3. Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao
longo do seu processo de desenvolvimento, por isso são os pais
que têm um papel fundamental para que a criança consiga
interiorizar a importância desses hábitos.
É importante que os pais apoiem e ensinem a criança a
responsabilizar-se pela sua própria higiene, criando desde cedo
rotinas e promovendo, gradualmente, a autonomia nos seus
cuidados pessoais e gosto pela imagem.
A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir
com a saúde pois está paralelamente relacionada com a auto-
estima e o bem-estar, podendo causar nos jovens dificuldades de
relacionamento entre os seus pares.
A higiene pessoal da criança inclui: tomar banho, limpar os
ouvidos e nariz, pentear o cabelo e lavar os dentes.
4. O banho diário pode ser uma das melhores formas de promover
a saúde.
Deverá transmitir à criança as várias razões da importância do
banho diário, tais como: a limpeza da pele, a prevenção de
infecções, a estimulação da circulação sanguínea, o
relaxamento da tensão muscular e, naturalmente, a melhoria da
imagem perante os outros (muito importante na adolescência) e
o bem-estar.
Explique-lhe a importância da mudança de roupa após o banho,
pelo menos da roupa interior, pois ao estar mais em contacto
com o nosso corpo, requer uma maior atenção.
O cabelo também precisa de ser lavado, pois acumula poeira e
suor e para que cresça saudável e forte, também deve ser
cortado e escovado com regularidade.
5. A lavagem das mãos é algo de extrema importância, e por isso
mesmo tem de ser incutido nas crianças logo desde cedo. O
simples ato de lavar as mãos faz com que se remova
bactérias, células descamativas, suor, sujidade (que nas crianças
é muito frequente devido à sua atividade de exploração do meio
envolvente) e oleosidade da pele.
A lavagem das mãos é um comportamento aprendido. Para ser
efetiva, uma correta lavagem das mãos deve ser ensinada, com
tempo e calma. É bom que, para além da aprendizagem das
regras de lavagem, se faça também ver às crianças que não se
trata de um “frete” a fazer mas sim de uma rotina que deve
prolongar-se ao longo da vida.
6. LAVAGEM ADEQUADA DAS MÃOS
Uma lavagem correta das mãos deve incluir os seguintes passos:
7. 1. Antes de preparar uma refeição ou de comer;
2. Após ida à casa de banho;
3. Após mudar as fraldas ou limpar uma criança que foi à casa de banho;
4. Depois e antes de estabelecer contacto direto com pessoas doentes;
5. Depois de assoar, tossir ou espirrar;
6. Depois de mexer num animal;
7. Depois de mexer no lixo;
8. Depois e antes de tratar de um corte ou ferida;
9. Após a chegada ao trabalho/escola;
10. Depois e antes de dar medicação.
É muito importante lavar as mãos depois de comer, especialmente as crianças que comem com as mãos, de modo a
diminuir a quantidade de saliva nas mãos, a qual pode conter microorganismos.
Até aos 2 anos de idade ou enquanto a criança não for autónoma, a lavagem das mãos nos momentos apropriados está
dependente dos educadores.
8. É fundamental secar bem as mãos, por várias razões:
Ajuda a prevenir as fissuras das mãos,
Reduz a contaminação das mãos (molhadas contaminam-se mais facilmente),
Remove algumas bactérias e vírus.
9. LIMPAR OS OUVIDOS E O NARIZ
Os ouvidos
A presença de cera nos ouvidos não é sinal de sujidade mas de que o canal auditivo externo está a
funcionar. Por esta razão, não se deve limpar os ouvidos com cotonetes porque só servirá para empurrar as
secreções para locais mais fundos do canal auditivo.
Quanto muito, poder-se-á limpar a parte de fora do ouvido com muito cuidado. Cotonetes com protecção
redonda maior devem ser preferidos para limpar a orelha.
O Nariz
Deve ser limpo cuidadosamente, pelo menos uma vez por dia de forma completa.
Assoar-se e não fungar. São palavras de ordem que têm de ser repetidas até à exaustão, sobretudo a partir
dos 2 anos e meio de idade, altura em que já é possível uma criança assoar-se.
Uma criança desta idade não tem ainda responsabilidade suficiente para se assoar quando precisa, como
tal, é preciso que os pais e educadores andem constantemente a lembrar ou então associem o assoar-se
com outro momento que faça parte da rotina, como por exemplo, as idas à casa de banho. Pode ser boa
ideia insistir que, para além da lavagem das mãos, também peguem num papel e se assoem, mesmo que
não tenham muito ranho.
10. CONTROLO DOS ESFÍNCTERES
O treino do chamado “controlo dos esfincteres”, ou seja, do aprender a fazer no bacio ou na
sanita, faz-se por etapas e com uma lógica sequencial.
Não devemos exigir à criança que já use o bacio ou a sanita, sem que ela esteja preparada
para tal.
Na maioria dos casos, as crianças começam a controlar os esfincteres entre os 2 e os 4
anos, embora tenhamos que ter em conta várias fases: controlo das fezes e da urina,
controlo diurno, à hora da sesta e noturno.
Factores que podem acelerar ou atrasar este processo:
Maturidade biológica – a criança consegue controlar a bexiga de forma a manter-se seca
durante algumas horas. Esta maturidade costuma acontecer entre os 2 e os 3 anos.
Maturidade psicológica – é reconhecer que “apetece-me fazer” ou “preciso de fazer”,
“tenho de ir já” e “tenho de ir antes de”.
O excesso de expectativas pode causar frustrações - em média são necessários quatro
meses para que a aprendizagem se faça, mas estamos a falar apenas do controlo diurno.
Quanto mais as oportunidades para as crianças exercitarem este comportamento, mais
rapidamente se fará a aprendizagem.
11. COMO SABER SE A CRIANÇA JÁ ESTÁ PREPARADA?
O despertar deste passo de desenvolvimento pode revelar-se por:
Interesse pelo bacio ou pela sanita;
Ver os adultos na casa de banho
Perguntar coisas;
Encolher-se a um canto da sala quando está a fazer;
Dizer “fiz”.
Deve-se entusiasmar a criança a dizer mal sente vontade de fazer. Progressivamente
vai tentando, mas ainda não chegando a tempo, depois então, sim, começará a
“conseguir”.
É essencial que se entendam estas fases como normais, dizendo sempre que foi
muito bom o que a criança sinalizou. Não conseguiu chegar a tempo, paciência.
12. COMO POTENCIAR E APOIAR
Não tentar acelerar o processo. Estar interessado em aprender não significa que
já se tenha aprendido.
Dar estímulos positivos (“Que bom deixares de usar essas fraldas, vais ficar lindo
com cuecas”).
Não entrar em chantagens com a criança porque o controlo não depende da
vontade expressa da criança.
Conhecer bem os hábitos da criança e levá-la ao bacio ou à sanita nos
momentos em que prevemos que terá vontade de fazer.
Não castigar a criança ou olhá-la com desprezo e humilhá-la, chamando-lhe
“porcalhona”.
Ter presente que este é um processo longo, com alguns avanços e
retrocessos, mas que a atitude dos adultos pode ser decisiva.
13. Como prevenir e evitar o aparecimento de cáries?
Limpar diariamente os dentes da criança;
Não deixar que adormeça com o biberão com sumo ou leite;
Não deixar que chuche por longos períodos de tempo no biberão;
Dar apenas água se tiver sede à noite;
Não molhar a chupeta em mel ou outros líquidos doces;
Ir regularmente com a criança ao médico dentista;
Pensar que o fator tempo é muito importante: quanto mais tempo o
dente for exposto a um produto açucarado, maior é o risco de cárie.
MOTIVAR PARA A ESCOVAGEM
Para que a criança se interesse
pelos cuidados com a higiene
oral, o momento da escovagem
dos dentes deve tornar-se
divertido e não ser visto como
uma obrigação ou castigo.
14. De seguida apresentamos algumas atividades acerca deste tema, que
propomos que realizem com as crianças:
1) Propomos que os Pais e/ou educadores ensinem ás
crianças uma música relacionada com o este
assunto, que lhes expliquem a importância da
escovagem dos dentes e o que acontece caso não o
façam;
15. Um copo com água
Um copo com água
Uma escova e pasta
Para lavar os dentes
É o que me basta
Esfrego, esfrego, esfrego
Com muito cuidadinho
Com os dentes lavados
Que rico cheirinho
16. 2) Apresentação de imagens com a representação de um
dente saudável e outro com cáries. Os pais ou educadores
explicam o que provoca as cáries e pedem às crianças que
lhe deem ideias de boas práticas para prevenir estas
situações;
3) Propomos também que no Jardim de Infância a
educadora faça uma escova de dentes de grandes
dimensões, possivelmente em esferovite, para que as
crianças possam decorá-la. Depois disto a educadora pode
expor este trabalho na sala para que as crianças o vejam
todos os dias, e assim se lembrem da importância de
escovar os dentes.