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VOZ DO OPERÁRIO
UFCD 10649
TRABALHO REALIZADO POR: JOANA PAIVA
INTRODUÇÃO
Quero dar a
conhecer um dia
na escolaVoz do
Operário.
01
Como
trabalham as
crianças.
02
Como
trabalham os
professores.
03
Qual o método
de ensino.
04
INSTITUIÇÃO
 A Sociedade de Instrução e Beneficência AVoz do Operário nasce num contexto
histórico que, em grande parte, constitui a causa que lidera à sua fundação. Um
movimento operário em ascensão, num tempo marcado pela luta contra a
monarquia, em que republicanos e socialistas obtêm o apoio significativo das classes
ativas e cujos ideais não só encontram fama junto destas como as mobilizam para a
transformação e a mudança.
 Em Portugal, a indústria tabaqueira é, no século XIX e segundo o historiador
Armando de Castro, aquela que gera o maior volume de negócios. Geradora de
lucros volumosos, a indústria dos tabacos despertava o interesse de investidores e,
em pouco mais de uma década, o crescimento industrial acelerado dá origem a quase
vinte fábricas que empregam perto de cinco mil operários, na sua grande maioria
empreiteiros e jornaleiros. Ao aumento da produção não está porém associado o
aumento do consumo e, em 1879, uma dura crise atinge a indústria tabaqueira,
originando um forte desemprego e agravando as já difíceis condições de vida dos
operários da manufatura do tabaco. Sucedem-se as greves e as manifestações, das
quais os jornais da época vão dando conta, embora quase sempre, na perspetiva
patronal.
 Seria, aliás, a recusa de um título de então em publicar uma notícia sobre as
condições de vida dos operários tabaqueiros que estaria na origem da criação do
jornal AVoz do Operário. Custódio Gomes, operário tabaqueiro, indignado com a
recusa de publicação da referida notícia, segundo a tradição, teria afirmado que
“soubesse eu escrever que não estava com demoras. Já há muito que tínhamos um
jornal. Bem ou mal, o que lá se disser é o que é verdade.Amanhã reúne a nossa
Associação, e hei-de propor que se publique um periódico, que nos defenda a todos,
e mesmo aos companheiros de outras classes”.
 A proposta foi feita e aceite. Com sede no Beco do Froes (hoje rua Norberto de Araújo), ao Menino de Deus, em Lisboa, nasceu, a 11
de Outubro de 1879, o jornal AVoz do Operário pela mão de um outro operário tabaqueiro, Custódio Braz Pacheco.
 A exigência financeira que implicava a manutenção do jornal levou a que os operários tabaqueiros procurassem formas de
sobrevivência para o projeto. É assim que, a 13 de fevereiro de 1883, nasce a Sociedade Cooperativa AVoz do Operário em cujos
estatutos se escreveu ser objeto da Sociedade “sustentar a publicação do periódico AVoz do Operário, órgão dos manipuladores de
tabaco, desligado de qualquer partido ou grupo político”;“estudar o modo de resolver o grandioso problema do trabalho, procurando
por todos os meios legais melhorar as condições deste, debaixo dos pontos de vista económico, moral e higiénico”;“estabelecer
escolas, gabinete de leitura, caixa económica e tudo quanto, em harmonia com a índole das sociedades desta natureza, e com as
circunstâncias do cofre, possa concorrer para a instrução e bem-estar da classe trabalhadora em geral e dos sócios em particular”.
Para tanto, os 316 sócios da altura comprometiam-se a pagar uma quota semanal de vinte réis, quantia que retiravam dos seus
humildes salários.
 Por solicitação dos associados, em julho de 1883, a atividade da Sociedade foi alargada à assistência funerária, correspondendo a uma
necessidade da classe que se via confrontada com o exorbitante preço dos funerais.“Um jornal e uma carreta funerária, assim começa
AVoz do Operário”, escreveu Fernando Piteira Santos.
 Em julho de 1887,AVoz do Operário abandonou o Beco do Froes e mudou-se para a Calçada de SãoVicente. Contava então com
1.114 sócios, sendo que nem todos eram operários tabaqueiros, o que obrigou a uma revisão dos estatutos, no ano de 1889, que
viriam a ser aprovados pelas autoridades no ano seguinte, convertendo-se a Sociedade Cooperativa em Sociedade de Instrução e
Beneficência AVoz do Operário.
 Corria o ano de 1891, quando foi designada a primeira Comissão Escolar que preparou o arranque da primeira escola, em outubro
desse ano, num novo edifício na Calçada de SãoVicente. Mas a Sociedade continuava a desenvolver-se e, em 1906, foi feita a proposta
ao Governo de cedência de uma parcela de terreno da designada Cerca da Mónicas para a construção de um edifício de raiz onde
pudessem ser instaladas as escolas e os serviços de AVoz do Operário. Foi João Franco, chefe de um Governo contestado e
considerado ditatorial que, por decreto de 29 de maio de 1907, concedeu o espaço pretendido.
 Em outubro de 1912, com a presença do próprio Presidente da República, Manuel de Arriaga, foi lançada a primeira pedra de construção da
sede atual de AVoz do Operário (na RuaVoz do Operário, em Lisboa), tendo as obras ficado concluídas em 1932. Nesta altura, a Sociedade
tinha cerca de 70 mil sócios e era já o mais importante núcleo de instrução primária da cidade, com escolas a funcionarem também na
periferia. Em 1938, as escolas de AVoz do Operário eram frequentadas por 4.200 alunos, na grande maioria filhos de operários.
 Durante a Primeira República,AVoz do Operário conheceu um desenvolvimento ímpar.A vertente educacional passou a ocupar um lugar de
destaque entre as suas atividades, enquanto seguia a publicação do jornal e a ação mutualista que se estendeu também ao apoio aos mais
desfavorecidos, nomeadamente no fornecimento de refeições. Inaugurou-se na sede um balneário público para servir a população da zona e
desenvolveram-se os cursos de formação profissional, em particular, para as filhas dos trabalhadores, com os cursos de costura a registarem
uma elevada frequência. Manteve-se a assistência funerária e inaugurou-se a biblioteca. É o período áureo da Sociedade que contava com
inúmeros beneméritos entre os seus associados e viu o seu património aumentar fruto de muitos legados.
 É precisamente a vertente educacional, bem como, a ligação à Instituição de altas figuras da cultura portuguesa que lhe permite sobreviver
durante a ditadura do Estado Novo. Fundada pelos operários da indústria tabaqueira,AVoz do Operário viveu, grandes dificuldades com a
censura a amputar o jornal daquilo que o distinguia dos demais, as atividades culturais e serem reduzidas e a própria educação a ser sujeita às
imposições do Estado Novo, esforçando-se mesmo assim por contribuir para a formação integral dos seus alunos.
 Nem por isso, no entanto, a Instituição deixou de prosseguir os seus propósitos, embora muitas das dificuldades só tenham conseguido ser
ultrapassadas com o 25 de Abril de 1974. Então,AVoz do Operário como que renasceu e o seu método pedagógico, o do Movimento da
Escola Moderna, impôs-se no panorama do ensino nacional. Método que ainda hoje é seguido e que alia à aprendizagem das competências e
saberes, a formação para a cidadania ativa, democrática e solidária.
 Após o 25 de Abril, a cultura voltou a preencher os espaços da sede, através de espetáculos musicais, cinema, teatro, exposições de artes
plásticas e dança. Desenvolveu-se a prática desportiva e alargou-se a ação social aos idosos, com a inauguração de um centro de convívio e,
mais tarde, com o apoio domiciliário a idosos e acamados. Surgiram as creches e os jardins-de-infância como forma de apoio às famílias,
manteve-se a publicação regular do jornal, repuseram-se os livros proibidos nas estantes da biblioteca, estendeu-se o ensino do 1.º ao 2.º ciclo,
criou-se a Galeria João Hogan e, em 1987, a Marcha Infantil de AVoz do Operário.
AVOZ DO
OPERÁRIO HOJE
 Nos dias que correm,AVoz do Operário mantém diversos tipos de
atividades disponíveis, servindo não só os seus 5.000 sócios, como a
população da zona da Área Metropolitana de Lisboa em que está
inserida.
 Ao todo, frequentam os Espaços Educativos de AVoz do Operário -
Graça (sede),Ajuda, Restelo, Baixa da Banheira, Lavradio e Laranjeiro -
mais de 1.000 crianças e jovens, desde a creche ao 6.º ano de
escolaridade.
 A atividade cultural e associativa estende-se às mais diversas áreas,
desde o desporto, à música e ao cinema, passando pelos debates,
exposições, sem esquecer a Marcha Infantil e a participação da
Instituição em diversas iniciativas com destaque para as comemorações
do 25 de Abril e 1.º de Maio.
 Após comemorar 133 anos,AVoz do Operário está a desenvolver
novos projetos, como a ampliação dos espaços para aumentar e
melhorar a oferta dos serviços de creche e jardim-de-infância, a
remodelação da Galeria João Hogan, a revitalização da Biblioteca Social,
a recuperação de património por forma a rendibilizá-lo e a
proporcionar novos serviços
TÃO LONGE E
TÃO PERTO…
O TESTEMUNHO DE UMA PROFESSORA DA ESCOLAVOZ DO
OPERÁRIO
Ser professor naVoz do Operário é fazer parte de um grupo onde todos
pensam, refletem, agem, cooperam, tomam decisões, são solidários, partilham
e constroem o seu conhecimento, dotados de competências e aprendizagens
significativas que mobilizarão, sempre, para todos os contexto e esferas
sociais onde se inserem.
É neste lugar onde todas as crianças têm espaço, tempo e voz para serem o
que quiserem, quando quiserem.
Valorizamos, desde sempre e cada vez mais, os valores humanos e sociais que
considerados agentes de mudança de todas as sociedades, do futuro e, por
isso, do mundo.
Além disso, todas as práticas estão assentes numa relação humana, de
confiança, de partilha, de entrega, de conhecimento e união que se estabelece
na escola, com todas as crianças e adultos, intervenientes de cada processo
de crescimento, quer individual, quer de grupo.
É nesta relação que todas as crianças encontram “o seu lugar”, pois cada um
dá de si aos pares, ao grupo, à escola e à sociedade aquilo que está ao seu
alcance, ao seu ritmo e de acordo com os seus interesses e potencialidades.
Nas nossas salas, os nossos alunos, decidem, planificam, avaliam,propõem,
discutem, refletem, agem e gerem as rotinas, propostas, organização das
dinâmicas, dinâmicas, tempos e trabalhos com os seus professores, sendo a
cooperação um dos grandes alicerces do trabalho que desenvolvemos.
Além da cooperação, a união e partilha são também princípios que vivemos
diariamente, quer dentro das nossas salas,quer em toda a escola.
Trabalhamos de forma, o mais “transparente” possível, onde os alunos são fundamentais na construção de regras de vida para o grupo,
critérios de avaliação, instrumentos de pilotagem e mapas que nos ajudam a regular a vida de cada um, individualmente e enquanto
elemento de um grupo. Este percurso, permite não só que os nossos alunos sejam cada vez autónomos, como tenham cada vez mais
consciência das suas aprendizagens e competências, regulando e autorregulando construtivamente as suas necessidades e potenciais.
Por outro lado, esta transparência de cada um individualmente e de cada um perante o grupo, permite-nos estabelecer compromissos
diários e definir metas, a curto e a longo prazo, que todos somos responsáveis por ajudar a cumprir e a superar.Assim como, ao
assumirmos estes compromissos, estabelecemos laços fortes de amizade, cooperação e responsabilidade social, bem como nos tornamos
cada vez mais pertencentes ao grupo, como um todo.
Na nossa sala e na nossa escola, trabalhamos assim, crescemos juntos e ajudamo-nos mutuamente para que cada um, possa trilhar o seu
caminho, ao seu ritmo, mas nunca sozinho!
E agora? Que não estamos na nossa sala? Como fazemos?
Fazemos o melhor que conseguimos e embora as dificuldades da distância, continuamos juntos, a partilhar, a viver, a participar, a crescer, a
permanecemos juntos, todos os dias, em diversos formatos, com alguns instrumentos e mapas da nossa sala (agora também no zoom) e
com outros novos que sentimos necessidade de construir ao longo desta nova experiência que todos vivemos.
Continuamos juntos e certos, que mesmo à distância, estamos todos tão perto.
Valorizamos, defendemos e pomos em prática os mesmos valores e princípios que nos norteiam, nomeadamente a nossa relação e
interação que nos permitem estabelecer metas e atingi-las diariamente!
Não nos podemos abraçar fisicamente, mas podemo-nos abraçar e acolher virtualmente! Certos de que nunca nos faltará o amor,
mesmo via zoom, estamos em união, partilha e cooperação diárias. Continuamos a trabalhar, a explorar, a construir, a crescer, a fazer
festas, apresentações de produções, projetos, a preencher o nosso diário de turma, a tomar decisões, a fazer conselho de cooperação
educativa, a trazer as famílias às nossas aulas, a ouvir música, a partilhar as nossas inquietações, conquitas, dúvidas, a combinar estratégias
para nos superarmos dia após dia e, acima de tudo, a ser uma turma que sabemos o quanto podemos contar uns com outros.
Continuamos a sorrir no zoom, a ter voz, a aprender e a ser felizes, todos juntos, certos que em amor tudo vencemos e tudo
conseguimos!
Planeámos na sala…
Também planeámos à distância…
Partilhámos ideias, propostas, opiniões, momentos de felicidade
e momentos mais difíceis de gerir na nossa sala…
E também o fizemos à distância…
Demos conta das nossas presenças na escola…
Também o fizemos à distância…
Explorámos, apresentámos produções e comunicámos projetos
na escola…
Também o fizemos à distância…
Tivemos as nossas famílias na sala…
Também as tivemos no zoom…
Somo um grupo e por isso continuamos a fazer parte da vida
uns dos outros… mesmo à distância!
É nestas vivências e nesta partilha diária que crescemos e
aprendemos mais todos os dias!
Na verdade, tivemos de nos (re)descobrir, (re)inventar e
descobrir outras formas de amar à distância e percebemos que
somos felizes, partilhamos, crescemos, aprendemos e
cooperamos em qualquer contexto e circunstância. Além disso,
percebemos que mesmo longe estamos tão perto.
MOVIMENTO ESCOLA MODERNA
MODELO PEDAGÓGICO
O MEM propõe-se construir, através da ação dos professores que o integram, a formação democrática e o
desenvolvimento sócio moral dos educandos com quem trabalham, assegurando a sua plena participação na gestão do
currículo escolar.Assim, os educandos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no planeamento das
atividades curriculares, por se entreajudarem nas aprendizagens que decorrem de projetos de estudo, de investigação e
de intervenção e por participarem na sua avaliação. Esta avaliação assenta numa negociação cooperada dos juízos de
apreciação e do controlo dos objetivos assumidos nos planos curriculares coletivos e nos planos individuais de trabalho
e de outros mapas e listas de verificação do trabalho de aprendizagem, que servem para registo e monitorarem do que
se contratualizou em Conselho de Cooperação Educativa.
É por esta vivência – pondo à prova os valores humanos que sustentam a justiça, a reciprocidade e a solidariedade –
que a organização do trabalho e o exercício do poder partilhados virão a transformar os estudantes e os professores
em cidadãos implicados numa organização em democracia direta. Simultaneamente, esta experiência de socialização
democrática dos estudantes constitui o sustentáculo do trabalho do currículo nas turmas, entendidas como
comunidades de aprendizagem, num envolvimento cultural motivador.
CONCLUSÃO
Foi muito interessante saber as origens da
escola, porque é que foi construída e para
quem.
Foi interessante saber que a escola tem
como base a pedagogia do movimento da
escola moderna.
Gostei de ler o testemunho de uma
professora, da escolaVoz do Operário, como
ela trabalhou com os seus alunos durante a
pandemia.
Se já tinha achado interessante a escolaVoz
do Operário, agora ainda fiquei a gostar mais.
BIBLIOGRAFIA
https://www.vozoperario.pt/
https://vozdooperarioblog.wordpress.com/2020/06/23/tao-longe-e-tao-perto/
http://www.movimentoescolamoderna.pt/modelo-pedagogico/

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A história da instituição Voz do Operário e seu método pedagógico inovador

  • 1. VOZ DO OPERÁRIO UFCD 10649 TRABALHO REALIZADO POR: JOANA PAIVA
  • 2. INTRODUÇÃO Quero dar a conhecer um dia na escolaVoz do Operário. 01 Como trabalham as crianças. 02 Como trabalham os professores. 03 Qual o método de ensino. 04
  • 3. INSTITUIÇÃO  A Sociedade de Instrução e Beneficência AVoz do Operário nasce num contexto histórico que, em grande parte, constitui a causa que lidera à sua fundação. Um movimento operário em ascensão, num tempo marcado pela luta contra a monarquia, em que republicanos e socialistas obtêm o apoio significativo das classes ativas e cujos ideais não só encontram fama junto destas como as mobilizam para a transformação e a mudança.  Em Portugal, a indústria tabaqueira é, no século XIX e segundo o historiador Armando de Castro, aquela que gera o maior volume de negócios. Geradora de lucros volumosos, a indústria dos tabacos despertava o interesse de investidores e, em pouco mais de uma década, o crescimento industrial acelerado dá origem a quase vinte fábricas que empregam perto de cinco mil operários, na sua grande maioria empreiteiros e jornaleiros. Ao aumento da produção não está porém associado o aumento do consumo e, em 1879, uma dura crise atinge a indústria tabaqueira, originando um forte desemprego e agravando as já difíceis condições de vida dos operários da manufatura do tabaco. Sucedem-se as greves e as manifestações, das quais os jornais da época vão dando conta, embora quase sempre, na perspetiva patronal.  Seria, aliás, a recusa de um título de então em publicar uma notícia sobre as condições de vida dos operários tabaqueiros que estaria na origem da criação do jornal AVoz do Operário. Custódio Gomes, operário tabaqueiro, indignado com a recusa de publicação da referida notícia, segundo a tradição, teria afirmado que “soubesse eu escrever que não estava com demoras. Já há muito que tínhamos um jornal. Bem ou mal, o que lá se disser é o que é verdade.Amanhã reúne a nossa Associação, e hei-de propor que se publique um periódico, que nos defenda a todos, e mesmo aos companheiros de outras classes”.
  • 4.  A proposta foi feita e aceite. Com sede no Beco do Froes (hoje rua Norberto de Araújo), ao Menino de Deus, em Lisboa, nasceu, a 11 de Outubro de 1879, o jornal AVoz do Operário pela mão de um outro operário tabaqueiro, Custódio Braz Pacheco.  A exigência financeira que implicava a manutenção do jornal levou a que os operários tabaqueiros procurassem formas de sobrevivência para o projeto. É assim que, a 13 de fevereiro de 1883, nasce a Sociedade Cooperativa AVoz do Operário em cujos estatutos se escreveu ser objeto da Sociedade “sustentar a publicação do periódico AVoz do Operário, órgão dos manipuladores de tabaco, desligado de qualquer partido ou grupo político”;“estudar o modo de resolver o grandioso problema do trabalho, procurando por todos os meios legais melhorar as condições deste, debaixo dos pontos de vista económico, moral e higiénico”;“estabelecer escolas, gabinete de leitura, caixa económica e tudo quanto, em harmonia com a índole das sociedades desta natureza, e com as circunstâncias do cofre, possa concorrer para a instrução e bem-estar da classe trabalhadora em geral e dos sócios em particular”. Para tanto, os 316 sócios da altura comprometiam-se a pagar uma quota semanal de vinte réis, quantia que retiravam dos seus humildes salários.  Por solicitação dos associados, em julho de 1883, a atividade da Sociedade foi alargada à assistência funerária, correspondendo a uma necessidade da classe que se via confrontada com o exorbitante preço dos funerais.“Um jornal e uma carreta funerária, assim começa AVoz do Operário”, escreveu Fernando Piteira Santos.  Em julho de 1887,AVoz do Operário abandonou o Beco do Froes e mudou-se para a Calçada de SãoVicente. Contava então com 1.114 sócios, sendo que nem todos eram operários tabaqueiros, o que obrigou a uma revisão dos estatutos, no ano de 1889, que viriam a ser aprovados pelas autoridades no ano seguinte, convertendo-se a Sociedade Cooperativa em Sociedade de Instrução e Beneficência AVoz do Operário.  Corria o ano de 1891, quando foi designada a primeira Comissão Escolar que preparou o arranque da primeira escola, em outubro desse ano, num novo edifício na Calçada de SãoVicente. Mas a Sociedade continuava a desenvolver-se e, em 1906, foi feita a proposta ao Governo de cedência de uma parcela de terreno da designada Cerca da Mónicas para a construção de um edifício de raiz onde pudessem ser instaladas as escolas e os serviços de AVoz do Operário. Foi João Franco, chefe de um Governo contestado e considerado ditatorial que, por decreto de 29 de maio de 1907, concedeu o espaço pretendido.
  • 5.  Em outubro de 1912, com a presença do próprio Presidente da República, Manuel de Arriaga, foi lançada a primeira pedra de construção da sede atual de AVoz do Operário (na RuaVoz do Operário, em Lisboa), tendo as obras ficado concluídas em 1932. Nesta altura, a Sociedade tinha cerca de 70 mil sócios e era já o mais importante núcleo de instrução primária da cidade, com escolas a funcionarem também na periferia. Em 1938, as escolas de AVoz do Operário eram frequentadas por 4.200 alunos, na grande maioria filhos de operários.  Durante a Primeira República,AVoz do Operário conheceu um desenvolvimento ímpar.A vertente educacional passou a ocupar um lugar de destaque entre as suas atividades, enquanto seguia a publicação do jornal e a ação mutualista que se estendeu também ao apoio aos mais desfavorecidos, nomeadamente no fornecimento de refeições. Inaugurou-se na sede um balneário público para servir a população da zona e desenvolveram-se os cursos de formação profissional, em particular, para as filhas dos trabalhadores, com os cursos de costura a registarem uma elevada frequência. Manteve-se a assistência funerária e inaugurou-se a biblioteca. É o período áureo da Sociedade que contava com inúmeros beneméritos entre os seus associados e viu o seu património aumentar fruto de muitos legados.  É precisamente a vertente educacional, bem como, a ligação à Instituição de altas figuras da cultura portuguesa que lhe permite sobreviver durante a ditadura do Estado Novo. Fundada pelos operários da indústria tabaqueira,AVoz do Operário viveu, grandes dificuldades com a censura a amputar o jornal daquilo que o distinguia dos demais, as atividades culturais e serem reduzidas e a própria educação a ser sujeita às imposições do Estado Novo, esforçando-se mesmo assim por contribuir para a formação integral dos seus alunos.  Nem por isso, no entanto, a Instituição deixou de prosseguir os seus propósitos, embora muitas das dificuldades só tenham conseguido ser ultrapassadas com o 25 de Abril de 1974. Então,AVoz do Operário como que renasceu e o seu método pedagógico, o do Movimento da Escola Moderna, impôs-se no panorama do ensino nacional. Método que ainda hoje é seguido e que alia à aprendizagem das competências e saberes, a formação para a cidadania ativa, democrática e solidária.  Após o 25 de Abril, a cultura voltou a preencher os espaços da sede, através de espetáculos musicais, cinema, teatro, exposições de artes plásticas e dança. Desenvolveu-se a prática desportiva e alargou-se a ação social aos idosos, com a inauguração de um centro de convívio e, mais tarde, com o apoio domiciliário a idosos e acamados. Surgiram as creches e os jardins-de-infância como forma de apoio às famílias, manteve-se a publicação regular do jornal, repuseram-se os livros proibidos nas estantes da biblioteca, estendeu-se o ensino do 1.º ao 2.º ciclo, criou-se a Galeria João Hogan e, em 1987, a Marcha Infantil de AVoz do Operário.
  • 6. AVOZ DO OPERÁRIO HOJE  Nos dias que correm,AVoz do Operário mantém diversos tipos de atividades disponíveis, servindo não só os seus 5.000 sócios, como a população da zona da Área Metropolitana de Lisboa em que está inserida.  Ao todo, frequentam os Espaços Educativos de AVoz do Operário - Graça (sede),Ajuda, Restelo, Baixa da Banheira, Lavradio e Laranjeiro - mais de 1.000 crianças e jovens, desde a creche ao 6.º ano de escolaridade.  A atividade cultural e associativa estende-se às mais diversas áreas, desde o desporto, à música e ao cinema, passando pelos debates, exposições, sem esquecer a Marcha Infantil e a participação da Instituição em diversas iniciativas com destaque para as comemorações do 25 de Abril e 1.º de Maio.  Após comemorar 133 anos,AVoz do Operário está a desenvolver novos projetos, como a ampliação dos espaços para aumentar e melhorar a oferta dos serviços de creche e jardim-de-infância, a remodelação da Galeria João Hogan, a revitalização da Biblioteca Social, a recuperação de património por forma a rendibilizá-lo e a proporcionar novos serviços
  • 7. TÃO LONGE E TÃO PERTO… O TESTEMUNHO DE UMA PROFESSORA DA ESCOLAVOZ DO OPERÁRIO Ser professor naVoz do Operário é fazer parte de um grupo onde todos pensam, refletem, agem, cooperam, tomam decisões, são solidários, partilham e constroem o seu conhecimento, dotados de competências e aprendizagens significativas que mobilizarão, sempre, para todos os contexto e esferas sociais onde se inserem. É neste lugar onde todas as crianças têm espaço, tempo e voz para serem o que quiserem, quando quiserem. Valorizamos, desde sempre e cada vez mais, os valores humanos e sociais que considerados agentes de mudança de todas as sociedades, do futuro e, por isso, do mundo. Além disso, todas as práticas estão assentes numa relação humana, de confiança, de partilha, de entrega, de conhecimento e união que se estabelece na escola, com todas as crianças e adultos, intervenientes de cada processo de crescimento, quer individual, quer de grupo. É nesta relação que todas as crianças encontram “o seu lugar”, pois cada um dá de si aos pares, ao grupo, à escola e à sociedade aquilo que está ao seu alcance, ao seu ritmo e de acordo com os seus interesses e potencialidades. Nas nossas salas, os nossos alunos, decidem, planificam, avaliam,propõem, discutem, refletem, agem e gerem as rotinas, propostas, organização das dinâmicas, dinâmicas, tempos e trabalhos com os seus professores, sendo a cooperação um dos grandes alicerces do trabalho que desenvolvemos. Além da cooperação, a união e partilha são também princípios que vivemos diariamente, quer dentro das nossas salas,quer em toda a escola.
  • 8. Trabalhamos de forma, o mais “transparente” possível, onde os alunos são fundamentais na construção de regras de vida para o grupo, critérios de avaliação, instrumentos de pilotagem e mapas que nos ajudam a regular a vida de cada um, individualmente e enquanto elemento de um grupo. Este percurso, permite não só que os nossos alunos sejam cada vez autónomos, como tenham cada vez mais consciência das suas aprendizagens e competências, regulando e autorregulando construtivamente as suas necessidades e potenciais. Por outro lado, esta transparência de cada um individualmente e de cada um perante o grupo, permite-nos estabelecer compromissos diários e definir metas, a curto e a longo prazo, que todos somos responsáveis por ajudar a cumprir e a superar.Assim como, ao assumirmos estes compromissos, estabelecemos laços fortes de amizade, cooperação e responsabilidade social, bem como nos tornamos cada vez mais pertencentes ao grupo, como um todo. Na nossa sala e na nossa escola, trabalhamos assim, crescemos juntos e ajudamo-nos mutuamente para que cada um, possa trilhar o seu caminho, ao seu ritmo, mas nunca sozinho! E agora? Que não estamos na nossa sala? Como fazemos? Fazemos o melhor que conseguimos e embora as dificuldades da distância, continuamos juntos, a partilhar, a viver, a participar, a crescer, a permanecemos juntos, todos os dias, em diversos formatos, com alguns instrumentos e mapas da nossa sala (agora também no zoom) e com outros novos que sentimos necessidade de construir ao longo desta nova experiência que todos vivemos. Continuamos juntos e certos, que mesmo à distância, estamos todos tão perto. Valorizamos, defendemos e pomos em prática os mesmos valores e princípios que nos norteiam, nomeadamente a nossa relação e interação que nos permitem estabelecer metas e atingi-las diariamente! Não nos podemos abraçar fisicamente, mas podemo-nos abraçar e acolher virtualmente! Certos de que nunca nos faltará o amor, mesmo via zoom, estamos em união, partilha e cooperação diárias. Continuamos a trabalhar, a explorar, a construir, a crescer, a fazer festas, apresentações de produções, projetos, a preencher o nosso diário de turma, a tomar decisões, a fazer conselho de cooperação educativa, a trazer as famílias às nossas aulas, a ouvir música, a partilhar as nossas inquietações, conquitas, dúvidas, a combinar estratégias para nos superarmos dia após dia e, acima de tudo, a ser uma turma que sabemos o quanto podemos contar uns com outros.
  • 9. Continuamos a sorrir no zoom, a ter voz, a aprender e a ser felizes, todos juntos, certos que em amor tudo vencemos e tudo conseguimos! Planeámos na sala… Também planeámos à distância…
  • 10. Partilhámos ideias, propostas, opiniões, momentos de felicidade e momentos mais difíceis de gerir na nossa sala… E também o fizemos à distância… Demos conta das nossas presenças na escola… Também o fizemos à distância…
  • 11. Explorámos, apresentámos produções e comunicámos projetos na escola… Também o fizemos à distância…
  • 12. Tivemos as nossas famílias na sala… Também as tivemos no zoom… Somo um grupo e por isso continuamos a fazer parte da vida uns dos outros… mesmo à distância! É nestas vivências e nesta partilha diária que crescemos e aprendemos mais todos os dias! Na verdade, tivemos de nos (re)descobrir, (re)inventar e descobrir outras formas de amar à distância e percebemos que somos felizes, partilhamos, crescemos, aprendemos e cooperamos em qualquer contexto e circunstância. Além disso, percebemos que mesmo longe estamos tão perto.
  • 13. MOVIMENTO ESCOLA MODERNA MODELO PEDAGÓGICO O MEM propõe-se construir, através da ação dos professores que o integram, a formação democrática e o desenvolvimento sócio moral dos educandos com quem trabalham, assegurando a sua plena participação na gestão do currículo escolar.Assim, os educandos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no planeamento das atividades curriculares, por se entreajudarem nas aprendizagens que decorrem de projetos de estudo, de investigação e de intervenção e por participarem na sua avaliação. Esta avaliação assenta numa negociação cooperada dos juízos de apreciação e do controlo dos objetivos assumidos nos planos curriculares coletivos e nos planos individuais de trabalho e de outros mapas e listas de verificação do trabalho de aprendizagem, que servem para registo e monitorarem do que se contratualizou em Conselho de Cooperação Educativa. É por esta vivência – pondo à prova os valores humanos que sustentam a justiça, a reciprocidade e a solidariedade – que a organização do trabalho e o exercício do poder partilhados virão a transformar os estudantes e os professores em cidadãos implicados numa organização em democracia direta. Simultaneamente, esta experiência de socialização democrática dos estudantes constitui o sustentáculo do trabalho do currículo nas turmas, entendidas como comunidades de aprendizagem, num envolvimento cultural motivador.
  • 14. CONCLUSÃO Foi muito interessante saber as origens da escola, porque é que foi construída e para quem. Foi interessante saber que a escola tem como base a pedagogia do movimento da escola moderna. Gostei de ler o testemunho de uma professora, da escolaVoz do Operário, como ela trabalhou com os seus alunos durante a pandemia. Se já tinha achado interessante a escolaVoz do Operário, agora ainda fiquei a gostar mais.