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JORDÃO COOLING SYSTEMS
Margarida Jordão
Técnica de Higiene e Segurança no Trabalho
Licenciatura Engenharia Biológica
Guimarães 2014
Ergonomia
O que é??
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento
mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho.
O termo ergonomia vem do grego “estudo do trabalho” (ergos
(trabalho) e nomos (estudo). O objetivo é utilizar a ciência e a
técnica para melhorar as condições de trabalho do homem.
A ergonomia pretende adaptar, da melhor forma possível o trabalho ao
Homem fornecendo todas as indicações possíveis para melhor
preparar o posto de trabalho
Os trabalhadores que pelas suas funções movimentam manualmente
cargas estão sujeitos a diversos riscos, particularmente músculo-
esqueléticos. As lesões podem ocorrer num único acto ou resultar de
um esforço continuado mas refletem-se e agravam-se também ao
longo dos anos, pelo que importa conhecer as suas causas, os seus
efeitos e a forma de eliminar ou prevenir os riscos.
Se uma das principais causas das LMERT, é a movimentação manual
de cargas, estas não afectam as costas. As LMERT podem afectar
várias partes do corpo, como os ombros, o pescoço, os cotovelos, as
mãos, os punhos, os joelhos e a coluna vertebral. Para além do
desconforto e da dor que provocam, as LMERT são responsáveis por
cerca de metade das reformas antecipadas na UE1 e por 15% dos
casos de incapacidade para o trabalho relacionadas com problemas na
região lombar.
Prevenir as LMERT
Aplicação de um conjunto de procedimentos que eliminem ou reduzam os
riscos dessas lesões.
Participação de todos os trabalhadores e trabalhadoras (incluindo chefias e
administração) -AINDA NÂO HÀ ENVOLVIMENTO SUFICIENTE
Esse envolvimento implica o exercício pleno de um conjunto de direitos dos
trabalhadores – direito à informação, à consulta e à proposta, à formação, à
recusa de trabalho e à representação (conforme Decreto–Lei n.º 330/93, de
25 de Setembro, que estabelece as prescrições mínimas de segurança e
saúde respeitantes à movimentação manual de cargas.)
Movimentação manual de cargas
A movimentação manual de cargas é uma das causas de muitos
acidentes graves em atividades, como sejam a agricultura e, alguns
trabalhos de armazenagem e transporte.
O facto de um grande número de acidentes e faltas ao trabalho
(absentismo) serem devidos a problemas da coluna vertebral, é por
esta parte do corpo ser a mais afetada por traumatismos consecutivos,
originados na deficiente utilização do dorso. Qualquer que seja a tarefa
a executar, o trabalhador utiliza o seu corpo de diversas maneiras,
sendo necessário utilizá-lo racionalmente, de acordo com os princípios
biomecânicos de segurança.
Afinal o que é a Movimentação Manual de Cargas?
Movimentação manual de carga é qualquer operação de transporte e
sustentação – levantar, agarrar, abaixar, empurrar, puxar, transportar ou
deslocar uma carga – realizada por um ou mais trabalhadores – que,
devido às suas características ou condições desfavoráveis, comporta riscos
para os mesmos, designadamente do foro músculo-esquelético.
Ainda que alguns problemas músculo-esqueléticos possam decorrer de um
único ato de movimentação manual de carga, muitos desenvolvem-se de
forma cumulativa, com o passar do tempo e são causados ou agravados
pelo trabalho ou pelas condições em que este se realiza.
A movimentação manual de cargas está associada a todos os sectores
de actividade (desde as PME às grandes empresas) no entanto, há
alguns onde assume um papel de destaque, como por exemplo:
armazenamento, metalomecânica, indústria têxtil, construção civil, etc.
Decreto–Lei n.º 330/93, de 25 de Setembro
► Define a movimentação manual de carga e realça os riscos na região
dorso-lombar;
► Estabelece as medidas gerais de prevenção, nomeadamente a utilização
de equipamentos mecânicos;
► Define critérios a ter em conta na avaliação de riscos, como as
características da carga e o esforço físico exigido;
► Reforça os direitos de consulta aos/às trabalhadores/as, de informação e
formação.
A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do
trabalhador como próprio “instrumento” de trabalho.
A MMC é uma actividade capaz de envolver vários riscos não só
relacionados ao trabalho físico do trabalhador ao movimentar as cargas,
mas também relacionados com a própria composição dessas mesmas
cargas – muitas vezes constituídas por diferentes materiais, nem sempre
completamente inofensivos.
No levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir as
seguintes regras:
- Posicionar-se o mais perto possível da carga, em posição estável.
- Afastar os pés com o objectivo de equilibrar a distribuição do peso;
- Agarrar a carga firmemente, sempre que possível com a mão
completa;
- Flectir os joelhos mantendo as costas direitas, de forma a evitar um
esforço incorrecto da coluna;
- Elevar a carga sem puxões bruscos, mediante a extensão das pernas;
- Manter os braços e a carga o mais próximo possível do corpo.
Os princípios de prevenção a observar quanto ao
transporte de cargas são os seguintes:
- Transportar as cargas mantendo as costas direitas;
- Transportar as cargas simetricamente;
- Suportar a carga com o esqueleto corporal;
- Manter a carga próxima do corpo;
- Colocar os dedos afastados de locais onde possam
ficar entalados durante a descida da carga;
- Baixar a carga suavemente.
Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga
estática a diversos músculos da coluna vertebral
Desta forma, os vasos sanguíneos são comprimidos em consequência da
contracção dos músculos, o fluxo sanguíneo fica reduzido, com a
correspondente falta de oxigénio para a combustão do açúcar muscular.
Ocorre que, na contracção muscular, repetida ou duradoura, a evacuação
de produtos ácidos do metabolismo, faz-se com alguma dificuldade devido
à compressão quase permanente dos vasos. Esta dificuldade traduz-se
posteriormente no aparecimento da sensação de fadiga que pode
desencadear uma redução nos reflexos dos trabalhadores, e assim originar
acidentes ou incidentes.
Consequências para a segurança e saúde, resultantes do
desrespeito pelos princípios ergonómicos na movimentação manual
de cargas
Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão
directamente relacionadas com o levantamento, transporte e deslocação
de materiais.
Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências
normais dos levantamentos que estão para além da capacidade física
dos trabalhadores ou ainda da aplicação de métodos de trabalho
impróprios.
Consequências da ocorrência das LMERT
Aumento do número de acidentes e incidentes;
Aumento do absentismo;
Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos;
Aparecimento de patologias, nomeadamente: Hérnias discais – uma hérnia
discal consiste numa ruptura parcial do disco intervertebral (a substância
mole do seu interior escapa-se através de uma área débil da camada
exterior, que é dura), para fora do espaço entre as vértebras, podendo
assim exercer um efeito de compressão sobre as raízes nervosas
adjacentes, provocando dor.
Hérnia discal
Geralmente, as hérnias discais surgem
na zona inferior das costas (coluna
lombar) e costumam afectar somente
uma perna. Também podem provocar
debilidade nas pernas dificultando o
levantamento da parte anterior do pé
(pé pendente).
Uma hérnia discal de grande dimensão localizada no centro da coluna pode
afectar os nervos que controlam a função intestinal e urinária, alterando a
capacidade de defecar ou de urinar
Lombalgia/dores nos rins - situação dolorosa da região lombar (região
mais baixa da coluna) ocorrida após um esforço brusco. Há dos tipos de
lombalgia: aguda e crônica. A forma aguda é o "mau jeito". A dor é forte e
aparece subitamente depois de um esforço físico. Ocorre na população
mais jovem. A forma crónica geralmente acontece entre os mais velhos; a
dor não é tão intensa, porém, é quase permanente. Muitas vezes
desencadeando uma atitude anti-dor (geralmente uma inclinação para a
frente).
Ciática –caracteriza-se por ser muito intensa.
Situa-se ao longo do nervo ciático e suas
ramificações. Encontra-se por trás da coxa,
depois atrás da rótula ou sobre o seu lado
externo. A sua origem está na agressão do
nervo ciático, geralmente por uma hérnia do
disco intervertebral, (entre a 4ª e a 5ª vértebras
lombares ou entre a 5ª lombar e a 1ª vértebra
sagrada).
Além destas situações, há a considerar outros riscos na
Movimentação Manual de Cargas, como sejam:
- quedas de objectos sobre os pés:
- ferimentos causados por objectos penetrantes;
- choque com objectos;
- entalamentos.
Regras de boas práticas
Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis
pela movimentação manual de cargas, é necessário tomar algumas
medidas, no intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos
trabalhadores.
Assim sendo, é necessário avaliar os seguintes pontos:
a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar /
transportar:
Constituição da carga (material, forma, volume, etc.);
Localização da carga no contexto do espaço de trabalho;
Intensidade (peso da carga).
Características da Carga
 Carga demasiado pesada
 Superior a 30 kg em operações ocasionais
 Superior a 20 kg em operações frequentes
 Carga volumosa ou difícil de agarrar
 Carga em equilíbrio instável ou com conteúdo sujeito a deslocações
Carga colocada de tal modo que deve ser mantida ou manipulada à
distância do tronco, ou com flexão ou torção do tronco
Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e à sua consistência, de
provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque.
b) Esforço físico exigido na tarefa:
Intensidade das forças que é necessário exercer para vencer a
resistência que a carga oferece;
Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga;
Frequência do número de elevações e outros movimentos efectuados.
c) Condições físicas dos trabalhadores:
Sexo;
Idade;
Capacidade e condição física no momento;
d) Exigências específicas de cada actividade em particular:
Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efectuada a
movimentação das cargas;
Duração e frequência dos ciclos de trabalho;
Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer.
Exemplos de procedimentos desadequados
Como já foi referido, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma
série de riscos e patologias para os trabalhadores, caso as condições de
trabalho não sejam as mais indicadas. Para que se possa compreender
melhor, as situações de perigo e risco associadas à movimentação manual
de cargas, apresentam-se a seguir, alguns exemplos de más práticas:
• Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;
• Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou
manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do
tronco;
• Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua
consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em
caso de choque ou balanceamento;
• Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa;
• Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do
trabalhador) ou difícil de agarrar;
• Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar
juntamente com a carga;
Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adoptando posturas
incorrectas;
Pavimento degradado com desníveis;
Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar
cargas entre diferentes pisos);
Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não
fixadas ao chão;
Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade,
velocidade do ar);
Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos;
•Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos
demasiadamente prolongados;
•Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se
realizam tarefas que implicam esforços mais pesados;
•Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas
demasiado grandes;
•Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores
efectuarem pequenas pausas.
Caso alguma destas regras seja identificada, convém que seja
imediatamente corrigida. Ao longo do tempo pode provocar sérias
lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de
acidentes ou incidentes.
A correcção das não conformidades deve pautar-se pela correcta
aplicação dos vários princípios ergonómicos a fim de optimizar a
compatibilidade entre o homem, as máquinas e o ambiente físico de
trabalho. Através do equilíbrio entre as exigências das tarefas, das
máquinas e as características anatómicas, fisiológicas, cognitivas e
percepto-motoras do homem.
“É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre
proceder à adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao
Trabalho.”
O conhecimento dos factores de risco é importante, visando a prevenção
das lombalgias.
De seguida serão referidos alguns factores relacionados com os
trabalhadores que é necessário considerar, porque podem limitar ou
impedir a realização de trabalho – movimentação manual de cargas:
Altura superior a 1,80 m no homem, e 1,70 m na mulher;
Obesidade;
Gravidez;
Alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as
hipercifoses dorsais e as hiperlordoses lombares. A hipercifose e a
hiperlordose são exageros das curvas normais da coluna vertebral. As
escolioses são desvios laterais da coluna, e nem sempre são
patológicas.
Malformações da coluna vertebral;
Traumatismos diverso;
Trabalhos com máquinas ou utilização de ferramentas susceptíveis de
provocar elevados níveis de vibrações;
Desportos violentos ou actividades radicais
Recomendações a adoptar na Movimentação Manual de Cargas
Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume
ou peso – de acordo o NIOSH (não superior a 23 Kg);
Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de
objecto a manusear;
Procurar adaptar pegas ergonómicas na carga manuseada para facilitar
o levantamento e transporte;
Planeie o que pretende fazer e, se necessário, vá buscar ajuda.
Afaste os pés, de modo a equilibrar a distribuição do peso.
Flita os joelhos e agarre firmemente a carga com as duas mãos.
Levante a cabeça e mantenha as costas direitas enquanto levanta a
carga.
Para colocar a carga no chão, dobre os joelhos e mantenha
sempre as costas direitas.
Levante a carga até à cintura devagar, enquanto
endireita as pernas, ao mesmo tempo que mantém os
cotovelos junto ao tronco.
Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da
carga – evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na
posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como
alavanca
Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados
relativamente ao solo (antes de proceder à elevação);
Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte;
Aquando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o
trabalhador deve evitar rir, tossir, falar ou efectuar outros movimentos
bruscos;
Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser
sempre evitados;
As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros
inferiores, sendo a coluna apenas elemento estático de transmissão e
nunca de articulação;
Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível);
Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade,
constituição física e sexo do trabalhador;
Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que
participam mais activa na movimentação de cargas;
A movimentação de cargas deve ser efectuada, em zonas, em que o
pavimento se encontre devidamente nivelado e desobstruído de
obstáculos, entulho, cabos e fios condutores de electricidade.
Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação
e transporte para movimentar as cargas;
As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e
simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços;
Se possível, proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex.
deslocação de barris ou bidões;
Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma
descontraída;
Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou
monótonos, deve-se procurar efectuar pequenas pausas
acompanhadas de alguns exercícios, de forma a desentorpecer os
músculos e articulações e melhorar a circulação.
Não esquecer que apesar de todas as recomendações, será
necessário ter sempre em consideração que o desempenho de todos
trabalhadores, vai depender directamente da sua aptidão física e
psíquica paralelamente à qualidade da formação que lhes é
ministrada.
Referência Internacional NIOSH (National Institute for Occupational Safety
and Health) para a movimentação de cargas:
Equação de NIOSH relativa à carga máxima admissível para os
trabalhadores:
Carga Máxima = 23 x CM x CH x CV x CF x CD x CA (Kg)
Variáveis referenciadas na equação:
CM (coeficiente de manuseamento da carga);
Coeficiente a utilizar para o Manuseio da Carga – CM
CA (graus) - rotação exercida pelo tronco.
CV (cm) – distância vertical entre a carga e o corpo;
CH (cm) – distância horizontal entre a carga e o corpo;
CF – frequência do levantamento das cargas (quanto maior,
menor será esta variável – compreendida entre ]0,1]);
CD (cm) – deslocamento da carga sobre a vertical;
Legislação
Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio de 1990, relativa às
prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à
movimentação manual de cargas que comportem riscos,
nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores.
Decreto–Lei n.º 330/93, de 25 de Setembro, que estabelece as
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  • 3. Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho. O termo ergonomia vem do grego “estudo do trabalho” (ergos (trabalho) e nomos (estudo). O objetivo é utilizar a ciência e a técnica para melhorar as condições de trabalho do homem.
  • 4. A ergonomia pretende adaptar, da melhor forma possível o trabalho ao Homem fornecendo todas as indicações possíveis para melhor preparar o posto de trabalho
  • 5. Os trabalhadores que pelas suas funções movimentam manualmente cargas estão sujeitos a diversos riscos, particularmente músculo- esqueléticos. As lesões podem ocorrer num único acto ou resultar de um esforço continuado mas refletem-se e agravam-se também ao longo dos anos, pelo que importa conhecer as suas causas, os seus efeitos e a forma de eliminar ou prevenir os riscos.
  • 6.
  • 7. Se uma das principais causas das LMERT, é a movimentação manual de cargas, estas não afectam as costas. As LMERT podem afectar várias partes do corpo, como os ombros, o pescoço, os cotovelos, as mãos, os punhos, os joelhos e a coluna vertebral. Para além do desconforto e da dor que provocam, as LMERT são responsáveis por cerca de metade das reformas antecipadas na UE1 e por 15% dos casos de incapacidade para o trabalho relacionadas com problemas na região lombar.
  • 8. Prevenir as LMERT Aplicação de um conjunto de procedimentos que eliminem ou reduzam os riscos dessas lesões. Participação de todos os trabalhadores e trabalhadoras (incluindo chefias e administração) -AINDA NÂO HÀ ENVOLVIMENTO SUFICIENTE Esse envolvimento implica o exercício pleno de um conjunto de direitos dos trabalhadores – direito à informação, à consulta e à proposta, à formação, à recusa de trabalho e à representação (conforme Decreto–Lei n.º 330/93, de 25 de Setembro, que estabelece as prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à movimentação manual de cargas.)
  • 10. A movimentação manual de cargas é uma das causas de muitos acidentes graves em atividades, como sejam a agricultura e, alguns trabalhos de armazenagem e transporte. O facto de um grande número de acidentes e faltas ao trabalho (absentismo) serem devidos a problemas da coluna vertebral, é por esta parte do corpo ser a mais afetada por traumatismos consecutivos, originados na deficiente utilização do dorso. Qualquer que seja a tarefa a executar, o trabalhador utiliza o seu corpo de diversas maneiras, sendo necessário utilizá-lo racionalmente, de acordo com os princípios biomecânicos de segurança.
  • 11. Afinal o que é a Movimentação Manual de Cargas? Movimentação manual de carga é qualquer operação de transporte e sustentação – levantar, agarrar, abaixar, empurrar, puxar, transportar ou deslocar uma carga – realizada por um ou mais trabalhadores – que, devido às suas características ou condições desfavoráveis, comporta riscos para os mesmos, designadamente do foro músculo-esquelético. Ainda que alguns problemas músculo-esqueléticos possam decorrer de um único ato de movimentação manual de carga, muitos desenvolvem-se de forma cumulativa, com o passar do tempo e são causados ou agravados pelo trabalho ou pelas condições em que este se realiza.
  • 12. A movimentação manual de cargas está associada a todos os sectores de actividade (desde as PME às grandes empresas) no entanto, há alguns onde assume um papel de destaque, como por exemplo: armazenamento, metalomecânica, indústria têxtil, construção civil, etc.
  • 13. Decreto–Lei n.º 330/93, de 25 de Setembro ► Define a movimentação manual de carga e realça os riscos na região dorso-lombar; ► Estabelece as medidas gerais de prevenção, nomeadamente a utilização de equipamentos mecânicos; ► Define critérios a ter em conta na avaliação de riscos, como as características da carga e o esforço físico exigido; ► Reforça os direitos de consulta aos/às trabalhadores/as, de informação e formação.
  • 14. A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como próprio “instrumento” de trabalho. A MMC é uma actividade capaz de envolver vários riscos não só relacionados ao trabalho físico do trabalhador ao movimentar as cargas, mas também relacionados com a própria composição dessas mesmas cargas – muitas vezes constituídas por diferentes materiais, nem sempre completamente inofensivos.
  • 15. No levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir as seguintes regras: - Posicionar-se o mais perto possível da carga, em posição estável. - Afastar os pés com o objectivo de equilibrar a distribuição do peso; - Agarrar a carga firmemente, sempre que possível com a mão completa; - Flectir os joelhos mantendo as costas direitas, de forma a evitar um esforço incorrecto da coluna; - Elevar a carga sem puxões bruscos, mediante a extensão das pernas; - Manter os braços e a carga o mais próximo possível do corpo.
  • 16. Os princípios de prevenção a observar quanto ao transporte de cargas são os seguintes: - Transportar as cargas mantendo as costas direitas; - Transportar as cargas simetricamente; - Suportar a carga com o esqueleto corporal; - Manter a carga próxima do corpo; - Colocar os dedos afastados de locais onde possam ficar entalados durante a descida da carga; - Baixar a carga suavemente.
  • 17. Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga estática a diversos músculos da coluna vertebral Desta forma, os vasos sanguíneos são comprimidos em consequência da contracção dos músculos, o fluxo sanguíneo fica reduzido, com a correspondente falta de oxigénio para a combustão do açúcar muscular. Ocorre que, na contracção muscular, repetida ou duradoura, a evacuação de produtos ácidos do metabolismo, faz-se com alguma dificuldade devido à compressão quase permanente dos vasos. Esta dificuldade traduz-se posteriormente no aparecimento da sensação de fadiga que pode desencadear uma redução nos reflexos dos trabalhadores, e assim originar acidentes ou incidentes.
  • 18. Consequências para a segurança e saúde, resultantes do desrespeito pelos princípios ergonómicos na movimentação manual de cargas Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão directamente relacionadas com o levantamento, transporte e deslocação de materiais. Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências normais dos levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da aplicação de métodos de trabalho impróprios.
  • 19. Consequências da ocorrência das LMERT Aumento do número de acidentes e incidentes; Aumento do absentismo; Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos; Aparecimento de patologias, nomeadamente: Hérnias discais – uma hérnia discal consiste numa ruptura parcial do disco intervertebral (a substância mole do seu interior escapa-se através de uma área débil da camada exterior, que é dura), para fora do espaço entre as vértebras, podendo assim exercer um efeito de compressão sobre as raízes nervosas adjacentes, provocando dor.
  • 20. Hérnia discal Geralmente, as hérnias discais surgem na zona inferior das costas (coluna lombar) e costumam afectar somente uma perna. Também podem provocar debilidade nas pernas dificultando o levantamento da parte anterior do pé (pé pendente). Uma hérnia discal de grande dimensão localizada no centro da coluna pode afectar os nervos que controlam a função intestinal e urinária, alterando a capacidade de defecar ou de urinar
  • 21. Lombalgia/dores nos rins - situação dolorosa da região lombar (região mais baixa da coluna) ocorrida após um esforço brusco. Há dos tipos de lombalgia: aguda e crônica. A forma aguda é o "mau jeito". A dor é forte e aparece subitamente depois de um esforço físico. Ocorre na população mais jovem. A forma crónica geralmente acontece entre os mais velhos; a dor não é tão intensa, porém, é quase permanente. Muitas vezes desencadeando uma atitude anti-dor (geralmente uma inclinação para a frente).
  • 22. Ciática –caracteriza-se por ser muito intensa. Situa-se ao longo do nervo ciático e suas ramificações. Encontra-se por trás da coxa, depois atrás da rótula ou sobre o seu lado externo. A sua origem está na agressão do nervo ciático, geralmente por uma hérnia do disco intervertebral, (entre a 4ª e a 5ª vértebras lombares ou entre a 5ª lombar e a 1ª vértebra sagrada).
  • 23. Além destas situações, há a considerar outros riscos na Movimentação Manual de Cargas, como sejam: - quedas de objectos sobre os pés: - ferimentos causados por objectos penetrantes; - choque com objectos; - entalamentos.
  • 24. Regras de boas práticas Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis pela movimentação manual de cargas, é necessário tomar algumas medidas, no intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores. Assim sendo, é necessário avaliar os seguintes pontos: a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar: Constituição da carga (material, forma, volume, etc.); Localização da carga no contexto do espaço de trabalho; Intensidade (peso da carga).
  • 25. Características da Carga  Carga demasiado pesada  Superior a 30 kg em operações ocasionais  Superior a 20 kg em operações frequentes  Carga volumosa ou difícil de agarrar  Carga em equilíbrio instável ou com conteúdo sujeito a deslocações Carga colocada de tal modo que deve ser mantida ou manipulada à distância do tronco, ou com flexão ou torção do tronco Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e à sua consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque.
  • 26. b) Esforço físico exigido na tarefa: Intensidade das forças que é necessário exercer para vencer a resistência que a carga oferece; Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga; Frequência do número de elevações e outros movimentos efectuados.
  • 27. c) Condições físicas dos trabalhadores: Sexo; Idade; Capacidade e condição física no momento;
  • 28. d) Exigências específicas de cada actividade em particular: Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efectuada a movimentação das cargas; Duração e frequência dos ciclos de trabalho; Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer.
  • 29.
  • 30.
  • 31. Exemplos de procedimentos desadequados Como já foi referido, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma série de riscos e patologias para os trabalhadores, caso as condições de trabalho não sejam as mais indicadas. Para que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco associadas à movimentação manual de cargas, apresentam-se a seguir, alguns exemplos de más práticas:
  • 32. • Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações; • Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco; • Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou balanceamento;
  • 33. • Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa; • Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do trabalhador) ou difícil de agarrar; • Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar juntamente com a carga;
  • 34. Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adoptando posturas incorrectas; Pavimento degradado com desníveis; Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre diferentes pisos); Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao chão; Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade, velocidade do ar); Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos;
  • 35. •Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos demasiadamente prolongados; •Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se realizam tarefas que implicam esforços mais pesados; •Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas demasiado grandes; •Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efectuarem pequenas pausas.
  • 36. Caso alguma destas regras seja identificada, convém que seja imediatamente corrigida. Ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes. A correcção das não conformidades deve pautar-se pela correcta aplicação dos vários princípios ergonómicos a fim de optimizar a compatibilidade entre o homem, as máquinas e o ambiente físico de trabalho. Através do equilíbrio entre as exigências das tarefas, das máquinas e as características anatómicas, fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras do homem.
  • 37. “É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho.” O conhecimento dos factores de risco é importante, visando a prevenção das lombalgias. De seguida serão referidos alguns factores relacionados com os trabalhadores que é necessário considerar, porque podem limitar ou impedir a realização de trabalho – movimentação manual de cargas:
  • 38. Altura superior a 1,80 m no homem, e 1,70 m na mulher; Obesidade; Gravidez; Alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as hipercifoses dorsais e as hiperlordoses lombares. A hipercifose e a hiperlordose são exageros das curvas normais da coluna vertebral. As escolioses são desvios laterais da coluna, e nem sempre são patológicas.
  • 39. Malformações da coluna vertebral; Traumatismos diverso; Trabalhos com máquinas ou utilização de ferramentas susceptíveis de provocar elevados níveis de vibrações; Desportos violentos ou actividades radicais
  • 40. Recomendações a adoptar na Movimentação Manual de Cargas Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso – de acordo o NIOSH (não superior a 23 Kg); Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de objecto a manusear; Procurar adaptar pegas ergonómicas na carga manuseada para facilitar o levantamento e transporte; Planeie o que pretende fazer e, se necessário, vá buscar ajuda.
  • 41. Afaste os pés, de modo a equilibrar a distribuição do peso. Flita os joelhos e agarre firmemente a carga com as duas mãos. Levante a cabeça e mantenha as costas direitas enquanto levanta a carga.
  • 42. Para colocar a carga no chão, dobre os joelhos e mantenha sempre as costas direitas. Levante a carga até à cintura devagar, enquanto endireita as pernas, ao mesmo tempo que mantém os cotovelos junto ao tronco.
  • 43. Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga – evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca
  • 44. Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados relativamente ao solo (antes de proceder à elevação); Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte; Aquando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o trabalhador deve evitar rir, tossir, falar ou efectuar outros movimentos bruscos;
  • 45. Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre evitados; As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros inferiores, sendo a coluna apenas elemento estático de transmissão e nunca de articulação;
  • 46. Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível); Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição física e sexo do trabalhador; Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que participam mais activa na movimentação de cargas;
  • 47. A movimentação de cargas deve ser efectuada, em zonas, em que o pavimento se encontre devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos, entulho, cabos e fios condutores de electricidade. Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação e transporte para movimentar as cargas;
  • 48. As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços; Se possível, proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex. deslocação de barris ou bidões; Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída;
  • 49. Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou monótonos, deve-se procurar efectuar pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e melhorar a circulação. Não esquecer que apesar de todas as recomendações, será necessário ter sempre em consideração que o desempenho de todos trabalhadores, vai depender directamente da sua aptidão física e psíquica paralelamente à qualidade da formação que lhes é ministrada.
  • 50. Referência Internacional NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) para a movimentação de cargas: Equação de NIOSH relativa à carga máxima admissível para os trabalhadores: Carga Máxima = 23 x CM x CH x CV x CF x CD x CA (Kg)
  • 51. Variáveis referenciadas na equação: CM (coeficiente de manuseamento da carga); Coeficiente a utilizar para o Manuseio da Carga – CM
  • 52. CA (graus) - rotação exercida pelo tronco. CV (cm) – distância vertical entre a carga e o corpo; CH (cm) – distância horizontal entre a carga e o corpo; CF – frequência do levantamento das cargas (quanto maior, menor será esta variável – compreendida entre ]0,1]); CD (cm) – deslocamento da carga sobre a vertical;
  • 53. Legislação Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores. Decreto–Lei n.º 330/93, de 25 de Setembro, que estabelece as prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à movimentação manual de cargas.)