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A poesia Parnasiana
Olavo Bilac Ouvir estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Francisca Julia
Vênus
Branca e hercúlea, de pé, num bloco de Carrara,
Que lhe serve de trono, a formosa escultura,
Vênus, túmido o colo, em severa postura,
Com seus olhos de pedra o mundo inteiro encara.
Um sopro, um quê ele vida o gênio lhe insuflara;
E impassível, de pé, mostra em toda a brancura,
Desde as linhas da face ao talhe da cintura,
A majestade real de uma beleza rara.
Vendo-a nessa postura e nesse nobre entono
De Minerva marcial que pelo gládio arranca,
Julgo vê-la descer lentamente do trono,
E, na mesma atitude a que a insolência a obriga,
Postar-se à minha frente, impassível e branca,
Na régia perfeição da formosura antiga.
Mármores (1895)
O nascimento de
Vênus
de William Adolphe
Bouguereau
1879
Raimundo Correia
O Vinho de Hebe
Quando do Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
E ela, passando, os copos lhes enchia...
A Mocidade, assim, na rubra orgia
Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia...
E o vinho do prazer em nossa taça
Verte-nos ela, verte-nos e passa...
Passa, e não torna atrás o seu caminho.
Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios
Restam apenas tímidos ressábios,
Como recordações daquele vinho.
Monte Olimpo
Vaso Grego
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira
Alabastro grego
Vicente de Carvalho
Velho Tema I
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
Características gerais
 Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve
singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.
 Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a
personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem
deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar.
Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
 Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum
tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz
referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas
pertinentes a todos.
 Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem
nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O
poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por
vezes, se mostra incapaz para tal.
Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
 Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe
gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para
estrofes de quatro versos, porém também muito usada as
rimas interpoladas.
 Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os
sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro
versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a
"chave" do texto no último verso.
 Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve
ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez
(decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais
utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante,
exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis
sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
 Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada
em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma
descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e
"Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
 Temática Greco-Romana: A estética é muito valorizada no
Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um
conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera
temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e
sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses,
heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até
mesmo objetos.
 Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement)
Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou
na décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao
conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende
do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica
e o conjunto de rimas.
Origens
 O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-
Naturalismo.
 Movimento literário que se originou em Paris, na
França, representou na poesia o espírito positivista e
científico da época.
 O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que,
na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas,
uma vez que os seus autores procuravam recuperar os
valores estéticos da Antiguidade clássica.
 Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito
às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e
vocabular, pela rima rica e pela preferência por
estruturas fixas, como os sonetos.
Monte Parnaso
 O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a
valorização do exotismo e da mitologia.
 Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e
paisagens.
 A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim
como para os românticos são a sonoridade das palavras
e dos versos.
 Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte",
pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não
por subterfúgios, como o amor, por exemplo.

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  • 2.
  • 3. Olavo Bilac Ouvir estrelas "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."
  • 4.
  • 5. Francisca Julia Vênus Branca e hercúlea, de pé, num bloco de Carrara, Que lhe serve de trono, a formosa escultura, Vênus, túmido o colo, em severa postura, Com seus olhos de pedra o mundo inteiro encara. Um sopro, um quê ele vida o gênio lhe insuflara; E impassível, de pé, mostra em toda a brancura, Desde as linhas da face ao talhe da cintura, A majestade real de uma beleza rara. Vendo-a nessa postura e nesse nobre entono De Minerva marcial que pelo gládio arranca, Julgo vê-la descer lentamente do trono, E, na mesma atitude a que a insolência a obriga, Postar-se à minha frente, impassível e branca, Na régia perfeição da formosura antiga. Mármores (1895)
  • 6. O nascimento de Vênus de William Adolphe Bouguereau 1879
  • 7. Raimundo Correia O Vinho de Hebe Quando do Olimpo nos festins surgia Hebe risonha, os deuses majestosos Os copos estendiam-lhe, ruidosos, E ela, passando, os copos lhes enchia... A Mocidade, assim, na rubra orgia Da vida, alegre e pródiga de gozos, Passa por nós, e nós também, sequiosos, Nossa taça estendemos-lhe, vazia... E o vinho do prazer em nossa taça Verte-nos ela, verte-nos e passa... Passa, e não torna atrás o seu caminho. Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios Restam apenas tímidos ressábios, Como recordações daquele vinho.
  • 9. Vaso Grego Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que o suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas, o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. Alberto de Oliveira
  • 11. Vicente de Carvalho Velho Tema I Só a leve esperança, em toda a vida, Disfarça a pena de viver, mais nada; Nem é mais a existência, resumida, Que uma grande esperança malograda. O eterno sonho da alma desterrada Sonho que a traz ansiosa e embevecida, É uma hora feliz, sempre adiada E que não chega nunca em toda a vida. Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim: mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos.
  • 12. Características gerais  Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.  Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.  Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.  Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal.
  • 13. Aspectos importantes para essa estética perfeita são:  Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas interpoladas.  Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.  Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
  • 14.  Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.  Temática Greco-Romana: A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.  Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas.
  • 15. Origens  O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo- Naturalismo.  Movimento literário que se originou em Paris, na França, representou na poesia o espírito positivista e científico da época.  O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica.  Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pela rima rica e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos.
  • 17.  O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia.  Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens.  A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos.  Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo.