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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ
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TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS
Livro Eletrônico
BRUNO PILASTRE
Doutor em Linguística (teoria e análise grama-
tical) pela Universidade de Brasília. Atua na
área de Concursos Públicos desde 2009, prin-
cipalmente na elaboração de materiais didáti-
cos. É autor das obras “Guia Prático de Língua
Portuguesa” e “Guia de Redação Discursiva
para Concursos”, ambas editadas pela editora
Gran Cursos.
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SUMÁRIO
Tipologia e Gêneros Textuais.........................................................................4
Tipo Narrativo.............................................................................................4
Discurso Direto e Discurso Indireto................................................................6
Tipo Descritivo............................................................................................7
Tipos Dissertativo Expositivo e Dissertativo Argumentativo................................8
Os Fatos...................................................................................................11
Os Exemplos.............................................................................................11
As Ilustrações...........................................................................................11
Os Dados Estatísticos.................................................................................12
O Testemunho...........................................................................................12
Tipo Instrucional ou Injuntivo......................................................................13
Tipo Dialogal.............................................................................................15
Definição dos Principais Gêneros Textuais.....................................................19
Resumo....................................................................................................25
Glossário..................................................................................................26
Questões de Concurso................................................................................27
Gabarito...................................................................................................69
Questões Comentadas................................................................................70
Bibliografia...............................................................................................93
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TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS
Características das Principais Tipologias Textuais
Olá! Como foi a resolução dos exercícios da primeira aula? Espero que tenha
sido proveitosa.
Nesta segunda aula, definirei as principais tipologias textuais e os principais
gêneros textuais. Darei destaque ao modo como a banca examinadora cobra esses
dois assuntos, certo? Vamos ao conteúdo!
Por tipologia textual (ou tipo textual), entende-se uma espécie de construção
teórica definida pela natureza linguística de sua composição (ou seja, os aspectos
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). Isso quer dizer o se-
guinte: a depender de como o texto se organiza informacional e linguisticamente,
pode ser do tipo X ou do tipo Y. Na classificação de Pereira & Neves (2012), há seis
tipos textuais:
• narrativo;
• descritivo;
• expositivo;
• argumentativo;
• instrucional ou injuntivo;
• dialogal.
Vamos discutir cada um desses tipos, começando pela narração.
Tipo Narrativo
Na narração, há seres que participam de eventos em determinado tempo e espa-
ço. Os participantes desses eventos são os personagens, os quais podem ser reais
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ou fictícios. O evento (uma espécie de ação) é denotado por verbos nocionais, como
cantar, correr, beijar, nadar, ouvir etc. O tempo da narrativa é tipicamente o passado,
mas pode ser o presente (a narração de um jogo de futebol) ou o futuro (obras pro-
féticas, por exemplo). Em uma narrativa, o espaço pode ser físico (uma cidade, uma
casa, uma escola) ou psicológico (mente do personagem ou do narrador).
Quem conta a história é o narrador, que pode ser de primeira ou terceira pes-
soa: o narrador em primeira pessoa participa das ações; o narrador em terceira
pessoa não está diretamente envolvido nas ações, podendo ser observador (apenas
relata os acontecimentos vistos a olhos nus) ou observador onisciente (aquele que
tudo sabe, que tudo vê, inclusive os estados mentais das personagens).
Linguisticamente, o tempo da narrativa é marcado pelas formas verbais (flexão
de passado, presente, futuro) e por formas adverbiais (ontem, hoje etc.). O nar-
rador é marcado pela flexão de número e pessoa do verbo (primeira ou terceira).
Para você compreender melhor, vamos observar o trecho a seguir, o qual foi
retirado da obra Mil e uma noites:
Disse Sahrazad: conta-se, ó rei venturoso, de parecer bem orientado, que certo
mercador vivia em próspera condição, com abundantes cabedais, dadivosos, proprie-
tário de escravos e servos, de várias mulheres e filhos; em muitas terras ele investira,
fazendo empréstimos ou contrariando dívidas. Em dada manhã, ele viajou para um des-
ses países: montou um de seus animais, no qual pendurara um alforje com bolinhos e
tâmaras que lhe serviriam como farnel, e partiu em viagem por dias e noites, e Deus já
escrevera que ele chegaria bem e incólume à terra para onde rumava; [...]. (Mil e uma
noites – volume I – ramo sírio)
Nesse texto, observamos um narrador em terceira pessoa, o qual introduz a fala
da personagem Sahrazad. Essa personagem, por sua vez, é também uma narra-
dora em terceira pessoa (ela fala sobre o mercador). O texto envolve personagens
(Sahrazad, rei, mercador etc.) que realizam ações em determinado tempo (passa-
do) e espaço (um reino).
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Eu sei que você já leu outros livros. Tente puxar de memória uma narração
que te marcou. Quais eram os personagens? Que ações desempenharam? Onde e
quando aconteceram as ações? Ao responder a essas perguntas, você estará orga-
nizando os elementos de uma narrativa.
Os textos narrativos podem ser ficcionais ou não. Uma notícia, por exemplo, pode
narrar um acontecimento, nesse caso, trata-se de um fato não ficcional.
Discurso Direto e Discurso Indireto
O narrador possui dois papéis na narrativa:
• (i) apresentar as personagens (via descrição); e
• (ii) trazer ao leitor as falas das personagens.
Vamos analisar com mais cuidado a função (ii). O narrador pode trazer ao leitor
as falas das personagens de duas maneiras:
• ii.i) Diretamente, exatamente como a personagem falou:
O Amanuense Belmiro disse ao colega:
– Estou farto de tanta burocracia.
• ii.ii) Indiretamente, “traduzindo” com suas próprias palavras o que o per-
sonagem falou:
• O Amanuense Belmiro disse ao colega que estava farto de tanta burocracia.
Conseguiu perceber a diferença? No primeiro caso, há o chamado dis-
curso direto. No segundo caso, há o discurso indireto. É simples diferen-
ciar essa classificação:
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• ii.i) Discurso direto: a fala da personagem é apresentada diretamente;
• ii.ii) Discurso indireto: a fala da personagem é apresentada indiretamente
As bancas examinadoras pedem a transposição discurso direto <-> discurso in-
direto. Como você pode perceber, há uma diferença temporal nessa transposição:
o discurso indireto registra que a fala da personagem ocorreu antes do momento
da enunciação. Fique atento(a), viu?
Tipo Descritivo
Podemos agora falar da descrição, que pode ser objetiva ou subjetiva.
Em uma descrição, apresentamos uma série de características de determinado
ser/objeto/espaço, formando na memória do leitor/ouvinte a imagem do que está
sendo descrito.
Na descrição, essa apresentação de características é verbal (oral ou escrita).
Linguisticamente, a descrição é tipicamente formada por predicações nominais
(sujeito + verbo de ligação + predicativo) ou por adjetivação (substantivo +
adjetivo (atributivo)).
Como eu disse, a descrição pode ser objetiva ou subjetiva. Na descrição obje-
tiva, o ser/objeto/espaço é descrito tal qual se apresenta ao mundo. Na descrição
subjetiva, diferentemente, o ser/objeto/espaço é descrito a partir das impressões
pessoais (subjetivas) de quem está realizando a caracterização. Vamos tentar dife-
renciar essas duas formas de descrição.
Imagine a seguinte situação: eu peço a um botânico para descrever um açaizei-
ro. Muito provavelmente, a descrição será a seguinte: “o açaí é uma palmeira do
gênero Euterpe que produz um fruto bacáceo de cor roxa”. Essa é uma descrição
objetiva. Imagine agora que eu peça a alguém da região Norte que descreva um
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açaizeiro. É muito provável que a descrição envolva subjetividades do tipo: “o açai-
zeiro é nossa árvore guardiã, protetora de nossos irmãos” (lembra-se da música do
Djavan: “açaí, guardiã”, que traduz essa característica do açaizeiro como fonte de
alimento e renda). Essa segunda descrição envolve, portanto, subjetividades (as
impressões pessoais/regionais das características do açaizeiro).
Observe a descrição a seguir, em que Tchekhov apresenta uma paisagem:
Depois das propriedades dos camponeses, começava um barranco abrupto e es-
carpado, que terminava no rio; aqui e ali, no meio da argila, afloravam pedras enormes.
Pelo declive, perto das pedras e das valas escavadas pelos ceramistas, corriam trilhas
sinuosas, entre verdadeiras montanhas de cacos de louça, ora pardos, ora vermelhos,
e lá embaixo se estendia um prado vasto, plano, verde-claro, já ceifado, onde agora
vagava o rebanho de camponeses. (Anton Tchekhov, O assassinato e outras histórias)
Bom, espero que essa ilustração tenha ficado clara. Vamos agora à apresenta-
ção dos tipos textuais dissertativo expositivo e dissertativo argumentativo.
Tipos Dissertativo Expositivo e Dissertativo Argumentativo
No tipo textual dissertativo expositivo, o autor do texto expõe/apresenta
ideias, fatos, fenômenos. Por ser de caráter expositivo, não se busca convencer o
leitor em relação ao ponto de vista – pressupõe-se, assim, que a dissertação expo-
sitiva apenas apresenta a ideia, o fato ou o fenômeno.
A dissertação expositiva é tipicamente em terceira pessoa (ou impessoal), uma vez
que o autor discorre sobre algo. Em relação à exposição sem defesa de um ponto de
vista, há a seguinte ilustração: pode-se discorrer (dissertar) sobre partidos políticos
com absoluta isenção, apresentado os diversos partidos em totalidade, dando a eles a
ideia exata, sem tentar convencer o meu leitor das qualidades ou falhas de partido A ou
B. Não procuro, nesse caso, formar a opinião de meu leitor; ao contrário, deixo-o em
inteira liberdade de se decidir por se filiar a determinado partido.
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No excerto a seguir, de Gilberto Amado (citado em Othon M. Garcia), observa-
mos que o autor apenas mostra certas características do Brasil. Não há, em nenhu-
ma parte do texto, recursos argumentativos que visam ao convencimento do leitor
(característica da argumentação). Observe:
No seu aspecto exterior, na sua constituição geográfica, o Brasil é um todo único.
Não o separa nenhum lago interior, nenhum mar mediterrâneo. As montanhas que se
erguem dentro dele, em vez de divisão, são fatores de unidade. Os seus rios prendem
e aproximam as populações entre si, assim os que correm dentro do país como os que
marcam fronteiras.
Por sua produção e por seu comércio, é o Brasil um dos raros países que se bas-
tam em si mesmos, que podem prover ao sustento e assegurar a existência de seus
filhos. De norte a sul e de leste a oeste, os brasileiros falam a mesma língua quase sem
variações dialetais. Nenhuma memória de outros idiomas subjacentes na sua formação
perturba a unidade íntima da consciência do brasileiro na enunciação e na comunicação
do seu pensamento e do seu sentimento. (Gilberto Amado, Três livros)
Agora, observe como é o tipo textual dissertação argumentativa. Por ser
mais complexa e mais recorrente em concursos públicos, detalharei mais esse tipo
textual, certo? Seguirei os ensinamentos do professor Othon M. Garcia.
No tipo textual dissertação argumentativa, diferentemente da dissertação
expositiva, procuramos formar a opinião do leitor ou ouvinte, objetivando conven-
cê-lo de que a razão (o discernimento, o bom senso, o juízo) está conosco, de que
nós é que estamos de posse da verdade.
Imagine a seguinte situação: eu sou filiado a determinado partido político. Se eu
produzir um texto em que o objetivo seja demonstrar as vantagens, a conveniên-
cia, a coerência, a qualidade, a verdade de meu partido (em oposição aos demais),
estou argumentando. Em suma, argumentar é convencer ou tentar convencer me-
diante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um
raciocínio coerente e consistente.
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O texto a seguir, de autoria de Sérgio Buarque de Holanda, é um excelente
exemplar de texto argumentativo. Perceba que o autor se posiciona em relação aos
fatos e defende uma tese. Sérgio Buarque claramente procura convencer o leitor.
O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração
de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor
exemplo. Não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma
descontinuidade e até uma oposição. A indistinção fundamental entre as duas formas é
prejuízo romântico que teve os seus adeptos mais entusiastas durante o século décimo
nono. De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituições descende-
riam em linha reta, e por simples evolução da Família. A verdade, bem outra, é que
pertencem a ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica
e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte,
eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da Cidade. Há nesse fato um
triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o
corpóreo e não uma depuração sucessiva, uma espiritualização de formas mais naturais
e rudimentares, uma procissão das hipóstases, para falar como na filosofia alexandrina.
A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida por uma transcendência. (Sérgio Buar-
que de Holanda, Raízes do Brasil)
A grande questão envolvendo a argumentação é sua consistência, sua fundamen-
tação. Os estudos clássicos defendem que a argumentação é fundamentada em dois
elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas.
Vou expor, em mais detalhes, o segundo aspecto: a evidência das provas.
Há cinco tipos mais comuns de evidência das provas:
• os fatos;
• os exemplos;
• as ilustrações;
• os dados estatísticos;
• o testemunho.
Vamos conhecer cada um em síntese:
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Os Fatos
Os fatos constituem o elemento mais importante da argumentação. São capa-
zes de provar, de convencer. Porém, é importante lembrar que nem todos os fatos
são irrefutáveis. O valor de prova de certos fatos está sujeito à evolução da ciência,
da técnica e dos próprios conceitos utilizados. Além disso, há casos em que fatos
são distorcidos.
Há fatos que são evidentes ou notórios: esses são os que mais provam. Afirmar
que no Brasil há desigualdade social é um fato, por exemplo.
Os Exemplos
Os exemplos são caracterizados por revelar fatos típicos ou representativos de
determinada situação. O fato de o motorista Fulano de Tal ter uma jornada de tra-
balho de 12 horas diárias é um exemplo típico dos sacrifícios a que estão sujeitos
esses profissionais, revelando uma das falhas do setor de transporte público.
As Ilustrações
A ilustração ocorre quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e
entremeada de descrições. Observe que a ilustração é um recurso utilizado pela
argumentação. Não deve, portanto, ser o centro da produção (a ilustração não
deve ser predominante).
Imagine um texto argumentativo que procura comprovar, por evidência, a falta de
planejamento habitacional em algumas cidades serranas. Nessas cidades, há constru-
ções irregulares próximas a encostas. Essas encostas ficam frágeis em épocas chuvo-
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sas. É possível, assim, ilustrar essa situação com um caso hipotético ou real. No caso
da ilustração hipotética, é necessário que haja verossimilhança e consistência no relato.
Importante: o valor de prova da ilustração hipotético é muito relativo.
Um caso real, o qual pode ser citado no texto-exemplo, é o da família do lavra-
dor Francisco Edézio Lopes, de 46 anos. Edézio e seus familiares, moradores do dis-
trito de Jamapará, em Sapucaia, no centro sul-fluminense, procuraram abrigo no
carro durante o temporal e acabaram arrastados pela enxurrada. Todos morreram.
Observe, mais uma vez, que a ilustração tem a função de ilustrar a tese e deve
ser clara, objetiva, sintomática e obviamente relacionada com a proposição.
Os Dados Estatísticos
Os dados estatísticos também são fatos, mas possuem uma natureza mais es-
pecífica e grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência
incontestável. Quanto mais específico e completo for o dado, melhor.
Além disso, é importante que haja fonte, pois, os dados não surgem natural-
mente. Assim, afirmar que o índice de analfabetismo por raça no Brasil é de 14%
para os negros e 6,1% para os brancos é diferente de afirmar que a Pesquisa Na-
cional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística (IBGE) em 2007, revela que índice de analfabetismo por raça
no Brasil é de 14% para os negros e 6,1% para os brancos. A segunda proposição
é mais convincente, pois há referência explícita à fonte.
O Testemunho
A evidência por testemunho é composta por uma afirmação fundamentada, por
um depoimento, uma comprovação. É um fato trazido à composição por intermédio
de terceiros. O testemunho por autoridade é um recurso que possui alto valor
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de prova. Se, em minha produção, defendo que o sistema de transporte público
no Brasil precisa de planejamento estratégico (longo prazo), posso trazer a voz
(realizações, propostas, ideias) de uma autoridade no assunto. No caso do tema
proposto (transporte público), posso citar as propostas de Jaime Lerner, arquiteto
e urbanista brasileiro que propôs, na década de 70, a abertura de vias exclusivas
para os ônibus urbanos na cidade de Curitiba-PR.
Muito bem, fechamos a análise do tipo textual dissertação argumentativa.
Agora podemos falar brevemente do tipo textual instrucional ou injuntivo e do
tipo dialogal.
Tipo Instrucional ou Injuntivo
O tipo textual instrucional ou injuntivo é muito comum em nosso dia a dia.
Se você já assistiu a algum programa de culinária, certamente teve contato com o
tipo textual instrucional (ou injuntivo): o(a) apresentador(a) listou os ingredientes
e deu orientações sobre como o preparo do prato deve ser feito. Ao dar orienta-
ções, o(a) apresentador(a) ensinou o espectador a realizar uma tarefa. Essa é a
propriedade básica desse tipo textual: ensinar/orientar/instruir o leitor/ouvinte/
espectador a realizar uma tarefa.
As tarefas podem ser várias: usar um aparelho, jogar, cozinhar, tomar um remé-
dio, consertar um objeto, conduzir um veículo etc. Os principais gêneros que se or-
ganizam no tipo textual instrucional (ou injuntivo) são os seguintes: receita culinária,
manual de instruções, bula de remédio, regras de jogo, roteiro de viagem, mapas.
Linguisticamente, o tipo textual instrucional (ou injuntivo) organiza-se da
seguinte forma:
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PRIMEIRA PARTE: lista que denomina as partes que compõem o objeto, o apa-
relho, os ingredientes de um prato etc.
SEGUNDA PARTE: instruções a serem seguidas; essas instruções são apresen-
tadas em verbos no imperativo ou no infinitivo.
Atualmente, os gêneros que compõem o tipo textual instrucional (ou injuntivo)
procuram utilizar uma linguagem objetiva, clara e didática. Isso porque, antiga-
mente, muitos não conseguiam compreender o conteúdo do texto, não seguindo
corretamente as orientações.
Observe o exemplo a seguir, retirado do site www.tudogostoso.com.br:
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Agora vamos encerrar essa parte da nossa aula abordando o tipo textual dialogal.
Tipo Dialogal
Você já leu ou assistiu a uma entrevista, certo? Pois então, a entrevista é um
gênero pertencente ao tipo textual dialogal, pois dois ou mais interlocutores (par-
ticipantes do evento de comunicação) discutem algum assunto.
A estrutura de um diálogo é relativamente simples: o interlocutor 1 interage
verbalmente e, em seguida, o interlocutor 2 também interage. A interação do inter-
locutor 2 pode ser espontânea ou induzida. Na interação espontânea, o interlocutor
concorda, complementa ou discorda em relação ao que é dito pelo interlocutor 1.
Na interação induzida, o interlocutor 2 responde a uma pergunta realizada pelo
interlocutor 1.
Nós realizamos diálogos constantemente em nosso dia a dia. A maioria deles é
espontânea e informal. Os diálogos induzidos, por sua vez, são mais comuns em
entrevistas (de emprego, jornalística etc.) e têm caráter mais formal. Vamos ver
um exemplo de entrevista (diálogo induzido, formal):
América Rebelde – Uma entrevista com Noam Chomsky
EDIÇÃO – 1 LE MONDE DIPLOMATIQUE
Por Daniel Mermet
Agosto 8, 2007
Tão respeitado nos pequenos seminários acadêmicos quanto nas grandes reuniões
do Fórum Social Mundial, Noam Chomsky é um dos mais importantes intelectuais da
atualidade. Com 78 anos, esse professor do renomado MIT (o Instituto de Tecnologia de
Massachusetts) tornou-se uma referência mundial, seja no domínio da linguística, sua
área de especialização científica, seja nas fileiras da esquerda, seu campo de atuação
política. Como linguista, Chomsky teve o nome internacionalmente projetado por sua
teoria acerca dos princípios estruturais inatos da linguagem. Como político, tem-se des-
tacado na crítica à globalização neoliberal e aos mecanismos de controle dos regimes
totalitários e das sociedades ditas democráticas.
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De origem judaica (seu pai, professor em escola religiosa, foi um dos grandes
eruditos da língua hebraica), não poupa críticas a Israel, pelo tratamento dado aos pa-
lestinos e pela prática do que qualifica como “terrorismo de Estado”. Nascido em Fila-
délfia (o berço da identidade nacional norte-americana), é um dos principais opositores
da política imperialista dos Estados Unidos, em geral, e do governo George W. Bush, em
particular. Intelectual engajado (que se define como “socialista libertário”), vem sendo
tão radical na condenação do stalinismo quanto do nazismo. Sua independência intelec-
tual tem-lhe valido pesados ataques, vindos de várias direções. Mas também lhe tem
granjeado amplas simpatias e apoios.
Nesta entrevista exclusiva a Le Monde Diplomatique, ele discorre extensamente sobre
alguns dos temas mais relevantes do mundo contemporâneo (nota da edição brasileira).
Diplomatique
Comecemos pela questão da mídia. Na França, em maio de 2005, por ocasião do
referendo sobre o Tratado da Constituição Europeia, a maioria dos meios de comunica-
ção de massa era partidária do “sim”. No entanto, 55% dos franceses votaram “não”. O
poder de manipulação da mídia não parece, portanto, absoluto. Esse voto dos cidadãos
representaria um “não” também aos meios de comunicação?
Chomsky
O trabalho sobre a manipulação midiática ou a fábrica do consentimento, feito por
mim e Edward Herman, não aborda a questão dos efeitos das mídias sobre o público1
. É
um assunto complicado, mas as poucas pesquisas detalhadas sugerem que a influência
das mídias é mais expressiva na parcela da população com maior escolaridade. A massa
da opinião pública parece menos dependente do discurso dos meios de comunicação.
Tomemos como exemplo a eventualidade de uma guerra contra o Irã: 75% dos nor-
te-americanos acham que os Estados Unidos deveriam pôr fim às ameaças militares e
privilegiar a busca de um acordo pela via diplomática. Pesquisas conduzidas por institu-
tos ocidentais mostram que a opinião pública dos Estados Unidos e a do Irã convergem
também sobre certos aspectos da questão nuclear: a esmagadora maioria das popu-
lações dos dois países acha que a zona que se estende de Israel ao Irã deveria estar
totalmente livre de artefatos nucleares, inclusive os que hoje estão nas mãos das tropas
norte-americanas na região. Ora, para se encontrar esse tipo de opinião na mídia, é
preciso procurar muito.
Quanto aos principais partidos políticos norte-americanos, nenhum defende este
ponto de vista. Se o Irã e os Estados Unidos fossem autênticas democracias, no seio das
quais a maioria realmente determinasse as políticas públicas, o impasse atual sobre a
questão nuclear estaria sem dúvida resolvido.
Há outros casos parecidos. No que se refere, por exemplo, ao orçamento federal
dos Estados Unidos, a maioria dos norte-americanos deseja uma redução das despesas
militares e um aumento correspondente das despesas sociais, dos créditos depositados
para as Nações Unidas, da ajuda humanitária e econômica internacional. Deseja tam-
bém a anulação da redução de impostos que beneficia os mais ricos, decidida por Bush.
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Em todos esses aspectos, a política da Casa Branca é contrária aos anseios da
opinião pública. Mas as pesquisas de opinião que revelam essa persistente oposição pú-
blica raramente são publicadas pelas mídias. Resulta que não somente os cidadãos são
descartados dos centros de decisão política, como também são mantidos na ignorância
sobre o real estado da opinião pública.
Existe uma preocupação internacional com o abissal deficit duplo dos Estados
Unidos: o deficit comercial e o deficit orçamentário. Estes somente existem em estreita
relação com um terceiro: o deficit democrático, que aumentar sem cessar, não somente
nos Estados Unidos, mas em todo o mundo ocidental.
Como você percebeu, há dois interlocutores no diálogo (entrevista) acima: o
representante da revista Le Monde Diplomatique (Daniel Mermet) é o interlocutor
1 e o intelectual Noam Chomsky é o interlocutor 2.
Os diálogos estão muito presentes em narrativas e em textos teatrais. A marca-
ção do diálogo, nesses casos, é feita pelo travessão (─).
“E em concursos, professor, como esse conteúdo é avaliado?” Não há muitas
complicações, mas é preciso ficar atento a uma noção:
Os textos são predominantemente de um tipo textual. Isso porque pode haver,
em um mesmo texto, uma narração, uma descrição e uma argumentação. O que
determina a predominância é a função do texto: se a função é argumentar (de-
fender um ponto de vista) e, para isso, faz-se uso de uma narração, o texto será
predominantemente argumentativo.
1. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018)
Texto CB1A1BBB
1
O conceito de direitos humanos assenta em um bem
conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente
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ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser
4
conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente
diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui
uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida
7
da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que
a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como
soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses
10
pressupostos são claramente ocidentais e facilmente
distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em
outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão
13
da universalidade dos direitos humanos se tornou tão
acesamente debatida.
Boaventura de Sousa Santos.
Por uma concepção multicultural dos direitos humanos.
Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
Acerca do Texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se segue.
O Texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua
opinião a respeito do assunto tratado.
Certo.
Olha aí que interessante: a banca usa a mesma nomenclatura adotada em
nossa aula. No texto em análise, o autor procura convencer o leitor em re-
lação ao seu ponto de vista – e no parágrafo em destaque isso é feito por
meio de um questionamento.
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2. (FCC/TRT-6ª/TÉCNICO/2018)
– Você pode entrar no ramo, disse-lhe.
A frase acima está corretamente transposta para o discurso indireto em:
Parte superior do formulário
a) Disse-lhe “você pudera entrar no ramo”.
b) Disse-lhe que você pode entrar no ramo.
c) Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.
d) Disse-lhe: “ele pôde entrar no ramo”.  
e) Disse-lhe: você poderá entrar no ramo.
Letra c.
Lembre-se: no discurso indireto, a fala da personagem é mediada pelo “narrador”.
Nesse caso, como eu disse em nossa aula, há uma alteração na perspectiva tem-
poral: a forma verbal “pode” passa a figurar no passado: “podia”. Além disso, o
discurso indireto é marcado pela subordinação. Assim, a forma adequada na trans-
posição do discurso indireto será: “Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.”
Definição dos Principais Gêneros Textuais
Se você concluiu o Ensino Médio após o ano 2000, certamente ouviu falar de
gêneros textuais nas aulas de Língua Portuguesa. A proposta de ensinar o nosso
idioma pela abordagem dos gêneros textuais é relativamente nova, mas a teoria
que caracteriza os gêneros é mais antiga (início do século XX).
Os gêneros textuais não são semelhantes aos tipos textuais. Os tipos textuais
são estruturas linguísticas prototípicas, as quais possuem estabilidade interna. Os
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gêneros textuais partem das tipologias e estão mais ligados a situações concretas
de comunicação. Por exemplo: um relato de viagem é um gênero textual que parte
da tipologia narrativa (e descritiva). O relato de viagem é um gênero porque está
vinculado a uma situação concreta de comunicação, o relato de uma viagem. Outro
gênero narrativo é a crônica.
Cada gênero textual é identificado (e classificado) a partir de aspectos básicos,
como assunto, finalidade, perfil dos participantes, estrutura, suporte e estilo (for-
mal, informal, técnico etc.). Veja na lista a seguir alguns gêneros textuais:
• biografia;
• bula de remédio;
• carta;
• carta do/ao leitor;
• conto;
• diário;
• editorial;
• e-mail;
• fábula;
• homilia;
• notícia;
• petição;
• propaganda;
• receita culinária;
• recurso;
• reportagem.
Em concursos públicos, os gêneros textuais mais recorrentes são os de gran-
de circulação, como editoriais, artigos de opinião, notícias, reportagens, crônicas
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e contos. Veja as definições de cada um desses gêneros (os mais relevantes para
concursos públicos):
• Editorial: nesse gênero, discute-se uma questão, apresentando o ponto de
vista do jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe. É um gênero
pertencente ao tipo textual dissertativo argumentativo;
• Artigo de opinião: nesse gênero, busca-se convencer o leitor em relação a
uma determinada ideia. O autor do artigo de opinião não representa o ponto
de vista do veículo que publica o texto. Esse também é um gênero pertencen-
te ao tipo textual dissertativo argumentativo;
• Notícia: nesse gênero, relata-se concisamente e objetivamente os fatos da
realidade. Na notícia, encontramos as seguintes informações: o que, quem,
quando, onde, como e por quê;
• Reportagem: os livros didáticos de Língua Portuguesa caracterizam o gêne-
ro reportagem como um texto jornalístico que trata de fatos de interesse pú-
blico. A abordagem desses fatos é mais aprofundada em relação à abordagem
observada no gênero notícia;
• Crônica: a crônica é um texto literário breve, com trama quase sempre pou-
co definida e motivos geralmente extraídos do cotidiano imediato. É um texto
de natureza tipicamente narrativa;
• Conto: narrativa breve e concisa. No conto, há um só conflito, uma única
ação (com espaço geralmente limitado a um ambiente). Além disso, há uni-
dade de tempo e número restrito de personagens. O conflito é quase sempre
resolvido após o clímax.
Veja bem, essas definições obviamente não contemplam todas as possibilidades
de realização de cada um dos gêneros. Eu optei pelas definições simples e objeti-
vas para facilitar o seu aprendizado. A questão a seguir, retirada de uma prova de
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concurso, ilustra bem a abordagem dos gêneros textuais. Importante: ao longo da
resolução das questões e dos comentários do gabarito, você terá contato com mui-
tos exemplares de tipos e gêneros textuais.
3. (CESPE/TRF-1ª/ANALISTA/2017)
Texto 4A1BBB
1
Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso
melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na
prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O
4
Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes
nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que
com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer
7
abstração.
O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista
é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina.
10
Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do
filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor,
trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho
13
ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que
se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de
Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim
16
que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe,
do que está tão perto que a gente nem vê.
Antonio Prata. É uma crônica, companheira.
Internet <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).
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Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do Texto 4A1BBB, julgue o
item a seguir.
O emprego de expressões coloquiais como “dar umas bandas” (l. 14) e “de leve” (l.
15) é adequado ao gênero em que se classifica o Texto.
Certo.
O texto é uma crônica. Uma das características desse gênero é a linguagem coloquial.
4. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)
Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia
o futebol pelo rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava
com a narração; às vezes, a estação sumia; sem mais nem menos, voltava, e o
jogo parecia tão disputado, mas tão emocionante, repleto de lances espetaculares,
que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir os melhores momentos na
televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela televisão. Isso é uma coisa
esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.
Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o
avanço tecnológico, principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa
pra muita gente. Lembro que ainda engatinhava no plano do Direito e, se quisesse
ter acesso a uma boa jurisprudência, tinha que fazer assinatura. Hoje, está tudo aí,
disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu numa época em que não havia
a internet tem condições de dimensionar o nível de transformação e de reprodução
do conhecimento humano que ela representou...
(Adaptado de: GEIA, Sergio. Então chegou a tecnologia... Disponível em: www.cronica-
dodia.com.br)
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Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em
a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa.
b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética.
c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial.
d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada.
e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com
linguagem formal.
Letra c.
A crônica é caracterizada por um relato (narrativo) referente a experiências coti-
dianas. Esse gênero possui uma linguagem mais coloquial, exatamente como infor-
mado pela opção.
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RESUMO
Tipologias Textuais
Narração  presença de: – eventos;
						 – personagens;
						 – narrador;
						 – espaço;
						 – tempo;
						 – discurso: direto
								 indireto.
						
Descrição: 		
– objetiva (descrição do objeto tal qual ele se apresenta);
– subjetiva (impressões pessoais de quem descreve).
Dissertação expositiva: apresentação de ideias, fatos, fenômenos, não ha-
vendo defesa de ponto de vista.
Dissertação argumentativa: há defesa de um ponto de vista. Para essa defe-
sa, o autor faz uso de argumentos (sustentados
pela evidência das provas).
Instrucional ou injuntivo: dirige-se à segunda pessoa do discurso, ins-
truindo ou orientando a realização de uma tare-
fa; faz uso de estruturas verbais no infinitivo ou
no imperativo.
Dialogal: tipologia em que dois ou mais interlocutores interagem verbalmente. O
diálogo pode ser espontâneo ou induzido.
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GLOSSÁRIO
Baseado no dicionário Houaiss Eletrônico 2009.
Argumentação: conjunto de ideias, fatos que constituem os argumentos que
levam ao convencimento ou conclusão de (algo ou alguém); no desenvolvimento
do discurso, corresponde aos recursos lógicos, como silogismos, paradoxos etc.
geralmente acompanhados de exemplos, que induzem à aceitação de uma tese e
à conclusão geral e final.
Clímax: parte do enredo (de livro, filme, peça etc.) em que os acontecimentos
centrais ganham o máximo de tensão, prenunciando o desfecho; ápice.
Dialogal: exposto ou escrito em forma de diálogo.
Injuntivo: que exprime uma ordem ao interlocutor para executar ou não uma
determinada ação.
Instrução: explicação (sobre o uso de algo ou para a realização de algo).
Narração: exposição escrita ou oral de um acontecimento ou de uma série de
acontecimentos mais ou menos sequenciados.
Narrador: entidade fictícia que, numa narrativa, possui a função de enunciar o
discurso, sendo o protagonista da comunicação narrativa.
Tempo: duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente,
passado e futuro; período contínuo no qual os eventos se sucedem.
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)
Texto CB1A1BBB
1
São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho
médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na
região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima
4
tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em
1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado
de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti
7
em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e
confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram
encontrados em locais com concentração de recipientes,
10
denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado
o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que
previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos
13
municípios e a realização de delimitações de foco, quando do
encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava
presente em um município quando continuava presente nos
16
imóveis após a realização das medidas de controle que vinham
associadas à delimitação de foco.
Logo após a detecção de focos positivos do mosquito
19
em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a
aplicação de controle, as quais não foram suficientes para
eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi
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22
definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.
Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram
registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A
25
primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos
autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais
sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano)
28
apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em
2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e,
em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8.
31
Apesar de não se descartar a hipótese de que o
aumento progressivo das incidências da dengue no município
já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que
34
esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos
múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a
persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio
37
Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e
com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua
relação com o patógeno.
Internet: <www revistas usp br> (com adaptações)
Os vocábulos “mosquito” (l. 18) e “patógeno” (l. 39) têm o mesmo referente no
Texto: “Aedes aegypti” (l. 6 e 11).
(CESPE/STJ/ANALISTA/2018)
Texto CB1A1CCC
1
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes
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revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram
relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da
4
cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira de
juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, aflitos.
As angústias dos que se sentavam à minha frente, por diversas
7
vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser
companheiras de noites de insônia. Não havia outra solução a
não ser escrever. Era preciso colocar no papel e compartilhar
10
a dor daquelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com
a sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las.
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães,
13
filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em
comum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa.
O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mulheres,
16
havia se transformado no pior dos mundos.
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se
sentavam à minha frente, os relatos se transformavam em
19
desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar
e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por
ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter
22
sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido manter a
família. Sempre a culpa.
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma
25
força externa como se somente nós, juízes, promotores e
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advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de
violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela
28
violência invisível.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das
quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações).
2. No Texto, a palavra “prolatada” (l. 11) foi empregada como sinônimo de deferida.
3. O referente dos sujeitos de “chegavam” (l. 17), que está elíptico, é “os relatos” (l. 18).
(CESPE/TCM-BA/SUPERIOR/2018)
Texto 1A1BBB
1
Após meses de sofrimento e solidão chega o correio:
esta corrente veio da Venezuela escrita por Salomão Fuais
para correr mundo
4
faça vinte e quatro cópias e mande a amigos em lugares
distantes: antes de nove dias terá surpresa, graças a Santo
Antônio.
7
Tem vinte e quatro cópias, mas não tem amigos distantes,
José Edouard, Exército venezuelano, esqueceu de distribuir
cópias, perdeu o emprego.
10
Lupin Gobery incendiou cópia, casa pegou fogo,
metade da família morreu.
Mandar então a amigos em lugares próximos.
13
Também não tem amigos em lugares próximos.
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Fecha a casa.
Deitado na cama, espera surpresa.
Rubem Fonseca. Corrente. In: Contos reunidos.
São Paulo: Cia. das Letras, 1994, p. 324.
A respeito dos aspectos estruturais e linguísticos do Texto 1A1BBB, julgue os itens.
4. Nos trechos “chega o correio” (l. 1), “Fecha a casa” (l. 14) e “espera surpresa” (l.
15), os elementos “correio”, “casa” e “surpresa” exercem a mesma função sintática.
5. A mensagem da corrente apresenta-se em forma de citação no interior do conto,
da linha 2 à linha 11.
6. Nas linhas 12 e 13, é apresentada a conclusão da mensagem da corrente.
7. O Texto desenvolve-se, predominantemente, com base em relações de causa e
consequência.
8. Na corrente predomina o uso de construções passivas para caracterizar os infor-
túnios decorrentes do descumprimento da mensagem.
9. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018)
Neste final de semana, esta Folha publicou editorial criticando a proposta de
ampliar a pena daqueles que assassinam mulheres por “razões de gênero”. O
Texto alega que tal “populismo” jurídico seria uma extravagância, já que todas
as circunstâncias agravantes que poderiam particularizar o homicídio contra
mulheres (motivo fútil, crueldade, dificuldade de defesa) estariam contempla-
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das pela legislação vigente. Neste sentido, criar a categoria jurídica “razões de
gênero” de nada serviria, a não ser para quebrar o quadro universalista que
deveria ser o fundamento da lei.
Vladimir Safatle. Feminicídio. In: Folha de S.Paulo. mar./2015, p. A 2.
Com referência às ideias do Texto precedente, julgue o próximo item.
Trata-se de um Texto publicado no jornal para o qual o próprio autor escreve, ha-
vendo indícios de que ele apresentará a tal Texto uma crítica.
10. (CESPE/ABIN/AGENTE/2018)
Texto CB3A1AAA
1
A atividade de inteligência é o exercício de ações
especializadas para a obtenção e análise de dados, produção de
conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país.
4
Inteligência e contrainteligência são os dois ramos dessa
atividade. A inteligência compreende ações de obtenção de
dados associadas à análise para a compreensão desses dados.
7
A análise transforma os dados em cenário compreensível para
o entendimento do passado, do presente e para a perspectiva de
como tende a se configurar o futuro. Cabe à inteligência tratar
10
fundamentalmente da produção de conhecimentos com o
objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar decisões de
maneira mais fundamentada. A contrainteligência tem como
13
atribuições a produção de conhecimentos e a realização de
ações voltadas à proteção de dados, conhecimentos,
infraestruturas críticas – comunicações, transportes,
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tecnologias de informação – e outros ativos sensíveis e
sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. O trabalho
desenvolvido pela contrainteligência tem foco na defesa
19
contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o vazamento
de informações e o terrorismo, patrocinadas por instituições,
grupos ou governos estrangeiros.
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).
Julgue os itens seguintes, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do Texto
CB3A1AAA.
No Texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comuni-
cativo de transmitir ao leitor um conjunto de informações relativas às atividades
desenvolvidas sob o rótulo de inteligência.
11. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estru-
tural nos ensina, já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sé-
rias e que nelas se articula um sistema de interrogações que elevam o pensamento
mítico ao plano do pensamento propriamente dito. Sabendo a partir de agora,
graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos não falam para nada
dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente, investi-
-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra
o risco de nos levar a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a
avaliar mal sua dimensão de pensamento. Se, em suma, deixássemos na som-
bra seus aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma espécie de mito-
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mania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo
de sua gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os
que os recolhem ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa
impressão de cômico; eles desempenham às vezes a função explícita de divertir os
ouvintes, de desencadear sua hilaridade. Se estamos preocupados em preservar
integralmente a verdade dos mitos, não devemos subestimar o alcance real do riso
que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas
solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sem-
pre sob o signo do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se ver-
dadeiros momentos de distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes
caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro essas culturas confiam a seus mitos
a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa forma, sua existência.
Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas
de alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e ve-
lhos; mas, quando eles têm vontade de rir realmente, pedem a algum velho versa-
do no saber tradicional para contá-las mais uma vez. O efeito nunca se desmente:
os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso explode em francas
gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria.
(Adaptado de: CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo, Ubu, 2017)
... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... (3º parágrafo)
Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a
correção, está em:
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a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia,
considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas
também considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de
considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem
considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas consi-
derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
12. (FCC/TRF-5ª/TÉCNICO/2017)
Numa visita ao Brasil, pouco depois de sair do Governo da Espanha, Felipe
Gonzalez foi questionado sobre o que gostaria de ter feito e não conseguiu.
Depois de pensar alguns minutos, disse lamentar que, apesar de avanços
importantes em educação, os jovens ainda se formavam e queriam saber o
que o Estado faria por eles.
(COSTIN, Claudia. Disponível em: folha.uol.com.br)
Transpondo-se para o discurso direto a fala atribuída a Felipe Gonzalez, obtêm-se
as seguintes formas verbais:
a) Lamento – formem – queiram
b) Lamento – formem – querem
c) Lamentei – formaram – queriam
d) Lamentou – vão se formar – irão querer
e) Lamento – tinham se formado – quiseram
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13. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)
Aplicativos para celular e outros avanços tecnológicos têm transformado as for-
mas de ir e vir da população e podem ser grandes aliados na melhoria da mobili-
dade urbana.
Segundo a União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), simulações fei-
tas nas capitais de países da União Europeia mostram que a combinação de trans-
porte público de alta capacidade e o compartilhamento de carros e caronas poderia
remover até 65 de cada 100 carros nos horários de pico.
(Adaptado de: Aplicativos e tecnologia mudam a mobilidade urbana. Disponível em: http://
odia.ig.com.br)
A forma verbal poderia, no segundo parágrafo, atribui à expressão remover até 65
de cada 100 carros nos horários de pico sentido:
a) falacioso.
b) factual.
c) imperativo.
d) conclusivo.
e) conjectural.
14. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016)
COP-21 já foi. E agora, o que virá?
O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o pro-
blema do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à
tomada de decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países
sejam alcançados.
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Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para
que algo aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas
apresentadas voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas”
que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não elimine
hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação
média de temperatura acima de 2ºC.
Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma
diferença para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um
caminho. Para segui-lo, é preciso realizar muito mais – e melhor – do que tem sido
feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou
as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria – segundo o Painel In-
tergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU – a progressão rápida da
temperatura acima dos 2°C.
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões
anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imagi-
nar que a nossa atual dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do
mundo é suja) se modifique no curto prazo?
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem
mundo afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa,
etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da
curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a climato-
logista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e
não há indícios de que isso se modifique tão cedo.
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostuma-
do a emitir gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a ga-
rotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate
ao aquecimento global.
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O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história
da diplomacia mundial. Mas não nos iludamos.
Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU
em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se
apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige ati-
tude. Diária e obstinada.
(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustenta-
vel/2.html)
Uma palavra empregada com sentido exclusivamente figurado está sublinhada na
seguinte passagem do texto:
a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2ºC (2º parágrafo).
b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm
(3º parágrafo)
c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo)
d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo)
e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo)
15. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Documentos sobre Shakespeare ‘vândalo’ são abertos ao público
Em 1596, William Shakespeare e seus atores tiveram de deixar o teatro isa-
belino The Theatre, localizado em Shoreditch, em Londres, até então o recanto
da dramaturgia inglesa. O período de 21 anos de concessão do terreno ao ator e
empresário James Burbage havia chegado ao fim, e o senhorio exigia as terras de
volta. Desolados, Shakespeare e os homens de sua companhia, Lord Chamberlain’s
Men, se uniram para roubar o teatro – tábua por tábua, prego por prego – e re-
construí-lo em outro lugar.
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A história ocorrida em 28 de dezembro de 1598 não é inédita e consta em di-
versas biografias de Shakespeare. Agora, contudo, chegou o momento de ouvir o
outro lado da ação: a justiça. De acordo com a transcrição do processo judicial de
1601, Shakespeare, seus atores e amigos (incluindo Burbage) foram “violentos”
em uma ação “desenfreada” que destruiu o The Theatre. O documento diz que o
dramaturgo e seus cúmplices estavam armados com punhais, espadas e macha-
dos, o que causou “grande distúrbio da paz” e deixou testemunhas “aterrorizadas”.
Até então guardado em segurança pelo National Archive, o arquivo do Reino
Unido, o documento é uma das peças que serão exibidas ao público no centro cul-
tural londrino Somerset House, a partir de fevereiro de 2016, ano em que se com-
pletam quatro séculos da morte do Bardo.
(VIANA, Rodolfo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/ Acesso em
16/12/2015)
No gênero notícia, verifica-se que a principal função da linguagem, segundo JAKOB-
SON (1963), é a:
a) conativa.
b) emotiva.
c) metalinguística.
d) fática.
e) referencial.
16. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal, explica que: “O emprego da língua efe-
tua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos
pelos integrantes desse ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados
refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só
por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos
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recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por
sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado particular é in-
dividual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente
estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”.
Depreende-se do texto que, na caracterização de um gênero discursivo, deve-se
considerar, principalmente,
a) o emprego de recursos linguísticos específicos e a fixação dos enunciados orais
e escritos.
b) a ocorrência particular, específica, dependendo da esfera de comunicação a que
pertencem os falantes.
c) o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às finalida-
des de cada campo de atividade humana.
d) a irregularidade no emprego de enunciados orais e escritos em determinados
campos de atividade verbal.
e) os enunciados escritos que dão concretude à oralidade, dependendo da esfera
de comunicação.
17. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
AquiÁfrica
Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana – que compreende
países ao sul do Deserto do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola –
abordam em suas obras questões sobre imigração, xenofobia, sistemas de poder
e tradições culturais. A mostra faz parte do projeto Art for the World, da curadora
suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os direitos humanos em exposições de
arte. Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho. Terça a sexta, 13h às
21h; sábado, domingo e feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro de 2016.
(Exposições. Veja São Paulo. 30 dez. 2015, p. 62)
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Esse texto é:
a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural.
b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano.
c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural.
d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato.
e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária.
18. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
A maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, só começou a mon-
tar seu sistema escolar quando em muitas outras nações do mundo já existiam
universidades bem estruturadas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio
para poucos. Apenas nos anos 1970 e 1980 começou na América Latina a discussão
sobre a educação ser um direito de todos. Mas claramente ainda nos falta a percep-
ção moderna de que esse é um fator estratégico para o avanço. Se buscamos uma
sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo, deve se voltar
para a escola.
(TORO, Bernardo. Veja, 18 nov. 2015, p.17)
Em relação aos modos de organização textual, esse texto apresenta, em sequência, a:
a) descrição e a narração observadas na recuperação histórica de fatos, em formas
verbais do pretérito; a argumentação, apoiada em argumentos de autoridade, em
formas verbais do presente.
b) descrição de acontecimentos do passado, por meio de relato histórico, em for-
mas verbais do presente; a narração, responsável pela apreciação do autor, em
formas verbais do pretérito.
c) narração, em formas verbais do pretérito, fundamentada na descrição de acon-
tecimentos históricos, situados no tempo presente.
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d) argumentação, no pretérito, sobre acontecimentos históricos; a descrição e a
narração de argumentos e de pontos de vista, em formas verbais do presente.
e) narração de fatos historicamente situados, em formas verbais do pretérito; a
argumentação, observada nas opiniões emitidas em formas verbais do presente.
19. (FCC/SABESP/AGENTE/2018)
Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade
O escritor francês Júlio Verne é considerado por muitos o pai da ficção científica.
Suas obras influenciaram gerações e inspiraram filmes e séries de TV. Há quase
cem filmes baseados em mais de 30 livros assinados por ele.
Júlio Verne nasceu na cidade de Nantes em fevereiro de 1828. Sua verdadeira
paixão eram as viagens, que na época eram feitas principalmente de navio. Aos 11
anos, ele fugiu de casa para se tornar marinheiro. Na primeira escala, porém, seu
pai conseguiu apanhá-lo – e depois quem apanhou foi o pequeno Verne. Reza a len-
da que ele teria jurado não voltar a viajar, a não ser em sua imaginação e fantasia.
Um dos fatos que mais chamam a atenção em suas obras são as previsões feitas
pelo escritor que se concretizaram séculos depois. Por exemplo, oitenta anos antes
dos noticiários televisivos surgirem, Júlio Verne descreveu a alternativa para os
jornais: “Em vez de ser impresso, o ‘Crônicas da Terra’ seria falado, teria assinan-
tes e partiria de conversas interessantes dos repórteres e cientistas que contariam
as notícias do dia”. Ele também imaginou o “fonotelefoto”, que seria usado pelos
repórteres para registrar e transmitir sons e imagens.
(Adaptado de: MARASCIULO, Marilia. Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com)
Considere a frase do texto:
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Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo – e depois quem apa-
nhou foi o pequeno Verne.
Os vocábulos apanhar, na primeira e na segunda ocorrência, são usados, respec-
tivamente, com os sentidos de:
a) compreender; contrair uma doença.
b) segurar com força; recolher com as mãos.
c) levar uma pancada; ser derrotado.
d) alcançar; levar uma surra.
e) encontrar; apossar-se de bem alheio.
20. (FCC/TST/TÉCNICO/2017)
Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Ho-
landa, uma equipe de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de
Oxford altamente respeitado, concluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode
mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural e aqueles que estão
abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos;
entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande
arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular
ou um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não
se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da
elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem
tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consis-
te, ao que é tido como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma
mulher de cultura.
Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no es-
trito senso da palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do ho-
mem comum ou a falta de gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado
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descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson, da Universidade
Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tan-
to para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para
os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje
isto, amanhã algo mais.
Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum
deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar
outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar
que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto
de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da
disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está
viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada
demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à cul-
tura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.
(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Al-
berto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2013, p. 6-7.)
A palavra unívoro (3º parágrafo) remete:
a) ao grupo que se caracteriza por apreciar um tipo específico e uniforme de pro-
dutos culturais.
b) aos apreciadores da cultura que se definem pelo conhecimento erudito e pelo
gosto diversificado.
c) aos indivíduos que nutrem simpatia tanto por produções eruditas quanto
por populares.
d) à elite cujo gosto pela arte se caracteriza pelo ecletismo e pelo respeito à diver-
sidade de expressão.
e) àqueles com conhecimento insuficiente para reconhecer os diferentes estilos de
produção artística.
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(CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)
Texto CB1A1AAA
1
Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é
a cidade das explosões. Na verdade, não há semana em que os
jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural.
4
A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto
paiol, e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como
se estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando
7
uma fortaleza cheia de explosivos terríveis.
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego
útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais,
10
convinha que se averiguassem bem as causas das explosões,
se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas
na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e
13
creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados
positivos.
Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas
16
a dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido essa
a explicação para uma série de acidentes bastante dolorosos, a
começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem esquecer
19
também o do Aquidabã.
Noticiam os jornais que o governo vende, quando
avariada, grande quantidade dessas pólvoras.
22
Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia
ser não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que
explodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas
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em constante perigo.
Creio que o governo não é assim um negociante
ganancioso que vende gêneros que possam trazer a destruição
28
de vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre
zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos
suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições.
Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915
Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações)
Com relação às ideias do Texto CB1A1AAA, que data de janeiro de 1915, julgue os
itens a seguir.
21. Infere-se do Texto que seu autor concorda com a ideia de que a cidade do Rio
de Janeiro, à época, assemelhava-se a um vasto paiol.
22. Conforme o Texto, o governo vendia a particulares todo o excedente de explo-
sivos não utilizados.
23. Conclui-se do Texto que as autoridades do estado do Rio de Janeiro eximiam-
-se de investigar as causas das explosões que ocorriam no estado.
(CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)
Texto CB1A1BBB
1
São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho
médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na
região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima
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tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em
1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado
de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti
7
em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e
confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram
encontrados em locais com concentração de recipientes,
10
denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado
o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que
previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos
13
municípios e a realização de delimitações de foco, quando do
encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava
presente em um município quando continuava presente nos
16
imóveis após a realização das medidas de controle que vinham
associadas à delimitação de foco.
Logo após a detecção de focos positivos do mosquito
19
em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a
aplicação de controle, as quais não foram suficientes para
eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi
22
definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.
Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram
registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A
25
primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos
autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais
sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano)
28
apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em
2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e,
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em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8.
31
Apesar de não se descartar a hipótese de que o
aumento progressivo das incidências da dengue no município
já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que
34
esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos
múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a
persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio
37
Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e
com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua
relação com o patógeno.
Internet: <www revistas usp br> (com adaptações)
Com relação às ideias do Texto CB1A1BBB, julgue os itens que se seguem.
24. Segundo o Texto, realizava-se a delimitação de foco, medida de prevenção à
reprodução do Aedes aegypti, no caso de serem identificados os pontos estratégi-
cos de ocorrência do mosquito em São José do Rio Preto.
25. De 1991 a 2015, houve um aumento progressivo de casos de dengue no muni-
cípio de São José do Rio Preto, devido à resistência do mosquito Aedes aegypti às
medidas implantadas para seu controle.
(CESPE/STJ/ANALISTA/2018)
Texto CB1A1AAA
1
No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade
(dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social
ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir
disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da
dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais
7
dignas ou menos dignas.
Frise-se que foi a partir das formulações de Cícero que
a compreensão de dignidade ficou desvinculada da posição
10
social. O filósofo conferiu à dignidade da pessoa humana um
sentido mais amplo ligado à natureza humana: todos estão
sujeitos às mesmas leis da natureza, que proíbem que uns
13
prejudiquem aos outros.
No círculo de pensamento jusnaturalista dos séculos
XVII e XVIII, a concepção da dignidade da pessoa humana
16
passa por um procedimento de racionalização e secularização,
mantendo-se, porém, a noção básica da igualdade de todos os
homens em dignidade e liberdade. Nesse período, destaca-se a
19
concepção de Emmanuel Kant de que a autonomia ética do ser
humano é o fundamento da dignidade do homem. Incensurável
é a permanência da concepção kantiana no sentido de que a
22
dignidade da pessoa humana repudia toda e qualquer espécie
de coisificação e instrumentalização do ser humano.
Antonio da Rocha Lourenço Neto. Direito e humanismo: visão filosófica, literária
e histórica. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, p.148-9 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do Texto CB1A1AAA, julgue
os próximos itens.
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26. Conclui-se do Texto, especialmente pelo emprego de “Incensurável” (l. 20), que
seu autor considera correto o posicionamento de Kant sobre a dignidade humana.
27. No primeiro parágrafo, os parênteses foram empregados para isolar palavras
cuja função é explicar o sentido do elemento que imediatamente lhes antecede.
28. Seria mantida a coerência do Texto se o trecho “a partir das” (l. 8) fosse
substituído ou por com base nas ou por desde as, embora essas duas expressões
tenham sentidos distintos.
29. Seria mantido o sentido do Texto caso o trecho “que proíbem que uns prejudi-
quem aos outros” (l. 12 e 13) fosse reescrito da seguinte forma: o que impossibilita
que uns e outros se prejudiquem.
30. No terceiro parágrafo, com o emprego de “porém” (l. 17), o autor expressa
uma oposição entre a ideia de “racionalização e secularização” (l. 16) do conceito
de dignidade humana e a manutenção da “igualdade de todos os homens em dig-
nidade e liberdade” (l. 17 e 18).
(CESPE/STJ/ANALISTA/2018)
Texto CB1A1BBB
1
O conceito de direitos humanos assenta em um bem
conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente
ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser
4
conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente
diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui
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uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida
7
da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que
a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como
soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses
10
pressupostos são claramente ocidentais e facilmente
distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em
outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão
13
da universalidade dos direitos humanos se tornou tão
acesamente debatida.
Boaventura de Sousa Santos.
Por uma concepção multicultural dos direitos humanos.
Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
Acerca do Texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue os itens que
se seguem.
31. Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do Texto, o último período
poderia ser reescrito da seguinte forma: Considerando esses pressupostos como
obviamente ligados a noção ocidental de dignidade humana, que se diferencia das
de outras culturas, a pergunta a ser feita é: porque a universalidade dos direitos
humanos é uma questão que tornou-se tão inflamadamente debatida?
(CESPE/STJ/ANALISTA/2018)
Texto CB1A1CCC
1
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes
revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram
relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da
4
cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira de
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juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, aflitos.
As angústias dos que se sentavam à minha frente, por diversas
7
vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser
companheiras de noites de insônia. Não havia outra solução a
não ser escrever. Era preciso colocar no papel e compartilhar
10
a dor daquelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com
a sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las.
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães,
13
filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em
comum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa.
O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mulheres,
16
havia se transformado no pior dos mundos.
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se
sentavam à minha frente, os relatos se transformavam em
19
desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar
e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por
ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter
22
sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido manter a
família. Sempre a culpa.
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma
25
força externa como se somente nós, juízes, promotores e
advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de
violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela
28
violência invisível.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das
quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações).
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Com base no Texto CB1A1CCC, escrito por uma juíza acerca de casos de violência
doméstica, julgue os itens a seguir.
32. Infere-se do primeiro parágrafo que, para a autora, escrever foi uma espécie
de processo terapêutico.
33. No terceiro parágrafo, fica clara a importância da linguagem nas audiências ju-
diciais, momento em que as vítimas têm a oportunidade de desabafar, e os juízes,
como a autora do Texto, de lhes explicar o trâmite da ação.
(CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR/2018)
Texto 1A10AAA
1
A justiça tributária está em debate. O Brasil possui
um sistema tributário altamente regressivo: quem ganha
até dois salários mínimos paga 49% dos seus rendimentos
4
em tributos, enquanto quem ganha acima de trinta salários
mínimos paga apenas 26%. Isso ocorre porque, na comparação
internacional, se tributa excessivamente o consumo, e não
7
o patrimônio e a renda.
A má distribuição tributária e de renda restringe
o potencial econômico e social do país. Cabe ao Estado induzir
10
uma política distributiva conforme a qual quem ganha
mais pague proporcionalmente mais do que quem ganha
menos e a maior parcela do orçamento seja destinada para
13
as necessidades básicas da população.
A justiça tributária ocorre com a redução da carga
tributária e da regressividade dos tributos e com sua
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16
eliminação da cesta básica. A redução da carga tributária
permite maior competitividade para as empresas, geração
de empregos, diminuição da inflação e indução do
19
crescimento econômico.
Com a redução da carga tributária sobre o consumo,
todos ganham: a população de baixa e média renda,
22
pela melhora no seu poder aquisitivo; a de maior renda,
pelo desenvolvimento econômico e social, que gera ganhos
econômicos e financeiros, novas oportunidades e expansão
25
da oferta de empregos.
Por outro lado, a substituição dos tributos indiretos,
que atingem o fluxo econômico, por tributos que incidam
28
sobre o estoque da riqueza tem o mérito de criar maior
desenvolvimento econômico, pois gera mais consumo,
produção e lucros que compensam a tributação sobre a riqueza.
31
O desenvolvimento econômico amplia a arrecadação
pública, proporcionando maiores recursos para investimentos
em políticas sociais e em infraestrutura, além de gerar
34
maior atratividade para os investimentos nas empresas.
Amir Kjair. Le monde diplomatique Brasil. 12.ª ed.
Internet: <https://diplomatique.org.br> (com adaptações).
34. Na opinião do autor do Texto 1A10AAA, a carga tributária brasileira deveria
ser menos regressiva.
35. No Texto 1A10AAA, o autor defende a ideia de que o desenvolvimento econô-
mico é relacionado à distribuição tributária.
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  • 1. MP-PI MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ TEXTO TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS Livro Eletrônico
  • 2. BRUNO PILASTRE Doutor em Linguística (teoria e análise grama- tical) pela Universidade de Brasília. Atua na área de Concursos Públicos desde 2009, prin- cipalmente na elaboração de materiais didáti- cos. É autor das obras “Guia Prático de Língua Portuguesa” e “Guia de Redação Discursiva para Concursos”, ambas editadas pela editora Gran Cursos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 3. 3 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Tipologia e Gêneros Textuais.........................................................................4 Tipo Narrativo.............................................................................................4 Discurso Direto e Discurso Indireto................................................................6 Tipo Descritivo............................................................................................7 Tipos Dissertativo Expositivo e Dissertativo Argumentativo................................8 Os Fatos...................................................................................................11 Os Exemplos.............................................................................................11 As Ilustrações...........................................................................................11 Os Dados Estatísticos.................................................................................12 O Testemunho...........................................................................................12 Tipo Instrucional ou Injuntivo......................................................................13 Tipo Dialogal.............................................................................................15 Definição dos Principais Gêneros Textuais.....................................................19 Resumo....................................................................................................25 Glossário..................................................................................................26 Questões de Concurso................................................................................27 Gabarito...................................................................................................69 Questões Comentadas................................................................................70 Bibliografia...............................................................................................93 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 4. 4 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS Características das Principais Tipologias Textuais Olá! Como foi a resolução dos exercícios da primeira aula? Espero que tenha sido proveitosa. Nesta segunda aula, definirei as principais tipologias textuais e os principais gêneros textuais. Darei destaque ao modo como a banca examinadora cobra esses dois assuntos, certo? Vamos ao conteúdo! Por tipologia textual (ou tipo textual), entende-se uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (ou seja, os aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). Isso quer dizer o se- guinte: a depender de como o texto se organiza informacional e linguisticamente, pode ser do tipo X ou do tipo Y. Na classificação de Pereira & Neves (2012), há seis tipos textuais: • narrativo; • descritivo; • expositivo; • argumentativo; • instrucional ou injuntivo; • dialogal. Vamos discutir cada um desses tipos, começando pela narração. Tipo Narrativo Na narração, há seres que participam de eventos em determinado tempo e espa- ço. Os participantes desses eventos são os personagens, os quais podem ser reais O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 5. 5 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br ou fictícios. O evento (uma espécie de ação) é denotado por verbos nocionais, como cantar, correr, beijar, nadar, ouvir etc. O tempo da narrativa é tipicamente o passado, mas pode ser o presente (a narração de um jogo de futebol) ou o futuro (obras pro- féticas, por exemplo). Em uma narrativa, o espaço pode ser físico (uma cidade, uma casa, uma escola) ou psicológico (mente do personagem ou do narrador). Quem conta a história é o narrador, que pode ser de primeira ou terceira pes- soa: o narrador em primeira pessoa participa das ações; o narrador em terceira pessoa não está diretamente envolvido nas ações, podendo ser observador (apenas relata os acontecimentos vistos a olhos nus) ou observador onisciente (aquele que tudo sabe, que tudo vê, inclusive os estados mentais das personagens). Linguisticamente, o tempo da narrativa é marcado pelas formas verbais (flexão de passado, presente, futuro) e por formas adverbiais (ontem, hoje etc.). O nar- rador é marcado pela flexão de número e pessoa do verbo (primeira ou terceira). Para você compreender melhor, vamos observar o trecho a seguir, o qual foi retirado da obra Mil e uma noites: Disse Sahrazad: conta-se, ó rei venturoso, de parecer bem orientado, que certo mercador vivia em próspera condição, com abundantes cabedais, dadivosos, proprie- tário de escravos e servos, de várias mulheres e filhos; em muitas terras ele investira, fazendo empréstimos ou contrariando dívidas. Em dada manhã, ele viajou para um des- ses países: montou um de seus animais, no qual pendurara um alforje com bolinhos e tâmaras que lhe serviriam como farnel, e partiu em viagem por dias e noites, e Deus já escrevera que ele chegaria bem e incólume à terra para onde rumava; [...]. (Mil e uma noites – volume I – ramo sírio) Nesse texto, observamos um narrador em terceira pessoa, o qual introduz a fala da personagem Sahrazad. Essa personagem, por sua vez, é também uma narra- dora em terceira pessoa (ela fala sobre o mercador). O texto envolve personagens (Sahrazad, rei, mercador etc.) que realizam ações em determinado tempo (passa- do) e espaço (um reino). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 6. 6 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Eu sei que você já leu outros livros. Tente puxar de memória uma narração que te marcou. Quais eram os personagens? Que ações desempenharam? Onde e quando aconteceram as ações? Ao responder a essas perguntas, você estará orga- nizando os elementos de uma narrativa. Os textos narrativos podem ser ficcionais ou não. Uma notícia, por exemplo, pode narrar um acontecimento, nesse caso, trata-se de um fato não ficcional. Discurso Direto e Discurso Indireto O narrador possui dois papéis na narrativa: • (i) apresentar as personagens (via descrição); e • (ii) trazer ao leitor as falas das personagens. Vamos analisar com mais cuidado a função (ii). O narrador pode trazer ao leitor as falas das personagens de duas maneiras: • ii.i) Diretamente, exatamente como a personagem falou: O Amanuense Belmiro disse ao colega: – Estou farto de tanta burocracia. • ii.ii) Indiretamente, “traduzindo” com suas próprias palavras o que o per- sonagem falou: • O Amanuense Belmiro disse ao colega que estava farto de tanta burocracia. Conseguiu perceber a diferença? No primeiro caso, há o chamado dis- curso direto. No segundo caso, há o discurso indireto. É simples diferen- ciar essa classificação: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 7. 7 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br • ii.i) Discurso direto: a fala da personagem é apresentada diretamente; • ii.ii) Discurso indireto: a fala da personagem é apresentada indiretamente As bancas examinadoras pedem a transposição discurso direto <-> discurso in- direto. Como você pode perceber, há uma diferença temporal nessa transposição: o discurso indireto registra que a fala da personagem ocorreu antes do momento da enunciação. Fique atento(a), viu? Tipo Descritivo Podemos agora falar da descrição, que pode ser objetiva ou subjetiva. Em uma descrição, apresentamos uma série de características de determinado ser/objeto/espaço, formando na memória do leitor/ouvinte a imagem do que está sendo descrito. Na descrição, essa apresentação de características é verbal (oral ou escrita). Linguisticamente, a descrição é tipicamente formada por predicações nominais (sujeito + verbo de ligação + predicativo) ou por adjetivação (substantivo + adjetivo (atributivo)). Como eu disse, a descrição pode ser objetiva ou subjetiva. Na descrição obje- tiva, o ser/objeto/espaço é descrito tal qual se apresenta ao mundo. Na descrição subjetiva, diferentemente, o ser/objeto/espaço é descrito a partir das impressões pessoais (subjetivas) de quem está realizando a caracterização. Vamos tentar dife- renciar essas duas formas de descrição. Imagine a seguinte situação: eu peço a um botânico para descrever um açaizei- ro. Muito provavelmente, a descrição será a seguinte: “o açaí é uma palmeira do gênero Euterpe que produz um fruto bacáceo de cor roxa”. Essa é uma descrição objetiva. Imagine agora que eu peça a alguém da região Norte que descreva um O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 8. 8 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br açaizeiro. É muito provável que a descrição envolva subjetividades do tipo: “o açai- zeiro é nossa árvore guardiã, protetora de nossos irmãos” (lembra-se da música do Djavan: “açaí, guardiã”, que traduz essa característica do açaizeiro como fonte de alimento e renda). Essa segunda descrição envolve, portanto, subjetividades (as impressões pessoais/regionais das características do açaizeiro). Observe a descrição a seguir, em que Tchekhov apresenta uma paisagem: Depois das propriedades dos camponeses, começava um barranco abrupto e es- carpado, que terminava no rio; aqui e ali, no meio da argila, afloravam pedras enormes. Pelo declive, perto das pedras e das valas escavadas pelos ceramistas, corriam trilhas sinuosas, entre verdadeiras montanhas de cacos de louça, ora pardos, ora vermelhos, e lá embaixo se estendia um prado vasto, plano, verde-claro, já ceifado, onde agora vagava o rebanho de camponeses. (Anton Tchekhov, O assassinato e outras histórias) Bom, espero que essa ilustração tenha ficado clara. Vamos agora à apresenta- ção dos tipos textuais dissertativo expositivo e dissertativo argumentativo. Tipos Dissertativo Expositivo e Dissertativo Argumentativo No tipo textual dissertativo expositivo, o autor do texto expõe/apresenta ideias, fatos, fenômenos. Por ser de caráter expositivo, não se busca convencer o leitor em relação ao ponto de vista – pressupõe-se, assim, que a dissertação expo- sitiva apenas apresenta a ideia, o fato ou o fenômeno. A dissertação expositiva é tipicamente em terceira pessoa (ou impessoal), uma vez que o autor discorre sobre algo. Em relação à exposição sem defesa de um ponto de vista, há a seguinte ilustração: pode-se discorrer (dissertar) sobre partidos políticos com absoluta isenção, apresentado os diversos partidos em totalidade, dando a eles a ideia exata, sem tentar convencer o meu leitor das qualidades ou falhas de partido A ou B. Não procuro, nesse caso, formar a opinião de meu leitor; ao contrário, deixo-o em inteira liberdade de se decidir por se filiar a determinado partido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 9. 9 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br No excerto a seguir, de Gilberto Amado (citado em Othon M. Garcia), observa- mos que o autor apenas mostra certas características do Brasil. Não há, em nenhu- ma parte do texto, recursos argumentativos que visam ao convencimento do leitor (característica da argumentação). Observe: No seu aspecto exterior, na sua constituição geográfica, o Brasil é um todo único. Não o separa nenhum lago interior, nenhum mar mediterrâneo. As montanhas que se erguem dentro dele, em vez de divisão, são fatores de unidade. Os seus rios prendem e aproximam as populações entre si, assim os que correm dentro do país como os que marcam fronteiras. Por sua produção e por seu comércio, é o Brasil um dos raros países que se bas- tam em si mesmos, que podem prover ao sustento e assegurar a existência de seus filhos. De norte a sul e de leste a oeste, os brasileiros falam a mesma língua quase sem variações dialetais. Nenhuma memória de outros idiomas subjacentes na sua formação perturba a unidade íntima da consciência do brasileiro na enunciação e na comunicação do seu pensamento e do seu sentimento. (Gilberto Amado, Três livros) Agora, observe como é o tipo textual dissertação argumentativa. Por ser mais complexa e mais recorrente em concursos públicos, detalharei mais esse tipo textual, certo? Seguirei os ensinamentos do professor Othon M. Garcia. No tipo textual dissertação argumentativa, diferentemente da dissertação expositiva, procuramos formar a opinião do leitor ou ouvinte, objetivando conven- cê-lo de que a razão (o discernimento, o bom senso, o juízo) está conosco, de que nós é que estamos de posse da verdade. Imagine a seguinte situação: eu sou filiado a determinado partido político. Se eu produzir um texto em que o objetivo seja demonstrar as vantagens, a conveniên- cia, a coerência, a qualidade, a verdade de meu partido (em oposição aos demais), estou argumentando. Em suma, argumentar é convencer ou tentar convencer me- diante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 10. 10 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br O texto a seguir, de autoria de Sérgio Buarque de Holanda, é um excelente exemplar de texto argumentativo. Perceba que o autor se posiciona em relação aos fatos e defende uma tese. Sérgio Buarque claramente procura convencer o leitor. O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição. A indistinção fundamental entre as duas formas é prejuízo romântico que teve os seus adeptos mais entusiastas durante o século décimo nono. De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituições descende- riam em linha reta, e por simples evolução da Família. A verdade, bem outra, é que pertencem a ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva, uma espiritualização de formas mais naturais e rudimentares, uma procissão das hipóstases, para falar como na filosofia alexandrina. A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida por uma transcendência. (Sérgio Buar- que de Holanda, Raízes do Brasil) A grande questão envolvendo a argumentação é sua consistência, sua fundamen- tação. Os estudos clássicos defendem que a argumentação é fundamentada em dois elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas. Vou expor, em mais detalhes, o segundo aspecto: a evidência das provas. Há cinco tipos mais comuns de evidência das provas: • os fatos; • os exemplos; • as ilustrações; • os dados estatísticos; • o testemunho. Vamos conhecer cada um em síntese: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 11. 11 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Os Fatos Os fatos constituem o elemento mais importante da argumentação. São capa- zes de provar, de convencer. Porém, é importante lembrar que nem todos os fatos são irrefutáveis. O valor de prova de certos fatos está sujeito à evolução da ciência, da técnica e dos próprios conceitos utilizados. Além disso, há casos em que fatos são distorcidos. Há fatos que são evidentes ou notórios: esses são os que mais provam. Afirmar que no Brasil há desigualdade social é um fato, por exemplo. Os Exemplos Os exemplos são caracterizados por revelar fatos típicos ou representativos de determinada situação. O fato de o motorista Fulano de Tal ter uma jornada de tra- balho de 12 horas diárias é um exemplo típico dos sacrifícios a que estão sujeitos esses profissionais, revelando uma das falhas do setor de transporte público. As Ilustrações A ilustração ocorre quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e entremeada de descrições. Observe que a ilustração é um recurso utilizado pela argumentação. Não deve, portanto, ser o centro da produção (a ilustração não deve ser predominante). Imagine um texto argumentativo que procura comprovar, por evidência, a falta de planejamento habitacional em algumas cidades serranas. Nessas cidades, há constru- ções irregulares próximas a encostas. Essas encostas ficam frágeis em épocas chuvo- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 12. 12 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br sas. É possível, assim, ilustrar essa situação com um caso hipotético ou real. No caso da ilustração hipotética, é necessário que haja verossimilhança e consistência no relato. Importante: o valor de prova da ilustração hipotético é muito relativo. Um caso real, o qual pode ser citado no texto-exemplo, é o da família do lavra- dor Francisco Edézio Lopes, de 46 anos. Edézio e seus familiares, moradores do dis- trito de Jamapará, em Sapucaia, no centro sul-fluminense, procuraram abrigo no carro durante o temporal e acabaram arrastados pela enxurrada. Todos morreram. Observe, mais uma vez, que a ilustração tem a função de ilustrar a tese e deve ser clara, objetiva, sintomática e obviamente relacionada com a proposição. Os Dados Estatísticos Os dados estatísticos também são fatos, mas possuem uma natureza mais es- pecífica e grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável. Quanto mais específico e completo for o dado, melhor. Além disso, é importante que haja fonte, pois, os dados não surgem natural- mente. Assim, afirmar que o índice de analfabetismo por raça no Brasil é de 14% para os negros e 6,1% para os brancos é diferente de afirmar que a Pesquisa Na- cional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Ge- ografia e Estatística (IBGE) em 2007, revela que índice de analfabetismo por raça no Brasil é de 14% para os negros e 6,1% para os brancos. A segunda proposição é mais convincente, pois há referência explícita à fonte. O Testemunho A evidência por testemunho é composta por uma afirmação fundamentada, por um depoimento, uma comprovação. É um fato trazido à composição por intermédio de terceiros. O testemunho por autoridade é um recurso que possui alto valor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 13. 13 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br de prova. Se, em minha produção, defendo que o sistema de transporte público no Brasil precisa de planejamento estratégico (longo prazo), posso trazer a voz (realizações, propostas, ideias) de uma autoridade no assunto. No caso do tema proposto (transporte público), posso citar as propostas de Jaime Lerner, arquiteto e urbanista brasileiro que propôs, na década de 70, a abertura de vias exclusivas para os ônibus urbanos na cidade de Curitiba-PR. Muito bem, fechamos a análise do tipo textual dissertação argumentativa. Agora podemos falar brevemente do tipo textual instrucional ou injuntivo e do tipo dialogal. Tipo Instrucional ou Injuntivo O tipo textual instrucional ou injuntivo é muito comum em nosso dia a dia. Se você já assistiu a algum programa de culinária, certamente teve contato com o tipo textual instrucional (ou injuntivo): o(a) apresentador(a) listou os ingredientes e deu orientações sobre como o preparo do prato deve ser feito. Ao dar orienta- ções, o(a) apresentador(a) ensinou o espectador a realizar uma tarefa. Essa é a propriedade básica desse tipo textual: ensinar/orientar/instruir o leitor/ouvinte/ espectador a realizar uma tarefa. As tarefas podem ser várias: usar um aparelho, jogar, cozinhar, tomar um remé- dio, consertar um objeto, conduzir um veículo etc. Os principais gêneros que se or- ganizam no tipo textual instrucional (ou injuntivo) são os seguintes: receita culinária, manual de instruções, bula de remédio, regras de jogo, roteiro de viagem, mapas. Linguisticamente, o tipo textual instrucional (ou injuntivo) organiza-se da seguinte forma: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 14. 14 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br PRIMEIRA PARTE: lista que denomina as partes que compõem o objeto, o apa- relho, os ingredientes de um prato etc. SEGUNDA PARTE: instruções a serem seguidas; essas instruções são apresen- tadas em verbos no imperativo ou no infinitivo. Atualmente, os gêneros que compõem o tipo textual instrucional (ou injuntivo) procuram utilizar uma linguagem objetiva, clara e didática. Isso porque, antiga- mente, muitos não conseguiam compreender o conteúdo do texto, não seguindo corretamente as orientações. Observe o exemplo a seguir, retirado do site www.tudogostoso.com.br: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 15. 15 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Agora vamos encerrar essa parte da nossa aula abordando o tipo textual dialogal. Tipo Dialogal Você já leu ou assistiu a uma entrevista, certo? Pois então, a entrevista é um gênero pertencente ao tipo textual dialogal, pois dois ou mais interlocutores (par- ticipantes do evento de comunicação) discutem algum assunto. A estrutura de um diálogo é relativamente simples: o interlocutor 1 interage verbalmente e, em seguida, o interlocutor 2 também interage. A interação do inter- locutor 2 pode ser espontânea ou induzida. Na interação espontânea, o interlocutor concorda, complementa ou discorda em relação ao que é dito pelo interlocutor 1. Na interação induzida, o interlocutor 2 responde a uma pergunta realizada pelo interlocutor 1. Nós realizamos diálogos constantemente em nosso dia a dia. A maioria deles é espontânea e informal. Os diálogos induzidos, por sua vez, são mais comuns em entrevistas (de emprego, jornalística etc.) e têm caráter mais formal. Vamos ver um exemplo de entrevista (diálogo induzido, formal): América Rebelde – Uma entrevista com Noam Chomsky EDIÇÃO – 1 LE MONDE DIPLOMATIQUE Por Daniel Mermet Agosto 8, 2007 Tão respeitado nos pequenos seminários acadêmicos quanto nas grandes reuniões do Fórum Social Mundial, Noam Chomsky é um dos mais importantes intelectuais da atualidade. Com 78 anos, esse professor do renomado MIT (o Instituto de Tecnologia de Massachusetts) tornou-se uma referência mundial, seja no domínio da linguística, sua área de especialização científica, seja nas fileiras da esquerda, seu campo de atuação política. Como linguista, Chomsky teve o nome internacionalmente projetado por sua teoria acerca dos princípios estruturais inatos da linguagem. Como político, tem-se des- tacado na crítica à globalização neoliberal e aos mecanismos de controle dos regimes totalitários e das sociedades ditas democráticas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 16. 16 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br De origem judaica (seu pai, professor em escola religiosa, foi um dos grandes eruditos da língua hebraica), não poupa críticas a Israel, pelo tratamento dado aos pa- lestinos e pela prática do que qualifica como “terrorismo de Estado”. Nascido em Fila- délfia (o berço da identidade nacional norte-americana), é um dos principais opositores da política imperialista dos Estados Unidos, em geral, e do governo George W. Bush, em particular. Intelectual engajado (que se define como “socialista libertário”), vem sendo tão radical na condenação do stalinismo quanto do nazismo. Sua independência intelec- tual tem-lhe valido pesados ataques, vindos de várias direções. Mas também lhe tem granjeado amplas simpatias e apoios. Nesta entrevista exclusiva a Le Monde Diplomatique, ele discorre extensamente sobre alguns dos temas mais relevantes do mundo contemporâneo (nota da edição brasileira). Diplomatique Comecemos pela questão da mídia. Na França, em maio de 2005, por ocasião do referendo sobre o Tratado da Constituição Europeia, a maioria dos meios de comunica- ção de massa era partidária do “sim”. No entanto, 55% dos franceses votaram “não”. O poder de manipulação da mídia não parece, portanto, absoluto. Esse voto dos cidadãos representaria um “não” também aos meios de comunicação? Chomsky O trabalho sobre a manipulação midiática ou a fábrica do consentimento, feito por mim e Edward Herman, não aborda a questão dos efeitos das mídias sobre o público1 . É um assunto complicado, mas as poucas pesquisas detalhadas sugerem que a influência das mídias é mais expressiva na parcela da população com maior escolaridade. A massa da opinião pública parece menos dependente do discurso dos meios de comunicação. Tomemos como exemplo a eventualidade de uma guerra contra o Irã: 75% dos nor- te-americanos acham que os Estados Unidos deveriam pôr fim às ameaças militares e privilegiar a busca de um acordo pela via diplomática. Pesquisas conduzidas por institu- tos ocidentais mostram que a opinião pública dos Estados Unidos e a do Irã convergem também sobre certos aspectos da questão nuclear: a esmagadora maioria das popu- lações dos dois países acha que a zona que se estende de Israel ao Irã deveria estar totalmente livre de artefatos nucleares, inclusive os que hoje estão nas mãos das tropas norte-americanas na região. Ora, para se encontrar esse tipo de opinião na mídia, é preciso procurar muito. Quanto aos principais partidos políticos norte-americanos, nenhum defende este ponto de vista. Se o Irã e os Estados Unidos fossem autênticas democracias, no seio das quais a maioria realmente determinasse as políticas públicas, o impasse atual sobre a questão nuclear estaria sem dúvida resolvido. Há outros casos parecidos. No que se refere, por exemplo, ao orçamento federal dos Estados Unidos, a maioria dos norte-americanos deseja uma redução das despesas militares e um aumento correspondente das despesas sociais, dos créditos depositados para as Nações Unidas, da ajuda humanitária e econômica internacional. Deseja tam- bém a anulação da redução de impostos que beneficia os mais ricos, decidida por Bush. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 17. 17 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Em todos esses aspectos, a política da Casa Branca é contrária aos anseios da opinião pública. Mas as pesquisas de opinião que revelam essa persistente oposição pú- blica raramente são publicadas pelas mídias. Resulta que não somente os cidadãos são descartados dos centros de decisão política, como também são mantidos na ignorância sobre o real estado da opinião pública. Existe uma preocupação internacional com o abissal deficit duplo dos Estados Unidos: o deficit comercial e o deficit orçamentário. Estes somente existem em estreita relação com um terceiro: o deficit democrático, que aumentar sem cessar, não somente nos Estados Unidos, mas em todo o mundo ocidental. Como você percebeu, há dois interlocutores no diálogo (entrevista) acima: o representante da revista Le Monde Diplomatique (Daniel Mermet) é o interlocutor 1 e o intelectual Noam Chomsky é o interlocutor 2. Os diálogos estão muito presentes em narrativas e em textos teatrais. A marca- ção do diálogo, nesses casos, é feita pelo travessão (─). “E em concursos, professor, como esse conteúdo é avaliado?” Não há muitas complicações, mas é preciso ficar atento a uma noção: Os textos são predominantemente de um tipo textual. Isso porque pode haver, em um mesmo texto, uma narração, uma descrição e uma argumentação. O que determina a predominância é a função do texto: se a função é argumentar (de- fender um ponto de vista) e, para isso, faz-se uso de uma narração, o texto será predominantemente argumentativo. 1. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Texto CB1A1BBB 1 O conceito de direitos humanos assenta em um bem conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 18. 18 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser 4 conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida 7 da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses 10 pressupostos são claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão 13 da universalidade dos direitos humanos se tornou tão acesamente debatida. Boaventura de Sousa Santos. Por uma concepção multicultural dos direitos humanos. Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações). Acerca do Texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se segue. O Texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua opinião a respeito do assunto tratado. Certo. Olha aí que interessante: a banca usa a mesma nomenclatura adotada em nossa aula. No texto em análise, o autor procura convencer o leitor em re- lação ao seu ponto de vista – e no parágrafo em destaque isso é feito por meio de um questionamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 19. 19 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 2. (FCC/TRT-6ª/TÉCNICO/2018) – Você pode entrar no ramo, disse-lhe. A frase acima está corretamente transposta para o discurso indireto em: Parte superior do formulário a) Disse-lhe “você pudera entrar no ramo”. b) Disse-lhe que você pode entrar no ramo. c) Disse-lhe que ele podia entrar no ramo. d) Disse-lhe: “ele pôde entrar no ramo”.   e) Disse-lhe: você poderá entrar no ramo. Letra c. Lembre-se: no discurso indireto, a fala da personagem é mediada pelo “narrador”. Nesse caso, como eu disse em nossa aula, há uma alteração na perspectiva tem- poral: a forma verbal “pode” passa a figurar no passado: “podia”. Além disso, o discurso indireto é marcado pela subordinação. Assim, a forma adequada na trans- posição do discurso indireto será: “Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.” Definição dos Principais Gêneros Textuais Se você concluiu o Ensino Médio após o ano 2000, certamente ouviu falar de gêneros textuais nas aulas de Língua Portuguesa. A proposta de ensinar o nosso idioma pela abordagem dos gêneros textuais é relativamente nova, mas a teoria que caracteriza os gêneros é mais antiga (início do século XX). Os gêneros textuais não são semelhantes aos tipos textuais. Os tipos textuais são estruturas linguísticas prototípicas, as quais possuem estabilidade interna. Os O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 20. 20 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br gêneros textuais partem das tipologias e estão mais ligados a situações concretas de comunicação. Por exemplo: um relato de viagem é um gênero textual que parte da tipologia narrativa (e descritiva). O relato de viagem é um gênero porque está vinculado a uma situação concreta de comunicação, o relato de uma viagem. Outro gênero narrativo é a crônica. Cada gênero textual é identificado (e classificado) a partir de aspectos básicos, como assunto, finalidade, perfil dos participantes, estrutura, suporte e estilo (for- mal, informal, técnico etc.). Veja na lista a seguir alguns gêneros textuais: • biografia; • bula de remédio; • carta; • carta do/ao leitor; • conto; • diário; • editorial; • e-mail; • fábula; • homilia; • notícia; • petição; • propaganda; • receita culinária; • recurso; • reportagem. Em concursos públicos, os gêneros textuais mais recorrentes são os de gran- de circulação, como editoriais, artigos de opinião, notícias, reportagens, crônicas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 21. 21 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br e contos. Veja as definições de cada um desses gêneros (os mais relevantes para concursos públicos): • Editorial: nesse gênero, discute-se uma questão, apresentando o ponto de vista do jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe. É um gênero pertencente ao tipo textual dissertativo argumentativo; • Artigo de opinião: nesse gênero, busca-se convencer o leitor em relação a uma determinada ideia. O autor do artigo de opinião não representa o ponto de vista do veículo que publica o texto. Esse também é um gênero pertencen- te ao tipo textual dissertativo argumentativo; • Notícia: nesse gênero, relata-se concisamente e objetivamente os fatos da realidade. Na notícia, encontramos as seguintes informações: o que, quem, quando, onde, como e por quê; • Reportagem: os livros didáticos de Língua Portuguesa caracterizam o gêne- ro reportagem como um texto jornalístico que trata de fatos de interesse pú- blico. A abordagem desses fatos é mais aprofundada em relação à abordagem observada no gênero notícia; • Crônica: a crônica é um texto literário breve, com trama quase sempre pou- co definida e motivos geralmente extraídos do cotidiano imediato. É um texto de natureza tipicamente narrativa; • Conto: narrativa breve e concisa. No conto, há um só conflito, uma única ação (com espaço geralmente limitado a um ambiente). Além disso, há uni- dade de tempo e número restrito de personagens. O conflito é quase sempre resolvido após o clímax. Veja bem, essas definições obviamente não contemplam todas as possibilidades de realização de cada um dos gêneros. Eu optei pelas definições simples e objeti- vas para facilitar o seu aprendizado. A questão a seguir, retirada de uma prova de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 22. 22 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br concurso, ilustra bem a abordagem dos gêneros textuais. Importante: ao longo da resolução das questões e dos comentários do gabarito, você terá contato com mui- tos exemplares de tipos e gêneros textuais. 3. (CESPE/TRF-1ª/ANALISTA/2017) Texto 4A1BBB 1 Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O 4 Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer 7 abstração. O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. 10 Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho 13 ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim 16 que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Antonio Prata. É uma crônica, companheira. Internet <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 23. 23 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do Texto 4A1BBB, julgue o item a seguir. O emprego de expressões coloquiais como “dar umas bandas” (l. 14) e “de leve” (l. 15) é adequado ao gênero em que se classifica o Texto. Certo. O texto é uma crônica. Uma das características desse gênero é a linguagem coloquial. 4. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia o futebol pelo rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava com a narração; às vezes, a estação sumia; sem mais nem menos, voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emocionante, repleto de lances espetaculares, que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir os melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela televisão. Isso é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica. Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o avanço tecnológico, principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa pra muita gente. Lembro que ainda engatinhava no plano do Direito e, se quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, tinha que fazer assinatura. Hoje, está tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu numa época em que não havia a internet tem condições de dimensionar o nível de transformação e de reprodução do conhecimento humano que ela representou... (Adaptado de: GEIA, Sergio. Então chegou a tecnologia... Disponível em: www.cronica- dodia.com.br) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 24. 24 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa. b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética. c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial. d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada. e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com linguagem formal. Letra c. A crônica é caracterizada por um relato (narrativo) referente a experiências coti- dianas. Esse gênero possui uma linguagem mais coloquial, exatamente como infor- mado pela opção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 25. 25 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br RESUMO Tipologias Textuais Narração  presença de: – eventos; – personagens; – narrador; – espaço; – tempo; – discurso: direto indireto. Descrição: – objetiva (descrição do objeto tal qual ele se apresenta); – subjetiva (impressões pessoais de quem descreve). Dissertação expositiva: apresentação de ideias, fatos, fenômenos, não ha- vendo defesa de ponto de vista. Dissertação argumentativa: há defesa de um ponto de vista. Para essa defe- sa, o autor faz uso de argumentos (sustentados pela evidência das provas). Instrucional ou injuntivo: dirige-se à segunda pessoa do discurso, ins- truindo ou orientando a realização de uma tare- fa; faz uso de estruturas verbais no infinitivo ou no imperativo. Dialogal: tipologia em que dois ou mais interlocutores interagem verbalmente. O diálogo pode ser espontâneo ou induzido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 26. 26 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br GLOSSÁRIO Baseado no dicionário Houaiss Eletrônico 2009. Argumentação: conjunto de ideias, fatos que constituem os argumentos que levam ao convencimento ou conclusão de (algo ou alguém); no desenvolvimento do discurso, corresponde aos recursos lógicos, como silogismos, paradoxos etc. geralmente acompanhados de exemplos, que induzem à aceitação de uma tese e à conclusão geral e final. Clímax: parte do enredo (de livro, filme, peça etc.) em que os acontecimentos centrais ganham o máximo de tensão, prenunciando o desfecho; ápice. Dialogal: exposto ou escrito em forma de diálogo. Injuntivo: que exprime uma ordem ao interlocutor para executar ou não uma determinada ação. Instrução: explicação (sobre o uso de algo ou para a realização de algo). Narração: exposição escrita ou oral de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos mais ou menos sequenciados. Narrador: entidade fictícia que, numa narrativa, possui a função de enunciar o discurso, sendo o protagonista da comunicação narrativa. Tempo: duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro; período contínuo no qual os eventos se sucedem. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 27. 27 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br QUESTÕES DE CONCURSO 1. (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018) Texto CB1A1BBB 1 São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima 4 tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em 1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti 7 em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram encontrados em locais com concentração de recipientes, 10 denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos 13 municípios e a realização de delimitações de foco, quando do encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos 16 imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mosquito 19 em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 28. 28 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 22 definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A 25 primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano) 28 apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. 31 Apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivo das incidências da dengue no município já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que 34 esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio 37 Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. Internet: <www revistas usp br> (com adaptações) Os vocábulos “mosquito” (l. 18) e “patógeno” (l. 39) têm o mesmo referente no Texto: “Aedes aegypti” (l. 6 e 11). (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Texto CB1A1CCC 1 As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 29. 29 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da 4 cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, por diversas 7 vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser companheiras de noites de insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no papel e compartilhar 10 a dor daquelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las. Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, 13 filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em comum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mulheres, 16 havia se transformado no pior dos mundos. Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam à minha frente, os relatos se transformavam em 19 desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter 22 sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido manter a família. Sempre a culpa. Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma 25 força externa como se somente nós, juízes, promotores e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 30. 30 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela 28 violência invisível. Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações). 2. No Texto, a palavra “prolatada” (l. 11) foi empregada como sinônimo de deferida. 3. O referente dos sujeitos de “chegavam” (l. 17), que está elíptico, é “os relatos” (l. 18). (CESPE/TCM-BA/SUPERIOR/2018) Texto 1A1BBB 1 Após meses de sofrimento e solidão chega o correio: esta corrente veio da Venezuela escrita por Salomão Fuais para correr mundo 4 faça vinte e quatro cópias e mande a amigos em lugares distantes: antes de nove dias terá surpresa, graças a Santo Antônio. 7 Tem vinte e quatro cópias, mas não tem amigos distantes, José Edouard, Exército venezuelano, esqueceu de distribuir cópias, perdeu o emprego. 10 Lupin Gobery incendiou cópia, casa pegou fogo, metade da família morreu. Mandar então a amigos em lugares próximos. 13 Também não tem amigos em lugares próximos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 31. 31 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Fecha a casa. Deitado na cama, espera surpresa. Rubem Fonseca. Corrente. In: Contos reunidos. São Paulo: Cia. das Letras, 1994, p. 324. A respeito dos aspectos estruturais e linguísticos do Texto 1A1BBB, julgue os itens. 4. Nos trechos “chega o correio” (l. 1), “Fecha a casa” (l. 14) e “espera surpresa” (l. 15), os elementos “correio”, “casa” e “surpresa” exercem a mesma função sintática. 5. A mensagem da corrente apresenta-se em forma de citação no interior do conto, da linha 2 à linha 11. 6. Nas linhas 12 e 13, é apresentada a conclusão da mensagem da corrente. 7. O Texto desenvolve-se, predominantemente, com base em relações de causa e consequência. 8. Na corrente predomina o uso de construções passivas para caracterizar os infor- túnios decorrentes do descumprimento da mensagem. 9. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) Neste final de semana, esta Folha publicou editorial criticando a proposta de ampliar a pena daqueles que assassinam mulheres por “razões de gênero”. O Texto alega que tal “populismo” jurídico seria uma extravagância, já que todas as circunstâncias agravantes que poderiam particularizar o homicídio contra mulheres (motivo fútil, crueldade, dificuldade de defesa) estariam contempla- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 32. 32 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br das pela legislação vigente. Neste sentido, criar a categoria jurídica “razões de gênero” de nada serviria, a não ser para quebrar o quadro universalista que deveria ser o fundamento da lei. Vladimir Safatle. Feminicídio. In: Folha de S.Paulo. mar./2015, p. A 2. Com referência às ideias do Texto precedente, julgue o próximo item. Trata-se de um Texto publicado no jornal para o qual o próprio autor escreve, ha- vendo indícios de que ele apresentará a tal Texto uma crítica. 10. (CESPE/ABIN/AGENTE/2018) Texto CB3A1AAA 1 A atividade de inteligência é o exercício de ações especializadas para a obtenção e análise de dados, produção de conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país. 4 Inteligência e contrainteligência são os dois ramos dessa atividade. A inteligência compreende ações de obtenção de dados associadas à análise para a compreensão desses dados. 7 A análise transforma os dados em cenário compreensível para o entendimento do passado, do presente e para a perspectiva de como tende a se configurar o futuro. Cabe à inteligência tratar 10 fundamentalmente da produção de conhecimentos com o objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar decisões de maneira mais fundamentada. A contrainteligência tem como 13 atribuições a produção de conhecimentos e a realização de ações voltadas à proteção de dados, conhecimentos, infraestruturas críticas – comunicações, transportes, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 33. 33 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 16 tecnologias de informação – e outros ativos sensíveis e sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. O trabalho desenvolvido pela contrainteligência tem foco na defesa 19 contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o vazamento de informações e o terrorismo, patrocinadas por instituições, grupos ou governos estrangeiros. Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). Julgue os itens seguintes, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do Texto CB3A1AAA. No Texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comuni- cativo de transmitir ao leitor um conjunto de informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo de inteligência. 11. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018) Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estru- tural nos ensina, já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sé- rias e que nelas se articula um sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento propriamente dito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente, investi- -los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra. Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pensamento. Se, em suma, deixássemos na som- bra seus aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma espécie de mito- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 34. 34 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br mania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo de sua gravidade: o seu humor. Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles desempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade. Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam. A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sem- pre sob o signo do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se ver- dadeiros momentos de distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa forma, sua existência. Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e ve- lhos; mas, quando eles têm vontade de rir realmente, pedem a algum velho versa- do no saber tradicional para contá-las mais uma vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria. (Adaptado de: CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo, Ubu, 2017) ... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... (3º parágrafo) Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a correção, está em: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 35. 35 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia, considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas também considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas consi- derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... 12. (FCC/TRF-5ª/TÉCNICO/2017) Numa visita ao Brasil, pouco depois de sair do Governo da Espanha, Felipe Gonzalez foi questionado sobre o que gostaria de ter feito e não conseguiu. Depois de pensar alguns minutos, disse lamentar que, apesar de avanços importantes em educação, os jovens ainda se formavam e queriam saber o que o Estado faria por eles. (COSTIN, Claudia. Disponível em: folha.uol.com.br) Transpondo-se para o discurso direto a fala atribuída a Felipe Gonzalez, obtêm-se as seguintes formas verbais: a) Lamento – formem – queiram b) Lamento – formem – querem c) Lamentei – formaram – queriam d) Lamentou – vão se formar – irão querer e) Lamento – tinham se formado – quiseram O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 36. 36 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 13. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Aplicativos para celular e outros avanços tecnológicos têm transformado as for- mas de ir e vir da população e podem ser grandes aliados na melhoria da mobili- dade urbana. Segundo a União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), simulações fei- tas nas capitais de países da União Europeia mostram que a combinação de trans- porte público de alta capacidade e o compartilhamento de carros e caronas poderia remover até 65 de cada 100 carros nos horários de pico. (Adaptado de: Aplicativos e tecnologia mudam a mobilidade urbana. Disponível em: http:// odia.ig.com.br) A forma verbal poderia, no segundo parágrafo, atribui à expressão remover até 65 de cada 100 carros nos horários de pico sentido: a) falacioso. b) factual. c) imperativo. d) conclusivo. e) conjectural. 14. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) COP-21 já foi. E agora, o que virá? O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o pro- blema do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 37. 37 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação média de temperatura acima de 2ºC. Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é preciso realizar muito mais – e melhor – do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria – segundo o Painel In- tergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU – a progressão rápida da temperatura acima dos 2°C. A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imagi- nar que a nossa atual dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se modifique no curto prazo? Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a climato- logista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo. Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostuma- do a emitir gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a ga- rotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 38. 38 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige ati- tude. Diária e obstinada. (Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustenta- vel/2.html) Uma palavra empregada com sentido exclusivamente figurado está sublinhada na seguinte passagem do texto: a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2ºC (2º parágrafo). b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (3º parágrafo) c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo) d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo) e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo) 15. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) Documentos sobre Shakespeare ‘vândalo’ são abertos ao público Em 1596, William Shakespeare e seus atores tiveram de deixar o teatro isa- belino The Theatre, localizado em Shoreditch, em Londres, até então o recanto da dramaturgia inglesa. O período de 21 anos de concessão do terreno ao ator e empresário James Burbage havia chegado ao fim, e o senhorio exigia as terras de volta. Desolados, Shakespeare e os homens de sua companhia, Lord Chamberlain’s Men, se uniram para roubar o teatro – tábua por tábua, prego por prego – e re- construí-lo em outro lugar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 39. 39 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br A história ocorrida em 28 de dezembro de 1598 não é inédita e consta em di- versas biografias de Shakespeare. Agora, contudo, chegou o momento de ouvir o outro lado da ação: a justiça. De acordo com a transcrição do processo judicial de 1601, Shakespeare, seus atores e amigos (incluindo Burbage) foram “violentos” em uma ação “desenfreada” que destruiu o The Theatre. O documento diz que o dramaturgo e seus cúmplices estavam armados com punhais, espadas e macha- dos, o que causou “grande distúrbio da paz” e deixou testemunhas “aterrorizadas”. Até então guardado em segurança pelo National Archive, o arquivo do Reino Unido, o documento é uma das peças que serão exibidas ao público no centro cul- tural londrino Somerset House, a partir de fevereiro de 2016, ano em que se com- pletam quatro séculos da morte do Bardo. (VIANA, Rodolfo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/ Acesso em 16/12/2015) No gênero notícia, verifica-se que a principal função da linguagem, segundo JAKOB- SON (1963), é a: a) conativa. b) emotiva. c) metalinguística. d) fática. e) referencial. 16. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal, explica que: “O emprego da língua efe- tua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 40. 40 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado particular é in- dividual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. Depreende-se do texto que, na caracterização de um gênero discursivo, deve-se considerar, principalmente, a) o emprego de recursos linguísticos específicos e a fixação dos enunciados orais e escritos. b) a ocorrência particular, específica, dependendo da esfera de comunicação a que pertencem os falantes. c) o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às finalida- des de cada campo de atividade humana. d) a irregularidade no emprego de enunciados orais e escritos em determinados campos de atividade verbal. e) os enunciados escritos que dão concretude à oralidade, dependendo da esfera de comunicação. 17. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) AquiÁfrica Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana – que compreende países ao sul do Deserto do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola – abordam em suas obras questões sobre imigração, xenofobia, sistemas de poder e tradições culturais. A mostra faz parte do projeto Art for the World, da curadora suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os direitos humanos em exposições de arte. Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho. Terça a sexta, 13h às 21h; sábado, domingo e feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro de 2016. (Exposições. Veja São Paulo. 30 dez. 2015, p. 62) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 41. 41 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Esse texto é: a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural. b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano. c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural. d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato. e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária. 18. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) A maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, só começou a mon- tar seu sistema escolar quando em muitas outras nações do mundo já existiam universidades bem estruturadas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e 1980 começou na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas claramente ainda nos falta a percep- ção moderna de que esse é um fator estratégico para o avanço. Se buscamos uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo, deve se voltar para a escola. (TORO, Bernardo. Veja, 18 nov. 2015, p.17) Em relação aos modos de organização textual, esse texto apresenta, em sequência, a: a) descrição e a narração observadas na recuperação histórica de fatos, em formas verbais do pretérito; a argumentação, apoiada em argumentos de autoridade, em formas verbais do presente. b) descrição de acontecimentos do passado, por meio de relato histórico, em for- mas verbais do presente; a narração, responsável pela apreciação do autor, em formas verbais do pretérito. c) narração, em formas verbais do pretérito, fundamentada na descrição de acon- tecimentos históricos, situados no tempo presente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 42. 42 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br d) argumentação, no pretérito, sobre acontecimentos históricos; a descrição e a narração de argumentos e de pontos de vista, em formas verbais do presente. e) narração de fatos historicamente situados, em formas verbais do pretérito; a argumentação, observada nas opiniões emitidas em formas verbais do presente. 19. (FCC/SABESP/AGENTE/2018) Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade O escritor francês Júlio Verne é considerado por muitos o pai da ficção científica. Suas obras influenciaram gerações e inspiraram filmes e séries de TV. Há quase cem filmes baseados em mais de 30 livros assinados por ele. Júlio Verne nasceu na cidade de Nantes em fevereiro de 1828. Sua verdadeira paixão eram as viagens, que na época eram feitas principalmente de navio. Aos 11 anos, ele fugiu de casa para se tornar marinheiro. Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo – e depois quem apanhou foi o pequeno Verne. Reza a len- da que ele teria jurado não voltar a viajar, a não ser em sua imaginação e fantasia. Um dos fatos que mais chamam a atenção em suas obras são as previsões feitas pelo escritor que se concretizaram séculos depois. Por exemplo, oitenta anos antes dos noticiários televisivos surgirem, Júlio Verne descreveu a alternativa para os jornais: “Em vez de ser impresso, o ‘Crônicas da Terra’ seria falado, teria assinan- tes e partiria de conversas interessantes dos repórteres e cientistas que contariam as notícias do dia”. Ele também imaginou o “fonotelefoto”, que seria usado pelos repórteres para registrar e transmitir sons e imagens. (Adaptado de: MARASCIULO, Marilia. Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com) Considere a frase do texto: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 43. 43 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo – e depois quem apa- nhou foi o pequeno Verne. Os vocábulos apanhar, na primeira e na segunda ocorrência, são usados, respec- tivamente, com os sentidos de: a) compreender; contrair uma doença. b) segurar com força; recolher com as mãos. c) levar uma pancada; ser derrotado. d) alcançar; levar uma surra. e) encontrar; apossar-se de bem alheio. 20. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Ho- landa, uma equipe de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, concluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consis- te, ao que é tido como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma mulher de cultura. Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no es- trito senso da palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do ho- mem comum ou a falta de gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 44. 44 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tan- to para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje isto, amanhã algo mais. Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à cul- tura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas. (Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Al- berto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2013, p. 6-7.) A palavra unívoro (3º parágrafo) remete: a) ao grupo que se caracteriza por apreciar um tipo específico e uniforme de pro- dutos culturais. b) aos apreciadores da cultura que se definem pelo conhecimento erudito e pelo gosto diversificado. c) aos indivíduos que nutrem simpatia tanto por produções eruditas quanto por populares. d) à elite cujo gosto pela arte se caracteriza pelo ecletismo e pelo respeito à diver- sidade de expressão. e) àqueles com conhecimento insuficiente para reconhecer os diferentes estilos de produção artística. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 45. 45 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018) Texto CB1A1AAA 1 Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a cidade das explosões. Na verdade, não há semana em que os jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. 4 A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando 7 uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, 10 convinha que se averiguassem bem as causas das explosões, se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e 13 creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados positivos. Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas 16 a dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido essa a explicação para uma série de acidentes bastante dolorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem esquecer 19 também o do Aquidabã. Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, grande quantidade dessas pólvoras. 22 Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que explodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 46. 46 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 25 em constante perigo. Creio que o governo não é assim um negociante ganancioso que vende gêneros que possam trazer a destruição 28 de vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições. Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915 Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações) Com relação às ideias do Texto CB1A1AAA, que data de janeiro de 1915, julgue os itens a seguir. 21. Infere-se do Texto que seu autor concorda com a ideia de que a cidade do Rio de Janeiro, à época, assemelhava-se a um vasto paiol. 22. Conforme o Texto, o governo vendia a particulares todo o excedente de explo- sivos não utilizados. 23. Conclui-se do Texto que as autoridades do estado do Rio de Janeiro eximiam- -se de investigar as causas das explosões que ocorriam no estado. (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018) Texto CB1A1BBB 1 São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 47. 47 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 4 tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em 1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti 7 em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram encontrados em locais com concentração de recipientes, 10 denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos 13 municípios e a realização de delimitações de foco, quando do encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos 16 imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mosquito 19 em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi 22 definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A 25 primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano) 28 apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 48. 48 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. 31 Apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivo das incidências da dengue no município já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que 34 esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio 37 Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. Internet: <www revistas usp br> (com adaptações) Com relação às ideias do Texto CB1A1BBB, julgue os itens que se seguem. 24. Segundo o Texto, realizava-se a delimitação de foco, medida de prevenção à reprodução do Aedes aegypti, no caso de serem identificados os pontos estratégi- cos de ocorrência do mosquito em São José do Rio Preto. 25. De 1991 a 2015, houve um aumento progressivo de casos de dengue no muni- cípio de São José do Rio Preto, devido à resistência do mosquito Aedes aegypti às medidas implantadas para seu controle. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Texto CB1A1AAA 1 No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade (dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 49. 49 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 4 reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais 7 dignas ou menos dignas. Frise-se que foi a partir das formulações de Cícero que a compreensão de dignidade ficou desvinculada da posição 10 social. O filósofo conferiu à dignidade da pessoa humana um sentido mais amplo ligado à natureza humana: todos estão sujeitos às mesmas leis da natureza, que proíbem que uns 13 prejudiquem aos outros. No círculo de pensamento jusnaturalista dos séculos XVII e XVIII, a concepção da dignidade da pessoa humana 16 passa por um procedimento de racionalização e secularização, mantendo-se, porém, a noção básica da igualdade de todos os homens em dignidade e liberdade. Nesse período, destaca-se a 19 concepção de Emmanuel Kant de que a autonomia ética do ser humano é o fundamento da dignidade do homem. Incensurável é a permanência da concepção kantiana no sentido de que a 22 dignidade da pessoa humana repudia toda e qualquer espécie de coisificação e instrumentalização do ser humano. Antonio da Rocha Lourenço Neto. Direito e humanismo: visão filosófica, literária e histórica. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, p.148-9 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do Texto CB1A1AAA, julgue os próximos itens. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 50. 50 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 26. Conclui-se do Texto, especialmente pelo emprego de “Incensurável” (l. 20), que seu autor considera correto o posicionamento de Kant sobre a dignidade humana. 27. No primeiro parágrafo, os parênteses foram empregados para isolar palavras cuja função é explicar o sentido do elemento que imediatamente lhes antecede. 28. Seria mantida a coerência do Texto se o trecho “a partir das” (l. 8) fosse substituído ou por com base nas ou por desde as, embora essas duas expressões tenham sentidos distintos. 29. Seria mantido o sentido do Texto caso o trecho “que proíbem que uns prejudi- quem aos outros” (l. 12 e 13) fosse reescrito da seguinte forma: o que impossibilita que uns e outros se prejudiquem. 30. No terceiro parágrafo, com o emprego de “porém” (l. 17), o autor expressa uma oposição entre a ideia de “racionalização e secularização” (l. 16) do conceito de dignidade humana e a manutenção da “igualdade de todos os homens em dig- nidade e liberdade” (l. 17 e 18). (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Texto CB1A1BBB 1 O conceito de direitos humanos assenta em um bem conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser 4 conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 51. 51 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida 7 da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses 10 pressupostos são claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão 13 da universalidade dos direitos humanos se tornou tão acesamente debatida. Boaventura de Sousa Santos. Por uma concepção multicultural dos direitos humanos. Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações). Acerca do Texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue os itens que se seguem. 31. Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do Texto, o último período poderia ser reescrito da seguinte forma: Considerando esses pressupostos como obviamente ligados a noção ocidental de dignidade humana, que se diferencia das de outras culturas, a pergunta a ser feita é: porque a universalidade dos direitos humanos é uma questão que tornou-se tão inflamadamente debatida? (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Texto CB1A1CCC 1 As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da 4 cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 52. 52 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, por diversas 7 vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser companheiras de noites de insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no papel e compartilhar 10 a dor daquelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las. Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, 13 filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em comum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mulheres, 16 havia se transformado no pior dos mundos. Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam à minha frente, os relatos se transformavam em 19 desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter 22 sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido manter a família. Sempre a culpa. Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma 25 força externa como se somente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela 28 violência invisível. Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 53. 53 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br Com base no Texto CB1A1CCC, escrito por uma juíza acerca de casos de violência doméstica, julgue os itens a seguir. 32. Infere-se do primeiro parágrafo que, para a autora, escrever foi uma espécie de processo terapêutico. 33. No terceiro parágrafo, fica clara a importância da linguagem nas audiências ju- diciais, momento em que as vítimas têm a oportunidade de desabafar, e os juízes, como a autora do Texto, de lhes explicar o trâmite da ação. (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR/2018) Texto 1A10AAA 1 A justiça tributária está em debate. O Brasil possui um sistema tributário altamente regressivo: quem ganha até dois salários mínimos paga 49% dos seus rendimentos 4 em tributos, enquanto quem ganha acima de trinta salários mínimos paga apenas 26%. Isso ocorre porque, na comparação internacional, se tributa excessivamente o consumo, e não 7 o patrimônio e a renda. A má distribuição tributária e de renda restringe o potencial econômico e social do país. Cabe ao Estado induzir 10 uma política distributiva conforme a qual quem ganha mais pague proporcionalmente mais do que quem ganha menos e a maior parcela do orçamento seja destinada para 13 as necessidades básicas da população. A justiça tributária ocorre com a redução da carga tributária e da regressividade dos tributos e com sua O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 54. 54 de 93 TEXTO Tipologia e Gêneros Textuais Prof. Bruno Pilastre www.grancursosonline.com.br 16 eliminação da cesta básica. A redução da carga tributária permite maior competitividade para as empresas, geração de empregos, diminuição da inflação e indução do 19 crescimento econômico. Com a redução da carga tributária sobre o consumo, todos ganham: a população de baixa e média renda, 22 pela melhora no seu poder aquisitivo; a de maior renda, pelo desenvolvimento econômico e social, que gera ganhos econômicos e financeiros, novas oportunidades e expansão 25 da oferta de empregos. Por outro lado, a substituição dos tributos indiretos, que atingem o fluxo econômico, por tributos que incidam 28 sobre o estoque da riqueza tem o mérito de criar maior desenvolvimento econômico, pois gera mais consumo, produção e lucros que compensam a tributação sobre a riqueza. 31 O desenvolvimento econômico amplia a arrecadação pública, proporcionando maiores recursos para investimentos em políticas sociais e em infraestrutura, além de gerar 34 maior atratividade para os investimentos nas empresas. Amir Kjair. Le monde diplomatique Brasil. 12.ª ed. Internet: <https://diplomatique.org.br> (com adaptações). 34. Na opinião do autor do Texto 1A10AAA, a carga tributária brasileira deveria ser menos regressiva. 35. No Texto 1A10AAA, o autor defende a ideia de que o desenvolvimento econô- mico é relacionado à distribuição tributária. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.