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DOSSIER
Qualidade
Pneus pesados
ECONOMIA
RODAS
Evento
incontornável
no setor dos pneus
Jeep Renegade
1.6 Multijet Limited
Os segredos do novo Michelin
GOODYEAR BH03 E TRIPLE TUBE
ENTREVISTA
Luis Hernández
Diretor Comercial e Marketing Kumho Tyre
sobre
NOVIDADES
TÉCNICA
REPORTAGEM
MUNDO AUTOMÓVEL
Um produz energia,
o outro faz a gestão do ar
CrossClimate
Consumo Estabilidade Resistência
Nº31
abril‘15
Capa 31.indd 1 13/04/15 12:56
10 | Revista dos PNEUS abril 2015
Pneus PesadosDossier
Divididos pelas classificações direcionais, de tração e de reboque e
distribuídos pelos tipos de utilização regional, longo curso, on/off-road,
off-road, inverno, autocarros e autocarros de longo curso, os pneus pesados
põem a economia a correr sobre rodas. Como seria o transporte de pessoas
e bens sem eles?
Economia
sobre rodas
Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores
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10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 10 10/04/15 12:34
www.revistadospneus.com | 11
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
N
ão há forma de contornar a ques-
tão. O mercado de pneus pesados e
a economia nacional estão ligados
como um rodado está ao eixo de um
veículo. Um não funciona sem o outro. Basta
ver que é nos pneus pesados que assentam
(literalmente) os transportes de bens e servi-
ços do país. Estamos perante um setor que já
atingiu a maturidade. Divididos pelas classi-
ficações direcionais, de tração e de reboque e
distribuídos pelos tipos de utilização regional,
longo curso, on/off-road, off-road, inverno,
autocarros e autocarros de longo curso, os
pneus pesados têm um volume considerá-
vel no panorama nacional. No ano passado,
foram vendidas 176.607 unidades, das quais
72,7% foram respeitantes a marcas premium
(128.368) e 27,3% a segundas marcas (48.239).
Por comparação, em Espanha, o domínio das
marcas premium foi superior. Das 831.345 uni-
dades comercializadas em 2014, 75,3% foram
asseguradas por marcas premium (625.737),
contra 24,7% de segundas marcas (205.608).
Tendência que ganha peso...
w MERCADO DISPERSO
Ludgero Pinheiro, gestor de produto da Brid-
gestone, considera que o mercado nacional de
pneus pesados se pauta“por uma certa disper-
são de micro e pequenas empresas – que já
foram bastante mais importantes em termos
relativos do que atualmente – e algumas médias
e grandes empresas”. Segundo avança, “uma
parte considerável das frotas compra os pneus
a agentes (retalhistas) e tem os seus próprios
serviços de manutenção”, como sejam, por
exemplo, a montagem e a desmontagem. “Os
contratos quilométricos, feitos diretamente com
as marcas ou com os agentes mais capacitados,
representam ainda uma pequena parte do ne-
gócio, se bem que no setor dos transportes de
passageiros, represente uma parte significativa
(Carris, STCP, GrupoTransdev, e parte do Grupo
Barraqueiro)”, adianta. Por outro lado, sustenta
Ludgero Pinheiro, “Portugal é um dos países
em que o setor das recauchutagens está mais
desenvolvido, sinal de que as frotas portuguesas
procuram maximizar a vida útil dos pneus, de
modo a minimizarem os custos”, diz.
Já a Dispnal, pela voz de Rui Chorado, refere
que “a nível geral, grande parte das empresas
opta por comprar através de renting”, de modo a
controlar os custos. Segundo o diretor comercial
da Dispnal, importa ter em consideração que
os “pneus económicos” terão de ter “alguma
qualidade”, na medida em que“existem imensas
marcas no mercado”, afirma.
10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 11 10/04/15 12:35
12 | Revista dos PNEUS abril 2015
Pneus PesadosDossier
w DINAMISMO LIGEIRO
Não é muito distinta a visão de Carlos
Oliveira. O diretor comercial CVT da Conti-
nental Pneus Portugal descreve o setor dos
pneus pesados como“extremamente dinâ-
mico”. Na sua perspetiva, porém,“trata-se
de um mercado pequeno e concentrado,
quer no que se refere ao número de es-
pecialistas disponíveis, quer em relação
às frotas a operar em Portugal”.
Carlos Oliveira recorre aos dados da
ETRMA, entre 2010 e 2012, para apro-
fundar a sua análise. Segundo recorda,
verificou-se uma“queda de cerca de 25%,
fruto da grave crise económica que o país,
a Europa e o mundo atravessam. Em 2013,
o mercado teve uma recuperação ligeira,
na ordem dos 5%. Em 2014, houve uma
tendência de ligeiro crescimento na or-
dem dos 4%”, afirma. Para 2015?“Prevê-se
que a tendência de crescimento ligeiro se
mantenha, não sendo expectável que o
mercado atinja nos próximos anos valores
como os verificados em 2010”, sublinha.
O diretor comercial CVT da Continental
Pneus Portugal acredita que o“presente e
/////////////////////////////////////
w w A nova geração de pneus para autocarros
urbanosdaBridgestonechama-seU-AP001e
superaoR192empraticamentetodososaspe-
tos:maiordurabilidade,melhortravagemem
piso molhado, melhor performance na neve,
maior índice de carga, maior resistência ao
desgaste irregular, maior capacidade de res-
sulcagem e excelente recauchutabilidade. Só
vantagens, portanto. Disponível nas medidas
275/70R22.5 e 245/70R19.5, ostenta as classi-
ficaçõesDeBparaconsumodecombustívele
aderência em piso molhado, respetivamente.
Com um índice de ruído de 73 dB, o novo
U-AP 001 segue o novo e prático sistema de
nomesdaBridgestone.Concebidaparatornar
osnomesdospneusmaisclaroseevidentes, a
wwAContinentaldispõedeumanovalinhade
produtosdestinadaaotransporteregional,que
consideraseramaisadequadaàscaracterísticas
donossomercado:agamaContiHybrid.Cujo
compromisso consiste na obtenção da melhor
performance quilométrica sem comprometer
o consumo eficiente de combustível. Foi para
responder aos desafios colocados diariamente
pela condução em estradas regionais, no trá-
fegourbanoe,também,emautoestrada,quea
marca alemã desenvolveu a nova gama Con-
tiHybrid, que será mais polivalente e que foi
desenvolvida com recurso à tecnologia mais
eficiente,atendendoàsnecessidadesdosconsu-
midores: consumo de combustível, robustez e
w w A Gripen Wheels Iberia comercializa as
marcas Triangle e Doublestar, sendo que, nos
paísesdaEscandinávia,tambémdisponibiliza
amarcaAeolus.Concebidoparaserinstalado
quer no eixo de direção quer no reboque, o
Doublestar DSR118 cumpre as exigências
dos autocarros e camiões. Este pneu, proje-
tado para percursos de cidade e autoestrada,
tem na boa capacidade de escoamento da
água uma das suas características. A elevada
durabilidade e a baixa acumulação de calor
sãooutrasmais-valiasdestemodelo.Comum
nívelderuídode76dB,oDoublestarDSR118
ostenta as classificações C e E no que respeita
ao consumo de combustível e aderência em
BRIDGESTONE U-AP 001
Premium para autocarros urbanos
CONTINENTAL CONTIHYBRID HT3
Substituto do mítico HTR2
nova lógica de nomes reflete os dois aspetos
mais importantes da utilização correta de
pneus: o tipo de superfície (U para urbano) e
deeixo(APparatodasasposições).Estepneu
premiumvemaoencontrodosdesafiosqueas
frotas de transportes urbanos de passageiros
enfrentam atualmente. Trata-se de um pneu
robusto, com maior capacidade de carga do
queoseuantecessorequepermitetransportar
maior peso.
quilómetrospercorridos.Oresultadotraduz-se
numaelevadaquilometragemcombinadacom
um excelente comportamento em termos de
condução em piso molhado e travagem, man-
tendo uma baixa resistência ao rolamento. O
destaque desta nova gama vai para o pneu de
reboqueContiHybridHT3,quesubstituirá,no
próximo Verão, o mítico HTR2, cujas perfor-
mances são unanimemente reconhecidas no
mercado como líder no segmento.
piso molhado, respetivamente. A velocidade
máximaàpressãolimitedeinsuflaçãocifra-se
nos110km/h,aquecorrespondeosímbolode
velocidade K. Este pneu radial de Verão está
disponível com jantes de 22.5 e destina-se a
cumprirosrequisitosdosveículospesadosde
transportedemercadorias.ADoublestarcon-
siste numa marca chinesa já com largos anos
de experiência em matéria de pneus pesados,
agrícolas e OTR, tendo feito a sua incursão,
também, na competição.
DOUBLESTAR DSR118
Eixo de direção e reboque
o futuro” do mercado passa pela capaci-
dade de “especialização de cada um dos
players” e pela “capacidade que estes
têm e terão não apenas de responder às
inúmeras solicitações dos seus parceiros,
mas, também, de “antecipar as suas ne-
cessidades e de colocar à sua disposição
ferramentas e equipamentos que lhes per-
mitam fazer uma gestão eficaz e eficiente
da sua frota”, refere.
Mas a realidade demostra que as próprias
necessidades das frotas evoluíram “e os
players deixaram de ser meros fornecedo-
res de pneus para passarem a ser parceiros
que disponibilizam soluções integradas
com um forte impacto na gestão da frota.
A Continental está confortável no lugar
cimeiro e pioneiro na disponibilização de
soluções integradas que se adequam às
10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 12 10/04/15 15:36
14 | Revista dos PNEUS abril 2015
Dossier
necessidades específicas de cada um
dos seus clientes”, sublinha Carlos Oliveira.
Jorge Sousa, diretor-geral da Garland
Pneus, também descreve como "muito
competitivo" o mercado de pneus pe-
sados em Portugal. Nomedamente nos
segmentos "premium, quality e budget".
Uma rivalidade que, na sua opinião, se es-
tende ainda aos "preços" e ao "marketing,
comunicação e desenvolvimento de novos
produtos", adianta o responsável.
Por seu turno, Andrés A. Castro España,
product manager daYokohama, encontra
no último ano uma forte aposta de“todos”
os fabricantes e distribuidores em “des-
contos encobertos no preço dos pneus,
graças ao uso de cartões de combustível,
pagamentos por transferências bancárias”,
entre outras soluções criativas. Para 2015,
a receita, na opinião do responsável da
Yokohama, deverá ser idêntica. “Existem
sempre ameaças no setor. As potenciais
dívidas ou faltas de pagamento das frotas
profissionais do setor. A crise fez muitos
danos”, afirma. Mas também criou“opor-
tunidades”, admite. Exemplos?“Prestar às
frotas globais um melhor serviço, sempre
Uma (simples) questão de critério
A escolha do pneu certo
w w O momento de um cliente e/ou empresa
escolher o pneu pesado adequado a si ou à
suafrotaéextremamentedelicadopelomuito
que representa em termos de investimento –
e retorno, sobretudo, em termos de durabi-
lidade. Para tal, é preciso ter bem presentes
osseuscritérios.Dasuaexperiência,Ludgero
Pinheiro, gestor de produto da Bridgestone,
contaqueocritériomaiscomum“éaavaliação
docustoporquilómetrodopneu,nãoapenas
naprimeiravidadopneu,mastambémtendo
em consideração a segunda vida (recauchu-
tagem) e, em alguns casos, uma eventual ter-
ceira vida (segunda recauchutagem)”. Existe,
contudo, outro critério “mais restrito”. Qual?
“O da poupança de combustível, embora este
fator seja de difícil comprovação. Por último,
ainda há quem se fie pelo critério do menor
custodeaquisição,nãotendoemconsideração
queopneupodeserbaratonafaturaecarono
quilómetro”, alerta.
ParaCarlosOliveira,diretorcomercialCVTda
Continental Pneus Portugal, a “garantia de se-
gurançacontinuaaserumcritériofundamental
na opção por um determinado produto. Mas,
no caso das frotas, o desempenho dos pneus –
sobretudo na performance quilométrica e na
poupança do combustível – tem um impacto
fulcralnosresultadosdaempresa”.Destaforma,
acrescenta o responsável, “podemos enume-
rar dois critérios fundamentais subjacentes à
escolha dos pneus: a segurança e a poupança
gerada. Essa poupança é conseguida não só
pela correta utilização do pneu, mas, também,
pela capacidade que o produto demostra em
ter vários ciclos de vida (recauchutagem). A
Continentaltemcomocompromissodemarca
LODC (Lowest Overall Driving Cost), assente
em três itens essenciais: segurança, economia
e ambiente”, diz Carlos Oliveira, orgulhoso de
a marca “disponibilizar as melhores soluções
para os seus clientes, sejam eles especialistas
de pneus ou gestores de frotas, quer no que se
refereapneusnovosquernassoluçõesdepneus
recauchutados.Queremosassumir-noscomoo
fornecedor de soluções privilegiado por todos
os parceiros de negócio”.
Para Jorge Sousa, diretor-geral da Garland
Pneus, "o custo/rentabilidade, segurança, con-
forto,programasdeassistênciaemviagemeum
bom serviço de apoio à frota" são condições
para a tomada de decisão de um cliente.
Fatores de seleção
Na opinião de Rui Chorado, diretor comer-
cial da Dispnal, a escolha de pneus pesados é
“influenciada pelo preço”, ainda que acredite
que existem vários fatores que podem dese-
quilibrar a balança a favor de um ou de outro
pneu.“Nocasodospneusdelongocurso”,por
exemplo, temos a “quilometragem (durabili-
dade) e o baixo custo de combustível”. A rela-
çãoquilómetro/custo“fazcomquesevendam
asmarcasdeprimeiralinha,poisoseucustoé
Pneus Pesados
///////////////////////////////////
altamenterentabilizadopeladurabilidadedo
pneu”.Ereforça:“nãopodemosnegarque,em
algumas situações, as primeiras marcas são
substituídasdevidoaobaixopreçopraticado
pelas outras marcas”.
Andrés A. Castro España, product manager
daYokohamaesclarecequeoscondutoresde
pesados fazem as suas escolhas dependendo
do tipo de serviço ou aplicação. “Por exem-
plo, em longa distância/nacional valoriza-se
a durabilidade da superfície de rodagem,
consumo de combustível, não ter desgaste
irregular, o preço e a qualidade do piso para
os recauchutados. No caso da aplicação ur-
bana, impera a qualidade de construção do
piso(pordanos,cortes,impactos),avidaútil
dasuperfíciederodagem,aaderênciaempiso
molhadoeseco,opreçoeaqualidadedopiso
paraosrecauchutados”,afirma.Cadaclientea
sua sentença. “Finalmente, na aplicação On-
-Off, o preço, a qualidade de construção do
piso, a vida útil da superfície de rodagem, a
qualidade do piso para os recauchutados e
a aderência em piso molhado e seco são os
fatores que falam mais alto”.
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www.revistadospneus.com | 15
PUB
A aderência em piso
molhado, um dos
indicadores que consta na
etiqueta dos pneus, deve
merecer especial atenção
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com os nossos parceiros ou clientes. A
Yokohama trabalha sempre em conjunto
com os profissionais do setor, sendo esta
a chave do sucesso”.
w UTILIZAÇÃO PROFISSIONAL
Luís Martins, general market manager da
Gripen Wheels Iberia, por seu lado, consi-
dera não existirem muitas diferenças entre
o mercado nacional de pneus pesados e
o europeu.“É um mercado maduro e com
uma oferta diversa e completa. Estamos
perante um mercado que centra a sua
lógica num produto de utilização profis-
sional. Assim sendo, podemos analisar o
mesmo focados em duas lógicas distintas.
Se, por um lado, os gestores dos postos
de assistência e venda de pneus pesados
buscam otimizar o binómio qualidade
do produto/serviço versus margem de
comercialização das respetivas marcas, o
cliente-utilizador (frota) procura o produto
com o custo quilométrico mais económico
para a sua frota. Os diferentes fabricantes
procuram afinar as marcas e os produtos a
esta realidade, tentando não descurar
10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 15 10/04/15 12:35
16 | Revista dos PNEUS abril 2015
as questões da rentabilidade”, explica.
Para Luís Martins, atualmente, “a in-
dústria disponibiliza diversas soluções,
com estratégias de produto, distribuição,
preço e promoção distintas”. Ou seja, “o
mercado oferece ao utilizador pneus novos
de marcas premium, quality e budget (nos
últimos anos até já surgiram os‘híbridos
Upper-Budget’), oferecendo ainda pneus
reconstruídos (a frio, a quente, integrais),
pneus vendidos ao quilómetro”, entre ou-
tros. De acordo com o responsável da Gri-
penWheels Iberia,“cabe aos gestores dos
postos de assistência e venda de pneus
pesados fazerem as suas opções de oferta
de marcas, de acordo com a sua estraté-
gia de oferta de produto/rentabilidade
do seu negócio e aos gestores das frotas
basearem as suas escolhas em função dos
resultados (custo quilométrico, tempos de
imobilização, tipos de utilização)”.
Segundo acrescenta Luís Martins, a Gri-
penWheels Iberia procura sempre“ofere-
cer as marcas mais rentáveis do mercado
aos seus clientes, com os mais elevados pa-
drões de qualidade do serviço pós-venda”.
Dossier
///////////////////////////////////////
w w Das três marcas de pneus pesados co-
mercializadas pela Alves Bandeira (Fulda,
Torque e Zeetex), um modelo há que se des-
taca dos demais: o Ecotoon 2 da Fulda. Um
pneu de reboque que se destina a aplicações
regionais e de longo curso. Disponível na
medida 385/65R22,5 o Ecotonn 2 consiste
num piso recente que representa um passo
em frente comparativamente ao modelo an-
tecessor,satisfazendoasexigênciasprincipais
do cliente: preço, rentabilidade e qualidade.
Com um nível de ruído de 70 dB, este pneu
exibe as classificações B no que diz respeito
a consumo de combustível e aderência em
piso molhado. A nova construção de invó-
wwSãoosdoispneusdaLinglongqueaDisp-
nal, o representante da marca chinesa em
Portugal, destaca. A Linglong conta com uma
vastagamademedidas,dispondonasuaoferta
pneus para todo o tipo de veículos pesados,
desde trajetos regionais até percursos fora de
estrada, passando por autoestrada. Enquanto
que o LTL812 dispõe de piso direcional, o
LDL831 propõe piso de tração. Mas vamos
porpartes.Indicadoparaserinstaladonoeixo
direcional, ainda que possa ser aplicado, tam-
bém,noreboque,oLTL812foiconcebidopara
percursosdecurtaelongadistância.Paraalém
deserumpneurecauchutável,apresentacomo
principaisargumentosaelevadadurabilidade,
a baixa resistência ao rolamento e o reduzido
w w É o pneu pesado da Yokohama que me-
rece destaque pela qualidade que oferece.
Responde pelo nome de 106ZS e destina-se a
operações de longo curso e regionais. Conce-
bido para eixo de direção, está disponível nas
medidas 385/55R22.5 e 385/65R22.5. Como
vantagens, este pneu anuncia um composto
de piso recém-desenvolvido com recurso à
tecnologia “Zenvironment”, que proporciona
maior quilometragem e melhora a economia
decombustível,graçasaummaisprofundode-
sign do piso. Também os novos compostos do
invólucro, uma vez mais usando a tecnologia
“Zenvironment”,afirmaprolongaravidaútilda
carcaçaparamulti-recauchutados.Jáodesenho
FULDA ECOTONN 2
Preço, rentabilidade e qualidade
LINGLONG LTL812 E LDL831
Da China, em dose dupla
lucro, adotada para reduzir a acumulação de
caloreproporcionarmaiordurabilidade,éum
dosseusex-líbris.Tratando-sedeumpneude
Verãoconcebidoparautilizaçãoemestrada,o
Ecotonn2cumpreosmaiselevadosrequisitos
em matéria de transporte de mercadorias. A
Fulda foi fundada no ano de 1900, na cidade
alemãcomomesmonome,pelosempresários
Gustav Becker e Moritz Hasenclever. No ano
seguinte, a empresa começou a fabricar uma
vasta gama de produtos de borracha.
consumodecombustível.JáoLDL831,trata-se
de um pneu com piso de tração que apresenta
um design projetado para assegurar boa mo-
tricidade e aderência superior em piso seco e
molhado.Paraalémderecauchutável,anuncia
uma maior durabilidade devido à elevada re-
sistência ao desgaste. Tanto o LTL812 como o
LDL831estãodisponíveiscomumavastagama
demedidas,respondendo,assim,àsexigências
do mercado.
SC-SIPE(Stress-WearSipeControl)minimiza
odesgastedesigualnosombros.Ostentandoas
classificaçõesCeEnoquerespeitaaoconsumo
de combustível e aderência em piso molhado,
respetivamente, o Yokohama 106ZS reclama
um nível de ruído de 70 dB. Visualmente,
destaca-se pelo design do piso dotado de seis
nervurascomranhurasretas.Ostrêssulcoson-
duladoseosquatroejetoresdepedrasãooutras
características deste pneu pesado.
YOKOHAMA 106ZS
Tecnologia“Zenvironment”
Pneus Pesados
Os pneus pesados
dividem-se em vários
tipos de aplicação e
servem para muitos fins
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www.revistadospneus.com | 17
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Algo que reconhece como “vital”no seg-
mento profissional, mas que não permite
descurar minimamente a “qualidade e a
rentabilidade”dos produtos.
w TÉCNICO E PARTICULAR
“Muito técnico e particular”. É desta
forma que Paulo Santos, diretor comercial
da Alves Bandeira, começa por caraterizar
o mercado nacional de pneus pesados,
no qual, “os principais clientes (frotas/
revendedores) sentem, cada vez mais, a
necessidade de um acompanhamento e
confiança da parte do fornecedor, onde o
rosto do técnico/comercial ganha maior
importância”. De acordo com Paulo San-
tos, neste segmento,“os grandes distribui-
dores tornam-se mais flexíveis do que as
companhias, tendo em conta as próprias
exigências do mercado”. Não esconde que
a crise económica influenciou e muito o
negócio, registando que, neste contexto,
as marcas quality“ganharam terreno”face
às premium. E dá um exemplo concreto
da Alves Bandeira.“A marca‘Fulda Truck’,
da qual somos distribuidores oficiais para
Portugal e onde estamos a obter excelen-
tes resultados. Os nossos clientes estão
bastante entusiasmados pela sua perfor-
mance, nomeadamente em termos de
preço, rentabilidade e qualidade”, assegura.
w AMEAÇAS E OPORTUNIDADES
Apesar da maturidade do mercado na-
cional de pneus pesados, já aqui aludida,
ainda subsistem muitas ameaças com que
este se confronta diariamente. Ludgero Pi-
nheiro, gestor de produto da Bridgestone,
destaca a“dimensão do mercado”como o
maior risco, apesar de este ter diminuído
“significativamente” com a crise econó-
mica.“A maior oportunidade”, sublinha este
responsável, “são as oportunidades cada
vez mais sofisticadas das frotas, que fazem
com que apenas as marcas e os agentes
mais profissionais tenham condições para
singrar no mercado”, garante, não hesi-
tando em colocar a rede de agentesTruck
Point”entre os “vencedores”.
Como grande ameaça do setor, Jorge
Sousa, da Garland Pneus, destaca o bi-
nómio "qualidade/segurança muito du-
vidoso" na comercialização dos pneus.
E a competição baseada apenas "no
preço". Mas, por outro lado, diz, "a reali-
dade macroeconómica aponta para uma
recuperação de Portugal, também na área
industrial, que impulsionará o setor dos
transportes rodoviários e consequente-
mente no negócio dos pneus pesados". Por
isso, Jorge Sousa acredita que, "após vários
anos de quedas nas vendas", o mercado
"irá aumentar nos próximos anos".
Já Carlos Oliveira, diretor comercial CVT
daContinentalPneusPortugal,elegecomo
maior ameaça aos especialistas do setor o
“afastamento” que estes evidenciam em
relação a uma marca de referência, capaz
de acrescentar valor a todo o processo de
venda. Esta proximidade“é a única forma
que terão para responder de uma maneira
eficaz às necessidades de um mercado que
tem sofrido alterações muito significativas
nos últimos anos”, afirma. No seu enten-
der, a grande mais-valia das empresas a
operar neste mercado reside, portanto, na
“capacidade, no imediato, de fornecerem
e validarem informação estratégica para
10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 17 10/04/15 12:35
18 | Revista dos PNEUS abril 2015
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Dossier Pneus Pesados
wwAPrimewell,produzidapelaGITITire,tem
vindo a introduzir novos produtos. Como o
pneu direcional PSR 125 e o regional de re-
boque PTR 721. Dentro em breve, apresen-
tará novos pisos e alargará as referências em
comercialização. O mais recente pneu de re-
boque para uso internacional responde pelo
nome de PTL 719. Disponível, para já, nas
medidas 385/65R22.5 e 385/55R22.5, a curto
prazochegarãooutras.Dotadodepisodenova
geração, com novo desenho do sulco e ombro
extralargo, assegura boa proteção na zona do
ombro e um desgaste muito regular.
AfórmuladocompostodoPrimewellPTL719,
que,emPortugal,érepresentadopelaGarland,
foi concebida para uso em longa distância e
combina um reduzido consumo de combustí-
velcomumelevadopotencialquilométrico.O
desenhootimizadodopisoproporcionaníveis
deruídomuitobaixosparapneusdebaselarga,
ao passo que a proteção adicional da parede
lateralsuperiortemointuitodereduzirdanos.
Refira-se que a Garland também comercializa
asmarcasContinentaleUniroyalnosegmento
de pneus pesados.
PRIMEWELL PTL 719
Piso de nova geração
as frotas. Quem não estiver munido de
ferramentas capazes de dar respostas em
tempo real não vai conseguir impor-se
neste mercado. E este report não pode
conter só dados referentes ao momento”.
Significa isto que,“quando uma frota optar
por um determinado produto, terá à sua
disposição ferramentas e tecnologias que
lhe permita saber o que acontecerá com
um determinado produto/veículo nos pró-
ximos meses e qual será o seu impacto na
gestão global da empresa”, refere. O dire-
tor comercial CVT da Continental Pneus
Portugal também encontra no horizonte
do setor desafios estimulantes.“Só vai so-
breviver quem tiver capacidade de acom-
panhar e antecipar as necessidades das
frotas e, desta forma, acrescentar valor ao
serviço prestado. A qualidade do produto
continua a ser muito importante na relação
comercial”, esclarece. Além do produto, na
sua opinião, as empresas procuram parcei-
ros que possam oferecer a melhor solução
no binómio“produto/serviço-informação”.
Carlos Oliveira sublinha ainda que a“ma-
nutenção preventiva”é determinante no
negócio das frotas. “A monitorização em
tempo real e a capacidade de antecipação
das necessidades terão aqui um papel fun-
damental no estabelecimento de relações
comerciais duradouras e serão o fiel no
prato da balança, decisivo na opção por
um player em detrimento de outro”.
Rui Chorado, da Dispnal, não vislumbra
diferençasentreosperigosdestesetorcom
outros.“Passa pela diversidade de marcas
que existe, bem como pelos preços pra-
ticados. Podemos ainda considerar uma
ameaça a situação de estagnação em que
se encontra o setor dos transportes”. Mas,
ao mesmo tempo, vê na“disponibilidade
imediata de stock, bem como possuir uma
gama de pneus pesados completa”, uma
oportunidade de crescer neste mercado.
w MUDANÇA DE PARADIGMA
Entre as maiores dores de cabeça do
mercado, Luís Martins aponta o dedo à
“evolução dos índices de atividade eco-
nómica” do mercado nacional, conjunta-
mente com os“complementares fluxos de
importações e exportações”, algo que, na
suainterpretação,“influenciadeformaclara
o desenvolvimento do mercado dos pneus
pesados”. O responsável da GripenWheels
Iberiaadiantaaindaqueas“recentesevolu-
ções das situações económicas dos nossos
parceiros comerciais, como Angola, po-
derão ter impacto num futuro próximo. A
entrada no nosso país de operadores de
outros países e a entrada em Portugal de
pneus oriundos de diferentes países e lo-
calizações geográficas são, também, um
elemento perturbador e gerador de ruído
nefasto”, avisa. No entanto, o maior de to-
dos os perigos que enfrentam os players
do mercado assenta na “mudança de pa-
radigma estratégico a que temos assistido
nos últimos anos (e meses), por parte de
alguns fabricantes. Relembro: temos, já
hoje, fabricantes que, naturalmente, fa-
bricam pneus novos; recauchutam pneus
jáutilizados;vendemdiretamenteàsfrotas;
têm postos de assistência e venda direta às
frotas; vendem pneus ao quilómetro dire-
tamente às frotas... e, noutra envolvência
mais além do mercado dos pneus pesados,
são acionistas dos maiores sites de venda
direta de pneus ao consumidor (B2C); são
acionistas de empresas conhecidas na Eu-
ropa como‘Brokers’, vendendo todo o tipo
demarcaseprodutosatodososclientesde
forma indiferenciada e estão a aventurar-se
no negócio da distribuição multimarca”.
Oportunidades?LuísMartinsacreditaque,
seguindo o mesmo raciocínio,“teremos de
explorarasfraquezasdanossaconcorrência.
Temosumaeconomiaportuguesaquedási-
naisténuesdequerer‘arrancar’etemosuma
rededeagentescomvontadedefazermais
e sobretudo melhores negócios”, destaca.
MaisotimistaestáPauloSantos.Odiretor
comercialdaAlvesBandeiranãoidentifica,
“de momento”grandes ameaças no setor
lusitano de pneus pesados. E prefere antes
apontar o caminho da“diferenciação, atra-
vésdaespecialização,acompanhamentono
terreno, conhecimento técnico e profissio-
nalismo”como os fatores que conduzirão
ao“sucesso”do mercado.
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20 | Revista dos PNEUS abril 2015
w FUTURO À VISTA
“O futuro do mercado de pesados está
dependente da economia do país, das ex-
portações e importações de mercadorias e
da atividade interna”, sustenta Ludgero Pi-
nheiro.OgestordeprodutodaBridgestone
considera que se“fala muito do transporte
ferroviário, mas que, pela sua flexibilidade
e capacidade de adaptação às necessida-
des dos clientes, o transporte rodoviário de
mercadorias e de passageiros terá sempre
umaimportânciaconsiderávelnomercado”,
remata o responsável.
w MOMENTO RADICAL
Carlos Oliveira descreve como“radical”o
momento que vive o mercado. O diretor
comercial CVT da Continental Pneus Por-
tugal vai mais longe e adianta que “falar
atualmente em produto significa falar em
capacidade de dar informação em tempo
realàsfrotas.Aorientaçãoestratégicadaárea
deCVTdaContinentaléestarmaispertodo
utilizador dos nossos produtos. Perceber as
suasnecessidadeseexpectativas.Queremos
demonstrar que temos os produtos e solu-
ções economicamente mais vantajosas. O
trabalhodesenvolvidopelanossaequipade
frotaspermite-nosumconhecimentodeta-
lhadodaperformancedosnossosprodutos,
comparando-oscomosrestantesqueestão
disponíveisnomercado.Esteknow-howéa
nossamais-valiajuntodasfrotasenaaborda-
gem junto da rede de distribuição”, adianta.
Por isso, o mesmo interlocutor prevê que o
futuro do mercado de pneus pesados será
“lideradoporaquelesqueconseguiremante-
cipar,emprimeiramão,asnecessidadesdos
seus clientes e fornecer-lhes a solução mais
adequada para a sua frota. E aqui estamos
a falar das ferramentas que a Continental
disponibiliza aos seus clientes e que lhes
permite monitorizar o estado dos pneus e
qual o custo associado à performance dos
mesmos. Ferramentas como o FleetCheck,
aplataformaCESARouContiPressureCheck”
são alguns dos exemplos.“O futuro estará
Dossier
///////////////////////////////////////
Pneus Pesados
Pneus de direção foram mais procurados
Mercado contraiu em Fevereiro de 2015
w w O segmento dos pneus pesados abarca as classificações direcionais, de tração e
de reboque. E vários tipos de utilização: regional, longo curso, on/off-road, off-road,
inverno, autocarros urbanos e autocarros de longo curso. De acordo com o relatório do
Europoolnadatadeconclusãodestedossier,emPortugal,nopassadomêsdeFevereiro,
no que ao mercado de substituição disse respeito, venderam-se 12.706 pneus pesados,
ou seja, -17% do que em igual período de 2014. Distribuídos do seguinte modo: 8.331
premium (-17,1%); 3.245 não premium (-24,8%); 1.110 rotulados de R3 (produzidos
por dois fabricantes premium, tendo crescido 17,3%); 20 classificados como Basket
(+100%).Jáemtermosacumulados(JaneiroeFevereirode2015),foramvendidos25.065
pneuspesados(-13,1%):17.410premium(-12,2%);5.916nãopremium(-18,4%);1.709
rotulados de R3 (-3,3%); 30 classificados de Basket (+50%).
AprofundandoaindamaisaanálisedomercadoportuguêsnopassadomêsdeFevereiro,
foram 3.309 os pneus direcionais vendidos (-18%): 2.201 premium (-20,8%); 749 não
premium (-25,4%); 359 rotulados de R3 (+41,3%). No caso dos pneus de direção, Por-
tugal absorveu 5.867 unidades (-14,6%): 3.827 premium (-14,5%); 1.549 não premium
(-22,1%); 485 rotulados de R3 (+22,2%); 6 classificados de Basket (-40%). Já no que
tocaaospneusdereboque,foram3.530asunidadesvendidas(-19,9%):2.303premium
(-17,5%); 947 não premium (-28,4%); 266 rotulados de R3 (-9,8%); 14 classificados de
Basket (igual a 2014).
Para apurarmos com exatidão o volume total do mercado de substituição de pneus pe-
sados, recorremos, também, à Valorpneu. É que apesar de serem um valioso indicador,
os dados do Europool não refletem a 100% a realidade do mercado nacional. Assim,
enquanto que os dados do Europool mencionam um total de 176.607 pneus pesados
vendidos em 2014 no nosso país (+3,9% do que em 2013), a Valorpneu refere que esse
mesmo número é de 255.129 (foram 236.288 em 2013). Portanto, entre os dados do
Europool e os da Valorpneu, existe um desfasamento de 78.522 pneus relativo ao ano
transato. E uma vez que a recauchutagem tem particular relevância nos pneus pesados,
aquificaaquantidaderegistadanaValorpneuem2014pelosrecauchutadoresnacionais:
193.749 pneus (foram 181.096 em 2013).
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Nem mesmo quando os veículos
pesados tiverem condução
autónoma, os pneus deixarão de
ser essenciais. Continuarão a ser
eles o elo de ligação com o solo
PUB
assentenaevoluçãotecnológicadossistemasquepermitam
integraropneudeumaformaproactivanacadeiadegestão
de cada frota”, adianta.
w RENTABILIDADE É ESSENCIAL
DapartedaGripenWheelsIberia,LuísMartinsvêofuturo
destemercadoaseguiras“tendênciasdaindústria,comes-
pecialênfasenasnovasformasdecomercializaroprodutoe
oseuoutputfinal:osquilómetros”.Nãohácomocontornar
aquestão.“Semprenumaóticaderentabilidadeeeconomia
paraosdiferentesintervenienteseatoresdoprocesso.Para
a Gripen Wheels Iberia, e, através das marcas que comer-
cializamos, orgulhamo-nos de continuar a oferecer não só
um produto de qualidade superior, que comparamos com
asmaisprestigiadasmarcasanívelmundial,mas,também,
através dos nossos parceiros distribuidores, oferecer o me-
lhor serviço do mercado. É uma tripla parceria de futuro”,
enfatiza Luís Martins.
Comumavisãobastantepragmática,PauloSantos,daAlves
Bandeira,crêqueofuturotenderáa“estabilizar”omercado.
Uma prudência partilhada por Andrés A. Castro España. O
productmanagerdaYokohamaestáconvictodequehaverá
uma“melhorialenta,mascontínuanofuturodospneuspe-
sados”.Omercadoatual,acrescenta,“aindanãoseencontra
suficientementemaduroparaaplicarnovastecnologias,como
o TPMS. Os custos de implementação são elevados para
massificar esta tecnologia no mercado de pneus pesados.
Contudo, a Yokohama possui, atualmente, um pneu para
eixodedireção,nasmedidas385/55R22.5e385/65R22.5,no
desenho 106ZS, vendido pela nossa empresa, que merece
destaque pela sua qualidade”, sublinha.
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22 | Revista dos PNEUS | abril 2015
O
namoroentreaContinentalPneus
e algumas das casas de pneus
suas clientes já era antigo, mas,
em Portugal, a relação nunca ha-
via sido oficializada. Quando se trata de assu-
mir uma rede em nome próprio, o fabricante
mostrou, em todos os momentos, algumas
reservas. Sempre preferiu ir devagar. Mas
agora, por fim, decidiu dar um passo nesse
sentido e apresentou o primeiro posto de
venda oficial da rede ContiService: a Auto-
Centro Garagem 5 de Outubro, em Lisboa.
Uma oficina que era já uma“cliente histórica”
da marca e que, agora, vê reconhecida a sua
fidelidade.
w Apoio no terreno
A ContiService dispõe, já hoje, de 10 pon-
tos em funcionamento. Mas a Continental
Pneus Portugal optou por apenas apresentar
oficialmente a rede à comunicação social
através da AutoCentro Garagem 5 de Ou-
tubro, numa conferência que contou com a
presença de José Luís de La Fuente, diretor-
-geral da Continental Pneus Portugal. O res-
ponsável salientou a forma “natural” como
surgiu o projeto ContiService.“Na sequência
daquilo que tem sido apanágio da atuação
da Continental no mercado nacional, mais
uma vez quisemos antecipar as necessida-
des dos nossos parceiros para, desta forma,
podermos apoiá-los de uma maneira mais
eficaz no desenvolvimento e na rentabiliza-
ção do seu negócio, reforçando o vínculo à
Continental”, sublinhou.
No dia da estreia oficial da rede, José Luís
de La Fuente mostrou-se satisfeito por poder
cumprir com os desejos dos clientes que pe-
diam um“apoio extra”para enfrentar a muita
concorrência. “Como fabricantes, achamos
que temos o dever de apoiá-los a todos e
dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta
diária de vender pneus. Dantes, a posição
dos fabricantes passava por vender pneus
aos clientes. E, hoje, a posição deve ser outra.
Devemos ajudar os nossos clientes também
A Continental assumiu, finalmente, em Portugal, uma rede em nome próprio:
ContiService. A primeira casa oficial da marca foi a AutoCentro Garagem 5
de Outubro. Até 2020 deverão existir 80...
Por: Jorge Flores
Relação oficializada
10 pontos de venda em 2015
Reportagem Rede ContiService
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vejaovideo
noseusmartphone
22_23_Reportagem_ContiServiceREV.indd 22 10/04/15 10:47
www.revistadospneus.com | 23
a vender os pneus na‘rua’, aos consumidores
finais”, afirmou.
O homem forte da Continental Pneus Por-
tugal explicou ainda à nossa revista quais
são os critérios que uma oficina deverá ter
para aderir à rede ContiService.“Além de uma
relação com a Continental, devem conhecer
os produtos. São os nossos embaixadores
perante os clientes. E devem ter condições
nos pontos de venda para poder prestar o
serviço de qualidade que esperamos dar aos
consumidores”.
w Ferramentas aos parceiros
A adesão à ContiService representa para
as oficinas uma oportunidade de aceder a
ferramentas de comunicação e instrumentos
de apoio ao desenvolvimento do negócio,
tornando-se mais “eficazes” no mercado.
“Sempre associados aos valores da Conti-
nental”, enfatizou o diretor-geral.
O que também significará o acesso a um
portefólio de marcas de “elevada notorie-
dade” e que cobrem todos os segmentos
do mercado de pneus: UNIROYAL, Barum
e Sportiva”.
Como fatores distintivos da rede Conti-
Service, José Luís de La Fuente destacou “a
flexibilidade na abordagem, a ausência de
pagamento de qualquer comissão, a criação
de mecanismos de apoio à dinamização do
negócio”, sem, com isso, perder algo que
considera fundamental na sua relação com
os agentes:“a independência dos parceiros”,
afirmou.
w 80 pontos em cinco anos
O objetivos da rede ContiService são am-
biciosos.“Para já, este ano é o arranque. Em
2015, estamos a pensar avançar com mais 10
pontos de venda. Queremos fazer as coisas
devagar e bem feitas. Provar que o conceito
funciona”, adiantou José Luís de La Fuente
à REVISTA DOS PNEUS. Depois?“Temos um
plano: chegar a 80 em redor de Portugal no
ano de 2020”, acrescentou.
Um investimento geoestratégico, de cinco
anos, que obrigará a um esforço financeiro
aproximado de meio milhão de euros.
AutoCentro Garagem 5 de Outubro
“As expectativas são
elevadas”
Miguel Ximenes, responsável da AutoCentro Garagem 5 de
Outubro, o primeiro ponto de venda a obter a chancela oficial da
rede ContiService, confessou que as“expectativas são elevadas”
w Cliente histórico da Continental, Mi-
guel Ximenes (ao centro na imagem
abaixo) acredita que a casa vai crescer e
“melhorar muito a qualidade dos servi-
ços e com preços muito competitivos”. Até
porque, “fizemos um grande investimento
(com o apoio da Continental, claro está...)
para dar o mais possível aos nossos clien-
tes”, revela.
As vantagens da casa com esta adesão à
rede? “A ContiService dá-nos a facilidade
de dispor de certos instrumentos que não
poderíamos ter como empresa pequena
que somos”, reconheceu. Deixando áreas
como o “marketing e a comunicação” nas
mãos da Continental, a casa poderá dedi-
car-se ao que sabe fazer bem. Os serviços
irão muito além dos pneus. “Achamos que
o futuro vai passar pelas casas que apre-
sentem mais serviços. Temos aqui a pre-
paração dos carros, lavagens dos estofos,
polimentos, lavagens de motores, parque
de estacionamento, temos os pneus e va-
mos agora ter mecânica - as revisões ofi-
ciais de marca - para fechar todo o apoio
que podemos dar a um veículo”, concluiu.
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José Luís de La Fuente, diretor-geral da Continental Pneus Portugal (à direita nas imagens),
referiu, na sua intervenção, que “como fabricantes, achamos que temos o dever de apoiar todos
os nossos clientes e dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta diária de vender pneus”
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24 | Revista dos PNEUS | abril 2015
Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus
////////////////////////
Mercado a uma voz
Pela primeira vez, os
mercados de pneus de
Portugal e Espanha falaram
a uma só voz. A Conferência
Ibérica de Pneus, organizada
pela REVISTA DOS PNEUS
e pelo AUTOPOS EL
PERIÓDICO, sob o lema
“Projetar o Futuro”, levou
ao Centro de Congressos
do Estoril mais de 200
profissionais do setor
Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores
N
uncaantesosprincipaisprotagonis-
tasdosmercadosdepneusportu-
guêseespanholhaviampartilhado
um mesmo espaço e discutido os
problemas e as soluções da sua atividade.
Aconteceu no passado dia 27 de Março de
2015,naquelaquefoia1.ªConferênciaIbé-
ricadePneus,umainiciativaorganizada,em
conjunto, pela REVISTA DOS PNEUS e pelo
AUTOPOS EL PERIÓDICO.
OmegaeventodecorreunoCentrodeCon-
gressosdoEstoril,tevecomotítulo“Projetar
oFuturo”econtoucomaparticipaçãode24
oradores, entre portugueses e espanhóis.
w TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES
Osdiscursosdeboasvindas(eorespetivo
enquadramentodaconferênciacomomo-
mento que vive o setor dos pneus) ficaram
a cargo de João Vieira, diretor da REVISTA
DOSPNEUSedeMiguel AngelPrieto,editor
do AUTOPOS EL PERIÓDICO.
VitalMorgado,administradordaAICEP,foi
quem, de seguida, usou da palavra, subli-
nhandoaimportânciadosetor:“Exportamos
odobrodaquiloqueimportamos.Ospneus
estãoentreos10produtosmaisexportados
pelo nosso país”.
No período da manhã realizaram-se qua-
tro painéis. No 1.°, subordinado ao tema
“Presente e Futuro do Comércio de Pneus
na Europa e na Península Ibérica”, Ricardo
Martins,diretordeMarketingdaContinental
PneusS.A.,eRibeirodaSilva,diretorcomer-
cial da Unidade de Ligeiros da mesma em-
presa, analisaram a venda de pneus numa
perspetivaibérica.“Nomercadodeligeiros,
em Espanha, os pneus premium valeram,
em 2014, 60,7%. Relativamente a Portugal,
JoãoVieira,diretor
daREVISTADOSPNEUS
MiguelAngelPrieto,editor
doAUTOPOSELPERIÓDICO
PedroPinto,jornalistadaTVI
emoderadordoevento
Mais
informações em
revistadospneus.com
Organização:
24_28_Conferência IP_REV.indd 24 10/04/15 12:23
www.revistadospneus.com | 25
“Em Portugal (...) o
mercado está a recuperar
os valores de 2009. Os
pneus premium valeram
53,5%, os quality têm
decrescido e os budget
têm vindo a crescer”
Ricardo Martins,
Continental Portugal
“A disponibilidade de
stock e a capacidade de
entrega são fundamentais.
Uma maior disciplina
nos timings de cobrança
é uma forma de evitar
situações delicadas”
Alejandro Recasens,
Pirelli Portugal
“A formação e a assistência
técnica são argumentos
de peso. Escolher uma
marca mais premium ou
menos premium é flexível.
Mas o objetivo é igual para
todos.Ter rentabilidade”
Pedro Jesus,
Cometil
“Existe um enorme
excesso de oferta no
setor oficinal espanhol.
Aproximadamente 50.000
oficinas em Espanha não
poderão continuar
a existir”
Víctor Manuel Cañizares,
Yokohama Iberia
“A dificuldade é o cliente
ver que o equipamento
(...) é um investimento.
Temos clientes que
pedem equipamentos
que não são adequados
para as suas oficinas”
José Morgado,
Domingos & Morgado
“Por cada tonelada de
pneu que é gerido
e tratado no sistema,
consegue evitar-se a
emissão de 1,5 toneladas
de gases com efeitos
de estufa”
Climénia Silva,
Valorpneu
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existe um comportamento semelhante. A
quebrafoiconstanteaté2012.Mas,em2015,
o mercado está a recuperar os valores de
2009.Ospneuspremiumvaleram,em2014,
53,5%,osqualitytemdecrescidoeosbudget
têmvindoacrescer”,disseRicardoMartins.
JáRibeirodaSilva,tambémdaContinental,
centrou-se nas tendências do mercado no
querespeitaaoscanaisdedistribuição.Ena
sua evolução.“Nunca digas nunca quando
falasdofuturo”,alertou.Econcretizou:“Opa-
radigmamudou,asociedademudou,operfil
doconsumidormudoueoretalhotambém
tem de continuar a mudar”, assegurou. Os
especialistas de pneus foram o canal mais
procurado em 2014, suplantando os con-
cessionários, os centros auto, as oficinas, a
Internet e os distribuidores. Na Europa, o
volume de especialistas em pneus rondou
os 44%. Em Espanha, cerca de 44% e, em
Portugal,quase58%,revelouRibeirodaSilva.
w ASSOCIATIVISMO DE BOA SAÚDE
O 2.° Painel, intitulado “Associativismo
no Setor dos Pneus na Península Ibérica”,
contou com vários oradores. Jorge Vieira
(Comissão Especializada de Produtores de
Pneus–CEPP,daACAP),porexemplo,garan-
tiuque“oassociativismoestádeboasaúde
e é altamente recomendável”. Disse ainda
que, desde 2009, têm realizado“ações que
permitemchegaraoconsumidorfinal,como
foiocasodopneuusadoedaetiquetagem”.
PedroNascimento(ComissãoEspecializada
de Retalhistas de Pneus – CERP, da ACAP),
contouqueaassociaçãoquerepresentaestá
a desenvolver uma série de trabalhos, no-
meadamenteemtermosde“apoiojurídico
aos seus associados”, recordando ainda o
“seguromultirisco”,disponibilizadoatravés
daCASeguros.“Somosuminterlocutorpri-
vilegiadocomoGoverno.AACAPpretende
dar credibilidade ao setor”.
JoséLuisRodriguez,representantedaCo-
missãodeFabricantesdePneusdeEspanha,
nãotemacertezase“aetiquetatornaopneu
maissexy”,masnãomostroudúvidasdeque
“chamamaisaatençãoepermitepassarin-
formação sobre ele”.
Sobre o mesmo assunto, Oscar Bas Mon-
tesinos (secretário executivo da ADINE –
Associação Nacional de Distribuidores e
ImportadoresdePneusdeEspanha),acres-
centouque“acolocaçãodaetiquetatem
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Patrocinador: Patrocinador Institucional: Apoio:
By Domingos & Morgado
Patrocinadores Institucional Apoio
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26 | Revista dos PNEUS | abril 2015
No6.°Painel,PauloCristovão,diretor-geral
da Pneubase (Rede Euromaster), Rui Car-
rasqueira, administrador da Pneu Furado
(RedeVulco)ePedroTeixeira,diretordaBest
Drive,abordaramoretalhotradicionalversus
anovadistribuiçãoeasredesdeoficinasna
Península Ibérica.
“Quem domina as redes não pretende
pessoas passivas na sua estrutura. Existem
planos que vêm de cima mas temos de co-
municar. De vez em quando dar um murro
namesa.Aenergiaindividualcriasinergias
degrupo”,enfatizouPauloCristovão.RuiCar-
rasqueira vê a questão de outro ângulo.“A
estratégiaécriadaparanós,nãosomosnós
queacriamos.Ooperadorpodenãoperce-
berqualaintençãodeestaremrede.Casose
desmotive,podedeixardeparticiparnessa
rede”,disse.JáPedroTeixeirapreferiuilustrar
o seu ponto de vista:“A rede funciona mais
ou menos como um guarda-chuva. Numa
alturadecrise,émaisfácildeseultrapassar.
A nível de assessoria, comissões de conta,
campanhas de marca, credibilidade e ima-
gem no mercado”.
JoséMariaAguado(AguadoAutomoción),àesq.,JoséMorgado(Domingos
&Morgado),àesq.dePedroPintoePedroJesus(Cometil),àdireita,foramos
participantesdo7.ºpaineldedicadoaosequipamentosoficinais
Nointervalodospainéishouvetempoparaumanimadoalmoçoparaosmaisde200participantes
No6.ºpainel,discutiu-seoretalhotradicionalvsanovadistribuição.
Daesq.paraadireita:RuiCarrasqueira(PneuFurado),PedroPinto
(moderador),PauloCristóvão(Pneubase)ePedroTeixeira(BestDrive)
sensibilizadoocliente,poiséumargumento
devenda.Creioapenasqueacolocaçãode
mais informação, como a pressão e o ren-
dimento, seria interessante”. Para fechar o
painel, Rafael García (secretário-geral da
OPEN–OrganizaçãoProfissionaldosEspe-
cialistasdePneusdeEspanha),sintetizouo
espíritodoassociativismo.“Umaassociação
nasceparaconcentraroesforçodetodosos
interlocutores”, afiançou.
w O TODO E AS PARTES
No 3.° Painel, Guillermo de Llera, diretor-
-geral da GiPA Portugal, e Fernando Al-
corta, diretor da Divisão Automóvel da
GfK Espanha, encarregaram-se de revelar
dados estatísticos do mercado ibérico de
pneus.“OsetordospneusemPortugaltem
um peso de 20% no aftermarket. Ou seja,
20%doaftermarketnacionaléassegurado
pelosetordospneus”,revelouGuillermode
Llera, acrescentando ainda que, no nosso
país,“cada pneu é mudado aos 45.000 km
(52.000 em Espanha), ou seja, em Espanha,
a utilização do pneu é 16% superior”.
FernandoAlcorta,porseuturno,deuconta
deque“omercadoespanholdepneuscres-
ceu, em 2014, 0,6% face a 2013 no que res-
peita a unidades, embora tivesse caído 4%
emvalor”.Eacrescentou:“54,9%domercado
de pneus em Espanha é assegurado pelas
marcas premium”....
O 4.° Painel teve como protagonistas Rita
Marques,administradoradaFedimaeJosé
Gomes, administrador da Recauchutagem
Nortenha, que falaram sobre o pneu re-
cauchutado.“O pneu novo quando é feito
éconcebidoparatermaisdoqueumavida.
Opneurecauchutadodignificaosetor.Cada
vezsomosmenosrecauchutadoresemPor-
tugal”,alertouRitaMarques,enquantoJosé
Gomes deu conta de um dado, no mínimo,
interessante:“Fizemosumestudoqueana-
lisou, através da Universidade do Minho, o
tipo de destroços de pneus que aparecem
nasautoestradas.45%dosresultadosdisse-
ram respeito a pneus novos e 55% a pneus
recauchutados”.
w TRABALHAR EM REDE
Depoisdapausaparaalmoçoenetworking,
e já com o jornalista daTVI Pedro Pinto aos
comandos,aconferênciafoiretomadacom
o5.°PainelporCliméniaSilva,diretora-geral
daValorpneu,eGabrielLeal,diretor-geralda
Signus, que abordaram o tema dos pneus
em fim de vida. A responsável pelaValorp-
neudeuaconhecerque,“porcadatonelada
depneuqueégeridoetratadonosistema,
evita-seaemissãode1,5toneladasdegases
com efeitos de estufa”. Gabriel Leal focou-
-senoproblemadooutroladodafronteira:
“OsimportadoresquenãopagamEcovalor.
Estamosarecolher22milhõesdepneuspor
ano. 5 milhões de euros é o que foge aos
cofres do Estado espanhol”, lamentou.
Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus
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28 | Revista dos PNEUS | abril 2015
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w PRINCÍPIOS DE ESCOLHA
O 7.° Painel,“Equipamentos para Ofici-
nas de Pneus”, contou com a participação
de Pedro Jesus, diretor-geral da Cometil,
José Morgado, diretor-geral da Domingos
& Morgado e José Maria Aguado, admi-
nistrador da Aguado Automoción.
“Os clientes escolhem todos os equipa-
mentos que trazem retorno para as ofi-
cinas”, explicou Pedro Jesus, adiantando
que a “formação e a assistência técnica
são argumentos de peso. Escolher uma
marca mais premium ou menos premium
é flexível. Mas o objetivo é igual para
todos. Ter rentabilidade”, disparou. José
Morgado, reforçou a ideia.“Ter contratos
de manutenção é fundamental. O que
temos de fazer é a avaliação da casa de
pneus para saber que equipamento de-
vemos fornecer.
A dificuldade que tenho em passar ao
cliente é fazê-lo ver que o equipamento
não é um custo, mas um investimento.
Temos clientes que nos pedem equipa-
mentos que não são adequados para as
suas oficinas”, referiu.
Para José Maria Aguado, a situação das
oficinas de pneus é “preocupante”. Por-
quê? “Hoje, compram-se equipamentos
para utilizar apenas nos dias que correm,
sem pensar que, a curto prazo, essas mes-
mas máquinas já não servem”, explicou.
Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus
w SEGMENTOS EM ANÁLISE
No 8.° (e último) Painel, Alejandro Reca-
sens, diretor da Pirelli Portugal, Víctor Ma-
nuel Cañizares (vice-presidente de Vendas
e Marketing da Yokohama Iberia), Ramón
Martínez Portillo (diretor-geral da Trelle-
borg)eLuísMartins(diretor-geraldaGripen
WheelsIberia),fizeramaanálisedomercado
ibérico de pneus, nos segmentos Turismo,
SUV/4x4, Pesados, Agrícolas e Engenharia.
Víctor Manuel Cañizares tomou a dianteira
paraafirmarqueexisteum“excessodeoferta
no setor”. Para apimentar o debate, disse
aindaque“50.000oficinasemEspanhanão
podemexistir”.Osoutrosoradoresdopainel
pegaramnotema.“Estamosnumasituação
de mercado ainda delicada. O serviço que
não era tão importante há uns anos, hoje
é fundamental. A disponibilidade de stock
e a capacidade de entrega são fundamen-
tais. Uma maior disciplina nos timings de
cobrançaevitasituaçõesdelicadas”,avançou
Alejandro Recasens.
Ramón Martínez Portillo sublinhou que,
atualmente,“os pedidos 24 horas são bas-
tante requisitados. Além da importância
da comunicação. Como ter êxito? Oferecer
produtosdequalidade.Osprimeirosquatro
GabrielLeal
(Signus),àesq.,
eCliméniaSilva
(Valorpneu),à
direita, foramos
protagonistasdo
5.ºpainel,perante
amoderaçãodo
jornalistadaTVI
PedroPinto
O8.ºpainelcontou
comaparticipação(da
esq.paraadta.):Víctor
ManuelCañizares
(YokohamaIberia),Luís
Martins(GripenWheels
Iberia),Alejandro
Recasens(Pirelli
Portugal)eRamón
MartínezPortillo
(Trelleborg)
VitalMorgado
(AICEP)
falousobrea
importância
daexportação
naeconomia
esobreasua
expressãono
setordospneus
RibeirodaSilvaeRicardoMartins,daContinentalPneusPortugal,foramosintervenientesno1.ºpainel.Já
GuillermodeLlera(GiPAPortugal)eFernandoAlcorta(GfKEspanha),osdoisdadta.,discursaramno3.°painel
RitaMarques(Fedima)eJoséGomes(RecauchutagemNortenha)
partilharamopalcono4.ºpaineldaconferência
24_28_Conferência IP_REV.indd 28 10/04/15 15:33
www.revistadospneus.com | 29
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
fatoresnaescolhadepneusagrícolasestão
relacionadoscomaqualidade:tração,con-
sumo de combustível, baixa compactação
e baixa resistência ao rolamento”, revelou.
Por fim, Luís Martins, traçou o retrato do
mercado ibérico.“Portugal tem problemas
idênticos aos de Espanha, mas por razões
diversas. A quantidade de obras públicas e
de opções erradas trouxeram ao mercado
dos pneus de engenharia abundância.
Quando o setor retraiu, o mercado destes
produtos ressentiu-se. Espanha tem uma
indústria forte e próspera. Os PALOP aju-
dam o mercado português a recuperar os
números.Felizmentequeonossopaísganha
concursos públicos fora de Portugal e na
Europa, o que faz com que muitos pneus
sejam comprados cá mas utilizados no es-
trangeiro”, rematou Luís Martins.
w DEPOIS DO ADEUS
No final, os mais de 200 participantes e os
24 oradores estavam visivelmente satisfei-
tos. O balanço não podia, por isso, ter sido
mais positivo. O objetivo deste encontro
ibérico sem precedentes, considerado já
como o maior evento de 2015 dedicado
ao setor dos pneus, foi considerado um
autêntico sucesso.
Acriaçãodeumespaçocomum,ondeora-
doreseparticipantesdiscutirampontosde
interesses mútuos e partilharam experiên-
ciaspessoais,englobouasdiversasvertentes
donegócio:distribuição,retalhoeoficinas.
A1.ªConferênciaIbéricadePneuspermitiu
aprofundarosconhecimentossobreopre-
senteeperspetivarofuturodocomérciode
pneus na Península Ibérica.
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Os segredos do mercado de pneus pesados em Portugal

  • 1. ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// DOSSIER Qualidade Pneus pesados ECONOMIA RODAS Evento incontornável no setor dos pneus Jeep Renegade 1.6 Multijet Limited Os segredos do novo Michelin GOODYEAR BH03 E TRIPLE TUBE ENTREVISTA Luis Hernández Diretor Comercial e Marketing Kumho Tyre sobre NOVIDADES TÉCNICA REPORTAGEM MUNDO AUTOMÓVEL Um produz energia, o outro faz a gestão do ar CrossClimate Consumo Estabilidade Resistência Nº31 abril‘15 Capa 31.indd 1 13/04/15 12:56
  • 2. 10 | Revista dos PNEUS abril 2015 Pneus PesadosDossier Divididos pelas classificações direcionais, de tração e de reboque e distribuídos pelos tipos de utilização regional, longo curso, on/off-road, off-road, inverno, autocarros e autocarros de longo curso, os pneus pesados põem a economia a correr sobre rodas. Como seria o transporte de pessoas e bens sem eles? Economia sobre rodas Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores /////////////////////////////////// 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 10 10/04/15 12:34
  • 3. www.revistadospneus.com | 11 ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// N ão há forma de contornar a ques- tão. O mercado de pneus pesados e a economia nacional estão ligados como um rodado está ao eixo de um veículo. Um não funciona sem o outro. Basta ver que é nos pneus pesados que assentam (literalmente) os transportes de bens e servi- ços do país. Estamos perante um setor que já atingiu a maturidade. Divididos pelas classi- ficações direcionais, de tração e de reboque e distribuídos pelos tipos de utilização regional, longo curso, on/off-road, off-road, inverno, autocarros e autocarros de longo curso, os pneus pesados têm um volume considerá- vel no panorama nacional. No ano passado, foram vendidas 176.607 unidades, das quais 72,7% foram respeitantes a marcas premium (128.368) e 27,3% a segundas marcas (48.239). Por comparação, em Espanha, o domínio das marcas premium foi superior. Das 831.345 uni- dades comercializadas em 2014, 75,3% foram asseguradas por marcas premium (625.737), contra 24,7% de segundas marcas (205.608). Tendência que ganha peso... w MERCADO DISPERSO Ludgero Pinheiro, gestor de produto da Brid- gestone, considera que o mercado nacional de pneus pesados se pauta“por uma certa disper- são de micro e pequenas empresas – que já foram bastante mais importantes em termos relativos do que atualmente – e algumas médias e grandes empresas”. Segundo avança, “uma parte considerável das frotas compra os pneus a agentes (retalhistas) e tem os seus próprios serviços de manutenção”, como sejam, por exemplo, a montagem e a desmontagem. “Os contratos quilométricos, feitos diretamente com as marcas ou com os agentes mais capacitados, representam ainda uma pequena parte do ne- gócio, se bem que no setor dos transportes de passageiros, represente uma parte significativa (Carris, STCP, GrupoTransdev, e parte do Grupo Barraqueiro)”, adianta. Por outro lado, sustenta Ludgero Pinheiro, “Portugal é um dos países em que o setor das recauchutagens está mais desenvolvido, sinal de que as frotas portuguesas procuram maximizar a vida útil dos pneus, de modo a minimizarem os custos”, diz. Já a Dispnal, pela voz de Rui Chorado, refere que “a nível geral, grande parte das empresas opta por comprar através de renting”, de modo a controlar os custos. Segundo o diretor comercial da Dispnal, importa ter em consideração que os “pneus económicos” terão de ter “alguma qualidade”, na medida em que“existem imensas marcas no mercado”, afirma. 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 11 10/04/15 12:35
  • 4. 12 | Revista dos PNEUS abril 2015 Pneus PesadosDossier w DINAMISMO LIGEIRO Não é muito distinta a visão de Carlos Oliveira. O diretor comercial CVT da Conti- nental Pneus Portugal descreve o setor dos pneus pesados como“extremamente dinâ- mico”. Na sua perspetiva, porém,“trata-se de um mercado pequeno e concentrado, quer no que se refere ao número de es- pecialistas disponíveis, quer em relação às frotas a operar em Portugal”. Carlos Oliveira recorre aos dados da ETRMA, entre 2010 e 2012, para apro- fundar a sua análise. Segundo recorda, verificou-se uma“queda de cerca de 25%, fruto da grave crise económica que o país, a Europa e o mundo atravessam. Em 2013, o mercado teve uma recuperação ligeira, na ordem dos 5%. Em 2014, houve uma tendência de ligeiro crescimento na or- dem dos 4%”, afirma. Para 2015?“Prevê-se que a tendência de crescimento ligeiro se mantenha, não sendo expectável que o mercado atinja nos próximos anos valores como os verificados em 2010”, sublinha. O diretor comercial CVT da Continental Pneus Portugal acredita que o“presente e ///////////////////////////////////// w w A nova geração de pneus para autocarros urbanosdaBridgestonechama-seU-AP001e superaoR192empraticamentetodososaspe- tos:maiordurabilidade,melhortravagemem piso molhado, melhor performance na neve, maior índice de carga, maior resistência ao desgaste irregular, maior capacidade de res- sulcagem e excelente recauchutabilidade. Só vantagens, portanto. Disponível nas medidas 275/70R22.5 e 245/70R19.5, ostenta as classi- ficaçõesDeBparaconsumodecombustívele aderência em piso molhado, respetivamente. Com um índice de ruído de 73 dB, o novo U-AP 001 segue o novo e prático sistema de nomesdaBridgestone.Concebidaparatornar osnomesdospneusmaisclaroseevidentes, a wwAContinentaldispõedeumanovalinhade produtosdestinadaaotransporteregional,que consideraseramaisadequadaàscaracterísticas donossomercado:agamaContiHybrid.Cujo compromisso consiste na obtenção da melhor performance quilométrica sem comprometer o consumo eficiente de combustível. Foi para responder aos desafios colocados diariamente pela condução em estradas regionais, no trá- fegourbanoe,também,emautoestrada,quea marca alemã desenvolveu a nova gama Con- tiHybrid, que será mais polivalente e que foi desenvolvida com recurso à tecnologia mais eficiente,atendendoàsnecessidadesdosconsu- midores: consumo de combustível, robustez e w w A Gripen Wheels Iberia comercializa as marcas Triangle e Doublestar, sendo que, nos paísesdaEscandinávia,tambémdisponibiliza amarcaAeolus.Concebidoparaserinstalado quer no eixo de direção quer no reboque, o Doublestar DSR118 cumpre as exigências dos autocarros e camiões. Este pneu, proje- tado para percursos de cidade e autoestrada, tem na boa capacidade de escoamento da água uma das suas características. A elevada durabilidade e a baixa acumulação de calor sãooutrasmais-valiasdestemodelo.Comum nívelderuídode76dB,oDoublestarDSR118 ostenta as classificações C e E no que respeita ao consumo de combustível e aderência em BRIDGESTONE U-AP 001 Premium para autocarros urbanos CONTINENTAL CONTIHYBRID HT3 Substituto do mítico HTR2 nova lógica de nomes reflete os dois aspetos mais importantes da utilização correta de pneus: o tipo de superfície (U para urbano) e deeixo(APparatodasasposições).Estepneu premiumvemaoencontrodosdesafiosqueas frotas de transportes urbanos de passageiros enfrentam atualmente. Trata-se de um pneu robusto, com maior capacidade de carga do queoseuantecessorequepermitetransportar maior peso. quilómetrospercorridos.Oresultadotraduz-se numaelevadaquilometragemcombinadacom um excelente comportamento em termos de condução em piso molhado e travagem, man- tendo uma baixa resistência ao rolamento. O destaque desta nova gama vai para o pneu de reboqueContiHybridHT3,quesubstituirá,no próximo Verão, o mítico HTR2, cujas perfor- mances são unanimemente reconhecidas no mercado como líder no segmento. piso molhado, respetivamente. A velocidade máximaàpressãolimitedeinsuflaçãocifra-se nos110km/h,aquecorrespondeosímbolode velocidade K. Este pneu radial de Verão está disponível com jantes de 22.5 e destina-se a cumprirosrequisitosdosveículospesadosde transportedemercadorias.ADoublestarcon- siste numa marca chinesa já com largos anos de experiência em matéria de pneus pesados, agrícolas e OTR, tendo feito a sua incursão, também, na competição. DOUBLESTAR DSR118 Eixo de direção e reboque o futuro” do mercado passa pela capaci- dade de “especialização de cada um dos players” e pela “capacidade que estes têm e terão não apenas de responder às inúmeras solicitações dos seus parceiros, mas, também, de “antecipar as suas ne- cessidades e de colocar à sua disposição ferramentas e equipamentos que lhes per- mitam fazer uma gestão eficaz e eficiente da sua frota”, refere. Mas a realidade demostra que as próprias necessidades das frotas evoluíram “e os players deixaram de ser meros fornecedo- res de pneus para passarem a ser parceiros que disponibilizam soluções integradas com um forte impacto na gestão da frota. A Continental está confortável no lugar cimeiro e pioneiro na disponibilização de soluções integradas que se adequam às 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 12 10/04/15 15:36
  • 5. 14 | Revista dos PNEUS abril 2015 Dossier necessidades específicas de cada um dos seus clientes”, sublinha Carlos Oliveira. Jorge Sousa, diretor-geral da Garland Pneus, também descreve como "muito competitivo" o mercado de pneus pe- sados em Portugal. Nomedamente nos segmentos "premium, quality e budget". Uma rivalidade que, na sua opinião, se es- tende ainda aos "preços" e ao "marketing, comunicação e desenvolvimento de novos produtos", adianta o responsável. Por seu turno, Andrés A. Castro España, product manager daYokohama, encontra no último ano uma forte aposta de“todos” os fabricantes e distribuidores em “des- contos encobertos no preço dos pneus, graças ao uso de cartões de combustível, pagamentos por transferências bancárias”, entre outras soluções criativas. Para 2015, a receita, na opinião do responsável da Yokohama, deverá ser idêntica. “Existem sempre ameaças no setor. As potenciais dívidas ou faltas de pagamento das frotas profissionais do setor. A crise fez muitos danos”, afirma. Mas também criou“opor- tunidades”, admite. Exemplos?“Prestar às frotas globais um melhor serviço, sempre Uma (simples) questão de critério A escolha do pneu certo w w O momento de um cliente e/ou empresa escolher o pneu pesado adequado a si ou à suafrotaéextremamentedelicadopelomuito que representa em termos de investimento – e retorno, sobretudo, em termos de durabi- lidade. Para tal, é preciso ter bem presentes osseuscritérios.Dasuaexperiência,Ludgero Pinheiro, gestor de produto da Bridgestone, contaqueocritériomaiscomum“éaavaliação docustoporquilómetrodopneu,nãoapenas naprimeiravidadopneu,mastambémtendo em consideração a segunda vida (recauchu- tagem) e, em alguns casos, uma eventual ter- ceira vida (segunda recauchutagem)”. Existe, contudo, outro critério “mais restrito”. Qual? “O da poupança de combustível, embora este fator seja de difícil comprovação. Por último, ainda há quem se fie pelo critério do menor custodeaquisição,nãotendoemconsideração queopneupodeserbaratonafaturaecarono quilómetro”, alerta. ParaCarlosOliveira,diretorcomercialCVTda Continental Pneus Portugal, a “garantia de se- gurançacontinuaaserumcritériofundamental na opção por um determinado produto. Mas, no caso das frotas, o desempenho dos pneus – sobretudo na performance quilométrica e na poupança do combustível – tem um impacto fulcralnosresultadosdaempresa”.Destaforma, acrescenta o responsável, “podemos enume- rar dois critérios fundamentais subjacentes à escolha dos pneus: a segurança e a poupança gerada. Essa poupança é conseguida não só pela correta utilização do pneu, mas, também, pela capacidade que o produto demostra em ter vários ciclos de vida (recauchutagem). A Continentaltemcomocompromissodemarca LODC (Lowest Overall Driving Cost), assente em três itens essenciais: segurança, economia e ambiente”, diz Carlos Oliveira, orgulhoso de a marca “disponibilizar as melhores soluções para os seus clientes, sejam eles especialistas de pneus ou gestores de frotas, quer no que se refereapneusnovosquernassoluçõesdepneus recauchutados.Queremosassumir-noscomoo fornecedor de soluções privilegiado por todos os parceiros de negócio”. Para Jorge Sousa, diretor-geral da Garland Pneus, "o custo/rentabilidade, segurança, con- forto,programasdeassistênciaemviagemeum bom serviço de apoio à frota" são condições para a tomada de decisão de um cliente. Fatores de seleção Na opinião de Rui Chorado, diretor comer- cial da Dispnal, a escolha de pneus pesados é “influenciada pelo preço”, ainda que acredite que existem vários fatores que podem dese- quilibrar a balança a favor de um ou de outro pneu.“Nocasodospneusdelongocurso”,por exemplo, temos a “quilometragem (durabili- dade) e o baixo custo de combustível”. A rela- çãoquilómetro/custo“fazcomquesevendam asmarcasdeprimeiralinha,poisoseucustoé Pneus Pesados /////////////////////////////////// altamenterentabilizadopeladurabilidadedo pneu”.Ereforça:“nãopodemosnegarque,em algumas situações, as primeiras marcas são substituídasdevidoaobaixopreçopraticado pelas outras marcas”. Andrés A. Castro España, product manager daYokohamaesclarecequeoscondutoresde pesados fazem as suas escolhas dependendo do tipo de serviço ou aplicação. “Por exem- plo, em longa distância/nacional valoriza-se a durabilidade da superfície de rodagem, consumo de combustível, não ter desgaste irregular, o preço e a qualidade do piso para os recauchutados. No caso da aplicação ur- bana, impera a qualidade de construção do piso(pordanos,cortes,impactos),avidaútil dasuperfíciederodagem,aaderênciaempiso molhadoeseco,opreçoeaqualidadedopiso paraosrecauchutados”,afirma.Cadaclientea sua sentença. “Finalmente, na aplicação On- -Off, o preço, a qualidade de construção do piso, a vida útil da superfície de rodagem, a qualidade do piso para os recauchutados e a aderência em piso molhado e seco são os fatores que falam mais alto”. 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 14 10/04/15 12:35
  • 6. www.revistadospneus.com | 15 PUB A aderência em piso molhado, um dos indicadores que consta na etiqueta dos pneus, deve merecer especial atenção ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// com os nossos parceiros ou clientes. A Yokohama trabalha sempre em conjunto com os profissionais do setor, sendo esta a chave do sucesso”. w UTILIZAÇÃO PROFISSIONAL Luís Martins, general market manager da Gripen Wheels Iberia, por seu lado, consi- dera não existirem muitas diferenças entre o mercado nacional de pneus pesados e o europeu.“É um mercado maduro e com uma oferta diversa e completa. Estamos perante um mercado que centra a sua lógica num produto de utilização profis- sional. Assim sendo, podemos analisar o mesmo focados em duas lógicas distintas. Se, por um lado, os gestores dos postos de assistência e venda de pneus pesados buscam otimizar o binómio qualidade do produto/serviço versus margem de comercialização das respetivas marcas, o cliente-utilizador (frota) procura o produto com o custo quilométrico mais económico para a sua frota. Os diferentes fabricantes procuram afinar as marcas e os produtos a esta realidade, tentando não descurar 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 15 10/04/15 12:35
  • 7. 16 | Revista dos PNEUS abril 2015 as questões da rentabilidade”, explica. Para Luís Martins, atualmente, “a in- dústria disponibiliza diversas soluções, com estratégias de produto, distribuição, preço e promoção distintas”. Ou seja, “o mercado oferece ao utilizador pneus novos de marcas premium, quality e budget (nos últimos anos até já surgiram os‘híbridos Upper-Budget’), oferecendo ainda pneus reconstruídos (a frio, a quente, integrais), pneus vendidos ao quilómetro”, entre ou- tros. De acordo com o responsável da Gri- penWheels Iberia,“cabe aos gestores dos postos de assistência e venda de pneus pesados fazerem as suas opções de oferta de marcas, de acordo com a sua estraté- gia de oferta de produto/rentabilidade do seu negócio e aos gestores das frotas basearem as suas escolhas em função dos resultados (custo quilométrico, tempos de imobilização, tipos de utilização)”. Segundo acrescenta Luís Martins, a Gri- penWheels Iberia procura sempre“ofere- cer as marcas mais rentáveis do mercado aos seus clientes, com os mais elevados pa- drões de qualidade do serviço pós-venda”. Dossier /////////////////////////////////////// w w Das três marcas de pneus pesados co- mercializadas pela Alves Bandeira (Fulda, Torque e Zeetex), um modelo há que se des- taca dos demais: o Ecotoon 2 da Fulda. Um pneu de reboque que se destina a aplicações regionais e de longo curso. Disponível na medida 385/65R22,5 o Ecotonn 2 consiste num piso recente que representa um passo em frente comparativamente ao modelo an- tecessor,satisfazendoasexigênciasprincipais do cliente: preço, rentabilidade e qualidade. Com um nível de ruído de 70 dB, este pneu exibe as classificações B no que diz respeito a consumo de combustível e aderência em piso molhado. A nova construção de invó- wwSãoosdoispneusdaLinglongqueaDisp- nal, o representante da marca chinesa em Portugal, destaca. A Linglong conta com uma vastagamademedidas,dispondonasuaoferta pneus para todo o tipo de veículos pesados, desde trajetos regionais até percursos fora de estrada, passando por autoestrada. Enquanto que o LTL812 dispõe de piso direcional, o LDL831 propõe piso de tração. Mas vamos porpartes.Indicadoparaserinstaladonoeixo direcional, ainda que possa ser aplicado, tam- bém,noreboque,oLTL812foiconcebidopara percursosdecurtaelongadistância.Paraalém deserumpneurecauchutável,apresentacomo principaisargumentosaelevadadurabilidade, a baixa resistência ao rolamento e o reduzido w w É o pneu pesado da Yokohama que me- rece destaque pela qualidade que oferece. Responde pelo nome de 106ZS e destina-se a operações de longo curso e regionais. Conce- bido para eixo de direção, está disponível nas medidas 385/55R22.5 e 385/65R22.5. Como vantagens, este pneu anuncia um composto de piso recém-desenvolvido com recurso à tecnologia “Zenvironment”, que proporciona maior quilometragem e melhora a economia decombustível,graçasaummaisprofundode- sign do piso. Também os novos compostos do invólucro, uma vez mais usando a tecnologia “Zenvironment”,afirmaprolongaravidaútilda carcaçaparamulti-recauchutados.Jáodesenho FULDA ECOTONN 2 Preço, rentabilidade e qualidade LINGLONG LTL812 E LDL831 Da China, em dose dupla lucro, adotada para reduzir a acumulação de caloreproporcionarmaiordurabilidade,éum dosseusex-líbris.Tratando-sedeumpneude Verãoconcebidoparautilizaçãoemestrada,o Ecotonn2cumpreosmaiselevadosrequisitos em matéria de transporte de mercadorias. A Fulda foi fundada no ano de 1900, na cidade alemãcomomesmonome,pelosempresários Gustav Becker e Moritz Hasenclever. No ano seguinte, a empresa começou a fabricar uma vasta gama de produtos de borracha. consumodecombustível.JáoLDL831,trata-se de um pneu com piso de tração que apresenta um design projetado para assegurar boa mo- tricidade e aderência superior em piso seco e molhado.Paraalémderecauchutável,anuncia uma maior durabilidade devido à elevada re- sistência ao desgaste. Tanto o LTL812 como o LDL831estãodisponíveiscomumavastagama demedidas,respondendo,assim,àsexigências do mercado. SC-SIPE(Stress-WearSipeControl)minimiza odesgastedesigualnosombros.Ostentandoas classificaçõesCeEnoquerespeitaaoconsumo de combustível e aderência em piso molhado, respetivamente, o Yokohama 106ZS reclama um nível de ruído de 70 dB. Visualmente, destaca-se pelo design do piso dotado de seis nervurascomranhurasretas.Ostrêssulcoson- duladoseosquatroejetoresdepedrasãooutras características deste pneu pesado. YOKOHAMA 106ZS Tecnologia“Zenvironment” Pneus Pesados Os pneus pesados dividem-se em vários tipos de aplicação e servem para muitos fins 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 16 10/04/15 12:35
  • 8. www.revistadospneus.com | 17 ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Algo que reconhece como “vital”no seg- mento profissional, mas que não permite descurar minimamente a “qualidade e a rentabilidade”dos produtos. w TÉCNICO E PARTICULAR “Muito técnico e particular”. É desta forma que Paulo Santos, diretor comercial da Alves Bandeira, começa por caraterizar o mercado nacional de pneus pesados, no qual, “os principais clientes (frotas/ revendedores) sentem, cada vez mais, a necessidade de um acompanhamento e confiança da parte do fornecedor, onde o rosto do técnico/comercial ganha maior importância”. De acordo com Paulo San- tos, neste segmento,“os grandes distribui- dores tornam-se mais flexíveis do que as companhias, tendo em conta as próprias exigências do mercado”. Não esconde que a crise económica influenciou e muito o negócio, registando que, neste contexto, as marcas quality“ganharam terreno”face às premium. E dá um exemplo concreto da Alves Bandeira.“A marca‘Fulda Truck’, da qual somos distribuidores oficiais para Portugal e onde estamos a obter excelen- tes resultados. Os nossos clientes estão bastante entusiasmados pela sua perfor- mance, nomeadamente em termos de preço, rentabilidade e qualidade”, assegura. w AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Apesar da maturidade do mercado na- cional de pneus pesados, já aqui aludida, ainda subsistem muitas ameaças com que este se confronta diariamente. Ludgero Pi- nheiro, gestor de produto da Bridgestone, destaca a“dimensão do mercado”como o maior risco, apesar de este ter diminuído “significativamente” com a crise econó- mica.“A maior oportunidade”, sublinha este responsável, “são as oportunidades cada vez mais sofisticadas das frotas, que fazem com que apenas as marcas e os agentes mais profissionais tenham condições para singrar no mercado”, garante, não hesi- tando em colocar a rede de agentesTruck Point”entre os “vencedores”. Como grande ameaça do setor, Jorge Sousa, da Garland Pneus, destaca o bi- nómio "qualidade/segurança muito du- vidoso" na comercialização dos pneus. E a competição baseada apenas "no preço". Mas, por outro lado, diz, "a reali- dade macroeconómica aponta para uma recuperação de Portugal, também na área industrial, que impulsionará o setor dos transportes rodoviários e consequente- mente no negócio dos pneus pesados". Por isso, Jorge Sousa acredita que, "após vários anos de quedas nas vendas", o mercado "irá aumentar nos próximos anos". Já Carlos Oliveira, diretor comercial CVT daContinentalPneusPortugal,elegecomo maior ameaça aos especialistas do setor o “afastamento” que estes evidenciam em relação a uma marca de referência, capaz de acrescentar valor a todo o processo de venda. Esta proximidade“é a única forma que terão para responder de uma maneira eficaz às necessidades de um mercado que tem sofrido alterações muito significativas nos últimos anos”, afirma. No seu enten- der, a grande mais-valia das empresas a operar neste mercado reside, portanto, na “capacidade, no imediato, de fornecerem e validarem informação estratégica para 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 17 10/04/15 12:35
  • 9. 18 | Revista dos PNEUS abril 2015 ///////////////////////////////////////////////// Dossier Pneus Pesados wwAPrimewell,produzidapelaGITITire,tem vindo a introduzir novos produtos. Como o pneu direcional PSR 125 e o regional de re- boque PTR 721. Dentro em breve, apresen- tará novos pisos e alargará as referências em comercialização. O mais recente pneu de re- boque para uso internacional responde pelo nome de PTL 719. Disponível, para já, nas medidas 385/65R22.5 e 385/55R22.5, a curto prazochegarãooutras.Dotadodepisodenova geração, com novo desenho do sulco e ombro extralargo, assegura boa proteção na zona do ombro e um desgaste muito regular. AfórmuladocompostodoPrimewellPTL719, que,emPortugal,érepresentadopelaGarland, foi concebida para uso em longa distância e combina um reduzido consumo de combustí- velcomumelevadopotencialquilométrico.O desenhootimizadodopisoproporcionaníveis deruídomuitobaixosparapneusdebaselarga, ao passo que a proteção adicional da parede lateralsuperiortemointuitodereduzirdanos. Refira-se que a Garland também comercializa asmarcasContinentaleUniroyalnosegmento de pneus pesados. PRIMEWELL PTL 719 Piso de nova geração as frotas. Quem não estiver munido de ferramentas capazes de dar respostas em tempo real não vai conseguir impor-se neste mercado. E este report não pode conter só dados referentes ao momento”. Significa isto que,“quando uma frota optar por um determinado produto, terá à sua disposição ferramentas e tecnologias que lhe permita saber o que acontecerá com um determinado produto/veículo nos pró- ximos meses e qual será o seu impacto na gestão global da empresa”, refere. O dire- tor comercial CVT da Continental Pneus Portugal também encontra no horizonte do setor desafios estimulantes.“Só vai so- breviver quem tiver capacidade de acom- panhar e antecipar as necessidades das frotas e, desta forma, acrescentar valor ao serviço prestado. A qualidade do produto continua a ser muito importante na relação comercial”, esclarece. Além do produto, na sua opinião, as empresas procuram parcei- ros que possam oferecer a melhor solução no binómio“produto/serviço-informação”. Carlos Oliveira sublinha ainda que a“ma- nutenção preventiva”é determinante no negócio das frotas. “A monitorização em tempo real e a capacidade de antecipação das necessidades terão aqui um papel fun- damental no estabelecimento de relações comerciais duradouras e serão o fiel no prato da balança, decisivo na opção por um player em detrimento de outro”. Rui Chorado, da Dispnal, não vislumbra diferençasentreosperigosdestesetorcom outros.“Passa pela diversidade de marcas que existe, bem como pelos preços pra- ticados. Podemos ainda considerar uma ameaça a situação de estagnação em que se encontra o setor dos transportes”. Mas, ao mesmo tempo, vê na“disponibilidade imediata de stock, bem como possuir uma gama de pneus pesados completa”, uma oportunidade de crescer neste mercado. w MUDANÇA DE PARADIGMA Entre as maiores dores de cabeça do mercado, Luís Martins aponta o dedo à “evolução dos índices de atividade eco- nómica” do mercado nacional, conjunta- mente com os“complementares fluxos de importações e exportações”, algo que, na suainterpretação,“influenciadeformaclara o desenvolvimento do mercado dos pneus pesados”. O responsável da GripenWheels Iberiaadiantaaindaqueas“recentesevolu- ções das situações económicas dos nossos parceiros comerciais, como Angola, po- derão ter impacto num futuro próximo. A entrada no nosso país de operadores de outros países e a entrada em Portugal de pneus oriundos de diferentes países e lo- calizações geográficas são, também, um elemento perturbador e gerador de ruído nefasto”, avisa. No entanto, o maior de to- dos os perigos que enfrentam os players do mercado assenta na “mudança de pa- radigma estratégico a que temos assistido nos últimos anos (e meses), por parte de alguns fabricantes. Relembro: temos, já hoje, fabricantes que, naturalmente, fa- bricam pneus novos; recauchutam pneus jáutilizados;vendemdiretamenteàsfrotas; têm postos de assistência e venda direta às frotas; vendem pneus ao quilómetro dire- tamente às frotas... e, noutra envolvência mais além do mercado dos pneus pesados, são acionistas dos maiores sites de venda direta de pneus ao consumidor (B2C); são acionistas de empresas conhecidas na Eu- ropa como‘Brokers’, vendendo todo o tipo demarcaseprodutosatodososclientesde forma indiferenciada e estão a aventurar-se no negócio da distribuição multimarca”. Oportunidades?LuísMartinsacreditaque, seguindo o mesmo raciocínio,“teremos de explorarasfraquezasdanossaconcorrência. Temosumaeconomiaportuguesaquedási- naisténuesdequerer‘arrancar’etemosuma rededeagentescomvontadedefazermais e sobretudo melhores negócios”, destaca. MaisotimistaestáPauloSantos.Odiretor comercialdaAlvesBandeiranãoidentifica, “de momento”grandes ameaças no setor lusitano de pneus pesados. E prefere antes apontar o caminho da“diferenciação, atra- vésdaespecialização,acompanhamentono terreno, conhecimento técnico e profissio- nalismo”como os fatores que conduzirão ao“sucesso”do mercado. 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 18 10/04/15 12:35
  • 10. 20 | Revista dos PNEUS abril 2015 w FUTURO À VISTA “O futuro do mercado de pesados está dependente da economia do país, das ex- portações e importações de mercadorias e da atividade interna”, sustenta Ludgero Pi- nheiro.OgestordeprodutodaBridgestone considera que se“fala muito do transporte ferroviário, mas que, pela sua flexibilidade e capacidade de adaptação às necessida- des dos clientes, o transporte rodoviário de mercadorias e de passageiros terá sempre umaimportânciaconsiderávelnomercado”, remata o responsável. w MOMENTO RADICAL Carlos Oliveira descreve como“radical”o momento que vive o mercado. O diretor comercial CVT da Continental Pneus Por- tugal vai mais longe e adianta que “falar atualmente em produto significa falar em capacidade de dar informação em tempo realàsfrotas.Aorientaçãoestratégicadaárea deCVTdaContinentaléestarmaispertodo utilizador dos nossos produtos. Perceber as suasnecessidadeseexpectativas.Queremos demonstrar que temos os produtos e solu- ções economicamente mais vantajosas. O trabalhodesenvolvidopelanossaequipade frotaspermite-nosumconhecimentodeta- lhadodaperformancedosnossosprodutos, comparando-oscomosrestantesqueestão disponíveisnomercado.Esteknow-howéa nossamais-valiajuntodasfrotasenaaborda- gem junto da rede de distribuição”, adianta. Por isso, o mesmo interlocutor prevê que o futuro do mercado de pneus pesados será “lideradoporaquelesqueconseguiremante- cipar,emprimeiramão,asnecessidadesdos seus clientes e fornecer-lhes a solução mais adequada para a sua frota. E aqui estamos a falar das ferramentas que a Continental disponibiliza aos seus clientes e que lhes permite monitorizar o estado dos pneus e qual o custo associado à performance dos mesmos. Ferramentas como o FleetCheck, aplataformaCESARouContiPressureCheck” são alguns dos exemplos.“O futuro estará Dossier /////////////////////////////////////// Pneus Pesados Pneus de direção foram mais procurados Mercado contraiu em Fevereiro de 2015 w w O segmento dos pneus pesados abarca as classificações direcionais, de tração e de reboque. E vários tipos de utilização: regional, longo curso, on/off-road, off-road, inverno, autocarros urbanos e autocarros de longo curso. De acordo com o relatório do Europoolnadatadeconclusãodestedossier,emPortugal,nopassadomêsdeFevereiro, no que ao mercado de substituição disse respeito, venderam-se 12.706 pneus pesados, ou seja, -17% do que em igual período de 2014. Distribuídos do seguinte modo: 8.331 premium (-17,1%); 3.245 não premium (-24,8%); 1.110 rotulados de R3 (produzidos por dois fabricantes premium, tendo crescido 17,3%); 20 classificados como Basket (+100%).Jáemtermosacumulados(JaneiroeFevereirode2015),foramvendidos25.065 pneuspesados(-13,1%):17.410premium(-12,2%);5.916nãopremium(-18,4%);1.709 rotulados de R3 (-3,3%); 30 classificados de Basket (+50%). AprofundandoaindamaisaanálisedomercadoportuguêsnopassadomêsdeFevereiro, foram 3.309 os pneus direcionais vendidos (-18%): 2.201 premium (-20,8%); 749 não premium (-25,4%); 359 rotulados de R3 (+41,3%). No caso dos pneus de direção, Por- tugal absorveu 5.867 unidades (-14,6%): 3.827 premium (-14,5%); 1.549 não premium (-22,1%); 485 rotulados de R3 (+22,2%); 6 classificados de Basket (-40%). Já no que tocaaospneusdereboque,foram3.530asunidadesvendidas(-19,9%):2.303premium (-17,5%); 947 não premium (-28,4%); 266 rotulados de R3 (-9,8%); 14 classificados de Basket (igual a 2014). Para apurarmos com exatidão o volume total do mercado de substituição de pneus pe- sados, recorremos, também, à Valorpneu. É que apesar de serem um valioso indicador, os dados do Europool não refletem a 100% a realidade do mercado nacional. Assim, enquanto que os dados do Europool mencionam um total de 176.607 pneus pesados vendidos em 2014 no nosso país (+3,9% do que em 2013), a Valorpneu refere que esse mesmo número é de 255.129 (foram 236.288 em 2013). Portanto, entre os dados do Europool e os da Valorpneu, existe um desfasamento de 78.522 pneus relativo ao ano transato. E uma vez que a recauchutagem tem particular relevância nos pneus pesados, aquificaaquantidaderegistadanaValorpneuem2014pelosrecauchutadoresnacionais: 193.749 pneus (foram 181.096 em 2013). 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 20 10/04/15 12:35
  • 11. www.revistadospneus.com | 21 ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Nem mesmo quando os veículos pesados tiverem condução autónoma, os pneus deixarão de ser essenciais. Continuarão a ser eles o elo de ligação com o solo PUB assentenaevoluçãotecnológicadossistemasquepermitam integraropneudeumaformaproactivanacadeiadegestão de cada frota”, adianta. w RENTABILIDADE É ESSENCIAL DapartedaGripenWheelsIberia,LuísMartinsvêofuturo destemercadoaseguiras“tendênciasdaindústria,comes- pecialênfasenasnovasformasdecomercializaroprodutoe oseuoutputfinal:osquilómetros”.Nãohácomocontornar aquestão.“Semprenumaóticaderentabilidadeeeconomia paraosdiferentesintervenienteseatoresdoprocesso.Para a Gripen Wheels Iberia, e, através das marcas que comer- cializamos, orgulhamo-nos de continuar a oferecer não só um produto de qualidade superior, que comparamos com asmaisprestigiadasmarcasanívelmundial,mas,também, através dos nossos parceiros distribuidores, oferecer o me- lhor serviço do mercado. É uma tripla parceria de futuro”, enfatiza Luís Martins. Comumavisãobastantepragmática,PauloSantos,daAlves Bandeira,crêqueofuturotenderáa“estabilizar”omercado. Uma prudência partilhada por Andrés A. Castro España. O productmanagerdaYokohamaestáconvictodequehaverá uma“melhorialenta,mascontínuanofuturodospneuspe- sados”.Omercadoatual,acrescenta,“aindanãoseencontra suficientementemaduroparaaplicarnovastecnologias,como o TPMS. Os custos de implementação são elevados para massificar esta tecnologia no mercado de pneus pesados. Contudo, a Yokohama possui, atualmente, um pneu para eixodedireção,nasmedidas385/55R22.5e385/65R22.5,no desenho 106ZS, vendido pela nossa empresa, que merece destaque pela sua qualidade”, sublinha. 10_21_Dossier Pneus PesadosREV.indd 21 12/04/15 09:07
  • 12. 22 | Revista dos PNEUS | abril 2015 O namoroentreaContinentalPneus e algumas das casas de pneus suas clientes já era antigo, mas, em Portugal, a relação nunca ha- via sido oficializada. Quando se trata de assu- mir uma rede em nome próprio, o fabricante mostrou, em todos os momentos, algumas reservas. Sempre preferiu ir devagar. Mas agora, por fim, decidiu dar um passo nesse sentido e apresentou o primeiro posto de venda oficial da rede ContiService: a Auto- Centro Garagem 5 de Outubro, em Lisboa. Uma oficina que era já uma“cliente histórica” da marca e que, agora, vê reconhecida a sua fidelidade. w Apoio no terreno A ContiService dispõe, já hoje, de 10 pon- tos em funcionamento. Mas a Continental Pneus Portugal optou por apenas apresentar oficialmente a rede à comunicação social através da AutoCentro Garagem 5 de Ou- tubro, numa conferência que contou com a presença de José Luís de La Fuente, diretor- -geral da Continental Pneus Portugal. O res- ponsável salientou a forma “natural” como surgiu o projeto ContiService.“Na sequência daquilo que tem sido apanágio da atuação da Continental no mercado nacional, mais uma vez quisemos antecipar as necessida- des dos nossos parceiros para, desta forma, podermos apoiá-los de uma maneira mais eficaz no desenvolvimento e na rentabiliza- ção do seu negócio, reforçando o vínculo à Continental”, sublinhou. No dia da estreia oficial da rede, José Luís de La Fuente mostrou-se satisfeito por poder cumprir com os desejos dos clientes que pe- diam um“apoio extra”para enfrentar a muita concorrência. “Como fabricantes, achamos que temos o dever de apoiá-los a todos e dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta diária de vender pneus. Dantes, a posição dos fabricantes passava por vender pneus aos clientes. E, hoje, a posição deve ser outra. Devemos ajudar os nossos clientes também A Continental assumiu, finalmente, em Portugal, uma rede em nome próprio: ContiService. A primeira casa oficial da marca foi a AutoCentro Garagem 5 de Outubro. Até 2020 deverão existir 80... Por: Jorge Flores Relação oficializada 10 pontos de venda em 2015 Reportagem Rede ContiService //////////////////////////////////// vejaovideo noseusmartphone 22_23_Reportagem_ContiServiceREV.indd 22 10/04/15 10:47
  • 13. www.revistadospneus.com | 23 a vender os pneus na‘rua’, aos consumidores finais”, afirmou. O homem forte da Continental Pneus Por- tugal explicou ainda à nossa revista quais são os critérios que uma oficina deverá ter para aderir à rede ContiService.“Além de uma relação com a Continental, devem conhecer os produtos. São os nossos embaixadores perante os clientes. E devem ter condições nos pontos de venda para poder prestar o serviço de qualidade que esperamos dar aos consumidores”. w Ferramentas aos parceiros A adesão à ContiService representa para as oficinas uma oportunidade de aceder a ferramentas de comunicação e instrumentos de apoio ao desenvolvimento do negócio, tornando-se mais “eficazes” no mercado. “Sempre associados aos valores da Conti- nental”, enfatizou o diretor-geral. O que também significará o acesso a um portefólio de marcas de “elevada notorie- dade” e que cobrem todos os segmentos do mercado de pneus: UNIROYAL, Barum e Sportiva”. Como fatores distintivos da rede Conti- Service, José Luís de La Fuente destacou “a flexibilidade na abordagem, a ausência de pagamento de qualquer comissão, a criação de mecanismos de apoio à dinamização do negócio”, sem, com isso, perder algo que considera fundamental na sua relação com os agentes:“a independência dos parceiros”, afirmou. w 80 pontos em cinco anos O objetivos da rede ContiService são am- biciosos.“Para já, este ano é o arranque. Em 2015, estamos a pensar avançar com mais 10 pontos de venda. Queremos fazer as coisas devagar e bem feitas. Provar que o conceito funciona”, adiantou José Luís de La Fuente à REVISTA DOS PNEUS. Depois?“Temos um plano: chegar a 80 em redor de Portugal no ano de 2020”, acrescentou. Um investimento geoestratégico, de cinco anos, que obrigará a um esforço financeiro aproximado de meio milhão de euros. AutoCentro Garagem 5 de Outubro “As expectativas são elevadas” Miguel Ximenes, responsável da AutoCentro Garagem 5 de Outubro, o primeiro ponto de venda a obter a chancela oficial da rede ContiService, confessou que as“expectativas são elevadas” w Cliente histórico da Continental, Mi- guel Ximenes (ao centro na imagem abaixo) acredita que a casa vai crescer e “melhorar muito a qualidade dos servi- ços e com preços muito competitivos”. Até porque, “fizemos um grande investimento (com o apoio da Continental, claro está...) para dar o mais possível aos nossos clien- tes”, revela. As vantagens da casa com esta adesão à rede? “A ContiService dá-nos a facilidade de dispor de certos instrumentos que não poderíamos ter como empresa pequena que somos”, reconheceu. Deixando áreas como o “marketing e a comunicação” nas mãos da Continental, a casa poderá dedi- car-se ao que sabe fazer bem. Os serviços irão muito além dos pneus. “Achamos que o futuro vai passar pelas casas que apre- sentem mais serviços. Temos aqui a pre- paração dos carros, lavagens dos estofos, polimentos, lavagens de motores, parque de estacionamento, temos os pneus e va- mos agora ter mecânica - as revisões ofi- ciais de marca - para fechar todo o apoio que podemos dar a um veículo”, concluiu. ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// José Luís de La Fuente, diretor-geral da Continental Pneus Portugal (à direita nas imagens), referiu, na sua intervenção, que “como fabricantes, achamos que temos o dever de apoiar todos os nossos clientes e dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta diária de vender pneus” 22_23_Reportagem_ContiServiceREV.indd 23 10/04/15 10:22
  • 14. 24 | Revista dos PNEUS | abril 2015 Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus //////////////////////// Mercado a uma voz Pela primeira vez, os mercados de pneus de Portugal e Espanha falaram a uma só voz. A Conferência Ibérica de Pneus, organizada pela REVISTA DOS PNEUS e pelo AUTOPOS EL PERIÓDICO, sob o lema “Projetar o Futuro”, levou ao Centro de Congressos do Estoril mais de 200 profissionais do setor Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores N uncaantesosprincipaisprotagonis- tasdosmercadosdepneusportu- guêseespanholhaviampartilhado um mesmo espaço e discutido os problemas e as soluções da sua atividade. Aconteceu no passado dia 27 de Março de 2015,naquelaquefoia1.ªConferênciaIbé- ricadePneus,umainiciativaorganizada,em conjunto, pela REVISTA DOS PNEUS e pelo AUTOPOS EL PERIÓDICO. OmegaeventodecorreunoCentrodeCon- gressosdoEstoril,tevecomotítulo“Projetar oFuturo”econtoucomaparticipaçãode24 oradores, entre portugueses e espanhóis. w TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES Osdiscursosdeboasvindas(eorespetivo enquadramentodaconferênciacomomo- mento que vive o setor dos pneus) ficaram a cargo de João Vieira, diretor da REVISTA DOSPNEUSedeMiguel AngelPrieto,editor do AUTOPOS EL PERIÓDICO. VitalMorgado,administradordaAICEP,foi quem, de seguida, usou da palavra, subli- nhandoaimportânciadosetor:“Exportamos odobrodaquiloqueimportamos.Ospneus estãoentreos10produtosmaisexportados pelo nosso país”. No período da manhã realizaram-se qua- tro painéis. No 1.°, subordinado ao tema “Presente e Futuro do Comércio de Pneus na Europa e na Península Ibérica”, Ricardo Martins,diretordeMarketingdaContinental PneusS.A.,eRibeirodaSilva,diretorcomer- cial da Unidade de Ligeiros da mesma em- presa, analisaram a venda de pneus numa perspetivaibérica.“Nomercadodeligeiros, em Espanha, os pneus premium valeram, em 2014, 60,7%. Relativamente a Portugal, JoãoVieira,diretor daREVISTADOSPNEUS MiguelAngelPrieto,editor doAUTOPOSELPERIÓDICO PedroPinto,jornalistadaTVI emoderadordoevento Mais informações em revistadospneus.com Organização: 24_28_Conferência IP_REV.indd 24 10/04/15 12:23
  • 15. www.revistadospneus.com | 25 “Em Portugal (...) o mercado está a recuperar os valores de 2009. Os pneus premium valeram 53,5%, os quality têm decrescido e os budget têm vindo a crescer” Ricardo Martins, Continental Portugal “A disponibilidade de stock e a capacidade de entrega são fundamentais. Uma maior disciplina nos timings de cobrança é uma forma de evitar situações delicadas” Alejandro Recasens, Pirelli Portugal “A formação e a assistência técnica são argumentos de peso. Escolher uma marca mais premium ou menos premium é flexível. Mas o objetivo é igual para todos.Ter rentabilidade” Pedro Jesus, Cometil “Existe um enorme excesso de oferta no setor oficinal espanhol. Aproximadamente 50.000 oficinas em Espanha não poderão continuar a existir” Víctor Manuel Cañizares, Yokohama Iberia “A dificuldade é o cliente ver que o equipamento (...) é um investimento. Temos clientes que pedem equipamentos que não são adequados para as suas oficinas” José Morgado, Domingos & Morgado “Por cada tonelada de pneu que é gerido e tratado no sistema, consegue evitar-se a emissão de 1,5 toneladas de gases com efeitos de estufa” Climénia Silva, Valorpneu //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// existe um comportamento semelhante. A quebrafoiconstanteaté2012.Mas,em2015, o mercado está a recuperar os valores de 2009.Ospneuspremiumvaleram,em2014, 53,5%,osqualitytemdecrescidoeosbudget têmvindoacrescer”,disseRicardoMartins. JáRibeirodaSilva,tambémdaContinental, centrou-se nas tendências do mercado no querespeitaaoscanaisdedistribuição.Ena sua evolução.“Nunca digas nunca quando falasdofuturo”,alertou.Econcretizou:“Opa- radigmamudou,asociedademudou,operfil doconsumidormudoueoretalhotambém tem de continuar a mudar”, assegurou. Os especialistas de pneus foram o canal mais procurado em 2014, suplantando os con- cessionários, os centros auto, as oficinas, a Internet e os distribuidores. Na Europa, o volume de especialistas em pneus rondou os 44%. Em Espanha, cerca de 44% e, em Portugal,quase58%,revelouRibeirodaSilva. w ASSOCIATIVISMO DE BOA SAÚDE O 2.° Painel, intitulado “Associativismo no Setor dos Pneus na Península Ibérica”, contou com vários oradores. Jorge Vieira (Comissão Especializada de Produtores de Pneus–CEPP,daACAP),porexemplo,garan- tiuque“oassociativismoestádeboasaúde e é altamente recomendável”. Disse ainda que, desde 2009, têm realizado“ações que permitemchegaraoconsumidorfinal,como foiocasodopneuusadoedaetiquetagem”. PedroNascimento(ComissãoEspecializada de Retalhistas de Pneus – CERP, da ACAP), contouqueaassociaçãoquerepresentaestá a desenvolver uma série de trabalhos, no- meadamenteemtermosde“apoiojurídico aos seus associados”, recordando ainda o “seguromultirisco”,disponibilizadoatravés daCASeguros.“Somosuminterlocutorpri- vilegiadocomoGoverno.AACAPpretende dar credibilidade ao setor”. JoséLuisRodriguez,representantedaCo- missãodeFabricantesdePneusdeEspanha, nãotemacertezase“aetiquetatornaopneu maissexy”,masnãomostroudúvidasdeque “chamamaisaatençãoepermitepassarin- formação sobre ele”. Sobre o mesmo assunto, Oscar Bas Mon- tesinos (secretário executivo da ADINE – Associação Nacional de Distribuidores e ImportadoresdePneusdeEspanha),acres- centouque“acolocaçãodaetiquetatem vejaovideo noseusmartphone Patrocinador: Patrocinador Institucional: Apoio: By Domingos & Morgado Patrocinadores Institucional Apoio 24_28_Conferência IP_REV.indd 25 10/04/15 12:23
  • 16. 26 | Revista dos PNEUS | abril 2015 No6.°Painel,PauloCristovão,diretor-geral da Pneubase (Rede Euromaster), Rui Car- rasqueira, administrador da Pneu Furado (RedeVulco)ePedroTeixeira,diretordaBest Drive,abordaramoretalhotradicionalversus anovadistribuiçãoeasredesdeoficinasna Península Ibérica. “Quem domina as redes não pretende pessoas passivas na sua estrutura. Existem planos que vêm de cima mas temos de co- municar. De vez em quando dar um murro namesa.Aenergiaindividualcriasinergias degrupo”,enfatizouPauloCristovão.RuiCar- rasqueira vê a questão de outro ângulo.“A estratégiaécriadaparanós,nãosomosnós queacriamos.Ooperadorpodenãoperce- berqualaintençãodeestaremrede.Casose desmotive,podedeixardeparticiparnessa rede”,disse.JáPedroTeixeirapreferiuilustrar o seu ponto de vista:“A rede funciona mais ou menos como um guarda-chuva. Numa alturadecrise,émaisfácildeseultrapassar. A nível de assessoria, comissões de conta, campanhas de marca, credibilidade e ima- gem no mercado”. JoséMariaAguado(AguadoAutomoción),àesq.,JoséMorgado(Domingos &Morgado),àesq.dePedroPintoePedroJesus(Cometil),àdireita,foramos participantesdo7.ºpaineldedicadoaosequipamentosoficinais Nointervalodospainéishouvetempoparaumanimadoalmoçoparaosmaisde200participantes No6.ºpainel,discutiu-seoretalhotradicionalvsanovadistribuição. Daesq.paraadireita:RuiCarrasqueira(PneuFurado),PedroPinto (moderador),PauloCristóvão(Pneubase)ePedroTeixeira(BestDrive) sensibilizadoocliente,poiséumargumento devenda.Creioapenasqueacolocaçãode mais informação, como a pressão e o ren- dimento, seria interessante”. Para fechar o painel, Rafael García (secretário-geral da OPEN–OrganizaçãoProfissionaldosEspe- cialistasdePneusdeEspanha),sintetizouo espíritodoassociativismo.“Umaassociação nasceparaconcentraroesforçodetodosos interlocutores”, afiançou. w O TODO E AS PARTES No 3.° Painel, Guillermo de Llera, diretor- -geral da GiPA Portugal, e Fernando Al- corta, diretor da Divisão Automóvel da GfK Espanha, encarregaram-se de revelar dados estatísticos do mercado ibérico de pneus.“OsetordospneusemPortugaltem um peso de 20% no aftermarket. Ou seja, 20%doaftermarketnacionaléassegurado pelosetordospneus”,revelouGuillermode Llera, acrescentando ainda que, no nosso país,“cada pneu é mudado aos 45.000 km (52.000 em Espanha), ou seja, em Espanha, a utilização do pneu é 16% superior”. FernandoAlcorta,porseuturno,deuconta deque“omercadoespanholdepneuscres- ceu, em 2014, 0,6% face a 2013 no que res- peita a unidades, embora tivesse caído 4% emvalor”.Eacrescentou:“54,9%domercado de pneus em Espanha é assegurado pelas marcas premium”.... O 4.° Painel teve como protagonistas Rita Marques,administradoradaFedimaeJosé Gomes, administrador da Recauchutagem Nortenha, que falaram sobre o pneu re- cauchutado.“O pneu novo quando é feito éconcebidoparatermaisdoqueumavida. Opneurecauchutadodignificaosetor.Cada vezsomosmenosrecauchutadoresemPor- tugal”,alertouRitaMarques,enquantoJosé Gomes deu conta de um dado, no mínimo, interessante:“Fizemosumestudoqueana- lisou, através da Universidade do Minho, o tipo de destroços de pneus que aparecem nasautoestradas.45%dosresultadosdisse- ram respeito a pneus novos e 55% a pneus recauchutados”. w TRABALHAR EM REDE Depoisdapausaparaalmoçoenetworking, e já com o jornalista daTVI Pedro Pinto aos comandos,aconferênciafoiretomadacom o5.°PainelporCliméniaSilva,diretora-geral daValorpneu,eGabrielLeal,diretor-geralda Signus, que abordaram o tema dos pneus em fim de vida. A responsável pelaValorp- neudeuaconhecerque,“porcadatonelada depneuqueégeridoetratadonosistema, evita-seaemissãode1,5toneladasdegases com efeitos de estufa”. Gabriel Leal focou- -senoproblemadooutroladodafronteira: “OsimportadoresquenãopagamEcovalor. Estamosarecolher22milhõesdepneuspor ano. 5 milhões de euros é o que foge aos cofres do Estado espanhol”, lamentou. Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus //////////////////////// 24_28_Conferência IP_REV.indd 26 10/04/15 12:23
  • 17. 28 | Revista dos PNEUS | abril 2015 //////////////////////// w PRINCÍPIOS DE ESCOLHA O 7.° Painel,“Equipamentos para Ofici- nas de Pneus”, contou com a participação de Pedro Jesus, diretor-geral da Cometil, José Morgado, diretor-geral da Domingos & Morgado e José Maria Aguado, admi- nistrador da Aguado Automoción. “Os clientes escolhem todos os equipa- mentos que trazem retorno para as ofi- cinas”, explicou Pedro Jesus, adiantando que a “formação e a assistência técnica são argumentos de peso. Escolher uma marca mais premium ou menos premium é flexível. Mas o objetivo é igual para todos. Ter rentabilidade”, disparou. José Morgado, reforçou a ideia.“Ter contratos de manutenção é fundamental. O que temos de fazer é a avaliação da casa de pneus para saber que equipamento de- vemos fornecer. A dificuldade que tenho em passar ao cliente é fazê-lo ver que o equipamento não é um custo, mas um investimento. Temos clientes que nos pedem equipa- mentos que não são adequados para as suas oficinas”, referiu. Para José Maria Aguado, a situação das oficinas de pneus é “preocupante”. Por- quê? “Hoje, compram-se equipamentos para utilizar apenas nos dias que correm, sem pensar que, a curto prazo, essas mes- mas máquinas já não servem”, explicou. Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus w SEGMENTOS EM ANÁLISE No 8.° (e último) Painel, Alejandro Reca- sens, diretor da Pirelli Portugal, Víctor Ma- nuel Cañizares (vice-presidente de Vendas e Marketing da Yokohama Iberia), Ramón Martínez Portillo (diretor-geral da Trelle- borg)eLuísMartins(diretor-geraldaGripen WheelsIberia),fizeramaanálisedomercado ibérico de pneus, nos segmentos Turismo, SUV/4x4, Pesados, Agrícolas e Engenharia. Víctor Manuel Cañizares tomou a dianteira paraafirmarqueexisteum“excessodeoferta no setor”. Para apimentar o debate, disse aindaque“50.000oficinasemEspanhanão podemexistir”.Osoutrosoradoresdopainel pegaramnotema.“Estamosnumasituação de mercado ainda delicada. O serviço que não era tão importante há uns anos, hoje é fundamental. A disponibilidade de stock e a capacidade de entrega são fundamen- tais. Uma maior disciplina nos timings de cobrançaevitasituaçõesdelicadas”,avançou Alejandro Recasens. Ramón Martínez Portillo sublinhou que, atualmente,“os pedidos 24 horas são bas- tante requisitados. Além da importância da comunicação. Como ter êxito? Oferecer produtosdequalidade.Osprimeirosquatro GabrielLeal (Signus),àesq., eCliméniaSilva (Valorpneu),à direita, foramos protagonistasdo 5.ºpainel,perante amoderaçãodo jornalistadaTVI PedroPinto O8.ºpainelcontou comaparticipação(da esq.paraadta.):Víctor ManuelCañizares (YokohamaIberia),Luís Martins(GripenWheels Iberia),Alejandro Recasens(Pirelli Portugal)eRamón MartínezPortillo (Trelleborg) VitalMorgado (AICEP) falousobrea importância daexportação naeconomia esobreasua expressãono setordospneus RibeirodaSilvaeRicardoMartins,daContinentalPneusPortugal,foramosintervenientesno1.ºpainel.Já GuillermodeLlera(GiPAPortugal)eFernandoAlcorta(GfKEspanha),osdoisdadta.,discursaramno3.°painel RitaMarques(Fedima)eJoséGomes(RecauchutagemNortenha) partilharamopalcono4.ºpaineldaconferência 24_28_Conferência IP_REV.indd 28 10/04/15 15:33
  • 18. www.revistadospneus.com | 29 ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// fatoresnaescolhadepneusagrícolasestão relacionadoscomaqualidade:tração,con- sumo de combustível, baixa compactação e baixa resistência ao rolamento”, revelou. Por fim, Luís Martins, traçou o retrato do mercado ibérico.“Portugal tem problemas idênticos aos de Espanha, mas por razões diversas. A quantidade de obras públicas e de opções erradas trouxeram ao mercado dos pneus de engenharia abundância. Quando o setor retraiu, o mercado destes produtos ressentiu-se. Espanha tem uma indústria forte e próspera. Os PALOP aju- dam o mercado português a recuperar os números.Felizmentequeonossopaísganha concursos públicos fora de Portugal e na Europa, o que faz com que muitos pneus sejam comprados cá mas utilizados no es- trangeiro”, rematou Luís Martins. w DEPOIS DO ADEUS No final, os mais de 200 participantes e os 24 oradores estavam visivelmente satisfei- tos. O balanço não podia, por isso, ter sido mais positivo. O objetivo deste encontro ibérico sem precedentes, considerado já como o maior evento de 2015 dedicado ao setor dos pneus, foi considerado um autêntico sucesso. Acriaçãodeumespaçocomum,ondeora- doreseparticipantesdiscutirampontosde interesses mútuos e partilharam experiên- ciaspessoais,englobouasdiversasvertentes donegócio:distribuição,retalhoeoficinas. A1.ªConferênciaIbéricadePneuspermitiu aprofundarosconhecimentossobreopre- senteeperspetivarofuturodocomérciode pneus na Península Ibérica. PUB 24_28_Conferência IP_REV.indd 29 10/04/15 15:33