1. Recursos Físicos na Reabilitação Humana
Aula 04 - Eletroterapia
Professor M.e. Natanael Guimarães Ribeiro @natanguima
Fisioterapeuta
2. Conceitos Iniciais – Corrente Interferencial
Aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média frequência, com sua amplitude modulada a baixa frequência,
para finalidades terapêuticas.
O princípio da terapia interferencial é passar através dos tecidos duas
correntes despolarizadas de média frequência e quando as correntes
se encontram, uma nova corrente se inicia.
As correntes individuais interferem uma com a outra ao se encontrarem, e
compõem uma nova forma de onda.
Em decorrência da interferência das ondas, as amplitudes das correntes
se somam algebricamente.
Os estimuladores interferenciais usam duas correntes de média
frequência, uma na Frequência fixa de 4000 Hz, e a outra
ajustável, entre 4000 e 4250 Hz.
A inclusão da frequência ajustável permite a seleção de uma faixa de
baixas frequências moduladas pela amplitude. Como exemplo, se
colocarmos um FMA de 100 Hz, isto gerará uma frequência média
resultante de 4050 Hz.
Regulagem do Aparelho
Eletrodos
O método tradicional de aplicação da terapia interferencial utiliza-se
quatro eletrodos, para atender a dois circuitos.
Os circuitos são dispostos perpendicularmente entre si, de modo a fazer
intercessão na área a ser estimulada.
A corrente pode ser aplicada através de eletrodos flexíveis fixados por fita
adesiva ou por eletrodos a vácuo, que utilizam a sucção para que o
contato seja mantido.
Em ambos os casos, há necessidade do uso de esponjas embebidas em
água.
Frequência de Modulação da Amplitude (FMA)
3. Conceitos Iniciais – Corrente Interferencial
Aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média frequência, com sua amplitude modulada a baixa frequência,
para finalidades terapêuticas.
Podemos fazer com que a FMA alterne ao longo de uma faixa
estabelecida pela manipulação do controle de frequência varredura.
Os aparelhos interferenciais variam quanto à frequência de
varredura disponível ao terapeuta, mas a faixa oscila entre 0 e
250 Hz.
Neste caso se colocarmos a FMA a 100 Hz e a frequência de
varredura de 10 Hz, irá resultar numa FMA que varia entre 100 e
110 Hz.
Regulagem do Aparelho
Modulação da Frequência / Frequência de Varredura
4. Corrente Interferencial
Indicações e Contraindicações
◼ Analgesia – funciona analogamente ao TENS
◼ Reparo dos tecidos e promoção da cicatrização
◼ Produção de contrações musculares
Indicações Contraindicações
◼ Marca-passos
◼ Cardiopatias ou disritmias
◼ Nos primeiros três meses de gestação
◼ Abdômen durante a gestação
◼ Boca
◼ Seio carotídeo
◼ Feridas de pele
◼ Nas proximidades dos olhos
◼ AVC e AIT e Epilepsia devemos evitar na região da cabeça e face.
◼ Eletrodos ao redor de olho, boca e pescoço – intensidade baixa
para evitar espasmos da musculatura laríngea.
5. Conceitos Iniciais – Corrente Russa
A Corrente Russa apresenta várias vantagens em relação a corrente de baixa frequência. Uma dessas vantagens está
relacionada a resistência (impedância) que o corpo humano oferece à passagem da corrente elétrica.
Como a impedância do corpo é do tipo capacitativo e, em sistemas
capacitativos, quanto maior a frequência menor será a resistência,
podemos concluir que uma corrente de média frequência como é o caso
da corrente Russa, diminui sensivelmente o desconforto da corrente que
o paciente está sendo submetido.
Uma outra vantagem devido a diminuição da resistência do corpo é o grau
de profundidade alcançado pela corrente Russa, sendo superior as
correntes de baixa frequência.
Os parâmetros do aparelho são similares à corrente interferencial, com
ciclo on, ciclo off, intensidade de corrente, tempo de subida e tempo de
descida do pulso.
Indicações
◼ Fortalecimento Muscular
◼ Controle de Espasticidade
◼ Facilitação Neuromuscular
◼ Uso na estética
Contraindicações
◼ Insuficiência cardíaca
◼ Marca-passo
◼ Estimulação sobre seios carotídeos
◼ Pacientes mentalmente confusos
◼ Diminuição da sensibilidade a passagem da corrente elétrica
6. Conceitos Iniciais – Corrente Diadinâmica
As Correntes Diadinâmicas foram desenvolvidas na França no início da década de 50 por P. Bernard. São correntes
alternadas senoidais de baixa frequência (50 a 100 Hz) com retificação monofásica ou bifásica. Também chamadas de
Galvanofarádicas.
Elas são interrompidas com alternância rítmica, e podem troca
continuamente de frequência, ou ainda combinar-se em defasagem de
uma corrente senoidal monofásica.
Produzem intensos efeitos analgésicos e hiperemiantes, atuando sobre
nervos e sobre a musculatura através de processos elétricos e químicos.
Os efeitos são eletroquímicos, térmicos e de estimulação, consequência
dos fenômenos de polarização.
Sugere-se para todos os tratamentos que a intensidade de corrente
deve ser perceptível, porém não dolorosa.
O maior perigo dessas correntes é o dano tissular decorrente dos
efeitos polares.
Esses podem ser evitados com a reversão de corrente durante o
tratamento
Eletrodos
Os eletrodos devem ser metálicos, preferencialmente de alumínio, de
tamanhos adequados. Pode-se usar tanto a técnica bipolar como a
monopolar.
Bipolar
Dois eletrodos de tamanhos iguais com o objetivo de distribuir
uniformemente a corrente pela superfície do segmento a ser
tratado.
Monopolar
Eletrodos de tamanhos diferentes proporcionam uma
concentração maior da corrente no eletrodo de menor
tamanho, enfatizando assim o local a ser tratado
Cuidados / Contraindicações
◼ Pacientes com marca-passos – Endoprótese.
◼ Feridas abertas ou lesões de pele.
◼ Área de sensibilidade alterada.
◼ Implantes metálicos expostos.
◼ Ainda podem provocar atividade metabólica indesejada em
neoplasia ou em infecções tuberculosas cicatrizadas
7. Corrente Diadinâmica
Formas de Correntes Diadinâmicas - A seleção da corrente a ser utilizada depende do objetivo desejado.
Monofásica Fixa (MF)
Corrente de 50 hz com retificação de meia onda e intervalos de igual
tamanho.
Produz contrações musculares e tem a finalidade de estimular o tecido
conjuntivo e agir nos processos dolorosos espasmódicos.
Difásica Fixa (DF)
Corrente de 100 Hz com retificação de onda completa, sem intervalos.
Tem a finalidade de analgesia, age nos transtornos circulatórios e
processos simpaticotônicos.
É indicada para preceder a aplicação de outras modalidades de corrente
para induzir a elevação do limiar de excitação das fibras nervosas
sensitivas proporcionando analgesia temporária.
8. Corrente Diadinâmica
Formas de Correntes Diadinâmicas - A seleção da corrente a ser utilizada depende do objetivo desejado.
Curtos Períodos (CP)
Formas de correntes monofásicas e difásicas conectadas
alternadamente e sem intervalos de repouso ou alternadas a cada 1
segundo.
Tem efeito estimulante forte, especialmente quando deve melhorar a
circulação sanguínea – em condições como edema originado por
contusões.
Proporciona uma diminuição da dor.
Longos Períodos (LP)
Forma de corrente monofásica com duração de 10 segundos combinada
com uma segunda forma de onda monofásica variando sua amplitude
entre 0 e o máximo da intensidade amplitude (entre zero e 100 Hz),
durante 5 segundos.
Tem a finalidade de agir nas mialgias, torcicolos neuralgias. É a mais
analgésica e também tem efeito espasmolítico.
O estímulo é mais vigoroso na DF
9. Corrente Diadinâmica
Formas de Correntes Diadinâmicas - A seleção da corrente a ser utilizada depende do objetivo desejado.
Ritmo Sincopado (RS)
Forma de corrente monofásica com trens de pulso de 1
segundo, intercalado com período de repouso também de 1 segundo.
Por ser uma corrente basicamente estimulante, atua nas atrofias
musculares leves.
Indicada para aumentar tônus e trofismo muscular, prevenir aderências,
retardar a hipotrofia e aumentar o retorno venoso e linfático.
Quadro resumo
A intensidade necessária para que se consiga o efeito terapêutico
desejado, depende do tamanho do eletrodo e da área a ser estimulada.
É muito importante destacar que a dosificação da corrente é individual.
O tempo de aplicação deve-se limitar a uns poucos minutos, dados
que, num tempo demasiadamente longo, correntes diretas tem a
particularidade queimar o paciente.
No geral o tempo total de aplicação não deve ultrapassar os 10
minutos.
10. Estimulação Elétrica Neuromuscular (NMES)
A eletroestimulação motora, que se traduz pela ocorrência de potenciais de ação
nos moto-neurônios e nos músculos.
Engloba a estimulação elétrica neuromuscular (estimulação do músculo
inervado através dos seus neurônios motores) e a estimulação elétrica
muscular (estimulação direta das fibras musculares no músculo
desnervado).
Estimulação elétrica funcional ou estimulação neuromuscular Funcional
(FES/FNS)
Estimulação Elétrica Neuromuscular (NMES)
Essa forma de estimulação elétrica é usada comumente com
intensidades suficientemente altas para produzir contração muscular
e pode ser aplicada ao músculo durante o movimento ou sem que esteja
ocorrendo movimento funcional.
A FES (FUNCTIONAL ELECTRICAL STIMULATION), faz parte das
correntes elétricas de baixa frequência, com finalidade de promover
contração muscular induzida.
Esse termo é usado quando a meta do tratamento é favorecer ou
produzir movimento funcional.
O nome FES é basicamente comercial, na verdade o termo mais correto é
a Estimulação Elétrica Neuromuscular e Muscular (EENM).
Corrente de baixa frequência, 50 Hz, despolarizada, comprimento de
onda 300 microssegundos, com pulsos retangulares.
Pode ser usada para reabilitação de músculos e prevenção de atrofias
em estruturas com inervação normal.
11. FES - Parâmetros
Frequência
5 Hz a 200 Hz
Intensidade Ajustada de acordo com os objetivos.
Duração do Pulso ou
Largura do Pulso
50 useg a 400 useg
Tempo de Subida
(RISE)
Tempo de subida do pulso, variável de 1 a 10
segundos.
Regula a velocidade de contração, ou seja, o
tempo desde o começo até a máxima
contração muscular.
Tempos altos produzem uma lenta, mas
gradual contração, enquanto tempos pequenos
produzem uma contração repentina (súbita)
Tempo de Descida
(DECAY)
Tempo de descida do pulso, também de 1 a 10s.
Regula a velocidade com que a contração
diminui, ou seja, o tempo desde a máxima
contração até o relaxamento muscular.
Tempos altos produzem relaxamento lento e
tempos baixos produzem relaxamentos
repentinos (súbito).
Ciclo ON
Tempo de máxima contração muscular
variável de 0 a 30 segundos.
Regula o tempo em que a corrente circula pelo
eletrodo durante cada ciclo de estimulação.
Ciclo OFF
Tempo de repouso da contração muscular,
variável de 0 a 60 segundos.
Regula o tempo em que a corrente não circula
pelos eletrodos.
Sincronizado
Os dois canais funcionam ao mesmo tempo
no tempo “on” e “off” selecionados.
Recíproco
Os canais funcionam alternadamente,
enquanto um está no ciclo “on”, o outro está no
ciclo “off”.
O tempo de subida; sustentação e descida; juntos representam o trabalho
muscular, ou seja, o tempo em que o músculo está sendo submetido à ação da
corrente.
A pausa representa o tempo em que o equipamento ficará desligado, permitindo
a recuperação do músculo.
É importante lembrar que esse ciclo ocorrerá várias vezes durante o tempo de
tratamento.
12. FES - Parâmetros
Colocação dos Eletrodos
O tipo de eletrodo utilizado é o de silicone impregnado de carbono.
O tamanho do eletrodo vai depender do tamanho do músculo a ser
estimulado e da intensidade da contração a ser promovida.
Pode-se realizar a técnica monopolar com o eletrodo menor em cima do
ponto motor do músculo a ser estimulado; ou a técnica bipolar onde os
eletrodos são dispostos em ambos os lados do ventre muscular.
A localização dos eletrodos nos músculos pode ser determinada de
diversas maneiras.
Primeiro, um eletrodo primário pode ser colocado sobre o "ponto motor"
de um músculo.
Esse pode ser definido como o ponto na superfície da pele que permite
que ocorra uma contração usando a menor energia.
Em geral, o ponto motor de um músculo se localiza sobre o ventre do
músculo e normalmente, mas nem sempre, na junção entre os terços
superiores e médio do ventre.
13. FES – Indicações e Contraindicações
Indicações
◼ Facilitação neuromuscular;
◼ Fortalecimento muscular;
◼ Ganhar ou manter a amplitude de movimento articular;
◼ Controlar contraturas;
◼ Controlar a espasticidade;
◼ Como substituição ortótica (estimulação elétrica pode ser usada para
forçar contrações de músculos específicos durante a marcha)
Contraindicações
◼ Disritmia cardíaca;
◼ Portadores de marca-passos;
◼ Olhos;
◼ Mucosas;
◼ Útero grávido.
A Estimulação elétrica Neuromuscular não deve ser usada,
ou deve ser usada com cuidado, em pacientes com;
◼ Doença vascular periférica, especialmente quando há a possibilidade de
descolamento de trombos
◼ Pessoas hipertensas e hipotensas, já que a NMES pode afetar as respostas
autonômicas desses pacientes
◼ Áreas com excesso de tecido adiposo em pessoas obesas, já que essas
podem necessitar de níveis elevados de estímulo, o que pode levar a alterações
autonômicas
◼ Tecido neoplásico
◼ Áreas de infecção ativa nos tecidos
◼ Alterações neurológicas convulsivas, ou traumatismos cranioencefálicos.
◼ Pele desvitalizada - por exemplo, após tratamento com radioterapia Profunda.
◼ Pacientes incapazes de compreender a natureza da intervenção ou de dar
feedback sobre o tratamento.
14. FES – Indicações e Contraindicações
Além disso, o tratamento não deve ser aplicado sobre as
seguintes áreas;
◼ Seio carotídeo
◼ Região torácica - tem-se sugerido que a NMES pode interferir na função
do coração
◼ Nervo frênico
◼ Tronco, durante a gestação.
Fatores que interferem com a estimulação;
◼ Obesidade;
◼ Presença de neuropatias periféricas;
◼ Distúrbios sensoriais importantes;
◼ A aceitação do paciente.
15. Corrente Farádica
Corrente interrompida, de curta duração (1 milissegundo), forma triangular e frequência de 50 Hz.
Ela pode ser modulada em trens de pulso, variando sua taxa de repetição.
É uma corrente polarizada e tem a propriedade de produzir contrações
musculares.
Desde que este critério seja obedecido, podemos considerar corrente
farádica qualquer forma de apresentação da corrente alternada, como
vemos na figura abaixo.
Geralmente o que chamamos classicamente de corrente farádica, é um
sinal retangular, ou trapezoide, como podemos ver na figura acima.
Os equipamentos utilizados para aplicação destas correntes fornecem
uma frequência que geralmente não ultrapassam os 50Hz (baixa
frequência).
Os estímulos usados na eletroterapia são geralmente para terapia e
diagnóstico.
Aplica-se sobre o ponto motor do músculo.
Ponto Motor do músculo: é o ponto mais excitável de um músculo e
representa a maior concentração de terminações nervosas.
Localiza-se na pele sobre o músculo. É onde o nervo penetra no ventre
muscular.
Esta corrente é uma das primeiras correntes utilizadas na fisioterapia
com o objetivo de produzir contração muscular.
Embora já tenhamos em mãos recursos mais avançados, que provocam
menos incômodo e são bem mais eficientes quando se fala de contração
muscular.
16. Corrente Farádica
Método de aplicação
O eletrodo utilizado pode ser tanto o de borracha de silicone com gel,
quanto o eletrodo esponjoso embebido em soro fisiológico, já que a
corrente farádica geralmente tem uma polaridade fraca.
No entanto, se utilizarmos o eletrodo esponjoso; poderemos obter um
resultado mais satisfatório.
Eletrodo indiferente ou passivo:
Colocado para dissipar a corrente,
geralmente no tronco nervoso que
inerva o músculo a ser trabalhado.
Eletrodo ativo = coloca-se sobre o
ponto motor do músculo a ser tratado.
O ponto motor é o melhor local para se
obter uma boa contração muscular.
Em músculos isolados, o melhor tratamento é com a caneta de
aplicação diretamente no ponto motor.
Já em grupos musculares os grandes eletrodos são mais
convenientes.
Tempo de aplicação: 15 minutos nos métodos em geral.
Efeitos Fisiológicos
◼ Estimulação de nervos sensitivos (parestesia, reflexo de
vasodilatação) e de nervos motores;
◼ Efeito de contração muscular
Metabolismo
Retorno Venoso
e Linfático
Irrigação Sanguínea
dos músculos
17. Corrente Farádica
Indicações
Produzir contração muscular apenas em pequenos grupos
musculares, do contrário, não iremos conseguir um resultado satisfatório.
Porém, alguns autores relatam ainda as seguintes indicações:
◼ Drenagem de edemas
◼ Hipertrofia muscular
◼ Pós-cirúrgicos de transplantes tediosos
◼ Reeducação muscular
◼ Fibroses e aderências cicatriciais
Contraindicações
Além das recomendações gerais da eletroterapia como feridas abertas,
infecção, diminuição de sensibilidades, etc., outras são:
◼ Área precordial
◼ Pacientes com idade avançada ou incapazes de indicar as sensações
produzidas pela corrente.
18. Corrente Galvânica
Corrente em estado constante, contínua, de intensidade constante em valor e direção (fluxo unidirecional) e não superior a
200 mA (de baixa intensidade). Sua representação gráfica é do tipo monofásica e os seus efeitos
terapêuticos são decorrentes dos efeitos polares da corrente sobre as células.
Do ponto de vista da eletroterapia, o organismo humano pode ser
entendido como formado por numerosos sistemas eletrolíticos
(sistemas que conduzem corrente elétrica), separados por membranas
semipermeáveis; cada célula forma um condutor eletrolítico.
Se a estas células e tecidos do organismo aplicamos um potencial
elétrico, provocamos uma dissociação iônica.
Fenômeno mediante o qual as moléculas se dividem em seus diferentes
elementos químicos, pelo fato de que cada um deles tem uma carga
elétrica distinta.
Exemplo;
Molécula de sal NaCl, que se decompõe em Na+ e Cl-. Quando um fluxo
de corrente contínua atravessa uma solução de água e sal, provoca uma
migração de íons (já dissociados) presentes, para uma direção definida.
Os íons sódio migram para o polo (-), e os íons cloro para o polo (+).
Processo conhecido como eletrólise
Efeitos Polares
Ânodo
(+)
Sedante, vasoconstrictor, solidificação de proteínas,
desidratante
Cátodo
(-)
Estimulante, irritante, vasodilatador, liquefação de
proteínas, hidratante
19. Corrente Galvânica – Efeitos Decorrentes
Eletroquímicos
Eletrólise
Causa reações químicas sob os eletrodos.
No cátodo (-) ocorre uma reação básica, com liberação de hidrogênio e
necrose de liquefação.
No ânodo (+), ocorre uma reação ácida com liberação de oxigênio e
necrose de coagulação.
Osmóticos
Os cátions são atraídos para o cátodo com maior velocidade, criando
uma concentração iônica maior na região catódica;
Essa diferença de concentração promove a mobilização da água em
direção ao cátodo por diferença de pressão osmótica.
Vasomotores
Vasodilatação e aumento da temperatura sob os eletrodos;
Hiperemia na pele e nos estratos abaixo dela (subcutâneo, fáscias e
músculos superficiais);
A liberação de energia das reações de oxi-redução, leva a um
aumento na temperatura local de 2 a 3°C
Osmóticos
Os cátions são atraídos para o cátodo com maior velocidade, criando
uma concentração iônica maior na região catódica;
Essa diferença de concentração promove a mobilização da água em
direção ao cátodo por diferença de pressão osmótica.
20. Corrente Galvânica – Efeitos Decorrentes
Alterações na excitabilidade
O pólo negativo excita a fibra.
Diminui a concentração de íons positivos no meio extracelular, deixando
próximo da voltagem negativa do interior da célula, levando-a a
despolarização;
A corrente anódica deixa a membrana mais resistente a excitação,
levando a hiperpolarização (aumento de íons positivos no meio extra)
Tudo indica que esses fenômenos se devem a maior ou menor
permeabilidade da membrana ao sódio.
Características dos Polos
21. Corrente Galvânica – Indicações e Contraindicações
Indicações
◼ Além dos efeitos que vimos em cada um dos polos temos também a
Iontoforese e a eletroendosmose.
◼ Eletroendosmose: É o uso da corrente galvânica com o objetivo de
promover o deslocamento de líquido de uma região para outra no tecido.
Ou em outras palavras, facilitar a drenagem de edema.
O uso desta corrente para facilitar a drenagem.
Contraindicações
◼ Extremos cronológicos
◼ Região precordial
◼ Neoplasias
◼ Pacientes com distúrbios de sensibilidade
◼ Ferida aberta
◼ Gônadas
◼ Olhos
◼ Útero grávido
◼ Pacientes mentalmente confusos
Cuidados
◼ Inspecionar a pele do paciente antes e depois da aplicação.
◼ Não deixar que os cabos sem proteção de material isolante encoste no
paciente, risco de queimaduras elétricas.
◼ Escolher uma intensidade adequada.
◼ Manter a espuma que envolve as placas integras.
◼ Fazer sempre a manutenção de cabos e aparelho
◼ Não utilizar correntes polarizadas sobre a face;
◼ A intensidade da corrente não deve ultrapassar 0,1mA por cm da área do
eletrodo ativo;
◼ Nenhuma das bordas dos eletrodos deve tocar a pele do paciente devido ao
risco de queimaduras;
◼ Não ultrapassar a concentração da solução indicada pelo fabricante;
◼ E necessário um bom acoplamento entre os eletrodos e a pele e uma boa
umidificação das esponjas para que se diminua a resistência e se evitem
queimaduras;
22. Corrente Galvânica – Misc.
Técnica de aplicação
Eletrodos na mesma face anatômica
Longitudinal
(coplanar)
Intoforese
Técnica de tratamento que permite a introdução, a partir da pele e das mucosas,
de íons medicamentosos para o interior dos tecidos, utilizando as
propriedades polares da corrente galvânica.
Assim sendo os íons positivos são introduzidos no organismo através do
ânodo (polo +) e os íons negativos a partir do cátodo (polo -).
Para que determinado composto penetre em uma membrana como a pele, ele
deve ser solúvel em gordura e água.
A penetração é relativamente superficial e geralmente menor que 1 mm.
Os íons podem ser usados localmente, ou transportados pelo sangue circulante,
produzindo mais efeitos sistêmicos.
Eletrodos em faces anatômicas diferentes.
Transversal
(contraplanar)
Arranjos
Um par de eletrodos do mesmo tamanho e com
distância entre eles uma a duas vezes o
tamanho do eletrodo é aplicado no local.
Bipolar
Usado quando há preferência por uma polaridade
(+ ou -) ou se a área a ser tratada for pequena.
Nesse caso, sobre o alvo é aplicado o eletrodo ativo,
sendo o outro eletrodo colocado mais distante da
mesma.
Esse eletrodo é chamado de passivo ou dispersivo
e deve ter o dobro do tamanho do eletrodo ativo.
Monopolar
23. Corrente Galvânica – Iontoforese
Dosimetria Vantagens da Iontoforese
◼ Ação localizada do medicamento, podendo este estar em maior concentração
na área lesada;
◼ Ausência de efeitos colaterais sistêmicos;
◼ 0,05 a 2 mA por cm2 de área do eletrodo.
◼ Sensação agradável pelo paciente.
◼ Tempo de aplicação de 20 a 25 minutos.
Atenção !!
◼ Apenas um pequeno número de medicamentos teve comprovação
experimental com iontoforese.
◼ A maioria dos medicamentos geralmente utilizados contém íons de ambas
polaridades, dificultando a introdução global do medicamento.
◼ O deslizamento de íons não se efetua com velocidade uniforme.
◼ A quantidade eficaz do medicamento introduzido é dificilmente controlável.
◼ Não alcança grandes profundidades (inferior 1 cm)
◼ Os medicamentos devem ser ionizáveis em concentrações adequadas,
devem ser hidrossolúveis, evitando-se cremes, pomadas e emulsões.
◼ Nos tecidos será disseminada por difusão.
Técnicas de aplicação
A disposição dos eletrodos é fator primordial para obtenção de bons resultados.
Para isso, a técnica contra planar é a mais indicada.
O tamanho dos eletrodos deve ser escolhido de acordo com o tamanho da área
a ser tratada.
Devem ser completamente cobertos por esponjas, que entrarão em contato
com a pele. Uma dessas esponjas é molhada com a solução ionizada
(positiva ou negativa) e aderida ao eletrodo de igual polaridade (eletrodo ativo).
A outra deve ser molhada em água deionizada e fixada ao eletrodo dispersivo.
Aplicar o polo ativo com o medicamento em cima da área e o outro polo
(indiferente) aplicar próximo a área afim de dispersar a corrente.
Este eletrodo deve conter uma esponja com água salina.
O tempo de aplicação dura de 20 a 30 minutos e a intensidade de 2 a 4 mA para
eletrodos pequenos e de 10 a 15 mA para eletrodos grandes.
24. Recursos Físicos na Reabilitação Humana
Professor M.e. Natanael Guimarães Ribeiro @natanguima
Fisioterapeuta