2. HABILIDADE: (EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos
expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da
ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as
possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico de língua.
OBJETIVOS DE ARPENDIZAGEM: (GO-EMLP06A) Empregar os recursos linguísticos
de coesão (preposições, conjunções, pronomes, advérbios), analisando textos de
diferentes gêneros discursivos para permitir a produção crítica de relações lógico-
discursivas em vários tipos de possibilidades textuais.
(GO-EMLP06B) Analisar as funções da linguagem como recursos expressivos da
língua, considerando as diversas situações textuais para conhecer as
intencionalidades comunicativas.
OBJETOS DE CONHECIMENTO: Argumentação. Vozes do discurso. Gêneros
discursivos (poemas, contos, crônicas, tiras, charges, diários, propagandas,
classificados, receitas, reportagens). Modalização.
5. IMPESSOALIZAÇÃO
► Dica 1: Generalizar o sujeito, colocando-o no plural
► Dica 2: Ocultar o agente
► Dica 3: Opte por um agente inanimado
► Dica 4: Uso gramatical do sujeito indeterminado
► Dica 5: Uso da voz passiva
6. As vozes de um texto
Todo texto traz a voz daquele que enuncia, que fala, mesmo quando
sua presença não está textualmente marcada por um “Na minha
opinião”, “Para mim”, “Eu acho que”. As escolhas lexicais (verbos,
substantivos, adjetivos) e a organização textual já dão indícios da
caracterização, da formação e da opinião do enunciador. É por isso
que se pode escrever um texto dissertativo em terceira pessoa, como
se a tese defendida fosse uma verdade universal.
7. Há sempre um “eu” por trás de qualquer discurso, mas, além dele, podem ser
evocadas diversas vozes, que trarão seus próprios discursos: a de outros autores,
a de outras culturas, a do senso comum. Isso ocorre quando o(a) autor(a) dá a
palavra a outros enunciadores por concordar ou discordar de seus discursos.
Visto que o “eu” está sempre pressuposto, é necessário identificar a introdução
da voz do outro. A melhor forma (ou talvez a mais segura) de marcar essa
presença alheia é pelo discurso direto, em que se faz uso de aspas, recuo
(citações de mais de 3 linhas em textos científicos), travessão (em textos
narrativos), etc.
9. No entanto, o discurso indireto também pode ser explorado
por meio de expressões como “o autor afirma que”, “segundo
a pesquisadora”, “conforme a pesquisa”… Nesses casos, pode-
se atribuir a voz ativa a quem foi citado (pelo nome ou por
uma identificação – autor, pesquisadora) ou ao objeto
produzido (o livro, o artigo, a pesquisa). Pode-se, ainda, usar a
voz passiva: “Foi discutido neste trabalho”.
10. “O príncipe disse que não.
Completou dizendo que procurava
amigos. E questionou o que quer
dizer cativar. A raposa respondeu
que é uma coisa muito esquecida e
que significa criar laços...”
https://static.portugues.com.br/conteudo/images/no-dialogo-acima-disse-um-verbo-dicendi-5ab50750d0ff0.jpg
11. Do mesmo modo que o texto narrativo marca seus personagens e suas
respectivas falas, o texto dissertativo deve marcar as vozes dos(das)
autores(autoras) e seus discursos. Caso você não faça distinção entre o
conteúdo produzido por você e o conteúdo produzido por outros autores(as),
é muito provável que seu trabalho seja acusado de plágio. Os programas
antiplágio sabem diferenciar as citações e suas devidas referências (feitas de
acordo com a ABNT) das cópias. Tome cuidado!
Enquanto produtor(a) de textos, o(a) autor(a) deve se preocupar com essa
delimitação de quem está falando e em quais momentos. O(a) leitor(a), por
sua vez, não tem obrigação de adivinhar de quem é aquela voz. Ele(a)
necessita de marcas que o(a) ajudem nessa interpretação.
13. Tipos de discurso
Dentre os canais que constituem o ato da comunicação, figura-se o
discurso. Ele é o meio pelo qual se transmite uma ideia, se expõe uma
opinião, quer na fala ou na escrita.
Dessa forma, em se tratando do texto narrativo, todo o desenrolar dos
fatos, em consonância com a ação dos personagens, está condicionado
ao propósito do narrador em materializá-lo por meio de uma
mensagem discursiva. Tal registro se dá de formas distintas,
caracterizando-se de forma direta e indireta ou, em alguns casos,
ocorre a fusão de ambas.
14. Discurso direto
A produção se dá de forma integral, na qual os diálogos são
retratados sem a interferência do narrador. Trata-se de uma
transcrição fiel da fala dos personagens, que, para introduzi-las, o
narrador utiliza-se de alguns sinais de pontuação, aliados ao
emprego de alguns verbos de elocução, tais como: dizer, perguntar,
responder, indagar, exclamar, ordenar, entre outros.
15. A título de exemplificação, apoiemo-nos no seguinte exemplo:
“Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha vida
avisada malícia. E imediatamente, para meu príncipe:
- Há três anos que não te vejo Jacinto... Como tem sido possível,
neste Paris que é um aldeola, e que tu atravancas?”
Queirós, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo: Hedra, 2006
16. Discurso indireto
O mesmo ocorre quando o narrador, ao invés de retratar as
falas de forma direta, as reproduz mediante o atributo de
suas próprias palavras, colocando-se na condição de
intermediário frente à ocorrência.
17. Discurso direto Discurso indireto
Uso da primeira pessoa do discurso Terceira pessoa
Verbo no presente do indicativo
Emprego do pretérito imperfeito do
indicativo
Verbo no pretérito perfeito Pretérito mais que perfeito
Futuro do presente Futuro do pretérito
Modo imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo
Adjuntos adverbiais: aqui, cá, aí Adjuntos adverbiais: ali, lá
Ontem O dia anterior
Amanhã O dia seguinte
18. Discurso indireto livre
Como anteriormente mencionado, nesta modalidade, as formas direta e indireta fundem-se
por meio de um processo em que o narrador insere discretamente a fala ou os pensamentos
do personagem em sua fala. Embora ele não participe da história, instala-se dentro de suas
personagens, confundindo sua voz com a delas.
Observemos um fragmento extraído do romance Madame Bovary, do escritor francês
Gustave Flaubert, publicado em 1857:
“Olhava-a, abria-a e chegava mesmo a aspirar-lhe o perfume do forro, misto de verbena e
de fumo. A quem pertenceria?... Ao Visconde. Era talvez presente da amante.”
23. O AQUECIMENTO CLIMÁTICO AMEAÇA AS GELEIRAS DO HIMALAIA
Por Julien Bouissou
O aquecimento climático está acelerando o derretimento das geleiras do Himalaia. Quarenta e
nove postos de observação do clima, espalhados pela cadeia montanhosa, registraram desde
meados dos anos 1970 um aumento da temperatura média de 1,2 °C, ou seja, o dobro do
aumento que havia sido registrado anteriormente, ao longo de um período equivalente, nesta
latitude.
As geleiras que encobrem o Himalaia, numa superfície de 32.000 quilômetros quadrados, são as
vítimas principais do aquecimento. Todas elas estão no processo de desaparecer, cada uma
seguindo o seu próprio ritmo. A geleira Gangotri, um local de peregrinação hindu, cuja extensão é
de 26 quilômetros, e que alimenta o Ganges, está diminuindo 23 metros por ano. Aquela de Bara
Shigri, uma das geleiras mais importantes da Índia, está recuando 36 metros por ano. [...]
O aquecimento das temperaturas não se limita apenas a provocar o derretimento das geleiras. Ele
encurta os períodos durante os quais estas últimas se formam. “Por causa da ocorrência cada vez
mais tardia do inverno, os flocos de neve não mais dispõem do tempo necessário para se
transformarem em gelo”, explica Syed lqbal Hasnain, um especialista indiano em geologia.
(http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde. Consulta em 25/05/2007.)
24. 1. Assinale a alternativa que apresenta o objetivo dessa notícia.
a) Evidenciar um fenômeno ocorrido no Himalaia por meio de
fotografias que registram a diminuição das geleiras.
b) Registrar um fato decorrente do derretimento das geleiras do
Himalaia, que poderá provocar a vazão dos mares naquela região.
c) Mostrar resultados de um estudo, comprovando que os recursos
hídricos provêm do derretimento das geleiras.
d) Alertar para o aquecimento global e suas consequências, o que
poderá causar repercussões em várias partes do mundo.
e) Conferir os estragos causados pelo aquecimento global, sugerindo
soluções para o problema.
25. 2. Em relação ao termo “ou seja” pode-se afirmar que seu significado:
a) nega o que foi apresentado anteriormente, indicando uma não contradição no
decorrer do texto.
b) marca uma relação de retificação, distorcendo o enunciado anterior.
c) estabelece a progressão textual, ampliando o conteúdo semântico do
enunciado.
d) delimita a relação entre os enunciados do texto, ocasionando uma redução de
sentido à informação posterior.
e) introduz um argumento que produz efeitos de sentidos contrários, alterando a
informação anterior.
26. 3. No fragmento “Por causa da ocorrência cada vez mais tardia do inverno, os
flocos de neve não mais dispõem do tempo necessário para se transformarem
em gelo” (l. 18-21), as aspas são usadas para:
a) explicar, por meio do discurso direto, a preocupação da autora em relação ao
derretimento das geleiras.
b) destacar, de forma indireta, a explicação do especialista indiano sobre o
fenômeno do derretimento das geleiras.
c) acentuar, por meio do discurso indireto livre, que o aquecimento das
temperaturas provoca a tardia formação de gelo.
d) reproduzir o discurso do outro, de forma indireta, sobre o que pode ocorrer
devido à tardia chegada do inverno tio Himalaia.
e) citar o discurso alheio, de forma direta, reproduzindo literalmente a fala do
especialista em geologia.
27. 4. Observe a Piada que segue e julgue V ou F:
A aula de Juquinha
Na aula sobre conjunções, a professora pede ao menino que exemplifique a
diferença entre “portanto” e “entretanto”.
Ele pensa um pouco, lembra-se do que aprendeu e começa:
- Todo mundo me conhece onde moro, portanto deveria ser chamado de
Juquinha. Entretanto, como aperto os botões do elevador quando desço e
quando subo, sou conhecido como “sacana do décimo andar”.
(F) O emprego das pessoas do discurso, ora na 2ª ora na 3ª prejudica o efeito
humorístico da piada.
(V) O efeito humorístico está apenas na fala de Juquinha.
(V) Quando, na piada encontramos “Ele pensa um pouco, lembra-se do que aprendeu e
começa:” os dois pontos (:) servem, nesse caso, marcam que vai se iniciar uma fala.
(V) As conjunções empregadas na fala do personagem, podem, respectivamente ser
substituídas por Logo e Contudo.
A sequência CORRETA é:
a) VFVF b) FVVV c) FFVV d) FVFV e) FVVF
28. 5. Observe o texto que segue: O ovo e a galinha
Dois cientistas (chamemos-los Dr. Trurl e Dr. Klapaucius) estão discutindo uma questão
fundamental para a Ciência: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Não é uma
questão tão ociosa quanto parece à primeira vista. Para além de seu teor biológico ela
envolve uma profunda carga misteriosa que o caro leitor, espero, irá descortinando aos
poucos. Diz Trurl: “Tenho o palpite, caro colega, de que a galinha surge primeiro. Ovos
são postos por elas.(...) Klapaucius discorda: (...) A seguir teu argumento, teríamos que
supor a existência de uma galinha surgida do nada(...) (Bráulio Tavares, Jornal da Paraíba)
Do texto acima, pode-se concluir que:
a) Há no texto três discursos explícitos, e todos defendem a mesma tese.
b) O argumento utilizado pelo Dr Trurl, para defender sua ideia, foi convincente a
ponto de acabar com a discussão em pauta.
c) Em nenhum momento o autor coloca seu posicionamento no texto, deixando a
discussão entre os doutores fluir a sós.
d) O argumento utilizado por Klapaucius desconstrói a tese de Trurl. Não ajuda o
leitor, entretanto, a se posicionar sobre a discussão.
e) Não há pistas linguísticas no texto que comprove a divergência de opiniões entre
Trurl e Klapaucius.
29. 6. Observe a imagem abaixo e assinale a única alternativa FALSA:
a) A ausência de sinais de pontuação
prejudica o leitor em diferenciar que
tipo de discurso esse texto é criado.
b) A palavra fogo está em sentido
figurado.
c) A comunicação é caracterizada por
perguntas diretas.
d) O texto é composto por discursos
diretos.
e) Não precisa de sinais de pontuação
neste texto para indicar que as falas são
diretas.
30. 7. Sobre discurso e tipos de discursos marque a única alternativa FALSA:
a) Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais.
Sendo assim, todo discurso é uma prática social.
b) Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o
discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre.
c) Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que
ocorre normalmente em diálogos.
d) Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das
personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa.
e) Em: “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a
respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
momento em que esteve quase... quase!” é um exemplo de discurso indireto.