A ONU elevou as doenças crônicas não transmissíveis como prioridade para políticas públicas de saúde. Dilma defendeu quebra de patentes de medicamentos para essas doenças. A ONU sugeriu medidas como mais impostos em cigarros e limites à publicidade de alimentos não saudáveis.
ONU eleva doenças crônicas à prioridade e Dilma defende quebra de patentes
1. Aviso
20 de setembro de 2011, 06:23
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2. Saúde na mídia Brasília, 20 de setembro de 2011
Folha de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
ONU pede prioridade para combate a doenças
crônicas
SAÚDE
Presidente Dilma Rousseff defende quebra de pa- [Organização Mundial da Saúde] são in-
tente de drogas usadas contra câncer, diabetes, dispensáveis para políticas que garantam o direito à
problemas cardíacos e pulmonares saúde", disse Dilma.
VERENA FORNETTI ÁLVARO FAGUNDES O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou
DE NOVA YORK que após a reunião da ONU -que pela terceira vez na
história elevou uma discussão sobre saúde ao âmbito
A ONU (Organização das Nações Unidas) elevou as dos chefes de Estado- o Brasil não admitirá mais dis-
doenças crônicas não transmissíveis à condição de tinção entre doenças transmissíveis e não trans-
prioridade para as políticas públicas dos Estados missíveis na elaboração de políticas públicas.
membros.
Com isso, é possível alegar que males crônicos não
O compromisso foi divulgado ontem em reunião de transmissíveis são interesse de saúde pública e que es-
alto nível com chefes de Estado. Dilma Rousseff, se- tão acima de interesse econômico.
gunda presidente a discursar no evento, defendeu que
as doenças crônicas não transmissíveis também pos- O ministro afirmou, porém, que o Brasil não está de-
sam motivar quebra de patentes de medicamentos. fendendo quebra indiscriminada de patentes.
São consideradas doenças crônicas não trans- "Apenas defendemos que os acordos já construídos
missíveis câncer, diabetes, problemas cardíacos e possam ser utilizados para o enfrentamento dessas
pulmonares. Segundo o documento divulgado on- doenças", disse Padilha.
tem, os governos criarão, até 2013, planos para com-
bater os fatores desencadeadores dessas doenças. A princesa Dina Mired, da Jordânia, embaixadora pa-
ra União pelo Controle Internacional do Câncer, fez
Entre as medidas sugeridas pela ONU estão mais im- críticas à campanha da ONU.
postos sobre cigarros e limites para a publicidade de
alimentos ricos em gordura saturada, sal e açúcar. "Fiquei desapontada porque não ouvi as doenças crô-
PATENTES nicas sendo tratadas como uma epidemia. E isso é
que o elas são." A embaixadora propôs que os go-
A presidente afirmou que o Brasil ampliará o com- vernos assumissem o compromisso de reduzir em
bate aos fatores de risco, destacou que as doenças crô- 25% até 2025 a incidência dessas doenças.
nicas têm "incidência desproporcional" entre os mais
pobres e defendeu ações para tornar os remédios Margaret Chan, diretora-geral da OMS, disse que es-
mais acessíveis. ses males mostram um desastre de saúde em marcha
lenta no mundo e criticou as políticas públicas atuais.
"O Brasil respeita seus compromissos de pro-
priedade intelectual, mas nós estamos convencidos "As causas dessas doenças não têm sido combatidas.
de que as flexibilidades previstas na OMC [Or- Os índices de obesidade mostram quão terríveis têm
ganização Mundial do Comércio] e na OMS sido as políticas púbicas." |
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