1. UFCD 9852 - CUIDADOS
BÁSICOS DE HIGIENE
Trabalho Realizado por:
Joana Paiva
2. Escabiose
(sarna)
O que é?
A escabiose, vulgarmente conhecida
por sarna, é uma infestação cutânea
contagiosa, que resulta numa
erupção da pele com um padrão
característico, causando intensa
comichão. A escabiose é uma
doença transmissível causada por
um ácaro chamado Sarcoptes
scabiei.
3. Quais são os sintomas?
A sarna provoca comichão intensa, particularmente à noite, manifestando-se por borbulhas
avermelhadas.
Como se transmite?
A sarna transmite-se através de:
.contacto direto com a pessoa infetada
.partilha da mesma roupa ou da mesma cama (menos frequente)
Qual é o período de incubação?
O período médio de incubação é de aproximadamente 6 semanas.
A sarna pode transmitir-se entre as pessoas?
Sim. A infeção espalha-se facilmente de humano para humano se não se tomar nenhuma precaução
extra ou se alguém da família estiver infetado com o parasita.
4. Giardíase O que é?
É uma infeção intestinal causada pelo parasita Giardia
lamblia (também conhecida por G. intestinalis ou G.
duodenalis). A transmissão ocorre habitualmente pela
ingestão de águas contaminadas, havendo por vezes
surtos em infantários e centros de dia. Como tem a sua
origem na água, o contágio pode ocorrer em rios, lagos,
em águas proveniente de fontes municipais, piscinas e
jacuzzis. Ou também acontecer através de alimentos e
pelo contacto direto com pessoas infetadas. É mais
frequente em crianças e em doentes com VIH/SIDA,
fibrose quística e outras formas de imunodeficiência.
Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em
crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada
uma taxa de infeção de 3,4%, por Giardia lamblia. Este
tipo pode ocorrer em qualquer região do mundo, com
especial incidência em áreas com más condições de
higiene e de saneamento básico. Os principais grupos de
risco são as crianças, as pessoas que lidam com elas e as
populações sem acesso a água potável.
5. Sintomas
A doença pode ser assintomática ou manifestar-se nas formas agudas por diarreia (muito líquida e
fétida), dor abdominal, náuseas e flatulência e, nas formas crónicas, por distensão abdominal,
anorexia, fadiga, perda de peso e má-absorção que, por sua vez, é uma causa frequente de anemia
ferro pénica, a par da ingestão inadequada de ferro e das perdas hemáticas.
É importante reforçar que, mesmo na ausência de sintomas, uma pessoa pode albergar o parasita e
transmiti-lo através das fezes. Os sintomas, quando ocorrem, surgem uma a duas semanas após a
exposição ao parasita. Persistem durante duas a quatro semanas mas podem prolongarem-se ou haver
recaídas. As complicações mais comuns são a desidratação, o atraso no desenvolvimento (no caso das
crianças) e a intolerância à lactose que pode persistir após a cura.
Causas
Este parasita vive no intestino de animais e no ser humano. Ele pode permanecer aí durante meses sob
a forma de quistos. Quando se libertam são eliminados pelas fezes.
A ingestão de água ou alimentos contaminados por esses parasitas pode desencadear a infeção. No
caso dos alimentos, como regra, o contágio ocorre durante a sua manipulação sem o devido cuidado
com a lavagem das mãos. Contudo, como o calor destrói o parasita, os alimentos cozinhados são uma
fonte rara de giardíase nos países industrializados.
O contágio direto pode ocorrer, por exemplo, quando os pais mudam as fraldas aos filhos e estes estão
infetados. Pelo mesmo motivo, os profissionais que trabalham em infantários estão mais expostos a
este parasita.
6. Diagnostico
O seu diagnóstico faz-se pela deteção do parasita ou dos quistos de Giardia nas fezes por microscopia direta
ou pela pesquisa no soro. Essa, para ser eficaz, deve ser repetida durante vários dias. É ainda possível
analisar o aspirado de líquido ou fazer uma biópsia duodenal.
Tratamento
Nas crianças e adultos infetados mas sem sintomas, o tratamento não é necessário a menos que exista risco
de transmissão.
A terapêutica deve ser prescrita a indivíduos sintomáticos, a portadores assintomáticos em que haja risco de
contágio, a grávidas ou doentes com imunodeficiência. Os medicamentos mais utilizados são o tinidazol, o
metronidazol ou o nitazoxanido. Este último existe em formulação líquida, útil para crianças.
Prevenção
Nenhum medicamento a pode prevenir. Assim, passa por medidas como lavar as mãos após o uso de
instalações sanitárias, depois de se mudar uma fralda e antes de comer ou preparar alimentos. Se não existir
sabonete e água, um desinfectante à base de álcool é uma boa alternativa.
Deve-se evitar o consumo de água de poços, lagos ou rios não filtrada ou não fervida (pelo menos durante
dez minutos). Nas piscinas, não se deve engolir água potencialmente contaminada.
Quando se viaja para locais onde o abastecimento de água não é seguro, a alternativa é consumir sempre
água engarrafada, utilizada também para lavar os dentes. Nesses locais, há que evitar o gelo e comer fruta ou
vegetais, mesmo que sejam descascados pelo próprio.
O uso do preservativo é uma forma fundamental de prevenção de diversas doenças sexualmente
transmissíveis e, no caso do sexo anal, previne a infeção por Giardia.
7. Meningite
O que é?
A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal
(conhecidas por meninges). É mais frequente na infância — 70% dos casos ocorrem antes dos
cinco anos — e provoca sequelas permanentes em 25% dos sobreviventes. Como é uma doença
que atinge um centro nevrálgico do corpo, pode deixar lesões graves. As mais comuns são:
Perda de audição;
Problemas de memória e concentração;
Dificuldades de aprendizagem;
Epilepsia;
Perda parcial ou total de visão;
Problemas motores e dificuldades de equilíbrio.
8. Causas
A meningite pode ser provocada por bactérias, fungos ou vírus. Em alguns casos, mais raros, pode resultar de
reações medicamentosas ou outras doenças sistémicas.
Tipos de meningite
Há vários tipos de meningite, mas a bacteriana e a meningite viral são as mais comuns. A distinção entre a etiologia
viral e bacteriana é importante, porque a segunda está associada a maior morbilidade e mortalidade e requer
tratamento urgente.
Meningite bacteriana
É a forma mais grave da doença. Transmite-se pelo meio ambiente — é contagiosa — e é causada por bactérias
como:
Streptococcus pneumoniae
Uma das mais frequentes, por vezes associada à pneumonia;
Neisseria meningitides
Mais frequente em crianças e jovens adultos; em alguns casos leva a alterações cutâneas das extremidades e
mucosas;
Haemophilus influenzae
Atinge maioritariamente crianças, mas pode afetar adultos com diabetes, anemia falciforme, SIDA; pode surgir
associada ao alcoolismo;
Listeria monocytogenes
Mais comum em pessoas com idades extremas (recém-nascidos ou idosos) e em doentes com problemas
imunológicos, associados a uma intoxicação gastrintestinal (comida contaminada).
9. Meningite viral
Nestes casos a meningite é provocada por um vírus, normalmente o herpes simplex. É um tipo de meningite menos
grave do que a bacteriana, com uma taxa de mortalidade mais baixa também.
Meningite fúngica
Resulta da propagação de um fungo, particularmente em doentes imunocomprometidos.
Outros tipos
Há outras formas menos frequentes da doença, como a meningite causada por parasitas (surge em países em vias
de desenvolvimento), a que tem origem em alguns fármacos ou a que pode ser provocada por tumores.
Sintomas
Muitas vezes os primeiros sintomas são semelhantes a uma gripe. Por isso, diz o especialista, é fundamental estar
atento e reconhecer os sinais. A maioria das pessoas com meningite apresenta:
Febre;
Dor de cabeça;
Rigidez da nuca (dor e dificuldade em movimentar o pescoço).
Em alguns casos podem aparecer:
Náuseas;
Vómitos;
Alterações do estado de consciência;
Convulsões;
Alterações da pele como erupções cutâneas;
Nota: na meningite viral os sintomas podem ser ligeiros; na bacteriana tendem a ser mais intensos.
10. O que fazer
Todos os doentes com sinais de alarme devem recorrer à urgência para serem observados. Serão
depois encaminhados para especialistas em Medicina Interna ou Pediatria, consoante a idade.
Diagnóstico
A colheita de líquido cérebroespinal, que banha as meninges, é essencial para determinar a etiologia
(origem) da meningite. Este exame é realizado através de uma punção lombar (uma picada na região
lombar), feita pelo médico com recurso a anestesia local. Por vezes, é necessário realizar um exame de
neuroimagem ou uma tomografia computadorizada (TC) da cabeça para excluir complicações, antes da
punção.
Como complemento, é feito também um exame físico, que pode revelar sinais de irritação das
meninges, como o sinal de Kernig (dor nas costas com a extensão dos joelhos sobre a coxa fletida), e o
sinal de Brudzinski (flexão passiva do pescoço que leva a uma flexão espontânea da coxa e joelhos).
Tratamento
É adequado ao tipo de meningite. Se for bacteriana, por exemplo, obriga à toma de antibióticos o mais
rapidamente possível.
11. Como evitar a propagação da doença
Se tiver uma forma de meningite contagiosa ou conhecer alguém com a doença, tome as seguintes
precauções:
Não partilhe copos, pratos e talheres;
Não divida alimentos ou bebidas;
Lave as mãos frequentemente;
Evite contactos próximos (beijos e abraços);
Reforce a higiene na cozinha (lave muito bem a fruta e os legumes, por exemplo);
A vacina
Uma das formas de prevenção passa pela vacinação. Algumas vacinas evitam a meningite por
meningococo, pneumococo e haemophilus e são administradas na infância. Consulte o seu médico
para mais informações.
13. O que é?
O fígado exerce diversas funções no organismo tais como as relacionadas com a digestão,
armazenamento de energia ou remoção de toxinas.
Uma hepatite é uma inflamação deste órgão que pode ter diversas causas, sendo as mais comuns os
vírus. Quando ocorre, o fígado não consegue desempenhar as suas funções e as lesões nele causadas
podem evoluir para cirrose ou cancro. Uma vez que existem vários tipos, a sua gravidade é muito
variável. Algumas formas resolvem-se apenas com repouso, enquanto que noutros casos pode haver
necessidade de recorrer a um tratamento mais complexo que permita controlar a evolução da doença
sem a curar.
Dentro das hepatites contraídas por bactérias ou vírus, existem seis tipos diferentes de vírus: A, B, C,
D, E e G.
A hepatite A e E resulta da ingestão de água ou alimentos contaminados. A B, C e D requerem o
contacto do vírus com o sangue do paciente a partir de outros fluidos, como pode ocorrer numa
relação sexual, numa transfusão de sangue, na partilha de seringas ou na transmissão da mãe para o
filho durante a gravidez. Descoberta recentemente, a G é transmitida, sobretudo, pelo contacto
sanguíneo. As formas virais, mais comuns, são responsáveis por milhares de casos em todo o
mundo. Na hepatite B e C é frequente a evolução para uma doença crónica.
14. Hepatite A
É frequente em Portugal. De um modo geral, surge na infância ou na fase de adulto jovem. Cura-se ao
fim de três a cinco semanas e não evolui para doença crónica. Raramente exige internamento
hospitalar. Inicialmente assemelha-se a uma gripe com febre, dores musculares e mal-estar geral,
depois surge icterícia, falta de apetite e vómitos. Não há um medicamento específico e o tratamento
passa pelo repouso e por uma dieta rica em proteínas e baixa em gorduras. Embora seja uma forma
pouco grave, pode ser fatal em zonas com escassas condições sanitárias. A sua prevenção passa por
medidas de higiene como lavar as mãos sempre que se contacte com materiais potencialmente
contaminados e, no caso de se ir para a Ásia, África ou América Central e do Sul, optar por beber água
engarrafada e ingerir alimentos embalados. Existe uma vacina que é recomendada para pessoas que
viajam com frequência ou que permanecem longos períodos em países onde a doença é comum.
Hepatite B
É, talvez, a mais perigosa e grave, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Pode tornar-se
crónica e pode ser fatal, evoluindo para cancro do fígado. As principais formas de contágio são o
contacto sexual e a partilha de seringas entre os que utilizam drogas injetáveis. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo este tipo já infetou dois mil milhões de pessoas e
causa a morte a 600 mil por dia. Em Portugal, a hepatite B afeta cerca de 1% a 1,5% da população. Nas
formas agudas, o tratamento passa pelo repouso. Nas formas crónicas, recorre-se a medicamentos
como os interferões e outros também utilizados para controlar a infeção pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana. Embora sendo uma forma grave, pode ser prevenida, pela vacinação que tem uma eficácia de
cerca de 95%. Esta é administrada em três doses e está incluída no Programa Nacional de Vacinação.
15. Hepatite C
Evolui com muita frequência para formas crónicas. Estima-se que existam 150 mil doentes com este
quadro em Portugal. Os principais afetados são os consumidores de drogas injetáveis e as pessoas que
receberam uma transfusão de sangue antes de 1992. O contacto sexual é uma forma possível de
infeção, embora menos comum. Pode evoluir para doença hepática grave e é, em Portugal, a principal
origem do cancro do fígado (60% dos casos) e uma das mais importantes causas de cirrose (25% das
ocorrências). O tratamento da hepatite C crónica faz-se com peginterferão, associado ou não a outros
medicamentos. Em situações de doença hepática avançada, pode ser necessário um transplante de
fígado. Os dados da Organização Mundial da Saúde referem que existem cerca de 150 milhões de
pessoas infetadas com este vírus e que morrem por ano mais de 350 mil por doença hepática
relacionada com a hepatite C. Não existe vacina.
Hepatite D
Ocorre apenas em doentes com o vírus do tipo B, aumentando a gravidade dessa infeção. O contágio é
feito pelo contacto com sangue contaminado ou fluidos sexuais. Embora não exista vacina para este
tipo, uma vez que o mesmo só pode infetar doentes com tipo B, a imunização contra a hepatite B
previne igualmente a infeção por este vírus.
16. Hepatite E
Transmite-se pelo consumo de água ou alimentos contaminados e, de um modo geral, não evolui para
a cronicidade. O risco de complicações é mais elevado nas grávidas. Esta hepatite atinge cerca de 4,2%
da população portuguesa e já existe vacina testada, embora ainda não comercializada.
Hepatite G
Foi descoberta mais recentemente. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas
sabe-se que é transmitida, sobretudo, pelo contacto sanguíneo.
Sintomas
A maior parte das vezes não se associa a quaisquer sintomas. Quando ocorrem, os mais comuns são
fadiga, perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia, urina escura e fezes claras, dores abdominais, e
coloração amarela da pele e dos olhos (icterícia). Uma hepatite pode tornar-se crónica e ode evoluir
para uma lesão mais grave no fígado, como a cirrose ou mesmo para o cancro do fígado, quando o
quadro clínico persiste por mais de seis meses. Todos os tipos de hepatite exigem uma consulta médica
e um acompanhamento adequado.
17. Causas
Podem ser provocadas por agentes infeciosos, como bactérias ou vírus, ou pelo consumo de álcool,
medicamentos e algumas plantas. Existem ainda as hepatites autoimunes, nas quais o sistema
imunitário ataca as células do fígado. Este tipo atinge sobretudo as mulheres, entre os 20 e os 30 anos e
entre os 40 e os 60 anos.
Diagnostico
Pela observação médica e pela história clínica do paciente, conjugados com os exames laboratoriais
que se considerem apropriados.
Tratamento
De um modo geral, numa fase aguda, o tratamento passa essencialmente por permitir que o fígado
possa recuperar, sendo importante o repouso físico e a dieta. O recurso a medicamentos específicos é
importante nas formas mais graves e crónicas, e deve ser sempre avaliado caso a caso. Estes fármacos
procuram limitar a multiplicação do vírus e, desse modo, reduzir as lesões causadas ao fígado.
18. Prevenção
A hepatite pode ser uma doença grave e difícil de tratar. A prevenção eficaz começa no comportamento
de cada pessoa.
A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A (VHA) e transmite-se fundamentalmente pela comida
contaminada e pela água não tratada.
Prevenção da hepatite A:
Lavar as mãos com água e sabão depois de ir à casa de banho
Consumir apenas alimentos que acabaram de ser cozinhados
Beba água engarrafada comercialmente ou fervida se não se tiver a certeza do saneamento local
Comer frutas descascáveis se se estiver num local com saneamento impróprio
Só deve comer vegetais crus na certeza de que foram limpos ou desinfetados completamente
Fazer a vacina contra a hepatite A antes de viajar para lugares onde esta é endémica
A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B (VHB) e transmite-se pelo contacto com sangue, semen
e outros fluidos do corpo. Pode ser transmitida por via sexual.
Prevenção da hepatite B:
Informar qualquer parceiro sexual se se é portador do vírus ou avaliar se ele é portador da doença
Praticar sexo seguro usando preservativos
Utilizar apenas agulhas esterilizadas e descartáveis
Não partilhar escovas de dentes, lâminas de barbear ou instrumentos de manicura
Só permitir o uso de equipamentos perfurantes da pele devidamente esterilizados (tatuagem, piercing
ou acupuntura)
Fazer a vacinação contra a hepatite B se se estiver em risco.
19. A hepatite C adquire-se habitualmente por via injetável a partir de seringas infetadas
Como prevenir a hepatite C
Não partilhar agulhas, escovas de dentes ou instrumentos de manicura
Verificar se o equipamento está devidamente esterilizado antes de fazer um piercing
Consumir álcool com moderação
Não injetar drogas ilegais.
As hepatites A e C são curáveis, mas a B é evitável apenas com a vacina. A cura ainda está em
desenvolvimento.