2. INTRODUÇÃO
Antiguidade oriental: efeito dos medicamentos atribuído às
forças divinas e não as suas propriedades.
Intervenção de forças divinas invocadas por sacerdotes e
feiticeiros.
Rituais mágicos e religiosos: preparo de medicamentos com
poder curativo
3. Primeiras formas: perfume. Acreditava-se que as doenças eram
provocadas por espíritos malignos, afugentados por
encantamento, música e perfumes onde estavam os doentes.
Conhecimento era restrito aos sacerdotes (e seguidores)
Utilização de espécies vegetais com finalidade de tratamento e
cura (doenças e sintomas): início da civilização, quando o
homem despertou para consciência e iniciou um longo percurso
de manuseio, adaptação e modificação dos recursos naturais em
seu benefício.
4. Prática milenar que ultrapassou todas as barreiras e obstáculo
durante todo o processo evolutivo, amplamente utilizada por
toda população mundial como recurso eficaz. Intutitivo também
(animais).
Atualmente, os produtos naturais são responsáveis, direta ou
indiretamente por cerca 40% de todos os fármacos disponíveis.
De todas as plantas existentes no mundo, a maioria é
desconhecida do ponto de vista científico.
5. 250 a 500 mil espécies: 5% estudadas e quantidade menor sob
ponto de vista biológico.
Juntando ao fato de que 75% dos compostos puros naturais
empregados na indústria farmacêutica foram isolados seguindo
recomendações da medicina popular.
Refletem o avanço científico dos últimos anos envolvendo o
estudo de plantas medicinais.
6. Acontecimentos que fortaleceram a fitoterapia:
Na maioria dos povos, ocorreu de forma independente.
3000aC.: primeiros documentos históricos sobre a preparação de
medicamentos. Tabelas médicas de origem súmero-assírio-
babilônicas e papiros médicos egípcios. Estudos de Fu-Hsi na
China por volta de 3000Ac envolvendo plantas medicinais e
acupuntura.
2000aC: publicação de matéria médica chinesa pelo imperador
Shen-Nung, relacionando inúmeras drogas de origem vegetal
utilizadas por ele e seus súditos (ruibarbo, ginseng, estramônio e
efedra)
HISTÓRIA
7. 1700aC: Papiro detalha cerca de 800 fórmulas, indicações para
700 drogas locais e exóticas (papoula, ginseng e mirra) para
tratamento de diversas enfermidades e também os meios de
invocar forças e divindades capazes de promover a cura das
doenças. Atualmente conservado no museu da Universidade de
Leipzig Alemanha. Nessa época a arte de misturar componentes
de origem vegetal em uma única formulação já ocorria. Os
princípios ativos, após mistura e trituração, eram extraídos em
água e posteriormente em vinho. Evoluindo esses processos
originamos os xaropes (açúcar, aromatizante e flavorizante) e
elixires (hidroalcoólico, sabor agradável e adocicado, teor
alcoólico de 20 a 50%).
8. 1500aC: egípcios preparavam seus medicamentos a partir de
vegetais, sais de chumbo, cobre e unguentos de banha de leão,
hipopótamos, crocodilo e cobras.
460 a 377aC: Hipócrates: pai da medicina racional, refere em
muitos dos seus manuscritos formas e operações farmacêuticas.
Publicação da Corpus Hippocraticum, consagrando espécies
vegetais e incorporando conhecimento acerca de substâncias
extraídas de vegetais como quinino, codeína, colchicina e
teofilina. Marcou uma nova era, sistematizando os grupos de
medicamentos: narcóticos, febrífugos e purgantes.
9. 370 – 286aC: Teofrasto, botânico grego, sistematização do
conhecimento de plantas medicinais no Tratado de Odores,
citando propriedades medicinais, preparações e usos.
Evolução e desenvolvimento da farmácia só aconteceria em
Alexandria, após período de instabilidade marcado por guerras,
epidemias e envenenamentos. Grande impulso farmacológico
no tratamento de soldados abatidos em campos de batalha.
10. Século II: farmacopistas incrementaram diversas fórmulas para
atender as necessidades da época.
Bagdá, Arábia Saudita, primeira escola de Farmácia.
131 – 201dC: Galeno, importante médico da Antiguidade,
anatomista e fisiologista, recolheu e relacionou cerca de 473
produtos de origem vegetal, enriquecendo o arsenal terapêutico
da época. Escreveu vários livros sobre a arte de preparar
medicamentos. Junto com ele, Celso (romano) contribuiu para o
surgimento das raízes da homeopatia, exercendo influência por
anos.
11. Farmácia Galênica: termo foi dado às plantas usadas como
solventes (álcool, água, vinagre: Homeopatia) para concentrar e
conservar componentes ativos das plantas. Usadas no preparo
de emplastos, unguentos entre outros.
12. Século X: primeiras boticas ou apotecas, precursoras das
farmácias modernas. Boticário ou apotecário surge nos
conventos da França e Espanha, com o papel de médico e
farmacêutico. Para o exercício das profissões deveriam pertencer
a família honrada e honesta, boa situação econômica, conhecer
o latim, boa redação, certidão de cristianismo e moralidade.
Tinha também que cultivar as plantas utilizadas na preparação
dos medicamentos e trabalhar às vistas do público. A atividade
do farmacêutico há milênios já existia e tinha grande
importância para a saúde.
13. Na Índia, brâmanes desenvolveram medicamentos a partir de
600 tipos de diferentes plantas.
Na Grécia, processos de cura aconteciam no interior dos
templos, onde se penduravam ex-votos dos doentes quando
alcançavam a cura (fórmulas mágicas) que hoje não são mais
rotineiras.
14. Idade Média 980 -1037dC: farmacêutico árabe Avicena,
influenciado pelas obras de galeno, produziu Cânone da
Medicina, incluindo doutrinas de Galeno e Hipócrates.
Idade Moderna 1493-1541dC: Paracelso, médico suíço, pai da
medicina moderna e farmoquímica, relacionou as propriedades
das plantas de acordo com a forma, cor e morfologia
introduzindo a teoria da similitude (“Teoria dos Sinais”, “Doutrina
“Doutrina das Assinaturas” ou ainda “As Assinaturas do Criador”).
Criador”). CURA DA DOENÇA COM ALGO QUE TIVESSE
SEMELHANÇA A ELA.
15. Para ele, o corpo era um grande laboratório de química e a vida
uma cadeia de processos químicos. Doenças eram desequilíbrios
nesses processos e que o tratamento consistia na administração
de doses de substâncias que reequilibrassem esses processos.
Assim nasce a Doutrina dos Sinais. Em sua teoria, ele, que dizia
que Deus formulava a cura de uma doença indicando um
sinal comparativo.
16. Sendo dever do médico procurar compreender a linguagem da
natureza, que indicava de forma simples como produzir
remédios particulares.
17. Flor de verônica, que tinha o formato de um olho, funcionava no
combate de tratamento de doenças oculares;
Uma orquídea se assemelhava a um testículo, o que significava
que era um remédio para doenças venéreas;
As folhas do lilás tinham forma de coração, portanto eram boas
para doenças cardíacas;
A quelônia “de sangue amarelo” era o remédio para a icterícia, e
assim por diante.
A cenoura que cortada se assemelha a pupila do olho, assim
como o mirtilo que tem o formato da íris, e que corrige
problemas de visão noturna, ou ainda os frutos da beladona que
dilatam as pupilas.
18. O tomate, com suas quatro câmaras, que tem assim como a
maça perfeita semelhança com o coração, sendo importante
para o coração e para a corrente sanguínea;
As uvas que crescem em formato de coração [cacho] e cada
grão, assemelhassem a uma célula sanguínea, tornando-se
revitalizante para o coração e o sangue.
Os feijões, com seu exato formato dos rins humanos e já
comprovada ação de manter a função renal, também a quebra-
pedra, comum nascer entre pedras, e que tem suas folhas no
formato dos rins, e que elimina pedras localizadas nos rins e
bexiga.
19. Berinjelas, abacates e peras, que parecem o ventre ou cervix
feminino, comprovam estudos recentes de que se uma mulher
comer um abacate por semana equilibra seus hormônios e não
acumula excesso de gordura durante a gravidez.
O aipo, ruibarbo e acelga, com características semelhantes aos
ossos, além, de serem compostos por 23% de sódio, exatamente
o mesmo percentual encontrado nos ossos.
Os figos, sua composição interna, cheia de sementes,
semelhantes aos espermatozoides.
20. Plantas como a pulmonária ou a pulmão-dos-carvalhos,
assemelham-se com os pulmões, e suas infusões acalmam a
tosse e a asma.
A Batata-doce, muito semelhante ao nosso pâncreas, e
comprovada na regulação do índice glicêmico no caso de
diabéticos.
As clássicas azeitonas, em formato muito semelhante ao dos
ovários.
As laranjas, limões-sicilianos e outros citrinos, assemelham-se as
glândulas mamárias nas mulheres.
21. A cebola, muito semelhante às células do corpo, e alvo de
estudos que dizem elas serem responsáveis pela limpeza das
células, exemplo maior a produção de lágrimas que lavam as
camadas epitéticas dos olhos.
O gengibre, que em muitos casos, parece-se com o nosso
estômago, e é consumido pelos chineses a mais de 2000 anos
para acalmar o estômago e curar náuseas.
A banana, muito semelhante a um bonito sorriso, ela contém
triptofano que convertido na digestão, torna-se um
neurotransmissor chamado serotonina, responsável por regular
o humor.
22. Os cogumelos que fatiados assemelham-se aos ouvidos.
O brócolis, que ao ser observado, suas pequenas pontas verdes
parecem-se com as pequenas células sadias preparadas para
combater células cancerosas.
O kiwi e seu formato de saco escrotal, indicado para problemas
testiculares e de impotência sexual.
E as nozes, que motivaram todos os meus estudos neste sentido,
não por apenas serem o fruto que considero mais saboroso, mas
por terem o formato perfeito do cérebro humano, com seus
hemisférios esquerdo e direito e até suas rugas são semelhantes
ao neocórtex.
23. A partir desse momento de formulação de suas principais
teorias, Theophrastus assume o nome Paracelso, que faz alusão
a Celso, médico romano do Séc. I, significando “maior que
Celso”, na sua ruptura com a medicina clássica. Embora
Paracelso tenha feito um grande trabalho para a Química,
muitos que desconhecem as realizações e objetivos dos
alquimistas, o condenam pelo fato de ao longo de sua vida, ter
procurado a pedra filosofal, e o elixir da vida. Contudo, ele foi
pioneiro em manter uma atitude científica, deixando tesouros e
trunfos de conhecimento.
24. Brasil: primeira referência de plantas medicinais foi feita por Pero
Vaz de Caminha em carta ao rei D. Manuel: descreveu a beleza
da flora brasileira e propriedades de algumas plantas.
Padre Fernão Cardim junto a outros jesuítas divulgou
propriedades de plantas como jaborandi, estramônio e aloe.
25. Século XVIII: quando se inicia o processo de isolar e determinar
estrutura dos constituintes ativos dos produtos de origem
natural dotados de propriedades medicinais.
Século XIX: 1803 Sertuner isola a morfina (da Papaver
sominiferum).
1820: América do Norte: primeiras indústrias de ervas
medicinais.
26. 1860: com conhecimentos do fisiologista Claude Bernard, a
verificação das propriedades de muitos produtos naturais foi
verificada, assim como seus constituintes empregados na
medicina, com a finalidade de se conhecer detalhadamente o
seu mecanismo de ação.
Nesse momento, a correlação entre estrutura química e ação
fisiológica começam a se estabelecer, permitindo o
descobrimento de moléculas naturais com alta atividade
farmacológica.
27. 1929: primeira edição da Pharmacopeia dos Estados Unidos do
Brasil, autoria de Rodolfo Albino Dias, alta contribuição com
seus estudos da flora medicinal brasileira e introdução da
farmacognosia (parte da farmacologia que trata das drogas ou
substâncias medicinais em seu estado natural, antes de serem
manipuladas) no país, incluindo mais de 280 monografias de
plantas.
1931: primeira regulamentação a respeito da utilização de
produtos naturais com o decreto 19606 (regras para
funcionamento de ervanários, com necessidade de licença para
especialidades farmacêuticas, exceto para produtos já inclusos
nas farmacopeias).
28. 1950 a 1970: plantas medicinais substituídas por substâncias
sintéticas, de estrutura química e ação definida. Nesse momento
há um grande declínio da fitoterapia com a diminuição de
prescrições médicas de produtos vegetais.
29. Últimos 50 anos: avanço de métodos analíticos, conhecimentos
sobre plantas aumentou consideravelmente, permitindo melhor
descrição da composição química das plantas utilizadas na
medicina popular.
Como consequência, maior controle da qualidade das espécies
vegetais utilizadas, bem como os métodos de cultivo, preparo,
armazenamento e isolamento dos compostos ativos.
30. Como exemplo deste avanço, um número crescente de
constituintes ativos identificados de espécies vegetais de
renome da medicina popular e descritos seus efeitos biológicos
em publicações científicas.
31. Brasil: reflexo na crescente busca por medicamentos
fitoterápicos, acompanhado pelo crescente número de centros
de pesquisa, indústrias privadas e estabelecimentos comerciais
voltados para produtos fitoterápicos.
32. 2000: Anvisa publicou resolução a respeito dos produtos
fitoterápicos e sua regulamentação.
Atualmente, esse estudo está bem difundido, especialmente nas
escolas de Farmácia do país, com crescente interesse em
pesquisa e atuação dos profissionais de saúde na utilização e
orientação à população de espécies vegetais utilizadas na
terapêutica.
33. Com o avanço da indústria farmacêutica e, visando os direitos
dos consumidores, desenvolveram-se sistemas de fiscalização da
qualidade dos medicamentos, com os objetivos:
Avaliar os medicamentos
Registrar e autorizar todo produto farmacêutico
Inspecionar a produção de medicamentos
Realizar testes químicos, microbiológicos, farmacológicos e
biodisponibilidade
Fiscalizar bulas, embalagens e publicidade de medicamentos
Vigilância no que se refere à comercialização de medicamentos
Elaborar RENAME
Avaliar custo e utilização de medicamentos
34. Tratamento de patologias por meio de plantas medicinais.
Forma mais antiga de medicina que existe.
Propriedade de curar males de maneira não agressiva, estimula
defesas naturais do organismo.
FITOTERAPIA
35. Phyto = vegetal Therapeia = tratamento
Em resumo, cura por meio das plantas.
36. Para alcançar sua ação medicinal, uma planta deve ser tratada
de forma que obtenha produtos derivados com ação específica.
OMS aponta uso de plantas por 80% da população mundial.
Seja para alívio de dor ou tratamentos a longo prazo.
No país programas de apoio à fitoterapia estão em crescimento.
Formação de equipes multidisciplinares responsáveis pelo
atendimento fitoterápico, com profissionais capacitados para o
cultivo de plantas medicinais, produção de fitoterápicos,
diagnóstico e recomendação do uso desses produtos.