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Filosofia
ACC – Filosofia
Tema: Sindemia
Professora Maria Joana
Entenda a definição de sindemia e descubra o
que é a sindemia global, que afeta a saúde
pública no mundo todo.
Sindemia é um neologismo criado a partir da junção dos termos "epidemia" e "sinergia". Uma sindemia se forma a partir da interação de
duas ou mais doenças em um contexto social nocivo à saúde pública. Em meados da década de 1990, o antropólogo médico americano
Merrill Singer, da Universidade de Connecticut, cunhou-o para descrever como as epidemias podem se sobrepor umas às outras sob fatores
sociais, ambientais e culturais propícios ao desenvolvimento de determinadas doenças. Em 2009, Singer publicou o livro Introduction to
Syndemics: A Critical Systems Approach to Public and Community Health, explicando, por exemplo, que doenças como HIV e tuberculose
podem frequentemente formar uma sindemia. Isso não só porque há o elemento biológico envolvido – afinal, o HIV que enfraquece o
sistema imunológico, tornando soropositivos mais suscetíveis –, mas também porque desigualdades sociais, saúde precária e hábitos
insalubres de vida permitem que a tuberculose prospere. Os efeitos dessas duas epidemias são amplificados em grupos vulneráveis, como
pobres e refugiados, constituindo uma sindemia. Sindemias são caracterizadas por interações biológicas e sociais entre diferentes condições,
que aumentam a vulnerabilidade de uma pessoa a uma determinada doença, ou seja, é quando um problema de saúde e o contexto
socioeconômico interagem agravando o panorama.
A interação com o aspecto social é o que faz com que não seja apenas uma comorbidade, conceito que se refere a um contexto em que
duas ou mais doenças estão etiologicamente relacionadas.
Isso é exatamente o que estamos vendo ocorrer com a COVID-19. Os dados disponíveis mostram que as pessoas com mais chances de
ficarem gravemente doentes ou morrer são também aquelas que já sofrem com outras enfermidades como câncer, diabetes, problemas
cardíacos ou mesmo obesidade. Também tem sido observado que a doença ataca desproporcionalmente as comunidade desfavorecidas, de
baixa renda e de minorias étnicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pessoa negra tem o dobro de chance de morrer por Covid-19,
segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC).
Além disso, doenças como diabetes ou obesidades (condições pré-existentes que são fatores de risco para a covid-19) são mais comuns em
indivíduos de baixa renda.
Contextualização - Texto 01
Sindemia global: obesidade, subnutrição e mudanças climáticas no mundo
Em 2017, o jornal médico The Lancet publicou uma série de artigos delineando como pensar em
soluções para sindemias e fornecer cuidados que abranjam todos os problemas sobrepostos. Desde
então, três fatores têm sido considerados a base do que se pode chamar de sindemia global:
obesidade, desnutrição e mudanças climáticas. Juntos, eles representam uma ameaça grave à
saúde humana de diferentes maneiras, mas interligadas entre si. Essa abordagem se baseia na
reformulação dessas três epidemias, permitindo que elas sejam encaradas não como problemas
isolados, mas como partes do mesmo superproblema, que afeta pessoas no mundo inteiro. A ideia
é pensar em estratégias que possibilitem a superação dessas doenças como um todo. O relatório
The Global Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Climate Change, publicado em 2019 pela
Comissão do The Lancet, afirma que a sindemia global é reforçada pela união entre sistemas
alimentares prejudiciais e grandes empresas multinacionais, que priorizam os lucros em detrimento
da saúde humana e da sustentabilidade. A agricultura e a produção de alimentos, por exemplo,
contribuem com cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa e, de acordo com
estudos, podem representar até um terço delas. O mau estilo de vida contemporâneo, acentuado
pelo marketing da indústria dos alimentos, nos levou a um paradoxo: a obesidade triplicou desde
1975, atingindo cerca de 13% da população adulta no mundo; por outro lado, também houve um
aumento global de desnutrição, que pode afetar tanto pessoas com sobrepeso como pessoas
abaixo do peso ideal. Isso significa que a desnutrição e a obesidade não são polos opostos. Ao
contrário, elas são movidas pelos mesmos sistemas alimentares pouco saudáveis e injustos. Por sua
vez, esses sistemas são sustentados por uma economia global que tem como foco o crescimento
econômico, em detrimento da saúde, da equidade e do respeito ao meio ambiente, formando uma
sindemia. O relatório sugere um tratado global de saúde pública para regular as empresas de
alimentos, da mesma forma que muitas nações têm lidado com as empresas de tabaco. Ele
também sugere limitar a influência da indústria alimentícia sobre os governos. Outras sugestões
incluem o estabelecimento de impostos sobre a carne vermelha, o fim dos 5 trilhões de dólares em
subsídios para empresas de alimentos e combustíveis fósseis em todo o mundo e a criação de um
fundo de 1 bilhão de dólares para apoiar iniciativas políticas de combate à sindemia global.
Agora que já entendemos o conceito de sindemia vamos analisar como o termo se aplica ao
surto do coronavírus.
Um mais um é mais do que dois – Texto 02
O termo sindemia (um neologismo que combina sinergia e pandemia) não tão novo assim.
Foi cunhado pelo antropólogo médico americano Merrill Singer na década de 1990 para explicar uma situação em que “duas ou mais doenças interagem
de tal forma que causam danos maiores do que a mera soma dessas duas doenças”.
“O impacto dessa interação também é facilitado pelas condições sociais e ambientais que, de alguma forma, aproximam essas duas doenças ou tornam a
população mais vulnerável ao seu impacto”, explica Singer em entrevista à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
A interação com o aspecto social é o que faz com que não seja apenas uma comorbidade.
O conceito surgiu quando o cientista e seus colegas estavam pesquisando o uso de drogas em comunidades de baixa renda nos Estados Unidos, há mais
de duas décadas.
Eles descobriram que muitos dos usuários de drogas injetáveis ​​sofriam de uma série de outras doenças (tuberculose, doenças sexualmente
transmissíveis, entre outras), e os pesquisadores começaram a se perguntar como estas coexistiam no corpo. Acabaram concluindo que, em alguns casos,
a combinação amplificou o dano.
No caso da covid-19, "vemos como ela interage com uma variedade de condições pré-existentes (diabetes, câncer, problemas cardíacos e muitos outros
fatores) e vemos uma taxa desproporcional de resultados adversos em comunidades desfavorecidas, de baixa renda e de minorias étnicas", explica
Singer.
Doenças como diabetes ou obesidades — que são fatores de risco para a covid-19 — são mais comuns em indivíduos de baixa renda, afirma Tiff-Annie
Kenny, pesquisadora da Universidade Laval, no Canadá, em entrevista à BBC News Mundo. Ela trabalha no no Ártico com populações afetadas por
insegurança alimentar, mudanças climáticas e condições de moradia que dificultam o cumprimento das recomendações sanitárias, como lavar as mãos
ou manter distância social.
Mas não é esse o caso da maioria das doenças? Na maioria das vezes, elas não têm um impacto maior em grupos sociais com acesso menor a saúde,
alimentação, educação e higiene? Elas não são quase sempre ampliadas quando combinadas com outras ou com uma condição médica presente?
Quanto à interação biológica, nem sempre é assim, enfatiza a cientista.
"Há cada vez mais evidências de que a gripe e o resfriado comum são contra-sindêmicos. Ou seja, a situação não piora. Se uma pessoa está infectada com
os dois vírus, uma das doenças não se desenvolve."
E quanto ao aspecto social, o elemento-chave no caso de uma sindemia é que ela agrega a interação de doenças.
Pandemia ou sindemia? – Texto 03
Eudes Quintino de Oliveira Júnior
O vocábulo pandemia, poucas vezes empregado anteriormente, mas que carrega o universo em sua estruturação etimológica, é hoje parte integrante
da rotineira comunicação mundial. De origem grega, com o significado de ação envolvendo todo o povo a respeito de um acontecimento relevante e
que tenha condições de atingir toda a população de uma nação, foi inicialmente empregado por Platão. Posteriormente, a palavra assumiu outra
dimensão e teve seu alcance ampliado pela medicina que a direcionou a uma doença que poderia ultrapassar os limites de um país e atingir outros,
enquanto que para o povo de uma mesma nação permaneceu o vocábulo epidemia, que á a difusão interna de doença em determinado período.
Pandemia, desta forma, é a disseminação mundial de uma nova doença que se espalha por dois ou mais continentes com transmissão sustentada de
pessoa para pessoa. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, quando instado a se manifestar a respeito da disseminação do coronavírus,
assim se posicionou: "Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar
medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários"1.
Vários estudos liderados por instituições científicas de referência estão sendo realizados com a finalidade precípua de conhecer detalhadamente o
vírus e o certo é que, até agora, a covid-19 apresenta inúmeros buracos negros e muitas indagações ainda continuam sem respostas. Tanto é que a
única esperança que move a humanidade é a vacina, levando-se em consideração que medicamentos pesquisados para a redução da carga viral do
paciente foram insatisfatórios.
Recentemente, em artigo publicado na revista científica The Lancet, o seu redator-chefe Richard Horton pinçou com capricho o vocábulo "sindemia",
cunhado na literatura médica por Merrill Singer, formado pela junção de sinergia e pandemia e o incluiu em um texto com o significado de que
quando duas ou mais doenças se interagem de tal forma podem causar danos maiores que a soma dessas doenças. Seria o mesmo princípio aplicado
ao todo que, quando somado, torna-se maior do que a soma das partes que o compõem.
Sindemia, em definição mais abrangente, seria o agravamento da saúde de populações não só em razão do mesmo fato gerador dominante, mas
principalmente pelo seu entrelaçamento com fatores sociais e biológicos desfavoráveis, que produzem maior vulnerabilidade e desigualdade
socioeconômica. Nesta linha de raciocínio pode-se concluir que sindemia representa o coronavírus como o fato gerador, mas, isoladamente, não
carrega ele o condão de provocar tantos danos à saúde humana. Age na combinação de várias outras doenças e comorbidades, que geralmente são
desencadeadas pela desigualdade social e, em razão da ausência de políticas públicas efetivas, tornam-se concausas pré-existentes e caminham pela
mesma linha preferencial do vírus, como, por exemplo, a pobreza, a falta de habitação, alimentação, emprego, meio ambiente deteriorado e outras.
Com a chegada do coronavírus as doenças pré-existentes foram agravadas e paralisados
os tratamentos no combate à hipertensão, diabetes, obesidade, doenças
cardiovasculares, respiratórias, raras, cânceres e transplantes, dentre outras. As
estruturas hospitalares e equipes médicas estavam voltadas para o combate à
pandemia da covid-19, deixando um caminho aberto para a passagem do vírus. Até
mesmo o distanciamento social tornou-se um óbice para que as pessoas pudessem
visitar seus médicos e, consequentemente, ficaram expostas às doenças.
A sindemia, sob esta ótica, nada mais é do que uma pandemia lato sensu,
compreendendo outros fatores que colaboram com a propagação e disseminação do
mal que aflige a humanidade. E qualquer análise que seja feita com relação ao
recrudescimento do vírus vai indicar que a sua letalidade está diretamente relacionada
a outras circunstâncias que giram em torno do fato gerador. Eliminadas tais
circunstâncias, o vírus será extirpado definitivamente.
Trata-se, na realidade, de uma opinião isolada, mas que tem campo para ganhar corpo
e bem reflete a situação atual de combate ao coronavírus. Muitos países, até os
considerados de primeiro mundo, por terem se afastado dos protocolos de segurança
recomendados, permitiram o avanço do vírus e retornam à situação anterior, até
mesmo com o reinício do isolamento com a decretação do lockdown.
O autor do referido artigo, em tom crítico, desalojou a atual pandemia e a substituiu
pela sindemia, fazendo a seguinte advertência: "Não importa quão eficaz seja um
tratamento ou quão protetora seja uma vacina, a busca por uma solução puramente
biomédica contra a covid-19, vai falhar. A menos que os governos elaborem políticas e
programas para reverter profundas disparidades sociais, nossas sociedades nunca
estarão verdadeiramente protegidas da covid-19"2.
É uma situação que exige ampla reflexão da sociedade, principalmente no tocante às
políticas públicas de atendimento às necessidades primordiais do cidadão.
Saúde pública na história: o que nos levou à sindemia global - Texto 04
Pela primeira vez na história registrada, bactérias, vírus e outros agentes infecciosos não causam a maioria das mortes ou incapacidade em
nenhuma região do mundo. Mortes por malária, tuberculose e doenças diarreicas caíram mais de 25% cada uma desde 2003. No entanto,
nem tudo são boas notícias quanto se trata de saúde da população, e a sindemia global está aí para provar.
As melhorias na saúde contemporânea são impulsionadas mais por intervenções médicas direcionadas do que pelo desenvolvimento geral. A
saúde humana passou a ser vista em termos da mera ausência de doenças ou do tratamento e do controle das enfermidades. Essa
abordagem vai de encontro à definição de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual a saúde é “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”.
Essa interpretação errônea da definição de saúde pode ser a causa fundamental do aumento da epidemia de Doenças Não Transmissíveis
(DNTs) em todo o mundo. O relatório do The Lancet revela que esse aumento é um reflexo do sistema econômico global, que prioriza a
geração de riquezas sobre a geração de saúde. Em termos econômicos, essa situação representaria um caso de sucesso comercial
(corporações ricas), mas falha de mercado (problemas de saúde e prejuízos ao meio ambiente).
Não restam dúvidas sobre a realidade das mudanças climáticas, induzidas e sustentadas pela ação humana. Há um consenso científico a
respeito da ligação entre as emissões de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas – e os efeitos disso se manifestam na forma de
aumento do nível dos mares, padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis e eventos climáticos extremos.
As estimativas dos custos econômicos futuros das mudanças climáticas são de 5 a 10% do PIB mundial, chegando a ultrapassar 10% do PIB de
países de baixa renda. A maior parte do custo humano da mudança climática também recairá sobre os países de baixa renda, que são os
menos capazes de lidar com a situação e, ao mesmo tempo, os que menos contribuíram para o problema. Essa realidade premente tende a
afetar o sistema de saúde pública desses países de maneiras jamais vistas e se manifesta na sindemia global.
Desafios sociais, ambientais e de saúde complexos já foram enfrentados com sucesso por meio de processos de mudança social, levando a
mudanças culturais de valores e a ações de políticas públicas que mudaram os comportamentos da população. O relatório descreve, por
exemplo, o Conceito de Manejo de Sete Gerações do povo indígena Iroquois, onde a geração atual vive e trabalha para o benefício de sete
gerações no futuro. Estratégias como essa podem ser um primeiro passo para superar a sindemia global e evitar sindemias futuras.
Neste contexto, o relatório da Comissão do The Lancet leva o conceito de sindemia um passo adiante, aplicando-o para além das doenças
individuais e tirando o foco dos cuidados com a doença para colocá-lo sobre os cuidados com a saúde (a humana e a do planeta). Além disso,
ele identifica, com base em evidências, os profundos problemas sistêmicos responsáveis ​​por causar e sustentar a sindemia global. Os
resultados revelam por que cada um de nós deveria conhecer e se engajar no combate a essa sindemia e a outras que possam eventualmente
surgir, contribuindo para o bem-estar humano e ambiental.
“Chegou a hora de filosofar”
Faça uma dissertação explanando o porque a Covid 19 pode ser
considerada mais uma “Sindemia” do que uma “Pandemia”
para muitos estudiosos.
OBS: Use os conhecimentos adquiridos nos textos e imagens
acima para corroborar sua dissertação.
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Sindemia tema

  • 1. Filosofia ACC – Filosofia Tema: Sindemia Professora Maria Joana Entenda a definição de sindemia e descubra o que é a sindemia global, que afeta a saúde pública no mundo todo.
  • 2. Sindemia é um neologismo criado a partir da junção dos termos "epidemia" e "sinergia". Uma sindemia se forma a partir da interação de duas ou mais doenças em um contexto social nocivo à saúde pública. Em meados da década de 1990, o antropólogo médico americano Merrill Singer, da Universidade de Connecticut, cunhou-o para descrever como as epidemias podem se sobrepor umas às outras sob fatores sociais, ambientais e culturais propícios ao desenvolvimento de determinadas doenças. Em 2009, Singer publicou o livro Introduction to Syndemics: A Critical Systems Approach to Public and Community Health, explicando, por exemplo, que doenças como HIV e tuberculose podem frequentemente formar uma sindemia. Isso não só porque há o elemento biológico envolvido – afinal, o HIV que enfraquece o sistema imunológico, tornando soropositivos mais suscetíveis –, mas também porque desigualdades sociais, saúde precária e hábitos insalubres de vida permitem que a tuberculose prospere. Os efeitos dessas duas epidemias são amplificados em grupos vulneráveis, como pobres e refugiados, constituindo uma sindemia. Sindemias são caracterizadas por interações biológicas e sociais entre diferentes condições, que aumentam a vulnerabilidade de uma pessoa a uma determinada doença, ou seja, é quando um problema de saúde e o contexto socioeconômico interagem agravando o panorama. A interação com o aspecto social é o que faz com que não seja apenas uma comorbidade, conceito que se refere a um contexto em que duas ou mais doenças estão etiologicamente relacionadas. Isso é exatamente o que estamos vendo ocorrer com a COVID-19. Os dados disponíveis mostram que as pessoas com mais chances de ficarem gravemente doentes ou morrer são também aquelas que já sofrem com outras enfermidades como câncer, diabetes, problemas cardíacos ou mesmo obesidade. Também tem sido observado que a doença ataca desproporcionalmente as comunidade desfavorecidas, de baixa renda e de minorias étnicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pessoa negra tem o dobro de chance de morrer por Covid-19, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC). Além disso, doenças como diabetes ou obesidades (condições pré-existentes que são fatores de risco para a covid-19) são mais comuns em indivíduos de baixa renda. Contextualização - Texto 01
  • 3. Sindemia global: obesidade, subnutrição e mudanças climáticas no mundo Em 2017, o jornal médico The Lancet publicou uma série de artigos delineando como pensar em soluções para sindemias e fornecer cuidados que abranjam todos os problemas sobrepostos. Desde então, três fatores têm sido considerados a base do que se pode chamar de sindemia global: obesidade, desnutrição e mudanças climáticas. Juntos, eles representam uma ameaça grave à saúde humana de diferentes maneiras, mas interligadas entre si. Essa abordagem se baseia na reformulação dessas três epidemias, permitindo que elas sejam encaradas não como problemas isolados, mas como partes do mesmo superproblema, que afeta pessoas no mundo inteiro. A ideia é pensar em estratégias que possibilitem a superação dessas doenças como um todo. O relatório The Global Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Climate Change, publicado em 2019 pela Comissão do The Lancet, afirma que a sindemia global é reforçada pela união entre sistemas alimentares prejudiciais e grandes empresas multinacionais, que priorizam os lucros em detrimento da saúde humana e da sustentabilidade. A agricultura e a produção de alimentos, por exemplo, contribuem com cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa e, de acordo com estudos, podem representar até um terço delas. O mau estilo de vida contemporâneo, acentuado pelo marketing da indústria dos alimentos, nos levou a um paradoxo: a obesidade triplicou desde 1975, atingindo cerca de 13% da população adulta no mundo; por outro lado, também houve um aumento global de desnutrição, que pode afetar tanto pessoas com sobrepeso como pessoas abaixo do peso ideal. Isso significa que a desnutrição e a obesidade não são polos opostos. Ao contrário, elas são movidas pelos mesmos sistemas alimentares pouco saudáveis e injustos. Por sua vez, esses sistemas são sustentados por uma economia global que tem como foco o crescimento econômico, em detrimento da saúde, da equidade e do respeito ao meio ambiente, formando uma sindemia. O relatório sugere um tratado global de saúde pública para regular as empresas de alimentos, da mesma forma que muitas nações têm lidado com as empresas de tabaco. Ele também sugere limitar a influência da indústria alimentícia sobre os governos. Outras sugestões incluem o estabelecimento de impostos sobre a carne vermelha, o fim dos 5 trilhões de dólares em subsídios para empresas de alimentos e combustíveis fósseis em todo o mundo e a criação de um fundo de 1 bilhão de dólares para apoiar iniciativas políticas de combate à sindemia global.
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  • 6. Agora que já entendemos o conceito de sindemia vamos analisar como o termo se aplica ao surto do coronavírus. Um mais um é mais do que dois – Texto 02 O termo sindemia (um neologismo que combina sinergia e pandemia) não tão novo assim. Foi cunhado pelo antropólogo médico americano Merrill Singer na década de 1990 para explicar uma situação em que “duas ou mais doenças interagem de tal forma que causam danos maiores do que a mera soma dessas duas doenças”. “O impacto dessa interação também é facilitado pelas condições sociais e ambientais que, de alguma forma, aproximam essas duas doenças ou tornam a população mais vulnerável ao seu impacto”, explica Singer em entrevista à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC). A interação com o aspecto social é o que faz com que não seja apenas uma comorbidade. O conceito surgiu quando o cientista e seus colegas estavam pesquisando o uso de drogas em comunidades de baixa renda nos Estados Unidos, há mais de duas décadas. Eles descobriram que muitos dos usuários de drogas injetáveis ​​sofriam de uma série de outras doenças (tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras), e os pesquisadores começaram a se perguntar como estas coexistiam no corpo. Acabaram concluindo que, em alguns casos, a combinação amplificou o dano. No caso da covid-19, "vemos como ela interage com uma variedade de condições pré-existentes (diabetes, câncer, problemas cardíacos e muitos outros fatores) e vemos uma taxa desproporcional de resultados adversos em comunidades desfavorecidas, de baixa renda e de minorias étnicas", explica Singer. Doenças como diabetes ou obesidades — que são fatores de risco para a covid-19 — são mais comuns em indivíduos de baixa renda, afirma Tiff-Annie Kenny, pesquisadora da Universidade Laval, no Canadá, em entrevista à BBC News Mundo. Ela trabalha no no Ártico com populações afetadas por insegurança alimentar, mudanças climáticas e condições de moradia que dificultam o cumprimento das recomendações sanitárias, como lavar as mãos ou manter distância social. Mas não é esse o caso da maioria das doenças? Na maioria das vezes, elas não têm um impacto maior em grupos sociais com acesso menor a saúde, alimentação, educação e higiene? Elas não são quase sempre ampliadas quando combinadas com outras ou com uma condição médica presente? Quanto à interação biológica, nem sempre é assim, enfatiza a cientista. "Há cada vez mais evidências de que a gripe e o resfriado comum são contra-sindêmicos. Ou seja, a situação não piora. Se uma pessoa está infectada com os dois vírus, uma das doenças não se desenvolve." E quanto ao aspecto social, o elemento-chave no caso de uma sindemia é que ela agrega a interação de doenças.
  • 7. Pandemia ou sindemia? – Texto 03 Eudes Quintino de Oliveira Júnior O vocábulo pandemia, poucas vezes empregado anteriormente, mas que carrega o universo em sua estruturação etimológica, é hoje parte integrante da rotineira comunicação mundial. De origem grega, com o significado de ação envolvendo todo o povo a respeito de um acontecimento relevante e que tenha condições de atingir toda a população de uma nação, foi inicialmente empregado por Platão. Posteriormente, a palavra assumiu outra dimensão e teve seu alcance ampliado pela medicina que a direcionou a uma doença que poderia ultrapassar os limites de um país e atingir outros, enquanto que para o povo de uma mesma nação permaneceu o vocábulo epidemia, que á a difusão interna de doença em determinado período. Pandemia, desta forma, é a disseminação mundial de uma nova doença que se espalha por dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, quando instado a se manifestar a respeito da disseminação do coronavírus, assim se posicionou: "Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários"1. Vários estudos liderados por instituições científicas de referência estão sendo realizados com a finalidade precípua de conhecer detalhadamente o vírus e o certo é que, até agora, a covid-19 apresenta inúmeros buracos negros e muitas indagações ainda continuam sem respostas. Tanto é que a única esperança que move a humanidade é a vacina, levando-se em consideração que medicamentos pesquisados para a redução da carga viral do paciente foram insatisfatórios. Recentemente, em artigo publicado na revista científica The Lancet, o seu redator-chefe Richard Horton pinçou com capricho o vocábulo "sindemia", cunhado na literatura médica por Merrill Singer, formado pela junção de sinergia e pandemia e o incluiu em um texto com o significado de que quando duas ou mais doenças se interagem de tal forma podem causar danos maiores que a soma dessas doenças. Seria o mesmo princípio aplicado ao todo que, quando somado, torna-se maior do que a soma das partes que o compõem. Sindemia, em definição mais abrangente, seria o agravamento da saúde de populações não só em razão do mesmo fato gerador dominante, mas principalmente pelo seu entrelaçamento com fatores sociais e biológicos desfavoráveis, que produzem maior vulnerabilidade e desigualdade socioeconômica. Nesta linha de raciocínio pode-se concluir que sindemia representa o coronavírus como o fato gerador, mas, isoladamente, não carrega ele o condão de provocar tantos danos à saúde humana. Age na combinação de várias outras doenças e comorbidades, que geralmente são desencadeadas pela desigualdade social e, em razão da ausência de políticas públicas efetivas, tornam-se concausas pré-existentes e caminham pela mesma linha preferencial do vírus, como, por exemplo, a pobreza, a falta de habitação, alimentação, emprego, meio ambiente deteriorado e outras.
  • 8. Com a chegada do coronavírus as doenças pré-existentes foram agravadas e paralisados os tratamentos no combate à hipertensão, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, respiratórias, raras, cânceres e transplantes, dentre outras. As estruturas hospitalares e equipes médicas estavam voltadas para o combate à pandemia da covid-19, deixando um caminho aberto para a passagem do vírus. Até mesmo o distanciamento social tornou-se um óbice para que as pessoas pudessem visitar seus médicos e, consequentemente, ficaram expostas às doenças. A sindemia, sob esta ótica, nada mais é do que uma pandemia lato sensu, compreendendo outros fatores que colaboram com a propagação e disseminação do mal que aflige a humanidade. E qualquer análise que seja feita com relação ao recrudescimento do vírus vai indicar que a sua letalidade está diretamente relacionada a outras circunstâncias que giram em torno do fato gerador. Eliminadas tais circunstâncias, o vírus será extirpado definitivamente. Trata-se, na realidade, de uma opinião isolada, mas que tem campo para ganhar corpo e bem reflete a situação atual de combate ao coronavírus. Muitos países, até os considerados de primeiro mundo, por terem se afastado dos protocolos de segurança recomendados, permitiram o avanço do vírus e retornam à situação anterior, até mesmo com o reinício do isolamento com a decretação do lockdown. O autor do referido artigo, em tom crítico, desalojou a atual pandemia e a substituiu pela sindemia, fazendo a seguinte advertência: "Não importa quão eficaz seja um tratamento ou quão protetora seja uma vacina, a busca por uma solução puramente biomédica contra a covid-19, vai falhar. A menos que os governos elaborem políticas e programas para reverter profundas disparidades sociais, nossas sociedades nunca estarão verdadeiramente protegidas da covid-19"2. É uma situação que exige ampla reflexão da sociedade, principalmente no tocante às políticas públicas de atendimento às necessidades primordiais do cidadão.
  • 9. Saúde pública na história: o que nos levou à sindemia global - Texto 04 Pela primeira vez na história registrada, bactérias, vírus e outros agentes infecciosos não causam a maioria das mortes ou incapacidade em nenhuma região do mundo. Mortes por malária, tuberculose e doenças diarreicas caíram mais de 25% cada uma desde 2003. No entanto, nem tudo são boas notícias quanto se trata de saúde da população, e a sindemia global está aí para provar. As melhorias na saúde contemporânea são impulsionadas mais por intervenções médicas direcionadas do que pelo desenvolvimento geral. A saúde humana passou a ser vista em termos da mera ausência de doenças ou do tratamento e do controle das enfermidades. Essa abordagem vai de encontro à definição de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual a saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. Essa interpretação errônea da definição de saúde pode ser a causa fundamental do aumento da epidemia de Doenças Não Transmissíveis (DNTs) em todo o mundo. O relatório do The Lancet revela que esse aumento é um reflexo do sistema econômico global, que prioriza a geração de riquezas sobre a geração de saúde. Em termos econômicos, essa situação representaria um caso de sucesso comercial (corporações ricas), mas falha de mercado (problemas de saúde e prejuízos ao meio ambiente). Não restam dúvidas sobre a realidade das mudanças climáticas, induzidas e sustentadas pela ação humana. Há um consenso científico a respeito da ligação entre as emissões de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas – e os efeitos disso se manifestam na forma de aumento do nível dos mares, padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis e eventos climáticos extremos. As estimativas dos custos econômicos futuros das mudanças climáticas são de 5 a 10% do PIB mundial, chegando a ultrapassar 10% do PIB de países de baixa renda. A maior parte do custo humano da mudança climática também recairá sobre os países de baixa renda, que são os menos capazes de lidar com a situação e, ao mesmo tempo, os que menos contribuíram para o problema. Essa realidade premente tende a afetar o sistema de saúde pública desses países de maneiras jamais vistas e se manifesta na sindemia global. Desafios sociais, ambientais e de saúde complexos já foram enfrentados com sucesso por meio de processos de mudança social, levando a mudanças culturais de valores e a ações de políticas públicas que mudaram os comportamentos da população. O relatório descreve, por exemplo, o Conceito de Manejo de Sete Gerações do povo indígena Iroquois, onde a geração atual vive e trabalha para o benefício de sete gerações no futuro. Estratégias como essa podem ser um primeiro passo para superar a sindemia global e evitar sindemias futuras. Neste contexto, o relatório da Comissão do The Lancet leva o conceito de sindemia um passo adiante, aplicando-o para além das doenças individuais e tirando o foco dos cuidados com a doença para colocá-lo sobre os cuidados com a saúde (a humana e a do planeta). Além disso, ele identifica, com base em evidências, os profundos problemas sistêmicos responsáveis ​​por causar e sustentar a sindemia global. Os resultados revelam por que cada um de nós deveria conhecer e se engajar no combate a essa sindemia e a outras que possam eventualmente surgir, contribuindo para o bem-estar humano e ambiental.
  • 10. “Chegou a hora de filosofar” Faça uma dissertação explanando o porque a Covid 19 pode ser considerada mais uma “Sindemia” do que uma “Pandemia” para muitos estudiosos. OBS: Use os conhecimentos adquiridos nos textos e imagens acima para corroborar sua dissertação. Ainda não acabou... Faça uma apresentação da sua produção textual em forma de vídeo, explicando todo o conteúdo produzido com sua própria opinião. Depois me envie os vídeos via whatzapp.