O relatório prevê que o número de bovinos confinados no Brasil em 2020 será recorde, com 6,188 milhões de cabeças, 6% a mais do que em 2019. Isso se deve principalmente ao segundo ciclo de confinamento do ano, impulsionado pela alta nos preços da arroba. A maior expansão percentual ocorrerá no Nordeste, enquanto o Centro-Oeste continuará sendo a principal região de confinamento.

1. Relatório Diário Cogo Inteligência em Agronegócio
Confinamentos de Bovinos deverão ser
recordes em 2020
26/10/2020

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CONFINAMENTOS DE BOVINOS DEVEM SER RECORDES EM 2020
➔ O número de bois gordos terminados em confinamento no Brasil deve alcançar o recorde
de 6,188 milhões de cabeças em 2020, 6% acima das 5,856 milhões de cabeças de 2019,
de acordo com dados do levantamento “Censo de Confinamento DSM 2020”.
➔ O crescimento virá do 2º giro de confinamento, que, geralmente, representa 65% dos
bovinos engordados no cocho, mas neste ano será ainda mais expressivo por causa da
forte valorização da arroba no período.
➔ A arroba de boi gordo acumula uma alta de 28% de janeiro a outubro deste ano e de 66%
nos últimos 12 meses.
➔ Por causa da pandemia da Covid-19, que trouxe incertezas para os mercados e com a
recessão econômica, foram confinados 40% menos animais do que o que normalmente
ocorre no 1º giro do ano, que começa entre março e abril e termina entre junho e julho.

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3,1
3,9
4,1
4,4
4,7
5,2 5,2 5,3
5,6
5,9
6,2
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
CONFINAMENTOS DE BOVINOS NO BRASIL - MILHÕES DE CABEÇAS
2020: Projeção

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CONFINAMENTOS DE BOVINOS DEVEM SER RECORDES EM 2020
➔ Com essa diminuição no número de bois nos cochos, faltou bovino para ser abatido em
julho e agosto e o preço da arroba começou a disparar.
➔ Vale a pena destacar que, neste 2º semestre, os custos do setor subiram com a alta do
boi magro, do milho e do farelo de soja, mas as exportações continuam muito aquecidas.
➔ E é essa forte demanda externa, somada aos preços mais altos da arroba, que estimulou
os pecuaristas a lotarem os confinamentos com bovinos para engorda até o fim do ano.
➔ O levantamento nos mostra que o maior avanço dos confinamentos, em termos
percentuais, ocorrerá na Região Nordeste, onde o número de bovinos deve chegar a 148
mil cabeças neste ano, 17% a mais do que em 2019.
➔ Entretanto, a Região Centro-Oeste segue responsável pela maior parcela de bois nos
cochos, somando 2,892 milhões de cabeças, aumento de 8% frente ao ano anterior.

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CONFINAMENTOS DE BOVINOS DEVEM SER RECORDES EM 2020
➔ Em segundo lugar, está a Região Sudeste, com 1,685 milhão de bois confinados (+1,6%),
seguido pela Região Norte, com 760 mil bovinos (+0,6%) e pela Região Sul, que deve
alcançar 705 mil bovinos confinados, alta de 10,8% na mesma base comparativa.
➔ Em relação aos Estados, Mato Grosso lidera a produção, enquanto Goiás e São Paulo
ocupam a segunda e a terceira posições.
➔ No mercado físico, em anos anteriores, havia mais lotes de boiada gorda terminada nos
cochos disponíveis em outubro, o que não ocorreu neste ano.
➔ Isso ocorre em virtude de um alongamento no período de confinamento, e não em razão
do início tardio da atividade pelos produtores, com os confinadores abatendo os bovinos
mais pesados: se antes abatiam um boi de 19 arrobas, agora estão esperando chegar a
21 ou 22 arrobas e o ciclo de engorda passa de 90 dias para 120 dias nos cochos.

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CONFINAMENTOS DE BOVINOS DEVEM SER RECORDES EM 2020
➔ O pecuarista brasileiro está aproveitando mais a carcaça e, por isso, a maior
concentração de bovinos confinados no mercado vai ser no próximo mês de novembro.
➔ O aumento dos dias de confinamento ainda é vantajoso, mesmo que signifique maiores
custos com grãos para alimentação.
➔ Isso porque cerca de 73% a 75% dos custos de produção nos confinamentos decorrem
do gado de reposição, enquanto 20% a 22% provêm da alimentação dos bovinos.
➔ É melhor para o produtor segurar os bois porque, apesar de perder eficiência na engorda,
pois há uma melhora da relação de troca do boi gordo com a reposição.
➔ Esse movimento não é apenas para garantir a remuneração mais alta trazida pelo peso
maior, mas também porque estão acompanhando a valorização diária contínua da
arroba no mercado.

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CONFINAMENTOS DE BOVINOS DEVEM SER RECORDES EM 2020
➔ O que o pecuarista avalia atualmente é que, se adiar os abates, pode obter valores mais
altos para a arroba.
➔ A escassez de bovinos para abates também é um reflexo da retenção das fêmeas, que
estão sendo utilizadas para aumentar a produção de bezerros, em meio aos altos preços
do gado de reposição.
➔ O criador deixa de vender as fêmeas para abate, e é claro que isso pesa no mercado.
➔ Só bois machos confinados sendo abatidos não atendem a toda a demanda atual do
mercado e não é suficiente para preencher as escalas de abates.
➔ O cenário do mercado físico é de preços sustentados, especialmente por causa da oferta
ainda muito restrita e das exportações muito aquecidas de carne bovina.

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