O documento discute três modos fundamentais de construção de texto: descrição, narração e dissertação. A descrição envolve a apresentação verbal de objetos ou sentimentos com detalhes. A narração é a forma de contar histórias em uma linha temporal com personagens e acontecimentos. Ambos os modos utilizam figuras de linguagem. A dissertação analisa e defende ideias de forma argumentativa.
2. Na comunicação cotidiana, utilizamos maneiras
diferentes de expressar nossos pensamentos, nossos
desejos, nossos sentimentos, nossas opiniões, nosso
conhecimento, nossa criatividade. Há momentos em que
discutimos sobre algum assunto da atualidade; há outros
em que contamos o que aconteceu durante o dia : em
outros, caracterizamos determinado local ou pessoa.
3. No texto escrito, também existem
diferentes arranjos para a construção do
sentido. São os três modos fundamentais
que orientam a prática redacional: a
descrisção , a narração e a dissertação-
três formas diversas de escrever, que
colocam em jogo diferentes habilidades
textuais.
4. Descrição:
De acordo com Othon Garcia,
É a apresentação verbal de um objeto,
que pode ser coisa, paisagem, e até um
sentimento.
5. O texto descritivo explora os detalhes da coisa
descrita e acentua as qualidades do observador,
do escritor, uma vez que, para provocar efeitos
visuais ou sensoriais no leitor, quem redige deve
ser capaz de perceber, de imaginar seu objeto
de descrição em múltiplos por menores antes
de compartilhar o quadro por meio de palavras.
6. Principais características da descrição:
Figurativa: os elementos apresentados devem ter referência concreta, capazes de promover a
percepção imagética sensorial daquilo que é descrito.
Simultaneidade: a descrição realiza um congelamento temporal; não relata mudanças de
situação, mas sim propriedade dos objetos descritos. Como em uma fotografia, o texto descritivo
fornece um olhar congelado da cena, como se o tempo, naquele momento parasse.
Predomínio de atributos: adjetivos e qualificativos em geral constroem uma imagem da coisa
descrita, sua identidade e sua singularidade.
Uso preferencial dos verbos de ligação: por realizar um recorte temporal , a descrição é feita
principalmente por verbos de ligação ou que apontam estado(ser, estar, permanecer, ficar
etc.)em detrimento aos verbos de ação.
Emprego freqüente de comparações, metáforas e outras figuras de linguagem: como estratégias
descritivas, é comum a utilização de recursos lingüísticos que forneçam subsídios à imaginação
do leitor.
7. Há que se observar, ainda, que existem dois modos
diferentes de descrever: o narrador pode privilegiar, em
certos momentos, informações mais objetivas, mais
físicas, em sua descrição; ou, por outro lado, pode
enfatizar informações mais subjetivas, carregadas de
impressão ou emotividade, acerca da matéria da
descrição.
No primeiro caso, temos a descrição realista ou objetiva:
no segundo, a descrição impressionista ou subjetiva.
8. DESCRIÇÃO E JORNALISMO
No discurso jornalístico, a descrição é
comum, principalmente nas editorias ou
nas publicações voltadas ao turismo, ou
nos textos de publicações especializadas
que requerem apresentações de produtos
ou ambientes.
9. NARAÇÃO
A habilidade de contar histórias, sem dúvida, participa
da cultura humana de forma intrínseca, decisiva. Para
Walter Beijamin:
A narração instituiu a tradição que transmite o
acontecido de geração a geração. E é na narração que
se situa grande parte da nossa capacidade
comunicacional.
Como modalidade redacional, identificamos a narração
como forma de texto no qual contamos um ou mais
fatos, que acontecem em determinados tempos e
espaço e envolvem personagens, estes considerados
agentes da narração.
10. Principais características textuais da narração
Ênfase factual: é em torno do fato ou de um conjunto de
acontecimentos que se ordena o texto narrativo.
Progressão temporal: os fatos se organizam em uma linha temporal
(antes, durante e depois); há transformações mudanças.
Figuratividade: assim como na descrição , predominam os
elementos concretos na composição do texto.
Predomínio dos verbos de ação: são os verbos que traduzem
movimento, mudança de situação, opostos aos verbos de ligação
ou estado.
Presença de personagens, tempo e espaço: a ação está sempre
vinculada a determinados agentes da narrativa e acontece em
determinado tempo e espaço( orientação factual-temporal-
espacial).
11. ENREDO
Trama ou intriga na verdade é a história propriamente dita, conjunto das
ações apresentadas, movidas pelo conflito que alimenta a narrativa.
O enredo compreende quatro fases progressivas:
Apresentação: ocorre a identificação de alguns personagens e do contexto
ou seja, referencias de tempo e espaço em que época e em que lugar a
história vai acontecer.
Complicação: inaugura-se a trama propriamente dita, o encadeamento de
ações, o conflito.
Clímax: é o momento: de maior tensão de uma história e o marco de que a
partir desse ponto o relato caminha para seu fim.
Desfecho:é a resolução dos conflitos.
12. ELEMENTOS DA NARRATIVA
Além do enredo ou da trama da narrativa, consideram-se elementos estruturais:
Personagens: exercem as ações previstas na integra. Podem ser identificadas
quanto ao papel: protagonistas (centrais ), antagonistas (opõem-se aos protagonistas
) e secundárias; e quanto a caracterização: planas possuem traços fixos; redondas
apresentam maior complexidades- são personagens que podem surpreender o leitor
e sofrer mudanças de perfil no decorrer da trama.
Espaço: lugar em que acontecem as ações.
Tempo: pode ser cronológico, quando predomina o sentido progressivo das ações
começo, meio e fim, ou psicológico, quando o foco da narrativa não está no
ordenamento das ações a partir de uma linha do tempo, mas sim a partir do fluxo de
consciência dos personagens.
Foco narrativo: é representado pela figura do narrador que, como entidade ficcional,
não deve ser confundido com o autor. O narrador pode ser apresentado em primeira
pessoa narrador personagem- ou em terceira pessoa- narrador observador.