Este documento discute a necessidade de um novo contrato social para a educação que garanta a equidade e qualidade da educação para todos. Ele argumenta que a educação deve ser transformada com base nos direitos humanos e no princípio de que a educação é um bem comum, para que possamos criar futuros sustentáveis e pacíficos. Além disso, propõe que os sistemas educacionais devem ser ancorados nos princípios do direito à educação e de considerar a educação como um esforço social público.
2. NOSSA AGENDA
Futuros Possíveis
O que devemos continuar fazendo?
O que devemos abandonar?
O que precisa ser inventado criativamente de novo?
3. FUTUROS
POSSÍVEIS
• A pandemia da COVID-19 nos lembrou que,
apesar dos melhores planos estabelecidos, a
verdade é que o futuro gosta de nos
surpreender.
• Olhando para o futuro, é muito fácil pintar um
quadro ainda mais sombrio.
• É possível imaginar um planeta exausto com
menos espaços para habitação humana.
• Os cenários futuros extremos também incluem
um mundo onde a educação de qualidade é um
privilégio das elites, e onde vastos grupos de
pessoas vivem na miséria porque eles não têm
acesso a bens e serviços essenciais.
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4. COMO SE PLANEJAR PARA O
FUTURO, EM UM MUNDO EM
CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO?
•OECD (2022), Trends Shaping Education 2022, OECD
Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/6ae8771a-en.
• principais tendências econômicas, sociais, demográficas e
tecnológicas;
• questões pertinentes sobre o impacto na educação;
• tomadores de decisão e profissionais da educação muitas
vezes têm apenas informações anedóticas ou locais sobre as
megatendências que se apresentam em seu contexto;
• muitas vezes eles não têm fatos sólidos à sua frente,
especialmente sobre tendências.
5. POR QUE O PLANEJAMENTO DE
CENÁRIOS É FUNDAMENTAL PARA
CRIAR UM MUNDO MAIS
RESILIENTE?
• É uma questão de flexibilidade. A
maioria das pessoas e organizações são
muito inflexíveis na forma como
pensam sobre o futuro.
•Na verdade, é difícil se imaginar no
futuro, e existem razões neurológicas
para isso.
• Nossos cérebros são projetados para
lidar com problemas imediatos, não
futuros. Isso somado ao ritmo de
melhoria da tecnologia está se
tornando tão rápido que estamos cada
vez mais concentrados no agora.
• Coletivamente, estamos aprendendo a
ser "nowistas", e não futuristas.
Amy Lynn Webb é uma futurista americana, autora, fundadora e CEO do Future Today Institute. É
professora de previsão estratégica na Stern School of Business da Universidade de Nova York, e foi
investigadora visitante do Nieman em 2014–15 na Universidade de Harvard.
6. ”
“
A tecnologia nos dá opcionalidade. As pessoas me dão
esperança.
Amy Webb, CEO of the Future Today Institute and Professor of Strategic Foresight, NYU Stern School of Business
A preparação tanto para futuros esperados
como inesperados não é mais um "bom ter"
opcional.
Ele nos permite agir agora para proteger
nossos sistemas educacionais do futuro, e
testá-los contra choques potenciais.
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7. COMO FUNCIONARIA A EDUCAÇÃO EM UM
SOCIEDADE ONDE APENAS UMA PEQUENA
MINORIA DE PESSOAS TEM EMPREGO?
8. E O FAZER
DOCENTE?
Imaginar vs. Criar
Falar de futuros possíveis não os fazem
chegar;
o trabalho árduo que faz e,
o trabalho árduo é tomar decisões
difíceis e desafiar os modelos mentais
atuais.
9. a participação na educação formal durante os primeiros anos de
vida continua a se expandir para a maioria dos indivíduos
diversas formas de iniciativas privadas e comunitárias surgem como
uma alternativa à escolarização
as escolas permanecem, mas a diversidade e a experimentação são a
norma. A abertura dos "muros escolares" liga as escolas às suas
comunidades, favorecendo formas sempre mutáveis de aprendizagem,
envolvimento cívico e inovação social
um mundo onde todas as fontes de aprendizagem se tornam "legítimas" e a educação das pessoas avança alavancando a
inteligência coletiva para resolver problemas da vida real.
10. •Os cenários podem ser analisados
em relação a quatro tipos ideais
emergentes de uma matriz de quatro
quadrantes, onde as escolas e a
escolaridade são ambas definidas
em termos de continuidade ou
transformação
A escola é a instituição onde os alunos aprendem e
os professores ensinam, enquanto que a
escolaridade se refere aos processos de
aprendizagem ou ensino na escola.
11. Implica a continuidade tanto das escolas como da
escolaridade como as conhecemos.
Sua versão do futuro é caracterizada pelo aumento
contínuo da participação na educação formal.
Embora modernizados pela tecnologia, alunos e
professores continuam a operar dentro de
estruturas bastante uniformes e processos
padronizados.
As questões em aberto são se e como isto poderia
se estender além da escolaridade tradicional (por
exemplo, educação e cuidados na primeira
infância, aprendizagem ao longo da vida).
12. Aqui o "virtual" não se restringe apenas ao aprendizado digital. A
escolaridade continua, mas os alunos aprendem e os professores
ensinam fora dos limites das escolas físicas convencionais, dentro
de um contexto de relações flexíveis e maior escolha (de fontes de
aprendizagem, de objetivos de aprendizagem, etc.).
Mas a transformação do espaço físico não implica
automaticamente processos muito diferentes de ensino e
aprendizagem se a escolha for misturar e fundir componentes e
módulos que são principalmente padronizados (Leadbeater,
2006[3])
Também não segue automaticamente que a inovação seria comum.
A resposta das pessoas envolvidas tem imenso leque de variedade
13. As escolas continuam, mas a escolaridade muda.
A obtenção de conhecimentos e habilidades acadêmicas
essenciais compartilhadas pode perdurar, mas estas não
são necessariamente perseguidas através de processos
comuns.
Os papéis e relacionamentos tradicionais nas escolas
mudam, incluindo os de e entre professores e alunos.
Este futuro poderia incluir com fluidez múltiplos setores
educacionais, incluindo educação e treinamento
vocacional (VET), educação e cuidados na primeira
infância, ensino superior formal e aprendizagem ao longo
da vida tanto formal como informal.
14. As estruturas e processos tanto da escolaridade quanto
das escolas sofrem interrupções.
Este porvir transformou completamente o ensino e o
aprendizado como o conhecemos e as noções tradicionais
de infra-estrutura física, currículo e qualificações são
todas anuladas.
Os papéis e relacionamentos tradicionais nas escolas
mudam, incluindo os de e entre professores e alunos.
As distinções atuais entre os setores educacionais
(incluindo formação profissional, educação e cuidados na
primeira infância, ensino superior formal e aprendizagem
formal e informal ao longo da vida) não são mais
institucionalizadas.
15.
16. QUE NOVA EDUCAÇÃO AS PESSOAS
PRECISARIAM PARA VIVER SEM TRABALHO
FORMAL?
17. REFLETIR SOBRE
O FUTURO DA
EDUCAÇÃO
NÃO SIGNIFICA
SIMPLESMENTE
EMPURRAR OS
PROBLEMAS
PARA O
FUTURO.
Pelo contrário, a elaboração de políticas
responsáveis puxa os futuros desenvolvimentos
para o presente para aprender e se preparar.
O que as tendências globais significam para o
futuro do meu sistema educacional?
E o que podemos fazer?
18. FUTURO DA
EDUCAÇÃO
•Em nosso mundo em rápida mudança, a educação não pode
contar com lições do passado para se preparar para o futuro. O
futuro está aqui, e os sistemas educacionais precisam aprender
com ele. Nosso sucesso dependerá da eficácia com que usarmos
nossos conhecimentos para antecipar o futuro e da rapidez com
que tomarmos medidas para moldá-lo.
19. R E I M A G I N A R NOSSOS FUTUROS JUNTOS
UM NOVO CONTRATO SOCIAL PARA A
EDUCAÇÃO
Reimaginar nossos futuros juntos : um novo contrato social
para a educação. – Brasília : Comissão Internacional sobre
os Futuros da Educação, UNESCO; Boadilla del Monte :
Fundación SM, 2022.
• Nossa humanidade e o planeta Terra estão ameaçados;
• A pandemia serviu apenas para provar nossa fragilidade e
nossa interconectividade;
• são necessárias ações urgentes, realizadas em conjunto,
para alterar o rumo e reimaginar os nossos futuros.
20. AS ATUAIS DESIGUALDADES
EDUCACIONAIS PIORARÃO COM O
TEMPO ATÉ QUE OS CURRÍCULOS
SE TORNEM IRRELEVANTES?
•Reimaginar nossos futuros juntos : um
novo contrato social para a educação. –
Brasília : Comissão Internacional sobre os
Futuros da Educação, UNESCO; Boadilla
del Monte : Fundación SM, 2022.
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21. UM NOVO
CONTRATO SOCIAL
• A educação é o principal caminho para enfrentar essas
desigualdades enraizadas. Com base no que sabemos, precisamos
transformar a educação
• O respeito pelos direitos humanos e a preocupação com a
educação como um bem comum devem se tornar as linhas centrais
que costuram o nosso mundo compartilhado e o nosso futuro
interconectado.
• É possível imaginar um planeta exausto com menos espaços para
habitação humana.
• Porém, para formar futuros pacíficos, justos e sustentáveis, a
própria educação deve ser transformada.
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22. POR ONDE
COMEÇAR?
• A educação pode ser vista em termos de um
contrato social: um acordo implícito entre os
membros de uma sociedade para cooperar para
alcançar um benefício comum
• O ponto de partida é uma visão compartilhada
dos propósitos públicos da educação.
• O novo contrato social para a educação deve
nos unir em torno de esforços coletivos e
fornecer o conhecimento e a inovação
necessários para delinear futuros sustentáveis e
pacíficos para todos, fundamentados na justiça
social, econômica e ambiental.
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24. Qualquer novo contrato social deve se basear nos princípios amplos que
sustentam os direitos humanos: inclusão e equidade, cooperação e
solidariedade, responsabilidade coletiva e interconexão, além de ser
regido por dois princípios fundamentais que são:
Assegurar a educação inclusiva e
equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da
vida para todos.
Fortalecer a educação como um
esforço público e um bem
comum. Como um esforço social
compartilhado, a educação
constrói propósitos comuns e
permite que indivíduos e
comunidades floresçam juntos.
25. OBJETIVO 4. ASSEGURAR UMA EDUCAÇÃO DE
QUALIDADE INCLUSIVA E EQUITATIVA E
PROMOVER
OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM AO
LONGO DA VIDA PARA TODOS
26. UMA APRENDIZAGEM
PARA A
SUSTENTABILIDADE
•1 - Agenda 2030
•2 - Acordo de Colaboração para um
futuro educacional mais equitativo
•3- Redefinindo os propósitos da
educação
•4 - Educação em tempos de
pandemia
•5 - Reimagindo o futuro
27. AGENDA 2030
Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, o
planeta e a prosperidade.
Ela também procura fortalecer a paz universal em maior
liberdade.
Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas
as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza
extrema, é o maior desafio global e um requisito
indispensável para o desenvolvimento sustentável.
28. AGENDA 2030
Todos os países e todas as
partes interessadas,
atuando em parceria
colaborativa,
implementarão este plano.
17 Metas de
Desenvolvimento
Sustentável e 169 metas
Eles procuram construir
sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do
Milênio e completar o que
estes não alcançaram.
Eles buscam realizar os
direitos humanos de todos
e alcançar a igualdade de
gênero e o
empoderamento de todas
as mulheres e meninas.
São integrados e indivisíveis
e equilibram as três
dimensões do
desenvolvimento
sustentável: a econômica, a
social e a ambiental.
30. ACORDO DE
COLABORAÇÃO PARA
FUTUROS EDUCACIONAIS
MAIS EQUITATIVOS
• Até onde chegamos na educação
nos últimos trinta a cinqüenta anos?
• Qual é a situação da educação no
momento?
• Onde devemos mudar de rumo
mais rapidamente quando olhamos
para um futuro a longo prazo?
31. ACORDO DE COLABORAÇÃO
PARA FUTUROS
EDUCACIONAIS MAIS
EQUITATIVOS
• As lacunas de hoje em acesso,
participação e resultados baseiam-
se nas exclusões e opressões de
ontem.
desigualdade igualdade
equidade justiça
32. REDEFININDO OS
PROPÓSITOS DA
EDUCAÇÃO
• visão compartilhada dos propósitos públicos de
educação.
• o contrato social para educação consiste nos
princípios fundamentais e organizacionais que
estruturam os sistemas educacionais, bem como
no trabalho distribuído feito para construí-los,
mantê-los e refiná-los.
• durante o século XX, a educação pública teve
como objetivo principal apoiar a cidadania
nacional e os esforços de desenvolvimento.
33. Um novo contrato
social para a
educação deve ser
ancorado em dois
princípios
fundacionais:
(1) o direito à
educação e
(2) um
compromisso com
a educação como
um esforço social
público e um bem
comum.
A prática que se
concentra nos
relacionamentos.
A PRÁTICA QUE SE CONCENTRA NOS RELACIONAMENTOS.
34. Os currículos
precisam ser
enquadrados em
relação aos
processos acima
sustentalvemente
a aquisição de conhecimentos como parte do patrimônio
comum da humanidade,
a criação coletiva de novos conhecimentos e novos futuros
possíveis.
35. ➔ Com a pandemia, experimentamos também uma crise
educacional de magnitude sem precedentes, somando-se aos
desafios de alcançar o acesso universal a uma educação de
qualidade.
➔ No auge da crise, no final de março de 2020, 90% das crianças
em idade escolar do mundo, ou mais de 1,6 bilhões de
estudantes, viram suas escolas fecharem.
➔ Este choque atingiu duramente as crianças mais vulneráveis,
especialmente as meninas.
➔ Estamos comprometidos em fazer do acesso à educação uma
prioridade?
"Porque a escola é o melhor lugar para construir um projeto comum e um
destino compartilhado para nossas sociedades". A escola representa a
vitória do Iluminismo e da ciência sobre todas as formas de
obscurantismo. É esta idéia, antiga e tão jovem, que é levada por aqueles
que acreditam que toda criança é dotada de razão que deve ser
cultivada".
Emmanuel Macron, Presidente da França
36. REIMAGINDO O FUTURO
•Precisamos tomar medidas urgentes para
mudar o rumo, porque o futuro das pessoas
depende do futuro do planeta, e ambos
estão em risco.
•Um novo contrato social - um que visa
reconstruir nossas relações uns com os
outros, com o planeta e com a tecnologia.
37. POR TRÁS DE TODAS AS INTENÇÕES PEDAGÓGICAS
ESTÃO QUESTÕES DE SIGNIFICADO E DE PROPÓSITO. O
QUE OS PROFESSORES PROPÕE AOS ESTUDANTES
COMO AÇÕES E INTERAÇÕES E COM QUE FINALIDADE?
38. QUAL O SIGNIFICADO QUE OS ESTUDANTES
DÃO A SEUS PRÓPRIOS ESFORÇOS DE
APRENDIZAGEM?
39. REIMAGINDO O
FUTURO
• Uma agenda de pesquisa
sobre o Futuro da Educação
começa onde alunos e
professores estão.
● diálogos entre profissionais,
comunidades e universidades
● parcerias de pesquisa, e
fóruns nacionais e
internacionais, incluindo
os da UNESCO.
Este contrato consiste nos princípios fundamentais e organizacionais que estruturam os sistemas educacionais, bem como no trabalho distribuído que se realiza para construir, manter e refinar esses princípios.
Durante o século XX, a educação pública visava, essencialmente, a apoiar os esforços nacionais de cidadania e desenvolvimento por meio da escolarização obrigatória para crianças e jovens. Atualmente, no entanto, enquanto enfrentamos graves riscos para o futuro da humanidade e para a própria vida no planeta, devemos urgentemente reinventar a educação para nos ajudar a enfrentar os desafios comuns.
Esse ato de reimaginar significa trabalharmos juntos para criar futuros compartilhados e interdependentes.
O novo contrato social para a educação deve nos unir em torno de esforços
coletivos e fornecer o conhecimento e a inovação necessários para delinear futuros sustentáveis e pacíficos para todos, fundamentados na justiça social, econômica e ambiental. Além disso, esse contrato deve, assim como faz este Relatório, defender o papel desempenhado pelos professores.
Ao olharmos para 2050, há três questões essenciais a serem feitas acerca da educação