1. Autor:
Roberto Langanke
Indicado para:
O lixo e seus diversos tipos de resíduo são hoje um dos principais problemas dos municípios
urbanizados. A produção de resíduos é grande e diretamente proporcional à população: quanto
maior for, mais lixo será produzido. Estima-se, por exemplo, que um morador de São Paulo, em
média, produza um quilo de lixo por dia! Mas qual o destino final do lixo que produzimos?
Na maioria das vezes, o destino do lixo são os lixões: grandes terrenos afastados dos centros
urbanos, onde o lixo é depositado a céu aberto, sem uma pré-seleção de materiais recicláveis e
orgânicos. Esse tipo de depósito é com certeza o mais prejudicial à natureza, pois todo o terreno e
uma grande área à sua volta ficam poluídos;
a lixiviação é constante e os lençóis subterrâneos podem ser contaminados pelo chorume;
trabalhadores socialmente excluídos recolhem materiais recicláveis nos lixões, gerando um
problema de saúde pública com as doenças relacionadas ao lixo; o ar é contaminado, pois
a combustão espontânea sempre acontece e partes dos depósitos podem ser queimadas, além de
haver resíduos gasosos produzidos pela decomposição do lixo. Diante de tantos problemas
relacionados a esse tipo de depósito, algumas propostas alternativas foram feitas e podem
minimizar esse problema:
- Coleta seletiva : a coleta seletiva de materiais recicláveis é primordial, especialmente em
centros urbanos. A simples exclusão de materiais como isopor, vidro e metal já ameniza o impacto
dos lixões. Pode também ter uma função social, pois muitos “catadores de latinha” formam
cooperativas e tiram o sustento de sua família graças a essa coleta.
- Aterros sanitários: os aterros sanitários hoje são apontados como uma das melhores soluções para
o problema do lixo nas grandes cidades. O aterro consiste de um terreno, previamente escolhido
para minimizar problemas ambientais, onde o lixo é armazenado em camadas, em locais escavados.
O lixo é prensado por máquinas até atingir uma altura de três metros, e depois é coberto por terra.
Seria uma espécie de “enterramento” planejado do lixo. Vantagens: processo de baixo custo;
controle da emissão de gases; minimização dos problemas de lixiviação da água; requer
trabalhadores pouco especializados. Desvantagens: necessidade de grandes terrenos; interferência
das condições climáticas no processo; o terreno ficará inoperante por um bom período de tempo.
- Incineradores: os incineradores são grandes fornos onde o lixo é queimado. É um processo
bastante poluente, especialmente em relação à poluição do ar, pois dióxido de carbono, óxidos de
enxofre e nitrogênio, entre outros gases, são liberados. É também um processo relativamente caro
e que gasta muito tempo se feito da maneira correta, com o uso de filtros. Ainda assim, é uma
alternativa para diminuir o impacto negativo dos lixões. O lixo hospitalar, por exemplo, só pode ser
incinerado, pois devido à sua periculosidade à saúde pública, não pode ser descartado in natura.
- Usinas de compostagem: através dessas usinas, o material orgânico presente no lixo é
transformado num composto orgânico. Esse composto é utilizado em solos na agricultura,
melhorando suas qualidades físicas, químicas e biológicas. O problema desse tipo de tratamento é
sua utilização restrita, pois não ameniza o problema dos resíduos inorgânicos.
Os caminhos do
lixo
Por: Fernando Credidio
01 Julho 2009 - 00h00
O lixo faz parte do nosso dia-a-dia. É uma realidade de proporção mundial.
Contudo, apesar de a mídia conferir bastante destaque ao tema, quase não se
2. comenta sobre a destinação dada a ele. Por isso, resolvi abordar esse assunto
de forma didática, ainda que resumidamente.
Desde a pré-história, quando os homens viviam em cavernas, pequenos
acampamentos ou aldeias, o lixo já era um problema. Atualmente, ele não é
mais formado apenas por restos de alimentos e outras matérias naturais. Muito
do que se joga fora é feito de material poluente ou que não se decompõe
facilmente. Em cada caso, é preciso muita tecnologia para tratar o lixo de
forma correta.
Diariamente, uma grande quantidade de lixo decorrente das atividades
domésticas, comerciais, industriais e dos serviços de saúde é produzida nos
centros urbanos. Às sobras e aos restos de materiais que constituem esse lixo,
soma-se aquele proveniente da varrição pública. Portanto, dar tratamento e
destinação adequada às milhares de toneladas coletadas é uma tarefa árdua
que requer planejamento, aplicação de tecnologias avançadas, controle e
fiscalização constantes.
A exemplo de nossas residências, as cidades precisam estar limpas todos os
dias. Esse serviço é chamado de limpeza urbana e, com a ajuda de um
verdadeiro exército, o trabalho inicia-se pela coleta, passando pelo tratamento
e terminando no lugar apropriado onde o lixo deve ser depositado.
O lixo é dividido em tipos e cada um deles precisa de tratamento
especial
Chamamos de lixo tudo aquilo que não aproveitamos, seja em casa, no
comércio, nas indústrias ou nos hospitais. E, ainda, aquilo que vem da
natureza, como folhas, areia, terra e galhos.
De acordo com a sua origem e com os riscos que pode causar à saúde e ao
meio ambiente, o lixo é dividido em resíduos urbanos e resíduos especiais. Os
primeiros vêm das nossas casas, da varrição das ruas e do comércio,
recebendo também o nome de lixo doméstico. É formado por restos de
alimentos, papéis, vidros, folhas, trapos, madeiras, latas e tudo o que jogamos
fora.
Por sua vez, os resíduos especiais são aqueles gerados nas indústrias,
hospitais, clínicas e nos demais serviços de saúde. Como esse tipo de lixo
coloca em risco a saúde das pessoas e o meio ambiente, precisa de cuidados
especiais ao ser recolhido, transportado, incinerado e depositado, já em cinzas,
nos aterros sanitários. Esses resíduos são formados por materiais radioativos,
alimentos e medicamentos com data vencida, sobras de matadouros, produtos
químicos corrosivos, reativos, tóxicos e inflamáveis, além de restos de
embalagens de inseticidas e outros venenos.
Como funciona a limpeza urbana?
O serviço de limpeza urbana começa quando os caminhões recolhem o lixo nas
portas das nossas residências, ao mesmo tempo em que os varredores estão
executando sua tarefa nas ruas e praças das cidades.
Após recolhido, o lixo percorre um longo caminho. O doméstico é levado para
lugares chamados estações de transbordo. Lá, os caminhões despejam o
material em grandes carretas. Das estações de transbordo, uma pequena parte
do lixo é enviada para as usinas de compostagem. A maior parte vai para os
aterros sanitários.
Usinas de compostagem
3. Uma usina de compostagem é uma espécie de fábrica que usa o lixo como
matéria-prima. Nessas usinas, os resíduos são separados em três tipos:
• Materiais orgânicos: são os restos de alimentos, folhas de árvores etc. Esse
material é triturado, misturado e peneirado, e vai para um local dentro da usina
onde ocorre a compostagem. A compostagem (ou transformação em adubo)
acontece quando algumas bactérias que vivem no lixo entram em ação, criando
um tipo de adubo natural que é usado nas plantações;
• Materiais recicláveis: são as partes do lixo que podem ser reaproveitadas.
Vidro, papel, plástico, latas e outros metais são separados e utilizados pelas
indústrias que reciclam esses materiais, ou seja, transformam-nos em produtos
novos;
• Rejeito: é a parte que não pode ser aproveitada, como pedras, areia, pedaços
de couro, borracha e plástico sujo. Esses rejeitos são enviados para os aterros
sanitários específicos, chamados aterros de inertes.
Aterros sanitários
O aterro sanitário é uma forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos
no solo que utiliza técnicas de engenharia civil e sanitária para espalhar,
compactar e cobrir com terra, diariamente, esses resíduos, com o objetivo de
proporcionar seu confinamento seguro, evitando riscos e danos à saúde pública
e minimizando os impactos no ambiente.
Sua construção deve impermeabilizar o solo para que o chorume (líquido
escuro e com alta carga poluidora, resultado da fermentação e decomposição
biológica da parte orgânica do lixo e outros resíduos) não atinja os lençóis
freáticos. É necessário também drenar o chorume retirado do aterro, bem como
os gases, principalmente o carbônico, o metano e o sulfídrico.
Os aterros sanitários são cuidados e controlados durante cerca de vinte anos
após deixarem de funcionar. Além disso, depois de ser um aterro, o local pode
se transformar em bosque, parque ou área de lazer.
Resíduos especiais e lixo industrial / comercial
A coleta dos resíduos especiais é feita por meio de caminhões que levam o lixo
para os incineradores, lugares próprios para queimá-lo. Esses fornos
conseguem queimar centenas de toneladas de lixo por dia e sua temperatura
pode chegar perto dos 1.000oC. As cinzas também são transportadas para os
aterros sanitários.
Coleta seletiva
Todo o lixo doméstico que não é separado vai para a coleta comum, podendo
ser separado, depois, nas usinas de compostagem. Muitas vezes, como estão
muito sujos, os materiais vão para os aterros sanitários. Se apenas o
necessário for parar nos aterros, eles podem funcionar por muito mais tempo.
Embora não seja mote deste artigo, convém lembrar que, quando o papel é
reciclado, evitamos cortar árvores. Quando o vidro é reciclado, deixamos de
extrair areia. Quando o plástico é reciclado, poupamos petróleo, e assim por
diante.
A coleta e o tratamento do lixo custam dinheiro, e todos nós pagamos por esse
serviço. Quando o lixo reciclável é vendido às indústrias, o valor arrecadado
pode ser usado para diminuir os custos do próprio lixo. E toda a população
4. ganha com isso. Por isso, separar o lixo reciclável é, antes de tudo, um ato de
cidadania e uma prova de respeito à natureza e ao próximo.