2. O nome parnasianismo surgiu na
França e deriva do termo "Parnaso",
que na mitologia grega era o monte
do deus Apolo e das musas da
poesia.
3. Parnasianismo é o nome que se dá à
produção poética mais importante da época
realista/naturalista. O movimento
parnasiano divulgava poemas que revelavam
uma nova maneira de escrever, oposta à
subjetividade, à emotividade e à idealização; é
a convergência de ideais anti-românticos,
como a objetividade no trato dos temas e o
culto da forma.
Ao escrever poesia, os parnasianos tinham na
cultura greco-romana clássica o seu ponto de
referência. Recuperavam, portanto, os
princípios da poesia clássica rejeitados pelos
românticos.
4. Um dos princípios norteadores
dos parnasianos era a “arte pela
arte”, ou seja, a concepção de
que a arte deve estar
descompromissada da realidade,
procurando atingir sobretudo a
perfeição formal, sem se
preocupar com questões sociais,
políticas, econômicas ou
religiosas.
5. No Brasil, o Parnasianismo teve
início com publicação da obra
Fanfarras, de Teófilo Dias, em
1882.
Os poetas parnasianos
brasileiros representativos são:
Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia e Olavo Bilac – que
formam a famosa “tríade ou
trindade parnasiana”.
7. O poeta deve ser neutro diante da realidade,
esconder seus sentimentos, sua vida pessoal. A
confissão íntima e o extravasamento subjetivo,
tão caros aos românticos, são vistos como
inimigos da poesia. O Eu precisa se apagar
frente do mundo objetivo, uma vez que a
natureza e os objetos seriam a morada da beleza
1) OBJETIVISMO E IMPESSOALIDADE
8. 2) ARTE PELAARTE
Os parnasianos ressuscitam o preceito
latino de que a arte é gratuita, que só
vale por si própria. Ela não tem nenhum
sentido utilitário, nenhum tipo de
compromisso.
9. 3) CULTO DA FORMA
O resultado da visão descompromissada é
a celebração dos processos formais do
poema. A verdade de uma obra de arte
passa a residir apenas em sua beleza. E a
beleza é evidenciada pela elaboração
formal.
VERDADE = BELEZA = FORMA
10. 4) POESIA
A mitologia da perfeição formal
constitui o alvo e a angústia básica
dos parnasianos. A beleza deve ser
alcançada a qualquer custo e o artista
sente-se, muitas vezes, impotente para
a realização desta tarefa.
11. a) Metrificação rigorosa
Os versos devem ter o mesmo número de
sílabas poéticas, preferencialmente doze
sílabas (versos alexandrinos), os
preferidos na época.
12. b) Rimas ricas
Os poetas devem evitar as rimas pobres,
isto é, aquelas estabelecidas por palavras
da mesma classe gramatical, como
substantivo com substantivo, adjetivo
com adjetivo, etc. No período há uma
ênfase no tipo de rima ABAB para as
estrofes de quatro versos, isto é o
primeiro verso rima com o terceiro, o
segundo com o quarto.
13. c) Preferência pelo soneto
Os parnasianos reivindicam a tradição
clássica do soneto, composição poética de
quatorze versos - articulada
obrigatoriamente em dois quartetos e dois
tercetos - e que se encerra com uma
"chave de ouro", espécie de síntese do
poema, manifesta tão somente no último
verso.
14. d) Descritivismo
Eliminando o Eu, a participação pessoal e
social, só resta ao parnasiano uma poética
baseada no mundo dos objetos, objetos
mortos: vasos, colares, muros, etc. São
pequenos quadros, fortemente plásticos
(visuais), fechados em si mesmos, com
grande precisão vocabular e freqüente
superficialidade.
15. 5) TEMÁTICA GRECO-ROMANA
Apesar de todo o esforço, os parnasianos
não conseguem articular poemas sem
conteúdo e são obrigados a encontrar um
assunto desvinculado no mundo concreto
para motivo de suas criações. Escolhem a
Antigüidade Clássica, aspectos de sua
história, sua religião, sua íngua, sua
arqueologia e de sua mitologia, buscando a
erudição, porém vendo esses temas sob uma
ótima moderna.
16. 6) FIGURA DA MULHER
Visão carnal do amor: em oposição à visão
espiritual dos românticos. Vênus é citada
como modelo de mulher.
Em vários poemas, os parnasianos
apresentam suas teorias de escrita e sua
obsessão pela "Deusa Forma".
Enaltecem a mulher como um ser dotado de
formas perfeitas, opulentas
17. 7) A PROFISSÃO DE FÉ
Recurso utilizado pelos autores parnasianos
em que o assunto tratado na poesia era a
própria poesia, quais são as suas
caractéristas, como ela era vista e como era
feita.
Buscava, basicamente, explicitar o fazer
poético da estética parnasiana, sendo a
escrita uma “profissão de fé”
18. A PROFISSÃO DE FÉ (OLAVO BILAC)
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
19. ANÁLISE DO POEMA
O poeta se compara ao ourives, pois também
quando escreve, aprecia a minúcia, o detalhe
e a perfeição formal.
O material do poema é comparado a
materiais de ourivesaria e da escultura.
Considerando o valor desses materiais, o
poeta revela a concepção que o poeta tem
sobre a poesia: por um lado, a vê como arte
requintada e superior; por outro, identifica-a
também como decoração.
De acordo com a 6ª, 9ª e 10ª estrofes o
fundamento maior do projeto estético do
Parnasianismo é a perfeição formal.
20. ANÁLISE DO POEMA
Arte pela arte: na 8ª estrofe, o poeta mostra-
se distanciado da realidade e desinteressado
de seus problemas. Isolado, preocupa-se
apenas com a arte.
Bilac defende que a forma está acima de
tudo, principalmente acima dos sentimentos,
que devem ser contidos.