O documento resume as principais aplicações e achados normais e patológicos da ultrassonografia de tórax. Ele descreve como o ultrassom pode ser usado para detectar derrames pleurais, pneumotórax, consolidações e outras anormalidades pulmonares, bem como derrame pericárdico. Os principais achados normais como a linha pleural e as linhas A e B são explicados, assim como vários achados patológicos como derrame pleural, pneumotórax e consolidação.
3. TÓRAX
ESPAÇO PLEURAL
• Espaço delimitado pelas pleuras parietal e
visceral, geralmente com mínimo conteúdo
interposto entre os folhetos.
• Pleura parietal: recobre a superfície interna
da cavidade torácica, incluindo o
mediastino, diafragma e costelas.
• Pleura visceral: envelopa todas as
superfícies pleurais, incluindo as fissuras
interlobares.
4. UTILIDADES DO US TORÁCICO
PATOLOGIA UTILIDADE
DERRAME Detecção, caracterização, quantificação, guiar procedimentos
PNEUMOTÓRAX Descartar pneumotórax, particularmente pós procedimento
ESPESSAMENTO /
NÓDULO
Detecção e guiar biópsia
DIAFRAGMA Nodularidade e espessamento, elevação e paralisia
PULMÃO Consolidação, atelectasia e lesões superficiais
CORAÇÃO Derrame pericárdico
COSTELA Detecção e biópsia lesões (só quando há rotura cortical).
FÍGADO Metástases
5. TÓRAX
• TÉCNICA
• Transdutores lineares – deslizamento pleural
• Transdutor convexo
• Ajuste para FOV englobando 2 arcos costais, um em cada
lado da tela.
• Identificação da linha pleural e presença de deslizamento -
Modo M.
• Proceder avaliação de outros espaços intercostais.
6. TÓRAX
Pulmão normal
• Grande diferença da impedância acústica entre o pulmão
aerado e as estrtuturas pleuroparietais causam reflexão
quase total do feixe acústico.
• Apenas a porção superficial do pulmão aerado é visibilizada,
juntamente com as estruturas da parede e a pleura.
7. TÓRAX
• Num pulmão normal, muitos dos achados US representam
artefatos decorrentes dessa grande diferença na impedância
acústica.
• Achados normais:
• Deslizamento pleural
• Artefatos de reverberação horizontais (linhas A)
• Artefatos verticais em “rabo de cometa” (linhas B)
• Ausência de definição distal (US não consegue penetrar
o pulmão aerado).
11. TÓRAX
• Linha pleural e linhas A (horizontais) separadas por intervalos regulares.
• O Modo M mostra a linha pleural e o padrão “seashore” abaixo representando a
dinâmica pulmonar. As linhas A também são demonstradas.
US NORMAL
12. LINHA PLEURAL
• Linha hiperecóica transversal profunda à
parede torácica representando a linha
pleural – onde ocorre o deslizamento nos
estudos em tempo real.
• Deslizamento: criado pelo movimento do
pulmão em relação à parede torácica
durante a respiração.
• US: fina linha branca que se move
horizontalmente ao longo da linha pleural. Múltiplas linha A
15. LINHAS A
• Múltiplas reflexões sonoras horizontais em intervalos regulares.
• Pulmão normal ou pneumotórax.
• Obliteradas pelas linhas B.
• Decaindo com a profundidade.
16. LINHAS B
• Linhas hiperecogênicas e verticais que
se originam da linha pleural e se
estendem até a margem inferior da
imagem, obliterando as linhas A.
• Nos exames em tempo real as linhas B
se movem sincronicamente com a
linha pleural.
• 30% voluntários sadios tem 1 ou 2
linhas B por espaço intercostal (regiões
decúbito dependentes - bases)
18. LINHAS B
• Presente nas doenças do interstício – principal é o edema pulmonar, pneumonia
intersticial, doença parenquimatosa difusa (fibrose pulmonar).
• Representa septo interlobular espessado rodeado por ar alveolar.
19. LINHAS B
Edema pulmonar: múltiplas linhas B que impedem caracterização das linhas A.
O aspecto vai variando com as condições clínicas do paciente.
21. • Separação dos folhetos parietal e visceral da pleura por conteúdo aéreo.
• Ausência de deslizamento e dos artefatos verticais em “cauda de cometa”
• Acentuação das linhas de reverberação horizontais
PNEUMOTÓRAX
22. PNEUMOTÓRAX
• Quando presente, não vemos o pulmão se movimentando com a respiração
(AUSÊNCIA DE DESLIZAMENTO).
• A presença de linhas B EXCLUI pneumotórax.
• Ao se deparar com um “pulmão parado” – suspeitar de pneumotórax.
• “Lung point” – ponto de transição entre o pulmão normal e a área de
pneumotórax, específico para pneumotórax.
• Documentação: Modo-M
23. • ZONAS ANTERIORES: pneumotórax
• ZONAS POSTERIORES: consolidações e derrames
PNEUMOTÓRAX
24.
25. MODO M
• Movimento
• Representa o movimento das estruturas ao longo do tempo.
PNEUMOTÓRAX
35. DERRAME PLEURAL
• Atualmente: principal indicação de US tórax
• Confirmar sua presença - mais eficaz que RX e EF
• US detecta a partir de 3 – 5 ml.
• RX a partir de 50 ml
• Quantificar volume
• Difícil precisar. Várias fórmulas e cálculos na literatura
• Na prática: pequeno, moderado ou grande
• Existem algumas fórmulas
• Identificar as características do líquido
• Marcar local de punção / drenagem
36. DERRAME PLEURAL
• Espaço anecóico entre as pleuras parietal e visceral.
• Permite caracterizar a natureza do fluido:
• Derrame simples: líquido uniformemente anecóico ou hipoecóico, muda
de forma com respiração ou posição. Debris ecogênicos podem ser
caracterizados nos casos de exsudato ou hemotórax.
• Derrame complicado: podem ser multiloculados e com septações internas,
com aspecto em “favo de mel”.
• Excelente método para seguimento de pacientes com derrame pleural
(não utiliza radiação ionizante).
37. DERRAME PLEURAL
• São gravidade dependente – tendem a
coletar posterior e inferiormente.
• Facilmente identificáveis entre o diafragma
e pulmão –P / PL.
46. QUANTIFICAÇÃO
• Medir o volume mesmo (L x AP x T) x 0,52
• Transudatos > 500 mL sintomas clínicos
• Exsudatos mais importante características que volume
Distância (mm) Volume (ml) Variação (ml)
0 8 0 a 90
5 80 20 a 170
10 170 50 a 300
15 260 90 a 420
20 380 150 a 660
30 550 210 a 1.060
40 1.000 490 a 1.670
50 1.420 650 a 1.840
QUANTIFICAÇÃO (Einberberger – Radiol 1994; 191:681-4)
• Medir a distância entre a parede torácica e o pulmão
47. PLAPS index: distância entre as linhas pleural e pulmonar
obtida no ponto posterolateral e em expiração (maior medida).
DERRAME PLEURAL
48. CONSOLIDAÇÃO
• O parênquima pulmonar aerado é substituído por fluido (edema, exsudato,
pus ou sangue): o feixe acústico consegue penetrar parcialmente e
demonstrar estruturas pulmonares mais profundas.
• Esse parênquima anormal assume um aspecto sólido com ecotextura
semelhante ao fígado – “hepatização”.
49. • Processos que “hepatizam” o
parênquima, geralmente infecciosos.
• São caracterizáveis pelo US, desde
que não haja parênquima normal
interposto.
• Ou seja, só conseguimos detectar as
consolidações periféricas.
CONSOLIDAÇÃO
52. • Aerobroncogramas: estruturas hiperecogênicas lineares e ramificadas,
representando ar no interior dos brônquios.
• Quando preenchidos por líquido: estruturas tubulares hipoecogênicas –
Doppler auxilia na diferenciação com estruturas vasculares.
CONSOLIDAÇÃO
54. Febre há 10 dias, paciente de 3 anos.
CONSOLIDAÇÃO
55. ATELECTASIA
CONSOLIDAÇÃO x ATELECTASIA
• Aspecto muito semelhante
• Aumento de volume x redução de
volume
• Presença de aerobroncograma
dinâmico x estático (reabsorção ao
longo do tempo)
• Fluido em brônquios: consolidação.
• Deslizamento: pode estar ausente
(por aderência devido a processo
inflamatório ou por ausência de
expansão pulmonar).
62. • Ultrassonografia é excelente para avaliação de fraturas de arcos
costais.
• Estudo direcionado para o local de dor referida pelo paciente
(queixa pontual).
PAREDE TORÁCICA