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Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
Period.: Bimestral
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 24
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Corte: 1 de 6ID: 32052272 01-09-2010
player
TEXTO
Bruno Farias
FOTOS
Sara Matos
Chega em 2011 a nova adega da Adega Cooperativa de Borba (ACB). Representativa de
um investimento de 11,6 milhões/€, o novo centro de vinificação irá permitir à marca
alentejana duplicar a sua capacidade produtiva, assim como elevar a qualidade média dos
seus vinhos. De olhos postos na exportação, onde almeja duplicar os volumes
transaccionados, a ACB projecta o seu futuro com metas bem definidas: ser um player de
referência, em Portugal e no Mundo. Manuel Rocha, CEO da Adega Cooperativa de Borba,
explica em entrevista o projecto e a actualidade desta adega cooperativa cinquentenária.
de referência
em Portugal e no Mundo”
“Ser um
Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
Period.: Bimestral
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 25
Cores: Cor
Área: 21,55 x 27,16 cm²
Corte: 2 de 6ID: 32052272 01-09-2010
Grande Consumo – Que diferenças apresenta a Adega
Cooperativa de Borba face à Companhia das Quintas,
sabendo-se, de antemão, que em termos estruturais es-
tamos perante dois projectos necessariamente dife-
rentes?
Manuel Rocha – Do meu ponto de vista, entre esta adega
cooperativa e qualquer outra empresa do sector, em termos de
gestão quotidiana diria que a diferença é nenhuma. A ACB tem,
no seu dia-a-dia, uma gestão tão ou mais profissional que a
média das empresas privadas do sector. A grande diferença é na
sua denominação jurídica, uma vez que se trata de uma adega
cooperativa e não de uma sociedade anónima, ou limitada. Pela
sua dimensão e capacidade instalada, quer pelo facto de ter
sempre contado com profissionais competentes, a adega tem
tudo para reforçar a sua posição nos vários mercados onde se
faz representar.
GC – A gestão profissional de uma estrutura coope-
rativista é, portanto, um desafio para qualquer gestor?
MR – Acredito que qualquer projecto que venha a assumir seja
um desafio e este em concreto não tenho dúvidas de que é tão
desafiante, ou mais, do que se fosse uma empresa privada. E o
desafio não está na entidade jurídica mas no potencial que
encerra. O projecto da Adega Cooperativa de Borba é um pro-
jecto de elevado potencial e, obviamente, que os projectos dessa
natureza são altamente estimulantes. Quer para mim, como para
toda a equipa.
GC – Que balanço pode fazer dos – curtos - meses que
leva como líder deste projecto?
MR – Encontrei uma empresa fantástica, que nos últimos anos
evoluiu de forma bastante significativa, sempre com crescimen-
tos muito sustentados ao longo do tempo e que hoje se apre-
senta como um dos principais operadores a nível nacional e,
como tal, vai-se afirmar nos próximos 35 anos como uma refe-
rência do sector a nível nacional. Uma projecção que, natu-
ralmente, gostaria que também se reflectisse nos mercados
internacionais, visto acreditar estarem reunidas condições para
se afirmar como um player de referência nesses dois canais.
GC - A internacionalização da marca continua a ser uma
forte aposta desta casa. O que está feito e, acima, de
tudo o que falta fazer?
MR – Naturalmente que já foi feito muita coisa, mas a evolução
nos mercados internacionais é um caminho que demora bas-
tante tempo a trilhar. Temos investido arduamente num conjunto
de países, no sentido de fazer construção de marca, conquistar
aumentos de distribuição, desenvolver acções de experimenta-
ção, de modo a que a nossa penetração seja mais cada vez mais
vasta e sólida.
GC – O que só é possível com uma produção consistente
e de qualidade reconhecida…
MR – Felizmente temos tido vinhos com qualidade muito
elevada e não sou eu que o digo. O ano passado obtivemos 30
medalhas em concursos internacionais, o que atesta a qualidade
dos nossos vinhos. As revistas da especialidade costumam, igual-
mente, fazer avaliações muito agradáveis dos nossos produtos,
mas, acima de tudo, os consumidores gostam das nossas propos-
tas, pelo que estamos muito confortáveis nesta intenção de
alargar presença nos mercados de exportação.
GC - A nova adega é o impulso que a ACB necessita para
reforçar essa posição?
MR – Obviamente que sim. A construção da nova adega enqua-
dra-se dentro aquilo que é a estratégia de crescimento em termos
de dimensão no sentido de dotar a adega com apetrechos que
lhe permita enfrentar os desafios futuros, assim como aumentar
significativamente a qualidade média da sua produção. Ou seja,
maior capacidade de produção e vinificação com recurso a
tecnologia de ponta, o que, em conjunto com os nossos recursos
humanos, permite-nos abraçar o futuro com franco optimismo.
GC – A ACB contribuiu para que o consumidor superasse
o estigma do vinho de cooperativa?
MR – Essa questão tem que ser analisada sobre dois prismas. Na
década de 50, quando se registou a criação das principais coo-
perativas do Alentejo, o que, então, foi um marco significativo
para subir a qualidade média dos vinhos produzidos nesta região,
os vinhos de cooperativa passaram a ser encarados com vinhos
de qualidade face aos que eram produzidos pelos privados. Desde
há cerca de 15 anos, com o aparecimento de novos produtores
individuais, houve alguns nomes que conseguiram afirmar-se
pela qualidade dos seus vinhos e ter o seu mercado e respectivos
consumidores. Todavia, os vinhos mais consumidos em Portugal
são os vinhos das adegas cooperativas e se os consumidores pre-
ferem os nossos vinhos quer dizer que reconhecem esses produtos
como sinónimo de qualidade.
GC – Ou seja, essa notoriedade e respectiva tradução
em vendas não é somente fruto dos volumes anualmen-
te produzidos?
MR – A questão dos volumes não se coloca tanto, pois cada
privado pode vinificar o volume que quiser. Ao contrário de uma
adega cooperativa que está limitada a um conjunto de asso-
ciados aos quais fazemos a aquisição das uvas.
“A construção da nova adega
enquadra-se dentro aquilo
que é a estratégia de
crescimento em termos de
dimensão no sentido de dotar
a adega com apetrechos que
lhe permita enfrentar os
desafios futuros, assim como
aumentar significativamente
a qualidade média da sua
produção. Ou seja, maior
capacidade de produção e
vinificação com recurso a
tecnologia de ponta, o que,
em conjunto com os nossos
recursos humanos, permite-
nos abraçar o futuro com
franco optimismo”
Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
Period.: Bimestral
Âmbito: Economia, Negócios e.
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“A aposta numa
estratégia de portfólio
deve-se a um profundo
conhecimento do
mercado, onde existem
diversos canais de
comercialização, distintos
tipos de consumidores e
diversificadas ocasiões de
consumo que,
naturalmente, decorrem
em contextos totalmente
diferentes. Ao ter em
conta estes factores
estamos a criar uma gama
de vinhos, com base num
conjunto reduzido de
marcas, de modo a
oferecer aos nossos
consumidores os vinhos
mais adequados às suas
exigências”
GC - Em termos de volumes que incremento trará à
nova adega à actual capacidade produtiva?
MR – Em termos de processamento de quantidade diária iremos
passar das actuais 700 toneladas para 1.500 toneladas.
GC - A criação da nova adega irá reforçar ainda mais o
papel de principal empregador da região, o que não dei-
xa de ser encarado como uma responsabilidade acres-
cida…
MR – Sem dúvida, até porque estamos no interior do país, as
oportunidades de trabalho são escassas face às regiões do litoral,
pelo que há aqui uma perspectiva social da adega em criar e
manter o maior número de postos de trabalho possíveis.
GC – Toda esta aposta na modernização da adega
decorrente ao longo dos últimos anos tem-se reflectido
também a nível da gama disponível, apresentando a
ACB um portfólio já bastante completo, agora refor-
çado com um vinho Premium. O que falta a este portfó-
lio uma vez que tem presentemente vinhos para todos
os canais de mercado?
MR – A aposta numa estratégia de portfólio deve-se a um pro-
fundo conhecimento do mercado, onde existem diversos canais
de comercialização, distintos tipos de consumidores e diversi-
ficadas ocasiões de consumo que, naturalmente, decorrem em
contextos totalmente diferentes. Ao ter em conta estes factores
estamos a criar uma gama de vinhos, com base num conjunto
reduzido de marcas, de modo a oferecer aos nossos consumi-
dores os vinhos mais adequados às suas exigências.
GC - Como é que a gestão desse portfólio é feita nos
diversos canais onde estão representados e que peso
têm respectivamente?
MR – Os hipermercados valem 35%, cash&carries 15% e os
distribuidores Horeca representam outros 35%. Canal último
para o qual dirigimos os nossos produtos mais Premium, que são
produtos mais de nicho, caso das monocastas, por exemplo,
sendo que para os restantes canais de distribuição optámos por
posicionar aquelas que são as nossas marcas mais “mainstream”.
GC – E as marcas que se apresentam mais vocacionadas
para esse canal são Adega de Borba e Montes Claros?
MR - Duas grandes marcas nas quais incide a nossa estratégia
de crescimento, sobretudo Adega de Borba que é um dos nossos
ex-libris, apresentando as duas marcas elevadas taxas de cresci-
mento e que se encontram disponíveis transversalmente em
todos os canais de venda. Dentro desta gama foi lançada uma
referência Premium, uma proposta dirigida ao mesmo perfil de
consumidor mas mais vocacionada para ocasiões de consumo
mais requintadas ou festivas. À qual se junta o vinho que é a
nossa bandeira, o Adega de Borba rótulo de cortiça, e que é,
provavelmente, o vinho mais vendido no segmento em que se
insere. Paralelamente, a gama Montes Claros posiciona-se como
uma proposta mais Premium, composta por um Colheita (branco
e tinto), um Reserva (também branco e tinto) e, agora, um
Garrafeira, que nos permite estar em todos os segmentos de
mercado com um marca alternativa e com grandes pergaminhos
no Alentejo que ainda hoje preserva.
GC – Esse é um dos segredos desta casa, a força das suas
marcas, hoje associadas a um selo de qualidade?
MR – Devemos aos consumidores e à qualidade dos produtos
aquilo que as nossas marcas são hoje, uma vez que são prefe-
ridas por um conjunto muito diversificado de pessoas o que faz
com que as nossas marcas usufruam de uma elevada notorie-
dade que se traduz numa elevada experimentação e significativa
fidelização, o que torna as nossas marcas fortes. Uma relação
que procuramos reforçar sempre que possível.
Raio-x
Fundação: 1955
Processamento actual diário de uvas: 700 toneladas
diárias
Capacidade futura: 1.500 toneladas diárias
Capacidade actual de fermentação: 4,8 milhões de litros
Capacidade futura: 7,8 milhões de litros
Capacidade de armazenamento: 21,5 milhões de litros
Capacidade futura: 29,5 milhões de litros
280 associados
62 colaboradores
Área de vinha: 2.200 hectares (75% uvas tintas e 25%
brancas)
Facturação em 2009: 20 milhões/€ e a venda anual de 1
milhão de caixas de 9 litros
Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
Period.: Bimestral
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 27
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GC - Que significado tem o facto de ter sido a primeira
adega cooperativa portuguesa a vender para um me-
rcado da reconhecida importância como a China?
MR – A adega tem no seu ADN uma dose muito grande de
inovação e várias vezes fomos os primeiros a fazer algumas
coisas. Vender para a China, ter alguns equipamentos inovadores
em termos de tecnologia de vinificação, adoptar algumas práti-
cas de gestão, por isso somos os primeiros e é quase uma obri-
gação nossa para estarmos na vanguarda. Algo que encaramos
como perfeitamente normal e que não nos traz nenhuma satis-
fação adicional, pelo contrário, sermos os primeiros e estar na
frente é algo que faz parte da filosofia da adega.
GC – Em que mercados de exportação se fazem, ac-
tualmente, representados?
MR – Estamos presentes em cerca de 30 mercados de expor-
tação, ainda que haja um conjunto nuclear onde estamos mais
focados. A nossa estratégia de penetração e de divulgação passa
essencialmente por um “cluster” de três países onde a nossa
presença está perfeitamente estabilizada. O “cluster” de Angola
e do Brasil que, por razões históricas e linguísticas, são os únicos
dois países onde o vinho português tem uma imagem muito
positiva, além de serem dois canais prioritários ao serem, simul-
taneamente, dois mercados emergentes. Além destes países,
Alemanha, EUA e Reino Unido são os destinos para os quais
Grapescan
Uma das particularidades da produção da Adega Cooperativa de Borba (ACB) prende-se
com o facto de recorrer a tecnologia de ponta na sua actividade, desde o
acompanhamento aos associados na vinha ao acto de vinificação. Uma preocupação de
longa data e que, acima de tudo, visa “proporcionar à equipa e aos nossos associados o
acesso a melhores procedimentos, assim como a tornar mais célere todo o processo de
decisão. Felizmente, temos ao nosso dispor alguns dos mais avançados recursos
tecnológicos, o que nos permite avaliar e analisar com todo rigor e objectividade as uvas
que temos, assim como as possibilidades que nos oferece. Como somos uma adega
cooperativa não podemos recusar a recepção da uva aos nossos associados, mas
podemos, sim, é proporcionar-lhes o melhor acompanhamento e aconselhamento
possível, de modo a que percebem o porquê de, eventualmente, as suas uvas não serem
cotadas como esperariam”, explica Óscar Gato, enólogo da ACB.
Segurança trazida pela ciência e pela tecnologia que permite, logo na recepção, avaliar
determinadas características das uvas, assim como encaminhá-las para os respectivos
locais de armazenamento, em função das suas especificidades ou possibilidades que
oferece. Uma implementação tecnológica apenas ao dispor de algumas entidades de
ensino superior e de um conjunto reduzido de operadores vitivinícolas de referência no
país, que, mediante o recurso à tecnologia, conseguem rastrear e acompanhar todo o
ciclo da uva, desde a sua recepção ao engarrafamento. Uma mais-valia na optimização
de procedimentos para o operador – que assim sabe, com base científica e exactidão,
como os seus vinhos são feitos, aliando o lado emocional do negócio à sua face mais
racional -, assim como o consumidor, que aufere da consistência dos produtos, ao
mesmo tempo está defendido de qualquer risco de segurança alimentar.
Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
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qualquer produtor a nível mundial quer exportar e dar a conhecer
os seus vinhos. Paralelamente, estamos a tentar reforçar a nossa
presença no “cluster” do mercado asiático, no sentido de sermos
um “player” de referência.
GC – Nessa lógica, a criação da marca “Wines of Portu-
gal” pode ser uma mais-valia para as exportações de
vinho português?
MR – Penso que o conceito por detrás do “Wines of Portugal”
merece todo o crédito, portanto como conceito considero estar
muito bem feito. Todavia, importa agora perceber em termos de
implementação como é que isso poderá ser feito e quais os
benefícios que poderá trazer. Estou convencido que poderá ser
uma grande mais-valia para os vinhos de Portugal.
GC – Concorda com aqueles que defendem que o “boom”
dos vinhos portugueses ainda está para acontecer?
MR – Penso que o “boom” dos vinhos portugueses deve-se,
essencialmente, aquilo que os portugueses fizerem pelos seus
vinhos. Portugal tem que trabalhar mais, tem que trabalhar me-
lhor, com mais eficácia, para que os seus vinhos possam vingar.
Era muito bom que fossem vários produtores juntos a terem esse
sucesso na internacionalização, uma vez que seria benéfico para
o sector que os produtores beneficiassem do sucesso uns dos
outros.
GC - A ACB é hoje uma estrutura preparada para o futuro?
MR - A minha recente chegada ao projecto apenas me permite
constatar todo o bom trabalho feito ao longo dos últimos anos,
onde houve, sem dúvida, um enfoque em dotar a Adega de
Borba com todos os recursos para que médio/longo prazo possa
ser um operador de referência em Portugal e no Mundo. E a cons-
trução da nova adega é uma das vertentes da dotação desses
recursos para que continue a ter uma elevada competitividade e
uma oferta de qualidade.
“A ideia por detrás do
“Wines of Portugal”
merece todo o crédito,
portanto como conceito
considero estar muito
bem feito. Todavia,
importa agora perceber
em termos de
implementação como é
que isso poderá ser feito
e quais os benefícios que
poderá trazer. Estou
convencido que poderá
ser uma grande mais-valia
para os vinhos de
Portugal”
Obras já arrancaram
A nova adega ficará concluída a tempo de entrar em
funcionamento na vindima de 2011, num investimento
de 11,6 milhões/€. O novo edifício irá ocupar uma área
total de 14 hectares e estará localizado a cerca de 200
metros das actuais instalações, às quais será interligado
por recurso a uma caleira subterrânea.
Com a exportação a valer, actualmente, 15% da
facturação da ACB, a meta da equipa de gestão é duplicar
esse valor num período estimado de três a cinco anos,
com a elevação da qualidade média dos néctares a
permitir ao operador alentejano ombrear com os países
do Novo Mundo, assim como os principais produtores do
sector à escala internacional.
O recurso a tecnologia de ponta para a produção de vinho
e processamento da uva são, alguns, dos destaques deste
empreendimento financiado em 60% por capitais
próprios, com o restante montante a ser suportado pelo
Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Assinado pelo arquitecto Rogério Cavaca, a nova adega
da ACB apresenta ainda diversas soluções inovadoras em
termos ambientais, como são exemplo o recurso a uma
cobertura ajardinada em todo o edifício o que trará
poupanças energéticas significativas à sua actividade. A
infra-estrutura actualmente em construção irá,
igualmente, ser aproveitada para funções de enoturismo,
ao ser instalado na cobertura um espelho de água e uma
esplanada.
Adega Borba Premium
O Adega Borba Premium é a mais recente proposta
da ACB. Trata-se, como o próprio nome indica, de
um proposta Premium que vem completar a oferta
da gama Adega Borba, já composta por branco,
tinto e rosé. Com um PVP no retalho de 7€, o novo
Adega Borba Premium procura disponibilizar
uma relação preço/qualidade insuperável,
reforçando, deste modo a proposta de valor
dos vinhos da adega alentejana.
Composto pelas castas Trincadeira, Alicante
Bouschet e Cabernet Sauvignon, o Adega
Borba Premium foi elaborado com recurso a
uvas seleccionadas provenientes das vinhas
velhas da região e fermentação maloláctica
em cuba de inox de pequeno volume. Um
estágio de 12 meses em barricas novas de
carvalho francês, americano e castanho,
antecedeu o engarrafamento e o estágio final
em cave de 12 meses em garrafa.
Grande Consumo
Tiragem: 5000
País: Portugal
Period.: Bimestral
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 1
Cores: Cor
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Corte: 6 de 6ID: 32052272 01-09-2010
Manuel Rocha, CEO Adega
Cooperativa Borba
n.º5/2010 | setembro/outubro
revista bimestral
Portugal | €4,80
11,6
milhões/€ em
investimento
estratégico

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Revista dos pneus no 13 abril 2011 ano III
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Entrevista a Manuel Rocha pela Grande Consumo (01-09-2010)

  • 1. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 24 Cores: Cor Área: 22,98 x 29,47 cm² Corte: 1 de 6ID: 32052272 01-09-2010 player TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos Chega em 2011 a nova adega da Adega Cooperativa de Borba (ACB). Representativa de um investimento de 11,6 milhões/€, o novo centro de vinificação irá permitir à marca alentejana duplicar a sua capacidade produtiva, assim como elevar a qualidade média dos seus vinhos. De olhos postos na exportação, onde almeja duplicar os volumes transaccionados, a ACB projecta o seu futuro com metas bem definidas: ser um player de referência, em Portugal e no Mundo. Manuel Rocha, CEO da Adega Cooperativa de Borba, explica em entrevista o projecto e a actualidade desta adega cooperativa cinquentenária. de referência em Portugal e no Mundo” “Ser um
  • 2. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 25 Cores: Cor Área: 21,55 x 27,16 cm² Corte: 2 de 6ID: 32052272 01-09-2010 Grande Consumo – Que diferenças apresenta a Adega Cooperativa de Borba face à Companhia das Quintas, sabendo-se, de antemão, que em termos estruturais es- tamos perante dois projectos necessariamente dife- rentes? Manuel Rocha – Do meu ponto de vista, entre esta adega cooperativa e qualquer outra empresa do sector, em termos de gestão quotidiana diria que a diferença é nenhuma. A ACB tem, no seu dia-a-dia, uma gestão tão ou mais profissional que a média das empresas privadas do sector. A grande diferença é na sua denominação jurídica, uma vez que se trata de uma adega cooperativa e não de uma sociedade anónima, ou limitada. Pela sua dimensão e capacidade instalada, quer pelo facto de ter sempre contado com profissionais competentes, a adega tem tudo para reforçar a sua posição nos vários mercados onde se faz representar. GC – A gestão profissional de uma estrutura coope- rativista é, portanto, um desafio para qualquer gestor? MR – Acredito que qualquer projecto que venha a assumir seja um desafio e este em concreto não tenho dúvidas de que é tão desafiante, ou mais, do que se fosse uma empresa privada. E o desafio não está na entidade jurídica mas no potencial que encerra. O projecto da Adega Cooperativa de Borba é um pro- jecto de elevado potencial e, obviamente, que os projectos dessa natureza são altamente estimulantes. Quer para mim, como para toda a equipa. GC – Que balanço pode fazer dos – curtos - meses que leva como líder deste projecto? MR – Encontrei uma empresa fantástica, que nos últimos anos evoluiu de forma bastante significativa, sempre com crescimen- tos muito sustentados ao longo do tempo e que hoje se apre- senta como um dos principais operadores a nível nacional e, como tal, vai-se afirmar nos próximos 35 anos como uma refe- rência do sector a nível nacional. Uma projecção que, natu- ralmente, gostaria que também se reflectisse nos mercados internacionais, visto acreditar estarem reunidas condições para se afirmar como um player de referência nesses dois canais. GC - A internacionalização da marca continua a ser uma forte aposta desta casa. O que está feito e, acima, de tudo o que falta fazer? MR – Naturalmente que já foi feito muita coisa, mas a evolução nos mercados internacionais é um caminho que demora bas- tante tempo a trilhar. Temos investido arduamente num conjunto de países, no sentido de fazer construção de marca, conquistar aumentos de distribuição, desenvolver acções de experimenta- ção, de modo a que a nossa penetração seja mais cada vez mais vasta e sólida. GC – O que só é possível com uma produção consistente e de qualidade reconhecida… MR – Felizmente temos tido vinhos com qualidade muito elevada e não sou eu que o digo. O ano passado obtivemos 30 medalhas em concursos internacionais, o que atesta a qualidade dos nossos vinhos. As revistas da especialidade costumam, igual- mente, fazer avaliações muito agradáveis dos nossos produtos, mas, acima de tudo, os consumidores gostam das nossas propos- tas, pelo que estamos muito confortáveis nesta intenção de alargar presença nos mercados de exportação. GC - A nova adega é o impulso que a ACB necessita para reforçar essa posição? MR – Obviamente que sim. A construção da nova adega enqua- dra-se dentro aquilo que é a estratégia de crescimento em termos de dimensão no sentido de dotar a adega com apetrechos que lhe permita enfrentar os desafios futuros, assim como aumentar significativamente a qualidade média da sua produção. Ou seja, maior capacidade de produção e vinificação com recurso a tecnologia de ponta, o que, em conjunto com os nossos recursos humanos, permite-nos abraçar o futuro com franco optimismo. GC – A ACB contribuiu para que o consumidor superasse o estigma do vinho de cooperativa? MR – Essa questão tem que ser analisada sobre dois prismas. Na década de 50, quando se registou a criação das principais coo- perativas do Alentejo, o que, então, foi um marco significativo para subir a qualidade média dos vinhos produzidos nesta região, os vinhos de cooperativa passaram a ser encarados com vinhos de qualidade face aos que eram produzidos pelos privados. Desde há cerca de 15 anos, com o aparecimento de novos produtores individuais, houve alguns nomes que conseguiram afirmar-se pela qualidade dos seus vinhos e ter o seu mercado e respectivos consumidores. Todavia, os vinhos mais consumidos em Portugal são os vinhos das adegas cooperativas e se os consumidores pre- ferem os nossos vinhos quer dizer que reconhecem esses produtos como sinónimo de qualidade. GC – Ou seja, essa notoriedade e respectiva tradução em vendas não é somente fruto dos volumes anualmen- te produzidos? MR – A questão dos volumes não se coloca tanto, pois cada privado pode vinificar o volume que quiser. Ao contrário de uma adega cooperativa que está limitada a um conjunto de asso- ciados aos quais fazemos a aquisição das uvas. “A construção da nova adega enquadra-se dentro aquilo que é a estratégia de crescimento em termos de dimensão no sentido de dotar a adega com apetrechos que lhe permita enfrentar os desafios futuros, assim como aumentar significativamente a qualidade média da sua produção. Ou seja, maior capacidade de produção e vinificação com recurso a tecnologia de ponta, o que, em conjunto com os nossos recursos humanos, permite- nos abraçar o futuro com franco optimismo”
  • 3. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 26 Cores: Cor Área: 23,10 x 29,64 cm² Corte: 3 de 6ID: 32052272 01-09-2010 “A aposta numa estratégia de portfólio deve-se a um profundo conhecimento do mercado, onde existem diversos canais de comercialização, distintos tipos de consumidores e diversificadas ocasiões de consumo que, naturalmente, decorrem em contextos totalmente diferentes. Ao ter em conta estes factores estamos a criar uma gama de vinhos, com base num conjunto reduzido de marcas, de modo a oferecer aos nossos consumidores os vinhos mais adequados às suas exigências” GC - Em termos de volumes que incremento trará à nova adega à actual capacidade produtiva? MR – Em termos de processamento de quantidade diária iremos passar das actuais 700 toneladas para 1.500 toneladas. GC - A criação da nova adega irá reforçar ainda mais o papel de principal empregador da região, o que não dei- xa de ser encarado como uma responsabilidade acres- cida… MR – Sem dúvida, até porque estamos no interior do país, as oportunidades de trabalho são escassas face às regiões do litoral, pelo que há aqui uma perspectiva social da adega em criar e manter o maior número de postos de trabalho possíveis. GC – Toda esta aposta na modernização da adega decorrente ao longo dos últimos anos tem-se reflectido também a nível da gama disponível, apresentando a ACB um portfólio já bastante completo, agora refor- çado com um vinho Premium. O que falta a este portfó- lio uma vez que tem presentemente vinhos para todos os canais de mercado? MR – A aposta numa estratégia de portfólio deve-se a um pro- fundo conhecimento do mercado, onde existem diversos canais de comercialização, distintos tipos de consumidores e diversi- ficadas ocasiões de consumo que, naturalmente, decorrem em contextos totalmente diferentes. Ao ter em conta estes factores estamos a criar uma gama de vinhos, com base num conjunto reduzido de marcas, de modo a oferecer aos nossos consumi- dores os vinhos mais adequados às suas exigências. GC - Como é que a gestão desse portfólio é feita nos diversos canais onde estão representados e que peso têm respectivamente? MR – Os hipermercados valem 35%, cash&carries 15% e os distribuidores Horeca representam outros 35%. Canal último para o qual dirigimos os nossos produtos mais Premium, que são produtos mais de nicho, caso das monocastas, por exemplo, sendo que para os restantes canais de distribuição optámos por posicionar aquelas que são as nossas marcas mais “mainstream”. GC – E as marcas que se apresentam mais vocacionadas para esse canal são Adega de Borba e Montes Claros? MR - Duas grandes marcas nas quais incide a nossa estratégia de crescimento, sobretudo Adega de Borba que é um dos nossos ex-libris, apresentando as duas marcas elevadas taxas de cresci- mento e que se encontram disponíveis transversalmente em todos os canais de venda. Dentro desta gama foi lançada uma referência Premium, uma proposta dirigida ao mesmo perfil de consumidor mas mais vocacionada para ocasiões de consumo mais requintadas ou festivas. À qual se junta o vinho que é a nossa bandeira, o Adega de Borba rótulo de cortiça, e que é, provavelmente, o vinho mais vendido no segmento em que se insere. Paralelamente, a gama Montes Claros posiciona-se como uma proposta mais Premium, composta por um Colheita (branco e tinto), um Reserva (também branco e tinto) e, agora, um Garrafeira, que nos permite estar em todos os segmentos de mercado com um marca alternativa e com grandes pergaminhos no Alentejo que ainda hoje preserva. GC – Esse é um dos segredos desta casa, a força das suas marcas, hoje associadas a um selo de qualidade? MR – Devemos aos consumidores e à qualidade dos produtos aquilo que as nossas marcas são hoje, uma vez que são prefe- ridas por um conjunto muito diversificado de pessoas o que faz com que as nossas marcas usufruam de uma elevada notorie- dade que se traduz numa elevada experimentação e significativa fidelização, o que torna as nossas marcas fortes. Uma relação que procuramos reforçar sempre que possível. Raio-x Fundação: 1955 Processamento actual diário de uvas: 700 toneladas diárias Capacidade futura: 1.500 toneladas diárias Capacidade actual de fermentação: 4,8 milhões de litros Capacidade futura: 7,8 milhões de litros Capacidade de armazenamento: 21,5 milhões de litros Capacidade futura: 29,5 milhões de litros 280 associados 62 colaboradores Área de vinha: 2.200 hectares (75% uvas tintas e 25% brancas) Facturação em 2009: 20 milhões/€ e a venda anual de 1 milhão de caixas de 9 litros
  • 4. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 27 Cores: Cor Área: 23,10 x 14,35 cm² Corte: 4 de 6ID: 32052272 01-09-2010 GC - Que significado tem o facto de ter sido a primeira adega cooperativa portuguesa a vender para um me- rcado da reconhecida importância como a China? MR – A adega tem no seu ADN uma dose muito grande de inovação e várias vezes fomos os primeiros a fazer algumas coisas. Vender para a China, ter alguns equipamentos inovadores em termos de tecnologia de vinificação, adoptar algumas práti- cas de gestão, por isso somos os primeiros e é quase uma obri- gação nossa para estarmos na vanguarda. Algo que encaramos como perfeitamente normal e que não nos traz nenhuma satis- fação adicional, pelo contrário, sermos os primeiros e estar na frente é algo que faz parte da filosofia da adega. GC – Em que mercados de exportação se fazem, ac- tualmente, representados? MR – Estamos presentes em cerca de 30 mercados de expor- tação, ainda que haja um conjunto nuclear onde estamos mais focados. A nossa estratégia de penetração e de divulgação passa essencialmente por um “cluster” de três países onde a nossa presença está perfeitamente estabilizada. O “cluster” de Angola e do Brasil que, por razões históricas e linguísticas, são os únicos dois países onde o vinho português tem uma imagem muito positiva, além de serem dois canais prioritários ao serem, simul- taneamente, dois mercados emergentes. Além destes países, Alemanha, EUA e Reino Unido são os destinos para os quais Grapescan Uma das particularidades da produção da Adega Cooperativa de Borba (ACB) prende-se com o facto de recorrer a tecnologia de ponta na sua actividade, desde o acompanhamento aos associados na vinha ao acto de vinificação. Uma preocupação de longa data e que, acima de tudo, visa “proporcionar à equipa e aos nossos associados o acesso a melhores procedimentos, assim como a tornar mais célere todo o processo de decisão. Felizmente, temos ao nosso dispor alguns dos mais avançados recursos tecnológicos, o que nos permite avaliar e analisar com todo rigor e objectividade as uvas que temos, assim como as possibilidades que nos oferece. Como somos uma adega cooperativa não podemos recusar a recepção da uva aos nossos associados, mas podemos, sim, é proporcionar-lhes o melhor acompanhamento e aconselhamento possível, de modo a que percebem o porquê de, eventualmente, as suas uvas não serem cotadas como esperariam”, explica Óscar Gato, enólogo da ACB. Segurança trazida pela ciência e pela tecnologia que permite, logo na recepção, avaliar determinadas características das uvas, assim como encaminhá-las para os respectivos locais de armazenamento, em função das suas especificidades ou possibilidades que oferece. Uma implementação tecnológica apenas ao dispor de algumas entidades de ensino superior e de um conjunto reduzido de operadores vitivinícolas de referência no país, que, mediante o recurso à tecnologia, conseguem rastrear e acompanhar todo o ciclo da uva, desde a sua recepção ao engarrafamento. Uma mais-valia na optimização de procedimentos para o operador – que assim sabe, com base científica e exactidão, como os seus vinhos são feitos, aliando o lado emocional do negócio à sua face mais racional -, assim como o consumidor, que aufere da consistência dos produtos, ao mesmo tempo está defendido de qualquer risco de segurança alimentar.
  • 5. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 28 Cores: Cor Área: 20,97 x 28,40 cm² Corte: 5 de 6ID: 32052272 01-09-2010 qualquer produtor a nível mundial quer exportar e dar a conhecer os seus vinhos. Paralelamente, estamos a tentar reforçar a nossa presença no “cluster” do mercado asiático, no sentido de sermos um “player” de referência. GC – Nessa lógica, a criação da marca “Wines of Portu- gal” pode ser uma mais-valia para as exportações de vinho português? MR – Penso que o conceito por detrás do “Wines of Portugal” merece todo o crédito, portanto como conceito considero estar muito bem feito. Todavia, importa agora perceber em termos de implementação como é que isso poderá ser feito e quais os benefícios que poderá trazer. Estou convencido que poderá ser uma grande mais-valia para os vinhos de Portugal. GC – Concorda com aqueles que defendem que o “boom” dos vinhos portugueses ainda está para acontecer? MR – Penso que o “boom” dos vinhos portugueses deve-se, essencialmente, aquilo que os portugueses fizerem pelos seus vinhos. Portugal tem que trabalhar mais, tem que trabalhar me- lhor, com mais eficácia, para que os seus vinhos possam vingar. Era muito bom que fossem vários produtores juntos a terem esse sucesso na internacionalização, uma vez que seria benéfico para o sector que os produtores beneficiassem do sucesso uns dos outros. GC - A ACB é hoje uma estrutura preparada para o futuro? MR - A minha recente chegada ao projecto apenas me permite constatar todo o bom trabalho feito ao longo dos últimos anos, onde houve, sem dúvida, um enfoque em dotar a Adega de Borba com todos os recursos para que médio/longo prazo possa ser um operador de referência em Portugal e no Mundo. E a cons- trução da nova adega é uma das vertentes da dotação desses recursos para que continue a ter uma elevada competitividade e uma oferta de qualidade. “A ideia por detrás do “Wines of Portugal” merece todo o crédito, portanto como conceito considero estar muito bem feito. Todavia, importa agora perceber em termos de implementação como é que isso poderá ser feito e quais os benefícios que poderá trazer. Estou convencido que poderá ser uma grande mais-valia para os vinhos de Portugal” Obras já arrancaram A nova adega ficará concluída a tempo de entrar em funcionamento na vindima de 2011, num investimento de 11,6 milhões/€. O novo edifício irá ocupar uma área total de 14 hectares e estará localizado a cerca de 200 metros das actuais instalações, às quais será interligado por recurso a uma caleira subterrânea. Com a exportação a valer, actualmente, 15% da facturação da ACB, a meta da equipa de gestão é duplicar esse valor num período estimado de três a cinco anos, com a elevação da qualidade média dos néctares a permitir ao operador alentejano ombrear com os países do Novo Mundo, assim como os principais produtores do sector à escala internacional. O recurso a tecnologia de ponta para a produção de vinho e processamento da uva são, alguns, dos destaques deste empreendimento financiado em 60% por capitais próprios, com o restante montante a ser suportado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER). Assinado pelo arquitecto Rogério Cavaca, a nova adega da ACB apresenta ainda diversas soluções inovadoras em termos ambientais, como são exemplo o recurso a uma cobertura ajardinada em todo o edifício o que trará poupanças energéticas significativas à sua actividade. A infra-estrutura actualmente em construção irá, igualmente, ser aproveitada para funções de enoturismo, ao ser instalado na cobertura um espelho de água e uma esplanada. Adega Borba Premium O Adega Borba Premium é a mais recente proposta da ACB. Trata-se, como o próprio nome indica, de um proposta Premium que vem completar a oferta da gama Adega Borba, já composta por branco, tinto e rosé. Com um PVP no retalho de 7€, o novo Adega Borba Premium procura disponibilizar uma relação preço/qualidade insuperável, reforçando, deste modo a proposta de valor dos vinhos da adega alentejana. Composto pelas castas Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, o Adega Borba Premium foi elaborado com recurso a uvas seleccionadas provenientes das vinhas velhas da região e fermentação maloláctica em cuba de inox de pequeno volume. Um estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês, americano e castanho, antecedeu o engarrafamento e o estágio final em cave de 12 meses em garrafa.
  • 6. Grande Consumo Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 1 Cores: Cor Área: 22,98 x 29,64 cm² Corte: 6 de 6ID: 32052272 01-09-2010 Manuel Rocha, CEO Adega Cooperativa Borba n.º5/2010 | setembro/outubro revista bimestral Portugal | €4,80 11,6 milhões/€ em investimento estratégico