado muitos anos de suas vidas na escola, eles têm que assumir outra função, na qual estão incluídas novas responsabilidades. Essa estranheza inicial, mesmo depois de passar uma grande parte de sua vida na escola, é descrita por Johnston e Rian (1983, apud GARCIA, 1999, p. 114) “No seu primeiro ano de docência, os professores são estrangeiros num mundo estranho, um mundo que lhes é simultaneamente conhecido e desconhecido”. Por meio de narrativas buscamos promover reflexões a respeito da futura prática docente, de modo que os dilemas do início de carreira possam ser minimizados. Cunha (1997, p. 3), ao considerar a narrativa como importante instrumento de formação, enfatiza que “a narrativa provoca mudanças na forma como as pessoas compreendem a si próprias e aos outros”. Na modalidade a distância, a comunicação ocorre assincronamente: os alunos e os professores não precisam estar no mesmo local ao mesmo tempo. Essa distância é compensada pelos suportes tecnológicos, que possibilitam produção de narrativas escritas. Um dos recursos mais utilizados na modalidade a distância são fóruns, ferramentas de edição de textos web e e-mails. A análise da potencialidade das narrativas para investigar o conhecimento profissional de professores exige que olhemos para o todo de uma narrativa. Segundo Cortazzi (1993, apud Galvão 1998), as histórias de professores possibilitam-nos ouvir suas vozes e começar a entender a sua cultura a partir do seu ponto de vista. Para Josso (2004), os contextos em que vivemos as experiências de “ter e fazer” são de interações, de comunicações e de transações conosco, com os outros, com o ambiente natural ou com as coisas — portanto, mais localizados; o “pensar sobre” tem caráter mais geral, pois colocamo-nos diante de outras experiências de nossa vida, estabelecendo novas relações e novos significados que nos servem de interpretação, como ocorreu com os participantes deste estudo: eles discutiram e debateram sobre resolução de problemas e investigações matemáticas para aprender e ensinar matemática. Tiveram que pensar sobre, posicionar-se a respeito do que pensavam a respeito dessa temática antes de elas terem sido colocadas a eles.
  • 3. Concordamos com Josso (2004, p. 51) que as vivências provenientes das experiências trarão “alargamento do campo da consciência, a mudança, a criatividade, a autonomização, a responsabilização” e estarão presentes nos processos de aprendizagem, de conhecimento e de formação desses futuros professores. As situações inesperadas obrigam à reflexão e/ou à ação, que se manifestam como comentários sobre a importância de determinado aspecto metodológico ou conceitual; como considerações sobre dificuldades enfrentadas ou sobre mudanças no plano durante a ação, suas causas e justificativas; ou, ainda, como considerações posteriores à ação sobre as mudanças que deveriam ter sido implementadas. Investigações matemáticas e resolução de problemas: comunicação de ideias Concebemos o ensino de matemática pela resolução de problemas e por investigações matemáticas como uma alternativa didático-pedagógica de ensino significativo. Trata-se de ambiente exploratório, de formulação de conjecturas que são testadas e verificadas, que passam por processos de negociação, comunicação de ideias e de validações, em que ocorre a construção de conhecimento. Consideramos possível promover desenvolvimento curricular e formação e desenvolvimento docente, tendo como cenário práticas didático-pedagógicas de natureza exploratório-investigativas. Concebemos tarefas exploratório-investigativas como problemas abertos, que possibilitam aos alunos e aos professores produzir múltiplos significados, levantar conjecturas ou hipóteses e explorar relações, de acordo com as possibilidades cognitivas de cada um. Para os matemáticos profissionais, investigar é descobrir relações entre objetos matemáticos conhecidos ou desconhecidos, procurando identificar suas respectivas propriedades (Ponte, Brocardo e Oliveira 2003). Quando trabalhamos em um problema, nosso objetivo é, naturalmente, resolvê-lo, mas, além disso, podemos fazer outras descobertas que, em alguns casos, revelam-se tão ou mais importantes que a solução do problema original. Muitas vezes, mesmo não conseguindo essa solução, o processo é válido, devido às descobertas imprevistas que proporciona. No curso de Pedagogia a distância, esse processo é muito mais acentuado, tendo em vista que o estudante se encontra em lugar e tempo diferente dos demais colegas de turma. Narrativas produzidas nos fóruns de discussão no ambiente virtual de aprendizagem A atividade foi desenvolvida com estudantes do curso de Pedagogia a distância. Como aportes teóricos nos referimos aos estudos que consideram a produção de textos narrativos como processo de reflexão pedagógica que pode permitir ao futuro professor, “à medida que conta uma determinada situação, compreender causas e consequências de atuação, criar novas estratégias num processo de reflexão, investigação e nova reflexão.” (Galvão 2005, p. 343). Consideramos os textos narrativos como instrumentos de ensino e de pesquisa, pois possibilitam identificar, compreender e analisar a forma como se dá o processo de produção de conhecimento pela investigação/exploração matemática. O método da narrativa, segundo Cortazzi (1993, apud Galvão 2005, p. 331), é “ideal para analisar histórias de professores, uma vez que nos oferece um meio de ouvir suas vozes e começar a entender sua cultura do seu ponto de vista”.
  • 4. A narrativa possibilita a comunicação fundamental no ensino da matemática, em especial no ambiente virtual de aprendizagem. Assim, ler e escrever sobre matemática e seu ensino é imprescindível. Uma crítica aos modelos de Educação a Distância refere-se à falta de interação entre os participantes. Contudo, há ferramentas que poderão proporcionar discussões, produções coletivas e interações, possibilitando a comunicação de ideias. As interações e as orientações metodológicas de um curso e suas disciplinas não dependem do AVA, mas da organização do curso e das disciplinas. Na pesquisa a escrita é utilizada para mediar a interação, pois, no ambiente virtual, possibilita particularidades diferentes das que ocorrem no presencial: a maneira de ensinar e de aprender oportuniza, em alguns momentos, um aprofundamento maior do que aquele oferecido pela interação oral; a escrita exige uma reflexão e uma organização de ideias diferentes de uma situação oral; ela possibilita que todas as produções, as discussões e as reflexões fiquem registradas no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), o que permite, tanto ao estudante quanto ao professor, rever todo o processo, a qualquer momento; novas reflexões podem ser feitas – assincronamente. Não há como negar o desafio imposto pela distância física e pelas interações assíncronas, que excluem da comunicação elementos como: tonalidade de voz; expressões faciais; gestos. A ferramenta fórum de discussão possibilita organizaçao de grupos. Nos grupos, os participantes estabelecem interações, comunicam-se pela escrita. No entanto, a comunicação só acontecerá, se os estudantes se disponibilizarem a participar e a discutir com seus colegas. Em nossa concepção, o fórum de discussão, assim como na pesquisa, é uma ferramenta que possibilita virtualmente que “um grupo de discussão” explicite elementos constitutivos da formação de professores: O grupo de discussão permite a identificação e o levantamento de opiniões que refletem o grupo em um tempo relativamente curto, otimizado pela reunião dos participantes e pelo confronto de ideias que se estabelece, assim como pela concordância em torno de uma mesma opinião, o que permite conhecer o que o grupo pensa. O objetivo é coletar, com base no diálogo e no debate com e entre os participantes, informações acerca de um tema específico, permitindo que eles apresentem, simultaneamente, seus conceitos, impressões e concepções. (Gatti e Barreto 2009, p. 22) O que caracteriza o grupo de discussão é que as pessoas que o compõem têm uma experiência em comum. A experiência foi participarem, todos eles, de uma mesma atividade, carregados com suas vivências no curso. Eles participaram de momentos em disciplinas que focalizaram esse assunto durante o curso e realizaram estágio da docência. As postagens no fórum revelam que além das próprias experiências, eles se reportavam às dos colegas, dando a impressão de que todas elas passaram a ser vivências coletivas (Weller 2006, apud Gatti e Barreto 2009). O ambiente possibilitou que os participantes construíssem “o pensamento coletivo”, quando estruturavam o discurso no grupo. As ideias formuladas refletiam vivências anteriores que representavam uma visão de mundo desse grupo.
  • 5. Trazemos narrativas produzidas em um fórum de discussão cujo tema é a análise de problemas resolvidos por estudantes dos anos iniciais. A proposta era que os participantes identificassem quais as estratégias utilizadas pelos estudantes para resolverem problemas. Propusemos a análise de duas práticas docentes diferentes: a situação 1, na qual a professora transforma uma situação da rotina da sala de aula em uma investigação matemática; e a situação 2, na qual a professora propõe uma situação problema que não tem resposta. Durante cinco dias, o fórum de discussão ficou aberto, e 54 postagens foram realizadas pelo grupo de 11 participantes, duas tutoras virtuais e a professora da turma. O fórum iniciado pela licencianda Van descreve os procedimentos que observou terem sido realizados pelos estudantes na situação 1 e, ao término, emite opinião a respeito dos procedimentos os quais considerou complexos, admitindo que ela mesma teve dificuldade para compreendê-los: Bom dia, Na situação 1: *primeira dupla - os alunos fizeram o desenho das blusas para visualizar melhor do que se tratava a conta, somando de 10 em 10 centavos - número fácil para chegar/descobrir quantas blusas eram necessárias para ganhar R$ 1,00, para após isso os alunos multiplicaram o número de blusa que lucrava R$1,00 (20 blusas) por 13 (reais) a fim de descobrir o número de blusas necessárias para ganhar R$ 13,00. *segunda dupla - eles organizaram, transcrevendo no papel, um esquema com o número de blusas e quanto estas equivaliam em dinheiro, sendo que a cada 10 blusas aumenta 50 centavos de lucro chegando assim, de maneira não muito demorada, nos R$ 13,00 (número que já era conhecido através do enunciado da atividade) e no respectivo número de blusas. Achei ambos raciocínios complexos, pois em ambos os casos as duplas buscaram meios de 'encurtar' os caminhos para chegar ao resultado, buscando números que auxiliassem nas contas - quantas blusas lucram R$ 1,00 e quanto 10 blusas lucra em R$. Foram pensamentos tão elaboradas que demorei para compreender as lógicas utilizadas, principalmente na primeira dupla. Van A estudante Del apresenta suas considerações a respeito das duas situações e começa um diálogo com Van e demais colegas, comentando o teor da postagem de Van, explicando-lhe os raciocínios matemáticos utilizados pelos estudantes. Na análise que faz da primeira situação, ela observa que, no procedimento utilizado por uma das crianças, há indícios do raciocínio proporcional (regra de três), indicando que sua preocupação foi em entender o raciocínio matemático utilizado pela criança. Olá tutoras e colegas, Em relação à situação 1: 1) No primeiro caso fizeram o desenho das blusas para ficar mais fácil de visualizar o problema tornando-o tangível; 2) É mais fácil contar de 0,10 em 0,10; ou seja a cada duas blusas tenho 0,10. Com a representação visual de cada 0,10 até chegar em R$ 1,00 viram
  • 6. que havia 20 blusas; utilizaram a multiplicação para descobrir o resto (R$ 13,00 x 20 blusas). Utilizaram o conceito de regra de 3: se para R$ 1,00 tenho 20 blusas, para R$ 13,00 tenho 260 blusas. 3) Em relação à segunda forma, achei-a um pouco mais confusa... Iniciaram o primeiro número com R$ 5,00 ao invés de R$ 0,50; 4) Eles informam que iniciaram com um padrão de 5 blusas (0,25) e perceberam que iria demorar muito, então mudaram para 10 blusas (0,50). A cada 0,50 correspondiam 10 blusas e assim foram montando a tabela até chegar em R$ 13,00. Nesse caso utilizaram a adição. Del Nesse mesmo dia, o estudante Dar, que atuava como professor de Matemática iniciou sua participação no fórum, analisando as situações problemas: Na situação 1 percebe-se que os alunos utilizaram a associação para resolver o problema (não dominavam ainda a divisão) a estrutura do pensamento da primeira dupla foi juntar um par (10 centavos) e juntando 10 pares (20 blusas) eles obtiveram R$ 1,00 portanto para chegar aos R$ 13,00 multiplicaram 13 por 20 e obtiveram 260. Para o segundo grupo, associaram 5 centavos em grupos de 10 e obtiveram R$ 0,50, por fim, agrupando de 10 em 10 blusas, foram acrescentando blusas até os R$ 13,00 e obtiveram 260. Talvez um pouco mais complicado que a primeira dupla, mas chegaram ao resultado correto. Dar Ele complementa sua explicação para a segunda situação, comentando que os alunos pouco se detêm nos enunciados dos problemas, fazendo quaisquer contas com os números que aparecem nele: Um problema clássico sem solução, os alunos, por terem recebido um problema de matemática, procuraram realizar contas para resolvê-lo. Na realidade é uma situação natural da escola, os alunos pouco leem os enunciados, acabam utilizando as informações numéricas encontradas e aplicam algum algoritmo operatório que julgam mais convenientes (ou que estão mais acostumados a utilizar). Dar. A futura professora Hal comenta a postagem anterior de Dar, posicionando-se quanto à participação dos estudantes nas aulas do ensino fundamental: Esse segundo problema é mesmo um problema! Como disse Dar, os alunos estão bitolados em dar respostas aos problemas matemáticos que nem sequer leem o que lhes é apresentado. Pelos dados fornecidos parece que não há como resolver, não tem dados suficientes. São números jogados aleatoriamente. Hal.
  • 7. Ana comenta com Hal e demais colegas o que para ela é resolver problemas na aula de matemática: Oi, Hal, todos, Acredito que a "vontade" de resolver o problema a qualquer custo vem da falta de hábito em lidar com as chamadas "situações-problema"; se o aluno não entendeu qual é o problema, é impossível chegar à conclusão de que não é possível resolvê-lo. Outro elemento complicador está relacionado à dificuldade de interpretação do texto, conforme você destaca. Ana. A aluna Fer amplia a discussão, acrescentando outros elementos fundamentais para a formação matemática dos estudantes dos anos iniciais: a leitura e a escrita, em todas as áreas do conhecimento: Olá, Dar. e Hal... O problema dos alunos talvez nem seja não ler o enunciado, mas de interpretar e entender o que se pede. O problema da leitura é muito crítico entre nossos alunos. Sem ela não conseguimos efetuar um problema na matemática, um texto em português, um mapa em geografia, uma regra de jogo na educação física... saber ler e compreender o que estamos lendo é fundamental para uma boa aprendizagem em qualquer disciplina. Por isso todos os professores de todas as disciplinas devem priorizar o ensino e práticas de leitura e interpretação com seus alunos. Esse trabalho não é exclusivo da língua portuguesa. Cada professor deve levar para a sala de aula textos que possam fazer com que seus alunos apropriem-se da competência leitura e possa, com isso, ter habilidade de compreender os enunciados dos problemas e conseguir, por meio dos conhecimentos matemáticos, resolvê-los com êxito. Concordam? Fer A comunicação de ideias a partir das estratégias observadas e das mensagens postadas pelos colegas segue como se os futuros professores estivessem em uma sala de aula presencial, com a diferença das narrativas: são escritas. Kei escreve seu sentimento em relação às estratégias utilizadas pelos alunos dos anos iniciais: Olá Del. e todos! Na primeira situação achei muito interessante como a dupla articulou os conhecimentos de multiplicação e adição na soma das blusas. Achei interessante o raciocínio deles de organizarem o número de blusas a cada R$ 1,00. Realmente, considerando a idade dos alunos, eles foram inteligentes ao representar e concluir a resposta pelo número de blusas vezes a quantia em dinheiro. Na segunda eu achei um pouco mais complicado, mas muito interessante também a construção de uma tabela que indicava o número progressivo de
  • 8. blusas e a adição proporcional do valor em dinheiro. Nesta resolução prevaleceu a soma. Kei. A estudante Sil aproveita o comentário de Kei e apresenta sua compreensão das estratégias utilizadas; comenta a respeito da prática docente da professora, que aproveita um comentário de um aluno e propõe uma situação problema que envolve toda a turma. Ressalta, além disso, que as diferentes estratégias de resolução são valorizadas: Oi, A primeira equipe desenvolveu um processo de relação entre 0,05 centavos para 1,00 real e a quantidade de blusas. Usam a adição e multiplicação. A professora utiliza a resolução de problemas com destreza, pois percebeu no intervalo e em seguida aplicou com a turma. Eles parecem estar habituados a trabalhar em equipe e discutir os resultados. É prova de um pensamento elaborado, porque não chegaram ao resultado diretamente, mas traçaram relação. A segunda parece mais ainda elaborado ao analisar o problema, pelo fato de procurar padrões de repetição, e ao verificar que o cinco era pouco e poderiam partir para 10. Isto é bem avançado para crianças de 9 anos, não acham? Como podemos ver a utilização de resolução de problemas se utilizados regularmente e corretamente ajuda bastante os alunos avançarem nos desenvolvimento do raciocínio. A soma feita por eles ainda foi de 50 em 50, muito interessante. Sil A postagem de Pau é direcionada a cada um dos colegas, o que indica que ele estabelece um diálogo pessoal com eles. Ao responder a Kei, ele comenta sobre a complexidade que ela observou nas estratégias dos estudantes. No diálogo estabelecido com Del, ele expande o comentário a respeito da falta de envolvimento dos estudantes com a leitura nas aulas de matemática e também se posiciona contra o tipo de problema apresentado na situação 2. Kei, Intuitivamente, ambas duplas utilizaram a multiplicação. Uns com um pouco mais de complexidade no raciocínio, porém com a mesma finalidade. E, realmente, foram muito engenhosos. Afinal, no nível de ensino e abstração que se encontram, utilizaram muito bem o que já sabiam. Pau Olá, Del. Não considero apenas a falta de leitura do problema! A meu ver, problemas desse naipe (que não levam a lugar algum) não deveriam fazer parte do raciocínio dos alunos e, muito menos, do repertório de um professor que está preocupado com o que os alunos precisam aprender. Acho que eles ainda não têm abstração suficiente para elaborar conclusões e afirmar que não tem solução o problema proposto.
  • 9. Talvez, com um pouco mais de informação, eles teriam condições de afirmar que não há solução. Pau Ao comentar a postagem de Del, ele procura dar uma explicação para um valor plausível para representar uma idade de um capitão, reafirmando seu posicionamento quanto ao tipo de problema. Vemos nisso uma postura didático-pedagógica enfática diante do que considera inadequado para o desenvolvimento do raciocínio matemático dos alunos. É interessante que esse tipo de diálogo ocorra, pois possibilita ao futuro professor se projetar em uma situação possível de acontecer no início da prática docente. A partir dessa comunicação entre alguns dos participantes da atividade, as postagens passam a considerar os aspectos pedagógicos das aulas de matemática. Sil se posiciona a respeito do problema que não tinha dados que permitissem respondê- lo. Ela amplia as considerações de Pau, indicando que o professor dos anos iniciais, ao propor problemas como esse, deveria levar os alunos a apresentar respostas que tivessem significado. Com os dados claramente fornecidos não se pode afirmar a idade do capitão. No entanto, pode se dizer que ele é adulto, já que para o exercício da profissão isso é requisito básico. Se ele é adulto deve ter idade acima de 18 anos, e como a média de vida dos homens gira em torno de 70 anos, então o capitão deve ter idade entre 18 e 70 anos. Sil Observamos, na postagem de Van, como a comunicação de ideias vai ganhando corpo, dando indícios de aprendizagem da docência durante a formação inicial. Sil., a sua postagem me remeteu a um detalhe importante quando trabalhamos matemática via resolução de problemas: Se considerarmos uma resposta certa sem analisar a sua justificativa, ou seja, os meios para chegar em tal resultado, podemos dar algo errado como certo. Por exemplo, a maioria dos alunos considerou que a idade do capitão fosse 36 e este é um número maior que 18 e menor que 70. Mas no processo e ensino de matemática via resolução de problemas o processo calculado ou 'pensado' pelo aluno é mais relevante que o resultado obtido, pois para que os alunos tivessem 'acertado' o problema tendo como resultado 36 eles deveriam explicar que 36 está entre 70 e 18, logo é uma possibilidade de resposta neste contexto e além do conhecimento prévio dos alunos acerca da maioridade para trabalhar e da idade média de aposentadoria dos homens. Van Nos diálogos observamos que a conversa é informal, com comentários que levam a reflexões a respeito da intervenção que poderia ter sido feita na aula. Gatti e Barreto (2009), reportando-se a Weller (2006), explicam que as principais vantagens obtidas com a comunicação no grupo de discussão é que, na discussão, é possível corrigir fatos distorcidos, posições radicais ou visões que não refletem a realidade socialmente compartilhada. As autoras pontuam que “estando entre os
  • 10. membros do próprio grupo, os jovens dificilmente conseguirão manter um diálogo com base em histórias inventadas” (Gatti e Barreto 2009, p. 22). Observamos, no diálogo a seguir, a importância de o grupo acompanhar todos os comentários no fórum de discussão, pois a comunicação de ideias entre os estudantes remete a outras disciplinas cursadas por eles: Kei e todos! A solução apresentada pela primeira dupla em relação ao problema 1 (o das blusas) mostra que os alunos lançaram mão de somas repetidas, para estabelecer um padrão mais "fácil" (menos demorado) para aí, sim, lançarem mão da multiplicação! A tabela mostra a representação da soma repetida. A segunda dupla, embora tenha feito um percurso diferente, também estabeleceu um padrão maior que o apresentado para fazer a multiplicação (base 10). Ana. Isso mostra, prezada colega Ana, que o professor deve dar oportunidades a seus alunos de mostrarem o que sabem, as várias formas de se resolver uma mesma situação problema, chegando ao mesmo resultado. O uso da justificativa é um recurso que possibilita ao aluno demonstrar com suas palavras seu raciocínio, assim, conseguem sistematizar seus conhecimentos e abrir caminhos para novas descobertas. Concorda? Fer Concordo plenamente, Fer! Me lembrei de um feedback do prof. Romanatto, em que citava que, segundo estudos do educador matemático Frank Lester, "as crianças antes de entrar nas escolas dão respostas razoáveis a situações do dia a dia. No entanto, quando entram na escola, em muitas oportunidades, dão respostas absurdas em situações-problema propostas como tarefas". Então, o segredo parece ser não deixar que percam as noções de que já dispõem quando entram na escola, aprimorando-as com diferentes oportunidades de desenvolver conceitos, mas também "atitudes" em relação ao conhecimento matemático, como "a interpretação do resultado antes de dar a resposta final". Ana Notamos que, na comunicação entre as futuras professoras, há reflexões importantes para a constituição profissional. Mencionam a importância de a leitura e a escrita serem trabalhadas nas diversas áreas do conhecimento. Ampliam a reflexão, comentando como a matemática tem sido abordada nos anos iniciais. Olá Ana, realmente o problema aqui não é a matemática, mas o português e a forma como ele é ensinado. Ajudaria, como disse a Fernanda, se todos os professores e não apenas os de Língua Portuguesa trabalhassem a compreensão de textos e fosse dada aos alunos a oportunidade para
  • 11. pensarem sobre o que estão lendo, o seu significado, qual a mensagem que se pretende passar com o texto, quais as variantes possíveis. No caso da matemática, nos estágio que fiz em Estágio Supervisionado I e II percebi que as professoras não se sentem confortáveis em abordar essa disciplina, elas acabam dando respostas aos alunos e não dão oportunidade deles pensarem sobre os problemas. Acho que pode ser um pouco de ansiedade do professor de ver o aluno "acertando", não dão tempo para eles pensarem, e isso, pelo que compreendo, é essencial na matemática, a reflexão sobre o problema proposto, a partir dela é que o aluno chegará às hipóteses de solução e só, então, conseguirá fazer a contraprova para verificar a correção de sua resposta final. O cenário de compartilhamento de ideias proporcionado na disciplina e evidenciado no fórum de discussão evidencia que este é um ambiente propício para a aprendizagem da docência. Isso não é fruto de uma única disciplina ou dessa atividade de atividade. Durante todo o curso de Pedagogia, os estudantes conviveram com os colegas, os tutores e os professores, estabelecendo relações de amizade e de confiança, importantes na formação de professores. A dinâmica de eles estarem predominantemente em um ambiente virtual de aprendizagem foi quebrada com um encontro presencial, que proporcionou um momento de importante interação entre estudantes, tutoras e professora. Esses aspectos foram evidenciados em narrativa final produzida pelos estudantes. Foi- lhes solicitado que escrevessem uma narrativa, avaliando o que significou a atividade sobre a resolução problemas nas aulas de matemática. Como observado por Galvão (2005), as narrativas das práticas vivenciadas durante a formação inicial de professores funcionam como elementos catalisadores que induzem à reflexão, projetando-se na profissão. Algumas considerações Podemos dizer que as experiências vividas durante a atividade poderão marcar e orientar o trabalho dos futuros professores. As dinâmicas de discussão nos fóruns de discussão possibilitaram a colaboração e o compartilhamento de ideias. Eles trabalharam juntos para compreender as estratégias utilizadas pelos alunos do ensino fundamental, se apoiaram e complementaram seus conhecimentos, ao tentar compreender os raciocínios utilizados pelas crianças, aspectos que vão dando sentido à carreira que seguirão no magistério. Observamos, nos fóruns, que a colaboração pode despertar nos futuros professores o sentimento de que compartilham mesmos problemas, experiências, ideias que tinham a respeito da matemática. Eles discutiram problemas enfrentados no cotidiano escolar e arriscaram propor saídas para minimizar os problemas de leitura e escrita durante a escolarização. Há muitos aspectos que influenciam e auxiliam na promoção da aprendizagem dos professores e, para isso, é necessária a articulação de ideias, a negociação de significados, fundamentais para quando estiverem na prática docente. A escrita potencializou e deu visibilidade às aprendizagens que estavam sendo construídas no processo de comunicação, quando os participantes da atividade discutiam
  • 12. estratégias que alunos dos anos iniciais criaram para resolver problemas. Observamos que aspectos do desenvolvimento profissional foram explicitados, quando os futuros professores se arriscaram a projetar como poderia ser a prática pedagógica dos professores para ensinar matemática nos anos iniciais. Destacamos que a produção de narrativas, além de revelar indícios de desenvolvimento profissional, permitiu reflexões para além das relacionadas à ação como futuros professores. Referências bibliográficas Cunha, M. I. (1997). “Conta-me agora!: as narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino”. Revista da Faculdade de Educação, vol. 23, nº 1-2, jan./dez. São Paulo: FE/USP. Galvão, C. (1998). Professor: o início da prática profissional. Tese de Doutorado. Lisboa, Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 716 pp. Galvão, C. (2005). “Narrativas em Educação”. Ciência & Educação, vol. 11, nº 2. Bauru, p. 327-345. Gatti, B. e Barretto, E. S. de S. (2009). Professores no Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco. Garcia, C. M. (1999) Formação de professores para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 271p. Gauthier, C. et al. (1998). Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí: Unijuí, 457pp. Josso, M. C. (2004). Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez. Ponte, J. P.; Brocado, J. e Oliveira, H. (2003). Investigações matemáticas na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 149 pp.