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DISCIPLINA: BROMATOLOGIA BÁSICA (FBA-200)
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
Determinação de lipídios em
alimentos
O que são lípidios?
Por que são importantes?
Fonte de energia
Sabor
Fonte de nutrientes essenciais (AG e vitaminas)
Compostos geralmente solúveis em solventes orgânicos mas pouco solúveis
ou insolúveis em água
Tipos de lípidios :
ÓLEOS x
GORDURAS
TRIACILGLICERÓIS
O carbono no qual o AG se liga
vai determinar suas
propriedades físicas e
nutricionais
FOSFOLIPIDIOS
Ex: fosfatidilcolina
ESTERÓIS
esqualeno
Ciclização
esteróides esteróis
lanosterol colesterol
Tecidos
animais
Tecidos
vegetais
Fitosterol
Estigmasterol
Campesterol
β-Sitosterol
Ergosterol
Classificação dos ácidos graxos
SATURADO
MONOINSATURADO POLI-INSATURADO
Importância da análise
• Rotulagem
• Padrões de identidade do alimento
• Pesquisa: efeitos das gorduras e dos óleos sobre as
propriedades funcionais e nutricionais dos alimentos.
• Etapa prévia para caracterização de lipídios por
cromatografia à gás.
86,6 % água
4,1% gordura
3,6 % proteína
5,0 % lactose
0,7 % cinzas
Importância da análise
Rotulagem
Importância da análise
Padrões de identidade do alimento
EX: LEITE DE VACA
Requisitos
Leite
Integral
Leite Semi ou
Parcialmente
Desnatado
Leite
Desnatado
Métodos de
Análise
Matéria Gorda% m/v Min. 3,0 0,6 a 2,9 Máx.de 0,5 FIL 1C: 1987
Acidez g ac.
Lático/100 ml 0,14 a 0,18 0,14 a 0,18 0,14 a 0,18
AOG 15ª ed.
947.05
Estabilidade ao
etanol
68% (v/v)
Estável Estável Estável FIL 48: 1969
Extrato seco
desengordurado %
(m/m)
Min. 8,2 Min. 8,3 Min. 8,4
http://www.agridata.mg.gov.br/mercosul/queijos_mel/merportleiuht.htm#item4
Type of Fat Dietary Sources
Total
Cholesterol
LDL-
cholesterol
HDL-
cholesterol
Triglyceri
des
Saturated Fat
Red meat, cheese, butter, commercially fried foods and baked
goods
Increase Increase No effect No effect
Trans Fats
Commercially fried foods and commercially prepared snacks and
baked goods
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Slight
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No effect
Monounsaturated
Fats
Nuts, olives, avocados, olive & canola oils Decrease Decrease No effect No effect
Polyunsaturated
Fats
: Omega-6
Corn, soybean and safflower margarine & oils Decrease Decrease Decrease Unknown
Omega-3
Salmon, mackerel, herring, flaxseed, walnuts, walnut oil, soybean
and soybean oil
Decrease Decrease No effect Decrease
Pesquisa: efeitos das gorduras e dos óleos sobre as
propriedades funcionais e nutricionais dos alimentos
Importância da análise
Outros componentes, como as vitaminas lipossolúveis podem ser analisados
por cromatografia líquida de alta performance (do inglês HPLC – high
performance liquid chromatography).
Os ácidos graxos e os esteróis
(colesterol o mais comum) podem ser
analisados por cromatografia a gás.
Importância da análise
Etapa prévia para caracterização de lípidios por
cromatografia à gás.
Tipos de solventes
Éter de petróleo
Éter etílico
Clorofórmio
Acetona
Benzeno e outros
1. Alto poder solvente
2. Não solubilizar proteínas, aminoácidos e
carboidratos
3. Evaporar rapidamente
4. Penetrar rapidamente nas partículas da
amostra
5. Não inflamável
6. Atóxico
7. Barato
8. Não higroscópico
Característicais ideais do solvente:
Metodologia de análise
1. Extração com solvente a quente
Extração da gordura da
amostra com solvente
Evaporação do
solvente
Pesagem da
gordura extraída
O método mais comumente empregado é o gravimétrico após a extração por
meio de solventes orgânicos
Método Soxhlet
SOXHLET Franz Von
1848- 1926
Príncipio: Utiliza um aparato que permite a extração de
lipidios através da contínua passagem de um solvente
através da amostra.
Preparo da amostra:
Secar em estufa e
triturar permitindo assim
o máximo contato com
o solvente
Amostra
homogeneizada
solvente
Características:
•O extrator utiliza o refluxo do solvente
•Só pode ser usado com amostras sólidas
•A amostra não fica em contato direto com o solvente em ebulição
•A quantidade de solvente deve ser suficiente para atingir o sifão
amostra
solvente Resíduo de
gordura
solvente
Despite the early use of chloroform in extracting lipids
(Bornmann JH, Assoc Off Agric Chem 1931, 14, 489), the
greatest improvement of the extraction of polar lipids from
animal tissues was made when Folch described in 1957
his classical extraction procedure (see Folch biography).
This procedure remains one of the best described and the
most commonly used by lipidologists around the world.
Some other procedures were proposed by Bligh and Dyer
(1959) and Sheppard (1963), which also used solvent
mixtures made of chloroform/methanol and
ethanol/diethyl ether, respectively.
2. Extração com solvente a frio
J. Folch
25 March 1911 - 3 October 1979
Journal of Biological Chemistry 1957, 226, 497-509
A SIMPLE METHOD FOR THE ISOLATION AND PURIFICATION
OF TOTAL LIPIDES FROM ANIMAL TISSUES
By JORDI FOLCH, M. LEES, AND G.H. SLOANE STANLEY
2. Extração com solvente a frio
Método Bligh-Dyer
Príncipio: Utiliza uma mistura a frio de três solventes: clorofórmio-metanol-água
amostra
Clorofórmio+metanol
UMA FASE
Clorofórmio+água
DUAS FASES
clorofórmio+gordura
água+metanol
removida
evaporado
Gordura da
amostra
Características:
•A extração é a frio  para amostras que serão
avaliadas quanto ao nível de peroxidação e perfil
de ácidos graxos
•Pode ser usado para qualquer tipo de amostra
(seca ou úmida)
reference: Canadian J. Biochem. 37: 911-917, 1959
3. Extração de gordura ligada a outros compostos
Hidrólise ácida  Processo de Gerber
Filme protéico
Método de rotina usado para leite e produtos lácteos
Emulsão: óleo em água
Precisa ser rompido
para liberar a gordura
Ácido sulfúrico
(d=1,82) e
álcool isoamílico
Digestão protéica
Centrifugação direta
no butirômetro a 71oC
Exemplo de determinação do teor lipídico de alimentos
1. Extração com solvente a quente - Soxhlet
Pesar o balão previamente dessecado
Ex: Peso inicial = 120.703g
Pesar a amostra no papel de filtro
Ex: Peso amostra = 1.965g
Colocar a amostra no extrator
Extrair por 8 horas
Secar o solvente (éter)
Ex: Peso final = 121.212g
Pesar o balão
Oxidação Lipídica
• Initiação:
RH + O2 -->R· + ·OH
R· + O2 --> · + ROO·
• Propagação:
ROO· + RH --> R· + ROOH
ROOH--> RO· + HO·
Terminação:
R· + R· --> RR
R· + ROO·--> ROOR
ROO· + ROO· --> ROOR + O2
 Onde:
◦ RH é um ácido graxo
insaturado;
◦ R· é um radical livre formado
pela remoção de um hidrogênio
de um carbon adjacente a uma
dupla ligação
◦ ROOH é um hidroperóxido, produto
majoritário incial da oxidação que
se decompõe para formar outros
compostos responsáveis por odores
estranhos ao óleo ou gordura (off-
flavors).
◦ Tais produtos incluem o hexanal,
pentanal e malonaldeído.
Método do ácito tibarbitúrico
MDA = malondialdeído – Produto de terminação da oxidação Lipídica
Acidez de óleos
Mede o teor de ácidos graxos livres
• Se o teor é alto pode indicar um processo de hidrólise de
triacilgliceróis.
• No refino do óleo, mede a perda durante as etapas. Um alto nível de
acidez, na fabricação, indica um refino mal feito
• Pode indicar também um processo de deterioração do óleto
(contaminação por microrganismos)
Volumetria
•Técnica analítica utilizada para determinar a
concentração de um determinado reagente
•Também chamada de Análise Volumétrica
Bureta contém
o Titulante
Frasco contém
a amostra a
ser Titulada +
um indicador
Titulante = Solução padrão de um
reagente de Concentração conhecida
Indicador = Substância que sofre mudança
de cor quando é atingido o PONTO DE
EQUIVALÊNCIA entre o Titulante e a
Amostra
Volumetria
NaOH 0,1N
Amostra
contém AG +
Fenolftaleína
Volumetria
1o passo: Despejar lentamente o conteúdo da
bureta sobre a amostra agitando esta última
constantemente.
2o passo: Quando ocorrer a mudança de incolor
para rosa claro, a titulação terá atingido o ponto de
equivalência entre a base e o ácido
3o passo: Anotar o volume de Titulante gasto e
calcular a concentração do Titulado.
Análise
Espectrofotométrica
Por que enxergamos
cores?
Absorção
Enxergamos cores, pois as moléculas absorvem
parte da luz visível e refletem outra parte. A parte
refletida é captada pelo olho humano e interpretada
pelo nosso aparato visual
As espécies que absorvem luz são chamadas
substâncias cromóforas.
Soluções de um corante vermelho
Porém, podemos nos enganar com as cores....
Como medir a concentração de uma
substância sem depender de nossa
análise visual?
Atribuindo um valor numérico a
quantidade de luz absorvida.
Solução
da
amostra Cubeta
Princípio
Feixe incidente
Feixe resultante
Detector
A
A
A
A
A
A
A A
* *
* *
*
100% de luz 30% de luz
Análise espetrofotométrica
Determinar a concentração de um dado
analito em uma solução da amostra.
Princípio
A determinação é baseada na medida da
quantidade de luz que é absorvida a partir de
um feixe que passa por uma solução da
amostra
Análise espectrofotométrica
Requerimento básico:
Proporcionalidade entre Absorbância e Concentração
“Lei de Beer (ou Lambert-Beer)”
µg do analito
ABS
No entanto, esta
proporcionalidade é válida
apenas em um intervalo de
Absorbância denominado
Faixa de trabalho ou Faixa
de aplicabilidade.
Análise espectrofotométrica
Desvios da Lei de Beer:
0.2
0.8
Desvios referentes à
sensibilidade da
aparelhagem
Desvios referentes a
efeitos da alta
concentração da amostra
Faixa de
trabalho
A faixa de trabalho é variável. Depende do método empregado
Concentração
ABS
Como fazer uma análise
espectrofotométrica?
Análise espectrofotométrica
1) O analito deve ser uma substância cromófora
Caso o analito de interesse não absorva luz na região do Visível, este
deve ser convertido em outras espécies químicas que absorvam luz nessa região. A
amostra deve se encontrar em uma solução homogênea.
2) Deve-se fazer a análise em um comprimento de onda
específico para a substância.
Análise espectrofotométrica
Radiações eletromagnéticas
Análise espectrofotométrica
3) O aparelho deve ser zerado.
Toda substância possui um certo nível de absorção de luz.
Desta forma todo o meio em que se encontra a substância de interesse
responde por uma certa porcentagem da Absorbância registrada
em uma análise.
Assim sendo é necessário descontar o valor desta Absorbância antes
de proceder as leituras da amostra.
Análise espectrofotométrica
Como isto é feito?
Substância
de interesse
Meio em que a substância
encontra-se dissolvida
Realizando uma medida de Absorbância de uma solução que contenha
apenas os componente do meio em que a substância se encontra, sem a
substância.
O valor encontrado é descontado do valor de ABS das amostras e
dos padrões
Os espectrofotômetros fazem esse processo automaticamente.
Isso é o que se chama zerar o aparelho com um branco da
amostra.
É necessário que se faça uma medida de soluções contendo
concentrações conhecidas da substância que será analisada.
Desta forma, as Absorbâncias obtidas a partir destas
soluções servirão de base para o cálculo da concentração da
substância na amostra.
4) Necessário a construção de uma curva-padrão.
Análise espectrofotométrica
Quantidade do
padrão
Absorbância
2 µg
4 µg
6 µg
8 µg
10 µg
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
2 4 6 8 10
µg analito
Absorbância
(ABS)
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
Curva-padrão
A faixa de concentração do padrão deve fornecer sinais de Absorbância que
fiquem na faixa de linearidade previsto pela Lei de Beer (0.2-0.8 para a maioria
dos casos)
Análise espectrofotométrica
5)A quantidade de amostra analisada deve ficar dentro da
curva padrão
As leituras da amostra deverão apresentar valores de Absorbância
dentro do intervalo estabelecido na curva-padrão.
Caso as ABS fiquem acima do valor superior da curva, a
amostra deverá ser adequadamente diluída.
Caso as ABS fiquem abaixo do menor valor, será
necessário empregar maior quantidade de amostra na análise.
Análise espectrofotométrica
Requerimentos:
1) O analito deve ser uma substância cromófora.
2) Deve-se fazer a análise em um comprimento de onda
específico para a substância.
3) O aparelho deve ser zerado.
4) Pode ser necessário a construção de uma curva-
padrão.
5) A quantidade de amostra analisada deve ficar dentro
da curva padrão
6) Ou pode-se se utilizar como uma medida
comparativa...
Como é o caso do Valor de TBARS…
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 =
𝐴𝐴
𝑃𝑃
Onde
A = Absorbância
P = Peso da amostra em gramas
Neste caso, o resultado obtido só terá sentido comparative, ou seja, ele
deve ser interpretado em relação a valores de referência ou numa
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  • 1. DISCIPLINA: BROMATOLOGIA BÁSICA (FBA-200) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL Determinação de lipídios em alimentos
  • 2. O que são lípidios? Por que são importantes? Fonte de energia Sabor Fonte de nutrientes essenciais (AG e vitaminas) Compostos geralmente solúveis em solventes orgânicos mas pouco solúveis ou insolúveis em água Tipos de lípidios : ÓLEOS x GORDURAS
  • 3. TRIACILGLICERÓIS O carbono no qual o AG se liga vai determinar suas propriedades físicas e nutricionais
  • 6. Classificação dos ácidos graxos SATURADO MONOINSATURADO POLI-INSATURADO
  • 7. Importância da análise • Rotulagem • Padrões de identidade do alimento • Pesquisa: efeitos das gorduras e dos óleos sobre as propriedades funcionais e nutricionais dos alimentos. • Etapa prévia para caracterização de lipídios por cromatografia à gás.
  • 8. 86,6 % água 4,1% gordura 3,6 % proteína 5,0 % lactose 0,7 % cinzas Importância da análise Rotulagem
  • 9. Importância da análise Padrões de identidade do alimento EX: LEITE DE VACA Requisitos Leite Integral Leite Semi ou Parcialmente Desnatado Leite Desnatado Métodos de Análise Matéria Gorda% m/v Min. 3,0 0,6 a 2,9 Máx.de 0,5 FIL 1C: 1987 Acidez g ac. Lático/100 ml 0,14 a 0,18 0,14 a 0,18 0,14 a 0,18 AOG 15ª ed. 947.05 Estabilidade ao etanol 68% (v/v) Estável Estável Estável FIL 48: 1969 Extrato seco desengordurado % (m/m) Min. 8,2 Min. 8,3 Min. 8,4 http://www.agridata.mg.gov.br/mercosul/queijos_mel/merportleiuht.htm#item4
  • 10. Type of Fat Dietary Sources Total Cholesterol LDL- cholesterol HDL- cholesterol Triglyceri des Saturated Fat Red meat, cheese, butter, commercially fried foods and baked goods Increase Increase No effect No effect Trans Fats Commercially fried foods and commercially prepared snacks and baked goods Increase Increase Slight Decrease No effect Monounsaturated Fats Nuts, olives, avocados, olive & canola oils Decrease Decrease No effect No effect Polyunsaturated Fats : Omega-6 Corn, soybean and safflower margarine & oils Decrease Decrease Decrease Unknown Omega-3 Salmon, mackerel, herring, flaxseed, walnuts, walnut oil, soybean and soybean oil Decrease Decrease No effect Decrease Pesquisa: efeitos das gorduras e dos óleos sobre as propriedades funcionais e nutricionais dos alimentos Importância da análise
  • 11. Outros componentes, como as vitaminas lipossolúveis podem ser analisados por cromatografia líquida de alta performance (do inglês HPLC – high performance liquid chromatography). Os ácidos graxos e os esteróis (colesterol o mais comum) podem ser analisados por cromatografia a gás. Importância da análise Etapa prévia para caracterização de lípidios por cromatografia à gás.
  • 12. Tipos de solventes Éter de petróleo Éter etílico Clorofórmio Acetona Benzeno e outros 1. Alto poder solvente 2. Não solubilizar proteínas, aminoácidos e carboidratos 3. Evaporar rapidamente 4. Penetrar rapidamente nas partículas da amostra 5. Não inflamável 6. Atóxico 7. Barato 8. Não higroscópico Característicais ideais do solvente:
  • 13. Metodologia de análise 1. Extração com solvente a quente Extração da gordura da amostra com solvente Evaporação do solvente Pesagem da gordura extraída O método mais comumente empregado é o gravimétrico após a extração por meio de solventes orgânicos
  • 14. Método Soxhlet SOXHLET Franz Von 1848- 1926 Príncipio: Utiliza um aparato que permite a extração de lipidios através da contínua passagem de um solvente através da amostra. Preparo da amostra: Secar em estufa e triturar permitindo assim o máximo contato com o solvente Amostra homogeneizada solvente
  • 15. Características: •O extrator utiliza o refluxo do solvente •Só pode ser usado com amostras sólidas •A amostra não fica em contato direto com o solvente em ebulição •A quantidade de solvente deve ser suficiente para atingir o sifão amostra solvente Resíduo de gordura solvente
  • 16. Despite the early use of chloroform in extracting lipids (Bornmann JH, Assoc Off Agric Chem 1931, 14, 489), the greatest improvement of the extraction of polar lipids from animal tissues was made when Folch described in 1957 his classical extraction procedure (see Folch biography). This procedure remains one of the best described and the most commonly used by lipidologists around the world. Some other procedures were proposed by Bligh and Dyer (1959) and Sheppard (1963), which also used solvent mixtures made of chloroform/methanol and ethanol/diethyl ether, respectively. 2. Extração com solvente a frio J. Folch 25 March 1911 - 3 October 1979 Journal of Biological Chemistry 1957, 226, 497-509 A SIMPLE METHOD FOR THE ISOLATION AND PURIFICATION OF TOTAL LIPIDES FROM ANIMAL TISSUES By JORDI FOLCH, M. LEES, AND G.H. SLOANE STANLEY
  • 17. 2. Extração com solvente a frio Método Bligh-Dyer Príncipio: Utiliza uma mistura a frio de três solventes: clorofórmio-metanol-água amostra Clorofórmio+metanol UMA FASE Clorofórmio+água DUAS FASES clorofórmio+gordura água+metanol removida evaporado Gordura da amostra Características: •A extração é a frio  para amostras que serão avaliadas quanto ao nível de peroxidação e perfil de ácidos graxos •Pode ser usado para qualquer tipo de amostra (seca ou úmida) reference: Canadian J. Biochem. 37: 911-917, 1959
  • 18. 3. Extração de gordura ligada a outros compostos Hidrólise ácida  Processo de Gerber Filme protéico Método de rotina usado para leite e produtos lácteos Emulsão: óleo em água Precisa ser rompido para liberar a gordura Ácido sulfúrico (d=1,82) e álcool isoamílico Digestão protéica Centrifugação direta no butirômetro a 71oC
  • 19. Exemplo de determinação do teor lipídico de alimentos 1. Extração com solvente a quente - Soxhlet Pesar o balão previamente dessecado Ex: Peso inicial = 120.703g Pesar a amostra no papel de filtro Ex: Peso amostra = 1.965g Colocar a amostra no extrator Extrair por 8 horas Secar o solvente (éter) Ex: Peso final = 121.212g Pesar o balão
  • 20. Oxidação Lipídica • Initiação: RH + O2 -->R· + ·OH R· + O2 --> · + ROO· • Propagação: ROO· + RH --> R· + ROOH ROOH--> RO· + HO· Terminação: R· + R· --> RR R· + ROO·--> ROOR ROO· + ROO· --> ROOR + O2  Onde: ◦ RH é um ácido graxo insaturado; ◦ R· é um radical livre formado pela remoção de um hidrogênio de um carbon adjacente a uma dupla ligação ◦ ROOH é um hidroperóxido, produto majoritário incial da oxidação que se decompõe para formar outros compostos responsáveis por odores estranhos ao óleo ou gordura (off- flavors). ◦ Tais produtos incluem o hexanal, pentanal e malonaldeído.
  • 21. Método do ácito tibarbitúrico MDA = malondialdeído – Produto de terminação da oxidação Lipídica
  • 22. Acidez de óleos Mede o teor de ácidos graxos livres • Se o teor é alto pode indicar um processo de hidrólise de triacilgliceróis. • No refino do óleo, mede a perda durante as etapas. Um alto nível de acidez, na fabricação, indica um refino mal feito • Pode indicar também um processo de deterioração do óleto (contaminação por microrganismos)
  • 23. Volumetria •Técnica analítica utilizada para determinar a concentração de um determinado reagente •Também chamada de Análise Volumétrica
  • 24. Bureta contém o Titulante Frasco contém a amostra a ser Titulada + um indicador Titulante = Solução padrão de um reagente de Concentração conhecida Indicador = Substância que sofre mudança de cor quando é atingido o PONTO DE EQUIVALÊNCIA entre o Titulante e a Amostra Volumetria
  • 25. NaOH 0,1N Amostra contém AG + Fenolftaleína Volumetria 1o passo: Despejar lentamente o conteúdo da bureta sobre a amostra agitando esta última constantemente. 2o passo: Quando ocorrer a mudança de incolor para rosa claro, a titulação terá atingido o ponto de equivalência entre a base e o ácido 3o passo: Anotar o volume de Titulante gasto e calcular a concentração do Titulado.
  • 28. Absorção Enxergamos cores, pois as moléculas absorvem parte da luz visível e refletem outra parte. A parte refletida é captada pelo olho humano e interpretada pelo nosso aparato visual As espécies que absorvem luz são chamadas substâncias cromóforas.
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  • 30. Soluções de um corante vermelho
  • 31. Porém, podemos nos enganar com as cores....
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  • 35. Como medir a concentração de uma substância sem depender de nossa análise visual? Atribuindo um valor numérico a quantidade de luz absorvida.
  • 36. Solução da amostra Cubeta Princípio Feixe incidente Feixe resultante Detector A A A A A A A A * * * * * 100% de luz 30% de luz
  • 37. Análise espetrofotométrica Determinar a concentração de um dado analito em uma solução da amostra. Princípio A determinação é baseada na medida da quantidade de luz que é absorvida a partir de um feixe que passa por uma solução da amostra
  • 38. Análise espectrofotométrica Requerimento básico: Proporcionalidade entre Absorbância e Concentração “Lei de Beer (ou Lambert-Beer)” µg do analito ABS No entanto, esta proporcionalidade é válida apenas em um intervalo de Absorbância denominado Faixa de trabalho ou Faixa de aplicabilidade.
  • 39. Análise espectrofotométrica Desvios da Lei de Beer: 0.2 0.8 Desvios referentes à sensibilidade da aparelhagem Desvios referentes a efeitos da alta concentração da amostra Faixa de trabalho A faixa de trabalho é variável. Depende do método empregado Concentração ABS
  • 40. Como fazer uma análise espectrofotométrica?
  • 41. Análise espectrofotométrica 1) O analito deve ser uma substância cromófora Caso o analito de interesse não absorva luz na região do Visível, este deve ser convertido em outras espécies químicas que absorvam luz nessa região. A amostra deve se encontrar em uma solução homogênea. 2) Deve-se fazer a análise em um comprimento de onda específico para a substância.
  • 43. Análise espectrofotométrica 3) O aparelho deve ser zerado. Toda substância possui um certo nível de absorção de luz. Desta forma todo o meio em que se encontra a substância de interesse responde por uma certa porcentagem da Absorbância registrada em uma análise. Assim sendo é necessário descontar o valor desta Absorbância antes de proceder as leituras da amostra.
  • 44. Análise espectrofotométrica Como isto é feito? Substância de interesse Meio em que a substância encontra-se dissolvida Realizando uma medida de Absorbância de uma solução que contenha apenas os componente do meio em que a substância se encontra, sem a substância. O valor encontrado é descontado do valor de ABS das amostras e dos padrões Os espectrofotômetros fazem esse processo automaticamente. Isso é o que se chama zerar o aparelho com um branco da amostra.
  • 45. É necessário que se faça uma medida de soluções contendo concentrações conhecidas da substância que será analisada. Desta forma, as Absorbâncias obtidas a partir destas soluções servirão de base para o cálculo da concentração da substância na amostra. 4) Necessário a construção de uma curva-padrão. Análise espectrofotométrica
  • 46. Quantidade do padrão Absorbância 2 µg 4 µg 6 µg 8 µg 10 µg 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 2 4 6 8 10 µg analito Absorbância (ABS) 0.50 0.40 0.30 0.20 0.10 Curva-padrão A faixa de concentração do padrão deve fornecer sinais de Absorbância que fiquem na faixa de linearidade previsto pela Lei de Beer (0.2-0.8 para a maioria dos casos)
  • 47. Análise espectrofotométrica 5)A quantidade de amostra analisada deve ficar dentro da curva padrão As leituras da amostra deverão apresentar valores de Absorbância dentro do intervalo estabelecido na curva-padrão. Caso as ABS fiquem acima do valor superior da curva, a amostra deverá ser adequadamente diluída. Caso as ABS fiquem abaixo do menor valor, será necessário empregar maior quantidade de amostra na análise.
  • 48. Análise espectrofotométrica Requerimentos: 1) O analito deve ser uma substância cromófora. 2) Deve-se fazer a análise em um comprimento de onda específico para a substância. 3) O aparelho deve ser zerado. 4) Pode ser necessário a construção de uma curva- padrão. 5) A quantidade de amostra analisada deve ficar dentro da curva padrão 6) Ou pode-se se utilizar como uma medida comparativa...
  • 49. Como é o caso do Valor de TBARS… 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 = 𝐴𝐴 𝑃𝑃 Onde A = Absorbância P = Peso da amostra em gramas Neste caso, o resultado obtido só terá sentido comparative, ou seja, ele deve ser interpretado em relação a valores de referência ou numa comparação entre amostras