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Fundamentos da Epidemiologia:
conceito e aplicação da
epidemiologia na Estratégia de
Saúde da Família
Candidato: Pablo Luiz Santos Couto
Introdução
• Tem-se apontado para os usos da epidemiologia na descrição da doença na
comunidade;
• a identificação de grupos vulneráveis e na avaliação de serviços e
programas de saúde.
(PAIM, 2003)
Introdução
• A constituição da epidemiologia: como disciplina científica e a reflexão epistemológica
• Seguiu, os seus próprios caminhos, sem um vínculo mais consistente com a organização
social dos serviços de saúde, dada a relativa autonomia dos campos científicos.
(PAIM, 2003)
Introdução
• Durante anos, os serviços de saúde, a exemplo do Brasil, seguiu-se se orientando
muito mais sob a lógica do mercado do que a das necessidades de saúde
pareciam não ver a epidemiologia como uma ferramenta necessária para o seu
desenvolvimento.
• Diferente do já apontava a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e
Organização Mundial de Saúde (OMS).
(PAIM, 2003)
Epidemiologia
É a ciência que estuda o processo saúde-doença na comunidade, analisando a
distribuição e os fatores determinantes das enfermidades e dos agravos à saúde
coletiva, sugerindo medidas específicas de prevenção, de controle ou de
erradicação.
EPI = sobre; DEMO = população; LOGOS = estudo
Epidemiologia
• A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento:
Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais.
• Tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde, como
doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem ao acaso entre
as pessoas.
Epidemiologia
• Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e
outros que morrem mais por determinada doença.
• Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas
se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que
outros.
O uso da Epidemiologia permite análises de mudanças ocorridas no
tempo:
Demográfica - Padrão de nascimento, mortalidade e envelhecimento
(o perfil populacional ao longo das décadas, séculos)
Epidemiológica - Padrão de morte, morbidade e invalidez que
caracterização um população específica
CORTEZ et al., 2019
A epidemiológica ocorre concomitante a outras
transformações
Demográficas
Sociais
Econômicas
Politicas Culturais
CORTEZ et al., 2019; OLIVEIRA, 2019
Aplicações gerais da Epidemiologia
a) Descrever as condições de saúde da população:
b) Identificar quais são os fatores determinantes da situação de saúde:
conhecer de que adoeceu e de que morreu a população, bem como
descrever a evolução desses dados durante um período de tempo, ou
época.
análises estatísticas mais sofisticadas, novos estudos epidemiológicos
e investigações laboratoriais associados para comprovar fatores
etiológicos de agravos e doenças.
Aplicações gerais da Epidemiologia
C) Avaliar o impacto das ações e políticas de saúde
As ações planejadas e implementadas tem incidido nos indicadores de
saúde?
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• Epidemia é a elevação brusca, inesperada e temporária da incidência de determinada
doença, ultrapassando os valores esperados para a população no período em questão.
• Pandemia é a ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial,
atingindo várias nações.
• Endemia refere-se a uma doença habitualmente presente entre os membros de um
determinado grupo, dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por
um período de tempo ilimitado.
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• População refere-se a grupos humanos definidos pelo seguinte conjunto de características
comuns: sociais, culturais, econômicas, geográficas e históricas.
• E as doenças, que tanto afligem a população, o que são?
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• Doenças são marcadores culturais das sociedades humanas, decorrentes da forma como nossa espécie
organiza sua vida social e da forma como ela convive com outras espécies e com o meio ambiente.
• É possível, assim, compreender como doenças “aparecem” e “somem”, e como vão se transformando
ao longo do tempo.
• O que se compreende como doença inclui: disfunção física ou psicológica; estado subjetivo em que a
pessoa percebe não estar bem; e um estado de disfunção social que acomete o indivíduo quando
doente.
• As doenças não são, portanto, apenas algo diagnosticado por profissionais de saúde, mas também
fenômenos subjetivos autopercebidos.
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• a epidemiologia se detém em populações inteiras ou em suas amostras para, a partir dos
indicadores de saúde e outros dados epidemiológicos construídos:
• através da coleta de dados e de sua análise por métodos estatísticos,
• realizar o diagnóstico de saúde,
• subsidiar a implementação de medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças
coletivamente.
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• A epidemiologia atém as principais modalidades de indicadores:
• Indicadores de morbidade: indicam a incidência e prevalência de doenças;
• Indicadores de mortalidade: indicam a mortalidade através, por exemplo, da taxa de mortalidade
geral, taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade por grupos de causas (como doenças
cardiovasculares, respiratórias e câncer) e razão de mortalidade materna;
• Indicadores relacionados à nutrição, crescimento e desenvolvimento: indicam, por exemplo,
proporção de nascidos vivos com baixo peso e proporção de adultos com obesidade;
• Indicadores demográficos: indicam, por exemplo, distribuição da população segundo sexo e
idade;
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
• A epidemiologia atém as principais modalidades de indicadores:
• Indicadores socioeconômicos: indicam, por exemplo, escolaridade, renda, moradia e emprego
da população;
• Indicadores relacionados à saúde ambiental: indicam, por exemplo, qualidade do solo, da água e
do ar;
• Indicadores relacionados aos serviços de saúde: indicam, por exemplo, número de profissionais
da saúde por 1.000 habitantes e número de atendimentos em especialidades básicas por 1.000
habitantes.
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
Para desenvolvimento dos cálculos de indicadores epidemiológicos, alguns conceitos
devem ser pontuados:
a) Incidência - diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo
de tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro pode conter
um novo caso ou novos casos.
Introdução
• Outros conceitos em Epidemiologia:
b) Prevalência - se refere ao número de casos existentes de uma doença em um dado momento; é
uma “fotografia” sobre a sua ocorrência, sendo assim uma medida estática. Os casos existentes são
daqueles que adoeceram em algum momento do passado, somados aos casos novos dos que ainda
estão vivos e doentes.
Introdução
• Muitos países do “socialismo real” e aqueles capitalistas, como o Reino Unido, com
a implantação do National Health Services a partir de 1948, e o Canadá, desde o
Relatório Lalonde em 1974:
• realizaram profundas modificações na organização dos serviços de saúde
• exploraram de forma mais ampla as potencialidades científicas e tecnológicas da
epidemiologia na gestão de sistemas de serviços de saúde
(PAIM, 2003)
Introdução
• Ao se discutir o uso da epidemiologia nos sistemas e serviços de saúde
(OPAS e OMS), foi evidenciado o papel da disciplina na produção de
conhecimentos:
• planejamento de ações estratégicas de promoção à saúde e prevenção de agravos para
equilíbrio no processo saúde-doença
• para a tomada de decisões no que se refere à formulação de políticas de saúde;
• à organização do sistema;
• às intervenções destinadas a dar solução a problemas específicos.
Planejamento
É uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos,
construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a
que o planejamento se destina.
É, portanto, o lado racional da ação, tratando-se de um processo de deliberação abstrato e
explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação
busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos predefinidos.
Planejamento na saúde
• América Latina (1960);
• Dar racionalidade técnica ao processo de decisão. Pressupõe uma realidade de escassez de recursos
para enfrentar todos os problemas de saúde e um cálculo matemático para a escolha de prioridades:
P = M × V × T/C
P = prioridade
M = magnitude
V = vulnerabilidade do agravo às técnicas de prevenção e tratamento disponíveis
T = transcendência, na tentativa de medir valores atribuídos pela sociedade relacionados, por exemplo, com o
grupo mais afetado
C = custo para prevenir ou tratar cada caso
Técnicas
• Planejamento normativo
• Planejamento estratégico
no planejamento normativo, os problemas
podem ser resolvidos pela normatização, pois
diz respeito a problemas bem estruturados ou
os considera como tal.
O planejamento estratégico situacional
refere-se a problemas sociais, portanto,
problemas quase estruturados que requerem
ação criativa.
Planejamento normativo
• Racionalidade técnica ao processo decisório, retirando do poder político a
decisão final sobre onde aplicar os recursos para a obtenção dos melhores
resultados.
• Pouco utilizado na prática, exceto em teses acadêmicas ou em planos que não
são colocados em prática por ignorar ou querer negar um aspecto
fundamental: o poder.
Planejamento normativo
• Normas decididas de maneira centralizada, imposta, e o nível local muitas vezes
apenas preenche planilhas, sem saber para que serviriam, ou estas eram utilizadas
para estimar metas locais sem discussão ou sem levar em conta peculiaridades locais
ou regionais.
• Processo estanque, sequencial, com prazos fixos.
• Ideia de etapas sequenciais – diagnóstico, elaboração do plano, execução e
avaliação.
Mesmo na atualidade, quando se observa o Sistema Único de Saúde (SUS) com
suas instâncias colegiadas de pactuação e decisão, as comissões intergestores e
os conselhos, ainda é comum que instruções advindas das áreas técnicas do
Ministério da Saúde imponham parâmetros nacionais sem levar em conta
condições locais ou regionais. É o planejamento normativo na prática,
justificado pela escassez de recursos.
Planejamento estratégico
• Surgiu no final da década de 1970, mas estabeleceu-se de maneira mais
estruturada na década de 1980, tendo como principais formuladores Mário
Testa, sanitarista argentino responsável pelo pensamento estratégico, e mais
adiante pela sistematização do “diagnóstico de situação“ (1981).
• Considera o planejamento um processo dinâmico.
Planejamento estratégico
• Ideia de etapas sequenciais é substituída pela ideia de momentos –
explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.
• Os momentos não têm uma sequência definida, mas podem voltar
inesperadamente ou avançar conforme a determinação dos fatos.
• Testa (1981) discute três tipos de diagnóstico:
- Administrativo
- Estratégico (se o propósito é a mudança)
- Ideológico (se o propósito é a legitimação)
Diagnóstico administrativo
• Dividido em quatro categorias:
1. Estado de saúde: dados demográficos, morbidade, mortalidade, natalidade.
2. Situação epidemiológica: interpretação biológico-ecológica sobre as causas das
doenças.
3. Serviços de saúde: instituições e programas, recursos, produção de atividades.
4. Estudo do setor saúde: além da produção de serviços, essa categoria, mediante o
enfoque sistêmico, descreve o funcionamento do setor saúde, seus subsetores, seu
financiamento e sua administração geral.
Diagnóstico estratégico
• Indica como está distribuído o poder, quais são as mudanças necessárias e aquelas que podem ser feitas
• Deve ser estabelecido para cada uma das categorias
• Epidemiologia social
• Determinantes
• Relações de poder dentro e fora do setor saúde
Diagnóstico ideológico
• Legitimação - aceitação da proposta pela sociedade
• Tanto da proposta de saúde como do sistema social em que se vive
Tomadas de decisões em saúde
• Refletindo sobre os processos de tomada de decisões em saúde e,
particularmente, sobre a aproximação entre epidemiologia e gestão, Dussault
(1995) enumera as seguintes possibilidades de utilização:
Tomadas de decisões em saúde
• a) nas políticas públicas de saúde, apoiando a definição de prioridades, objetivos e
estratégias;
• b) na configuração dos serviços, especialmente na descentralização e integração dos
serviços nos programas;
• c) nas práticas dos profissionais, sobretudo na avaliação da eficiência e eficácia;
• d) nas práticas de gestão;
• e) nas prioridades de investigação.
Tomadas de decisões em saúde
• Permite que:
• A reorientação da gestão, do financiamento, da organização e do modelo assistencial do
sistema de serviços de saúde constituem processos que não podem prescindir da
epidemiologia;
• Enquanto saber científico e prática instrumental que confere especificidade aos objetos
de conhecimento e de intervenção no âmbito da saúde em sua dimensão populacional,
isto é coletiva.
(TEIXEIRA, 1999; PAIM, 2003)
Tomadas de decisões em saúde
• A Epidemiologia possibilita seu uso:
a) no processo de formulação de políticas;
b) na definição de critérios para a repartição de recursos;
c) na elaboração de diagnósticos e análises de situação de saúde;
d) na elaboração de planos e programas;
e) na organização de ações e serviços;
f) na avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde
(TEIXEIRA, 1999; PAIM, 2003)
Planejamento e Aplicação no SUS
• Desde sua concepção:
- Princípios doutrinários e operacionais
- Diretrizes
- Responsabilidades e atribuições
- Arcabouço jurídico e estrutura adaptada aos três níveis de governo
Planejamento e Aplicação no SUS
Ainda que a Constituição da República e a Lei Orgânica da Saúde (8.080/90), complementada
pela lei 8.142/4, indicassem muitos caminhos para a incorporação da epidemiologia no
planejamento e gestão do SUS, elementos de inércia burocrática da saúde pública
institucionalizada juntamente com a lógica centralizadora e verticalizada que dirigia o modelo
médico assistencial privatista dificultavam o desenvolvimento das práticas epidemiológicas.
(PAIM, 2003)
Lei 8.080
• Art. 36
“os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção”
“seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária”
Além disso, veda a transferência de recursos não previstos nos planos, exceto em situações
emergenciais.
Planejamento e Aplicação no SUS
• PlanejaSUS:
• Portaria 3.085, de dezembro de 2006
• Sistema de planejamento que articula e integra as ações de planejamento das três esferas de gestão
do SUS
• Já produziu nove manuais e um livro para apoio a estados e municípios nas ações de
planejamento
• Financia atividades como oficinas para o processo de planejamento
Processos gerais de planejamento de estados e
municípios
• Plano plurianual (PPA)
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Lei Orçamentária Anual (LOA)
• O Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão (SARGSUS)
surgiu como um sistema informatizado que, a partir da inserção de
informações, confecciona um relatório informatizado de gestão, exigência
também para a distribuição de recursos da União para estados e municípios.
Planejamento e Aplicação no SUS
Planejamento e Aplicação no SUS
Ao discutir os limites e as possibilidades de desenvolvimento do “enfoque epidemiológico” no
processo de reorientação da gestão e da organização social das práticas de saúde, deve-se
refletir sobre o papel da epidemiologia na própria definição do objeto do planejamento de
saúde, no SUS de um modo geral e, nesse contexto, na Estratégia Saúde da Família.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Conceito e noção de ESF:
• A família como unidade de Cuidado, é perspectiva que dá sentido ao processo de trabalho da
ESF.
• A assistência voltada às famílias implica em conhecer como cada família cuida e identifica
suas forças, dificuldade e seus esforços, para partilhar responsabilidades.
• A ESF foca em contribuir com a organização dos SUS e na municipalização da integralidade
e participação da comunidade no processo saúde-doença.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Conceito e noção de ESF:
• Está inserida na Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua
estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica.
• Portaria n. 2488, de 21 de outubro de 2011:
• Avançou do conceito e noção de Programa de Saúde da Família para Estratégia Saúde da Família.
• Melhorar o acesso e qualidade da oferta de serviços e dos programas estabelecidos outrora na
Atenção Básica.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Conceito e noção de ESF:
• Apesar da ESF ter sido criada em 1994, com o nome de Programa de Saúde da Família (PSF), na
verdade, só entra condições de crescimento qualitativo e quantitativo, mais precisamente em
1998.
• Surgiu da necessidade de uma nova abordagem de atendimento, uma vez que, a estrutura clássica
das Unidades Básicas de Saúde (UBS) não estavam atendendo integralmente à necessidade da
população.
• Está inserida em um contexto de decisão, político e institucional de fortalecimento da Atenção
Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Conceito e noção de ESF:
• A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no País, de acordo
com os preceitos do Sistema Único de Saúde;
• É tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, representados
respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de expansão,
qualificação e consolidação da Atenção Básica;
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Conceito e noção de ESF:
• Sua expansão ganhou impulso com a Norma Operacional Básica (NOB-96), que
operacionalizou a descentralização de recursos e a municipalização da saúde, apresentando
as orientações para o repasse, aplicação e mecanismos de controle e acompanhamento dos
recursos financeiros que compõe o Piso da Atenção Básica (PAB), assim com a
responsabilidade dos municípios enquanto gestores.
(COIMBRA et al., 2005)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional (equipe de Saúde da
Família – eSF) composta por, no mínimo:
• (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade;
• (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família;
• (III) auxiliar ou técnico de enfermagem;
• (IV) agentes comunitários de saúde.
• Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista
generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Porque consolida a Atenção Básica:
• Favorece uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar
os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica,
• Amplia a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de
propiciar uma importante relação custo-efetividade.
(PAIM, 2003)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Pensar a epidemiologia como meio de trabalho significa concebê-la como
tecnologia, ou seja, ferramenta de gestão:
• a epidemiologia, como saber tecnológico:
• pode ser investigada na sua aplicação como instrumento para a formulação de políticas,
• para a planificação e para avaliação em saúde.
(PAIM, 2003)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• sua utilização na análise da situação de saúde (investigando o modo e as condições de vida
dos grupos sociais que se inserem e se movimentam no espaço urbano),
• no desenvolvimento de tecnologias,
• na elaboração e teste de modelos assistenciais
• poderia ser utilizado na organização de processos de trabalho, de serviços e de sistemas de
saúde,
• bem como na planificação, gestão, vigilância e avaliação em saúde
(PAIM, 2003)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Por meio da Vigilância Epidemiológica – incorporada pelo SUS Na década de 1990, a
utiliza como ação estratégica junto a ESF para:
• Implementar um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos a nível comunitário e familiar.
(BRASIL, 2009)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• A ESF por ter como objetivo a análise permanente da situação de saúde da população e a
organização e execução de suas práticas, adequadas ao enfrentamento dos problemas
existentes.
• Se apoia nas ações que compões a vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e
agravos e estar amparada nos conhecimentos e técnicas vindos não apenas do planejamento e
das ciências sociais, mas também da epidemiologia.
(CAMPOS; GUERRERO, 2010)
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Os profissionais de Saúde que compõe a equipe multiprofissional da ESF necessitam sim
conhecer os indicadores da saúde de sua região e também saber calculá-los e interpretá-
los.
• Somente com essa visão mais global, mais sistêmica, consegue-se ir além do atendimento
clínico, que é essencial, mas não suficiente.
• Terá a possibilidade de perceber, através da criticidade, o panorama subjetivo, social,
cultural e ambiental que interfere no processo saúde-doença da comunidade local.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• É elementar que os fenômeno envoltos ao processo saúde-doença e que repercutem no setor da
saúde e no seu trabalho como profissional da Estratégia Saúde da Família, sejam entendidos
através dos recursos epidemiológicos como os dados e indicadores de saúde.
• O acesso à informação é hoje perfeitamente possível para os profissionais da ESF, em grande
parte, devido ao avanço tecnológico. Porém, há uma segunda dimensão que é decisiva e
determina o tipo e o acesso à informação: trata-se da política.
• A epidemiologia articulada com os sistemas de informação em saúde permitirão construir
instituições e processos de trabalho que possuem uma gerência adequada às informação
contextuais à determinada localidade, que a utilizem cotidianamente e que a disseminem aos
usuários do SUS.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• A epidemiologia articulada com os sistemas de informação em saúde permitirão construir
instituições e processos de trabalho que possuem uma gerência adequada às informação
contextuais à determinada localidade, que a utilizem cotidianamente e que a disseminem aos
usuários do SUS.
Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da
Família (ESF)
• Avaliação:
• Avaliar significa formar opinião e emitir juízo de valor sobre determinado assunto.
• Processos autoavaliativos comprometidos com a melhoria contínua da qualidade poderão potencializar
melhorias nos indicadores epidemiológicos da comunidade, na medida em que contribuirão na identificação
das principais necessidades da população; recursos materiais, financeiros e humanos; de educação
permanente; de apoio interinstitucional.
• Nesse sentido, a autoavaliação não deve ser encarada como um momento de pouca relevância, tampouco
como um momento angustiante que poderá resultar em punições ou desmotivação dos trabalhadores, mas
uma prática de corrente dos levantamentos epidemiológicos necessários para a compreensão do processo
saúde-doença e, consequentemente tomada de decisões.
Considerações
• A capacidade de aplicar o método epidemiológico é uma habilidade fundamental para todos
os trabalhadores de saúde que tenham como objetivo reduzir doenças, promover saúde e
melhorar os níveis de saúde da população.
• Especialmente aqueles que trabalham na Estratégia Saúde da Família, que necessariamente
precisam compreender o todo e as especificidades de uma área do conhecimento tão
abrangente.
• Além desse suporte gerencial, os indicadores epidemiológicos presentes nos sistemas de
saúde do SUS são importantes ferramentas de cidadania e mecanismo de participação
popular
Considerações
A Epidemiologia permite que as equipes que compõe a ESF, realizem o diagnóstico de saúde
do território adscrito, identificando o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias,
reconhecendo os problemas de saúde prevalentes e os riscos a que esta população está exposta,
elaborando, com a sua participação, um plano local para o enfrentamento dos problemas de
saúde.
Considerações
Planejamento não existe sem epidemiologia. Não há planejamento sem
diagnóstico da situação de saúde e sem avaliação. Diagnóstico e avaliação não se
fazem sem o uso da epidemiologia.
Referência
• BOING, Antônio Fernando; D’ORSI, Eleonora; REIBNITZ, Calvino. Epidemiologia [Recurso eletrônico] /
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2016. 84p.
Disponível em : https://unasus.ufsc.br/atencaobasica/files/2017/10/Epidemiologia-ilovepdf-compressed.pdf
• CORTEZ, Antônio Carlos Leal et al. Aspectos gerais sobre a transição demográfica e epidemiológica da população
brasileira. Enferm Bras, v.18, n.5, p. 700-9, 2019. DOI. https://doi.org/10.33233/eb.v18i5.2785
• SILVA, A.J.M. Epidemiologia a Planejamento em Saúde. In: ROUQUAYROL, Maria Zélia; GURGEL, Marcelo.
Epidemiologia e saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2017. Cap. 23.
• OLIVEIRA, Anderson Silva. Transição demográfica, transição epidemiológica e envelhecimento populacional no
Brasil. Hygeia, v. 15, n. 31, p. 69-69, 2019. Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/48614/27320
• PAIM, Jairnilson Silva. Epidemiologia e planejamento: a recomposição das práticas epidemiológicas na gestão do
SUS. Ciência e Saúde Coletiva, v. 8, n. 2, pp. 557-67, 2003. Disponível em:
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2003.v8n2/557-567/pt
Referência
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.
Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
• CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. (orgs.). Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e
compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010.
• COIMBRA, V.C.C.; OLIVEIRA, M.M.; VILA, T.C.S.; ALMEIDA, M.C.P. A atenção em saúde mental na estratégia
da saúde da família. Revista eletrônica de Enfermagem, v. 07, pp. 113-117, 2005.
• DUSSAULT, G. La epidemiologia y la gestión de los ser vicios de salud. Boletin Epidemiológico OPS, v. 16, n. 2,
pp. 1-5, 1995.
• MEDRONHO, R. A. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009.
• TEIXEIRA, C. F. Epidemiologia e planejamento de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 4, n. (2), pp. 287-303, 1999.

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Fundamentos Epidemiologia ESF

  • 1. Fundamentos da Epidemiologia: conceito e aplicação da epidemiologia na Estratégia de Saúde da Família Candidato: Pablo Luiz Santos Couto
  • 2. Introdução • Tem-se apontado para os usos da epidemiologia na descrição da doença na comunidade; • a identificação de grupos vulneráveis e na avaliação de serviços e programas de saúde. (PAIM, 2003)
  • 3. Introdução • A constituição da epidemiologia: como disciplina científica e a reflexão epistemológica • Seguiu, os seus próprios caminhos, sem um vínculo mais consistente com a organização social dos serviços de saúde, dada a relativa autonomia dos campos científicos. (PAIM, 2003)
  • 4. Introdução • Durante anos, os serviços de saúde, a exemplo do Brasil, seguiu-se se orientando muito mais sob a lógica do mercado do que a das necessidades de saúde pareciam não ver a epidemiologia como uma ferramenta necessária para o seu desenvolvimento. • Diferente do já apontava a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS). (PAIM, 2003)
  • 5. Epidemiologia É a ciência que estuda o processo saúde-doença na comunidade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades e dos agravos à saúde coletiva, sugerindo medidas específicas de prevenção, de controle ou de erradicação. EPI = sobre; DEMO = população; LOGOS = estudo
  • 6. Epidemiologia • A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais. • Tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde, como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem ao acaso entre as pessoas.
  • 7. Epidemiologia • Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doença. • Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que outros.
  • 8. O uso da Epidemiologia permite análises de mudanças ocorridas no tempo: Demográfica - Padrão de nascimento, mortalidade e envelhecimento (o perfil populacional ao longo das décadas, séculos) Epidemiológica - Padrão de morte, morbidade e invalidez que caracterização um população específica CORTEZ et al., 2019
  • 9. A epidemiológica ocorre concomitante a outras transformações Demográficas Sociais Econômicas Politicas Culturais CORTEZ et al., 2019; OLIVEIRA, 2019
  • 10. Aplicações gerais da Epidemiologia a) Descrever as condições de saúde da população: b) Identificar quais são os fatores determinantes da situação de saúde: conhecer de que adoeceu e de que morreu a população, bem como descrever a evolução desses dados durante um período de tempo, ou época. análises estatísticas mais sofisticadas, novos estudos epidemiológicos e investigações laboratoriais associados para comprovar fatores etiológicos de agravos e doenças.
  • 11. Aplicações gerais da Epidemiologia C) Avaliar o impacto das ações e políticas de saúde As ações planejadas e implementadas tem incidido nos indicadores de saúde?
  • 12. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • Epidemia é a elevação brusca, inesperada e temporária da incidência de determinada doença, ultrapassando os valores esperados para a população no período em questão. • Pandemia é a ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações. • Endemia refere-se a uma doença habitualmente presente entre os membros de um determinado grupo, dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por um período de tempo ilimitado.
  • 13. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • População refere-se a grupos humanos definidos pelo seguinte conjunto de características comuns: sociais, culturais, econômicas, geográficas e históricas. • E as doenças, que tanto afligem a população, o que são?
  • 14. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • Doenças são marcadores culturais das sociedades humanas, decorrentes da forma como nossa espécie organiza sua vida social e da forma como ela convive com outras espécies e com o meio ambiente. • É possível, assim, compreender como doenças “aparecem” e “somem”, e como vão se transformando ao longo do tempo. • O que se compreende como doença inclui: disfunção física ou psicológica; estado subjetivo em que a pessoa percebe não estar bem; e um estado de disfunção social que acomete o indivíduo quando doente. • As doenças não são, portanto, apenas algo diagnosticado por profissionais de saúde, mas também fenômenos subjetivos autopercebidos.
  • 15. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • a epidemiologia se detém em populações inteiras ou em suas amostras para, a partir dos indicadores de saúde e outros dados epidemiológicos construídos: • através da coleta de dados e de sua análise por métodos estatísticos, • realizar o diagnóstico de saúde, • subsidiar a implementação de medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças coletivamente.
  • 16. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • A epidemiologia atém as principais modalidades de indicadores: • Indicadores de morbidade: indicam a incidência e prevalência de doenças; • Indicadores de mortalidade: indicam a mortalidade através, por exemplo, da taxa de mortalidade geral, taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade por grupos de causas (como doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer) e razão de mortalidade materna; • Indicadores relacionados à nutrição, crescimento e desenvolvimento: indicam, por exemplo, proporção de nascidos vivos com baixo peso e proporção de adultos com obesidade; • Indicadores demográficos: indicam, por exemplo, distribuição da população segundo sexo e idade;
  • 17. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: • A epidemiologia atém as principais modalidades de indicadores: • Indicadores socioeconômicos: indicam, por exemplo, escolaridade, renda, moradia e emprego da população; • Indicadores relacionados à saúde ambiental: indicam, por exemplo, qualidade do solo, da água e do ar; • Indicadores relacionados aos serviços de saúde: indicam, por exemplo, número de profissionais da saúde por 1.000 habitantes e número de atendimentos em especialidades básicas por 1.000 habitantes.
  • 18. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: Para desenvolvimento dos cálculos de indicadores epidemiológicos, alguns conceitos devem ser pontuados: a) Incidência - diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo de tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro pode conter um novo caso ou novos casos.
  • 19. Introdução • Outros conceitos em Epidemiologia: b) Prevalência - se refere ao número de casos existentes de uma doença em um dado momento; é uma “fotografia” sobre a sua ocorrência, sendo assim uma medida estática. Os casos existentes são daqueles que adoeceram em algum momento do passado, somados aos casos novos dos que ainda estão vivos e doentes.
  • 20. Introdução • Muitos países do “socialismo real” e aqueles capitalistas, como o Reino Unido, com a implantação do National Health Services a partir de 1948, e o Canadá, desde o Relatório Lalonde em 1974: • realizaram profundas modificações na organização dos serviços de saúde • exploraram de forma mais ampla as potencialidades científicas e tecnológicas da epidemiologia na gestão de sistemas de serviços de saúde (PAIM, 2003)
  • 21. Introdução • Ao se discutir o uso da epidemiologia nos sistemas e serviços de saúde (OPAS e OMS), foi evidenciado o papel da disciplina na produção de conhecimentos: • planejamento de ações estratégicas de promoção à saúde e prevenção de agravos para equilíbrio no processo saúde-doença • para a tomada de decisões no que se refere à formulação de políticas de saúde; • à organização do sistema; • às intervenções destinadas a dar solução a problemas específicos.
  • 22. Planejamento É uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina. É, portanto, o lado racional da ação, tratando-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos predefinidos.
  • 23. Planejamento na saúde • América Latina (1960); • Dar racionalidade técnica ao processo de decisão. Pressupõe uma realidade de escassez de recursos para enfrentar todos os problemas de saúde e um cálculo matemático para a escolha de prioridades: P = M × V × T/C P = prioridade M = magnitude V = vulnerabilidade do agravo às técnicas de prevenção e tratamento disponíveis T = transcendência, na tentativa de medir valores atribuídos pela sociedade relacionados, por exemplo, com o grupo mais afetado C = custo para prevenir ou tratar cada caso
  • 24. Técnicas • Planejamento normativo • Planejamento estratégico no planejamento normativo, os problemas podem ser resolvidos pela normatização, pois diz respeito a problemas bem estruturados ou os considera como tal. O planejamento estratégico situacional refere-se a problemas sociais, portanto, problemas quase estruturados que requerem ação criativa.
  • 25. Planejamento normativo • Racionalidade técnica ao processo decisório, retirando do poder político a decisão final sobre onde aplicar os recursos para a obtenção dos melhores resultados. • Pouco utilizado na prática, exceto em teses acadêmicas ou em planos que não são colocados em prática por ignorar ou querer negar um aspecto fundamental: o poder.
  • 26. Planejamento normativo • Normas decididas de maneira centralizada, imposta, e o nível local muitas vezes apenas preenche planilhas, sem saber para que serviriam, ou estas eram utilizadas para estimar metas locais sem discussão ou sem levar em conta peculiaridades locais ou regionais. • Processo estanque, sequencial, com prazos fixos. • Ideia de etapas sequenciais – diagnóstico, elaboração do plano, execução e avaliação.
  • 27. Mesmo na atualidade, quando se observa o Sistema Único de Saúde (SUS) com suas instâncias colegiadas de pactuação e decisão, as comissões intergestores e os conselhos, ainda é comum que instruções advindas das áreas técnicas do Ministério da Saúde imponham parâmetros nacionais sem levar em conta condições locais ou regionais. É o planejamento normativo na prática, justificado pela escassez de recursos.
  • 28. Planejamento estratégico • Surgiu no final da década de 1970, mas estabeleceu-se de maneira mais estruturada na década de 1980, tendo como principais formuladores Mário Testa, sanitarista argentino responsável pelo pensamento estratégico, e mais adiante pela sistematização do “diagnóstico de situação“ (1981). • Considera o planejamento um processo dinâmico.
  • 29. Planejamento estratégico • Ideia de etapas sequenciais é substituída pela ideia de momentos – explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional. • Os momentos não têm uma sequência definida, mas podem voltar inesperadamente ou avançar conforme a determinação dos fatos.
  • 30. • Testa (1981) discute três tipos de diagnóstico: - Administrativo - Estratégico (se o propósito é a mudança) - Ideológico (se o propósito é a legitimação)
  • 31. Diagnóstico administrativo • Dividido em quatro categorias: 1. Estado de saúde: dados demográficos, morbidade, mortalidade, natalidade. 2. Situação epidemiológica: interpretação biológico-ecológica sobre as causas das doenças. 3. Serviços de saúde: instituições e programas, recursos, produção de atividades. 4. Estudo do setor saúde: além da produção de serviços, essa categoria, mediante o enfoque sistêmico, descreve o funcionamento do setor saúde, seus subsetores, seu financiamento e sua administração geral.
  • 32. Diagnóstico estratégico • Indica como está distribuído o poder, quais são as mudanças necessárias e aquelas que podem ser feitas • Deve ser estabelecido para cada uma das categorias • Epidemiologia social • Determinantes • Relações de poder dentro e fora do setor saúde
  • 33. Diagnóstico ideológico • Legitimação - aceitação da proposta pela sociedade • Tanto da proposta de saúde como do sistema social em que se vive
  • 34. Tomadas de decisões em saúde • Refletindo sobre os processos de tomada de decisões em saúde e, particularmente, sobre a aproximação entre epidemiologia e gestão, Dussault (1995) enumera as seguintes possibilidades de utilização:
  • 35. Tomadas de decisões em saúde • a) nas políticas públicas de saúde, apoiando a definição de prioridades, objetivos e estratégias; • b) na configuração dos serviços, especialmente na descentralização e integração dos serviços nos programas; • c) nas práticas dos profissionais, sobretudo na avaliação da eficiência e eficácia; • d) nas práticas de gestão; • e) nas prioridades de investigação.
  • 36. Tomadas de decisões em saúde • Permite que: • A reorientação da gestão, do financiamento, da organização e do modelo assistencial do sistema de serviços de saúde constituem processos que não podem prescindir da epidemiologia; • Enquanto saber científico e prática instrumental que confere especificidade aos objetos de conhecimento e de intervenção no âmbito da saúde em sua dimensão populacional, isto é coletiva. (TEIXEIRA, 1999; PAIM, 2003)
  • 37. Tomadas de decisões em saúde • A Epidemiologia possibilita seu uso: a) no processo de formulação de políticas; b) na definição de critérios para a repartição de recursos; c) na elaboração de diagnósticos e análises de situação de saúde; d) na elaboração de planos e programas; e) na organização de ações e serviços; f) na avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde (TEIXEIRA, 1999; PAIM, 2003)
  • 38. Planejamento e Aplicação no SUS • Desde sua concepção: - Princípios doutrinários e operacionais - Diretrizes - Responsabilidades e atribuições - Arcabouço jurídico e estrutura adaptada aos três níveis de governo
  • 39. Planejamento e Aplicação no SUS Ainda que a Constituição da República e a Lei Orgânica da Saúde (8.080/90), complementada pela lei 8.142/4, indicassem muitos caminhos para a incorporação da epidemiologia no planejamento e gestão do SUS, elementos de inércia burocrática da saúde pública institucionalizada juntamente com a lógica centralizadora e verticalizada que dirigia o modelo médico assistencial privatista dificultavam o desenvolvimento das práticas epidemiológicas. (PAIM, 2003)
  • 40. Lei 8.080 • Art. 36 “os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção” “seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária” Além disso, veda a transferência de recursos não previstos nos planos, exceto em situações emergenciais.
  • 41. Planejamento e Aplicação no SUS • PlanejaSUS: • Portaria 3.085, de dezembro de 2006 • Sistema de planejamento que articula e integra as ações de planejamento das três esferas de gestão do SUS • Já produziu nove manuais e um livro para apoio a estados e municípios nas ações de planejamento • Financia atividades como oficinas para o processo de planejamento
  • 42. Processos gerais de planejamento de estados e municípios • Plano plurianual (PPA) • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) • Lei Orçamentária Anual (LOA)
  • 43. • O Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão (SARGSUS) surgiu como um sistema informatizado que, a partir da inserção de informações, confecciona um relatório informatizado de gestão, exigência também para a distribuição de recursos da União para estados e municípios. Planejamento e Aplicação no SUS
  • 44. Planejamento e Aplicação no SUS Ao discutir os limites e as possibilidades de desenvolvimento do “enfoque epidemiológico” no processo de reorientação da gestão e da organização social das práticas de saúde, deve-se refletir sobre o papel da epidemiologia na própria definição do objeto do planejamento de saúde, no SUS de um modo geral e, nesse contexto, na Estratégia Saúde da Família.
  • 45. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Conceito e noção de ESF: • A família como unidade de Cuidado, é perspectiva que dá sentido ao processo de trabalho da ESF. • A assistência voltada às famílias implica em conhecer como cada família cuida e identifica suas forças, dificuldade e seus esforços, para partilhar responsabilidades. • A ESF foca em contribuir com a organização dos SUS e na municipalização da integralidade e participação da comunidade no processo saúde-doença.
  • 46. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Conceito e noção de ESF: • Está inserida na Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. • Portaria n. 2488, de 21 de outubro de 2011: • Avançou do conceito e noção de Programa de Saúde da Família para Estratégia Saúde da Família. • Melhorar o acesso e qualidade da oferta de serviços e dos programas estabelecidos outrora na Atenção Básica.
  • 47. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Conceito e noção de ESF: • Apesar da ESF ter sido criada em 1994, com o nome de Programa de Saúde da Família (PSF), na verdade, só entra condições de crescimento qualitativo e quantitativo, mais precisamente em 1998. • Surgiu da necessidade de uma nova abordagem de atendimento, uma vez que, a estrutura clássica das Unidades Básicas de Saúde (UBS) não estavam atendendo integralmente à necessidade da população. • Está inserida em um contexto de decisão, político e institucional de fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde.
  • 48. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Conceito e noção de ESF: • A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde; • É tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica;
  • 49. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Conceito e noção de ESF: • Sua expansão ganhou impulso com a Norma Operacional Básica (NOB-96), que operacionalizou a descentralização de recursos e a municipalização da saúde, apresentando as orientações para o repasse, aplicação e mecanismos de controle e acompanhamento dos recursos financeiros que compõe o Piso da Atenção Básica (PAB), assim com a responsabilidade dos municípios enquanto gestores. (COIMBRA et al., 2005)
  • 50. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo: • (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; • (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; • (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; • (IV) agentes comunitários de saúde. • Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
  • 51. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Porque consolida a Atenção Básica: • Favorece uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, • Amplia a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. (PAIM, 2003)
  • 52. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Pensar a epidemiologia como meio de trabalho significa concebê-la como tecnologia, ou seja, ferramenta de gestão: • a epidemiologia, como saber tecnológico: • pode ser investigada na sua aplicação como instrumento para a formulação de políticas, • para a planificação e para avaliação em saúde. (PAIM, 2003)
  • 53. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • sua utilização na análise da situação de saúde (investigando o modo e as condições de vida dos grupos sociais que se inserem e se movimentam no espaço urbano), • no desenvolvimento de tecnologias, • na elaboração e teste de modelos assistenciais • poderia ser utilizado na organização de processos de trabalho, de serviços e de sistemas de saúde, • bem como na planificação, gestão, vigilância e avaliação em saúde (PAIM, 2003)
  • 54. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Por meio da Vigilância Epidemiológica – incorporada pelo SUS Na década de 1990, a utiliza como ação estratégica junto a ESF para: • Implementar um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos a nível comunitário e familiar. (BRASIL, 2009)
  • 55. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • A ESF por ter como objetivo a análise permanente da situação de saúde da população e a organização e execução de suas práticas, adequadas ao enfrentamento dos problemas existentes. • Se apoia nas ações que compões a vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos e estar amparada nos conhecimentos e técnicas vindos não apenas do planejamento e das ciências sociais, mas também da epidemiologia. (CAMPOS; GUERRERO, 2010)
  • 56. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Os profissionais de Saúde que compõe a equipe multiprofissional da ESF necessitam sim conhecer os indicadores da saúde de sua região e também saber calculá-los e interpretá- los. • Somente com essa visão mais global, mais sistêmica, consegue-se ir além do atendimento clínico, que é essencial, mas não suficiente. • Terá a possibilidade de perceber, através da criticidade, o panorama subjetivo, social, cultural e ambiental que interfere no processo saúde-doença da comunidade local.
  • 57. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • É elementar que os fenômeno envoltos ao processo saúde-doença e que repercutem no setor da saúde e no seu trabalho como profissional da Estratégia Saúde da Família, sejam entendidos através dos recursos epidemiológicos como os dados e indicadores de saúde. • O acesso à informação é hoje perfeitamente possível para os profissionais da ESF, em grande parte, devido ao avanço tecnológico. Porém, há uma segunda dimensão que é decisiva e determina o tipo e o acesso à informação: trata-se da política. • A epidemiologia articulada com os sistemas de informação em saúde permitirão construir instituições e processos de trabalho que possuem uma gerência adequada às informação contextuais à determinada localidade, que a utilizem cotidianamente e que a disseminem aos usuários do SUS.
  • 58. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • A epidemiologia articulada com os sistemas de informação em saúde permitirão construir instituições e processos de trabalho que possuem uma gerência adequada às informação contextuais à determinada localidade, que a utilizem cotidianamente e que a disseminem aos usuários do SUS.
  • 59. Aplicabilidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Avaliação: • Avaliar significa formar opinião e emitir juízo de valor sobre determinado assunto. • Processos autoavaliativos comprometidos com a melhoria contínua da qualidade poderão potencializar melhorias nos indicadores epidemiológicos da comunidade, na medida em que contribuirão na identificação das principais necessidades da população; recursos materiais, financeiros e humanos; de educação permanente; de apoio interinstitucional. • Nesse sentido, a autoavaliação não deve ser encarada como um momento de pouca relevância, tampouco como um momento angustiante que poderá resultar em punições ou desmotivação dos trabalhadores, mas uma prática de corrente dos levantamentos epidemiológicos necessários para a compreensão do processo saúde-doença e, consequentemente tomada de decisões.
  • 60. Considerações • A capacidade de aplicar o método epidemiológico é uma habilidade fundamental para todos os trabalhadores de saúde que tenham como objetivo reduzir doenças, promover saúde e melhorar os níveis de saúde da população. • Especialmente aqueles que trabalham na Estratégia Saúde da Família, que necessariamente precisam compreender o todo e as especificidades de uma área do conhecimento tão abrangente. • Além desse suporte gerencial, os indicadores epidemiológicos presentes nos sistemas de saúde do SUS são importantes ferramentas de cidadania e mecanismo de participação popular
  • 61. Considerações A Epidemiologia permite que as equipes que compõe a ESF, realizem o diagnóstico de saúde do território adscrito, identificando o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias, reconhecendo os problemas de saúde prevalentes e os riscos a que esta população está exposta, elaborando, com a sua participação, um plano local para o enfrentamento dos problemas de saúde.
  • 62. Considerações Planejamento não existe sem epidemiologia. Não há planejamento sem diagnóstico da situação de saúde e sem avaliação. Diagnóstico e avaliação não se fazem sem o uso da epidemiologia.
  • 63. Referência • BOING, Antônio Fernando; D’ORSI, Eleonora; REIBNITZ, Calvino. Epidemiologia [Recurso eletrônico] / Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2016. 84p. Disponível em : https://unasus.ufsc.br/atencaobasica/files/2017/10/Epidemiologia-ilovepdf-compressed.pdf • CORTEZ, Antônio Carlos Leal et al. Aspectos gerais sobre a transição demográfica e epidemiológica da população brasileira. Enferm Bras, v.18, n.5, p. 700-9, 2019. DOI. https://doi.org/10.33233/eb.v18i5.2785 • SILVA, A.J.M. Epidemiologia a Planejamento em Saúde. In: ROUQUAYROL, Maria Zélia; GURGEL, Marcelo. Epidemiologia e saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2017. Cap. 23. • OLIVEIRA, Anderson Silva. Transição demográfica, transição epidemiológica e envelhecimento populacional no Brasil. Hygeia, v. 15, n. 31, p. 69-69, 2019. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/48614/27320 • PAIM, Jairnilson Silva. Epidemiologia e planejamento: a recomposição das práticas epidemiológicas na gestão do SUS. Ciência e Saúde Coletiva, v. 8, n. 2, pp. 557-67, 2003. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2003.v8n2/557-567/pt
  • 64. Referência • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. • CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. (orgs.). Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010. • COIMBRA, V.C.C.; OLIVEIRA, M.M.; VILA, T.C.S.; ALMEIDA, M.C.P. A atenção em saúde mental na estratégia da saúde da família. Revista eletrônica de Enfermagem, v. 07, pp. 113-117, 2005. • DUSSAULT, G. La epidemiologia y la gestión de los ser vicios de salud. Boletin Epidemiológico OPS, v. 16, n. 2, pp. 1-5, 1995. • MEDRONHO, R. A. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009. • TEIXEIRA, C. F. Epidemiologia e planejamento de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 4, n. (2), pp. 287-303, 1999.