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2022
1. Uma mulher com 51 anos de idade,
em tratamento para osteoporose com
bifosfonato, comparece ao ambulatório
de infectologia de um hospital escola
para receber o resultado da
investigação diagnóstica de quadro de
lesão crônica oro-cérvico-facial à
direita. Segundo a paciente, a lesão
iniciou-se há cerca de 18 meses como
um endurecimento inflamatório logo
abaixo da mandíbula, bem ao nível de
seu ângulo; ao longo de alguns dias, a
lesão tornou-se um nódulo endurecido
que, posteriormente, se ulcerou, dando
saída a secreção purulenta contendo
granulações amareladas por 2 tratos
fistulosos. Conta que procurou
assistência médica, tendo realizado
tratamento antibiótico por algumas
vezes, sempre por 7 a 14 dias, com
melhora inicial do quadro, mas retorno
da drenagem de material nas semanas
seguintes. Acrescenta que, há 4
semanas, foi submetida a
procedimento de biópsia local, tendo
retornado ao ambulatório para saber o
resultado da investigação diagnóstica.
O laudo histopatológico revelou a
presença de granulações contendo
material inflamatório linfo-histiocitário
associado a camadas densas de
neutrófilos, no interior das quais são
observadas massas de bactérias gram-
positivas com filamentos ramificados,
além de material sugestivo de
depósitos de fosfato de cálcio. As
culturas do material drenado isolaram,
além de Actinomyces israelli, Eikenella
corrodens e espécies de
Staphylococcus. Ao exame físico, a
paciente apresenta 2 elementos
molares da arcada dentária inferior,
bem adjacentes à lesão cérvico-facial,
em péssimo estado de conservação,
com processo inflamatório inequívoco.
Nesse caso, o fármaco adequado, de
uso prolongado, para a conduta
terapêutica antimicrobiana é
A) oxacilina.
B) cefalexina.
C) clindamicina.
D) levofloxacina.
QUESTÃO ANULADA
Temos aqui um caso clínico complexo
da prova do Revalida de 2022, que, ao
final, aborda o tópico de
antimicrobianos. Infelizmente, a
questão acabou anulada, pois nenhuma
resposta era apropriada. Mesmo assim,
vamos analisar o caso?
Nossa paciente está em tratamento
para osteoporose com bisfosfonatos, e
é importante você lembrar que esses
medicamentos têm como efeito
colateral característico a
osteonecrose mandibular. A
apresentação dessa condição pode
cursar com dor, dificuldade de
mobilização, edema e eritema. O
diferencial nesse caso clínico é perceber
que a osteonecrose propiciou a
formação de um micetoma
cervicofacial.
O micetoma cervicofacial se comporta
exatamente como descrito no
enunciado: uma lesão nodular que,
posteriormente, se torna ulcerada, com
saída de secreção amarelada e
granulada - característica da espécie
Actinomyces israelli. O laudo
histopatológico justamente reforça: há
a presença de infiltrado inflamatório
associado à massas de bactérias gram-
positivas com filamentos - de novo o
Actinomyces!. Por fim, via cultura,
confirma-se a presença de Actinomyces
israelli, Eikenella corrodens - um bacilo
gram negativo anaeróbico, muito
frequentemente associado ao
Actinomyces - e espécies de
Staphylococcus.
E qual antibioticoterapia utilizar?
No caso do micetoma pelo
Actinomyces, o tratamento “de uso
prolongado”, como o solicitado na
questão, seria idealmente a penicilina
G por via intravenosa por algumas
semanas, seguida de penicilina oral,
com tempo total de tratamento de 12
meses. Nos casos graves, pode-se
lançar mão de Imipenem (500 mg) EV
de 6/6h.
Note que nenhuma das alternativas
fornece essas opções, motivo pelo qual
foi anulada.
Vamos então analisá-las
individualmente:
Alternativa A - Incorreta: A Oxacilina é
uma droga com cobertura específica
para estafilococos produtores de
penicilinase. Não surtiria efeito contra o
Actinomyces ou Eikenella.
Alternativa B - Incorreta: A Cefalexina
é uma cefalosporina de primeira
geração, com espectro limitado. É
utilizada em infecções superficiais de
pele e não oferece cobertura.
Alternativa C - Incorreta: A
Clindamicina não seria a primeira
indicação para uso prolongado. Seu uso
é controverso, pois algumas referências
mostram ação in vitro, mas ela deve ser
evitada pela alta resistência do
Actinomyces.
Alternativa D - Incorreta: O
Levofloxacino não possui nenhuma
indicação nesse caso, pois não cobre
apropriadamente nenhuma bactéria
encontrada na cultura, além de
apresentar alta taxa de resistência pelo
Actinomyces. Também, dificilmente as
fluoroquinolonas são antibióticos de
escolha para uso contínuo por seus
efeitos adversos osteocondrais.
2. Um paciente com 72 anos de idade,
tabagista, vem se queixando de
icterícia, acolia, colúria e prurido há
cerca de 2 meses de forma progressiva.
Ao exame físico, apresenta icterícia
+++/4 e massa palpável, de consistência
amolecida e indolor no hipocôndrio
direito, mais precisamente no ponto
cístico. Os exames laboratoriais
apresentam os seguintes resultados:
hemograma com discreta anemia, AST
de 64 U/l, AlT de 88 U/l, bilirrubina total
de 32 mg/dl, sendo 24 mg/dl de
bilirrubina direta e 8 mg/dl de bilirrubina
indireta.
Com base nos dados apresentados,
entre os diagnósticos a seguir, qual é o
mais provável?
A) Coledocolitíase.
B) Adenocarcinoma de vesícula biliar.
C) Adenocarcinoma de cabeça de
pâncreas.
D) Colangiocarcinoma da confluência
dos ductos hepáticos.
CCQ: Idoso com síndrome colestática
progressiva + massa palpável em
ponto cístico = adenocarcinoma de
cabeça de pâncreas
A respeito de paciente de 72 anos,
tabagista, com queixa de icterícia,
acolia, colúria e prurido progressivos, há
cerca de dois meses, com icterícia +++/4
e massa palpável indolor em região de
ponto cístico, com exames
demonstrando hiperbilirrubinemia de
32 mg/dl, às custas de bilirrubina direta.
Qual o diagnóstico mais provável?
Adenocarcinoma de cabeça de
pâncreas, correto? É o tumor
periampular mais comum e que justifica
as alterações clínicas apresentadas pelo
paciente.
Bora avaliar as alternativas!!!
Alternativa A - Incorreta:
Coledocolitíase não cursaria com
síndrome colestática tão progressiva e
nem com massa palpável abdominal
compatível com vesícula biliar
escleroatrófica;
Alternativa B - Incorreta:
Adenocarcinoma de vesícula biliar não
cursa com colestase, visto que não
temos uma obstrução de colédoco;
Alternativa C - Correta: Conforme
explicação acima;
Alternativa D - Incorreta: Tumor de
Klatskin, também conhecido como
tumor da confluência dos ductos
hepáticos, não cursa com palpação de
vesícula biliar indolor ao exame físico.
3. Um menino com 5 anos de idade,
acompanhado da mãe, é atendido em
unidade de saúde. A mãe relata o
aparecimento abrupto de manchas
arroxeadas indolores nos membros
inferiores da criança há 2 dias, sem
outras queixas. Há 1 mês, conta que o
filho apresentou quadro de resfriado
comum, para o qual fez uso somente de
soro fisiológico para lavagem nasal.
Nega uso recente de medicamentos ou
antecedentes familiares relevantes. Ao
exame clínico, o menino apresenta
regular estado geral, corado, hidratado,
anictérico, acianótico, afebril e
eupneico; baço palpável ao nível de
rebordo costal esquerdo, presença de
petéquias e equimoses indolores em
membros inferiores. Exame de Fundo
de Olho sem sinais de sangramento.
Sem evidência de outros sangramentos
ou outros achados clínicos relevantes.
Os exames laboratoriais iniciais
evidenciaram hemoglobina de 12,3 g/dl
(valor de referência [VR]: 12,6 g/dl);
hematócrito de 38% (VR: 37%);
contagem de 5.700 leucócitos/mm3
(VR: 5.000-15.000/mm3), com 37% de
segmentados, 44% de linfócitos, 1% de
monócitos e contagem de plaquetas de
64.000/mm3 (VR: 150.000-
450.000/mm3). Coagulograma com um
tempo de tromboplastina de 12,5
segundos (VR: 10-14 segundos), 100%
de atividade de protrombina e um
tempo de tromboplastina ativada de 31
segundos (VR: 25-36 segundos).
Considerando a principal hipótese
diagnóstica para esse caso, qual deve
ser a conduta terapêutica inicial?
A) Terapia com corticosteroide.
B) Internação para esplenectomia.
C) Observação clínica ambulatorial.
D) Administração de imunoglobulina.
CCQ: Petéquias e equimoses +
plaquetopenia, especialmente após
IVAS, pense na púrpura
trombocitopênica idiopática, onde na
criança, o tratamento tende a ser a
observação clínica
Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha
sobre distúrbios da hemostasia na
pediatria. Vamos rever juntos?
Temos na questão uma criança que
após um quadro de IVAS começou a
apresentar púrpuras (essas manchas
arroxeadas) na pele. Quando pedimos
os exames laboratoriais, notamos: uma
anemia leve com hematócrito
levemente aumentado. O resto normal
exceto pelo principal que nos guiará
para o diagnóstico: a plaquetopenia.
Sempre que tiver um quadro de
petéquias e equimoses +
plaquetopenia, especialmente após
IVAS, pense na púrpura
trombocitopênica idiopática ou
autoimune.
Esse quadro ocorre por deposição de
anticorpos na membrana plaquetária.
Quando o baço identifica essas
plaquetas, elas são destruídas (por isso
podemos ter um aumento do baço
também). O quadro clássico é o de
plaquetopenia e mais nada, mas fique
atento, pois algumas questões, como
essa, tentam lhe desviar do caminho
certo ao colocar anemia, por exemplo.
E o tratamento? É feito com prednisona
e indicado quando as plaquetas estão <
20.000/mm³ ou < 30.000/mm³
associadas a um sangramento mucoso.
Em crianças, o tratamento
convencional e sugerido como mais
adequado hoje em dia é a observação
clínica e laboratorial, uma vez que 80%
das crianças melhoram
espontaneamente em até 6 meses.
Vamos ver o que as alternativas dizem
sobre o tratamento da condição:
Alternativa A - Incorreta: Não, pois as
plaquetas não estão abaixo de 20.000.
Alternativa B - Incorreta: Não, esse é
um tratamento possível quando houve
refratariedade do quadro após conduta
conservadora e medicamentosa.
Alternativa C - Correta: Opa,
exatamente!! Dada a história natural da
doença na maior parte dos casos na
criança, vamos observar.
Alternativa D - Incorreta:
Consideramos a imunoglobulina em
casos muito graves, apenas.
4. Segundo o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), o rastreamento do
câncer de mama organizado por
mamografia de rotina (em que se
convida formalmente as mulheres na
faixa etária alvo para os exames
periódicos), além de garantir controle
de qualidade, seguimento oportuno e
monitoramento em todas as etapas do
processo, apresenta melhores
resultados e menores custos que o
rastreamento oportunístico.
Considerando as informações
apresentadas, para qual faixa etária e
em que periodicidade,
respectivamente, o INCA recomenda o
rastreamento do câncer de mama
organizado por mamografia de rotina?
A)45 aos69anos de idade; anualmente.
B) 50 aos 79 anos de idade; anualmente.
C) 40 aos 69 anos de idade; a cada 2
anos.
D) 50 aos 69 anos de idade; a cada 2
anos.
CCQ: O rastreio de câncer de mama é
preconizado pelo INCA dos 50 aos 69
anos de idade com exame realizado
bianualmente caso normalidade
Olá, pessoal! Fala, aluno Aristo! Mais
uma questão sobre câncer de mama
devido à relevância desse tema, uma
vez que sabemos que ele representa o
segundo câncer mais comum no mundo
e é o mais frequente entre as mulheres.
Diante disso, é importante ter domínio
sobre alguns tópicos, sendo um deste
os fatores de risco associados a essa
neoplasia. Por isso, vamos revisar os
principais:
• Sexo feminino.
• Raça branca.
• Antecedente pessoal de câncer
de mama.
• Lesões histológicas que indicam
risco como hiperplasia ductal ou
lobular.
• Nuliparidade e primiparidade
idosa.
• História familiar de câncer de
mama em parentes de primeiro
grau.
• Sedentarismo.
• Exposição à radiação ionizante.
Referente ao diagnóstico, sabe-se que o
exame clínico das mamas é uma das
ferramentas adotadas e necessita ser
realizada pelo profissional de saúde.
Essa abordagem demonstrou-se efetiva
em reduzir a mortalidade por câncer de
mama. Todavia, a mamografia é o
método de escolha dos programas de
rastreamento, sendo recomendada na
faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois
anos pelo Ministério da Saúde e INCA.
Agora, vamos analisar as alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Tanto a faixa
etária quanto a periodicidade descritas
não são as preconizadas pelo INCA.
Alternativa B - Incorreta: É apenas até
os 69 anos e o exame é bianual.
Alternativa C - Incorreta: É
preconizado idade a partir dos 50 anos.
Alternativa D - Correta: Exato!
Conforme justificado no texto acima.
5. Um homem com 48 anos de idade é
obeso,tabagista e hipertensohá6anos,
quando, devido a esse quadro, foi-lhe
recomendada mudança do estilo de
vida e prescrita farmacoterapia.
Procura hoje a Unidade Básica de Saúde
(UBS) com níveis tensionais elevados,
glicemia alterada e referindo ter
deixado de usar os medicamentos anti-
hipertensivos prescritos dizendo "eles
estão me fazendo sentir doente". O
paciente relata que, durante a
pandemia da COVID-19, deixou de
seguir as orientações alimentares, de
atividade física e de cessação do
tabagismo.
Para esse caso, a conduta a ser adotada
pela equipe da UBS é
A) construir um projeto terapêutico
singular e pactuar com o paciente as
propostas de ações para a mudança do
estilo de vida e a adesão
medicamentosa.
B) esclarecer o paciente, no projeto
terapêutico singular, sobre as
consequências da não adesão ao
tratamento, destacando o perigo dos
potenciais danos clínicos e reiterando
firmemente o aconselhamento.
C) utilizar, no projeto terapêutico
singular, a negação do paciente aos
problemas apresentados e a adesão ao
tratamento como formas de pressão
para obtenção da mudança do estilo de
vida.
D) condicionar, na construção do
projeto terapêutico singular, a adesão
às mudança do estilo de vida e ao
tratamento farmacológico e comunicar
ao paciente que, se não seguir as
orientações da equipe, não poderá mais
ser atendido na UBS.
CCQ: Saber que o Projeto Terapêutico
Singular, um projeto interprofissional
e holístico, é a abordagem ideal para
problemas complexos na APS
Querido aluno Aristo, questão não tão
Pareto acerca de uma abordagem de
alto envolvimento da equipe de
Atenção Primária, e que destina um
volume de recursos humanos alto, em
um determinado período de tempo,
para o paciente.
O Projeto Terapêutico Singular (PTS)
é a elaboração de um plano conjunto
entre diversas áreas da saúde presentes
no serviço, de modo a abordar o quadro
do paciente com um ponto de vista
interprofissional e holístico. Tal
abordagem é extremamente benéfica
para a longitudinalidade, visto que
aborda o paciente e o seu meio de
diversas formas, com diversas ações
distribuídas no tempo, por meio de
vários atores da prestação de cuidado.
Como é um projeto que compartilha
metas e objetivos, este geralmente
aborda as problemáticas do paciente
sob diversos pontos de vista, dando
também ao paciente mais
conhecimento acerca do seu quadro de
saúde e firmando pactuações com
diversos profissionais para que os
planos terapêuticos sejam seguidos.
A criação de um vínculo de
corresponsabilização, com a divisão
clara de tarefas entre os profissionais e
o paciente, é a abordagem preferencial.
Uma abordagem paternalista, onde o
profissional “manda” e o paciente
“obedece” geralmente acaba
desmotivando o paciente e impedindo
que este seja protagonista nas
mudanças de estilo de vida e na adesão
terapêutica que a equipe planejou junto
com o paciente.
Agora que você já sabe sobre o PTS, que
tal avaliarmos nossas alternativas?
Alternativa A – Correta: Exatamente!
O PTS vai ser um projeto de
acompanhamento longitudinal, com o
propósito final de desenvolver
propostas de mudanças de estilo de
vida e de adesão medicamentosa para o
paciente ou para seu ambiente.
Alternativa B – Incorreta: A
abordagem pelo medo das
complicações é uma abordagem pouco
eficaz, uma vez que o paciente não
parece ser sintomático. Dessa forma, a
educação em saúde acerca da sua
condição de saúde e da importância das
medicações e dos hábitos passa a ter
muito mais validade.
Alternativa C – Incorreta: Não. Utilizar
a negação do paciente como maneira
de pressionar não é uma alternativa de
promoção de saúde, ainda mais para
um problema crônico, que exige
mudança de estilo de vida.
Alternativa D – Incorreta: Não! Essa
alternativa fere totalmente os atributos
do acesso e da integralidade, além do
princípio da equidade, visto que é um
paciente com uma condição de difícil
abordagem, e que precisa de mais
recursos para que seja feita alguma
mudança no seu estilo de vida.
6. Um homem com 64 anos de idade
chega ao serviço de emergência,
conduzido pelos familiares, por
confusão mental e sonolência. O
paciente tem história de hipertensão
arterial sistêmica com difícil controle.
Ao exame, apresenta edema de papila
ao fundo de olho, pressão arterial (PA)
de 220 x 130 mmHg, presença de 4ª
bulha na ausculta cardíaca. O restante
do exame físico não apresenta
alterações. A tomografia de crânio sem
contraste não evidenciou sinais de
isquemia cerebral.
O tratamento de primeira escolha a ser
proposto para esse paciente é iniciar
A clonidina, via oral, com o objetivo de
reduzir a PA em até 50% em 24 horas ou
para uma PA na faixa de 140 x 90-85
mmHg.
B nitroprussiato endovenoso com o
objetivo de reduzir a PA em até 25% em
2 horas ou para uma PA na faixa de 160
x 100-110 mmHg.
C nitroglicerina endovenosa com o
objetivo de reduzir a PA em até 25% em
2 horas ou para uma PA na faixa de 160
x 100-110 mmHg.
D captopril, via sublingual, com o
objetivo de reduzir a PA em 50% em 8
horas ou para uma PA na faixa de 140 x
90-85 mmHg.
QUESTÃO ANULADA
Dae querido aluno! Tranquilo? Temos
aqui uma questão clássica de
Encefalopatia Hipertensiva (EH), que,
infelizmente, acabou sendo anulada
pela banca de forma inadequada.
Mesmo assim, vamos revisar esse tema
tão importante!
As emergências hipertensivas devem
conter duas condições: hipertensão +
lesão de órgão alvo. No caso, temos
um paciente com alteração no nível de
consciência e papiledema - dois sinais
clínicos da EH, que também pode cursar
com cefaleia. Aqui devemos nos
atentar no diagnóstico diferencial com
os acidentes vasculares: a ausência de
sinais focais também fala a favor da EH,
e, a TC de crânio afasta ainda mais a
possibilidade de AVC.
Sendo definido o diagnóstico, como
manejamos a EH?
As recomendações gerais de redução
da PA na EH são:
• Diminuir a PA em 25% na 1ª
hora;
• Alcançar PA 160/100 -110mmHg
em 2-6 h
• PA 135/85 mmHg em 24-48 h do
início do tratamento. Lembre-se
que, quedas maiores que isso
podem ser danosas, levando à
hipoperfusão de órgãos nobres.
Por fim, para alcançar esses objetivos,
podemos lançar mão de anti-
hipertensivos EV, sendo os principais:
• Nitroprussiato de sódio
• Nicardipina
• Betabloqueadores:
labetalol/metoprolol
Essas são as medicações de escolha
para tratamento de uma encefalopatia
hipertensiva.
Assim, vamos analisar alternativa por
alternativa:
Alternativa A - Incorreta: Reduzir a PA
em 50% significaria chegar em valores
próximos à 110x65 mmHg, sendo que o
mínimo recomendado é 135x85 mmHg.
Essa seria uma redução drástica, que
poderia levar à hipoperfusão e
instabilidade hemodinâmica.
Alternativa B - Correta: Tanto a
medicação quanto a redução descritas
nessa alternativa podem ser aceitas, e,
essa seria a primeira escolha.
Alternativa C - Incorreta: Foi essa
alternativa que gerou a iniciativa de
anulação da questão, mas repare que o
enunciado deixa bem explícito, ele
pergunta qual a primeira escolha.
Dessa forma, não podemos negar que é
o nitroprussiato. A nitroglicerina fica
mais reservada para emergência
hipertensiva associada a síndrome
coronariana e não é muito usada na
encefalopatia, devido à queda da PA ser
pouco previsível.
Alternativa D - Incorreta:
Primeiramente, a via sublingual não é
adequada, sendo a via EV preferida em
emergências hipertensivas. Também, a
redução de 50% em 24h é brusca, e
poderia ser danosa pelos mesmos
motivos descritos na alternativa A.
Gabarito da banca: questão anulada.
7. Uma paciente com 35 anos de idade,
vítima de acidente automobilístico,
queixa-se de dor abdominal. Durante a
admissão no setor de emergência,
apresenta-se lúcida, cooperativa
(Glasgow 15), pressão arterial: 100 x 60
mmHg, frequência cardíaca: 88
batimentos por minuto, frequência
respiratória: 20 incursões respiratórias
por minuto. Foi indicada tomografia de
abdome, que evidenciou moderada
quantidade de líquido livre na cavidade
abdominal, hematoma subcapsular no
lobo direito do fígado, ocupando cerca
de 40% da superfície do órgão e
laceração de cerca de 5 cm em lobo
esquerdo.
Nesse caso, qual deve ser a conduta
para a paciente?
A) laparotomia com rafia da laceração
hepática e drenagem do hematoma
subcapsular.
B) laparotomia, hemostasia com
compressas no fígado e reabordagem
cirúrgica após 48 horas.
C) Internação em Unidade de Terapia
Intensiva com monitorização
hemodinâmica e hematócrito seriado.
D) Internação em Unidade de Terapia
Intensiva com monitorização
hemodinâmica, hematócrito seriado e
tomografia de abdome a cada 48 horas.
CCQ: Na ausência de
contraindicações, o manejo do
trauma hepático é conservador
Aluno Aristo, questão Pareto no trauma
abdominal, trazendo um conceito que
não podemos deixar escapar: A conduta
conservadora no trauma hepático.
O fígado tem uma capacidade de
regeneração elevada, além de ser um
órgão de difícil abordagem, de forma
que as condutas atuais tendem ao
manejo não operatório, mostrando que
há vantagem mesmo quando estamos
diante de danos orgânicos mais
relevantes. Isso é ainda mais verdadeiro
em traumas fechados, como o do caso,
na presença de alguns critérios, como a
estabilidade hemodinâmica e a
possibilidade de monitoramento
seriado dos níveis de hemoglobina.
Veja bem, é o quadrodanossa paciente,
estabilidade hemodinâmica sem outras
lesões abdominais que justifiquem a
abordagem abdominal.
O enunciado ainda traz informações
que nos permitem classificar o trauma
em grau III pela classificação da
American Association for the Surgery of
Trauma Organ Injury, mas não era
sequer necessário, então não se prenda
a isso. Bora dar uma olhada nas
alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Conforme
conversamos, paciente com trauma
hepático fechado, com estabilidade
hemodinâmica, sem sinais de lesões em
outras vísceras tem indicação de
tratamento conservador.
Alternativa B - Incorreta: Observação
clínica, conforme explicamos logo
acima.
Alternativa C - Correta: É isso, como
explicamos, vamos internar essa
paciente em ambiente no qual ela possa
ser frequentemente avaliada e ter seu
estado hemodinâmico avaliado de
forma seriada.
Alternativa D - Incorreta: A princípio,
não há necessidade de repetição da
tomografia como dito pela alternativa.
Exames de imagem seriados não fazem
parte do monitoramento do trauma
hepático.
8. Um menino com 11 anos de idade
apresenta febre diária há 4 dias e
claudicação de membro inferior direito
e vem usando ibuprofeno desde o início
do quadro, sem melhora. Há 1 dia,
recusa-se a andar, referindo muita dor
em joelho direito, onde notou inchaço e
vermelhidão. Refere ainda inapetência
e indisposição geral. Tem antecedente
de lesões crostosas de mucosa nasal e
pele ao redor do nariz há 2 semanas,
tendo usado pomada à base de
corticoide, sem melhora. Ao exame
físico apresentou regular estado geral,
corado, hidratado, febril(temperatura =
38 ºC), frequência cardíaca: 103
batimentos por minuto, frequência
respiratória: 16 incursões respiratórias
por minuto, anictérico, acianótico,
eupneico, pulsos cheios, boa perfusão
periférica. lesões pustulosas e crostosas
em vestíbulo nasal. Joelho direito com
edema, calor e intensa dor à
mobilização. Restante dos aparelhos
sem alterações.
Para a elucidação diagnóstica, quais são
os exames/ procedimentos indicados?
A) Antiestreptolisina O e
ecocardiograma.
B) Anticorpo antinuclear e fator
reumatoide.
C) Ultrassonografia e punção articular
de joelho.
D) Hemograma e provas de atividade
inflamatória.
CCQ: Na hipótese de artrite séptica,
hemograma e provas de função
inflamatória ajudam a esclarecer o
diagnóstico
Ei pessoal, tudo certo? Questãozinha
sobre condições osteoarticulares na
infância, bora rever?
Antes de mais nada, vamos analisar o
caso e raciocinar a partir disso: Temos
uma que, após lesões crostosas na
mucosa nasal e pele ao redor, provável
impetigo, apresentou uma artrite em
joelho direito, com comprometimento
do estado geral.
Sempre que tiver um quadro infeccioso
que "migra" para uma articulação,
pense na artrite séptica. Esse quadro
pode ocorrer por disseminação
hematogênica de um microrganismo
quando o paciente tem uma infecção
prévia.
A doença acomete mais as articulações
de cargas dos membros inferiores:
quadris e joelhos e a clínica é composta
por dor articular, limitação à
movimentação e sinais flogísticos.
Em relação aos exames
complementares, precisamos primeiro
confirmar a inflamação: o hemograma
mostra aumento de polimorfonucleares
com desvio à esquerda e as provas
inflamatórias (PCR e VHS estão
aumentadas). Depois, exames de
imagem, como a ultrassonografia,
podem ser úteis.
Vamos ver as alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Marcou essa
aqui quem pensou na febre reumática,
mas lembre-se: a febre reumática
ocorre após uma faringoamigdalite,
impetigo não.
Alternativa B - Incorreta: Não, pois
nossa suspeita é infecciosa, não
autoimune.
Alternativa C - Incorreta: Essa pegou
muita gente: está errado pedir esses
exames agora? Nâo. Mas sem nem
sequer confirmar a inflamação, não são
eles que vão elucidar o diagnóstico.
Alternativa D - Correta: Exatamente,
com o hemograma e provas de
atividade inflamatória vamos confirmar
nossa hipótese de inflamação e aí
partimos para outras propedêuticas.
9. Uma paciente com 30 anos de idade,
gestante pela 3ª vez, comparece ao
centro de saúde para acompanhamento
pré-natal. Relata que os outros dois
partos foram normais, há 10 e 8 anos,
que não houve nenhuma intercorrência
nas outras gestações e que não tem
nenhuma doença diagnosticada. Refere
sintomas típicos de início de gestação:
enjoo matinal e sonolência. Está com 13
semanas de gestação e apresenta os
resultados dos exames de pré-natal
anteriormente solicitados. Entre eles, o
resultado da glicemia de jejum mostra
132 mg/dl.
Com relação a esse caso, qual é a
conduta adequada?
A)Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de
diabetes mellitus gestacional.
B) Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de
diabetes mellitus prévio diagnosticado
na gestação.
C) Solicitar um teste de tolerância à
glicose oral com 75 g imediatamente
para elucidar o diagnóstico e avaliar
necessidade de encaminhar a paciente
ao ambulatório especializado.
D) Solicitar um teste de tolerância à
glicose oral com 75 g com 26 semanas
para elucidar o diagnóstico e avaliar
necessidade de encaminhar a paciente
ao ambulatório especializado.
CCQ: Saber que glicemia de jejum
acima de maior/igual a 126 mg/dl
caracteriza uma diabetes prévia
Pessoal, tudo bem com vocês? Diabetes
gestacional é um tema muito
importante, devido sua prevalência
(sendo representada por 7,6% no
Sistema Único de Saúde), e suas
complicações, podendo levar a uma
macrossomia fetal, crescimento
intrauterino restrito, polidrâmnio,
prematuridade.
O rastreamento está indicado em todas
as gestantes, sendo realizado um
exame de glicemia em jejum antes das
20 semanas, cujo resultado normal é <
92 mg/dl , e caso apresente um
resultado normal, é necessário uma
prova de tolerância oral com glicose
entre as semanas 24ª e 28ª semanas de
gestação.
Sabendo disso, vamos analisar as
alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Resultados
de glicemia alterados, de 92 mg/dl a 125
mg/dl representam uma diabetes
gestacional, a nossa paciente apresenta
um resultado de 132 mg/dl, indicando
uma diabetes prévia.
Alternativa B - Correta: Resultados de
glicemia alterados, acima de 125 mg/dl,
já caracterizam uma diabetes prévia,
indicando um acompanhamento da
gestante em pré-natal de alto risco
devido às complicações que uma
diabetes pode trazer na gestação.
Alternativa C - Incorreta: O teste de
tolerância oral a glicose está indicado
apenas na 24ª a 28ª semana se a
gestante apresentar um resultado
normal no primeiro exame, em caso de
uma glicemia de jejum acima dos
valores para diabetes gestacional (92 -
125 mg/dl) na primeira medição, já
diagnostica como diabetes mellitus
prévia, não havendo necessidade de
outro exame confirmatório.
Alternativa D - Incorreta: Como
mencionado anteriormente, em casos
de resultado de glicemia em jejum
alterados na primeira medição, acima
de 125 mg/dl, já temos diagnóstico de
diabetes prévia, não havendo
necessidade de exame confirmatório.
10. Diante da pandemia da COVID-19, e
segundo o guia de vigilância
epidemiológica emergência de saúde
pública de importância nacional pela
doença pelo coronavírus 2019 - COVID-
19 (2021), o Ministério da Saúde emitiu
orientações de biossegurança durante a
investigação de infecções respiratórias
a partir de pacientes com suspeita de
infecção por SARS-CoV-2.
Nesta circunstância, para a coleta de
material potencialmente gerador de
aerossol, constitui a primeira linha de
proteção destinada aos profissionais da
saúde, os seguintes equipamentos de
proteção individual (EPI):
A) gorro descartável, protetor facial,
máscara PFF2 e avental de pano.
B) óculos de proteção, máscara
cirúrgica e avental de mangas
compridas.
C) gorro descartável, óculos de
proteção ou protetor facial, máscara
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de
mangas compridas, luva de
procedimento e calçados fechados.
D) gorro descartável, óculos de
proteção ou protetor facial, máscara de
pano/tecido (dupla camada), avental de
mangas compridas, luva de
procedimento e calçados fechados.
CCQ: Saber que a máscara PFF2 e o
avental de mangas compridas fazem
parte da primeira linha de proteção
dos profissionais de saúde na coleta
de material potencialmente gerador
de aerossol no contexto da COVID-19
Fala, pessoal! Estamos diante de uma
questão que aborda o uso de
equipamentos de proteção individual
(EPIs) em situação de coleta de material
potencialmente gerador de aerossol,
como swab de vias aéreas ou aspirado
de vias aéreas de um paciente com
COVID-19. Vamos lá!
As medidas de prevenção e controle
de infecção devem ser implementadas
pelos profissionais que atuam nos
serviços de saúde para evitar ou reduzir
ao máximo a transmissão de
microrganismos durante qualquer
assistência à saúde realizada.
Voltado para o contexto da questão,
considerando profissionais de saúde
que realizam procedimentos geradores
de aerossóis, não podemos esquecer da
importância da máscara N95/PFF2. Ela
se difere das demais máscaras como a
cirúrgica e as de pano devido a seu alto
poder de filtragem e de proteção
contra partículas que podem ficar no ar
por várias horas. N95 é a sigla utilizada
para a PFF2 (“peça facial filtrante”) nos
Estados Unidos, de modo que as duas
siglas representam a mesma máscara.
Agora podemos ir às alternativas.
Alternativa A – Incorreta: Não está
indicado o uso de avental de pano,
além de ser indispensável o uso de luvas
de procedimento.
Alternativa B – Incorreta: Não é
indicado a utilização de máscara
cirúrgica, e sim de máscara PFF2, já que
trata-se de uma situação de coleta de
material potencialmente gerador de
aerossol.
Alternativa C – Correta: Exato! Essa
alternativa cita todos os equipamentos
de proteção individual que devem ser
usados em situação de coleta de
material potencialmente gerador de
aerossol: gorro descartável, óculos de
proteção ou protetor facial, máscara
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de
mangas compridas, luva de
procedimento e calçados fechados.
Alternativa D – Incorreta: Como visto
anteriormente, o indicado é o uso da
máscara PFF2, e não de máscara de
pano/tecido.
11. Uma paciente com 22 anos de idade
dá entrada na unidade de emergência
de hospital de média complexidade
com quadro de asma descompensada.
A paciente, que se apresenta
taquicárdica (frequência cardíaca: 110
batimentos por minuto), taquipneica
(frequência respiratória: 28 incursões
respiratórias por minuto) e febril (38,3
ºC), relata descompensação do quadro
respiratório há 2 dias, tendo utilizado
medicação de resgate (beta 2 agonista
adrenérgico inalatório) por diversas
vezes ao longo desse período, sem
obter melhora. Diagnosticada com
asma ainda na infância, ela conta que
sua doença vem sendo classificada
como asma moderada persistente,
estando em uso regular de beta 2
agonista de longa duração (salmoterol)
e corticoide inalatório (budesonida) em
baixa dose, além da medicação de
resgate. Ao exame físico, nota-se
também leve cianose e sibilância
inspiratória e expiratória; a
hemodinâmica encontra-se estável
bem como o nível de consciência. A
paciente é submetida a administração
de nebulização com beta 2 agonista
adrenérgico inalatório e anticolinérgico
de ação rápida (brometo de ipratrópio).
A despeito da oxigenioterapia sob
máscara nasal com reservatório,
repetição da nebulização e da
administração de metilprednisolona
intravenosa, a paciente continua com
algum grau de desconforto respiratório.
Exames laboratoriais indicam a
presença de possível processo
infeccioso bacteriano (leucocitose com
leve desvio à esquerda e aumento da
proteína C reativa [PCR]), confirmado
na radiografia de tórax, que indica
padrão de condensação segmentar no
lobo inferior direito. A gasometria
arterial revelou o seguinte padrão: pH:
7,44 (valor de referência [VR]: 7,35-
7,45); PaO2: 65 (VR para idade: 95);
PaCO2: 44 (VR: 35-45); HCO3 : 22 (VR:
24 +/- 2); SaO2: 91% (VR > 94%).
Completada essa avaliação inicial, o
médico opta por indicar a realização de
intubação orotraqueal preventiva. A
principal razão para a tomada dessa
decisão
A) foi o nível reduzido da PaO2 à
gasometria arterial.
B) foi o nível normal da PaCO2 à
gasometria arterial.
C) foram as evidências de pneumonia à
radiografia de tórax, hemograma e
PCR.
D) foi a presença de sibilância
inspiratória e expiratória associada à
taquipneia.
QUESTÃO ANULADA
Fala aluno Aristo! Temos aqui uma
questão sobre Asma que deu o que
falar! Basicamente, foi indicada
intubação orotraqueal (IOT) precoce
nessa paciente, e a banca solicitava o
porquê.
A questão justamente foi anulada pois
nenhuma alternativa trazia uma
justificativa plausível. Vamos tentar
entender o que a banca queria:
Primeiramente,adecisãode intubar um
paciente asmático é difícil: a IOT
aumenta ainda mais a reatividade
brônquica, causando mais constrição.
Por isso, a técnica de IOT precoce pode
ser benéfica, pois um preparo
apropriado diminui os efeitos
deletérios, sendo a IOT tardia muito
mais difícil. Para ajudar nessa decisão,
utilizamos o mnemônico ABC:
• A) paciente apresenta alteração
do estado mental.
• B) breathing: esforço
respiratório, fadiga respiratória,
hipóxia e hipercapnia
• C) curso desfavorável: pacientes
que estão deteriorando
No nosso caso, a paciente não
apresentava alteração do estado
mental mas, mesmo após as medidas
iniciais com fornecimento de oxigênio,
nebulização e corticoide, ainda
mantinha algum grau de desconforto
respiratório. Também, foi descrita
cianose discreta, PaO2: 65, PaCO2 no
limite superior e SaO2: 91% (VR > 94%)
- o que pode ser interpretado como um
curso desfavorável.
Portanto, o que banca gostaria?
Que o candidato assinalasse a
alternativa A. Justificando
subjetivamente que a hipóxia e cianose,
em asma refratária, podem ser
indicações de IOT precoce. No entanto,
devemos sempre analisar a clínica do
paciente. Além disso, se formos falar de
valores, segundo o GINA (principal
referência no tema), os critérios para
falência respiratória são: PaO2 < 60
mmHg e PaCO2 normal ou aumentado
(> 45 mmHg) após as medidas iniciais.
Portanto, podemos tirar daí a indicação
de intubação.
Visto isso, vamos concluir que o
principal motivo da indicação da
intubação aqui é a refratariedade às
medidas iniciais com sinal de falência
respiratória.
Basicamente, as alternativas não foram
bem formuladas mas, vamos analisá-
las:
Alternativa A - Incorreta: Se formos
levar em conta estritamente o valor da
PaO2, seria correto considerar se a
PaO2 fosse menor que 60 mmHg, que
não é o caso.
Alternativa B - Incorreta: Níveis
normais de PaCO2 nesse contexto
justificariam a intubação orotraqueal,
mas veja que seria uma resposta
incompleta, não seria a principal razão,
como pergunta o enunciado. A principal
razão é a refratariedade às medidas
terapêuticas iniciais com evolução para
falência respiratória.
Alternativa C - Incorreta: Pneumonia
não é indicação de IOT.
Alternativa D - Incorreta: A presença
de sibilância e taquipneia não é
indicação de IOT.
12. Uma paciente com 43 anos de
idade, sem comorbidades, vem
apresentando quadro de dor em
hipocôndrio direito, febre, colúria e
acolia fecal há 48 horas. Ao exame,
mostra-se lúcida, orientada no tempo e
espaço, com icterícia +/4, temperatura
axilar 39 ºC e pressão arterial de 130 x 90
mmHg. No exame do abdome
apresenta dor à palpação profunda do
ponto cístico, sem massas e/ou
visceromegalias. Realizou
ultrassonografia que mostrou vesícula
biliar com paredes levemente
espessadas, com cálculos pequenos em
seu interior; dilatação das vias biliares
com colédoco medindo 1 cm.
Diante desse quadro, quais são,
respectivamente, a principal hipótese
diagnóstica e o tratamento inicial
adequado?
A) Colecistite aguda; antibioticoterapia
venosa.
B) Colangite aguda; antibioticoterapia
venosa.
C) Colecistite aguda; colecistectomia de
emergência.
D) Colangite aguda; drenagem cirúrgica
das vias biliares.
CCQ: Icterícia obstrutiva + dor em
hipocôndrio direito + febre = colangite
aguda
Salve salve família Aristo, tudo bem
com vocês? Questãozinha do INEP-
REVALIDA-DF de 2022 trazendo um
tema frequente nas provas, sendo
abordado de forma inteligente e sem
muitas complicações, concordam?
A respeito de paciente de 43 anos com
quadro de dor em hipocôndrio direto,
febre, colúria e acoli fecal há 48 h, com
exame físico denotando febre de 39°C,
PA de 130 x 90 mmHg, com dor à
palpação profunda do ponto cístico.
USG demonstrou vesícula biliar com
paredes levemente espessadas, com
cálculos pequenos em seu interior e
colédoco dilatado, com 1 cm de
diâmetro. Qual o diagnóstico e conduta
inicial?
Icterícia obstrutiva + dor em
hipocôndrio direito + febre (podendo
ter calafrios associados) = colangite
aguda, certo!? Tal paciente apresenta a
tríade de Charcot e fecha nossa
hipótese principal. Inicialmente, a
conduta é internação, estabilização
clínica e início de antibioticoterapia,
com programação de CPRE eletiva,
caso se mantenha estável. Caso piore,
com instabilidade hemodinâmica e
confusão mental, devemos pensar que
o paciente está evoluindo com a
pêntade de Reynolds e, nesse caso,
deve-se fazer CPRE com urgência para
exploração da via biliar.
Bora avaliar as alternativas!!!
Alternativa A - Incorreta: Colecistite
aguda não cursa com icterícia, colúria e
acolia fecal;
Alternativa B - Correta: Conforme
explicação acima;
Alternativa C - Incorreta: Nos casos de
colecistite, não se realiza
colecistectomia de forma imediata;
Alternativa D - Incorreta: Não se indica
drenagem cirúrgica das vias biliares
como tratamento inicial de colangite
aguda não-supurativa.
13. Uma menina com 11 meses de idade
comparece à consulta de puericultura
na Unidade Básica de Saúde. A mãe
questiona como deve seguir a
vacinação, especificamente no caso do
sarampo, uma vez que a criança
recebeu uma dose dessa vacina aos 8
meses de idade, quando teve contato
com um caso suspeito da doença.
De acordo com o estabelecido pelo
Ministério da Saúde, essa criança deve
receber uma dose da vacina
A) tríplice viral aos 12 meses e uma dose
da vacina tetraviral aos 15 meses.
B) tríplice viral aos 12 meses e uma dose
da vacina tetraviral aos 18 meses.
C) antissarampo aos 12 meses e uma
dose da vacina tríplice viral aos 15
meses.
D) antissarampo aos 18 meses e outra
dose da vacina tetraviral aos 18 meses.
CCQ: Mesmo após a dose zero da
vacina contra Sarampo, a criança deve
receber uma dose da tríplice viral aos
12 meses e uma da tetra viral aos 15
meses
Ei pessoal, tudo joia? Questão simples,
direta e muito possível de ser recorrente
dada a nova realidade que estamos
vivendo, de aumento de casos de
sarampo. Vamos rever a imunização
dessa doença?
A vacina contraSarampoé composta de
vírus vivo atenuado e deve ser
administrada em duas doses: aos 12
meses pela tríplice viral e aos 15 meses
pela tetra viral. Mas a criança da
questão tomou uma vacina aos 8
meses, o que houve?
Diante da epidemia de Sarampo em
2019, houve uma recomendação de
uma dose adicional, chamada de dose
zero, para os lactentes de 6 meses até
11 meses e 29 dias. Essa dose NÃO
entra na conta das vacinas: é uma extra,
então a criança do caso ainda deve
tomar a tríplice aos 12 e a tetra aos 15
meses.
E um algo a mais sobre a vacina do
Sarampo é que ela pode ser feita para
pacientes expostos, não imunizados e
imunocompetentes como forma de
bloqueio. A vacina pode ser
administradaem até 72h após o contato
com um caso suspeito.
Vamos ver as alternativas:
Alternativa A - Correta: Exatamente o
que comentamos!!
Alternativa B - Incorreta: Aqui, o erro
está na idade de aplicação da tetra viral.
Alternativa C - Incorreta: Não, a dose
da tríplice é aos 12 meses.
Alternativa D - Incorreta: Aqui está
tudo errado!!
14. Uma paciente chega à unidade de
emergência com idade gestacional de
37 semanas e 6 dias, gesta: 2, para: 1,
aborto: 0 (um parto cesariana anterior),
com contrações uterinas presentes,
colo não pérvio, pressão arterial de 160
x 110 mmHg, já com duas aferições
intervaladas por 10 minutos.
Para esse caso, a conduta correta é
solicitar
A) acesso venoso e decúbito lateral
esquerdo, além de encaminhar a
paciente para cesariana de urgência.
B) decúbito lateral esquerdo e exames
laboratoriais, além de reavaliar a
pressão arterial da paciente e proceder
a resolução da gestação.
C) acesso venoso e exames
laboratoriais, além de iniciar sulfato de
magnésio e proceder a resolução da
gestação.
D) acesso venoso e exames
laboratoriais, além de encaminhar a
paciente para cirurgia devido a
cesariana anterior.
[QUESTÃO ANULADA]
Olá Aluno! Nos deparamos aqui com
uma questão sem resposta certa! A
questão nos cobra a conduta mais
adequada em casos de pico
hipertensivo grave na gestação. Vamos
conversar um pouco sobre?
A gravidez representa um
"experimento" para a reserva
cardiovascular da paciente no que
tange à hipertensão. Pacientes com
tendência a hipertensão desenvolvem
a DHEG (Doença Hipertensiva
Específica da Gravidez). Pacientes
com hipertensão prévia podem
apresentar uma DHEG superajuntada
à hipertensão prévia, cursando com
descompensação da comorbidade de
base.
Dentre as principais complicações da
DHEG, devemos nos atentar à pré-
eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia
consiste em medidas de pressão arterial
alteradas, podendo ser leve ou grave.
Observe abaixo:
Fonte: www.rmmg.org
Já a eclâmpsia é um fenômeno grave,
caracterizado por uma crise convulsiva
tônico-clônica generalizada e pode ser
precedida de sinais que indica a
iminência de eclâmpsia (cefaleia +
epigastralgia + escotomas visuais).
No casos dos picos hipertensivos, eles
devem ser manejados com anti-
hipertensivos de rápida ação. A
escolha principal é a hidralazina
seguida do nifedipino e, em último
caso, o uso de nitroprussiato de sódio,
que deve ser evitado pois podem causar
intoxicação fetal. Já a iminência de
eclâmpsia e a eclâmpsia são tratadas
com Sulfato de Magnésio em
esquema de Pritchard.
Na questão acima, a paciente apresenta
um pico hipertensivo. Não há evidência
de sofrimento fetal e nem sinais de
eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia.
Portanto, o tratamento deveria ter sido
feito com Hidralazina, Nifedipino ou
Nitroprussiato de sódio. Nenhuma
dessas opções está presente nas
alternativas.
15. Primigesta com 36 anos de idade e
com 26 semanas de gestação
comparece à consulta de rotina de pré-
natal na Unidade de Saúde da Família
(USF). A paciente nega queixas,
apresenta situação vacinal atualizada,
sorologias de segundo trimestre
negativas e procura checagem do
resultado do teste oral de tolerância à
glicose, realizado há 1 semana. O
resultado da glicemia de jejum de
primeiro trimestre foi de 90 mg/dl. O
médico de Família e Comunidade
identifica, no teste oral de tolerância à
glicose, glicemia de jejum de 85 mg/dl e
encontra o valor de 192 mg/dl na
dosagem após 1 hora de sobrecarga e o
de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas.
Com relação a esse caso, quais são,
respectivamente, o diagnóstico e a
conduta corretos?
A) Diabetes mellitus gestacional não
detectado; manter seguimento na
rotina de pré-natal de risco habitual na
USF.
B) Diabetes mellitus gestacional;
solicitar início, na USF, da
insulinoterapia (2,5 UI/Kg/dia) e avaliar
glicemia capilar em 15 dias.
C) Diabetes mellitus gestacional;
manter acompanhamento longitudinal
na USF e encaminhar a paciente para
pré-natal de alto risco.
D) Diabetes mellitus; suspender
acompanhamento do pré-natal de risco
habitual na USF e encaminhar a
paciente ao pré-natal de alto risco.
CCQ: TOTG entre 24 e 28 sem com
jejum entre 92 a 125 mg/dL, ≥ 180
mg/dL na 1 hora ou entre 153 e 199
mg/dL após 2 horas é DMG
Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo?
Temos aqui uma questão que aborda
um assunto garantido na sua prova!
Diabetes na gestação é um tema
recorrente e devemos estar com os
conceitos dominados. Vamos revisar
juntos:
O diabetes mellitus (DM) é
caracterizado por hiperglicemia
consequente à deficiência insulínica, que
pode ser decorrente da produção
pancreática reduzida, de inadequada
liberação e/ou da resistência periférica
ao hormônio. A hiperglicemia deve ser
categorizada e diferenciada em DM
diagnosticado na gestação (do inglês,
overt diabetes) ou em diabetes mellitus
gestacional, como descrito abaixo:
• Diabetes mellitus gestacional
(DMG): hiperglicemia detectada
pela primeira vez durante a
gravidez, com níveis glicêmicos
sanguíneos que não atingem os
critérios diagnósticos para DM;
• Diabetes mellitus
diagnosticado na gestação
(overt diabetes): mulher sem
diagnóstico prévio de DM, com
hiperglicemia detectada na
gravidez e com níveis glicêmicos
sanguíneos que atingem os
critérios da OMS para o DM em
não gestantes;
O rastreamento do DM é feito através
da medida da glicemia de jejum na
primeira consulta pré-natal < 20
semanas). Em caso de glicemia ≥ 126
mg/dL, temos diagnóstico de DM na
gestação; se glicemia 92 a 126 mg/dL,
considera-se DM gestacional. Se
glicemia < 92 mg/dL, aplica-se o TOTG
75g entre 24 e 28 semanas de gestação.
Nesse caso, o diagnóstico de DM
gestacional é confirmado se ao menos
um valor de:
• Jejum entre 92 a 125 mg/dL;
• 1 hora ≥ 180 mg/dL;
• 2 horas entre 153 e 199 mg/dL.
Por outro lado, o diagnóstico de DM na
gestação é firmado em caso de haver
ao menos um valor de:
• Jejum ≥ 126 mg/dL;
• 2 horas ≥ 200 mg/dL.
O tratamento do DMG inclui medidas
não farmacológicas como cuidados
com a alimentação, prática de exercício
físico e farmacológicas como uso de
medicamentos, além de
monitorizações metabólica e obstétrica
continuadas.
O tratamento farmacológico padrão
para o DMG é a insulina. O tratamento
com insulina é indicado nas gestantes
que não atingem as metas de controle
glicêmico com dieta, que apresentam
falha do tratamento com medicação VO
ou naquelas com indicadores de provável
falha do tratamento VO (glicemia de
jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h
no TOTG > 200 mg/dL).
A banca nos apresenta uma paciente
com os seguintes resultados no TOTG:
glicemia de jejum de 85 mg/dl, que não
fecha o diagnóstico de DM, mas valores
de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de
sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem
após 2 horas, ambos valores fechando o
diagnóstico de DM gestacional.
Vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Os valores
encontrados no TOTG indicam
diagnóstico de DM gestacional e a
paciente deve ser encaminhada para
pré-natal de alto risco.
Alternativa B - Incorreta: O
diagnóstico é de DM gestacional e a
terapêutica inicial deve ser feita com
medidas não farmacológicas,
inicialmente, e encaminhamento ao
pré-natal de alto risco.
Alternativa C - Correta: Como
discutido, os valores fecham o
diagnóstico de DM gestacional e a
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, com a USF habitual
mantendo o cuidado longitudinal e
coordenação do cuidado.
Alternativa D - Incorreta: O
diagnóstico de é DM gestacional. A
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, mas seguir o
acompanhamento na USF habitual.
16. Uma jovem com 19 anos de idade
chega para consulta na Unidade de
Pronto Atendimento por icterícia e
desconforto no quadrante superior
direito do abdome. A paciente refere
que vem se sentindo cansada há
aproximadamente 10 dias,
acrescentando que, nos primeiros 2 dias
desse quadro, apresentou febre (38 ºC
na regiãoaxilar)e artralgia,coriza,tosse
seca, perda de apetite, náuseas e dois
episódios de vômitos. Conta ainda que,
quando a icterícia apareceu, os
sintomas melhoraram bastante e que
agora sente apenas um pouco de
desconforto no quadrante superior
direito do abdome e leve diminuição do
apetite. Ao exame físico, a paciente
apresenta regular estado geral, ictérica
e com fígado palpável 2 cm abaixo do
rebordo costal; o baço não é palpável.
Considerando o quadro clínico e os
dados apresentados, a principal
hipótese diagnóstica dessa paciente é
A) leptospirose.
B) mononucleose.
C) colecistite aguda.
D) hepatite aguda viral.
CCQ: Saber que diante de um quadro
com um período prodrômico com
sintomas inespecíficos seguido do
aparecimento de icterícia e
hepatomegalia dolorosa devemos
suspeitar do diagnóstico de hepatite
viral aguda
Fala, aluno Aristo! Aqui nos deparamos
com mais uma questão sobre
gastroenterologia, focando nas
hepatites virais. Não se preocupe se não
conseguiu acertar. Vamos aprender
esse CCQ e acertar a partir de agora!
As hepatites agudas virais são doenças
causadas por diferentes agentes
etiológicos e que possuem relevância
para a saúde pública, devido ao grande
número de indivíduos atingidos e a
possibilidade de complicações.
É importante saber que o quadro clínico
da doença pode ser
oligossintomático/assintomático ou
sintomático. No primeiro caso, os
sintomas estão ausentes ou são leves e
atípicos, simulando um quadro gripal.
Já no segundo caso, as manifestações
clínicas são típicas como febre,
icterícia e colúria.
Na hepatite aguda, três fases podem
ser evidenciadas na evolução do
quadro. Há um período prodrômico ou
pré-ictérico em que ocorre a incubação
do vírus e ainda não está evidente a
icterícia. Nesse período, é comum
aparecerem manifestações
inespecíficas como anorexia, náuseas,
vômitos, febre baixa, mialgia, artralgia
e fadiga.
Posteriormente, há o aparecimento da
icterícia, na fase ictérica, e, em geral, os
sintomas prodrômicos tendem a
diminuir. O paciente pode apresentar
hepatomegalia dolorosa e
esplenomegalia. Há hiperbilirrubinemia
intensa e progressiva, às custas
principalmente de bilirrubina direta. As
aminotransferases podem aumentar de
10 a 100 vezes o limite superior da
normalidade.
Por fim, há o período de convalescença,
em que ocorre o desaparecimento da
icterícia e melhora do bem-estar geral.
Caso haja sintomas por mais de seis
meses, devemos pensar na cronificação
do quadro. Os vírus B, C e D podem
cronificar. Nesses casos, há inflamação
e fibrose contínua do fígado, podendo
levar a sintomas dependendo do grau
de lesão hepática. Está relacionado com
uma evolução desfavorável, com
complicações como cirrose hepática.
Agora que discutimos um pouco sobre
essa doença, vamos analisar as
alternativas abaixo.
Alternativa A - Incorreta: A
leptospirose geralmente se apresenta
com um período precoce com sintomas
inespecíficos como febre, dor de
cabeça, dor muscular, perda de apetite,
náuseas e vômitos. Em 15% dos casos,
pode evoluir para a apresentação mais
grave, cuja principal manifestação é a
síndrome de Well, com icterícia,
insuficiência renal e hemorragias.
Assim, não pensamos nessa condição
como diagnóstico mais provável.
Alternativa B - Incorreta: Deve-se
suspeitar de mononucleose em caso de
febre, dor de garganta, fadiga e
linfoadenomegalia importante. Dessa
forma, apresenta quadro típico
diferente do apresentado pela paciente.
Alternativa C - Incorreta: A colecistite
aguda se apresenta geralmente com
um quadro de dor contínua em abdome
superior, pior após a ingestão de
alimentos gordurosos. O paciente pode
apresentar náuseas, vômitos, anorexia
e febre. Não cursa com icterícia, a não
ser quando associada a outras
complicações, como coledocolitíase,
não sendo pensada como diagnóstico
mais provável.
Alternativa D - Correta: Como vimos,
as hepatites virais agudas cursam com
um período de sintomas inespecíficos e,
posteriormente, aparecimento da
icterícia e da hepatomegalia dolorosa e
ocasional esplenomegalia, sendo
compatível com o quadro acima
descrito.
17. Um homem com 33 anos de idade
chega para atendimento no Pronto-
Socorro de hospital de nível secundário.
Relata vômitos com sangue assim como
fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao
exame físico, encontra-se descorado,
taquicárdico, hipotenso. Realizou
endoscopia digestiva alta que
evidenciou úlcera péptica pré-pilórica
(tipo III de Johnson), com sangramento
em jato proveniente da lesão
(Classificação Ia de Forrest), sendo
realizada hemostasia da ulceração com
solução de adrenalina. Doze horas após
a terapêutica endoscópica, apresentou
novamente vômitos com sangue em
grande quantidade, frequência cardíaca
de 110 batimentos por minuto e pressão
arterial de 80 x 40 mmHg.
Com base na história clínica do paciente
e nos dados do exame físico, o
tratamento adequado deve ser
A) reposição volêmica e nova
endoscopia para terapêutica
endoscópica.
B) terapia intensiva, inibidor de bomba
de prótons e tratamento operatório.
C) transferência para angiografia
terapêutica e embolização em hospital
terciário.
D) terapia intensiva e dobrar a dose de
inibidor de bomba de prótons
endovenoso.
CCQ: Saber que em pacientes com
hemorragia digestiva alta e perda
importante de volume é necessário
realizar reposição volêmica e
tratamento endoscópico
Olá, aluno Aristo. Temos aqui mais uma
questão sobre hemorragia digestiva
alta. Não se preocupe se errou. Vamos
aprender esse CCQ e acertar a partir de
agora.
Dizemos que há hemorragia digestiva
alta (HDA) quando há sangramentos no
trato gastrointestinal acima do
ligamento de Treitz. Ela pode ser
manifestada por meio de hematêmese,
em que há vômitos com sangue, ou
melena, em que o sangue encontra-se
digerido nas fezes, dando-lhes o
aspecto escurecido e fétido.
Diante de um paciente com HDA a
prioridade do tratamento é a
estabilização hemodinâmica em caso
de sangramento agudo. Em pacientes
com perdas menores que 15% de
volume não há sintomas como
hipotensão e taquicardia. Perdas entre
15 a 30% geram taquicardia em repouso
e hipotensão postural e, no caso de PAS
< 90 mmHg, alterações de consciência e
extremidades frias, devemos suspeitar
de choque hipovolêmico, em que a
perda sanguínea é maior que 40% do
volume. Nos casos em que há
sintomatologia diante do sangramento,
é necessário realizar reposição
volêmica.
Após estabilização hemodinâmica e
medidas iniciais como monitorização e
solicitação de exames laboratoriais,
deve-se realizar endoscopia digestiva
alta (EDA) precocemente, entre 12 a 24
horas após a admissão, para se
identificar a origem do sangramento e
inclusive tratá-lo em alguns casos.
A doença ulcerosa péptica é uma das
causas da HDA. Ela pode ser
classificada, de acordo com sua
localização, pela classificação de
Johnson:
• Tipo I - localizada no corpo
gástrico;
• Tipo II - associada à úlcera
duodenal;
• Tipo III - pré-pilórica;
• Tipo IV - próxima à junção
esofogogástrica, considerada
alta.
Além disso, a classificação de Forrest,
permite avaliar o sangramento
presente na úlcera e guia a terapia
endoscópica a ser escolhida. Podemos
visualizar essa classificação na tabela
abaixo. Em casos de sangramentos
visíveis ou vaso visível, deve ser
realizado tratamento endoscópico.
Disponível em: GIORDANO-NAPPI,
José; MALUF FILHO, Fauze. Aspectos
endoscópicos no manejo da úlcera
péptica gastroduodenal. Rev. Col. Bras.
Cir., Rio de Janeiro , v. 35, n. 2, p. 124-
131, Apr. 2008 .
Diante disso, vamos analisar as
alternativas abaixo.
Alternativa A - Correta: O paciente
acima apresenta sinais de instabilidade
hemodinâmica e precisa de reposição
volêmica. Além disso, está indicada
realização de EDA para identificação da
origem do sangramento e tratamento.
Alternativa B - Incorreta: O
tratamento cirúrgico está indicado em
pacientes com choque hipovolêmico,
que não respondem a outros métodos e
aqueles que necessitem de mais de 6
unidades de concentrado de hemácias,
o que não é o caso.
Alternativa C - Incorreta: A angiografia
terapêutica e a embolização não são
tratamentos indicados para úlceras
pépticas.
Alternativa D - Incorreta: Os inibidores
de bomba de prótons devem ser usados
para tratamento da úlcera péptica,
podendo utilizar o omeprazol ou
pantoprazol, 80mg em bolus com
manutenção de 8mg/h durante 72 horas
para aumentar a estabilidade do
coágulo. Apesar disso, nesse paciente
em questão é necessário
prioritariamente a estabilização
hemodinâmica e abordagem
endoscópica inicialmente.
18. Um médico de plantão em uma
unidade de saúde materno- infantil de
hospital secundário recebe a
informação de parto de uma gestante
com antecedente de tratamento de
sífilis primária no segundo trimestre da
gestação, com penicilina benzatina
2.4000.000 UI, dose única, via
intramuscular. O parto foi normal, sem
intercorrências, com recém-nascido
(RN) a termo, capurro de 39 semanas e
4 dias, peso: 3.450 g, estatura: 49 cm e
apgar: 9-10; ele está assintomático e
com exame físico sem alterações.
Houve a coleta de sorologias da mãe e
do RN. Os resultados do VDRl mostram
títulos maternos de 1:4 e títulos do RN
de 1:32.
Em relação ao recém-nascido, a
conduta a ser adotada é
A) fazer seguimento ambulatorial com
novas coletas de VRDl nas consultas de
rotina.
B) solicitar radiografia de ossos longos e
hemograma e notificar sífilis congênita
se exames alterados.
C) notificar sífilis congênita, solicitar
líquor, radiografia de ossos longos,
hemograma e iniciar tratamento.
D) notificar sífilis congênita e iniciar
tratamento com penicilina cristalina
endovenosa por 10 dias.
CCQ: Se títulos de VDRL do RN forem
pelo menos duas diluições maiores
que os da mãe, notificar sífilis
congênita, solicitar líquor, radiografia
de ossos longos, hemograma e iniciar
tratamento
Ei pessoal, tudo certo por aí?
Questãozinha sobre infecções
congênitas, mais especificamente a
sífilis. Bora rever?
Sempre que temos uma gestante
diagnosticada com sífilis, precisamos
nos atentar à possibilidade de uma
transmissão vertical e ao fato de que o
recém-nascido pode ter uma sífilis
congênita.
A criança da questão é uma criança
exposta à sífilis e nesse caso não
sabemos se a mãe foi ou não tratada
adequadamente, pois não temos os
títulos de VDRL anteriores. Se
supormos que não, temos uma criança
exposta a sífilis com tratamento
inadequado da mãe: notificamos sífilis
congênita, solicitamos exames e
tratamos. Os exames solicitados são:
Teste não-treponêmico em amostra de
sangue periférico da puérpera e do RN;
radiografia de ossos longos; análise do
líquido cefalorraquidiano (VDRL,
celularidade e proteinorraquia) e
hemograma completo.
Se supormos que sim, temos uma
criança com mãe adequadamente
tratada, mas com teste não
treponêmico pelo menos duas diluições
MAIOR que o materno: notificamos
sífilis congênita, solicitamos exames e
tratamos. Veja esse fluxograma que
resume bem o que dissemos e também
pode ser encontrado na página 36 da
sua apostila sobre Infecções
Congênitas.
Vamos ver as alternativas:
Alternativa A - Incorreta: A sífilis
congênita pode trazer inúmeras
consequências, precisamos tratar, não
apenas observar o caso.
Alternativa B - Incorreta: Como vimos,
já consideramos sífilis congênita e
notificamos. Os exames nos ajudarão a
guiar o tratamento, não a diagnosticar.
Alternativa C - Correta: Exatamente o
que vimos.
Alternativa D - Incorreta: O que vai
guiar o tipo de penicilina usada serão os
exames. Líquor normal, posso usar a
procaína, por exemplo.
19. Uma mulher com 38 anos de idade
comparece ao pronto atendimento com
dor em baixo ventre de forte
intensidade há algumas horas. A
paciente refere que vinha sentindo um
leve incômodo em baixo ventre, mas há
algumas horas sente dor de forte
intensidade em abdome, mais
localizada em baixo ventre. Não tem
fatores de melhora e piora ao caminhar.
Refere náuseas e um episódio de
vômito. Nega febre. Como
antecedentes já teve uma doença
inflamatória pélvica há alguns anos,
tratada com antibióticos. Está casada
há 10 anos, não utiliza método
anticoncepcional hormonal e não usa
preservativo em todas as relações. Tem
dois filhos que nasceram de parto
normal. Nega patologias clínicas. A
data da última menstruação foi há
aproximadamente 7 semanas. Ao
exame, apresenta regular estado geral,
lúcida e contactuante, afebril,
descorada (++/++++), com pressão
arterial de 100 x 55 mmHg e pulso de
110 batimentos por minuto. Exame
cardiopulmonar sem anormalidades.
Abdome distendido, doloroso,
descompressão brusca presente em
fossa ilíaca direita. Ruídos hidro aéreos
presentes, mas diminuídos. Exame
especular sem sangramento, presença
de discreta leucorreia fluida sem sinais
de vulvovaginite. Toque vaginal com
muita dor, dificultando o exame, mas o
útero está de tamanho, forma e
consistência normal; sente muita dor à
palpação de fundo de saco.
Considerando o quadro clínico
apresentado, assinale a opção que
apresenta, respectivamente, a principal
hipótese diagnóstica e a conduta
correta a ser realizada.
A) Apendicite aguda; cirurgia.
B) Gestação ectópica rota; cirurgia.
C) Doença inflamatória pélvica;
antibioticoterapia parenteral.
D) Aborto ou ameaça de aborto;
internação para observação.
CCQ: Mulheres com gravidez ectópica
tendem a cursar com sintomas de dor
abdominal, atraso menstrual e
sangramento genital
Olá, pessoal! Questão bem interessante
porque requer conhecimento não
apenas da ginecologia e obstetrícia mas
também ter um bom leque de
diagnósticos diferenciais se tratando de
dor abdominal.
Nesse caso, trata-se de uma paciente
com DUM há 7 semanas e apresentando
um quadro que já indica uma
instabilidade. O exame físico revela
descompressão brusca presente em
fossa ilíaca direita como um sinal de
irritação peritoneal e o toque vaginal
doloroso. A história de dor a abdominal
com atraso menstrual e sinais de
choque é um forte indicativo de
gravidez ectópica rota.
Sendo resultado de implantação e
desenvolvimento do ovo fora da
cavidade uterina, o local mais
acometido por essa patologia são as
tubas uterinas (90%-95% dos casos),
porém podem ocorrer em diferentes
locais como na porção intersticial da
tuba, cérvice uterina, no ovário,
cavidade do abdômen e, até mesmo, na
cicatriz da cesárea.
Nesses casos, a dor é o principal
sintoma, tendo caráter sincopal e
lancinante na ruptura tubária e possui
caráter de cólicas no aborto. Ao
estabelecimento do hemoperitônio, a
dor se acentua e generaliza para todo o
abdome associado à ocorrência de
náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor
escapular decorrente de dor referida
por irritação diafragmática pelo
hemoperitônio.
Durante o exame físico da paciente,
podem ser notados sinais como palidez
cutaneomucosa sem perda sanguínea
visível, taquicardia e hipotensão arterial
devido ao estado de hipovolemia
instalado devido a condição. Além
disso, pode-se observar dor à
descompressão brusca, redução dos
ruídos hidroaéreos intestinais, intensa
dor durante a palpação do fundo de
saco posterior (classificado como Sinal
de Proust) - como apresentado pela
paciente.
Agora, vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Embora o
dado de descompressão brusca
presente em fossa ilíaca direita possa
levar a cogitar apendicite, outros dados
da história clínica da paciente como
amenorreia,toque vaginaldolorosoe os
sinais vitais podem não torná-lo o
principal diagnóstico.
Alternativa B - Correta: Exato!
Conforme justificado no texto.
Alternativa C - Incorreta: A paciente
não possui os critérios para fechar
diagnóstico de DIP.
Alternativa D - Incorreta: A paciente
não apresenta história compatível com
ameaça de aborto.
20. O médico de uma Equipe de Saúde
da Família (ESF) está presente em uma
reunião com moradoresda área adstrita
que discute sobre o papel da ESF no
planejamento de um projeto de
intervenção coletiva para promoção da
saúde local. Um dos moradores
pergunta sobre a possibilidade e
importância da participação do controle
social no projeto.
Com relação ao aspecto questionado, o
médico deve esclarecer que
A) não há espaço para a participação do
controle social no desenvolvimento do
projeto de intervenção.
B) a participação do controle social é
legalmente permitida e muito
importante para o desenvolvimento do
projeto.
C) a participação do controle social no
desenvolvimento do projeto seria
importante, mas não é permitida pela
legislação brasileira.
D) a participação do controle social no
desenvolvimento do projeto só é
permitida após aprovação pelo poder
legislativo do município.
CCQ: Saber que a participação do
controle social é instituída legalmente
Fala, galera! Estamos diante de uma
questão que aborda a participação
social, princípio definido pela Lei
Orgânica da Saúde (8.080/90) e
sistematizado pela lei 8142/90. Observe
que há uma tendência das provas em
não perguntar diretamente o que diz
determinada lei, mas sim mesclar em
situações do cotidiano. Vamos rever
sobre essesprincípios, já que trata-se de
um tema recorrente:
• Universalidade: significa que
todos os cidadãos têm acesso ao
sistema, incluindo os
estrangeiros.
• Integralidade: as ações de saúde
estão presentes em todas as
possíveis esferas, promoção de
saúde, prevenção de doenças,
cura e reabilitação.
• Equidade: esse princípio existe
devido a necessidade de
redução das disparidades sociais
e regionais que temos no Brasil.
Ele se relaciona ao conceito de
Justiça Social. Em se tratando de
SUS visa ações e serviços de
saúde, de forma a garantir
atendimento ao cidadão em
qualquer lugar, da forma que ele
precisar, sem distinção de
classe, sem privilégios, sem
nada do tipo. Ele se materializa
oferecendo mais recursos a
quem mais precisa e menos
recursos a quem menos precisa.
Logo, percebemos que
equidade é diferente de
igualdade, já que igualdade não
envolve diminuição de
heterogeneidade.
• Descentralização: significa uma
redistribuição das
responsabilidades das ações e
dos serviços de saúde entre os 3
níveis de poder.
• Regionalização:
municipalização do cuidado,
mediante maior autonomia e
autoridade dos municípios, já
que cada município conhece
melhor sua realidade.
• Hierarquização: organização da
atenção em diferentes níveis de
atenção, primária, secundária e
terciária.
• Participação Social: garante
participação da própria
população na formulação de
políticas e ações em saúde.
Ocorre mediante os Conselhos e
as Conferências de Saúde.
• Resolubilidade: o sistema deve
ser resolutivo, ou seja, de
alguma forma o problema do
usuário/paciente deve ser
solucionado!
• Complementaridade: é possível
contratar o serviço privado. Em
caso de insuficiência do setor
público, pode haver necessidade
de contratação do serviço
privado de forma
complementar.
Agora podemos ir às alternativas.
Alternativa A – Incorreta: Há espaço
para a participaçãodocontrolesocialno
desenvolvimento do projeto de
intervenção, assim como está previsto
na legislação.
Alternativa B – Correta: Exato! A
participação do controle social é
assegurada pela Lei 8142 e é essencial
no desenvolvimento do projeto.
Alternativa C – Incorreta: A
participação do controle social no
desenvolvimento do projeto é
permitida pela legislação brasileira.
Alternativa D – Incorreta: Não é
necessário a aprovação do poder
legislativo para que a participação
social ocorra, ela pode ocorrer por meio
de participação ativa da população nas
atividades da saúde, nos Conselhos e
Conferências de saúde.
21. Uma jovem com 14 anos de idade
procura atendimento em Unidade
Básica de Saúde (UBS) devido a crises
recorrentes de lombalgia há, pelo
menos, 4 anos. Relata que a dor é
intensa, de início agudo, sem fator
desencadeante que tenhaidentificadoe
que já havia precisado ser levada a
pronto atendimento em algumas
dessas crises para administração de
analgésicos endovenosos. Conta que,
em algumas dessas ocasiões, realizou
exames laboratoriais, informando que
apenas era detectada a presença de
anemia. Acrescenta que, no último
atendimento, também foi realizada
uma radiografia da coluna lombar, que
evidenciou a presença de vértebras em
"H", tendo sido orientada a procurar o
médico da UBS para prosseguimento
de investigação.
Diante desse histórico, o médico da
UBS deve considerar a hipótese de
A) hiperparatireoidismo e solicitar
dosagem de paratormônio.
B) anemia falciforme e solicitar
eletroforese de hemoglobina.
C) fraturas vertebrais secundárias e
solicitar tomografia computadorizada.
D) espondilite anquilosante e solicitar
ressonância magnética de sacroilíacas.
CCQ: Saber que a anemia falciforme
pode se apresentar com crises álgicas
acompanhada de anemia recorrente e
ter como imagem radiológica na
radiografia de coluna vertebral o
padrão de "vértebra em H”
Olá, aluno Aristo!
Questão sobre anemia falciforme.
Vamos relembrar?
Segundo o Tratado de Pediatria 4ª
Edição, doença falciforme é o termo
utilizado para definir um grupo de
alterações genéticas caracterizadas
pelo predomínio da hemoglobina S
(HbS). Essas alterações incluem a
anemia falciforme (HbSS), cujas
manifestações clínicas dependem do
genótipo e é caracterizada por
episódios de dores osteoarticulares,
dores abdominais, infecções e sintomas
respiratórios (taquipneia, dispneia,
tosse e dor torácica),além de retardodo
crescimento e da maturação sexual,
complicações oftalmológicas, acidente
vascular cerebral e comprometimento
crônico de múltiplos órgãos.
A anemia falciforme pode acarretar em
infartos ósseos que, na coluna
vertebral, podem causar deformações
chamadas de “vértebras em H”.
Ainda, segundo o tratado, o diagnóstico
laboratorial completo da doença
falciforme no período pós‐natal inclui a
realização de hemograma com
contagem de reticulócitos, além da
detecção da HbS e da sua associação
com outras frações pela a eletroforese
de hemoglobina. Vale lembrar que o
diagnóstico em geral é realizado por
meio do teste do pezinho, durante a
triagem neonatal.
Com isso, vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: O
hiperparatireoidismo não se apresenta
com anemia e imagem óssea como
descrita no caso.
Alternativa B - Correta: Exato! A
paciente apresenta quadro típico de
crise álgica, muito característica de
anemia falciforme, acompanhada de
anemia persistente. Além disso,
apresenta imagem radiográfica
característica da doença. A técnica mais
eficaz para o exame diagnóstico é a
eletroforese de hemoglobina.
Alternativa C - Incorreta: Farturas
vertebrais secundarias não justificariam
as crises álgicas como descritas e nem a
anemia.
Alternativa D - Incorreta: A espondilite
anquilosante é um tipo de artrite e não
cursa com anemia, além de não se
apresentar com a imagem radiológica
descrita no caso.
22. Um homem com 22 anos de idade,
atendido no Pronto-Socorro de
hospital, apresentava um ferimento por
projétil de arma de fogo no hemitórax
direito. Ao exame físico, foram
constatados: frequência respiratória de
24 incursões respiratórias por minuto,
frequência cardíaca de 110 batimentos
por minuto, preenchimento capilar
maior que 2 segundos, pressão arterial
de 80 x 40 mmHg, estase jugular
bilateral, desvio da traqueia para a
esquerda, murmúrio vesicular abolido e
timpanismo aumentado no hemitórax
direito.
Com base nesses dados, a conduta
adequada é realizar
A) radiografia do tórax e toracocentese
no segundo espaço intercostal direito.
B) radiografia do tórax e drenagem
pleural fechada no quarto espaço
intercostal direito.
C) toracocentese inicialmente e
drenagem pleural fechada no quarto
espaço intercostal direito.
D) toracocentese inicialmente e
drenagem pleural aberta no segundo
espaço intercostal direito.
QUESTÃO ANULADA
Fala, galera! Temos aqui uma questão
bem interessante sobre trauma
torácico. Trata-se de um paciente
vítima de trauma por arma de fogo em
hemitórax direito. Clinicamente ele
apresenta sinais de choque:
taquicardia, tempo de enchimento
capilar aumentado, hipotensão. Além
disso, ao exame físico conseguimos
identificar turgência jugular + desvio da
traqueia + timpanismo à percussão.
Diante disso, nossa hipótese
diagnóstica será de pneumotórax
hipertensivo, concordam?
O diagnóstico de pneumotórax
hipertensivo é essencialmente clínico,
não precisamos de exames
complementares. O tratamento
imediato é a punção torácica, ou
toracocentese de alívio, no 5º espaço
intercostal na linha axilar média.
Porém, a conduta terapêutica definitiva
é a drenagem torácica em selo d'água,
também no 5º espaço intercostal.
Algo a mais: Fiquem atentos na
localização da toracocentese, pois
costuma ser pegadinha de prova. De
acordo com a nova edição do ATLS, a
toracocentese não é mais feita no 2º
espaço intercostal, e sim no 5º
igualmente a drenagem.
Alternativa A - Incorreta:
Comentamos que o diagnóstico de
pneumotórax hipertensivo é clínico,
portanto a solicitação de radiografia de
tórax se faz desnecessária.
Alternativa B - Incorreta: Novamente o
que discutimos, não é conduta de rotina
a solicitação da radiografia, já que o
diagnóstico é clínico. Além disso, a
drenagem torácica é feita no quinto
espaço intercostal.
Alternativa C - Incorreta: A alternativa
traz a toracocentese como conduta
inicial seguida de drenagem, que está
correta. Porém, de acordo com o ATLS,
o local de inserção do dreno de tórax é
no 5º espaço intercostal. Algumas
bancas trazem como referência o 4º
espaço intercostal como nesse caso,
fiquem do olho.
Alternativa D - Incorreta: Como já
discutimos, o local tanto da
toracocentese de alívio como da
drenagem torácica, é o 5º espaço
intercostal.
23. Um lactente com 18 meses de idade
é atendido em Unidade Básica de Saúde
em virtude de a mãe ter notado "algo
duro" na barriga do filho durante o
banho há 1 semana. A mãe fez uso de
laxativo por 2 dias, mas não houve
desaparecimento da tumoração. Nesse
período, ela notou que a criança estava
mais apática e inapetente. Ela nega
sintomas respiratórios e febre. Relata
que o filho nasceu de parto cesárea a
termo, sem intercorrências neonatais e
que recebeu aleitamento materno
exclusivo por 6 meses. Observa-se bom
ganho pondero-estatural e vacinação
em dia. A mãe traz exame de urina
realizado há 3 dias, que mostra
hematúria. Ao exame físico, apresenta
regular estado geral, apático, hipoativo,
descorado 1+/4+, afebril, acianótico,
frequência cardíaca de 104 batimentos
por minuto, frequência respiratória de
32 incursões respiratórias por minuto,
pressão arterial no percentil 95 para a
idade e estatura. Ausência de
linfoadenomegalias. Abdome com
presença de massa de consistência
endurecida no andar superior, sem
ultrapassar linha média. Membros sem
edema ou lesões.
Considerando esse caso clínico, a
principal hipótese diagnóstica e o
exame indicado para elucidar o
diagnóstico são, respectivamente,
A) linfoma; ultrassonografia de abome.
B) tumor de Wilms; ultrassonografia de
abdome.
C) glomerulonefrite difusa aguda;
complemento sérico.
D) neuroblastoma; tomografia
computadorizada de abdome.
CCQ: Saber que o tumor de Wilms é o
tumor renal mais comum em crianças
Olá, pessoal! Temos aqui uma questão
com um caso clínico que aborda o
diagnóstico diferencial de massas
tumorais. Vamos analisar juntos:
Trata-se de um lactente de 18 meses,
previamente hígido, com uma massa
tumoral no andar superior do
abdome. Além disso, ele apresenta-se
apático, hipoativo, hipocorado e com
alterações que sugerem
comprometimento renal: hematúria e
aumento pressórico (PA no percentil
95).
Diante desse cenário, devemos pensar
nos principais tumores da faixa etária
pediátrica e associá-lo a alteração renal.
Agora ficou tranquilo, certo?!
• Assim, nossa principal hipótese
é o Tumor de Wilms
(nefroblastoma).
• É o tipo de tumor renal mais
comum na infância e pode
acometer um ou ambos os rins.
• Algumas síndromes genéticas
podem estar associadas a um
maior risco de desenvolver a
doença.
• Esse tipo de tumor pode ser
evidenciado apenas como
massa palpável no abdome ou
apresentar outros sintomas
associados, como infecção
urinária, hematúria,
hipertensão arterial e/ou dor
abdominal. Na maior parte das
vezes, o estado geral da criança
é bom. Em casos mais graves,
podem ocorrer metástases
principalmente para o pulmão.
• O diagnóstico é feito por meio
de exames de imagem (como
ultrassonografia de abdome,
radiografia de tórax, tomografia
computadorizada de tórax,
abdome e pelve, ressonância
nuclear magnética de abdome),
com ou sem biópsia da massa
inicialmente.
• O tratamento é baseado em
cirurgia, quimioterapia e/ou
radioterapia em alguns casos.
Os pacientes com a doença
localizada, em geral, têm boa
resposta ao tratamento, com
alta taxa de cura.
Vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: No linfoma
espera-se linfonodomegalias, o que não
é descrito no nosso caso clínico.
Alternativa B - Correta: Exatamente
como discutimos acima.
Alternativa C - Incorreta: Na
glomerulonefrite não há a presença de
massa palpável.
Alternativa D - Incorreta: Trata-se de
um tumor sólido extracraniano mais
comum em crianças e o mais
comumente diagnosticado em
lactentes menores de 1 ano. Pode surgir
na glândula adrenal e/ou nas regiões
cervical, torácica, abdominal e/ou
pélvica, seguindo o trajeto de toda a
cadeia do sistema nervoso simpático.
Mas o nefroblastoma é o mais comum
nos rins, sendo a nossa primeira
suspeita.
24. Em uma Unidade Básica de Saúde,
uma adolescente com 13 anos de idade,
acompanhada da mãe, refere, em
consulta, ausência de menstruação. A
genitora mostra-se ansiosa, pois relata
acreditar que o desenvolvimento
corporal da filha está atrasado em
relação às amigas da mesma idade. Ao
exame físico, a adolescente apresenta
altura e peso compatíveis com percentil
60 do gráfico de crescimento da
Organização Mundial da Saúde.
Observa-se aumento das mamas e
aréola, sem separação dos contornos
(M3 na classificação de Tanner), assim
como presença de pelos pigmentados,
longos e enrolados, atingindo a sínfise
púbica (P3 na classificação de Tanner).
Nesse caso, a conduta adequada é
A) solicitar dosagens hormonais e fazer
o encaminhamento da paciente para
centro de referência.
B) pedir avaliação ultrassonográfica da
presença e tamanho de útero e ovários
da paciente.
C) solicitar teste de progesterona via
oral da paciente para estímulo
endometrial.
D) orientar e esclarecer apaciente sobre
a normalidade do desenvolvimento
CCQ: Não há anormalidade em um
quadro de adolescente de 13 anos que
está em M3-P3 e ainda não menstruou
Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha
sobre crescimento e desenvolvimento:
a famosa puberdade. Vamos lá?
Quando falamos de puberdade, é
preciso diferenciá-la primeiro da
adolescência. A puberdade envolve um
desenvolvimento biológico, enquanto a
adolescência envolve um
desenvolvimento biopsicossocial.
Nas meninas, a puberdade ocorre entre
8 e 13 anos, onde temos a telarca,
evolução da mama parao estádio M2 de
Tanner e 2,5 anos depois da telarca, a
menarca. E nos meninos, entre 9 e 14
anos, onde temos aumento do volume
testicular para 4 cm cúbicos, e entrada
no estádio G2 de Tanner.
A menina daquestãoestánoestágioM3
de Tanner, ou seja, ainda há tempo para
que ocorra a menstruação, por volta do
M3-M4. Considerando isso e o fato de
que não há nenhum sinal de alerta e o
crescimento está ótimo, explicamos
para a mãe e para a adolescente a
normalidade do quadro.
Vamos ver quais são esses estágios de
Tanner nas meninas e nos meninos e
depois analisar as alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Não há, no
caso relatado, quaisquer sinais que me
façam desconfiar de problemas
hormonais.
Alternativa B - Incorreta: Como vimos,
nada anormal no caso, não temos que
fazer US de rotina e o caso não nos
indica essa necessidade.
Alternativa C - Incorreta: Não há, no
caso relatado, quaisquer sinais que me
façam desconfiar de problemas
hormonais.
Alternativa D - Correta: Exatamente o
que vimos: tudo dentro da faixa de
normalidade.
25. Em reunião de equipe de uma
Unidade de Saúde da Família, o médico
de família e comunidade propõe a
discussão de estratégias para a
orientação da comunidade sobre a
COVID-19. A equipe atende a uma
região periférica, composta por uma
área de ocupação, conjuntos
habitacionais populares e residências
de classe média.
Nesse contexto, a estratégia adequada
é
A) homogeneizar as orientações para
toda a comunidade, já que a COVID-19
atinge de modo semelhante todos os
grupos populacionais.
B) assumir um papel de vigilância em
saúde, com prioridade às necessidades
dos grupos mais vulneráveis em relação
à pandemia da COVID-19.
C) buscar orientações dos órgãos
competentes, alertando contra
quaisquer recomendações de curadores
tradicionais referentes à pandemia da
COVID-19.
D) posicionar-se com neutralidade
diante das necessidades da
comunidade e das diferentes
orientações das autoridades municipal,
estaduale federalnocombate àCOVID-
19.
CCQ: Saber que devemos devemos
priorizar as necessidades dos grupos
mais vulneráveis com base no
princípio da equidade
Fala, galera! Estamos diante de uma
questão que aborda de modo
contextualizado a equidade, princípio
definido pela Lei Orgânica da Saúde
(8.080/90). Vamos rever sobre esses
princípios, já que trata-se de um tema
recorrente:
• Universalidade: significa que
todos os cidadãos têm acesso ao
sistema, incluindo os
estrangeiros.
• Integralidade: as ações de saúde
estão presentes em todas as
possíveis esferas, promoção de
saúde, prevenção de doenças,
cura e reabilitação.
• Equidade: esse princípio existe
devido a necessidade de
redução das disparidades sociais
e regionais que temos no Brasil.
Ele se relaciona ao conceito de
Justiça Social. Em se tratando de
SUS visa ações e serviços de
saúde, de forma a garantir
atendimento ao cidadão em
qualquer lugar, da forma que ele
precisar, sem distinção de
classe, sem privilégios, sem
nada do tipo. Ele se materializa
oferecendo mais recursos a
quem mais precisa e menos
recursos a quem menos precisa.
Logo, percebemos que
equidade é diferente de
igualdade, já que igualdade não
envolve diminuição de
heterogeneidade.
• Descentralização: significa uma
redistribuição das
responsabilidades das ações e
dos serviços de saúde entre os 3
níveis de poder.
• Regionalização:
municipalização do cuidado,
mediante maior autonomia e
autoridade dos municípios, já
que cada município conhece
melhor sua realidade.
• Hierarquização: organização da
atenção em diferentes níveis de
atenção, primária, secundária e
terciária.
• Participação Social: garante
participação da própria
população na formulação de
políticas e ações em saúde.
Ocorre mediante os Conselhos e
as Conferências de Saúde.
• Resolubilidade: o sistema deve
ser resolutivo, ou seja, de
alguma forma o problema do
usuário/paciente deve ser
solucionado!
• Complementaridade: é possível
contratar o serviço privado. Em
caso de insuficiência do setor
público, pode haver necessidade
de contratação do serviço
privado de forma
complementar.
Agora podemos ir às alternativas.
Alternativa A – Incorreta: Estamos
lidando com grupos populacionais
distintos, os quais vão ter uma
vulnerabilidade diferente para o
adoecimento para COVID-19, de modo
que seria adequado heterogeneizar as
orientações na comunidade, já que essa
doença atinge os grupos populacionais
de modo diferente.
Alternativa B – Correta: Exato! Essa
alternativa reflete o princípio da
equidade, de forma que devemos
lembrar que cada grupo populacional
pode ter riscos distintos, e portanto
devemos tratar diferentemente cada
situação. Dessa forma, é adequado
assumir um papel de vigilância em
saúde, com prioridade às necessidades
dos grupos mais vulneráveis em relação
à pandemia da COVID-19.
Alternativa C – Incorreta: Com base na
competência cultural, que é um dos
atributos derivados da APS, como
profissionais de saúde devemos saber
nos conectar com os saberes locais para
trabalhar com determinada
comunidade erespeitar sua cultura, não
devendo alertar contra
recomendações de curadores
tradicionais no contexto do COVID-19,
a não ser que represente algo nocivo.
Alternativa D – Incorreta: A equipe
tem papel de tentar resolver os
problemas da comunidade, devendo
aderir às recomendações e levar para as
pessoas, não sendo adequado
posicionar-se com neutralidade frente
às necessidades da população.
26. Um homem com 48 anos de idade,
tabagista, em tratamento irregular de
hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus e dislipidemia, é admitido na
unidade de emergência de hospital de
pequeno município do interior, com
quadro de dor torácica de forte
intensidade, tipicamente anginosa,
associada a diaforese, náuseas e
vômitos. Segundo informa, o quadro
álgicotem cerca de 4 horasde evolução,
não tendo procurado antes a unidade
de saúde por receio de contaminação
devido à pandemia em curso. O exame
físico dirigido revela um paciente em
moderado desconforto agudo, ansioso,
com pressão arterial (PA) de 102 x 70
mmHg, frequência cardíaca de 102
batimentos por minuto, levemente
taquipneico, frequência respiratória de
22 incursões respiratórias por minuto.
Na ausculta cardíaca, revelam-se uma
4a bulha e um sopro sistólico suave na
ponta, estando os pulmões limpos. É
realizado, então, um eletrocardiograma
(ECG) nos primeiros 10 minutos de
atendimento, que mostra a presença de
um supradesnível do segmento ST
superior a 2 mm nas derivações D2, D3,
aVF e V1, além de infradesnível de ST de
3 mm nas derivações V2 a V4, nas quais
são observadas ondas R aumentadas e
ondas T positivas proeminentes. São
administrados nitrato sublingual e
ácido acetilsalicílico (AAS), além de ser
solicitada a infusão de tenecteplase
intravenosa em bolus, uma vez que não
há serviço de hemodinâmica na região.
Enquanto é providenciada a elaboração
do trombolítico, o paciente refere piora
dos sintomas, sendo verificado que ele
se encontra ainda mais pálido e
hipotenso (PA: 80 x 46 mmHg), a
despeito de sua ausculta pulmonar
manter-se sem ruídos adventícios.
Considerando os dados relatados, a
melhor explicação para a piora clínica
do paciente logo após a instituição da
abordagem inicial é
A) agravamento da hipercalemia pelo
AAS.
B) desenvolvimento de rotura de septo
interventricular.
C) medicação inadequada na
coexistência de infarto de ventrículo
direito.
D) instalação de choque cardiogênico
por grave disfunção ventricular
esquerda.
CCQ: Saber que infarto de parede
inferior também pode ter
acometimento de VD e que nestes
casos não se deve usar nitrato
Olá, aluno Aristo! Temos aqui uma
questão sobre infarto do ventrículo
direito, que nos exige conhecimento
sobre seu diagnóstico e limitações,
trazendo um CCQ muito importante
para as provas. Vamos revisar um pouco
sobre o assunto? Um dos primeiros
passos para acertar essa questão era
saber identificar o padrão de
acometimento das paredes através do
ECG. Temos aqui um supra desnível de
D2, D3 e avF o que corresponde à
topografia de artéria coronária
direita/ parede inferior do ventrículo
esquerdo, lembra? O infradesnível de
ST de V2-V4 (parede anterior) so
corrobora com essa constatação, visto
que a parede diametralmente oposta à
necrose transmural costuma se
apresentar em uma “imagem em
espelho”.
Sabendo que a coronária direita
também é responsável pela irrigação do
ventrículo direito devemos nos lembrar
de solicitar também as derivações V3R e
V4R antes de iniciar o tratamento do
paciente. Isso porque em infartos do
VD não devemos usar nitrato, morfina
e diuréticos, pois estes medicamentos
tendem a diminuir a pré-carga e
consequentemente prejudicar ainda
mais a perfusão local. Nos casos de VD,
deve-se optar pelo tratamento com
reposição volêmica e dobutamina (se
houver choque).
Vamos às alternativas?
Alternativa A – Incorreta: Este não é
um efeito esperado pelo AAS.
Alternativa B – Incorreta: A rotura de
septo interventricular é uma
complicação grave, que geralmente
ocorre nas primeiras 24h até 7 dias após
IAM. Sua manifestação clínica consiste
em colapso hemodinâmico,
caracterizado por sopro sistólico no
quarto espaço intercostal esquerdo
com irradiação para direita.
Alternativa C – Correta: Como
discutimos, nos casos de infarto de VD
o nitrato é proscrito.
Alternativa D – Incorreta: A alternativa
peca ao dizer que o choque
cardiogênico se da por grave disfunção
de VE, quando na verdade a disfunção é
de VD. O enunciado inclusive fala que
não há alteração na ausculta pulmonar,
que estaria presente devido à
congestão quando há falha do VE.
27. Um homem com 23 anos de idade,
em atendimento no Pronto-Socorro de
hospital de nível terciário, apresenta
trauma abdominal contuso após
acidente automobilístico, sem
evidências de lesões em outros
segmentos corpóreos. Ao exame físico,
apresenta frequência cardíaca de 84
batimentos por minuto, preenchimento
capilar menor que 2 segundos, pressão
arterial de 115 x 65 mmHg. Durante o
atendimento inicial foi utilizada
sondagem vesical de demora que
evidenciou hematúria maciça. A
tomografia de abdome com contraste
endovenoso mostrou uma lesão renal
grau III, correspondendo a laceração
cortical do parênquima renal maior que
1 cm, sem extravasamento urinário.
Não foram evidenciadas outras lesões
no abdome.
Considerando essa história clínica, os
dados do exame físico e da tomografia,
a conduta correta é indicar
A) arteriografia e embolização para
coibir o sangramento.
B) tratamento operatório em função da
hematúria maciça.
C) sonda vesical de três vias e irrigação
com solução salina 0,9%.
D) repouso até resolução da hematúria,
hematócrito seriado e antibióticos.
QUESTÃO ANULADA
Fala, pessoal. Questão sobre trauma
renal, mas antes de tudo, vamos
revisar?
O trauma renal é classificado e dividido
em graus:
• Grau I: hematoma subcapsular
não expansivo, sem laceração
de parênquima;
• Grau II: hematoma perirrenal
não expansivo, com laceração
menor que 1cm;
• Grau III: laceração renal maior
que 1cm, sem extravasamento
urinário;
• Grau IV: laceração do
parênquima até o sistema
coletor, com extravasamento
urinário, e lesão arterial ou
venosa;
• Grau V: completa
desvascularização renal, rim
pulverizado.
Atualmente, na maioria dos traumas
abdominais específicos, cada vez mais
tem se optado por tratamentos
conservadores. Nos pacientes estáveis,
com lesões até grau III, os pacientes
recebem preferivelmente o tratamento
não operatório. Em pacientes instáveis
ou com lesões mais graves, entre grau
IV e V, podemos lançar mão de técnicas
mais invasivas.
O nosso paciente apresenta-se estável
hemodinamicamente, com boa
perfusão tecidual, e uma lesão renal
grau III de acordo com a tomografia
computadorizada. Portanto, o
tratamento de escolha é conservador.
Alternativa A - Incorreta: A
arteriografia e embolização são
técnicas que podem ser usadas nos
pacientes com lesões mais graves (grau
IV) que estão estáveis. Não estão
indicadas no caso do paciente da
questão.
Alternativa B - Incorreta: O paciente
não apresenta indicação imediata de
tratamento operatório, conforme
discutimos.
Alternativa C - Incorreta: A sonda
vesical de três vias é usada para
irrigação fechada usada no tratamento
de distúrbios urinários. Não está
indicada nos traumas renais.
Alternativa D - Incorreta: Aqui está a
pegadinha. Falamos que nesse caso,
indicamos o tratamento conservador,
mas como ele seria feito? É indicado
que o paciente permaneça em
observação e realizando exames
seriados para investigarmos a perda
sanguínea. Porém não é preciso realizar
repouso até resolução da hematúria,
assim como a antibioticoterapia não
está indicada nesse caso.
28. Um menino com 11 meses de idade,
acompanhado da mãe, é atendido em
uma Unidade Básica de Saúde por
queixa de obstrução nasal e coriza há 2
dias, porém não faz acompanhamento
regular em puericultura, tendo a mãe
comparecido apenas à consulta com 15
dias de vida da criança. Na avaliação da
alimentação, a mãe relata que a criança
não recebe leite materno e, sim, leite de
vaca, em mamadeira, e de forma
estrita. Ao exame físico, a criança
encontra-se em regular estado geral,
ativa e reativa, presença de coriza
hialina, afebril, sem sinais de
desidratação. Seu peso é de 7.200 g, o
que leva aos pontos de corte de score z
-3 e z -2.
Considerando os dados apresentados,
qual é a classificação do estado
nutricional correspondente para esse
caso, de acordo com a Caderneta da
Criança do Ministério da Saúde?
A) Peso baixo para a idade.
B) Peso elevado para a idade.
C) Peso adequado para a idade.
D) Peso muito baixo para a idade.
CCQ: Saber que escores entre -3 e -2
na escala de peso para idade em
crianças de 0 a 2 anos são classificados
como baixo peso
Olá, caros alunos da Aristo! Aqui vamos
nós para mais uma questão de
puericultura! Ao ler o enunciado da
questão, é importante que
destaquemos o que de fato está sendo
perguntado: porque há uma narrativa
extensa sobre o quadro de saúde do
paciente, mas a pergunta faz referência
somente à classificação do seu estado
nutricional – e o único critério levado
em conta para isso é o seu peso para a
idade, a partir do qual a população
pediátrica é estratificada através de
escores.
Assim, a questão na verdade exige de
nós que saibamos a classificação do
peso da criança a partir dos escores
estabelecidos nos gráficos da
Caderneta da Criança do Ministério da
Saúde. Diante disso, precisamos
relembrar quais escores determinam
quais estratíficações para a população
entre 0 a 2 anos: acima do escore +2,
peso elevado para a idade; entre os
escores +2 e -2, adequado peso para a
idade; entre os escores -3 e -2, baixo
peso para a idade; e abaixo do escore -
3, muito baixo peso para a idade.
Portanto, o paciente da questão é
classificado como de baixo peso para a
idade.
Aproveitemos a oportunidade para
relembrarmos uma informação que
pode ser importante para as provas de
residência: a expectativa de ganho de
peso da criança no primeiro ano de vida,
que é de 700g/mês no primeiro
trimestre de vida, 600g/mês no
segundo trimestre, 500g/mês no
terceiro e 400g/mês no quarto.
Alternativa A – Correta: Crianças com
escore de peso para a idade entre -3 e -
2 são classificados como de baixo peso.
Alternativa B – Incorreta: A criança
teria elevado peso para a idade se
possuísse escore acima de +2.
Alternativa C – Incorreta: A criança
teria adequado peso para a idade se
possuísse escore entre +2 e -2.
Alternativa D – Incorreta: A criança
teria muito baixo peso para a idade se
possuísse escore abaixo de -3.
29. Uma gestante primigesta com 25
anos de idade e com idade gestacional
de 20semanascomparece àconsulta no
Centro de Saúde referindo uma lesão
em vulva. Relata que, inicialmente,
sentiu dor e coceira no local e que,
pouco depois, apareceu a lesão, que
ainda dói e arde. Nega episódios
semelhantes anteriores. Ao exame
ginecológico, apresenta lesão em
fúrcula vaginal, hiperemiada, com
vesículas agrupadas, algumas
exulceradas.
Considerando esse quadro clínico,
assinale a opção que apresenta,
respectivamente, a principal hipótese
diagnóstica e a conduta correta a ser
adotada.
A) Sífilis (lesão secundária); deve ser
solicitado VDRl e teste treponêmico
com urgência para definir conduta.
B) Sífilis (lesão primária); indicação de
tratamento com penicilina benzatina
para a mulher e o(s) parceiro(s).
C) Herpes Genital; deve ser solicitada
sorologia (IGG e IGM) e cultura de
secreção da lesão e, após coleta, iniciar
tratamento com aciclovir.
D) Herpes Genital; indicação de
tratamento com aciclovir e com 36
semanas de gestação deve ser prescrito
aciclovir profilático, para diminuir o
risco de lesões ativas no momento do
parto.
CCQ: Herpes genital é caracterizado
por lesões vesiculares dolorosas na
região genital e o tratamento da
primoinfecção na gestação é feito
com aciclovir
Aluno Aristo, tudo certo? Questão que
aborda um tema recorrente nas provas!
As úlceras genitais costumam aparecer
com frequência nas questões e
conhecer as principais características de
cada lesão é suficiente para
garantirmos a maioria delas!
As úlceras genitais podem ser divididas
em dolorosas e não dolorosas. As
primeiras ocorrem no herpes (HVS 1 e 2)
e no cancro mole ou cancroide
(causado pelo Haemophilus ducreyi). Já
as úlceras não dolorosas ocorrem na
sífilis primária ou cancro duro (causada
pelo Treponema pallidum), na
donovanose ou granuloma venéreo
(causada pela Klebsiella granulomatis) e
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PROVA REVALIDA 2022.pdf

  • 2. 1. Uma mulher com 51 anos de idade, em tratamento para osteoporose com bifosfonato, comparece ao ambulatório de infectologia de um hospital escola para receber o resultado da investigação diagnóstica de quadro de lesão crônica oro-cérvico-facial à direita. Segundo a paciente, a lesão iniciou-se há cerca de 18 meses como um endurecimento inflamatório logo abaixo da mandíbula, bem ao nível de seu ângulo; ao longo de alguns dias, a lesão tornou-se um nódulo endurecido que, posteriormente, se ulcerou, dando saída a secreção purulenta contendo granulações amareladas por 2 tratos fistulosos. Conta que procurou assistência médica, tendo realizado tratamento antibiótico por algumas vezes, sempre por 7 a 14 dias, com melhora inicial do quadro, mas retorno da drenagem de material nas semanas seguintes. Acrescenta que, há 4 semanas, foi submetida a procedimento de biópsia local, tendo retornado ao ambulatório para saber o resultado da investigação diagnóstica. O laudo histopatológico revelou a presença de granulações contendo material inflamatório linfo-histiocitário associado a camadas densas de neutrófilos, no interior das quais são observadas massas de bactérias gram- positivas com filamentos ramificados, além de material sugestivo de depósitos de fosfato de cálcio. As culturas do material drenado isolaram, além de Actinomyces israelli, Eikenella corrodens e espécies de Staphylococcus. Ao exame físico, a paciente apresenta 2 elementos molares da arcada dentária inferior, bem adjacentes à lesão cérvico-facial, em péssimo estado de conservação, com processo inflamatório inequívoco. Nesse caso, o fármaco adequado, de uso prolongado, para a conduta terapêutica antimicrobiana é A) oxacilina. B) cefalexina. C) clindamicina. D) levofloxacina. QUESTÃO ANULADA Temos aqui um caso clínico complexo da prova do Revalida de 2022, que, ao final, aborda o tópico de antimicrobianos. Infelizmente, a questão acabou anulada, pois nenhuma resposta era apropriada. Mesmo assim, vamos analisar o caso? Nossa paciente está em tratamento para osteoporose com bisfosfonatos, e é importante você lembrar que esses medicamentos têm como efeito colateral característico a osteonecrose mandibular. A apresentação dessa condição pode cursar com dor, dificuldade de mobilização, edema e eritema. O diferencial nesse caso clínico é perceber que a osteonecrose propiciou a formação de um micetoma cervicofacial. O micetoma cervicofacial se comporta exatamente como descrito no enunciado: uma lesão nodular que, posteriormente, se torna ulcerada, com saída de secreção amarelada e granulada - característica da espécie Actinomyces israelli. O laudo histopatológico justamente reforça: há a presença de infiltrado inflamatório
  • 3. associado à massas de bactérias gram- positivas com filamentos - de novo o Actinomyces!. Por fim, via cultura, confirma-se a presença de Actinomyces israelli, Eikenella corrodens - um bacilo gram negativo anaeróbico, muito frequentemente associado ao Actinomyces - e espécies de Staphylococcus. E qual antibioticoterapia utilizar? No caso do micetoma pelo Actinomyces, o tratamento “de uso prolongado”, como o solicitado na questão, seria idealmente a penicilina G por via intravenosa por algumas semanas, seguida de penicilina oral, com tempo total de tratamento de 12 meses. Nos casos graves, pode-se lançar mão de Imipenem (500 mg) EV de 6/6h. Note que nenhuma das alternativas fornece essas opções, motivo pelo qual foi anulada. Vamos então analisá-las individualmente: Alternativa A - Incorreta: A Oxacilina é uma droga com cobertura específica para estafilococos produtores de penicilinase. Não surtiria efeito contra o Actinomyces ou Eikenella. Alternativa B - Incorreta: A Cefalexina é uma cefalosporina de primeira geração, com espectro limitado. É utilizada em infecções superficiais de pele e não oferece cobertura. Alternativa C - Incorreta: A Clindamicina não seria a primeira indicação para uso prolongado. Seu uso é controverso, pois algumas referências mostram ação in vitro, mas ela deve ser evitada pela alta resistência do Actinomyces. Alternativa D - Incorreta: O Levofloxacino não possui nenhuma indicação nesse caso, pois não cobre apropriadamente nenhuma bactéria encontrada na cultura, além de apresentar alta taxa de resistência pelo Actinomyces. Também, dificilmente as fluoroquinolonas são antibióticos de escolha para uso contínuo por seus efeitos adversos osteocondrais. 2. Um paciente com 72 anos de idade, tabagista, vem se queixando de icterícia, acolia, colúria e prurido há cerca de 2 meses de forma progressiva. Ao exame físico, apresenta icterícia +++/4 e massa palpável, de consistência amolecida e indolor no hipocôndrio direito, mais precisamente no ponto cístico. Os exames laboratoriais apresentam os seguintes resultados: hemograma com discreta anemia, AST de 64 U/l, AlT de 88 U/l, bilirrubina total de 32 mg/dl, sendo 24 mg/dl de bilirrubina direta e 8 mg/dl de bilirrubina indireta. Com base nos dados apresentados, entre os diagnósticos a seguir, qual é o mais provável? A) Coledocolitíase. B) Adenocarcinoma de vesícula biliar. C) Adenocarcinoma de cabeça de pâncreas. D) Colangiocarcinoma da confluência dos ductos hepáticos.
  • 4. CCQ: Idoso com síndrome colestática progressiva + massa palpável em ponto cístico = adenocarcinoma de cabeça de pâncreas A respeito de paciente de 72 anos, tabagista, com queixa de icterícia, acolia, colúria e prurido progressivos, há cerca de dois meses, com icterícia +++/4 e massa palpável indolor em região de ponto cístico, com exames demonstrando hiperbilirrubinemia de 32 mg/dl, às custas de bilirrubina direta. Qual o diagnóstico mais provável? Adenocarcinoma de cabeça de pâncreas, correto? É o tumor periampular mais comum e que justifica as alterações clínicas apresentadas pelo paciente. Bora avaliar as alternativas!!! Alternativa A - Incorreta: Coledocolitíase não cursaria com síndrome colestática tão progressiva e nem com massa palpável abdominal compatível com vesícula biliar escleroatrófica; Alternativa B - Incorreta: Adenocarcinoma de vesícula biliar não cursa com colestase, visto que não temos uma obstrução de colédoco; Alternativa C - Correta: Conforme explicação acima; Alternativa D - Incorreta: Tumor de Klatskin, também conhecido como tumor da confluência dos ductos hepáticos, não cursa com palpação de vesícula biliar indolor ao exame físico. 3. Um menino com 5 anos de idade, acompanhado da mãe, é atendido em unidade de saúde. A mãe relata o aparecimento abrupto de manchas arroxeadas indolores nos membros inferiores da criança há 2 dias, sem outras queixas. Há 1 mês, conta que o filho apresentou quadro de resfriado comum, para o qual fez uso somente de soro fisiológico para lavagem nasal. Nega uso recente de medicamentos ou antecedentes familiares relevantes. Ao exame clínico, o menino apresenta regular estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril e eupneico; baço palpável ao nível de rebordo costal esquerdo, presença de petéquias e equimoses indolores em membros inferiores. Exame de Fundo de Olho sem sinais de sangramento. Sem evidência de outros sangramentos ou outros achados clínicos relevantes. Os exames laboratoriais iniciais evidenciaram hemoglobina de 12,3 g/dl (valor de referência [VR]: 12,6 g/dl); hematócrito de 38% (VR: 37%); contagem de 5.700 leucócitos/mm3 (VR: 5.000-15.000/mm3), com 37% de segmentados, 44% de linfócitos, 1% de monócitos e contagem de plaquetas de 64.000/mm3 (VR: 150.000- 450.000/mm3). Coagulograma com um tempo de tromboplastina de 12,5 segundos (VR: 10-14 segundos), 100% de atividade de protrombina e um tempo de tromboplastina ativada de 31 segundos (VR: 25-36 segundos). Considerando a principal hipótese diagnóstica para esse caso, qual deve ser a conduta terapêutica inicial? A) Terapia com corticosteroide.
  • 5. B) Internação para esplenectomia. C) Observação clínica ambulatorial. D) Administração de imunoglobulina. CCQ: Petéquias e equimoses + plaquetopenia, especialmente após IVAS, pense na púrpura trombocitopênica idiopática, onde na criança, o tratamento tende a ser a observação clínica Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha sobre distúrbios da hemostasia na pediatria. Vamos rever juntos? Temos na questão uma criança que após um quadro de IVAS começou a apresentar púrpuras (essas manchas arroxeadas) na pele. Quando pedimos os exames laboratoriais, notamos: uma anemia leve com hematócrito levemente aumentado. O resto normal exceto pelo principal que nos guiará para o diagnóstico: a plaquetopenia. Sempre que tiver um quadro de petéquias e equimoses + plaquetopenia, especialmente após IVAS, pense na púrpura trombocitopênica idiopática ou autoimune. Esse quadro ocorre por deposição de anticorpos na membrana plaquetária. Quando o baço identifica essas plaquetas, elas são destruídas (por isso podemos ter um aumento do baço também). O quadro clássico é o de plaquetopenia e mais nada, mas fique atento, pois algumas questões, como essa, tentam lhe desviar do caminho certo ao colocar anemia, por exemplo. E o tratamento? É feito com prednisona e indicado quando as plaquetas estão < 20.000/mm³ ou < 30.000/mm³ associadas a um sangramento mucoso. Em crianças, o tratamento convencional e sugerido como mais adequado hoje em dia é a observação clínica e laboratorial, uma vez que 80% das crianças melhoram espontaneamente em até 6 meses. Vamos ver o que as alternativas dizem sobre o tratamento da condição: Alternativa A - Incorreta: Não, pois as plaquetas não estão abaixo de 20.000. Alternativa B - Incorreta: Não, esse é um tratamento possível quando houve refratariedade do quadro após conduta conservadora e medicamentosa. Alternativa C - Correta: Opa, exatamente!! Dada a história natural da doença na maior parte dos casos na criança, vamos observar. Alternativa D - Incorreta: Consideramos a imunoglobulina em casos muito graves, apenas. 4. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o rastreamento do câncer de mama organizado por mamografia de rotina (em que se convida formalmente as mulheres na faixa etária alvo para os exames periódicos), além de garantir controle de qualidade, seguimento oportuno e monitoramento em todas as etapas do processo, apresenta melhores resultados e menores custos que o rastreamento oportunístico. Considerando as informações apresentadas, para qual faixa etária e em que periodicidade, respectivamente, o INCA recomenda o
  • 6. rastreamento do câncer de mama organizado por mamografia de rotina? A)45 aos69anos de idade; anualmente. B) 50 aos 79 anos de idade; anualmente. C) 40 aos 69 anos de idade; a cada 2 anos. D) 50 aos 69 anos de idade; a cada 2 anos. CCQ: O rastreio de câncer de mama é preconizado pelo INCA dos 50 aos 69 anos de idade com exame realizado bianualmente caso normalidade Olá, pessoal! Fala, aluno Aristo! Mais uma questão sobre câncer de mama devido à relevância desse tema, uma vez que sabemos que ele representa o segundo câncer mais comum no mundo e é o mais frequente entre as mulheres. Diante disso, é importante ter domínio sobre alguns tópicos, sendo um deste os fatores de risco associados a essa neoplasia. Por isso, vamos revisar os principais: • Sexo feminino. • Raça branca. • Antecedente pessoal de câncer de mama. • Lesões histológicas que indicam risco como hiperplasia ductal ou lobular. • Nuliparidade e primiparidade idosa. • História familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau. • Sedentarismo. • Exposição à radiação ionizante. Referente ao diagnóstico, sabe-se que o exame clínico das mamas é uma das ferramentas adotadas e necessita ser realizada pelo profissional de saúde. Essa abordagem demonstrou-se efetiva em reduzir a mortalidade por câncer de mama. Todavia, a mamografia é o método de escolha dos programas de rastreamento, sendo recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos pelo Ministério da Saúde e INCA. Agora, vamos analisar as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Tanto a faixa etária quanto a periodicidade descritas não são as preconizadas pelo INCA. Alternativa B - Incorreta: É apenas até os 69 anos e o exame é bianual. Alternativa C - Incorreta: É preconizado idade a partir dos 50 anos. Alternativa D - Correta: Exato! Conforme justificado no texto acima. 5. Um homem com 48 anos de idade é obeso,tabagista e hipertensohá6anos, quando, devido a esse quadro, foi-lhe recomendada mudança do estilo de vida e prescrita farmacoterapia. Procura hoje a Unidade Básica de Saúde (UBS) com níveis tensionais elevados, glicemia alterada e referindo ter deixado de usar os medicamentos anti- hipertensivos prescritos dizendo "eles estão me fazendo sentir doente". O paciente relata que, durante a pandemia da COVID-19, deixou de seguir as orientações alimentares, de atividade física e de cessação do tabagismo. Para esse caso, a conduta a ser adotada pela equipe da UBS é
  • 7. A) construir um projeto terapêutico singular e pactuar com o paciente as propostas de ações para a mudança do estilo de vida e a adesão medicamentosa. B) esclarecer o paciente, no projeto terapêutico singular, sobre as consequências da não adesão ao tratamento, destacando o perigo dos potenciais danos clínicos e reiterando firmemente o aconselhamento. C) utilizar, no projeto terapêutico singular, a negação do paciente aos problemas apresentados e a adesão ao tratamento como formas de pressão para obtenção da mudança do estilo de vida. D) condicionar, na construção do projeto terapêutico singular, a adesão às mudança do estilo de vida e ao tratamento farmacológico e comunicar ao paciente que, se não seguir as orientações da equipe, não poderá mais ser atendido na UBS. CCQ: Saber que o Projeto Terapêutico Singular, um projeto interprofissional e holístico, é a abordagem ideal para problemas complexos na APS Querido aluno Aristo, questão não tão Pareto acerca de uma abordagem de alto envolvimento da equipe de Atenção Primária, e que destina um volume de recursos humanos alto, em um determinado período de tempo, para o paciente. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é a elaboração de um plano conjunto entre diversas áreas da saúde presentes no serviço, de modo a abordar o quadro do paciente com um ponto de vista interprofissional e holístico. Tal abordagem é extremamente benéfica para a longitudinalidade, visto que aborda o paciente e o seu meio de diversas formas, com diversas ações distribuídas no tempo, por meio de vários atores da prestação de cuidado. Como é um projeto que compartilha metas e objetivos, este geralmente aborda as problemáticas do paciente sob diversos pontos de vista, dando também ao paciente mais conhecimento acerca do seu quadro de saúde e firmando pactuações com diversos profissionais para que os planos terapêuticos sejam seguidos. A criação de um vínculo de corresponsabilização, com a divisão clara de tarefas entre os profissionais e o paciente, é a abordagem preferencial. Uma abordagem paternalista, onde o profissional “manda” e o paciente “obedece” geralmente acaba desmotivando o paciente e impedindo que este seja protagonista nas mudanças de estilo de vida e na adesão terapêutica que a equipe planejou junto com o paciente. Agora que você já sabe sobre o PTS, que tal avaliarmos nossas alternativas? Alternativa A – Correta: Exatamente! O PTS vai ser um projeto de acompanhamento longitudinal, com o propósito final de desenvolver propostas de mudanças de estilo de vida e de adesão medicamentosa para o paciente ou para seu ambiente. Alternativa B – Incorreta: A abordagem pelo medo das complicações é uma abordagem pouco eficaz, uma vez que o paciente não parece ser sintomático. Dessa forma, a educação em saúde acerca da sua
  • 8. condição de saúde e da importância das medicações e dos hábitos passa a ter muito mais validade. Alternativa C – Incorreta: Não. Utilizar a negação do paciente como maneira de pressionar não é uma alternativa de promoção de saúde, ainda mais para um problema crônico, que exige mudança de estilo de vida. Alternativa D – Incorreta: Não! Essa alternativa fere totalmente os atributos do acesso e da integralidade, além do princípio da equidade, visto que é um paciente com uma condição de difícil abordagem, e que precisa de mais recursos para que seja feita alguma mudança no seu estilo de vida. 6. Um homem com 64 anos de idade chega ao serviço de emergência, conduzido pelos familiares, por confusão mental e sonolência. O paciente tem história de hipertensão arterial sistêmica com difícil controle. Ao exame, apresenta edema de papila ao fundo de olho, pressão arterial (PA) de 220 x 130 mmHg, presença de 4ª bulha na ausculta cardíaca. O restante do exame físico não apresenta alterações. A tomografia de crânio sem contraste não evidenciou sinais de isquemia cerebral. O tratamento de primeira escolha a ser proposto para esse paciente é iniciar A clonidina, via oral, com o objetivo de reduzir a PA em até 50% em 24 horas ou para uma PA na faixa de 140 x 90-85 mmHg. B nitroprussiato endovenoso com o objetivo de reduzir a PA em até 25% em 2 horas ou para uma PA na faixa de 160 x 100-110 mmHg. C nitroglicerina endovenosa com o objetivo de reduzir a PA em até 25% em 2 horas ou para uma PA na faixa de 160 x 100-110 mmHg. D captopril, via sublingual, com o objetivo de reduzir a PA em 50% em 8 horas ou para uma PA na faixa de 140 x 90-85 mmHg. QUESTÃO ANULADA Dae querido aluno! Tranquilo? Temos aqui uma questão clássica de Encefalopatia Hipertensiva (EH), que, infelizmente, acabou sendo anulada pela banca de forma inadequada. Mesmo assim, vamos revisar esse tema tão importante! As emergências hipertensivas devem conter duas condições: hipertensão + lesão de órgão alvo. No caso, temos um paciente com alteração no nível de consciência e papiledema - dois sinais clínicos da EH, que também pode cursar com cefaleia. Aqui devemos nos atentar no diagnóstico diferencial com os acidentes vasculares: a ausência de sinais focais também fala a favor da EH, e, a TC de crânio afasta ainda mais a possibilidade de AVC. Sendo definido o diagnóstico, como manejamos a EH? As recomendações gerais de redução da PA na EH são: • Diminuir a PA em 25% na 1ª hora; • Alcançar PA 160/100 -110mmHg em 2-6 h
  • 9. • PA 135/85 mmHg em 24-48 h do início do tratamento. Lembre-se que, quedas maiores que isso podem ser danosas, levando à hipoperfusão de órgãos nobres. Por fim, para alcançar esses objetivos, podemos lançar mão de anti- hipertensivos EV, sendo os principais: • Nitroprussiato de sódio • Nicardipina • Betabloqueadores: labetalol/metoprolol Essas são as medicações de escolha para tratamento de uma encefalopatia hipertensiva. Assim, vamos analisar alternativa por alternativa: Alternativa A - Incorreta: Reduzir a PA em 50% significaria chegar em valores próximos à 110x65 mmHg, sendo que o mínimo recomendado é 135x85 mmHg. Essa seria uma redução drástica, que poderia levar à hipoperfusão e instabilidade hemodinâmica. Alternativa B - Correta: Tanto a medicação quanto a redução descritas nessa alternativa podem ser aceitas, e, essa seria a primeira escolha. Alternativa C - Incorreta: Foi essa alternativa que gerou a iniciativa de anulação da questão, mas repare que o enunciado deixa bem explícito, ele pergunta qual a primeira escolha. Dessa forma, não podemos negar que é o nitroprussiato. A nitroglicerina fica mais reservada para emergência hipertensiva associada a síndrome coronariana e não é muito usada na encefalopatia, devido à queda da PA ser pouco previsível. Alternativa D - Incorreta: Primeiramente, a via sublingual não é adequada, sendo a via EV preferida em emergências hipertensivas. Também, a redução de 50% em 24h é brusca, e poderia ser danosa pelos mesmos motivos descritos na alternativa A. Gabarito da banca: questão anulada. 7. Uma paciente com 35 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, queixa-se de dor abdominal. Durante a admissão no setor de emergência, apresenta-se lúcida, cooperativa (Glasgow 15), pressão arterial: 100 x 60 mmHg, frequência cardíaca: 88 batimentos por minuto, frequência respiratória: 20 incursões respiratórias por minuto. Foi indicada tomografia de abdome, que evidenciou moderada quantidade de líquido livre na cavidade abdominal, hematoma subcapsular no lobo direito do fígado, ocupando cerca de 40% da superfície do órgão e laceração de cerca de 5 cm em lobo esquerdo. Nesse caso, qual deve ser a conduta para a paciente? A) laparotomia com rafia da laceração hepática e drenagem do hematoma subcapsular. B) laparotomia, hemostasia com compressas no fígado e reabordagem cirúrgica após 48 horas. C) Internação em Unidade de Terapia Intensiva com monitorização hemodinâmica e hematócrito seriado.
  • 10. D) Internação em Unidade de Terapia Intensiva com monitorização hemodinâmica, hematócrito seriado e tomografia de abdome a cada 48 horas. CCQ: Na ausência de contraindicações, o manejo do trauma hepático é conservador Aluno Aristo, questão Pareto no trauma abdominal, trazendo um conceito que não podemos deixar escapar: A conduta conservadora no trauma hepático. O fígado tem uma capacidade de regeneração elevada, além de ser um órgão de difícil abordagem, de forma que as condutas atuais tendem ao manejo não operatório, mostrando que há vantagem mesmo quando estamos diante de danos orgânicos mais relevantes. Isso é ainda mais verdadeiro em traumas fechados, como o do caso, na presença de alguns critérios, como a estabilidade hemodinâmica e a possibilidade de monitoramento seriado dos níveis de hemoglobina. Veja bem, é o quadrodanossa paciente, estabilidade hemodinâmica sem outras lesões abdominais que justifiquem a abordagem abdominal. O enunciado ainda traz informações que nos permitem classificar o trauma em grau III pela classificação da American Association for the Surgery of Trauma Organ Injury, mas não era sequer necessário, então não se prenda a isso. Bora dar uma olhada nas alternativas: Alternativa A - Incorreta: Conforme conversamos, paciente com trauma hepático fechado, com estabilidade hemodinâmica, sem sinais de lesões em outras vísceras tem indicação de tratamento conservador. Alternativa B - Incorreta: Observação clínica, conforme explicamos logo acima. Alternativa C - Correta: É isso, como explicamos, vamos internar essa paciente em ambiente no qual ela possa ser frequentemente avaliada e ter seu estado hemodinâmico avaliado de forma seriada. Alternativa D - Incorreta: A princípio, não há necessidade de repetição da tomografia como dito pela alternativa. Exames de imagem seriados não fazem parte do monitoramento do trauma hepático. 8. Um menino com 11 anos de idade apresenta febre diária há 4 dias e claudicação de membro inferior direito e vem usando ibuprofeno desde o início do quadro, sem melhora. Há 1 dia, recusa-se a andar, referindo muita dor em joelho direito, onde notou inchaço e vermelhidão. Refere ainda inapetência e indisposição geral. Tem antecedente de lesões crostosas de mucosa nasal e pele ao redor do nariz há 2 semanas, tendo usado pomada à base de corticoide, sem melhora. Ao exame físico apresentou regular estado geral, corado, hidratado, febril(temperatura = 38 ºC), frequência cardíaca: 103 batimentos por minuto, frequência respiratória: 16 incursões respiratórias por minuto, anictérico, acianótico, eupneico, pulsos cheios, boa perfusão periférica. lesões pustulosas e crostosas em vestíbulo nasal. Joelho direito com edema, calor e intensa dor à
  • 11. mobilização. Restante dos aparelhos sem alterações. Para a elucidação diagnóstica, quais são os exames/ procedimentos indicados? A) Antiestreptolisina O e ecocardiograma. B) Anticorpo antinuclear e fator reumatoide. C) Ultrassonografia e punção articular de joelho. D) Hemograma e provas de atividade inflamatória. CCQ: Na hipótese de artrite séptica, hemograma e provas de função inflamatória ajudam a esclarecer o diagnóstico Ei pessoal, tudo certo? Questãozinha sobre condições osteoarticulares na infância, bora rever? Antes de mais nada, vamos analisar o caso e raciocinar a partir disso: Temos uma que, após lesões crostosas na mucosa nasal e pele ao redor, provável impetigo, apresentou uma artrite em joelho direito, com comprometimento do estado geral. Sempre que tiver um quadro infeccioso que "migra" para uma articulação, pense na artrite séptica. Esse quadro pode ocorrer por disseminação hematogênica de um microrganismo quando o paciente tem uma infecção prévia. A doença acomete mais as articulações de cargas dos membros inferiores: quadris e joelhos e a clínica é composta por dor articular, limitação à movimentação e sinais flogísticos. Em relação aos exames complementares, precisamos primeiro confirmar a inflamação: o hemograma mostra aumento de polimorfonucleares com desvio à esquerda e as provas inflamatórias (PCR e VHS estão aumentadas). Depois, exames de imagem, como a ultrassonografia, podem ser úteis. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Marcou essa aqui quem pensou na febre reumática, mas lembre-se: a febre reumática ocorre após uma faringoamigdalite, impetigo não. Alternativa B - Incorreta: Não, pois nossa suspeita é infecciosa, não autoimune. Alternativa C - Incorreta: Essa pegou muita gente: está errado pedir esses exames agora? Nâo. Mas sem nem sequer confirmar a inflamação, não são eles que vão elucidar o diagnóstico. Alternativa D - Correta: Exatamente, com o hemograma e provas de atividade inflamatória vamos confirmar nossa hipótese de inflamação e aí partimos para outras propedêuticas. 9. Uma paciente com 30 anos de idade, gestante pela 3ª vez, comparece ao centro de saúde para acompanhamento pré-natal. Relata que os outros dois partos foram normais, há 10 e 8 anos, que não houve nenhuma intercorrência nas outras gestações e que não tem nenhuma doença diagnosticada. Refere sintomas típicos de início de gestação: enjoo matinal e sonolência. Está com 13 semanas de gestação e apresenta os resultados dos exames de pré-natal anteriormente solicitados. Entre eles, o
  • 12. resultado da glicemia de jejum mostra 132 mg/dl. Com relação a esse caso, qual é a conduta adequada? A)Encaminhar a gestante para pré- natal de alto risco, já que se trata de diabetes mellitus gestacional. B) Encaminhar a gestante para pré- natal de alto risco, já que se trata de diabetes mellitus prévio diagnosticado na gestação. C) Solicitar um teste de tolerância à glicose oral com 75 g imediatamente para elucidar o diagnóstico e avaliar necessidade de encaminhar a paciente ao ambulatório especializado. D) Solicitar um teste de tolerância à glicose oral com 75 g com 26 semanas para elucidar o diagnóstico e avaliar necessidade de encaminhar a paciente ao ambulatório especializado. CCQ: Saber que glicemia de jejum acima de maior/igual a 126 mg/dl caracteriza uma diabetes prévia Pessoal, tudo bem com vocês? Diabetes gestacional é um tema muito importante, devido sua prevalência (sendo representada por 7,6% no Sistema Único de Saúde), e suas complicações, podendo levar a uma macrossomia fetal, crescimento intrauterino restrito, polidrâmnio, prematuridade. O rastreamento está indicado em todas as gestantes, sendo realizado um exame de glicemia em jejum antes das 20 semanas, cujo resultado normal é < 92 mg/dl , e caso apresente um resultado normal, é necessário uma prova de tolerância oral com glicose entre as semanas 24ª e 28ª semanas de gestação. Sabendo disso, vamos analisar as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Resultados de glicemia alterados, de 92 mg/dl a 125 mg/dl representam uma diabetes gestacional, a nossa paciente apresenta um resultado de 132 mg/dl, indicando uma diabetes prévia. Alternativa B - Correta: Resultados de glicemia alterados, acima de 125 mg/dl, já caracterizam uma diabetes prévia, indicando um acompanhamento da gestante em pré-natal de alto risco devido às complicações que uma diabetes pode trazer na gestação. Alternativa C - Incorreta: O teste de tolerância oral a glicose está indicado apenas na 24ª a 28ª semana se a gestante apresentar um resultado normal no primeiro exame, em caso de uma glicemia de jejum acima dos valores para diabetes gestacional (92 - 125 mg/dl) na primeira medição, já diagnostica como diabetes mellitus prévia, não havendo necessidade de outro exame confirmatório. Alternativa D - Incorreta: Como mencionado anteriormente, em casos de resultado de glicemia em jejum alterados na primeira medição, acima de 125 mg/dl, já temos diagnóstico de diabetes prévia, não havendo necessidade de exame confirmatório. 10. Diante da pandemia da COVID-19, e segundo o guia de vigilância epidemiológica emergência de saúde pública de importância nacional pela
  • 13. doença pelo coronavírus 2019 - COVID- 19 (2021), o Ministério da Saúde emitiu orientações de biossegurança durante a investigação de infecções respiratórias a partir de pacientes com suspeita de infecção por SARS-CoV-2. Nesta circunstância, para a coleta de material potencialmente gerador de aerossol, constitui a primeira linha de proteção destinada aos profissionais da saúde, os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI): A) gorro descartável, protetor facial, máscara PFF2 e avental de pano. B) óculos de proteção, máscara cirúrgica e avental de mangas compridas. C) gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara PFF2 (N95 ou equivalente), avental de mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. D) gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara de pano/tecido (dupla camada), avental de mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. CCQ: Saber que a máscara PFF2 e o avental de mangas compridas fazem parte da primeira linha de proteção dos profissionais de saúde na coleta de material potencialmente gerador de aerossol no contexto da COVID-19 Fala, pessoal! Estamos diante de uma questão que aborda o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) em situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol, como swab de vias aéreas ou aspirado de vias aéreas de um paciente com COVID-19. Vamos lá! As medidas de prevenção e controle de infecção devem ser implementadas pelos profissionais que atuam nos serviços de saúde para evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos durante qualquer assistência à saúde realizada. Voltado para o contexto da questão, considerando profissionais de saúde que realizam procedimentos geradores de aerossóis, não podemos esquecer da importância da máscara N95/PFF2. Ela se difere das demais máscaras como a cirúrgica e as de pano devido a seu alto poder de filtragem e de proteção contra partículas que podem ficar no ar por várias horas. N95 é a sigla utilizada para a PFF2 (“peça facial filtrante”) nos Estados Unidos, de modo que as duas siglas representam a mesma máscara. Agora podemos ir às alternativas. Alternativa A – Incorreta: Não está indicado o uso de avental de pano, além de ser indispensável o uso de luvas de procedimento. Alternativa B – Incorreta: Não é indicado a utilização de máscara cirúrgica, e sim de máscara PFF2, já que trata-se de uma situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol. Alternativa C – Correta: Exato! Essa alternativa cita todos os equipamentos de proteção individual que devem ser usados em situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol: gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara PFF2 (N95 ou equivalente), avental de
  • 14. mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. Alternativa D – Incorreta: Como visto anteriormente, o indicado é o uso da máscara PFF2, e não de máscara de pano/tecido. 11. Uma paciente com 22 anos de idade dá entrada na unidade de emergência de hospital de média complexidade com quadro de asma descompensada. A paciente, que se apresenta taquicárdica (frequência cardíaca: 110 batimentos por minuto), taquipneica (frequência respiratória: 28 incursões respiratórias por minuto) e febril (38,3 ºC), relata descompensação do quadro respiratório há 2 dias, tendo utilizado medicação de resgate (beta 2 agonista adrenérgico inalatório) por diversas vezes ao longo desse período, sem obter melhora. Diagnosticada com asma ainda na infância, ela conta que sua doença vem sendo classificada como asma moderada persistente, estando em uso regular de beta 2 agonista de longa duração (salmoterol) e corticoide inalatório (budesonida) em baixa dose, além da medicação de resgate. Ao exame físico, nota-se também leve cianose e sibilância inspiratória e expiratória; a hemodinâmica encontra-se estável bem como o nível de consciência. A paciente é submetida a administração de nebulização com beta 2 agonista adrenérgico inalatório e anticolinérgico de ação rápida (brometo de ipratrópio). A despeito da oxigenioterapia sob máscara nasal com reservatório, repetição da nebulização e da administração de metilprednisolona intravenosa, a paciente continua com algum grau de desconforto respiratório. Exames laboratoriais indicam a presença de possível processo infeccioso bacteriano (leucocitose com leve desvio à esquerda e aumento da proteína C reativa [PCR]), confirmado na radiografia de tórax, que indica padrão de condensação segmentar no lobo inferior direito. A gasometria arterial revelou o seguinte padrão: pH: 7,44 (valor de referência [VR]: 7,35- 7,45); PaO2: 65 (VR para idade: 95); PaCO2: 44 (VR: 35-45); HCO3 : 22 (VR: 24 +/- 2); SaO2: 91% (VR > 94%). Completada essa avaliação inicial, o médico opta por indicar a realização de intubação orotraqueal preventiva. A principal razão para a tomada dessa decisão A) foi o nível reduzido da PaO2 à gasometria arterial. B) foi o nível normal da PaCO2 à gasometria arterial. C) foram as evidências de pneumonia à radiografia de tórax, hemograma e PCR. D) foi a presença de sibilância inspiratória e expiratória associada à taquipneia. QUESTÃO ANULADA Fala aluno Aristo! Temos aqui uma questão sobre Asma que deu o que falar! Basicamente, foi indicada intubação orotraqueal (IOT) precoce nessa paciente, e a banca solicitava o porquê. A questão justamente foi anulada pois nenhuma alternativa trazia uma
  • 15. justificativa plausível. Vamos tentar entender o que a banca queria: Primeiramente,adecisãode intubar um paciente asmático é difícil: a IOT aumenta ainda mais a reatividade brônquica, causando mais constrição. Por isso, a técnica de IOT precoce pode ser benéfica, pois um preparo apropriado diminui os efeitos deletérios, sendo a IOT tardia muito mais difícil. Para ajudar nessa decisão, utilizamos o mnemônico ABC: • A) paciente apresenta alteração do estado mental. • B) breathing: esforço respiratório, fadiga respiratória, hipóxia e hipercapnia • C) curso desfavorável: pacientes que estão deteriorando No nosso caso, a paciente não apresentava alteração do estado mental mas, mesmo após as medidas iniciais com fornecimento de oxigênio, nebulização e corticoide, ainda mantinha algum grau de desconforto respiratório. Também, foi descrita cianose discreta, PaO2: 65, PaCO2 no limite superior e SaO2: 91% (VR > 94%) - o que pode ser interpretado como um curso desfavorável. Portanto, o que banca gostaria? Que o candidato assinalasse a alternativa A. Justificando subjetivamente que a hipóxia e cianose, em asma refratária, podem ser indicações de IOT precoce. No entanto, devemos sempre analisar a clínica do paciente. Além disso, se formos falar de valores, segundo o GINA (principal referência no tema), os critérios para falência respiratória são: PaO2 < 60 mmHg e PaCO2 normal ou aumentado (> 45 mmHg) após as medidas iniciais. Portanto, podemos tirar daí a indicação de intubação. Visto isso, vamos concluir que o principal motivo da indicação da intubação aqui é a refratariedade às medidas iniciais com sinal de falência respiratória. Basicamente, as alternativas não foram bem formuladas mas, vamos analisá- las: Alternativa A - Incorreta: Se formos levar em conta estritamente o valor da PaO2, seria correto considerar se a PaO2 fosse menor que 60 mmHg, que não é o caso. Alternativa B - Incorreta: Níveis normais de PaCO2 nesse contexto justificariam a intubação orotraqueal, mas veja que seria uma resposta incompleta, não seria a principal razão, como pergunta o enunciado. A principal razão é a refratariedade às medidas terapêuticas iniciais com evolução para falência respiratória. Alternativa C - Incorreta: Pneumonia não é indicação de IOT. Alternativa D - Incorreta: A presença de sibilância e taquipneia não é indicação de IOT. 12. Uma paciente com 43 anos de idade, sem comorbidades, vem apresentando quadro de dor em hipocôndrio direito, febre, colúria e acolia fecal há 48 horas. Ao exame, mostra-se lúcida, orientada no tempo e espaço, com icterícia +/4, temperatura
  • 16. axilar 39 ºC e pressão arterial de 130 x 90 mmHg. No exame do abdome apresenta dor à palpação profunda do ponto cístico, sem massas e/ou visceromegalias. Realizou ultrassonografia que mostrou vesícula biliar com paredes levemente espessadas, com cálculos pequenos em seu interior; dilatação das vias biliares com colédoco medindo 1 cm. Diante desse quadro, quais são, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e o tratamento inicial adequado? A) Colecistite aguda; antibioticoterapia venosa. B) Colangite aguda; antibioticoterapia venosa. C) Colecistite aguda; colecistectomia de emergência. D) Colangite aguda; drenagem cirúrgica das vias biliares. CCQ: Icterícia obstrutiva + dor em hipocôndrio direito + febre = colangite aguda Salve salve família Aristo, tudo bem com vocês? Questãozinha do INEP- REVALIDA-DF de 2022 trazendo um tema frequente nas provas, sendo abordado de forma inteligente e sem muitas complicações, concordam? A respeito de paciente de 43 anos com quadro de dor em hipocôndrio direto, febre, colúria e acoli fecal há 48 h, com exame físico denotando febre de 39°C, PA de 130 x 90 mmHg, com dor à palpação profunda do ponto cístico. USG demonstrou vesícula biliar com paredes levemente espessadas, com cálculos pequenos em seu interior e colédoco dilatado, com 1 cm de diâmetro. Qual o diagnóstico e conduta inicial? Icterícia obstrutiva + dor em hipocôndrio direito + febre (podendo ter calafrios associados) = colangite aguda, certo!? Tal paciente apresenta a tríade de Charcot e fecha nossa hipótese principal. Inicialmente, a conduta é internação, estabilização clínica e início de antibioticoterapia, com programação de CPRE eletiva, caso se mantenha estável. Caso piore, com instabilidade hemodinâmica e confusão mental, devemos pensar que o paciente está evoluindo com a pêntade de Reynolds e, nesse caso, deve-se fazer CPRE com urgência para exploração da via biliar. Bora avaliar as alternativas!!! Alternativa A - Incorreta: Colecistite aguda não cursa com icterícia, colúria e acolia fecal; Alternativa B - Correta: Conforme explicação acima; Alternativa C - Incorreta: Nos casos de colecistite, não se realiza colecistectomia de forma imediata; Alternativa D - Incorreta: Não se indica drenagem cirúrgica das vias biliares como tratamento inicial de colangite aguda não-supurativa. 13. Uma menina com 11 meses de idade comparece à consulta de puericultura na Unidade Básica de Saúde. A mãe questiona como deve seguir a vacinação, especificamente no caso do sarampo, uma vez que a criança recebeu uma dose dessa vacina aos 8
  • 17. meses de idade, quando teve contato com um caso suspeito da doença. De acordo com o estabelecido pelo Ministério da Saúde, essa criança deve receber uma dose da vacina A) tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral aos 15 meses. B) tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral aos 18 meses. C) antissarampo aos 12 meses e uma dose da vacina tríplice viral aos 15 meses. D) antissarampo aos 18 meses e outra dose da vacina tetraviral aos 18 meses. CCQ: Mesmo após a dose zero da vacina contra Sarampo, a criança deve receber uma dose da tríplice viral aos 12 meses e uma da tetra viral aos 15 meses Ei pessoal, tudo joia? Questão simples, direta e muito possível de ser recorrente dada a nova realidade que estamos vivendo, de aumento de casos de sarampo. Vamos rever a imunização dessa doença? A vacina contraSarampoé composta de vírus vivo atenuado e deve ser administrada em duas doses: aos 12 meses pela tríplice viral e aos 15 meses pela tetra viral. Mas a criança da questão tomou uma vacina aos 8 meses, o que houve? Diante da epidemia de Sarampo em 2019, houve uma recomendação de uma dose adicional, chamada de dose zero, para os lactentes de 6 meses até 11 meses e 29 dias. Essa dose NÃO entra na conta das vacinas: é uma extra, então a criança do caso ainda deve tomar a tríplice aos 12 e a tetra aos 15 meses. E um algo a mais sobre a vacina do Sarampo é que ela pode ser feita para pacientes expostos, não imunizados e imunocompetentes como forma de bloqueio. A vacina pode ser administradaem até 72h após o contato com um caso suspeito. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Correta: Exatamente o que comentamos!! Alternativa B - Incorreta: Aqui, o erro está na idade de aplicação da tetra viral. Alternativa C - Incorreta: Não, a dose da tríplice é aos 12 meses. Alternativa D - Incorreta: Aqui está tudo errado!! 14. Uma paciente chega à unidade de emergência com idade gestacional de 37 semanas e 6 dias, gesta: 2, para: 1, aborto: 0 (um parto cesariana anterior), com contrações uterinas presentes, colo não pérvio, pressão arterial de 160 x 110 mmHg, já com duas aferições intervaladas por 10 minutos. Para esse caso, a conduta correta é solicitar A) acesso venoso e decúbito lateral esquerdo, além de encaminhar a paciente para cesariana de urgência. B) decúbito lateral esquerdo e exames laboratoriais, além de reavaliar a pressão arterial da paciente e proceder a resolução da gestação. C) acesso venoso e exames laboratoriais, além de iniciar sulfato de
  • 18. magnésio e proceder a resolução da gestação. D) acesso venoso e exames laboratoriais, além de encaminhar a paciente para cirurgia devido a cesariana anterior. [QUESTÃO ANULADA] Olá Aluno! Nos deparamos aqui com uma questão sem resposta certa! A questão nos cobra a conduta mais adequada em casos de pico hipertensivo grave na gestação. Vamos conversar um pouco sobre? A gravidez representa um "experimento" para a reserva cardiovascular da paciente no que tange à hipertensão. Pacientes com tendência a hipertensão desenvolvem a DHEG (Doença Hipertensiva Específica da Gravidez). Pacientes com hipertensão prévia podem apresentar uma DHEG superajuntada à hipertensão prévia, cursando com descompensação da comorbidade de base. Dentre as principais complicações da DHEG, devemos nos atentar à pré- eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia consiste em medidas de pressão arterial alteradas, podendo ser leve ou grave. Observe abaixo: Fonte: www.rmmg.org Já a eclâmpsia é um fenômeno grave, caracterizado por uma crise convulsiva tônico-clônica generalizada e pode ser precedida de sinais que indica a iminência de eclâmpsia (cefaleia + epigastralgia + escotomas visuais). No casos dos picos hipertensivos, eles devem ser manejados com anti- hipertensivos de rápida ação. A escolha principal é a hidralazina seguida do nifedipino e, em último caso, o uso de nitroprussiato de sódio, que deve ser evitado pois podem causar intoxicação fetal. Já a iminência de eclâmpsia e a eclâmpsia são tratadas com Sulfato de Magnésio em esquema de Pritchard. Na questão acima, a paciente apresenta um pico hipertensivo. Não há evidência de sofrimento fetal e nem sinais de eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia. Portanto, o tratamento deveria ter sido feito com Hidralazina, Nifedipino ou Nitroprussiato de sódio. Nenhuma dessas opções está presente nas alternativas. 15. Primigesta com 36 anos de idade e com 26 semanas de gestação comparece à consulta de rotina de pré- natal na Unidade de Saúde da Família (USF). A paciente nega queixas, apresenta situação vacinal atualizada, sorologias de segundo trimestre negativas e procura checagem do resultado do teste oral de tolerância à glicose, realizado há 1 semana. O resultado da glicemia de jejum de primeiro trimestre foi de 90 mg/dl. O médico de Família e Comunidade identifica, no teste oral de tolerância à glicose, glicemia de jejum de 85 mg/dl e
  • 19. encontra o valor de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas. Com relação a esse caso, quais são, respectivamente, o diagnóstico e a conduta corretos? A) Diabetes mellitus gestacional não detectado; manter seguimento na rotina de pré-natal de risco habitual na USF. B) Diabetes mellitus gestacional; solicitar início, na USF, da insulinoterapia (2,5 UI/Kg/dia) e avaliar glicemia capilar em 15 dias. C) Diabetes mellitus gestacional; manter acompanhamento longitudinal na USF e encaminhar a paciente para pré-natal de alto risco. D) Diabetes mellitus; suspender acompanhamento do pré-natal de risco habitual na USF e encaminhar a paciente ao pré-natal de alto risco. CCQ: TOTG entre 24 e 28 sem com jejum entre 92 a 125 mg/dL, ≥ 180 mg/dL na 1 hora ou entre 153 e 199 mg/dL após 2 horas é DMG Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo? Temos aqui uma questão que aborda um assunto garantido na sua prova! Diabetes na gestação é um tema recorrente e devemos estar com os conceitos dominados. Vamos revisar juntos: O diabetes mellitus (DM) é caracterizado por hiperglicemia consequente à deficiência insulínica, que pode ser decorrente da produção pancreática reduzida, de inadequada liberação e/ou da resistência periférica ao hormônio. A hiperglicemia deve ser categorizada e diferenciada em DM diagnosticado na gestação (do inglês, overt diabetes) ou em diabetes mellitus gestacional, como descrito abaixo: • Diabetes mellitus gestacional (DMG): hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos para DM; • Diabetes mellitus diagnosticado na gestação (overt diabetes): mulher sem diagnóstico prévio de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem os critérios da OMS para o DM em não gestantes; O rastreamento do DM é feito através da medida da glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal < 20 semanas). Em caso de glicemia ≥ 126 mg/dL, temos diagnóstico de DM na gestação; se glicemia 92 a 126 mg/dL, considera-se DM gestacional. Se glicemia < 92 mg/dL, aplica-se o TOTG 75g entre 24 e 28 semanas de gestação. Nesse caso, o diagnóstico de DM gestacional é confirmado se ao menos um valor de: • Jejum entre 92 a 125 mg/dL; • 1 hora ≥ 180 mg/dL; • 2 horas entre 153 e 199 mg/dL. Por outro lado, o diagnóstico de DM na gestação é firmado em caso de haver ao menos um valor de: • Jejum ≥ 126 mg/dL;
  • 20. • 2 horas ≥ 200 mg/dL. O tratamento do DMG inclui medidas não farmacológicas como cuidados com a alimentação, prática de exercício físico e farmacológicas como uso de medicamentos, além de monitorizações metabólica e obstétrica continuadas. O tratamento farmacológico padrão para o DMG é a insulina. O tratamento com insulina é indicado nas gestantes que não atingem as metas de controle glicêmico com dieta, que apresentam falha do tratamento com medicação VO ou naquelas com indicadores de provável falha do tratamento VO (glicemia de jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h no TOTG > 200 mg/dL). A banca nos apresenta uma paciente com os seguintes resultados no TOTG: glicemia de jejum de 85 mg/dl, que não fecha o diagnóstico de DM, mas valores de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas, ambos valores fechando o diagnóstico de DM gestacional. Vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: Os valores encontrados no TOTG indicam diagnóstico de DM gestacional e a paciente deve ser encaminhada para pré-natal de alto risco. Alternativa B - Incorreta: O diagnóstico é de DM gestacional e a terapêutica inicial deve ser feita com medidas não farmacológicas, inicialmente, e encaminhamento ao pré-natal de alto risco. Alternativa C - Correta: Como discutido, os valores fecham o diagnóstico de DM gestacional e a paciente deve ser encaminhada ao pré- natal de alto risco, com a USF habitual mantendo o cuidado longitudinal e coordenação do cuidado. Alternativa D - Incorreta: O diagnóstico de é DM gestacional. A paciente deve ser encaminhada ao pré- natal de alto risco, mas seguir o acompanhamento na USF habitual. 16. Uma jovem com 19 anos de idade chega para consulta na Unidade de Pronto Atendimento por icterícia e desconforto no quadrante superior direito do abdome. A paciente refere que vem se sentindo cansada há aproximadamente 10 dias, acrescentando que, nos primeiros 2 dias desse quadro, apresentou febre (38 ºC na regiãoaxilar)e artralgia,coriza,tosse seca, perda de apetite, náuseas e dois episódios de vômitos. Conta ainda que, quando a icterícia apareceu, os sintomas melhoraram bastante e que agora sente apenas um pouco de desconforto no quadrante superior direito do abdome e leve diminuição do apetite. Ao exame físico, a paciente apresenta regular estado geral, ictérica e com fígado palpável 2 cm abaixo do rebordo costal; o baço não é palpável. Considerando o quadro clínico e os dados apresentados, a principal hipótese diagnóstica dessa paciente é A) leptospirose. B) mononucleose.
  • 21. C) colecistite aguda. D) hepatite aguda viral. CCQ: Saber que diante de um quadro com um período prodrômico com sintomas inespecíficos seguido do aparecimento de icterícia e hepatomegalia dolorosa devemos suspeitar do diagnóstico de hepatite viral aguda Fala, aluno Aristo! Aqui nos deparamos com mais uma questão sobre gastroenterologia, focando nas hepatites virais. Não se preocupe se não conseguiu acertar. Vamos aprender esse CCQ e acertar a partir de agora! As hepatites agudas virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos e que possuem relevância para a saúde pública, devido ao grande número de indivíduos atingidos e a possibilidade de complicações. É importante saber que o quadro clínico da doença pode ser oligossintomático/assintomático ou sintomático. No primeiro caso, os sintomas estão ausentes ou são leves e atípicos, simulando um quadro gripal. Já no segundo caso, as manifestações clínicas são típicas como febre, icterícia e colúria. Na hepatite aguda, três fases podem ser evidenciadas na evolução do quadro. Há um período prodrômico ou pré-ictérico em que ocorre a incubação do vírus e ainda não está evidente a icterícia. Nesse período, é comum aparecerem manifestações inespecíficas como anorexia, náuseas, vômitos, febre baixa, mialgia, artralgia e fadiga. Posteriormente, há o aparecimento da icterícia, na fase ictérica, e, em geral, os sintomas prodrômicos tendem a diminuir. O paciente pode apresentar hepatomegalia dolorosa e esplenomegalia. Há hiperbilirrubinemia intensa e progressiva, às custas principalmente de bilirrubina direta. As aminotransferases podem aumentar de 10 a 100 vezes o limite superior da normalidade. Por fim, há o período de convalescença, em que ocorre o desaparecimento da icterícia e melhora do bem-estar geral. Caso haja sintomas por mais de seis meses, devemos pensar na cronificação do quadro. Os vírus B, C e D podem cronificar. Nesses casos, há inflamação e fibrose contínua do fígado, podendo levar a sintomas dependendo do grau de lesão hepática. Está relacionado com uma evolução desfavorável, com complicações como cirrose hepática. Agora que discutimos um pouco sobre essa doença, vamos analisar as alternativas abaixo. Alternativa A - Incorreta: A leptospirose geralmente se apresenta com um período precoce com sintomas inespecíficos como febre, dor de cabeça, dor muscular, perda de apetite, náuseas e vômitos. Em 15% dos casos, pode evoluir para a apresentação mais grave, cuja principal manifestação é a síndrome de Well, com icterícia, insuficiência renal e hemorragias. Assim, não pensamos nessa condição como diagnóstico mais provável. Alternativa B - Incorreta: Deve-se suspeitar de mononucleose em caso de febre, dor de garganta, fadiga e linfoadenomegalia importante. Dessa
  • 22. forma, apresenta quadro típico diferente do apresentado pela paciente. Alternativa C - Incorreta: A colecistite aguda se apresenta geralmente com um quadro de dor contínua em abdome superior, pior após a ingestão de alimentos gordurosos. O paciente pode apresentar náuseas, vômitos, anorexia e febre. Não cursa com icterícia, a não ser quando associada a outras complicações, como coledocolitíase, não sendo pensada como diagnóstico mais provável. Alternativa D - Correta: Como vimos, as hepatites virais agudas cursam com um período de sintomas inespecíficos e, posteriormente, aparecimento da icterícia e da hepatomegalia dolorosa e ocasional esplenomegalia, sendo compatível com o quadro acima descrito. 17. Um homem com 33 anos de idade chega para atendimento no Pronto- Socorro de hospital de nível secundário. Relata vômitos com sangue assim como fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao exame físico, encontra-se descorado, taquicárdico, hipotenso. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou úlcera péptica pré-pilórica (tipo III de Johnson), com sangramento em jato proveniente da lesão (Classificação Ia de Forrest), sendo realizada hemostasia da ulceração com solução de adrenalina. Doze horas após a terapêutica endoscópica, apresentou novamente vômitos com sangue em grande quantidade, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto e pressão arterial de 80 x 40 mmHg. Com base na história clínica do paciente e nos dados do exame físico, o tratamento adequado deve ser A) reposição volêmica e nova endoscopia para terapêutica endoscópica. B) terapia intensiva, inibidor de bomba de prótons e tratamento operatório. C) transferência para angiografia terapêutica e embolização em hospital terciário. D) terapia intensiva e dobrar a dose de inibidor de bomba de prótons endovenoso. CCQ: Saber que em pacientes com hemorragia digestiva alta e perda importante de volume é necessário realizar reposição volêmica e tratamento endoscópico Olá, aluno Aristo. Temos aqui mais uma questão sobre hemorragia digestiva alta. Não se preocupe se errou. Vamos aprender esse CCQ e acertar a partir de agora. Dizemos que há hemorragia digestiva alta (HDA) quando há sangramentos no trato gastrointestinal acima do ligamento de Treitz. Ela pode ser manifestada por meio de hematêmese, em que há vômitos com sangue, ou melena, em que o sangue encontra-se digerido nas fezes, dando-lhes o aspecto escurecido e fétido. Diante de um paciente com HDA a prioridade do tratamento é a estabilização hemodinâmica em caso de sangramento agudo. Em pacientes com perdas menores que 15% de
  • 23. volume não há sintomas como hipotensão e taquicardia. Perdas entre 15 a 30% geram taquicardia em repouso e hipotensão postural e, no caso de PAS < 90 mmHg, alterações de consciência e extremidades frias, devemos suspeitar de choque hipovolêmico, em que a perda sanguínea é maior que 40% do volume. Nos casos em que há sintomatologia diante do sangramento, é necessário realizar reposição volêmica. Após estabilização hemodinâmica e medidas iniciais como monitorização e solicitação de exames laboratoriais, deve-se realizar endoscopia digestiva alta (EDA) precocemente, entre 12 a 24 horas após a admissão, para se identificar a origem do sangramento e inclusive tratá-lo em alguns casos. A doença ulcerosa péptica é uma das causas da HDA. Ela pode ser classificada, de acordo com sua localização, pela classificação de Johnson: • Tipo I - localizada no corpo gástrico; • Tipo II - associada à úlcera duodenal; • Tipo III - pré-pilórica; • Tipo IV - próxima à junção esofogogástrica, considerada alta. Além disso, a classificação de Forrest, permite avaliar o sangramento presente na úlcera e guia a terapia endoscópica a ser escolhida. Podemos visualizar essa classificação na tabela abaixo. Em casos de sangramentos visíveis ou vaso visível, deve ser realizado tratamento endoscópico. Disponível em: GIORDANO-NAPPI, José; MALUF FILHO, Fauze. Aspectos endoscópicos no manejo da úlcera péptica gastroduodenal. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro , v. 35, n. 2, p. 124- 131, Apr. 2008 . Diante disso, vamos analisar as alternativas abaixo. Alternativa A - Correta: O paciente acima apresenta sinais de instabilidade hemodinâmica e precisa de reposição volêmica. Além disso, está indicada realização de EDA para identificação da origem do sangramento e tratamento. Alternativa B - Incorreta: O tratamento cirúrgico está indicado em pacientes com choque hipovolêmico, que não respondem a outros métodos e aqueles que necessitem de mais de 6 unidades de concentrado de hemácias, o que não é o caso. Alternativa C - Incorreta: A angiografia terapêutica e a embolização não são tratamentos indicados para úlceras pépticas. Alternativa D - Incorreta: Os inibidores de bomba de prótons devem ser usados para tratamento da úlcera péptica, podendo utilizar o omeprazol ou pantoprazol, 80mg em bolus com manutenção de 8mg/h durante 72 horas para aumentar a estabilidade do coágulo. Apesar disso, nesse paciente
  • 24. em questão é necessário prioritariamente a estabilização hemodinâmica e abordagem endoscópica inicialmente. 18. Um médico de plantão em uma unidade de saúde materno- infantil de hospital secundário recebe a informação de parto de uma gestante com antecedente de tratamento de sífilis primária no segundo trimestre da gestação, com penicilina benzatina 2.4000.000 UI, dose única, via intramuscular. O parto foi normal, sem intercorrências, com recém-nascido (RN) a termo, capurro de 39 semanas e 4 dias, peso: 3.450 g, estatura: 49 cm e apgar: 9-10; ele está assintomático e com exame físico sem alterações. Houve a coleta de sorologias da mãe e do RN. Os resultados do VDRl mostram títulos maternos de 1:4 e títulos do RN de 1:32. Em relação ao recém-nascido, a conduta a ser adotada é A) fazer seguimento ambulatorial com novas coletas de VRDl nas consultas de rotina. B) solicitar radiografia de ossos longos e hemograma e notificar sífilis congênita se exames alterados. C) notificar sífilis congênita, solicitar líquor, radiografia de ossos longos, hemograma e iniciar tratamento. D) notificar sífilis congênita e iniciar tratamento com penicilina cristalina endovenosa por 10 dias. CCQ: Se títulos de VDRL do RN forem pelo menos duas diluições maiores que os da mãe, notificar sífilis congênita, solicitar líquor, radiografia de ossos longos, hemograma e iniciar tratamento Ei pessoal, tudo certo por aí? Questãozinha sobre infecções congênitas, mais especificamente a sífilis. Bora rever? Sempre que temos uma gestante diagnosticada com sífilis, precisamos nos atentar à possibilidade de uma transmissão vertical e ao fato de que o recém-nascido pode ter uma sífilis congênita. A criança da questão é uma criança exposta à sífilis e nesse caso não sabemos se a mãe foi ou não tratada adequadamente, pois não temos os títulos de VDRL anteriores. Se supormos que não, temos uma criança exposta a sífilis com tratamento inadequado da mãe: notificamos sífilis congênita, solicitamos exames e tratamos. Os exames solicitados são: Teste não-treponêmico em amostra de sangue periférico da puérpera e do RN; radiografia de ossos longos; análise do líquido cefalorraquidiano (VDRL, celularidade e proteinorraquia) e hemograma completo. Se supormos que sim, temos uma criança com mãe adequadamente tratada, mas com teste não treponêmico pelo menos duas diluições MAIOR que o materno: notificamos sífilis congênita, solicitamos exames e tratamos. Veja esse fluxograma que resume bem o que dissemos e também pode ser encontrado na página 36 da
  • 25. sua apostila sobre Infecções Congênitas. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Incorreta: A sífilis congênita pode trazer inúmeras consequências, precisamos tratar, não apenas observar o caso. Alternativa B - Incorreta: Como vimos, já consideramos sífilis congênita e notificamos. Os exames nos ajudarão a guiar o tratamento, não a diagnosticar. Alternativa C - Correta: Exatamente o que vimos. Alternativa D - Incorreta: O que vai guiar o tipo de penicilina usada serão os exames. Líquor normal, posso usar a procaína, por exemplo. 19. Uma mulher com 38 anos de idade comparece ao pronto atendimento com dor em baixo ventre de forte intensidade há algumas horas. A paciente refere que vinha sentindo um leve incômodo em baixo ventre, mas há algumas horas sente dor de forte intensidade em abdome, mais localizada em baixo ventre. Não tem fatores de melhora e piora ao caminhar. Refere náuseas e um episódio de vômito. Nega febre. Como antecedentes já teve uma doença inflamatória pélvica há alguns anos, tratada com antibióticos. Está casada há 10 anos, não utiliza método anticoncepcional hormonal e não usa preservativo em todas as relações. Tem dois filhos que nasceram de parto normal. Nega patologias clínicas. A data da última menstruação foi há aproximadamente 7 semanas. Ao exame, apresenta regular estado geral, lúcida e contactuante, afebril, descorada (++/++++), com pressão arterial de 100 x 55 mmHg e pulso de 110 batimentos por minuto. Exame cardiopulmonar sem anormalidades. Abdome distendido, doloroso, descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita. Ruídos hidro aéreos presentes, mas diminuídos. Exame especular sem sangramento, presença de discreta leucorreia fluida sem sinais de vulvovaginite. Toque vaginal com muita dor, dificultando o exame, mas o útero está de tamanho, forma e consistência normal; sente muita dor à palpação de fundo de saco. Considerando o quadro clínico apresentado, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e a conduta correta a ser realizada. A) Apendicite aguda; cirurgia. B) Gestação ectópica rota; cirurgia. C) Doença inflamatória pélvica; antibioticoterapia parenteral. D) Aborto ou ameaça de aborto; internação para observação. CCQ: Mulheres com gravidez ectópica tendem a cursar com sintomas de dor abdominal, atraso menstrual e sangramento genital Olá, pessoal! Questão bem interessante porque requer conhecimento não apenas da ginecologia e obstetrícia mas também ter um bom leque de diagnósticos diferenciais se tratando de dor abdominal. Nesse caso, trata-se de uma paciente com DUM há 7 semanas e apresentando
  • 26. um quadro que já indica uma instabilidade. O exame físico revela descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita como um sinal de irritação peritoneal e o toque vaginal doloroso. A história de dor a abdominal com atraso menstrual e sinais de choque é um forte indicativo de gravidez ectópica rota. Sendo resultado de implantação e desenvolvimento do ovo fora da cavidade uterina, o local mais acometido por essa patologia são as tubas uterinas (90%-95% dos casos), porém podem ocorrer em diferentes locais como na porção intersticial da tuba, cérvice uterina, no ovário, cavidade do abdômen e, até mesmo, na cicatriz da cesárea. Nesses casos, a dor é o principal sintoma, tendo caráter sincopal e lancinante na ruptura tubária e possui caráter de cólicas no aborto. Ao estabelecimento do hemoperitônio, a dor se acentua e generaliza para todo o abdome associado à ocorrência de náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor escapular decorrente de dor referida por irritação diafragmática pelo hemoperitônio. Durante o exame físico da paciente, podem ser notados sinais como palidez cutaneomucosa sem perda sanguínea visível, taquicardia e hipotensão arterial devido ao estado de hipovolemia instalado devido a condição. Além disso, pode-se observar dor à descompressão brusca, redução dos ruídos hidroaéreos intestinais, intensa dor durante a palpação do fundo de saco posterior (classificado como Sinal de Proust) - como apresentado pela paciente. Agora, vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: Embora o dado de descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita possa levar a cogitar apendicite, outros dados da história clínica da paciente como amenorreia,toque vaginaldolorosoe os sinais vitais podem não torná-lo o principal diagnóstico. Alternativa B - Correta: Exato! Conforme justificado no texto. Alternativa C - Incorreta: A paciente não possui os critérios para fechar diagnóstico de DIP. Alternativa D - Incorreta: A paciente não apresenta história compatível com ameaça de aborto. 20. O médico de uma Equipe de Saúde da Família (ESF) está presente em uma reunião com moradoresda área adstrita que discute sobre o papel da ESF no planejamento de um projeto de intervenção coletiva para promoção da saúde local. Um dos moradores pergunta sobre a possibilidade e importância da participação do controle social no projeto. Com relação ao aspecto questionado, o médico deve esclarecer que A) não há espaço para a participação do controle social no desenvolvimento do projeto de intervenção. B) a participação do controle social é legalmente permitida e muito importante para o desenvolvimento do projeto.
  • 27. C) a participação do controle social no desenvolvimento do projeto seria importante, mas não é permitida pela legislação brasileira. D) a participação do controle social no desenvolvimento do projeto só é permitida após aprovação pelo poder legislativo do município. CCQ: Saber que a participação do controle social é instituída legalmente Fala, galera! Estamos diante de uma questão que aborda a participação social, princípio definido pela Lei Orgânica da Saúde (8.080/90) e sistematizado pela lei 8142/90. Observe que há uma tendência das provas em não perguntar diretamente o que diz determinada lei, mas sim mesclar em situações do cotidiano. Vamos rever sobre essesprincípios, já que trata-se de um tema recorrente: • Universalidade: significa que todos os cidadãos têm acesso ao sistema, incluindo os estrangeiros. • Integralidade: as ações de saúde estão presentes em todas as possíveis esferas, promoção de saúde, prevenção de doenças, cura e reabilitação. • Equidade: esse princípio existe devido a necessidade de redução das disparidades sociais e regionais que temos no Brasil. Ele se relaciona ao conceito de Justiça Social. Em se tratando de SUS visa ações e serviços de saúde, de forma a garantir atendimento ao cidadão em qualquer lugar, da forma que ele precisar, sem distinção de classe, sem privilégios, sem nada do tipo. Ele se materializa oferecendo mais recursos a quem mais precisa e menos recursos a quem menos precisa. Logo, percebemos que equidade é diferente de igualdade, já que igualdade não envolve diminuição de heterogeneidade. • Descentralização: significa uma redistribuição das responsabilidades das ações e dos serviços de saúde entre os 3 níveis de poder. • Regionalização: municipalização do cuidado, mediante maior autonomia e autoridade dos municípios, já que cada município conhece melhor sua realidade. • Hierarquização: organização da atenção em diferentes níveis de atenção, primária, secundária e terciária. • Participação Social: garante participação da própria população na formulação de políticas e ações em saúde. Ocorre mediante os Conselhos e as Conferências de Saúde. • Resolubilidade: o sistema deve ser resolutivo, ou seja, de alguma forma o problema do usuário/paciente deve ser solucionado! • Complementaridade: é possível contratar o serviço privado. Em caso de insuficiência do setor público, pode haver necessidade de contratação do serviço
  • 28. privado de forma complementar. Agora podemos ir às alternativas. Alternativa A – Incorreta: Há espaço para a participaçãodocontrolesocialno desenvolvimento do projeto de intervenção, assim como está previsto na legislação. Alternativa B – Correta: Exato! A participação do controle social é assegurada pela Lei 8142 e é essencial no desenvolvimento do projeto. Alternativa C – Incorreta: A participação do controle social no desenvolvimento do projeto é permitida pela legislação brasileira. Alternativa D – Incorreta: Não é necessário a aprovação do poder legislativo para que a participação social ocorra, ela pode ocorrer por meio de participação ativa da população nas atividades da saúde, nos Conselhos e Conferências de saúde. 21. Uma jovem com 14 anos de idade procura atendimento em Unidade Básica de Saúde (UBS) devido a crises recorrentes de lombalgia há, pelo menos, 4 anos. Relata que a dor é intensa, de início agudo, sem fator desencadeante que tenhaidentificadoe que já havia precisado ser levada a pronto atendimento em algumas dessas crises para administração de analgésicos endovenosos. Conta que, em algumas dessas ocasiões, realizou exames laboratoriais, informando que apenas era detectada a presença de anemia. Acrescenta que, no último atendimento, também foi realizada uma radiografia da coluna lombar, que evidenciou a presença de vértebras em "H", tendo sido orientada a procurar o médico da UBS para prosseguimento de investigação. Diante desse histórico, o médico da UBS deve considerar a hipótese de A) hiperparatireoidismo e solicitar dosagem de paratormônio. B) anemia falciforme e solicitar eletroforese de hemoglobina. C) fraturas vertebrais secundárias e solicitar tomografia computadorizada. D) espondilite anquilosante e solicitar ressonância magnética de sacroilíacas. CCQ: Saber que a anemia falciforme pode se apresentar com crises álgicas acompanhada de anemia recorrente e ter como imagem radiológica na radiografia de coluna vertebral o padrão de "vértebra em H” Olá, aluno Aristo! Questão sobre anemia falciforme. Vamos relembrar? Segundo o Tratado de Pediatria 4ª Edição, doença falciforme é o termo utilizado para definir um grupo de alterações genéticas caracterizadas pelo predomínio da hemoglobina S (HbS). Essas alterações incluem a anemia falciforme (HbSS), cujas manifestações clínicas dependem do genótipo e é caracterizada por episódios de dores osteoarticulares, dores abdominais, infecções e sintomas respiratórios (taquipneia, dispneia, tosse e dor torácica),além de retardodo crescimento e da maturação sexual, complicações oftalmológicas, acidente
  • 29. vascular cerebral e comprometimento crônico de múltiplos órgãos. A anemia falciforme pode acarretar em infartos ósseos que, na coluna vertebral, podem causar deformações chamadas de “vértebras em H”. Ainda, segundo o tratado, o diagnóstico laboratorial completo da doença falciforme no período pós‐natal inclui a realização de hemograma com contagem de reticulócitos, além da detecção da HbS e da sua associação com outras frações pela a eletroforese de hemoglobina. Vale lembrar que o diagnóstico em geral é realizado por meio do teste do pezinho, durante a triagem neonatal. Com isso, vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: O hiperparatireoidismo não se apresenta com anemia e imagem óssea como descrita no caso. Alternativa B - Correta: Exato! A paciente apresenta quadro típico de crise álgica, muito característica de anemia falciforme, acompanhada de anemia persistente. Além disso, apresenta imagem radiográfica característica da doença. A técnica mais eficaz para o exame diagnóstico é a eletroforese de hemoglobina. Alternativa C - Incorreta: Farturas vertebrais secundarias não justificariam as crises álgicas como descritas e nem a anemia. Alternativa D - Incorreta: A espondilite anquilosante é um tipo de artrite e não cursa com anemia, além de não se apresentar com a imagem radiológica descrita no caso. 22. Um homem com 22 anos de idade, atendido no Pronto-Socorro de hospital, apresentava um ferimento por projétil de arma de fogo no hemitórax direito. Ao exame físico, foram constatados: frequência respiratória de 24 incursões respiratórias por minuto, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto, preenchimento capilar maior que 2 segundos, pressão arterial de 80 x 40 mmHg, estase jugular bilateral, desvio da traqueia para a esquerda, murmúrio vesicular abolido e timpanismo aumentado no hemitórax direito. Com base nesses dados, a conduta adequada é realizar A) radiografia do tórax e toracocentese no segundo espaço intercostal direito. B) radiografia do tórax e drenagem pleural fechada no quarto espaço intercostal direito. C) toracocentese inicialmente e drenagem pleural fechada no quarto espaço intercostal direito. D) toracocentese inicialmente e drenagem pleural aberta no segundo espaço intercostal direito. QUESTÃO ANULADA Fala, galera! Temos aqui uma questão bem interessante sobre trauma torácico. Trata-se de um paciente vítima de trauma por arma de fogo em hemitórax direito. Clinicamente ele apresenta sinais de choque: taquicardia, tempo de enchimento
  • 30. capilar aumentado, hipotensão. Além disso, ao exame físico conseguimos identificar turgência jugular + desvio da traqueia + timpanismo à percussão. Diante disso, nossa hipótese diagnóstica será de pneumotórax hipertensivo, concordam? O diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é essencialmente clínico, não precisamos de exames complementares. O tratamento imediato é a punção torácica, ou toracocentese de alívio, no 5º espaço intercostal na linha axilar média. Porém, a conduta terapêutica definitiva é a drenagem torácica em selo d'água, também no 5º espaço intercostal. Algo a mais: Fiquem atentos na localização da toracocentese, pois costuma ser pegadinha de prova. De acordo com a nova edição do ATLS, a toracocentese não é mais feita no 2º espaço intercostal, e sim no 5º igualmente a drenagem. Alternativa A - Incorreta: Comentamos que o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é clínico, portanto a solicitação de radiografia de tórax se faz desnecessária. Alternativa B - Incorreta: Novamente o que discutimos, não é conduta de rotina a solicitação da radiografia, já que o diagnóstico é clínico. Além disso, a drenagem torácica é feita no quinto espaço intercostal. Alternativa C - Incorreta: A alternativa traz a toracocentese como conduta inicial seguida de drenagem, que está correta. Porém, de acordo com o ATLS, o local de inserção do dreno de tórax é no 5º espaço intercostal. Algumas bancas trazem como referência o 4º espaço intercostal como nesse caso, fiquem do olho. Alternativa D - Incorreta: Como já discutimos, o local tanto da toracocentese de alívio como da drenagem torácica, é o 5º espaço intercostal. 23. Um lactente com 18 meses de idade é atendido em Unidade Básica de Saúde em virtude de a mãe ter notado "algo duro" na barriga do filho durante o banho há 1 semana. A mãe fez uso de laxativo por 2 dias, mas não houve desaparecimento da tumoração. Nesse período, ela notou que a criança estava mais apática e inapetente. Ela nega sintomas respiratórios e febre. Relata que o filho nasceu de parto cesárea a termo, sem intercorrências neonatais e que recebeu aleitamento materno exclusivo por 6 meses. Observa-se bom ganho pondero-estatural e vacinação em dia. A mãe traz exame de urina realizado há 3 dias, que mostra hematúria. Ao exame físico, apresenta regular estado geral, apático, hipoativo, descorado 1+/4+, afebril, acianótico, frequência cardíaca de 104 batimentos por minuto, frequência respiratória de 32 incursões respiratórias por minuto, pressão arterial no percentil 95 para a idade e estatura. Ausência de linfoadenomegalias. Abdome com presença de massa de consistência endurecida no andar superior, sem ultrapassar linha média. Membros sem edema ou lesões. Considerando esse caso clínico, a principal hipótese diagnóstica e o
  • 31. exame indicado para elucidar o diagnóstico são, respectivamente, A) linfoma; ultrassonografia de abome. B) tumor de Wilms; ultrassonografia de abdome. C) glomerulonefrite difusa aguda; complemento sérico. D) neuroblastoma; tomografia computadorizada de abdome. CCQ: Saber que o tumor de Wilms é o tumor renal mais comum em crianças Olá, pessoal! Temos aqui uma questão com um caso clínico que aborda o diagnóstico diferencial de massas tumorais. Vamos analisar juntos: Trata-se de um lactente de 18 meses, previamente hígido, com uma massa tumoral no andar superior do abdome. Além disso, ele apresenta-se apático, hipoativo, hipocorado e com alterações que sugerem comprometimento renal: hematúria e aumento pressórico (PA no percentil 95). Diante desse cenário, devemos pensar nos principais tumores da faixa etária pediátrica e associá-lo a alteração renal. Agora ficou tranquilo, certo?! • Assim, nossa principal hipótese é o Tumor de Wilms (nefroblastoma). • É o tipo de tumor renal mais comum na infância e pode acometer um ou ambos os rins. • Algumas síndromes genéticas podem estar associadas a um maior risco de desenvolver a doença. • Esse tipo de tumor pode ser evidenciado apenas como massa palpável no abdome ou apresentar outros sintomas associados, como infecção urinária, hematúria, hipertensão arterial e/ou dor abdominal. Na maior parte das vezes, o estado geral da criança é bom. Em casos mais graves, podem ocorrer metástases principalmente para o pulmão. • O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem (como ultrassonografia de abdome, radiografia de tórax, tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve, ressonância nuclear magnética de abdome), com ou sem biópsia da massa inicialmente. • O tratamento é baseado em cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia em alguns casos. Os pacientes com a doença localizada, em geral, têm boa resposta ao tratamento, com alta taxa de cura. Vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: No linfoma espera-se linfonodomegalias, o que não é descrito no nosso caso clínico. Alternativa B - Correta: Exatamente como discutimos acima. Alternativa C - Incorreta: Na glomerulonefrite não há a presença de massa palpável. Alternativa D - Incorreta: Trata-se de um tumor sólido extracraniano mais comum em crianças e o mais
  • 32. comumente diagnosticado em lactentes menores de 1 ano. Pode surgir na glândula adrenal e/ou nas regiões cervical, torácica, abdominal e/ou pélvica, seguindo o trajeto de toda a cadeia do sistema nervoso simpático. Mas o nefroblastoma é o mais comum nos rins, sendo a nossa primeira suspeita. 24. Em uma Unidade Básica de Saúde, uma adolescente com 13 anos de idade, acompanhada da mãe, refere, em consulta, ausência de menstruação. A genitora mostra-se ansiosa, pois relata acreditar que o desenvolvimento corporal da filha está atrasado em relação às amigas da mesma idade. Ao exame físico, a adolescente apresenta altura e peso compatíveis com percentil 60 do gráfico de crescimento da Organização Mundial da Saúde. Observa-se aumento das mamas e aréola, sem separação dos contornos (M3 na classificação de Tanner), assim como presença de pelos pigmentados, longos e enrolados, atingindo a sínfise púbica (P3 na classificação de Tanner). Nesse caso, a conduta adequada é A) solicitar dosagens hormonais e fazer o encaminhamento da paciente para centro de referência. B) pedir avaliação ultrassonográfica da presença e tamanho de útero e ovários da paciente. C) solicitar teste de progesterona via oral da paciente para estímulo endometrial. D) orientar e esclarecer apaciente sobre a normalidade do desenvolvimento CCQ: Não há anormalidade em um quadro de adolescente de 13 anos que está em M3-P3 e ainda não menstruou Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha sobre crescimento e desenvolvimento: a famosa puberdade. Vamos lá? Quando falamos de puberdade, é preciso diferenciá-la primeiro da adolescência. A puberdade envolve um desenvolvimento biológico, enquanto a adolescência envolve um desenvolvimento biopsicossocial. Nas meninas, a puberdade ocorre entre 8 e 13 anos, onde temos a telarca, evolução da mama parao estádio M2 de Tanner e 2,5 anos depois da telarca, a menarca. E nos meninos, entre 9 e 14 anos, onde temos aumento do volume testicular para 4 cm cúbicos, e entrada no estádio G2 de Tanner. A menina daquestãoestánoestágioM3 de Tanner, ou seja, ainda há tempo para que ocorra a menstruação, por volta do M3-M4. Considerando isso e o fato de que não há nenhum sinal de alerta e o crescimento está ótimo, explicamos para a mãe e para a adolescente a normalidade do quadro. Vamos ver quais são esses estágios de Tanner nas meninas e nos meninos e depois analisar as alternativas:
  • 33. Alternativa A - Incorreta: Não há, no caso relatado, quaisquer sinais que me façam desconfiar de problemas hormonais. Alternativa B - Incorreta: Como vimos, nada anormal no caso, não temos que fazer US de rotina e o caso não nos indica essa necessidade. Alternativa C - Incorreta: Não há, no caso relatado, quaisquer sinais que me façam desconfiar de problemas hormonais. Alternativa D - Correta: Exatamente o que vimos: tudo dentro da faixa de normalidade. 25. Em reunião de equipe de uma Unidade de Saúde da Família, o médico de família e comunidade propõe a discussão de estratégias para a orientação da comunidade sobre a COVID-19. A equipe atende a uma região periférica, composta por uma área de ocupação, conjuntos habitacionais populares e residências de classe média. Nesse contexto, a estratégia adequada é A) homogeneizar as orientações para toda a comunidade, já que a COVID-19 atinge de modo semelhante todos os grupos populacionais. B) assumir um papel de vigilância em saúde, com prioridade às necessidades dos grupos mais vulneráveis em relação à pandemia da COVID-19. C) buscar orientações dos órgãos competentes, alertando contra quaisquer recomendações de curadores tradicionais referentes à pandemia da COVID-19. D) posicionar-se com neutralidade diante das necessidades da comunidade e das diferentes orientações das autoridades municipal,
  • 34. estaduale federalnocombate àCOVID- 19. CCQ: Saber que devemos devemos priorizar as necessidades dos grupos mais vulneráveis com base no princípio da equidade Fala, galera! Estamos diante de uma questão que aborda de modo contextualizado a equidade, princípio definido pela Lei Orgânica da Saúde (8.080/90). Vamos rever sobre esses princípios, já que trata-se de um tema recorrente: • Universalidade: significa que todos os cidadãos têm acesso ao sistema, incluindo os estrangeiros. • Integralidade: as ações de saúde estão presentes em todas as possíveis esferas, promoção de saúde, prevenção de doenças, cura e reabilitação. • Equidade: esse princípio existe devido a necessidade de redução das disparidades sociais e regionais que temos no Brasil. Ele se relaciona ao conceito de Justiça Social. Em se tratando de SUS visa ações e serviços de saúde, de forma a garantir atendimento ao cidadão em qualquer lugar, da forma que ele precisar, sem distinção de classe, sem privilégios, sem nada do tipo. Ele se materializa oferecendo mais recursos a quem mais precisa e menos recursos a quem menos precisa. Logo, percebemos que equidade é diferente de igualdade, já que igualdade não envolve diminuição de heterogeneidade. • Descentralização: significa uma redistribuição das responsabilidades das ações e dos serviços de saúde entre os 3 níveis de poder. • Regionalização: municipalização do cuidado, mediante maior autonomia e autoridade dos municípios, já que cada município conhece melhor sua realidade. • Hierarquização: organização da atenção em diferentes níveis de atenção, primária, secundária e terciária. • Participação Social: garante participação da própria população na formulação de políticas e ações em saúde. Ocorre mediante os Conselhos e as Conferências de Saúde. • Resolubilidade: o sistema deve ser resolutivo, ou seja, de alguma forma o problema do usuário/paciente deve ser solucionado! • Complementaridade: é possível contratar o serviço privado. Em caso de insuficiência do setor público, pode haver necessidade de contratação do serviço privado de forma complementar. Agora podemos ir às alternativas. Alternativa A – Incorreta: Estamos lidando com grupos populacionais distintos, os quais vão ter uma vulnerabilidade diferente para o
  • 35. adoecimento para COVID-19, de modo que seria adequado heterogeneizar as orientações na comunidade, já que essa doença atinge os grupos populacionais de modo diferente. Alternativa B – Correta: Exato! Essa alternativa reflete o princípio da equidade, de forma que devemos lembrar que cada grupo populacional pode ter riscos distintos, e portanto devemos tratar diferentemente cada situação. Dessa forma, é adequado assumir um papel de vigilância em saúde, com prioridade às necessidades dos grupos mais vulneráveis em relação à pandemia da COVID-19. Alternativa C – Incorreta: Com base na competência cultural, que é um dos atributos derivados da APS, como profissionais de saúde devemos saber nos conectar com os saberes locais para trabalhar com determinada comunidade erespeitar sua cultura, não devendo alertar contra recomendações de curadores tradicionais no contexto do COVID-19, a não ser que represente algo nocivo. Alternativa D – Incorreta: A equipe tem papel de tentar resolver os problemas da comunidade, devendo aderir às recomendações e levar para as pessoas, não sendo adequado posicionar-se com neutralidade frente às necessidades da população. 26. Um homem com 48 anos de idade, tabagista, em tratamento irregular de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia, é admitido na unidade de emergência de hospital de pequeno município do interior, com quadro de dor torácica de forte intensidade, tipicamente anginosa, associada a diaforese, náuseas e vômitos. Segundo informa, o quadro álgicotem cerca de 4 horasde evolução, não tendo procurado antes a unidade de saúde por receio de contaminação devido à pandemia em curso. O exame físico dirigido revela um paciente em moderado desconforto agudo, ansioso, com pressão arterial (PA) de 102 x 70 mmHg, frequência cardíaca de 102 batimentos por minuto, levemente taquipneico, frequência respiratória de 22 incursões respiratórias por minuto. Na ausculta cardíaca, revelam-se uma 4a bulha e um sopro sistólico suave na ponta, estando os pulmões limpos. É realizado, então, um eletrocardiograma (ECG) nos primeiros 10 minutos de atendimento, que mostra a presença de um supradesnível do segmento ST superior a 2 mm nas derivações D2, D3, aVF e V1, além de infradesnível de ST de 3 mm nas derivações V2 a V4, nas quais são observadas ondas R aumentadas e ondas T positivas proeminentes. São administrados nitrato sublingual e ácido acetilsalicílico (AAS), além de ser solicitada a infusão de tenecteplase intravenosa em bolus, uma vez que não há serviço de hemodinâmica na região. Enquanto é providenciada a elaboração do trombolítico, o paciente refere piora dos sintomas, sendo verificado que ele se encontra ainda mais pálido e hipotenso (PA: 80 x 46 mmHg), a
  • 36. despeito de sua ausculta pulmonar manter-se sem ruídos adventícios. Considerando os dados relatados, a melhor explicação para a piora clínica do paciente logo após a instituição da abordagem inicial é A) agravamento da hipercalemia pelo AAS. B) desenvolvimento de rotura de septo interventricular. C) medicação inadequada na coexistência de infarto de ventrículo direito. D) instalação de choque cardiogênico por grave disfunção ventricular esquerda. CCQ: Saber que infarto de parede inferior também pode ter acometimento de VD e que nestes casos não se deve usar nitrato Olá, aluno Aristo! Temos aqui uma questão sobre infarto do ventrículo direito, que nos exige conhecimento sobre seu diagnóstico e limitações, trazendo um CCQ muito importante para as provas. Vamos revisar um pouco sobre o assunto? Um dos primeiros passos para acertar essa questão era saber identificar o padrão de acometimento das paredes através do ECG. Temos aqui um supra desnível de D2, D3 e avF o que corresponde à topografia de artéria coronária direita/ parede inferior do ventrículo esquerdo, lembra? O infradesnível de ST de V2-V4 (parede anterior) so corrobora com essa constatação, visto que a parede diametralmente oposta à necrose transmural costuma se apresentar em uma “imagem em espelho”. Sabendo que a coronária direita também é responsável pela irrigação do ventrículo direito devemos nos lembrar de solicitar também as derivações V3R e V4R antes de iniciar o tratamento do paciente. Isso porque em infartos do VD não devemos usar nitrato, morfina e diuréticos, pois estes medicamentos tendem a diminuir a pré-carga e consequentemente prejudicar ainda mais a perfusão local. Nos casos de VD, deve-se optar pelo tratamento com reposição volêmica e dobutamina (se houver choque). Vamos às alternativas? Alternativa A – Incorreta: Este não é um efeito esperado pelo AAS. Alternativa B – Incorreta: A rotura de septo interventricular é uma complicação grave, que geralmente ocorre nas primeiras 24h até 7 dias após IAM. Sua manifestação clínica consiste em colapso hemodinâmico, caracterizado por sopro sistólico no quarto espaço intercostal esquerdo com irradiação para direita. Alternativa C – Correta: Como discutimos, nos casos de infarto de VD o nitrato é proscrito. Alternativa D – Incorreta: A alternativa peca ao dizer que o choque cardiogênico se da por grave disfunção de VE, quando na verdade a disfunção é de VD. O enunciado inclusive fala que não há alteração na ausculta pulmonar, que estaria presente devido à congestão quando há falha do VE.
  • 37. 27. Um homem com 23 anos de idade, em atendimento no Pronto-Socorro de hospital de nível terciário, apresenta trauma abdominal contuso após acidente automobilístico, sem evidências de lesões em outros segmentos corpóreos. Ao exame físico, apresenta frequência cardíaca de 84 batimentos por minuto, preenchimento capilar menor que 2 segundos, pressão arterial de 115 x 65 mmHg. Durante o atendimento inicial foi utilizada sondagem vesical de demora que evidenciou hematúria maciça. A tomografia de abdome com contraste endovenoso mostrou uma lesão renal grau III, correspondendo a laceração cortical do parênquima renal maior que 1 cm, sem extravasamento urinário. Não foram evidenciadas outras lesões no abdome. Considerando essa história clínica, os dados do exame físico e da tomografia, a conduta correta é indicar A) arteriografia e embolização para coibir o sangramento. B) tratamento operatório em função da hematúria maciça. C) sonda vesical de três vias e irrigação com solução salina 0,9%. D) repouso até resolução da hematúria, hematócrito seriado e antibióticos. QUESTÃO ANULADA Fala, pessoal. Questão sobre trauma renal, mas antes de tudo, vamos revisar? O trauma renal é classificado e dividido em graus: • Grau I: hematoma subcapsular não expansivo, sem laceração de parênquima; • Grau II: hematoma perirrenal não expansivo, com laceração menor que 1cm; • Grau III: laceração renal maior que 1cm, sem extravasamento urinário; • Grau IV: laceração do parênquima até o sistema coletor, com extravasamento urinário, e lesão arterial ou venosa; • Grau V: completa desvascularização renal, rim pulverizado. Atualmente, na maioria dos traumas abdominais específicos, cada vez mais tem se optado por tratamentos conservadores. Nos pacientes estáveis, com lesões até grau III, os pacientes recebem preferivelmente o tratamento não operatório. Em pacientes instáveis ou com lesões mais graves, entre grau IV e V, podemos lançar mão de técnicas mais invasivas. O nosso paciente apresenta-se estável hemodinamicamente, com boa perfusão tecidual, e uma lesão renal grau III de acordo com a tomografia computadorizada. Portanto, o tratamento de escolha é conservador. Alternativa A - Incorreta: A arteriografia e embolização são técnicas que podem ser usadas nos pacientes com lesões mais graves (grau IV) que estão estáveis. Não estão indicadas no caso do paciente da questão.
  • 38. Alternativa B - Incorreta: O paciente não apresenta indicação imediata de tratamento operatório, conforme discutimos. Alternativa C - Incorreta: A sonda vesical de três vias é usada para irrigação fechada usada no tratamento de distúrbios urinários. Não está indicada nos traumas renais. Alternativa D - Incorreta: Aqui está a pegadinha. Falamos que nesse caso, indicamos o tratamento conservador, mas como ele seria feito? É indicado que o paciente permaneça em observação e realizando exames seriados para investigarmos a perda sanguínea. Porém não é preciso realizar repouso até resolução da hematúria, assim como a antibioticoterapia não está indicada nesse caso. 28. Um menino com 11 meses de idade, acompanhado da mãe, é atendido em uma Unidade Básica de Saúde por queixa de obstrução nasal e coriza há 2 dias, porém não faz acompanhamento regular em puericultura, tendo a mãe comparecido apenas à consulta com 15 dias de vida da criança. Na avaliação da alimentação, a mãe relata que a criança não recebe leite materno e, sim, leite de vaca, em mamadeira, e de forma estrita. Ao exame físico, a criança encontra-se em regular estado geral, ativa e reativa, presença de coriza hialina, afebril, sem sinais de desidratação. Seu peso é de 7.200 g, o que leva aos pontos de corte de score z -3 e z -2. Considerando os dados apresentados, qual é a classificação do estado nutricional correspondente para esse caso, de acordo com a Caderneta da Criança do Ministério da Saúde? A) Peso baixo para a idade. B) Peso elevado para a idade. C) Peso adequado para a idade. D) Peso muito baixo para a idade. CCQ: Saber que escores entre -3 e -2 na escala de peso para idade em crianças de 0 a 2 anos são classificados como baixo peso Olá, caros alunos da Aristo! Aqui vamos nós para mais uma questão de puericultura! Ao ler o enunciado da questão, é importante que destaquemos o que de fato está sendo perguntado: porque há uma narrativa extensa sobre o quadro de saúde do paciente, mas a pergunta faz referência somente à classificação do seu estado nutricional – e o único critério levado em conta para isso é o seu peso para a idade, a partir do qual a população pediátrica é estratificada através de escores. Assim, a questão na verdade exige de nós que saibamos a classificação do peso da criança a partir dos escores estabelecidos nos gráficos da Caderneta da Criança do Ministério da Saúde. Diante disso, precisamos relembrar quais escores determinam quais estratíficações para a população entre 0 a 2 anos: acima do escore +2, peso elevado para a idade; entre os escores +2 e -2, adequado peso para a idade; entre os escores -3 e -2, baixo peso para a idade; e abaixo do escore - 3, muito baixo peso para a idade. Portanto, o paciente da questão é
  • 39. classificado como de baixo peso para a idade. Aproveitemos a oportunidade para relembrarmos uma informação que pode ser importante para as provas de residência: a expectativa de ganho de peso da criança no primeiro ano de vida, que é de 700g/mês no primeiro trimestre de vida, 600g/mês no segundo trimestre, 500g/mês no terceiro e 400g/mês no quarto. Alternativa A – Correta: Crianças com escore de peso para a idade entre -3 e - 2 são classificados como de baixo peso. Alternativa B – Incorreta: A criança teria elevado peso para a idade se possuísse escore acima de +2. Alternativa C – Incorreta: A criança teria adequado peso para a idade se possuísse escore entre +2 e -2. Alternativa D – Incorreta: A criança teria muito baixo peso para a idade se possuísse escore abaixo de -3. 29. Uma gestante primigesta com 25 anos de idade e com idade gestacional de 20semanascomparece àconsulta no Centro de Saúde referindo uma lesão em vulva. Relata que, inicialmente, sentiu dor e coceira no local e que, pouco depois, apareceu a lesão, que ainda dói e arde. Nega episódios semelhantes anteriores. Ao exame ginecológico, apresenta lesão em fúrcula vaginal, hiperemiada, com vesículas agrupadas, algumas exulceradas. Considerando esse quadro clínico, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e a conduta correta a ser adotada. A) Sífilis (lesão secundária); deve ser solicitado VDRl e teste treponêmico com urgência para definir conduta. B) Sífilis (lesão primária); indicação de tratamento com penicilina benzatina para a mulher e o(s) parceiro(s). C) Herpes Genital; deve ser solicitada sorologia (IGG e IGM) e cultura de secreção da lesão e, após coleta, iniciar tratamento com aciclovir. D) Herpes Genital; indicação de tratamento com aciclovir e com 36 semanas de gestação deve ser prescrito aciclovir profilático, para diminuir o risco de lesões ativas no momento do parto. CCQ: Herpes genital é caracterizado por lesões vesiculares dolorosas na região genital e o tratamento da primoinfecção na gestação é feito com aciclovir Aluno Aristo, tudo certo? Questão que aborda um tema recorrente nas provas! As úlceras genitais costumam aparecer com frequência nas questões e conhecer as principais características de cada lesão é suficiente para garantirmos a maioria delas! As úlceras genitais podem ser divididas em dolorosas e não dolorosas. As primeiras ocorrem no herpes (HVS 1 e 2) e no cancro mole ou cancroide (causado pelo Haemophilus ducreyi). Já as úlceras não dolorosas ocorrem na sífilis primária ou cancro duro (causada pelo Treponema pallidum), na donovanose ou granuloma venéreo (causada pela Klebsiella granulomatis) e