1. • POLOS AUTOMOTIVOS:
O MAPA DA PRODUÇÃO
• LANÇAMENTO: CHEGAM
KA, SANDERO E TROLLER
• ZF MOSTRA A LEVEZA NA
MANOBRA DOS PESADOS
Automotive AGOSTO DE 2014
A GUERRA
ANO 6 • NÚMERO 28
DAS AUTOPEÇAS
O INOVAR-AUTO LEVA O SETOR AUTOMOTIVO AO MOMENTO DE
MAIOR TRANSFORMAÇÃO E PROVOCA UMA DISPUTA ACIRRADA ENTRE
COMPONENTES NACIONAIS E IMPORTADOS NAS LINHAS DE PRODUÇÃO
2. TANQUE METÁL I CO: A S O LUÇÃO DO FUTURO.
A m a n e i ra d e p e n s a r o m u n d o e stá s e m p re em
t ransformação, ex i g i n d o s o l u çõe s d i feren c i a d a s .
A i d e i a q u e n o s m o v e é c o n s t r u i r, co m a n o s s a
tecnologia, um futuro cada vez melhor para o nosso
país e para o mundo.
4. ÍNDICE
4 • AutomotiveBUSINESS
A GUERRA DAS
AUTOPEÇAS
No momento de maior transformação,
provocado pelo programa Inovar-Auto, o
setor automotivo muda seu perfil enquanto
assiste a uma disputa acirrada entre
autopeças nacionais e importadas nas
linhas de montagem
8 FERNANDO CALMON
ALTA RODA
Para disciplinar o tráfego
10 NO PORTAL
12 CARREIRA
16 NEGÓCIOS
36 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O AVANÇO DO RFID NAS FÁBRICAS
Tecnologia localiza peças
40 POLOS AUTOMOTIVOS
A GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO
Novas montadoras e fornecedores
78CAPA | INDÚSTRIA
PROJETO FOTON, em
Guaíba (RS), dá prioridade aos
parceiros chineses
ARQUIVO FOTON
N
p
se
a
a
li
LUIS PRADO
5. AutomotiveBUSINESS • 5
AUTOPEÇAS
82 Aftermarket
84 Fundidos
85 Forjados
86 Estampados
87 Interiores
88 Rolamentos
89 Transmissões//eixos
90 Turbos
92 Arrefecimento
46 TECNOLOGIA
A LEVEZA DOS PESADOS
Manobra por controle remoto
50 CAMINHÕES
ANO DE DIFICULDADES
Fabricantes à espera da retomada
54 MÉXICO
DESTAQUE NOS INVESTIMENTOS
Produção em alta, mercado reduzido
58 VEÍCULOS
O NOVO FORD KA
Pacote completo e bom preço
62 INDÚSTRIA
A ARRANCADA DA TROLLER
Fábrica recebeu R$ 215 milhões
66 LANÇAMENTO
RENAULT CAPRICHA NO SANDERO
Carro fica melhor até no preço
70 FÁBRICA
INAUGURAÇÃO DA CHERY
Primeira montadora chinesa no País
72 WORKSHOP
O PLANEJAMENTO DE 2015
As dicas dos especialistas
94 COBIÇA
LAR HI-TECH
A ajuda dos eletrônicos
O ZF INNOVATION TRUCK
é um exemplo de integração
de tecnologias existentes que
projetam o futuro
ARQUIVO ZF
ARQUIVO FORDTROLLER
ARQUIVO DELPHI
6. EDITORIAL
Paulo Ricardo Braga
Editor
paulobraga@automotivebusiness.com.br
BUSCA DE IDENTIDADE
6 • AutomotiveBUSINESS
REVISTA
www.automotivebusiness.com.br
Editada por Automotive Business, empresa
associada à All Right! Comunicação Ltda.
Tiragem de 12.000 exemplares, com
distribuição direta a executivos de fabricantes
de veículos, autopeças, distribuidores,
entidades setoriais, governo, consultorias,
empresas de engenharia, transporte e logística
e setor acadêmico.
Diretores
Maria Theresa de Borthole Braga
Paula Braga Prado
Paulo Ricardo Braga
Editor Responsável
Paulo Ricardo Braga
(Jornalista, MTPS 8858)
Editora-Assistente
Giovanna Riato
Redação
Camila Franco, Mário Curcio, Pedro Kutney e
Sueli Reis
Editor de Notícias do Portal
Pedro Kutney
Colaboradores desta edição
Alexandre Akashi, Gustavo Ruffo, Edileuza
Soares, Rodrigo Lara, Sérgio Oliveira de Melo
'HVLJQJUiÀFR
Ricardo Alves de Souza
RS Oficina de Arte
)RWRJUDÀD_DSD
Estúdio Luis Prado
Publicidade
Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves
Atendimento ao leitor
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WebTV
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Comunicação e eventos
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Distribuição
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Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,
04082-001, São Paulo, SP,
tel. 11 5095-8888
contato@automotivebusiness.com.br
Em busca de componentes para se recompor, o Autobot da capa desta
revista, um transformer que tem o poder de alternar a aparência como
robô ou veículo, compartilha com a indústria automobilística brasileira a
mesma dúvida: utilizar autopeças nacionais ou importadas? O dilema,
no mundo real, está em encontrar um ponto de equilíbrio saudável
entre o emprego de componentes nacionais e importados na produção
dos veículos e, ao mesmo tempo, atender o ambicioso programa de
rastreabilidade, que demonstra a origem das partes para efeito de
recolhimento de impostos.
De um lado, as autopeças importadas, aparentemente no papel de vilãs,
podem significar redução de custo e opção por conteúdo tecnológico
avançado, já disponível nas prateleiras; de outro, o uso de autopeças
nacionais representa a tábua de salvação para os fornecedores locais, que
têm assistido a uma verdadeira invasão de peças fabricadas no exterior.
A disputa pelo mercado de autopeças, que mexe com a identidade das
empresas do setor, tem peso expressivo e a balança comercial setorial acusa
déficit da ordem de US$ 10 bilhões anuais. A aposta na reversão desse
quadro desfavorável vem do programa Inovar-Auto, que estimula o produto
nacional, por meio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI). A matéria de capa desta edição ilustra essa questão e estende-se pela
análise setorial de forjados, fundidos, estampados, interiores, rolamentos,
transmissões, eixos, turbos e componentes para arrefecimento.
Matéria de fôlego, fruto de levantamento conduzido pelo jornalista
Gustavo Ruffo, revela o avanço dos polos automotivos, definindo sua
vocação e principais sistemistas. Por meio do jornalista Sérgio Oliveira,
brasileiro que reside no México, avaliamos a evolução da indústria
automobilística daquele país que, embora tenha um mercado interno
limitado, vai se equiparando ao Brasil na produção de veículos.
Voltamos à carga com a análise do segmento de caminhões, que ainda
espera pela recuperação das vendas no mercado interno. Outro destaque
vai para o lançamento de veículos nacionais, com a avaliação do Troller
T4, Sandero e Ford Ka. Reservamos também espaço para descrever a
experiência do editor Pedro Kutney, do Portal Automotive Business, em
extensa sessão para conhecer as novas tecnologias da ZF na Alemanha
como forma de otimizar o desempenho de veículos pesados.
Até a próxima edição.
7. Na Stock Car é cada um por si.
E Mobil Super por todos.
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de todas as equipes da Stock Car.
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Encontre também em: BA - Espaço do Óleo Navega (47) 3319-5707; CE - Da Nóbrega (85) 3494-3737; DF - Mega Lub (61) 3361-5023; PI - Edi Serviços
Automotivos (86) 3232-7617; PR - Luciano Mendes (41) 3086-0072; RJ - Jotas ZR (Truck Car) (21) 2415-0651; SP - Giacomin Cia Ltda. (19) 3834-2002.
Mobil e Mobil Super são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou uma de suas subsidiárias, utilizadas por Cosan Lubrifi cantes e Especialidades S.A., ou uma de suas
subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes de produtos utilizados neste material são de propriedade de seus respectivos donos.
8. 8 • AutomotiveBUSINESS
LUIS PRADO
FERNANDO CALMON é
jornalista especializado na
indústria automobilística
fernando@calmon.jor.br
Leia a coluna Alta Roda
também no portal
Automotive Business.
PATROCINADORAS
disciplinar o tráfego de
superfície. Uma vem de
Celso Franco, que já dirigiu
o antigo Departamento de
Trânsito do Rio de Janeiro.
Ele propôs, há mais de
cinco anos, um estímulo
indireto para que pessoas
partilhem seus carros em
caronas. O pedágio urbano
de R$ 50,00/mês isentaria
quem se voluntariasse
ao transporte solidário.
Mais recentemente, a
americana Uber lançou
um aplicativo, já em 30
países, para que pessoas
oferecessem caronas
mediante pagamento.
Isso despertou a ira dos
taxistas em cidades
europeias e também no Rio
e São Paulo. Difícil é banir
aplicativos desse tipo.
Outra proposição vem
do consultor ambiental
e transporte sustentável
Olímpio Álvares, que
apresentou o conceito do
pedágio urbano inteligente
(PUI) para a capital
paulista em substituição
ao rodízio (bom frisar).
A tarifa média seria de
R$ 7,00/dia ou 50% do
que se cobra em Milão,
que tem regulamentação
complexa e várias
exceções. Sua vantagem:
limitar cobrança aos eixos
de trânsito congestionados
e apenas se a velocidade
da via ficasse abaixo
de um limite regulado.
Aplicativos para celulares
que traçam rotas
alternativas ajudariam a
aproveitar de modo mais
racional as vias.
Álvares acredita numa
implantação gradativa
do PUI que poderia ser
proporcional ao valor
do IPVA e consumo/
emissões de cada veículo.
Seus cálculos apontam
arrecadação para
construir, anualmente,
7 km de metrô ou
100 km de BRT (corredor
de ônibus avançado, não a
enganação de faixas
do lado direito).
O grande problema
de qualquer solução
que envolva mais um
imposto disfarçado, como
pedágio urbano, é garantir
dinheiro carimbado para
o transporte coletivo que
realmente funciona: metrô
ou monotrilho. Soluções
de superfície apresentam
sérias limitações pelo
crescimento desordenado
das cidades brasileiras.
Outro ângulo a
coluna sempre enfatiza.
Fabricação de veículos
responde por 5% do
PIB brasileiro e 12% dos
impostos arrecadados,
sem contar a derrama que
continua ao longo da sua
vida. Portanto, há dinheiro
de sobra para mobilidade
urbana, não aplicado por
má gestão administrativa
e política dos recursos.
Ninguém deve se sentir
culpado por usar um carro
para ir ao trabalho.
Um debate que
mais cedo ou mais
tarde acontecerá
no Brasil é a maneira
de utilizar, de forma
mais racional, as vias de
superfície nas grandes
cidades. Ideias surgem
no rastro de soluções
implantadas em outras
áreas metropolitanas no
mundo. Pedágio urbano
não é novidade,
mas sua aplicação
pode-se reconhecer como
bastante restrita. Apenas
Cingapura, Londres, Milão
e Estocolmo cobram
para que cidadãos
motorizados adentrem o
centro histórico. Em geral
usa-se o sofisma de taxa
de congestionamento.
Roma impõe restrições
de acesso, sem cobrança.
Outras, como Cidade
do México, proíbem
circulação de veículos
poluidores, mais antigos.
Há exemplos de pagar
para uso em algumas
vias expressas (Santiago)
ou túneis (Nova York).
O que parece realmente
pouco inteligente é limitar
a circulação, sem fins
ambientais, por meio de
finais de placas, como
acontece em São Paulo.
Essa ideia, de tão ruim, se
limita à capital paulista,
mas alguns espertos a
“venderam” para
Bogotá e Caracas.
Existem algumas
propostas brasileiras para
ALTA RODA
USAR SEM CULPA
9. FERNANDO CALMON
AutomotiveBUSINESS • 9
HONDA prepara uma
surpresa aos apreciado-res
de SUVs compac-tos,
antecipa a coluna.
Em meados de 2015 já
terá em produção o Ve-zel
(com outro nome) na
fábrica atual de Suma-ré
(SP), sem esperar con-clusão
da nova unidade
de Itirapina (SP), no final
do próximo ano. Quando
esta ficar pronta, produ-zirá
o CR-V em Sumaré.
MOTOR do BMW 320i
demonstra: turbocom-pressor/
injeção direta é a
melhor combinação pos-sível
para o etanol. Em-bora
não tenha alterado
valores de potência (184
cv) e torque (27,6 mkg.f),
a diferença com etanol
aparece em acelerações
de retomada, principal-mente,
além de pequena
melhora no consumo em
relação à gasolina. Inex-plicável
é o sistema des-liga-
liga o motor ser ini-bido,
quando se usa eta-nol.
PESQUISA da J.D.
Power com consumido-res
nos EUA aponta mau
funcionamento de al-guns
comandos de voz,
que avançam nos siste-mas
avançados de mul-timídia.
Possivelmente
por interferências de ruí-dos
normais do veículo e
vozes a bordo. Para me-lhorar
essa deficiência, a
Ford deslocou do rádio
para o teto o microfone no
novo Ka.
GRUPO PSA Peugeot
Citroën decidiu importar
toda a linha DS da China.
Os carros estarão no Sa-lão
do Automóvel de São
Paulo, começando pelo
DS5 com motor turbo de
1,8 l/200 cv. Preços serão
realmente competitivos.
Grupo francês enquadrou
a linha DS como nova
submarca, sem ligação à
Citroën ou à Peugeot.
PARA quem achava que
no Brasil sempre se ganha
dinheiro fácil vendendo au-tomóveis
precisa ver balan-ços
regionais das compa-nhias.
Ford perdeu quase
US$ 300 milhões neste se-gundo
trimestre, na Améri-ca
do Sul, onde o País re-presenta
quase 2/3 do fatu-ramento.
GM também es-tá
no negativo. Fiat já ha-via
registrado queda de lu-cro
de 80% em 2013 e ago-ra
mais 23%.
MINI Cooper S exibe de-sempenho
nem um pou-co
minúsculo. Nova gera-ção
do modelo inglês tem
motor turbo 2 litros/192 cv,
mas o torque impressiona
muito: 30,6 kgf.m a apenas
1.250 rpm. O interior ga-nhou
espaço atrás e o no-vo
quadro de instrumentos
ficou bem melhor. Suspen-são
é firme um pouco além
da conta (para o piso bra-sileiro),
mesmo na regula-gem
suave.
APESAR de problemas
em alguns mercados, Gru-po
VW prevê vender pela
primeira vez mais de 10 mi-lhões
de unidades no mun-do
este ano. A Toyota tam-bém
projeta romper essa
barreira. Briga pela lideran-ça
mundial está acirrada,
mas projeções de analistas
apontam tendência de os
alemães chegarem ao topo
em 2014, quatro anos an-tes
da meta anunciada.
SINDICATO de servido-res
federais da área de ci-ência
e tecnologia do se-tor
aeroespacial apoiou
a publicação de um livro
sobre a história de de-senvolvimento
do mo-tor
a álcool no Brasil. De
autoria de Fernanda An-drade,
reporta com por-menores
e documentos
o esforço desde 1975 do
professor Urbano Stum-pf
e sua equipe do então
Centro Técnico Aeroes-pacial,
de São José dos
Campos (SP).
GOVERNO FEDE-RAL
adiou por dois
anos os rastreadores em
veículos à venda no Bra-sil
não apenas por difi-culdades
técnicas. Há
duas ações na Justiça
questionando quanto
ao direito de privacida-de.
Por outro lado, cerca
de 200 empresas ofere-cem
o serviço. Quem se
interessar estará servido.
Não tem sentido impor
esse acessório.
DIVULGAÇÃO
RODA VIVA
BMW 320I:
turbocompressor/injeção
direta é a melhor
combinação para
o etanol
10. AS NOVIDADES QUE VOCÊ ENCONTRA EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR
EXPORTAÇÕES COMPENSAM
QUEDA NA
VOLVO BUS
A divisão de ônibus
da Volvo no Brasil
enfrenta a baixa do
mercado com um
reforço nas exportações. A companhia
estima a venda de 800 unidades
em outros países em 2014, a maior
parte para a Colômbia. Com isso a
montadora deve manter este ano o
nível de produção registrado em 2013
na planta de Curitiba (PR), próximo
de 3,2 mil unidades, apesar de ter
reduzido a atividade na fábrica para
apenas um turno de trabalho desde
agosto do ano passado.
SCANIA DESENVOLVE
pesados no País, motivada pelo
enfraquecimento da economia,
a Scania aproveita a expertise
com produtos customizados para
fechar novos negócios. A empresa
entregou o primeiro lote de 33
caminhões de combate a incêndio
aeroportuário, desenvolvidos
em parceria com a Lavrita
Engenharia, para a Secretaria
de Aviação Civil.
www.automotivebusiness.com.br/abtv
CAMINHÃO
PARA
AEROPORTOS
Diante da
retração nos
licenciamentos de
EXCLUSIVO REDES SOCIAIS
QUEM É QUEM
A ferramenta exclusiva e
gratuita traz os contatos
de quem comanda o setor
automotivo.
automotivebusiness.com.br/
quemquem.aspx
10 • AutomotiveBUSINESS
ESTATÍSTICAS
Acompanhe a evolução
das estatísticas das
principais organizações
do setor.
automotivebusiness.com.br/
estatisticas.aspx
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pela nossa equipe.
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Formato leve e adequado
para quem acompanha
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m.automotivebusiness.com.br
WEB TV
MOTOS GRANDES E
SCOOTERS
GANHAM
ESPAÇO
Em movimento
contrário ao do
mercado de motos
como um todo, a venda de scooters e
de modelos de alta cilindrada cresceu
no primeiro semestre de 2014. De
janeiro a junho foram repassados
das fábricas aos concessionários 20,4
mil scooters, alta de 31,8% sobre
igual período de 2013. No caso das
motocicletas acima de 450 cc, as 25,5
mil unidades repassadas na primeira
metade do ano resultaram
em crescimento de 11,5%.
PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS
MULHERES AUTOMOTIVAS ENTREVISTA 90 SEGUNDOS
VALTER
PIERACCIANI
E ALFONSO
ABRAMI, da
Pieracciani
Consultoria, avaliam os desafios
e vitórias do Inovar-Auto
RENATA PERUCCI,
gerente-executiva
de caminhões
da Scania Latin
America, revela
os desafios de trabalhar no
segmento de veículos pesados
Descubra em
um minuto e
meio os fatores
que devem ser
levados em conta
no momento de fazer o
planejamento de 2015
11. LUMIA
UNIDADE SUL
Caxias do Sul - RS
Telefone: (54) 2101.3800
coventya.rs@coventya.com.br
www.coventya.com.br
UNIDADE SUDESTE
São Paulo - SP
Telefone: (11) 4055.6600
coventya@coventya.com.br
Ecologicamente correta
Suporte técnico mundial
3 unidades no Brasil
UNIDADE INTERIOR
Sumaré - SP
Telefone: (19) 3922.8423
coventya.spi@coventya.com.br
Beyond the Surface
Alta tecnologia química
Constante inovação de processos
Foco em Pesquisa e Desenvolvimento
333
333
A constante inovação é uma das forças do Grupo COVENTYA, que fundamenta-se
no desenvolvimento de processos de alta tecnologia e ambientalmente corretos.
O grande objetivo da equipe mundial de PD é assegurar soluções e processos
que venham a garantir a parceria ideal para um negócio de sucesso.
12. CARREIRA
MILTON REGO:
ABAL BUSCA NOVA VISÃO PARA
SEGMENTO DE METALURGIA
AUTOMOTIVE BUSINESS – Por
que decidiu se juntar à Abal?
MILTON REGO – O convite foi
feito meses atrás. O processo todo
foi um pouco longo, o que seria
esperado em uma associação que é
presidida por um conselho. A Abal
tem buscado profissionais de fora
de um setor específico, o que acho
oportuno, por trazer a possibilidade
de incorporar uma nova visão ao
segmento de metalurgia.
AB – Quais serão seus principais
desafios na nova função?
MR – Estão relacionados com
a competitividade da cadeia. A
indústria do alumínio, assim como
a automotiva, está pressionada por
importações de asiáticos ao mesmo
tempo em que perde exportações.
Está muito oneroso produzir no Brasil
e isso tem de ser enfrentado, pois o
alumínio é um insumo estratégico
para os principais segmentos da
economia. Seu consumo cresce em
ritmo maior do que o do PIB.
AB – Como aumentar o uso
do alumínio na indústria
automobilística?
MR – O Brasil está muito atrás na
utilização de alumínio. Na Europa
e nos Estados Unidos, a média
está entre 140 e 170 quilos por
veículo, enquanto estamos em um
terço desse valor. A tendência de
substituição por materiais mais leves
e resistentes, como o alumínio, é
inevitável nesta indústria, que têm
objetivos desafiadores de
eficiência energética. Q
EXECUTIVO, QUE
TROCOU A DIRETORIA
DE COMUNICAÇÃO
CORPORATIVA E
RELAÇÕES EXTERNAS DA
CNH INDUSTRIAL PELA
PRESIDÊNCIA EXECUTIVA
DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DO
ALUMÍNIO, APONTA OS
NOVOS DESAFIOS
CAMILA FRANCO
EXECUTIVOS
AUDI – Contratou Herlander Zola (foto 1), ex-BMW, para a nova diretoria de marketing que ajudará a expandir
a marca no País.
NISSAN – Murilo Moreno (foto 2), deixa a diretoria de marketing da montadora e é substituído interinamente
por Arnaud Charpentier, diretor de desenvolvimento de rede e satisfação do cliente.
PEUGEOT – Companhia tem novo diretor geral para o Brasil. O chileno Miguel Figari (foto 3) está no lugar de
Frédéric Drouin, transferido para a Suíça pelo Grupo PSA.
SCANIA – Anuncia diretor-geral de operações comerciais. Mathias Carlbaum (foto 4), que atuava na região
Ibérica, assume no lugar de Roberto Leoncini, agora na Mercedes-Benz.
VOLKSWAGEN – Osmair Garcia (foto 5) é o novo VP de finanças, em substituição a Carsten Isensee,
que foi para China. Ivan Segal (foto 6) assumiu a diretoria de vendas no lugar de Jochen Funk, que retorna à
Alemanha. Ronaldo Znidarsis (foto7) ficou com a direção de desenvolvimento de rede e veículos comerciais
leves, enquanto Dieter Strass terá novas funções na empresa.
13. SABE O QUE É FREIO MOTOR
MAIS POTENTE DA CATEGORIA?
É DAF XF105. Mais potência com menor consumo de combustível.
Frenagem com estabilidade em baixa e alta velocidades. Freios a tambor
nos eixos frontal e traseiro que garantem excelente desempenho na estrada.
• Motor PACCAR MX de 12,9 litros.
• Freio motor de 430 CV a 2.100 rpm.
• Disponível nas configurações 410 e 460 CV, 6x2 e 6x4.
• Cabine com amplo espaço interno e extremo conforto.
• Exclusiva trava de segurança Night Lock.
• Farol com lentes Lexxan, mais resistente a impactos.
DAF é outra categoria.
Cinto de segurança salva vidas.
DRIVEN BY QUALITY
TRUCKS | PARTS | FINANCE
WWW.DAFCAMINHOES.COM.BR
EUROPEU
MADE
IN BRASIL
EUROPEU
FABRICADO
NO BRASIL
F I N A N C I A M E N T O FINAME
14.
15.
16. NEGÓCIOS
O INOVAR-AUTO É O PRIMEIRO PASSO, NÃO É UMA OBRA
ACABADA E É MUITO MAIS COMPLEXO DO QUE SE VISLUMBRA
QUANDO SE ESCREVE O PROJETO. ESPERO QUE AO FIM DESTE
BALANÇO TENHAMOS ESSA CLAREZA DE QUE AVANÇAMOS
EM UM ANO, MAS AINDA HÁ MUITO A SER FEITO
COMPACTO
SUZUKI SWIFT ESTÁ DE VOLTA AO BRASIL
TECNOLOGIA
16 • AutomotiveBUSINESS
A Suzuki volta a trazer ao Brasil
o compacto Swift, importado
anteriormente nos anos 1990. O
carrinho chega em duas versões,
Sport, por R$ 74.990, e Sport R,
com preço sugerido de R$ 81.990.
As duas são equipadas com o
motor 1.6 a gasolina, de quatro
cilindros e 142 cavalos. O câmbio
é manual de seis marchas. O Swift
mede 3,89 metros e tem recursos
eletrônicos para segurança como
programa de estabilidade (ESP)
combinado a controle de tração,
que podem ser desativados.
O interior inclui bancos em forma
de concha, sistema de partida
sem chave, ar-condicionado digital
automático, comandos de áudio,
Bluetooth e piloto automático no
volante, além de som com
CD player e entrada USB.
PONTO DE VISTA
MARGARETE GANDINI, do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
ao falar do desafio de desenvolver o Inovar-Auto durante apresentação no Simea,
simpósio de engenharia automotiva promovido pela AEA em agosto.
NOVO UNO É O 1º CARRO
BRASILEIRO COM START-STOP
A nova geração do Fiat Uno chegou ao mercado no início de
setembro com o título de primeiro carro brasileiro equipado
com start-stop, tecnologia que desliga e liga o motor automatica-mente
em pequenas paradas, como no semáforo, por exemplo.
Fornecido pela Bosch, o sistema promete redução no consumo
de combustível de 20% e até então só estava disponível nos carros
importados. Aparentemente, a estratégia é uma das armas da fa-bricante
para alcançar a melhoria de eficiência energética exigida
no Inovar-Auto. A novidade vem de série na versão Evolution do
carro, equipada com motor 1.4.
SUZUKI / SERGIO CHVAICER
DIVULGAÇÃO / FIAT
17.
18. NEGÓCIOS
QUEDA
BRASIL PERDE UMA
POSIÇÃO ENTRE
MERCADOS GLOBAIS
A contração de 7,3% nas vendas de automóveis e comerciais
leves no primeiro semestre de 2014 puxou o Brasil para
baixo no ranking dos maiores mercados globais. O País ficou
na quinta posição, atrás da Alemanha, que subiu para a quarta.
Os números foram divulgados pela Jato Dynamics, que
levou em conta dados de 27 países. A China permaneceu na
liderança global, com mais de 10 milhões de emplacamentos
entre janeiro e junho.
FUSÃO
FEDERAL-MOGUL COMPRA
DIVISÃO DA HONEYWELL
CRÉDITO
GOVERNO INCENTIVA FINANCIAMENTOS
18 • AutomotiveBUSINESS
VENDAS DE VEÍCULOS LEVES
1º SEMESTRE DE 2014
País Emplacamentos
1º China 10,15 milhões
2º EUA 8,16 milhões
3º Japão 2,97 milhões
4º Alemanha 1,64 milhão
5º Brasil 1,58 milhão
6º Grã Bretanha 1,44 milhão
7º Índia 1,43 milhão
8º Rússia 1,22 milhão
9º França 1,14 milhão
10º Canadá 909,7 mil
A fabricante de autopeças Federal-Mogul
comprou da Honeywell Friction Materials
FONTE: JATO DYNAMICS
a unidade produtora de componentes de freios
(pastilhas, sapatas e fluidos) das marcas Jurid e
Bendix localizada em Sorocaba (SP). A operação
permitirá à Federal-Mogul ampliar a atuação
na América do Sul. Além do fornecimento às
montadoras, a companhia reforçará presença
no pós-venda e acredita em possibilidade de
crescimento como consequência da implantação
do programa Inovar-Auto.
Para contornar o desaquecimento das vendas, Banco
Central e Ministério da Fazenda adotaram medidas
para estimular a concessão de crédito para a compra de
veículos. Foram liberados mais R$ 10 bilhões do depósito
compulsório dos bancos e houve redução das provisões
de risco em R$ 15 bilhões. Dessa forma, R$ 25 bilhões
foram injetados no mercado de financiamentos.
O governo atacou também a falta de garantia dos
bancos nesse tipo de contrato, já que havia dificuldade
para retomar o veículo em caso de inadimplência. Será
editada medida provisória para facilitar a recuperação do
bem. A iniciativa atende pleito da Fenabrave, federação
dos distribuidores de veículos. A entidade calcula que
apenas 15% dos carros com pagamento atrasado são
localizados e que, com o atual processo de retomada,
as instituições levam, em média, 210 dias para reaver o
bem. A mudança deve motivar o interesse das instituições
financeiras em emprestar, com redução dos juros.
DIVULGAÇÃO / FEDERAL-MOGUL
19. No trânsito, somos todos pedestres.
Prevenir que
acidentes aconteçam.
Proteger as pessoas,
caso eles ocorram.
Direção livre de acidentes e lesões, acessível para veículos de todas as categorias e em todos os mercados do mundo,
fazem parte dos objetivos do Grupo Continental ao desenvolver tecnologias inovadoras para a prevenção de acidentes de trânsito.
Dirigir com segurança significa utilizar todos os dispositivos de segurança ativa para prevenir os acidentes. E, se não puder
evitá-los, usar todos os dispositivos de segurança passiva para fornecer aos motoristas e passageiros a máxima proteção.
www.continental-automotive.com
20. NEGÓCIOS
COMERCIAL
A Ford confirmou que vai parar de vender a Transit no
Brasil. Desde 2008 a linha de vans era importada
da Turquia. Ainda há estoque do modelo na rede de
concessionárias da marca, que deve acabar nos próximos
meses. O projeto inicial era lançar no Brasil ainda este
ano a nova geração do veículo, mas a empresa decidiu
PREFERIDA
HYUNDAI É ELEITA A MELHOR PELOS PROPRIETÁRIOS
A Hyundai Brasil, fabricante da família HB20, foi eleita a empresa com maior índice de satisfação entre proprietários
de veículos novos no País. A conclusão é do estudo “Voss Brasil 2014 – Vehicle Ownership Satisfaction StudySM”,
realizado pela J.D. Power. O levantamento avalia a experiência vivenciada por proprietários de veículos novos (12 a
36 meses após a compra). Esta é a primeira vez que a Hyundai aparece no estudo. No segundo lugar entre as favoritas
dos proprietários ficou a Toyota. Entre as marcas que obtiveram pontuações acima da média da indústria brasileira,
encontram-se outras cinco asiáticas: Honda, Kia, Nissan, Mitsubishi, Hyundai-Caoa e uma europeia, a Volkswagen (738).
ZERO EMISSÃO
U m esportivo elétrico
brasileiro poderá se tornar
realidade nos próximos dois
anos. O projeto da Electric
Dreams, empresa instalada
no polo tecnológico de São
José dos Campos (SP), é de
um carro com quatro motores
adiar o projeto por causa das condições desfavoráveis do
mercado. “Não vamos importar outro lote deste modelo
e ainda não temos previsão de quando a nova geração
chega ao Brasil”, admite o diretor de operações, Guy
Rodrigues. Segundo ele, a alta do dólar também tornou
inviável a continuidade das vendas da van.
FORD
INTERROMPE
IMPORTAÇÃO
DA TRANSIT
BRASIL DESENVOLVE ESPORTIVO ELÉTRICO
elétricos, um por roda, capaz
de acelerar de 0 a 100 km/h em
menos de três segundos, com
velocidade máxima de 300 km/h.
O desenvolvimento tem custo
estimado em R$ 25 milhões.
Desse total, R$ 6,3 milhões
virão de um financiamento do
BNDES concedido ao Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicação (CPqD). Essa
fundação criará a bateria e os
inversores que serão utilizados
pela fabricante do carro.
A Electric Dreams contará
com capital próprio, externo
e subvenção da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (Fapesp). O projeto
foi aprovado pelo BNDES Fundo
Tecnológico (BNDES Funtec).
“Será um carro para um mercado
de luxo, para pessoas que gostam
de alto desempenho e recursos
tecnológicos”, afirma o diretor da
companhia, Fábio Guillaumon,
sem revelar o preço estimado
para o carro. Ele reconhece
que o projeto parece anti-intuitivo
(já que o natural seria
levar os avanços obtidos a mais
consumidores), mas acredita ser
viável com a venda de cerca de
20 unidades por ano.
DIVULGAÇÃO / FORD
MÁRIO CURCIO
21.
22. NEGÓCIOS
REESTREIA
FORD FAZ NOVA INVESTIDA
NO MERCADO COM SÉRIE F
D epois de
interromper a
produção por quase
três anos, a Ford
volta a fabricar os
caminhões da Série F
em São Bernardo do
Campo (SP). Segundo
a montadora, o retorno
da linha é resposta à
demanda dos clientes,
que não encontraram
substitutos para o
veículo. “Sinal claro da
falta que a Série F fez
foi a valorização dos
veículos usados na revenda. O preço
disparou”, conta Guy Rodriguez,
diretor de operações
da Ford Caminhões.
A rede de 140 concessionárias da
marca oferece agora três versões
do caminhão: F-350, F-4000 4x2
e F-4000 4x4, com preços que
vão de R$ 101.290 a R$ 133.290.
22 • AutomotiveBUSINESS
A linha tem garantia total de 12
meses e de 24 meses para o motor,
sem limite de quilometragem.
Há condição de compra com
financiamento pelo Finame/BNDES
e pelo Consórcio Ford. A expectativa
é por maior demanda pelo F-350
em regiões urbanas, principalmente
autônomos interessados em baixo
custo operacional. O
F-4000 4x2, segundo
a fabricante, deve
ter uso misto, no
campo e na cidade,
por causa de sua
robustez. Já o F-4000
4x4 tem aplicações
mais específicas
como o segmento de
manutenção (redes
elétricas, telefonia,
água, esgoto,
aplicações rurais) e,
segundo a Ford, vai
atrair frotistas.
Os veículos são equipados com
motores 25% mais potentes quando
comparados aos da geração anterior:
2.8 de 4 cilindros, com até 150 cv de
potência, fabricado pela Cummins
com sistema SCR de pós-tratamento.
O propulsor, segundo a montadora,
é ainda compatível com diesel B20,
combustível com 20% de biodiesel.
GM ANUNCIA R$ 6,5 BILHÕES PARA O BRASIL
D epois de encerrar aporte de R$ 5,7 bilhões em
2013, a General Motors está pronta para nova
etapa de investimentos no Brasil. Em reunião com
a presidente Dilma Rousseff, a CEO da organização,
Mary Barra, anunciou que serão aplicados R$ 6,5
bilhões de 2014 a 2018. O foco estará no desenvolvi-mento
de novos produtos, melhoria dos existentes e
manutenção das instalações locais. “Estamos no Bra-sil
há quase 90 anos e este é um importante mercado.
Continuaremos por aqui. Nosso compromisso é de
longo prazo”, declarou a executiva ao ser questionada
sobre a situação atual do mercado brasileiro.
Em comunicado, Jaime Ardila, presidente da
GM América do Sul, detalhou que o “investimento
permitirá à marca Chevrolet continuar a renovação
de sua linha de automóveis com foco em tecnologia
e qualidade. Outro grande propósito é elevar o
porcentual de nacionalização dos componentes dos
carros feitos no Brasil, numa ação que envolverá
também fornecedores instalados no País”. Embora
a montadora não revele quais novos produtos serão
desenvolvidos localmente, sabe-se que está em
andamento o Projeto Âmbar, carro de baixo custo
encabeçado pela engenharia brasileira.
INVESTIMENTO
DIVULGAÇÃO / FORD
23. Para rodar com mais segurança, nosso país tem a força
do aço Gerdau. A força da transformação.
www.gerdau.com
/gerdau /gerdausa
O aço da Gerdau tem a força da transformação.
A indústria automotiva vem evoluindo na construção de veículos mais
H¿FLHQWHVFRQ¿iYHLVHVHJXURV6HPSUHDRVHXODGRRDoRGD*HUGDXVH
WUDQVIRUPDHPSURGXWRVGHDOWDWHFQRORJLDTXHID]HPSDUWHGRVFDUURV
FDPLQK}HVH{QLEXVTXHURGDPSHOR%UDVLOHSHORPXQGR
24. NACIONALIZAÇÃO
SINOTRUK É HABILITADA AO
INOVAR-AUTO COMO INVESTIDORA
D epois de ter os planos abalados pelo Inovar-Auto,
a fabricante de caminhões de origem chinesa
Sinotruk dá sequência ao plano de se estabelecer
no Brasil. A companhia foi habilitada no programa
na categoria de investidora. Com isso, passa a ter
direito à apuração de crédito presumido de IPI e
poderá importar 312 caminhões da família A7 entre
1o de agosto deste ano e 31 de janeiro de 2015 sem
o adicional de 30 pontos porcentuais na alíquota.
A fábrica brasileira da Sinotruk ficará em Lages
(SC), com início da operação previsto para 2016.
O investimento inicial será de R$ 300 milhões, com
possibilidade de alcançar R$ 1 bilhão no médio prazo,
segundo a empresa.
DIVULGAÇÃO / SINOTRUK
US$ 663 MILHÕES
REMESSAS DE LUCROS DAS MONTADORAS ENCOLHEM 70%
ARCELORMITTAL
BONS RESULTADOS COM
AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA
DIVULGAÇÃO / ARCELORMITTAL
A ArcelorMittal nem começou
a fabricar no Brasil o Usibor,
aço de alta resistência desenvolvido
para a indústria automobilística, e já
percebe aumento da demanda pelo
material. Em 2011, quando passou a
importá-lo da Europa, foram trazidas
mil toneladas. Este ano, a previsão
é de 12 mil a 13 mil toneladas. A
partir de 2016, deverão ser fabricadas
localmente 100 mil toneladas do
Usibor por ano na unidade de São
Francisco do Sul (SC), que recebeu
investimento de US$ 15 milhões.
Marcelo Federici, especialista em
desenvolvimento de projeto automotivo
da ArcelorMittal, conta que todas as
montadoras instaladas no Brasil têm
demonstrado interesse em utilizá-lo.
“As empresas que ainda não decidiram
pelo material no Brasil já o utilizam na
Europa e nos Estados Unidos e, em
questão de tempo, vão passar a usá-lo
aqui.” Fiat, GM, Ford e Volkswagen
já têm projetos com o aço. Duas
empresas de autopeças instaladas no
País também são clientes. E outras
estão em negociação.(Camila Franco)
C omo resultado direto da queda das vendas de
veículos no mercado brasileiro, as remessas
de lucros de dividendos das montadoras instaladas
no País às suas matrizes no exterior despencaram.
Dados do Banco Central mostram que, de janeiro a
julho, os fabricantes remeteram US$ 663 milhões,
com expressivo declínio de 70% em comparação ao
mesmo período de 2013, quando foram enviados
US$ 2,2 bilhões. Apesar do recuo, as montadoras
representam este ano o quarto setor que mais
enviou lucros ao exterior e surpreendem pelo fato de
continuar a fazer remessas quando reclamam que a
rentabilidade no País acabou como consequência da
queda das vendas. (Pedro Kutney)
25. Mobil 1.
/XEULÀFDQWHRÀFLDOGD3RUVFKH
*7XSKDOOHQJH
LÍDER MUNDIAL EM LUBRIFICANTES 100% SINTÉTICOS.
mobil.cosan.com
Mobil, Mobil 1 e o ícone 1 são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation
RXXPDGHVXDVVXEVLGLiULDVXWLOL]DGDVSRURVDQ/XEULÀFDQWHVH(VSHFLDOLGDGHV6$RX
uma de suas subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes de produtos utilizados
neste material são de propriedade de seus respectivos donos.
26. NEGÓCIOS
SEGURANÇA
CHEVROLET ONIX DECEPCIONA
EM TESTE DO LATIN NCAP
U ma nova bateria de testes de impacto do Latin NCAP
evidenciou que a segurança é um ponto fraco do
Chevrolet Onix. O modelo, equipado com airbag duplo,
recebeu três de cinco estrelas possíveis no quesito proteção
dos adultos. O desempenho foi pior quando avaliada
a segurança das crianças transportadas: apenas duas
estrelas. Alejandro Furas, diretor técnico do Global NCAP,
admitiu ter ficado surpreso e desapontado com o resultado,
já que a plataforma do hatchback é totalmente nova.
Na mesma bateria de testes foram avaliados também
26 • AutomotiveBUSINESS
Chevrolet Spark fabricado na Coreia do Sul, Fiat
Novo Palio feito na Argentina (tanto a versão com
airbag vendida atualmente no Brasil quanto a sem o
equipamento, que saiu de linha), além do Peugeot 208,
produzido na fábrica da PSA em Porto Real (RJ). O
Spark, que não é vendido no Brasil, teve avaliação ainda
pior e não conquistou sequer uma estrela em proteção
para adultos. O Palio com airbags obteve três estrelas.
Já o modelo da Peugeot recebeu quatro estrelas em
proteção para adultos e três para crianças.
BRASMETAL: aços e conjuntos metálicos
THYSSENKRUPP: forjados
SCHULZ: fundidos
NORTE FIOS: materiais não metálicos
SANDVIK DO BRASIL: materiais indiretos
VALLOUREC TUBOS: sustentabilidade
AUTOPEÇAS
ZF RECONHECE
FORNECEDORES
DA AMÉRICA
DO SUL
A ZF América do Sul promoveu
o 11º encontro com seus
fornecedores da região no dia
26 de agosto, em São Paulo
(SP). O evento reuniu 200
convidados e premiou os seis
parceiros que mais se destacaram
no último ano em inovação
tecnológica, competitividade e
sustentabilidade. No encontro
a companhia enfatizou ainda a
necessidade de os fornecedores
se prepararem para competir
globalmente e para acompanhar o
crescimento da companhia.
MELHORES PARCEIROS DA ZF
DIVULGAÇÃO / GLOBAL NCAP
DIVULGAÇÃO / ZF
28. NEGÓCIOS
INVESTIMENTO
HVCC INAUGURA
1ª FÁBRICA NO BRASIL
A Halla Visteon Climate Control
(HVCC), empresa nascida
em 2013 com a integração
das operações de sistemas de
climatização automotiva da Halla
e Visteon, inaugurou sua primeira
fábrica no Brasil e no Hemisfério
Sul em agosto. A unidade, que fica
em Atibaia (SP), é a 35ª planta da
companhia no mundo e vai montar
módulos de controle HVAC (sigla em
inglês para aquecimento, ventilação
e ar-condicionado), instalados
atrás do painel dos carros. Os dois
primeiros clientes no mercado
brasileiro são Ford, que já era
atendida pela Visteon, e a chinesa
INCENTIVOS
ZONA
FRANCA DE
MANAUS
GARANTIDA
POR MAIS
50 ANOS
O Congresso Nacional pror-rogou
por mais 50 anos
– até 2073 – os incentivos fiscais
especiais para a Zona Franca de
Manaus (ZFM). A política tributária
diferenciada do restante do País,
que garante custos de produção
mais baixos na região, se encer-raria
em 2023. As condições es-peciais
foram instituídas em 1967
pelo Decreto de Lei 288.
PREMIUM
CLASSE C: CLÁSSICO GANHOU REBELDIA
28 • AutomotiveBUSINESS
Chery, que inaugurou fábrica em
Jacareí (SP).
“O Brasil é estratégico para nosso
crescimento, é o quarto maior
mercado de veículos do mundo e
abriga quase todos os fabricantes
globais. Precisávamos desta
fábrica para ser competitivos para
nossos clientes instalados aqui”,
afirma Yong-Hwan Park, presidente
mundial HVCC. Apesar de estar no
início das atividades, a companhia
tem grandes expectativas de
crescimento. “Atendemos muitos
clientes que estão trazendo seus
projetos globais para cá.”
(Pedro Kutney)
ASSISTA À
REPORTAGEM
O novo Mercedes-Benz Classe
C chegou às concessionárias
em agosto com o slogan “O
clássico ganhou um toque de
rebeldia”. O modelo tem quatro
versões, com preços que variam de
R$ 138,9 mil até R$ 189,9 mil. De
fato, a frase tem tudo a ver com
a quinta geração do automóvel,
o mais vendido pela marca no
Brasil e no mundo. O design ficou
mais irreverente e houve mudança
também na motorização. Além
do propulsor 1.6 turbo de 156
cavalos, o mesmo da geração
anterior, há oferta do motor 2.0
turbo de 184 cavalos.
A estrutura do novo Classe
C é totalmente nova, feita em
grande parte de alumínio, além
de contar com aços mais leves
e resistentes. Comparado com o
modelo antecessor, o conteúdo
de alumínio aumentou de menos
de 10% para quase 50%. Como
resultado, o carro, que também
ganhou direção elétrica no lugar
da hidráulica, ficou 60 quilos mais
leve, apesar de ter crescido 80
milímetros na distância entre eixos
e de estar 95 milímetros mais
longo e 40 milímetros mais largo.
A redução de peso deixou o sedã
até 20% mais econômico.
De agosto a dezembro a marca
espera vender 2,5 mil unidades do
novo Classe C, com média de
500 unidades por mês.
DIVULGAÇÃO / MERCEDES-BENZ / MALAGRINE
29. CONFIDENCIALIDADE:
QUANDO O SIGILO É A MELHOR INFORMAÇÃO.
Em um cenário dinâmico e de concorrência acirrada, a con¿dencialidade
é essencial para a prestação de serviços em Pesquisa e Desenvolvimento.
A MAHLE Powertrain garante o sigilo das informações estratégicas de
cada cliente por meio de uma estrutura especialmente projetada, com
acesso controlado, câmeras de monitoramento nos corredores, bloqueio
visual nos laboratórios, identi¿cação de locais restritos e, acima de tudo,
pro¿ssionais treinados e absolutamente comprometidos.
www.mahlepowertrain.com
30. NEGÓCIOS
EVENTO
CONGRESSO FENABRAVE PÕE
EM DISCUSSÃO DESAFIOS DA DISTRIBUIÇÃO
C om o tema “Superação”, o 24o Congresso
e ExpoFenabrave debateu os desafios dos
concessionários entre 13 e 14 de agosto, em Curitiba
(PR). Na abertura do evento o presidente da entidade dos
distribuidores de veículos, Flávio Meneghetti, falou da
necessidade de as redes renovarem as estratégias para
encarar a nova realidade: mais marcas disputando o mesmo
mercado que, ao menos este ano, deve encolher. Também
voltou à carga contra um velho conhecido expediente das
montadoras em época de vendas magras: o aumento das
vendas diretas, que tiram rentabilidade dos concessionários.
Segundo ele, este tratamento é inaceitável para os
concessionários que “são ou deveriam ser os principais
parceiros das montadoras”. O dirigente conta que o
problema vem sendo discutido há mais de uma década sem
solução. “Existe aqui um tremendo desequilíbrio comercial
que temos de procurar nivelar em termos aceitáveis para
todas as partes envolvidas”, defende. Nesse tom, Meneghetti
cobrou das montadoras a oferta de condições para que
as redes se mantenham financeiramente saudáveis.
“Trabalhamos para que nossas marcas prosperem, mas, da
mesma forma, queremos também prosperar nos realizando
profissionalmente e remunerando nossos investimentos.”
A Fenabrave também continua a enfatizar a
necessidade de diversificar as receitas dos negócios.
“As margens das vendas de novos vêm caindo e
precisamos seguir o exemplo dos nossos colegas dos
Estados Unidos”, apontou, lembrando a necessidade
de investir na divisão de serviços e em vendas de
TESTES
CAMPO DE PROVAS DA GM COMPLETA 40 ANOS
30 • AutomotiveBUSINESS
usados. “Superação passa a ser a palavra de ordem para
qualquer concessionário que queira sobreviver, se manter
e prosperar nesse concorrido mercado”, determina.
ESTOQUES
A redução do ritmo de vendas chamou a atenção para a
rápida evolução dos estoques. Meneghetti calcula que o
nível de carros armazenados nas concessionárias atingiu
pico de 54 dias em junho deste ano e vem caindo desde
então. O executivo avalia que este volume continuará
em queda, já que as montadoras têm adotado medidas
para reduzir a produção. Há também a expectativa de
crescimento de 5% das vendas no segundo semestre na
comparação com o primeiro. Ainda assim, Meneghetti
lembra que os distribuidores sustentam estoques
elevados há bastante tempo. “Faz quase um ano que
administramos volume de carros armazenados superior ao
normal, que seria de 20 a 30 dias.”
CONCESSIONÁRIAS NO BRASIL
Meneghetti destacou a importância da distribuição
automotiva para a economia brasileira. Segundo
ele, o segmento movimenta 5,7% do PIB nacional
e responde por 400 mil empregos diretos. “Somos
responsáveis não só pela distribuição e venda, mas
pela manutenção dos veículos que fazem o Brasil
crescer e se desenvolver sobre rodas. Somos o
principal elo entre a marca e seus consumidores”,
reforçou. (Giovanna Riato)
H á 40 anos a General Motors inaugurava em
Indaiatuba (SP) o Campo de Provas da Cruz Alta,
hoje um complexo com 16 pistas de testes totalizando
42 quilômetros. A área total do terreno, uma
fazenda adquirida em 1972, é de 2,7 mil hectares,
o equivalente a 160 mil campos de futebol. A GM
começou a tirar proveito da aquisição antes mesmo
do champanhe da inauguração.
“O primeiro carro testado aqui foi o Chevette, lançado
em 1973. Ele rodava na pista de durabilidade acelerada,
uma longa reta de terra batida”, afirma o diretor de
performance, segurança e operação do campo de provas
e laboratórios, Luciano Santos. “Atualmente, a GM gasta
por ano cerca de US$ 10 milhões para manter o campo
e atualizar os equipamentos”, diz. Hoje, a estrutura tem
mais de 600 profissionais e desenvolve modelos para
o Brasil e também para outros mercados distantes. “
(Mário Cúrcio)
31. CONFIANÇA PARA A VIDA REAL
SOLUÇÕES DE PONTA A PONTA PARA A CADEIA AUTOMOTIVA
Do tier 3 ao pós-venda, do carro novo ao usado, nossa expertise na indústria
automotiva incorpora as melhores práticas do setor, entregando soluções
que vão mantê-lo um passo à frente da concorrência.
Ŷ Certificação compulsória de componentes automotivos de acordo com as
Portarias do INMETRO (DCONF - Diretoria de Avaliação da Conformidade);
Ŷ Laboratórios de última geração para testes e análises;
Ŷ Certificação de veículos usados;
Ŷ Serviços customizados: certificação de rede de concessionárias, auditorias de
desempenho, auditorias processuais, auditorias de garantia de veículos, verificação
dos incentivos e bônus e cliente mistério filmado ou por meio de relatórios.
A SGS é líder mundial em inspeção, verificação, testes e certificação. Somos reconhecidos
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a SGS opera uma rede de 1650 escritórios e laboratórios ao redor do mundo.
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32. NEGÓCIOS
PRODUÇÃO
MANAUS CHEGA A 20 MILHÕES
DE MOTOS HONDA
A Honda comemorou a
fabricação de 20 milhões de
motocicletas em sua fábrica de
Manaus (AM), a maior da montadora
para veículos de duas rodas em todo
o mundo. Ainda que utilize cerca de
140 fornecedores, a unidade tem
estrutura bastante verticalizada, que
produz até mesmo as próprias rodas
de aço estampado ou liga leve,
bancos, escapamentos e peças de
plástico injetado para os modelos
de maior volume de produção.
Inaugurada em 1976, a Honda
de Manaus tem hoje dois grandes
setores de montagem, HDA1 e
HDA2. A sigla é Honda
da Amazônia.
O HDA1 tem quatro linhas, sendo
a primeira delas a mais ágil do Brasil:
uma moto a cada 26 segundos,
quase 140 numa hora. O HDA2 foi
inaugurado em 2010. Consumiu R$
90 milhões e elevou a capacidade
total da fábrica de 1,5 milhão para 2
milhões de motos por ano.
O setor foi pensado para
motonetas, scooters e fabrica peças
de aço, alumínio e plástico para
equipar esses pequenos veículos,
como se fosse uma indústria
menor dentro da outra. “O HDA2
é todo climatizado e a montagem
ocorre de modo sincronizado,
32 • AutomotiveBUSINESS
o que evita o fluxo de carrinhos
com peças”, afirma o gerente-geral
da unidade, Rômulo Feijão.
Os chassis e os tanques recebem
pintura a pó. Quadriciclos e
motores estacionários também são
produzidos no HDA2.
A autonomia de Manaus não vem
só da produção verticalizada, mas
de um centro de desenvolvimento
tecnológico (CDT) de R$ 20 milhões
inaugurado em 2013. “Ele segue o
conceito One Floor e a equipe está
distribuída de acordo com o fluxo
de desenvolvimento da motocicleta.
São mais de 300 pessoas”, afirma
o gerente-geral do CDT, Fausto
Tanigawa. O desenvolvimento dos
componentes pode ocorrer entre a
equipe da fábrica e os fornecedores.
A estrutura também atende
demandas de diferentes mercados:
“O suporte técnico para as outras
fábricas da América do Sul é feito
por aqui”, recorda Tanigawa.
Mais recentemente, a fabricante
investiu R$ 3,4 milhões para o
lançamento da CG 150 Titan com
freios CBS. Desse total, R$ 650
mil foram aplicados na adequação
da linha de montagem número
1. A sigla CBS vem de Combined
Braking System, em que a pressão
no pedal de freio traseiro faz
atuar também o dianteiro por um
dispositivo hidráulico relativamente
simples, com custo para o
consumidor final de R$ 180.
Em motos convencionais, os
freios dianteiro e traseiro têm
acionamento independente. O
CBS não impede o travamento das
rodas como o ABS, mas reduz as
distâncias de parada em diferentes
condições de uso dos freios. A
vigésima milionésima Honda feita
em Manaus foi uma Titan com CBS.
(Mário Curcio)
20ª milionésima Honda
feita em Manaus foi uma
Titan com freios CBS
Com setor MVA2, fábrica
elevou capacidade anual
para 2 milhões de motos
FOTOS: DIVULGAÇÃO / HONDA
33. Menos consumo de combustível, menos emissões e mais
dinamismo. Depois de muitos anos de experiência como parceiros
de engenharia da indústria automobilística, aprendemos a conciliar
tendências aparentemente contrastantes. Desenvolvemos e
fabricamos componentes de precisão e sistemas para motores,
transmissões e chassis sob as marcas INA, FAG e LuK. Isso abrange
produtos para comandos variáveis de válvulas e variadores de
fase do eixo comando, componentes para transmissões de dupla
embreagem e acionamentos híbridos, bem como rolamentos de
roda de atrito reduzido. Tudo isso para fazer deste planeta um
lugar melhor para se viver. Afi nal, confi abilidade é tudo.
Para conhecer melhor nossos produtos e tecnologias acesse:
www.schaeffl er.com.br
34. A Volkswagen começa a vender
a terceira geração do Fox e a
Saveiro Cabine Dupla. O automóvel
ganhou design mais refinado,
alinhado ao Golf 7. Agora são
quatro motores (dois 1.0 e dois
1.6, incluindo os dois modernos
1.0 e 1.6 da família EA 211) e
três transmissões (manual ou
automatizada de cinco velocidades
ou a nova manual de seis marchas).
Também foram incluídas tecnologias
de conforto e segurança, como a
central multimídia/navegador com
tela de 5,5 polegadas sensível ao
toque embutida no painel e controle
eletrônico de estabilidade e tração.
O problema é que poucos terão
acesso, pois a maior parte disso
só está disponível como opcional
para a versão mais cara do carro, a
Highline, equipada com motor 1.6
de 120 cavalos (bloco e cabeçote de
alumínio), que tem preço básico a
partir de R$ 48.490 (câmbio manual
de seis marchas), mas com tudo
incluído pode custar mais de
R$ 53 mil (manual) ou quase
R$ 58 mil (automatizado).
A versão mais barata, Trendline,
com motor 1.0 de quatro cilindros e
76 cavalos (etanol) e câmbio manual
de cinco marchas, tem tabela de
R$ 35,9 mil, incluindo direção com
assistência elétrica. Mas esse valor
sobe para salgados R$ 41.450
se ford instalado o módulo com
sistema de som, computador de
bordo e volante multifuncional, mais
o pacote completo de conforto que
inclui ar-condicionado, acionamento
elétrico dos vidros e travas com
34 • AutomotiveBUSINESS
ESTRATÉGIA
VOLKSWAGEN DRIBLA A
CRISE COM NOVO FOX E
SAVEIRO CABINE DUPLA
controle remoto, entre outros itens
de menor serventia.
Os emplacamentos do Fox caíram
28% de 2012 para 2013, para 130
mil unidades, fazendo o carro descer
da quarta para a quinta colocação
no ranking dos mais vendidos do
País. Nos sete primeiros meses de
2014 foram emplacados 57,7 mil
Fox e ele perdeu mais três posições:
fica em oitavo de janeiro a julho.
Com a renovação, os executivos de
vendas da Volkswagen esperam que
o modelo volte a vender acima dos
10 mil por mês. Contudo, os preços
cobrados não facilitam essa tarefa.
PICAPE
Com a versão cabine dupla da
Saveiro, a Volkswagen pretende
diminuir muito a distância da maior
rival do modelo no mercado, a Fiat
Strada, líder de vendas com o dobro
do volume de emplacamentos. “A
melhor ação para driblar uma crise
é o lançamento de novos produtos
e estamos lançando um em um dos
segmentos que mais vão crescer”,
pondera o presidente da Volkswagen
do Brasil, Thomas Schmall.
Agora são sete versões da Saveiro
(uma com cabine simples, três
com estendida e três com dupla). A
configuração CD será vendida em três
versões de acabamento: Trendline
(R$ 47.490), Highline (R$ 52.720) e
Cross (R$ 59.990). Todas têm preços
ligeiramente mais altos que os da
Strada, que parte de R$ 45.990 com
motor 1.4. Para a Volkswagen, essa
diferença (R$ 1,5 mil) é plenamente
compensável pelo maior número de
itens de série, que somam
R$ 1,8 mil se fossem incluídos no
concorrente, há ainda com o motor
1.6 mais potente.
Assim como já ocorre no resto da
linha, a Saveiro CD será oferecida
com dois tipos de motorização: as
versões Trendline e Highline usam
o EA 111 de 1,6 litro e oito válvulas,
bloco de ferro, que gera até 104
cavalos com etanol, enquanto a
Cross usa o moderno EA 211 1.6
16V de 120 cavalos com etanol,
com bloco e cabeçote de alumínio.
Todas as três versões vêm de
série com direção hidráulica e
vidros com acionamento elétrico.
O ar-condicionado é opcional na
Trendline (R$ 3.080) e de série na
Highline e Cross. (Pedro Kutney)
FOX 2015 tem estilo
semelhante ao do novo Golf
DIVULGAÇÃO / VOLKSWAGEN / MALAGRINE
SAVEIRO ganha cabine dupla para
se aproximar da concorrência
35. TECNOLOGIAS INOVADORAS DA ZF FAZEM
O MUNDO GIRAR COM MAIS EFICIÊNCIA
Pessoas viajam em busca de seus objetivos. Seja indo para a casa, o trabalho, a escola ou o clube, diversos destinos são
alcançados por diferentes meios de transporte. A ZF não se limita a enxergar a conservação dos recursos naturais, o
aumento da segurança e a conveniência como requisitos fundamentais para quem viaja. Mas também os vê como uma
oportunidade de criar soluções inovadoras e sustentáveis. Como uma das principais fornecedoras mundiais de sistemas
de transmissão e tecnologia de chassis, a ZF faz parte – e é isto que nos impulsiona – deste desenvolvimento. Nosso
objetivo é muito mais que criar produtos inovadores e eficientes. É melhorar a qualidade de vida e ajudar a moldar o
futuro de forma sustentável.
nucleotcm
36. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
MONTADORAS LEVAM
TECNOLOGIA DE RFID PARA FÁBRICAS
RECURSO PROMETE LOCALIZAR PEÇAS CERTAS NAS LINHAS
DE PRODUÇÃO E APRIMORAR GESTÃO DE ATIVOS
36 • AutomotiveBUSINESS
EDILEUZA SOARES
M ais conhecida no Brasil pela
cobrança automática nos
pedágios “Sem Parar”, a
tecnologia de identificação por radio-frequência
ou RFID (Radio Frequency
Identification) está atraindo mais
investimentos da indústria automo-bilística.
Sua adesão em maior esca-la
é para reduzir custos, aprimorar
processos de produção, rastreabilida-de
e afinar a gestão de ativos.
Montadoras como Toyota, BMW,
Volvo e Ford adotam esses sistemas
em suas plantas no exterior para
ganhar eficiência e velocidade nos
negócios. No Brasil, os projetos ca-minham
mais lentamente por causa
do preço das tags, etiquetas inteli-gentes
que substituem o tradicional
código de barras. Esses microchips
são fixados em peças ou objetos para
transmitir informações quando pas-sam
por ambientes com antenas de
radiofrequência. Uma das vantagens
do sistema é a leitura rápida dos da-dos
e localização dos itens de forma
automática.
NA NUVEM
“Com a evolução da tecnologia,
ampliação das redes de comunica-ção
no País e serviços em nuvem,
a indústria está demandando mais
projetos de RFID”, constata Carlos
Ribeiro, diretor da divisão Machine to
Machine (M2M) Innovation Progra-ms
da T-Systems do Brasil. Ele cons-tata
que o preço das tags está em
queda, variando entre R$ 2 e R$ 10,
dependendo da aplicação, tornando
a utilização mais acessível.
A combinação com sistemas M2M,
Internet das Coisas e a tendência
do carro conectado também devem
impulsionar a adoção da tecnologia
de identificação por radiofrequência
pelas montadoras, acredita Ribeiro.
Atenta a esse movimento, a T-Sys-tems
lançou no mercado brasileiro a
plataforma iVes (Visibility Enterprise
Service), que permite a contratação
de solução de RFID na nuvem pelo
modelo de serviço.
A Volkswagen e MAN estão entre
as montadoras que testam a solu-ção
da T-Systems para gestão de
embalagens retornáveis, como racks
especiais e caixas que movem peças
de fornecedores para montadoras.
Ribeiro explica que muitas vezes es-ses
ativos se perdem e diminuem
a produtividade na cadeia de supri-mentos,
além de trazer riscos fiscais.
DANNIAS, DA CONFIDEX:
Plantas ganham velocidade na
hora de fazer o inventário
Com uso das etiquetas inteligentes,
ele diz que o ecossistema passa a ter
controle exato desse inventário, redu-zindo
custos e tempo de expedição.
AGILIDADE
Alexander Dannias, diretor-geral no
Brasil da finlandesa Confidex, com-plementa
que a tecnologia de RFID
pode ser adotada em toda a cadeia
de produção da indústria automotiva
e também para fidelizar clientes, re-duzindo
falhas dos veículos e recall.
Um dos clientes da empresa é Volvo,
na Suécia, que instalou dois milhões
de tags em sua fábrica para rastrear
ativos, desde solda e oficina de pin-tura
até o ponto de montagem final.
Um dos benefícios do sistema, se-gundo
Dannias, é a velocidade na ho-ra
de fazer o inventário. “Tinha uma
planta que levava de um a dois dias
para fazer esse trabalho. Com RFID o
tempo caiu para questão de horas.”
RIBEIRO, DA T-SYSTEMS: queda
de preços das etiquetas inteligentes
e nuvem incentivam projetos
ARQUIVO: CONFIDEX
ARQUIVO: T-SYSTEMS
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38. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
GOOGLE
PROJETA
NOVO CARRO
INTELIGENTE
SEM VOLANTE
AUTOMÓVEL ELÉTRICO FAZ
COMUNICAÇÃO PELA NUVEM
A Ford e mais sete montadoras estudam com 15 empresas de eletricidade dos Estados Unidos o
desenvolvimento de uma plataforma de comunicação na nuvem para carros elétricos. O objetivo é tornar
o uso dos veículos mais eficiente e econômico. O sistema vai avisar os motoristas sobre quando devem parar
temporariamente a recarga para não sobrecarregar a rede, desde que aceitem participar do programa. A
contrapartida são tarifas de energia mais baixas. O serviço usará padrões e tecnologias de comunicação já
existentes, como o MyFord Mobile App.
LINUX DISPUTA VAGA NOS CARROS
38 • AutomotiveBUSINESS
Sem pedais de freio, acelerador nem volante. Assim
é o protótipo do novo carro inteligente do Google,
projetado para transportar duas pessoas. O modelo
é uma evolução do primeiro veículo autônomo, que
dispensa motorista, anunciado pela empresa de internet
em 2010 e em teste nos Estados Unidos.
Movido a energia elétrica e com capacidade para
rodar a uma velocidade de até 40 quilômetros por
hora, o novo carro é 100% controlado por software
e sensores. Assim, o único trabalho que o motorista
terá é o de informar ao veículo seu destino e apertar
um botão. Chris Urmson, diretor das pesquisas de
self-driving do Google, diz que o veículo é simples e
sem luxo, mas seguro. No seu interior há apenas dois
assentos e local para os pertences dos passageiros.
Depois da Apple, Microsoft e Google anunciarem
sistemas operacionais para carro, agora é vez
de a Fundação Linux entrar na batalha para garantir
espaço no mercado automotivo. A organização trabalha
no desenvolvimento do sistema de código aberto
Automotive Grade Linux (AGL).
A nova plataforma a ser projetada por desenvolve-dores
Linux já conta com apoio da Hyundai, Jaguar
Land Rover, Nissan e Toyota. Entre os fornecedores
de TI estão envolvidos no projeto a Advanced Tele-matic
Systems, Fujitsu, Harman, Intel, LG, NEC, Pa-nasonic
e Samsung.
ARQUIVO: GOOGLE
39. CONCESSIONÁRIA
CONECTADA
COM CLIENTE
A plataforma on-line Conecte Rápido, lançada pela
4 Life, coloca clientes em contato com vendedores
de concessionárias. Depois de concluir suas pesquisas
pelo site, o consumidor que precisa de mais informações
pode incluir em um campo na página seu telefone e
dizer se deseja receber ligação. O sistema abre uma
linha direta para conversa.
Segundo Igor Kalassa, CEO da 4 Life Sistemas,
menos de 40% das concessionárias brasileiras
respondem um e-mail ao ser questionadas de forma
virtual sobre algum veículo. “A maioria das interações
entre clientes e concessionárias depende de um contato
mais objetivo, com informações completas e técnicas de
venda”, diz o executivo.
ARQUIVO: 4 LIFE SISTEMAS
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40. POLOS AUTOMOTIVOS
O ATUAL DESENHO DO
BRASIL AUTOMOTIVO
ENTENDA AS ESTRATÉGIAS DOS NOVOS PLAYERS NO
MAPA DA PRODUÇÃO E SAIBA QUEM SÃO OS PARCEIROS DE
40 • AutomotiveBUSINESS
NEGÓCIOS NA ÁREA DE SUPRIMENTO
GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
O Inovar-Auto impôs a diver-sos
importadores a neces-sidade
de se instalar indus-trialmente
no Brasil para ser compe-titivo.
Mas, ao contrário do que
poderia parecer, muitos se fixaram
em polos de produção relativamen-te
recentes, como fez a Land Rover,
no Estado do Rio de Janeiro. Ou até
partiu para a criação de novos polos,
caso da Fiat, que se instalará em
Pernambuco, e da BMW, que esco-lheu
Santa Catarina.
Pernambuco, sem tradição au-tomotiva,
exigiu da Fiat um esfor-ço
grande na atração de fornecedo-res
para seu ambicioso projeto. Para
avançar, a montadora italiana criou
o que chama de Parque de Fornece-dores
em Goiana, composto por 16
empresas, instaladas em 12 edifícios
construídos pela Fiat em área de 270
mil m² e cedidos a eles em regime de
comodato. Esses fornecedores e sis-temistas
criarão 17 linhas estratégi-cas
de componentes. A previsão para
a conclusão das obras é no segun-do
semestre de 2014. A inauguração
está prevista para março de 2015.
“As obras civis (prédio e utilidades)
terão um custo de R$ 1 bilhão, a car-go
da Fiat Chrysler. A isso se soma-rão
os equipamentos de processo,
com custo de mais R$ 1 bilhão, so-matório
dos investimentos a cargo
dos fornecedores”, diz Antonio Da-mião,
diretor adjunto de Gestão de
Projetos Estratégicos da Fiat Chrys-ler
para a América Latina. O financia-mento
das obras se deu por meio do
BNDES, do Banco do Nordeste do
Brasil (BNB) e do Fundo de Desen-volvimento
do Nordeste (FDNE).
Entre os fornecedores, a Magne-ti
Marelli terá seis unidades de pro-dução
distintas: peças estampadas,
conjuntos soldados de suspensão
(eixos), sistema de exaustão, monta-gem
de componentes de suspensão
anterior e posterior, peças pequenas
e médias injetadas em plástico e, por
fim, tanque de combustível, bocal de
enchimento de combustível e pedais
de comando para acelerador, freio e
embreagem. Em joint venture com a
Faurecia, a Magneti Marelli terá ainda
uma linha de peças plásticas maiores
para acabamento interior e exterior.
Para os bancos, a Lear estará pre-sente.
Isolamentos, tapetes e forra-ção
de teto ficarão a cargo da Adler.
A Pirelli entregará o conjunto pneus/
rodas. A Saint-Gobain cuidará da pre-paração
e montagem dos vidros. As
demais empresas serão Powercoat
(pintura de peças metálicas), Denso
(sistema de arrefecimento de motor,
ventilação e ar condicionado - HVAC),
PMC (conjuntos soldados estruturais
de chassis e estrutura dos bancos), Ti-berina
(conjuntos soldados estruturais
de chassis) e Brose (mecanismo de
levantamento de vidros das portas).
Com essa estrutura, a Fiat garanti-rá
450 das 2 mil novas peças exigidas
para a montagem dos veículos que
serão fabricados em Goiana, como o
novo Jeep Renegade. Esses 450 itens
equivalem a 40% do valor total de pe-ças
que os automóveis utilizarão. “Os
outros itens virão das demais regiões
do país, predominantemente do Su-deste.
Com o parque, ganhamos si-nergia,
flexibilidade, redução de esto-ques
e abastecimento just-in-time e
just-in-sequence”, diz Damião.
ANTONIO DAMIÃO, diretor adjunto
de Gestão de Projetos Estratégicos da
Fiat Chrysler para a América Latina
ARQUIVO FIAT CHRYSLER
41. FÁBRICA DE VEÍCULOS MOTORES
FÁBRICA DE MOTORES
AutomotiveBUSINESS • 41
COMPLEXO AUTOMOTIVO INSTALADO
COMPLEXO AUTOMOTIVO EM
EXPANSÃO
Fonte: Anfavea
42. POLOS AUTOMOTIVOS
42 • AutomotiveBUSINESS
CONSOLIDAÇÃO
Para as peças que virão de fora, a Fiat terá o Centro de
Consolidação. A empresa estima uma movimentação
de mais de mil entregas por dia. Internamente, só com
os fornecedores e sistemistas do Parque de Fornecedo-res,
o fluxo anual inicial será de 27 milhões de opera-ções
logísticas.
A separação física entre fornecedores e montadora, ain-da
que em um mesmo terreno, oferece a vantagem de di-minuir
riscos trabalhistas. Outras empresas, que colocaram
operários e funcionários de fornecedores trabalhando jun-tos
na linha de montagem, enfrentaram processo de equi-paração
salarial, por exemplo. Segundo a Fiat, o Parque de
Fornecedores caracteriza muito bem a identidade jurídica
de cada empresa, o que preveniria problemas trabalhistas.
O parque criado pela Fiat até poderia ser um novo polo
automotivo, com a possibilidade de atrair outras monta-doras,
mas não será bem assim. “Não há exclusividade no
fornecimento de peças para nós, mas o dimensionamen-to
é feito para atender à demanda da Fiat Chrysler, sem
espaço para outros processos ou estoque. De qualquer
forma, para fornecer para outra companhia, as empresas
precisarão de anuência da Fiat Chrysler”, diz Damião.
FIAT: fornecedores se
instalam no complexo
industrial de Goiana (PE)
ARQUIVO FIAT
BMW, LAND ROVER E MERCEDES-BENZ:
LUXO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS
A for-necedores,
fábrica da BMW em Araquari, SC, segue mais ou menos a receita da Fiat Chrysler. Será preciso atrair mas a empresa ainda negocia com a maioria deles e não divulga nenhum. Descobrimos que
eles já fecharam com a Tegma, para transportes, e com a Benteler, que fará conjuntos de suspensão. A planta,
de 252 mil m² construídos, ficará em terreno de 492 mil m² no km 66 da BR-101. O investimento será de 200
milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 600 milhões.
Da Land Rover, que se estabelecerá em Itatiaia, no Rio de Janeiro, pouco se sabe. A empresa, também em
fase de tratativas, fabricará modelos fora-de-estrada, com sistemas de tração nas quatro rodas, e terá demandas
diferentes das demais montadoras instaladas no país. A fábrica terá aporte de R$ 750 milhões até 2020, capacidade
de produzir 24 mil carros ao ano, a partir de 2016, e será instalada em um terreno de 590 mil m².
O mesmo sigilo vale para a Mercedes-Benz, que terá fábrica em Iracemápolis, SP, com capacidade para 20
mil veículos por ano, entre os quais o novo GLA, SUV compacto da marca, e a nova geração do Classe C. Já
existiriam quatro fornecedores em negociações com a marca alemã. Segundo o prefeito de Iracemápolis, Valmir
de Almeida (PT), são empresas grandes, que solicitaram terrenos de até 20 mil m². Elas ficarão do lado oposto
ao da Mercedes-Benz na rodovia Luis Ometto (SP-306), que liga a cidade a Santa Bárbara d’Oeste.
As fabricantes de modelos de luxo, segundo Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), são beneficiadas por condições especiais oferecidas pelo Inovar-
Auto para empresas de baixo volume de produção. O governo entende que não pode querer dessas empresas um
índice de nacionalização alto pelo nível de eletrônica embarcada. “Quando tiverem volume, elas nacionalizam”, explica.
43. E ntre os novos fabricantes de caminhões, ainda se
sabe pouco sobre os fornecedores e sistemistas que
os atenderão. A maior parte deles está em processo de
contatos e acordos. Os que já estão operando ou pron-tos
para produzir recorreram a soluções locais. A Pac-car,
dona da DAF, não precisou atrair fornecedores di-retamente
a sua fábrica de Ponta Grossa, no Paraná,
que já está em operação. A produção começou com
a parceria da ZF, Meritor, Suspensys, Metalsa, Flamma
(antiga Automotiva Usiminas), Jost, Faurecia e Pilking-ton.
A Foton Caminhões, que irá para Guaíba, RS, es-pera
atrair fornecedores chineses na empreitada, mas
ainda não fechou contratos. “Em um primeiro momen-to,
estamos em contato com empresas chinesas, uma
vez que já produzem peças para nossos caminhões
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‡Controle da Produção
‡E-Kanban
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ENTRE OS CAMINHÕES,
DAF SAI NA FRENTE
na China, facilitando a nacionalização do produto.
Neste processo, têm nos procurado empresas da Ín-dia,
do México e do Brasil”, afirma Marcio Vita, dire-tor
de operações da Foton Caminhões, explicando que
são atrativos o pacote estratégico proposto, incluindo a
área, benefícios fiscais, mão de obra qualificada, total
apoio da Secretaria de Desenvolvimento do Estado do
Rio Grande do Sul e da Foton para todas as questões
ambientais e governamentais, além do potencial de for-necimento
para projeto e para distribuição na América
do Sul. Yunlihong e Shacman, sem assessorias de im-prensa,
não deram retorno a nossos pedidos de entre-vista.
A Sinotruk, que afirma ter um departamento de
relações públicas em seu site, também não respondeu
a nossas perguntas.
44. POLOS AUTOMOTIVOS
CONFIANÇA NOS PARCEIROS COMERCIAIS
Q uem chega de fora quer ter parceiros de
confiança ao lado. É o que explica o fato de
a Hyundai, mesmo tendo se estabelecido em São
Paulo, com o parque de fornecedores e sistemistas
mais amplo do Brasil, ter trazido da Coreia nove
empresas com as quais pode contar. Todas estão
instaladas perto da fábrica de Piracicaba. A Mobis faz
painéis de instrumento e para-choques. A Dymos, os
44 • AutomotiveBUSINESS
bancos. Há também Hysco (corte de chapas de aço),
MS Autotech (peças estampadas), Hwashin (peças
estampadas), Doowon (sistemas de ar-condicionado),
Hanil (revestimentos de porta e painéis de teto) e a THN
(chicotes e componentes elétricos). Motores e câmbios
ainda são importados da Coreia do Sul. Para cuidar da
logística, uma parte fundamental do negócio, a Hyundai
tem a Glovis, que também controla os estoques.
NISSAN
A Nissan, que colocou a fábrica
de Resende em operação
recentemente, trouxe do Japão a
Yorozu (suspensões), CalsonicKansei
(sistemas de climatização), Sanoh
(tubos, linhas de injeção e de freios),
Kinugawa (componentes de borracha)
e MitsuiSteel (chapas de aço), todas
instaladas no Parque de Fornecedores
da empresa, ao lado da fábrica. Em
Porto Real ficaram Tachi-S (bancos) e
Nitco (logística). Magneto, Faurecia e
Benteler, também em Porto Real, são
outros fornecedores da fábrica, mas
sem origem japonesa.
Além dos fornecedores citados,
a Nissan compra componentes de
empresas de Taubaté, Caçapava,
São José dos Campos, São
Paulo, São Bernardo do Campo e
Campinas, em São Paulo; Curitiba
e São José dos Pinhais, no Paraná;
Porto Alegre; Betim, Contagem e
Varginha, em Minas Gerais.
A Honda terá uma fábrica nova
em Itirapina, em São Paulo, para a
produção dos novos Fit, City e HR-V,
nome do novo utilitário pequeno
da marca. A empresa diz que, por
questões estratégicas, não fala dos
fornecedores que a atenderão, mas
eles devem ser os mesmos que
já atendem a fábrica de Sumaré.
Segundo a Honda, eles estão em um
raio de 150 km das duas unidades.
HYUNDAI: suprimento da
planta de Piracicaba (SP) é feito
por parceiros conhecidos da
matriz coreana
NISSAN: fornecedores
vieram do Japão para
abastecer as linhas de
montagem em Resende (RJ)
ARQUIVO NISSAN ARQUIVO HYUNDAI/ FERNANDO GENARO
45. AutomotiveBUSINESS • 45
JAC MOTORS
Quem não seguirá essa receita é a JAC, em
Camaçari. O projeto, que inicialmente contava com
um terço de participação dos chineses e dois terços do
empresário Sergio Habib, teve uma inversão nos papéis
em razão das exigências do governo brasileiro para
financiamento. O maquinário tinha de ser nacional para
poder ser financiado, mas a JAC conseguiria as mesmas
ferramentas na China a um preço muito menor, com
financiamento do governo chinês. Este foi o motor da
mudança societária.
Os fornecedores da JAC, entretanto, serão velhos
conhecidos dos mercados brasileiro e mundial. O
primeiro a fechar contrato com a montadora foi a
Usiminas, que fornecerá as chapas de aço para a
estamparia. A Valeo será a sistemista de componentes
elétricos. Os para-choques virão da Plascar, com
baterias da Tudor, acabamentos de borracha da
Hutchinson, vidros da Pilkington, subconjuntos
soldados da Weldmatic. Peças plásticas e painéis de
portas serão da Autolin.
CHERY
A Chery também trará
fornecedores de sua terra
natal, a China. Com fábrica
em Jacareí (SP), ela destinou
metade de seu terreno, de 1
milhão de metros quadrados, a
60 fornecedores e sistemistas,
sendo 20 deles de origem
chinesa. A fábrica, com
capacidade para 150 mil carros,
teve investimento de
US$ 400 milhões (cerca de
R$ 960 milhões) e fica às
margens da Via Dutra, já perto
de São José dos Campos.
Futuramente, será inaugurada
na região a fábrica da Acteco,
divisão de motores da Chery.
LUIS CURI e ROGER PENG:
principais executivos da Chery no
Brasil dão a largada da produção
SÃO PAULO TERÁ 40% DA PRODUÇÃO
T odo esse movimento de novas empresas, que inclui fábricas de caminhões, mudou pouco a distribuição de
produção entre os Estados, ainda que tenha incluído no mapa dois novos integrantes: Pernambuco e Santa
Catarina. O Ceará, que conta com a fábrica da Troller, não aparece nas estatísticas por causa da produção
pequena do jipe T4, que não chega a 2.700 unidades por ano.
Em 2013, nove Estados brasileiros registravam produção de automóveis e veículos de carga e São Paulo
detinha 42,8% da produção total efetiva, segundo os dados da Anfavea. Em 2016, serão onze Estados.
Levantamento feito por Automotive Business com base na capacidade de produção total instalada para fábricas
atuais e já anunciadas até 2016 revela que São Paulo deve ter 40,3% de toda a produção.
ARQUIVO CHERY/ THIAGO HENRIQUE
46. ELETRÔNICA DÁ LEVEZA
AOS PESADOS
NOVOS SISTEMAS DA ZF TORNAM POSSÍVEL MANOBRAR
CAMINHÕES POR CONTROLE REMOTO, EM UM TABLET
A operação de manobrar enor-mes
carretas em espaços
apertados pode ser trans-formada
em um simples videogame
após boa dose da sempre criativa
engenharia alemã. Quem visitar o
próximo Salão de Veículos Comer-ciais
de Hannover (o IAA Nutzfahr-zeuge),
na Alemanha, poderá mano-brar
por controle remoto um conjun-to
biarticulado de cavalo mecânico e
bitrem, de pouco mais de 25 metros
de comprimento e 40 toneladas de
carga. Tudo ao simples toque do
dedo indicador sobre um tablet.
A invenção é da ZF, que aplicou
em um protótipo de caminhão híbri-do,
batizado Innovation Truck, tecno-logias
que permitem o atrevimento
futurístico e revelam o alto potencial
46 • AutomotiveBUSINESS
da eletrônica para tornar veículos pe-sados
mais leves de dirigir do que um
quadriciclo, além de trazer maior se-gurança
e economia de combustível.
A ZF mostrou seus mais novos sis-temas
para veículos comerciais no
início de julho em um campo de pro-vas
na pequena Aachen, na Alema-nha,
onde algumas dessas tecnolo-gias
são desenvolvidas em convênio
com a universidade local.
A eletrônica usada na mecânica
pesada traz à tona novas possibilida-des
tecnológicas para atender fatores
competitivos como redução do custo
de propriedade, robustez, maior efi-ciência
energética e eletrificação do
powertrain, mas sem perder de vista
a economia de escala. “Os fornece-dores
devem oferecer essa diferen-ciação
e, ao mesmo tempo, colocar
diversos fabricantes no mesmo cesto
para ganhar escala de produção e
reduzir os custos das novas funcio-nalidades”,
avalia Fredrik Staedtler,
vice-presidente executivo sênior da
ZF Friedrichafen AG responsável pela
divisão de desenvolvimento de tec-nologia
para veículos comerciais.
INTEGRAÇÃO
O ZF Innovation Truck é um exem-plo
de integração de tecnologias
existentes que projetam o futuro. O
protótipo aglutina os novos sistemas
de direção assistida eletro-hidráulica
Servotwin – desenvolvida pela ZF
Lenksysteme, joint venture em partes
iguais da ZF com a Bosch – e trans-missão
automatizada TraXon Hybrid
PEDRO KUTNEY | DE AACHEN (ALEMANHA)
O ZF INNOVATION TRUCK,
manobrado por um tablet, é
um exemplo de integração
de tecnologias existentes que
projetam o futuro
FOTOS: ARQUIVO ZF
47. AutomotiveBUSINESS • 47
com motor elétrico, ambos controla-dos
por uma central eletrônica com
programa de telemática desenvolvi-do
pela Openmatics.
Direção e transmissão acionados
eletronicamente tornam possível o
controle remoto das manobras. O
câmbio TraXon Hybrid aciona o mo-tor
elétrico de 160 cavalos, que junto
com o sistema eletro-hidráulico de
direção Servotwin recebe comandos
da central eletrônica acionada por um
tablet. O motorista pode ficar ao lado
do caminhão para ter melhor visão da
manobra. Ele escolhe se quer mano-brar
para frente ou para trás e arrasta
o dedo na tela do tablet no sentido
que deseja movimentar o veículo. Pa-ra
parar é só tirar o dedo da tela. E
para evitar acidentes o implemento é
equipado com câmeras em todas as
extremidades, que mostram as ima-gens
no tablet e acionam os freios ca-so
qualquer obstáculo seja detectado.
Fonte: ZF
SISTEMAS COMPONENTES DO ZF INNOVATION TRUCK
INVERSOR
TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA
TRAXON HYBRID
PAINEL COM CONEXÃO
DE TABLET
UNIDADE EMBARCADA
OPENMATICS
(TELEMÁTICA)
UNIDADE DE CONTROLE
SISTEMA DE DIREÇÃO
SERVOTWIN
DIREÇÃO
ELETRO-HIDRÁULICA deixa a
condução precisa e confortável
48. DIREÇÃO ELÉTRICA CHEGA AOS CAMINHÕES
Assim como já acontece nos carros, a eletrificação de sistemas também
é uma tendência nos caminhões para economizar combustível. Con-tudo,
as forças envolvidas são bem diferentes. “A direção elétrica tem bom
potencial para aumentar a economia, mas em um veículo pesado o motor
elétrico de assistência precisa fazer mais força e isso requer voltagem maior,
o que não é possível com baterias comuns”, explica Walter Kogel, diretor de
desenvolvimento de sistemas de direção da ZF Lenksysteme.
A mais recente evolução nesse caminho foi batizada Servotwin, a primei-ra
direção eletroassistida do mundo para caminhões pesados, que pode ser
usada em qualquer modelo. Em vez de usar a força do motor para ajudar o
motorista a reduzir esforço ao volante, a bomba hidráulica de óleo é aciona-da
por um pequeno motor elétrico, que consome pouca energia. Com isso,
não é necessária alta voltagem. A Servotwin pode evitar o consumo de até
0,6 litro de diesel a cada 100 km, segundo testes feitos pela ZF.
Na prática, a direção eletroeletrônica não só deixa as manobras muito
mais precisas e confortáveis (é possível esterçar o volante com um dedo),
mas também pavimenta o caminho para a integração de modernos siste-mas
de assistência, como compensação automática de vento lateral e re-tomada
do rumo correto quando o veículo “desgarra” da faixa de rodagem
(Lane Keeping Assistance). No futuro, de acordo com a vontade dos fabri-cantes,
será possível agregar sistemas de direção parcialmente autônoma.
Mais adiante, o módulo de controle poderá ser operado por computador,
para condução sem interferência do motorista.
48 • AutomotiveBUSINESS
Além de tornar tudo mais simples,
a propulsão elétrica evita emissão de
poluentes e gasto de combustível du-rante
as manobras. No futuro, os téc-nicos
da ZF avaliam que será possí-vel
deixar o caminhão na entrada do
armazém para carga ou descarga e
simplesmente acionar um programa
de estacionamento automático.
HÍBRIDO
A utilização de trem-de-força elétrico
em veículos comerciais tem-se limi-tado
a furgões e caminhões leves,
pois as baterias não têm autonomia
para longas distâncias. Com seu In-novation
Truck, a ZF quebra esse pa-radigma
ao aplicar pela primeira vez
a propulsão elétrica híbrida em um
caminhão pesado.
“Estudos de nossa equipe com-provam
que o uso de powertrain hí-brido
em caminhões pesados reduz o
consumo acima de 5%”, diz Winfried
Gründler, responsável pelo desenvol-vimento
de tecnologias de rodagem
para caminhões e furgões da ZF. “É
verdade que 5% é bem menos do que
a economia obtida por híbridos no
tráfego urbano (em torno de 20%),
mas é preciso considerar que a quilo-metragem
e o consumo dos veículos
PESADO HÍBRIDO pode
economizar até 5% de
combustível, diz a ZF
TECNOLOGIA
FOTOS: ARQUIVO ZF
49. The Group
UMA TRANSMISSÃO E CINCO MÓDULOS
TECNOLOGIA DE BALANCEAMENTO
Máxima precisão para produção de autopeças
t Máquinas de balancear manuais, semi- e automáticas para suas peças: induzidos,
discos de freio, embreagens, turbocompressores, eixos cardan,...
t Centragem de massa e balanceamento de virabrequins
t Linha de montagem, inflagem e balanceamento de rodas
t Correção de massa de peças não rotativas, tais como bielas
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pesados são muito maiores”, lembra.
A transmissão TraXon Hydbrid aco-plada
ao motor elétrico foi desenvol-vida
pela ZF como um módulo, para
ser instalado em caminhões pesados
sem necessidade de modificar proje-tos.
A tração puramente elétrica é utili-zada
em situações de baixa velocidade.
O sistema recupera a energia ciné-tica
das frenagens, para recarregar as
baterias, e agrega funções start-stop
e coasting, que desliga o motor diesel
nas paradas ou em velocidade cons-tante.
Nesta situação, as rodas em
movimento se transformam em gera-dor.
Para poupar diesel, a energia ge-rada
pelo motor elétrico e armazena-da
nas baterias pode ser direcionada
a implementos refrigerados ou equi-pamentos
de cabine, como rádio,
navegação e ar-condicionado. Tudo
com muita inteligência artificial. Q
Impressiona a versatilidade da transmissão automatizada modular TraXon.
São cinco módulos diferentes. Além da opção híbrida com motor elétrico,
existem quatro versões para utilização em motorização diesel: TraXon bá-sica
de 12 ou 16 velocidades, Dual (embreagem dupla), Torque (conversor
para marchas reduzidas) e PTO (tomada de força para implementos).
De acordo com a ZF, a TraXon básica já garante economia de 4% a 5%
em relação ao câmbio manual. Para caminhões pesados de longo per-curso
que adotam relações de marchas longas, para reduzir o consumo
por meio da menor velocidade de rotação do motor, a ZF desenvolveu a
versão Dual. É a primeira transmissão automatizada para caminhões pe-sados
a usar embreagem dupla, que torna as mudanças de marcha muito
mais rápidas e precisas. Praticamente não há “buracos” entre as trocas e
o giro permanece constante.
Sem perda de rotação, não é preciso acelerar para retomar o torque e
a economia aumenta ainda mais, em torno de 7% na comparação com
câmbio manual e de 3% a 4% em relação à TraXon básica.
ARQUIVO ZF / BODEMARC
50. MERCADO
TEM ALÍVIO COM
NOVA REGRA DO PSI
POSSIBILIDADE DE FINANCIAR 100% DO VALOR DO BEM TENDE A
IMPULSIONAR VENDAS PARA 141 MIL UNIDADES ESTE ANO
CAMILA FRANCO E GIOVANNA RIATO
O mercado de caminhões
deve ter queda menor
do que era esperado até
então para 2014. Os emplacamen-tos
podem alcançar 141 mil unida-des,
segundo projeção da Carcon
Automotive. Caso se concretize, o
volume será 6,6% inferior ao regis-trado
em 2013. Ainda assim, os
negócios vão superar o projetado
pela Anfavea, associação que repre-senta
os fabricantes de veículos, que
anunciou em julho a expectativa de
que fossem vendidos 133 mil cami-nhões
este ano, com retração de
mais de 13%.
A mudança do cenário para o setor
é resultado da alteração anunciada
para o Finame PSI. A linha especial
de crédito ganhou mais um atrativo:
agora é possível financiar até 100%
do valor do veículo. A oferta serve
para outros bens de capital além de
caminhões, como ônibus, máquinas
agrícolas e de construção. Até então
o porcentual financiável era de 80%
para empresas com receita opera-cional
bruta (ROB) superior a R$ 90
milhões por ano e de 90% para orga-nizações
com ROB até esse valor. Os
juros permanecem em 6% ao ano e,
portanto, abaixo da inflação.
“A mudança é extremamente im-portante.
Certamente fará com que
muita gente volte a comprar cami-nhão
para aproveitar a oportunida-de,
já que a condição, em princípio,
vale apenas até o fim deste ano”,
avalia Carlos Reis, sócio-diretor da
Carcon Automotive. Ele espera que,
além de melhorar o resultado de
2014, a medida impulsionará tam-bém
os emplacamentos do início
do próximo ano. “Teremos efeito a
partir de outubro que vai durar até
fevereiro”, avalia.
Alcides Braga, presidente da Anfir,
associação que representa os fabri-
CAMINHÕES
50 • AutomotiveBUSINESS
51. R
A PAR MURAO
MERCA
BRASILEIR
RATIVO, A
cantes de implementos rodoviários,
concorda que o efeito positivo da
mudança do Finame PSI não será
capaz de reverter as perdas do início
do ano. “Trata-se de uma medida
que poderá trazer reflexos positivos
às vendas de implementos, mas
não terá capacidade para reverter a
expectativa de balanço negativo em
2014.” Segundo a entidade, o setor
acumulou queda de 9% nos negó-cios
de janeiro a julho.
2015
Reis, da Carcon, enfatiza que “nin-guém
compra caminhão se não
houver demanda de carga”. Den-tro
desse raciocínio, 2015 pode se
revelar como mais um ano desa-fiador,
já que o cenário ainda não
indica crescimento mais robusto da
economia e, consequentemente,
do transporte de carga. A consul-toria
prevê leve crescimento dos
negócios, mas ainda sem um nú-mero
definido. A Anfir salienta a
necessidade de o próximo governo
continuar a apostar em incentivos
às vendas do setor. “É preciso estar
atento à importância da manuten-ção
dessas medidas de incentivo à
indústria”, pondera Mario Rinaldi,
diretor executivo da organização.
Ainda assim, Reis, da Carcon, lem-bra
que mesmo que as vendas de
caminhões mantenham certa estabi-lidade
no próximo ano, o mercado
nacional ainda é bastante expressivo.
“Em 2005 nossas vendas totais eram
de apenas 77 mil unidades”, apon-ta.
O consultor defende que, antes
mesmo da criação de uma política
de renovação, a idade média da frota
de caminhões vem caindo por causa
das empresas, que ficam com os ve-ículos
por período cada vez menor.
“Boa parte dos frotistas programa
compra de caminhões para 2015, já
que a renovação mais recente foi fei-ta
em 2012, quando as companhias
investiram na última leva de modelos
com tecnologia Euro 3”, recorda.
Para Reis, há mudança clara na
segmentação das vendas nos últi-mos
anos. O especialista aponta que
os semipesados e pesados ganham
força, enquanto os médios perdem
terreno. A transformação, segundo
ele, é resultado da busca por mais
eficiência no transporte. O papel do
caminhão médio é feito pelos leves
nos centros urbanos em que há res-trições
à circulação de pesados. Fora
das cidades, os semipesados têm si-do
os substitutos.
O consultor aponta que as fabri-cantes
de caminhões instaladas no
Brasil terão de superar uma série de
desafios nos próximos anos. Entre
eles estão o agravamento da cri-se
global, que reflete na economia
brasileira, a tendência por corte de
incentivos do governo, o aumento
da taxa de juros e a forte depen-dência
que o mercado nacional tem
do Finame. Além disso, há a ques-tão
dos preços elevados dos veícu-los
usados, que impedem que um
profissional autônomo que tem um
caminhão muito antigo faça a subs-tituição
por outro modelo usado, po-rém
mais atual.
Com visão otimista para o médio
prazo Reis enfatiza que “a indústria
nacional nunca teve tanta capaci-dade
produtiva e tecnologia”. Ele
lembra que o setor tem uma série
de oportunidades. Entre elas está a
perspectiva de que o governo anun-cie
um programa de renovação de
frota, os investimentos para melho-ria
da infraestrutura do País e o au-mento
das exportações.
PARA REIS, MERCADO
BRASILEIRO É
ATRATIVO, APESAR
DA RETRAÇÃO
PREVISTA PARA 2014
CARLOS REIS,
sócio-diretor da Carcon Automotive
AutomotiveBUSINESS • 51
52. CAMINHÕES
TRANSPORTE DO FUTURO
A Daimler trabalha no que acredita
ser o futuro dos caminhões. O
conceito Future Truck 2015 roda de
forma autônoma, sem interferência do
motorista, e foi demonstrado em es-trada
na Alemanha. O modelo é um
dos destaques da companhia no IAA,
principal salão de veículos comerciais
do mundo, que ocorre em setembro
na cidade de Hannover.
No panorama desenhado pela fa-bricante,
o modelo com a tecnologia
deve chegas às estradas europeias em
2025 e representará “revolução em
eficiência e segurança no transporte”,
segundo a Mercedes-Benz. O desen-volvimento
do caminhão é parte do projeto da monta-dora
para preservar os recursos naturais e reduzir todos
os tipos de emissões. O objetivo é buscar a máxima
eficiência no transporte de longa distância. Além dis-so,
o investimento no veículo demonstra a ambição da
companhia de se posicionar na liderança do desenvolvi-mento
tecnológico da categoria.
O modelo é baseado no extrapesado Actros 1845. O
caminhão é equipado com motor até 449 cv. A trans-missão
é automática PowerShift 3, de 12 velocidades.
O design do veículo busca eficiência aerodinâmica.
Para rodar sem participação tão ativa do motorista, o
Future Truck 2025 conta com sensores nas laterais e na
dianteira com alcance até 250 metros. Para controlar o
52 • AutomotiveBUSINESS
FOTOS: DIVULGAÇÃO / MERCEDES-BENZ / DAIMLER AG
caminhão, o sistema utiliza dispositivos já existentes na
versão atual do Actros, como o sistema de controle de
proximidade e o servofreio de emergência.
Uma câmera estereoscópica instalada atrás do para-brisa
também monitora a área adiante, com alcance de
100 metros. O dispositivo é capaz de identificar pistas
da estrada, pedestres, obstáculos estáticos ou em mo-vimento.
O equipamento percebe tudo o que se dis-tingue
do fundo e, a partir dessa informação, calcula
o espaço livre disponível. As informações da câmera
e dos sensores são combinadas e fornecem imagem
completa do entorno do veíulo.
Na prática, o motorista só precisa levar o caminhão
até a estrada e ocupar a pista da direita. Quando al-cança
a velocidade máxima de 80 km/h, o siste-ma
oferece a opção de condução autônoma, a
“Highway Pilot.” Com o recurso ativado, o veícu-lo
passa a manter distância dos outros de forma
totalmente independente. Ele se orienta pela pis-ta,
não pelos outros carros e, portanto, dispensa
a necessidade de formação de comboio.
A Mercedes-Benz constata que a tecnologia te-rá
forte impacto na carreira de motorista de cami-nhão.
Estes profissionais devem passar de con-dutores
para gestores do transporte, já que terão
a possibilidade de desempenhar outras atividades
enquanto o veículo roda no modo autônomo. „
53.
54. MÉXICO
PRODUÇÃO ACELERA,
MAS MERCADO INTERNO
TEM O PÉ NO FREIO
OS INVESTIMENTOS SE MULTIPLICAM NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
DO MÉXICO, DE OLHO NAS EXPORTAÇÕES, QUE REPRESENTAM 82%
DA PRODUÇÃO. ENQUANTO ISSO, OS MEXICANOS CONTINUAM
SEM PODER COMPRAR OS CARROS QUE FABRICAM
A detonação começou em
1994, com a entrada em vi-gor
do North American Free
Trade Agreement (Nafta), desenha-do
pelo então presidente mexicano
Carlos Salinas de Gortari. Naquele
momento o México começou a fi-car
internacionalmente muito mais
competitivo e a atrair investimentos
massivos do exterior. O tempo trou-xe
mais acordos parecidos, com a
54 • AutomotiveBUSINESS
Europa, o Japão e o Mercosul, que
foi restringido em 2012, mas deve
voltar à normalidade em março de
2015. Some-se a tudo isto uma mão
de obra considerada de qualidade,
com um custo muito baixo, e surgirá
a receita que o México usa para atrair
o investimento estrangeiro no setor
automotivo, que em 2012 represen-tou
21% do total, chegando a US$
5,02 bilhões. E o futuro parece tão
promissor que os mexicanos já estão
quase seguros de que vão ultrapas-sar
o Brasil para conseguir o sétimo
lugar no ranking mundial da produ-ção
de automóveis.
Apesar de todos os acordos co-merciais,
o principal motor da produ-ção
de veículos no México ainda se
chama Estados Unidos. Movida pela
forte demanda americana, a produ-ção
mexicana em 2013 alcançou o
SÉRGIO OLIVEIRA DE MELO, DO MÉXICO
HONDA abriu sua segunda
fábrica no México, para
200 mil carros por ano
ARQUIVO HONDA
55. AutomotiveBUSINESS • 55
recorde de 2.933.465 unidades, o
que representou um crescimento de
1,7% comparado a 2012. Desse to-tal,
mais da metade (1.646.950 uni-dades)
teve como destino seu vizinho
do norte, que comprou 9,5% mais
veículos mexicanos do que em 2012.
O Canadá manteve o segundo lugar
como destino exportador do México,
com 194.851 unidades, um cresci-mento
de 21,7%. Os embarques para
a América Latina, com o fechamento
parcial dos mercados brasileiro e ar-gentino,
recuaram 16% em 2013 em
relação ao ano anterior.
OS MEXICANOS
ESPERAM
ULTRAPASSAR O
BRASIL PARA CHEGAR
AO SÉTIMO LUGAR
NO RANKING
MUNDIAL DA
PRODUÇÃO DE
AUTOMÓVEIS
INVESTIMENTOS
Em 2014 as coisas começaram a me-lhorar
ainda mais para os mexicanos.
O primeiro semestre registrou uma
produção de 1,59 milhão de unida-des,
de acordo com a Asociación
Mexicana de la Industria Automotriz
(Amia), ante 1,57 milhão de unidades
produzidas pelo Brasil, segundo a As-sociação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea). Cla-ro
que parte disso se deve ao fato de
o Brasil ter sofrido as consequências
do fechamento do mercado argentino
e dos feriados pela Copa do Mundo.
Mas não é tudo. Em fevereiro des-te
ano, o México viu a Honda abrir
sua segunda fábrica no país, que
terá capacidade de produzir até 200
mil automóveis, além da primeira
fábrica da Mazda, que montará 230
mil veículos, uma parcela destinada
ao Brasil. Em novembro de 2013, a
Nissan já havia aberto sua terceira
fábrica no país, que colocará mais
175 mil carros nos mercados mexi-cano
e de exportação.
Entre a última semana de junho e
a primeira de julho foram anunciados
mais dois expressivos investimentos.
Um deles é da BMW, que vai construir
fábrica no estado de San Luis Potosí,
para montar 150 mil unidades por
ano, fruto de um investimento de
US$ 1 bilhão. Outro aporte será feito
em conjunto por Nissan e Daimler,
que farão no estado de Aguascalien-tes
outro centro de produção, com
capacidade para 300 mil carros por
ano, consequência de uma aplica-ção
de US$ 1,36 bilhão. Só a Nissan,
que detém mais de 25% do mercado
mexicano, projeta montar 1,1 milhão
NOVAS FÁBRICAS NO MÉXICO
BMW –150 mil veículos/ano
HONDA – 200 mil veículos/ano
MAZDA – 230 mil veículos/ano
NISSAN –175 mil veículos/ano
NISSAN E DAIMLER – 300 mil veículos/ano
A MAZDA inaugurou sua primeira fábrica no México, para 230 mil veículos/ano
A VOLKSWAGEN também está
presente no México, onde produz o
moderno Golf geração 7
ARQUIVO MAZDA
ARQUIVO VOLKSWAGEN