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PARNASIANISMO
➔ Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o sentimentalismo dos
românticos e percorreu novos caminhos.
➔ Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo.
➔ Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos escondem as
verdadeiras qualidades da poesia.
➔ Propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado, racionalista e voltada
para temas universais.
➔ A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos
românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.
➔ Desde a década de 1870, as ideias parnasianas já estavam sendo divulgadas. No final dessa
década, o jornal carioca “Diário do Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em versos que ficou
conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um lado, os adeptos do Realismo e
Parnasianismo, e, de outro os seguidores do Romantismo.
➔ Como conseqüência, as idéias parnasianas e realistas foram amplamente divulgadas nos meios
artísticos e intelectuais do país.
➔ O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de
Teófilo Dias.
➔ Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação
do Parnasianismo no Brasil.
Características
➔ Preocupação formal.
➔ Comparação da poesia com as artes
plásticas.
➔ Referências a elementos da mitologia grega
e latina.
➔Preferência por temas
descritivos.
➔Enfoque sensual da
mulher.
➔Habilidade na criação dos
versos.
- Vocabulário culto.
- Objetivismo.
- Universalismo.
- Apego à tradição clássica.
➔ A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição
formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a
preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e
métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-
romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos
poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.
➔ Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos
propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam
subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira,
contrariando outra característica do parnasianismo francês: o
universalismo
Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac
– a tríade brasileira do Parnasianismo.
Olavo Bilac
➔ Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918)
➔ Escreveu a letra do Hino à Bandeira. Por ser contra o governo de Floriano Peixoto,
foi exilado em Ouro Preto.
➔ Amigo pessoal de Eça de Queirós.
➔ Para Bilac, o trabalho do poeta é semelhante ao trabalho do ourives, em que se
deve buscar perfeição formal.
➔ Para isso, emprega linguagem bem elaborada, com frequentes inversões
gramaticais.
Ora (direis) ouvir estrelas!
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto …
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Alberto Oliveira
➔ Alberto de Oliveira (1857-1937), viveu seus 80 anos fiel ao Parnasianismo e alheio
aos acontecimentos históricos.
➔ Poesia descritiva, exaltando a forma, com métrica rígida e linguagem bem
trabalhada.
➔ Dois dos poemas mais conhecidos desse poeta são “Vaso grego” e “Vaso chinês”.
Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Raimundo Correia
➔ Raimundo Correia (1859-1911) traz, em sua poesia, temas comuns da estética
parnasiana, como a natureza, a perfeição da forma de objetos e a retomada da
cultura clássica.
➔ Destaca-se sua poesia filosófica, permeada por desilusões e exacerbado
pessimismo.
➔ Em seu poema “As pombas”, Raimundo Correia faz referência exagerada às ideias
apresentadas pelo francês Gautier.
➔ “Mademoiselle de Maupin”; no soneto “Mal secreto”, faz uma recriação de um
poema do italiano Metastásio.
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertada ...
Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada ...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Velho tema (Vicente de Carvalho)
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.

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O Parnasianismo no Brasil

  • 2.
  • 3. ➔ Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o sentimentalismo dos românticos e percorreu novos caminhos. ➔ Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo. ➔ Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos escondem as verdadeiras qualidades da poesia. ➔ Propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado, racionalista e voltada para temas universais. ➔ A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.
  • 4. ➔ Desde a década de 1870, as ideias parnasianas já estavam sendo divulgadas. No final dessa década, o jornal carioca “Diário do Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em versos que ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um lado, os adeptos do Realismo e Parnasianismo, e, de outro os seguidores do Romantismo. ➔ Como conseqüência, as idéias parnasianas e realistas foram amplamente divulgadas nos meios artísticos e intelectuais do país. ➔ O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias. ➔ Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.
  • 5.
  • 6. Características ➔ Preocupação formal. ➔ Comparação da poesia com as artes plásticas. ➔ Referências a elementos da mitologia grega e latina.
  • 7. ➔Preferência por temas descritivos. ➔Enfoque sensual da mulher. ➔Habilidade na criação dos versos.
  • 8. - Vocabulário culto. - Objetivismo. - Universalismo. - Apego à tradição clássica.
  • 9. ➔ A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco- romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade. ➔ Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do parnasianismo francês: o universalismo
  • 10. Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac – a tríade brasileira do Parnasianismo.
  • 11. Olavo Bilac ➔ Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) ➔ Escreveu a letra do Hino à Bandeira. Por ser contra o governo de Floriano Peixoto, foi exilado em Ouro Preto. ➔ Amigo pessoal de Eça de Queirós. ➔ Para Bilac, o trabalho do poeta é semelhante ao trabalho do ourives, em que se deve buscar perfeição formal. ➔ Para isso, emprega linguagem bem elaborada, com frequentes inversões gramaticais.
  • 12.
  • 13. Ora (direis) ouvir estrelas! “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto … E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
  • 14.
  • 15. Alberto Oliveira ➔ Alberto de Oliveira (1857-1937), viveu seus 80 anos fiel ao Parnasianismo e alheio aos acontecimentos históricos. ➔ Poesia descritiva, exaltando a forma, com métrica rígida e linguagem bem trabalhada. ➔ Dois dos poemas mais conhecidos desse poeta são “Vaso grego” e “Vaso chinês”.
  • 16. Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura; Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa.
  • 17.
  • 18. Raimundo Correia ➔ Raimundo Correia (1859-1911) traz, em sua poesia, temas comuns da estética parnasiana, como a natureza, a perfeição da forma de objetos e a retomada da cultura clássica. ➔ Destaca-se sua poesia filosófica, permeada por desilusões e exacerbado pessimismo. ➔ Em seu poema “As pombas”, Raimundo Correia faz referência exagerada às ideias apresentadas pelo francês Gautier. ➔ “Mademoiselle de Maupin”; no soneto “Mal secreto”, faz uma recriação de um poema do italiano Metastásio.
  • 19. As Pombas Vai-se a primeira pomba despertada ... Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada ... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...
  • 20.
  • 21. Velho tema (Vicente de Carvalho) Só a leve esperança, em toda a vida, Disfarça a pena de viver, mais nada; Nem é mais a existência, resumida, Que uma grande esperança malograda. O eterno sonho da alma desterrada Sonho que a traz ansiosa e embevecida, É uma hora feliz, sempre adiada E que não chega nunca em toda a vida. Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim: mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos.