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1 INTRODUÇÃO
A linguagem é uma das mais importantes funções orgânicas do homem,
sendo aquela, que tem o maior alcance no espaço e no tempo através da fala e da
escrita, a linguagem também representa um papel fundamental na interação do ser
humano com o meio e subseqüentemente a formação de vínculos. Permitindo que o
indivíduo estruture o seu pensamento, traduza o que sente, expresse o que já
conhece e se comunique com os demais seres que compõe a sociedade.
No primeiro momento deste trabalho procurou-se enfatizar o processo
histórico da aprendizagem sua evolução muito e ainda evolução na sociedade e na
escola, pois o ser humano está sempre descobrindo e inventando coisas que
aumentam sua qualidade de vida e a melhor forma de comunicação.
O homem é um ser social, comunicativo e tem por meio da linguagem o
modo primordial para expressar suas idéias e seus juízos. Partindo deste enfoque
sobre linguagem, faz-se necessário ressaltar que criança com distúrbios em suas
conexões cerebrais e fonológicas apresentam dificuldades em sua fala, leitura e
escrita.
No segundo instante tratou-se sobre as dificuldades que um aluno pode ter
em adquirir conhecimentos, os problemas que por ventura ele pode encontrar com
relação à leitura e a escrita, dando ênfase as suas causas e conseqüências dentro
do processo de aprendizagem.
Para obtenção e construção da qualidade na educação a práxis pedagógica
deve antes de cumprir sua missão genitora de uma formação educativa nas
crianças, deve buscar conhecimento sobre essas disfunções que atrapalham no
processo ensino aprendizagem, ressaltando a dislexia como um desses distúrbios
mais freqüentes no meio escolar, que gera algumas seqüelas como: disortografia,
discalculia, disgrafia, má lateralidade, resultado da má integração das informações
no cérebro.
Dentro desta abordagem pode-se ver que é necessário que as escolas se
conscientizem do seu papel de formadora crítica e atuante, deste modo o processo
de qualidade total exige a participação de todos na tarefa de implantação da
qualidade de ensino.
10
Neste estudo pretende-se discutir os problemas e paradoxos presentes em
alguns alunos, os quais dificultam em sua aprendizagem, procurando compreender
suas principais causas melhores saídas para a eficácia no ensino.
No desenvolvimento do trabalho procurou-se verificar os distúrbios que
interferem no aprendizado e os meios necessários para tratá-los, dentro de um
processo educativo.
Assim, em síntese este trabalho busca, através de uma revisão bibliográfica,
com referência a autores nacionais, situar o problema da dislexia no processo de
aprendizagem.
O presente trabalho está organizado em oito subcapítulos, a saber:
Dificuldades na aprendizagem; O que é dislexia?; Possíveis causas da dislexia;
Como identificar um dislexo; Dislexia e o fracasso escolar; A dislexia e a intervenção
psicolingüística; Como podem os pais ajudar na reeducação.
11
2. Dificuldades na aprendizagem
O processo ensino aprendizagem pode ser definido como uma forma
sintética de adquirir novos conhecimentos, desenvolver competências e
conseqüentemente produzir um novo comportamento em sociedade.
Conforme Calafange (2004 p. 23):
Numa primeira etapa da aprendizagem, algumas crianças podem
apresentar estas características, e esses são considerados erros normais
dentro do processo de aprendizagem, é preciso distinguir essas dificuldades
das dificuldades disléxicas que são mais profundas, constantes e contínuas.
Crianças com expressivas dificuldades de leitura não são necessariamente
disléxicas, mas todas as crianças disléxicas têm um sério distúrbio de
leitura.
Nesse contexto ver-se que a aprendizagem da fala na infância pode ser
normal, anormal ou não existir. O aprendizado em sua forma normal varia de
indivíduo para indivíduo, pois cada ser possui seu próprio processo de
aprendizagem no espaço e tempo, podendo ser mais lenta em uns e mais acelerado
em outros.
As dificuldades de aprendizagem são decorrentes de aspectos naturais ou
secundários e são passíveis de mudanças através de recursos de adequação
ambiental.
Para Strick e Smith (2001, p.54l),
As dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a
uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do
desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que
interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem
ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas
na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças
suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola.
São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de
prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças
têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no
meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos.
Neste sentido, Vygotsky (1989 p.67) afirma que,
O auxílio prestado à criança em suas atividades de aprendizagem é válido,
pois, aquilo que a criança faz hoje com o auxílio de um adulto ou de outra
criança maior, amanhã estará realizando sozinha. Desta forma, o autor
enfatiza o valor da interação e das relações sociais no processo de
aprendizagem.
12
Dessa forma, vê-se que é de fundamental importância que haja um
devido acompanhamento de alunos com dificuldades na escola, devendo o
educador está sempre atendo diante dais dificuldades encontradas.
3 - O Que é dislexia?
Dislexia ((do grego) dus = difícil, dificuldade; lexis = palavra) é um
distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a
dislexia é um distúrbio de maior incidência nas escolas, mais pouco identificado por
falta de conhecimento.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia Luczinski (2002, p. 34):
A definição vem do grego e do latim: Dis, de distúrbio, vem do latim, e
Lexia, do grego, significa linguagem. Ou seja, Dislexia é uma disfunção
neurológica que apresenta como conseqüência dificuldades na leitura e
escrita.
Drouet (2001, p. 137), entende por dislexia:
Um conjunto de sintomas reveladores” de uma disfunção parietal (o lobo do
cérebro onde fica o centro nervoso da escrita), geralmente hereditária, ou às
vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contínuo que se
estende do leve sintoma ao sintoma grave. A dislexia é freqüentemente
acompanhada de transtornos na aprendizagem da escrita, ortografia,
gramática e redação. A dislexia afeta os meninos em uma proporção maior
dos que as meninas.
Já para Serrano, (2002 p. 28):
Dislexia pode ser definida como a situação na qual a criança é incapaz de
ler com a mesma facilidade com que lêem as crianças do mesmo grupo
etário, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos
sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais,
bem como instrução adequada.
Diante dessas citações vê-se que a dislexia persiste apesar da boa
escolaridade, pois a mesma independe disso, sendo necessário que pais,
professores e educadores estejam cientes de que um alto número de crianças sofre
de dislexia. Caso contrário, eles confundirão dislexia com preguiça ou má disciplina.
Atualmente discute-se a dislexia, como sendo um distúrbio específico de
aprendizagem, definido em termos operacionais coerentes.
13
Não devendo assim, a dislexia ser considerada como motivo de vergonha,
pois existem vários famosos que sofrem de dislexia e que conseguiram se destacar
no mundo, a exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso
profissional são: Charles Darwin, Agatha Christie, Thomas Edison, Walt Disney,
Napoleão Bonaparte e Tom Cruise.
Sendo assim, é possível afirmar que a dislexia é causa ainda ignorada de
evasão escolar em nosso país, em virtude do desconhecimento, da desinformação
ou da informação imprecisa.
3.1- aspectos sintomáticos da dislexia
Observando-se que a dislexia é um distúrbio sintomático, Olivier (2000,4 p.
32):
(...) que ultimamente ouve-se e/ou lê-se tantos absurdos, tantas colocações
mentirosas ou, no mínimo, dúbias sobre a Dislexia que forçam a esclarecer a Dislexia e
desmentir tantas inverdades que estão por ai. Para o autor, (op. cit) a dislexia existe em
vários níveis, no mínimo, três tipos de Dislexia:
Dislexia Congênita ou Inata: É a Dislexia que nasce com o indivíduo. Pode ter as
mais variadas causas e tem características próprias como por exemplo, uma comprovada
alteração hemisférica cerebral, onde os hemisférios encontram-se com tamanhos invertidos
ou em tamanhos exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja
maior que o direito. Em conseqüência desta alteração, o indivíduo disléxico tem pouca ou
nenhuma habilidade para a aquisição de leitura/escrita, geralmente não chega a ser
alfabetizado e, quando o é, não consegue ler/escrever por muito tempo e, quando termina
de ler/escrever já não se lembra de nada.
Dislexia Adquirida: É a Dislexia que vem através de um acidente qualquer.Como
exemplo, temos "Anoxia Perinatal", "Anoxia" por afogamento, ( obs: Anoxia é falta de
oxigenação no cérebro ), Acidente Vascular Cerebral ( o popular derrame ) e outros
acidentes/distúrbios que podem causar uma Dislexia Adquirida. Neste caso, o indivíduo que
antes lia e escrevia normalmente, passa a ter períodos/fases de Dislexia. Nestes períodos,
ele não consegue ler/escrever ou o faz com muita dificuldade, tem falhas de memória e
pode também apresentar problemas de lateralidade.
Dislexia ocasional: É a Dislexia causada por fatores externos e que aparece
ocasionalmente. Pode ser causada por esgotamento do Sistema Nervoso/estresse, excesso
14
de atividades, e, em alguns casos considerados raros por TPM e/ou hipertensão. Se este
tipo de Dislexia for diagnosticado, não há a necessidade de grandes tratamentos. Apenas
repouso, talvez umas boas férias, uma mudança de horários/rotina e tudo voltará ao
normal.”
Dessa forma, embora esta desordem varie de pessoa para pessoa, as
características comuns entre indivíduos com dislexia são dificuldades com o
processamento fonológico ou resposta visual-verbal rápida.
3.2 aspectos neurofuncionais
A dislexia é um problema de aprendizagem de origem neurobiológica e é
caracterizada pela dificuldade no reconhecimento e fluência na decodificação e
soletração e com um déficit do comportamento fonológico da linguagem que é
inesperada em relação a outras habilidades cognitivas. Identifica-se na primeira
infância a partir de:
1. Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar,
sentar e andar;
2. Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio a
pronúncia das palavras;
3. A dificuldade da criança entender o que está ouvindo;
4. Distúrbios no sono;
5. Estresse noturno;
6. Suscetibilidade a alergias e a infecções;
7. Chora muito e parece ser inquieta com muita freqüência;
8. Dificuldades para aprender a andar de triciclo;
9. Dificuldade de adaptação nos primeiros anos escolares.
A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as
palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da
percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já a
partir do som da letra e da sílaba.
É freqüente que crianças apresentem mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais
possam submetê-las a exercícios chamados “andadores” e “voadores”.
15
Esta prática de andadores é absolutamente inadequada comprovadamente
por estudiosos, pois para aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua
capacidade de andar, pois atrapalhar o desenvolvimento normal da criança dentro
de seu aspecto natural.
Assim as crianças que exercitam a marcha em “andador”, só adquirem o
domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças,
podendo acarretar em sérios problemas intelectuais também.
A partir dos sete anos de idade a ocorrência de alguns fatores devem ser
observadas:
1. Pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres;
2. ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com
muitos erros;
3. copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou
não lê o que escreve;
4. a fluência da leitura é inadequada para idade;
5. inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6. só faz leitura silenciosa;
7. só entende quando lê em voz alta;
8. sua letra é mal grafada ou até inelegível;
9. pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de
letras e sílabas;
10. esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias
ou semanas;
11. é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de
exames orais;
12. ao contrário pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar
aquilo que sabe;
13. tem grande imaginação e criatividade;
14. cerca de 80% dos disléxicos tem dificuldades em soletração e em
leitura.
Podemos inferir com Varella (2006, p.81) que:
16
Hoje em dia o diagnóstico da dislexia, está associado a algumas alterações
do cérebro, e precisa ser diferenciada de outros distúrbios. Dizer que um
indivíduo é disléxico é deixar claro que ele não é deficiente mental, não tem
transtorno de déficit de atenção, nem é portador de quadro emocional ou
psicológico que identifica no aprendizado.
A dislexia pode se apresentar em diferentes formas:
• Disgrafia é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da
linguagem escrita, especialmente da escrita cursiva. Na escrita
manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou
incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros
ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou
troca de letras e números ficam caracterizados com muita
freqüência.
• Discalculia é a dificuldade na linguagem matemática vista em
diferentes níveis e complexas origens.
• Deficiência de atenção é a dificuldade de concentrar e de manter
concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar,
compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Deficiência
de atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma
linguagem corporal que caracteriza a hiperatividade ou,
opostamente, a hipoatividade.
• Hiperatividade refere-se a atividade psicomotora excessiva, com
padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa
com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e
nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez,
interrompendo e atropelando tudo e todos.
• Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade
psicomotora com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se
daquela criança chamada “boazinha” que parece estar, sempre, no
“mundo da lua”, “sonhando acordada”. Geralmente possui memória
pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não
se envolve com seus colegas.
17
Embora os sintomas de dificuldade de leitura possam ocorrer já na pré-
escola, a dislexia é diagnosticada antes do final desta ou no início da primeira série,
já que a instrução formal da leitura geralmente não se inicia até este ponto na
maioria dos contextos escolares.
O transtorno fonológico do disléxico não é notado por ele no momento do
erro, mas só depois que alguém chama a atenção para o problema, ou seja, o
mesmo não é capaz de identificar um problema cometido por ele.
A dislexia geralmente só é diagnosticada quando a criança começa a
aprender a ler e a escrever. Devido ser o momento em que ficam perceptíveis as
dificuldades apresentadas por aquele individuo.
18
4 - possíveis causas da dislexia
Para Fonseca (1995, p.54),
As dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas
superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais didáticos inovadores,
além de freqüentemente contarem com muitos professores “derrotados” e
“desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de
insucessos. Na escola, a criança deve ser amada, pois só assim se poderá
considerar útil.
Para Strick e Smith (2001,p.67),
As dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a
uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do
desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que
interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem
ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas
na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças
suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola.
São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de
prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças
têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no
meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos.
Esta área está dividida em três sub-áreas distintas: a dos fonemas, a da
análise das palavras e a que reconhece palavras. Essas sub-áreas trabalham em
conjunto permitindo a aprendizagem da leitura e da escrita.
Souza (1996, p. 22) afirma que,
As dificuldades de aprendizagem aparecem quando a prática pedagógica
diverge das necessidades dos alunos. Neste aspecto, sendo a
aprendizagem significativa para o aluno, este tornar-se-á menos rígido, mais
flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus sentimentos,
interesses, limitações e necessidades.
4.1 diagnóstico e tratamento da dislexia
Nico (2005, p.120) recomenda que,
O diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, um
fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista) não somente para se
obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem,
fatores coexistentes de importância para o tratamento. Além disso, o
diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como
para a criança. Ou seja, simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o
19
objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar
elementos significativos para o programa de reeducação. É de grande
importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança,
bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e
o repertório já adquirido.” Informações sobre métodos de ensino pelos quais
a criança foi submetida também são de grande significação.
Os pesquisadores atualmente acreditam que o quanto mais cedo tratar a
dislexia, maior é a chance de corrigir as falhas nas conexões cerebrais das crianças.
Destarte salientar que dislexia não é curada sem um tratamento adequado.
Não se pode também achar que será superado com o tempo, pois ela não pode
passar despercebida. Tem que ser feito a união de pais e professores integrando
esforços para identificar o problema nos filhos ou alunos.
Para melhorar a leitura de um disléxico exigi-se tempo e cuidado na hora da
concentração, pois repetindo de maneira correta ele conseguirá assimilar melhor,
repetição é o segredo para uma aprendizagem coerente nesses casos.
Assim, simultaneamente a criança vai dominando o vocabulário,
reconhecendo as palavras e então compreendendo o que foi lido. Caso contrário ela
vai escutar ou até mesmo ler de maneira errada sem qualquer tipo de assimilação,
que é o que geralmente ocorre.
Com a leitura feita em voz alta por outra pessoa ou com as correções
adequadas ela irá com o passar do tempo adquirir hábitos eficazes e uma
velocidade para ler e compreender a leitura.
Para Fernadez (1990, p.56), “quando o fracasso escolar se instala
profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem
intervir, ajudando através de indicações adequadas.”
Dessa forma, observa-se que não só a criança disléxica que precisa de
apoio e paciência na hora de aprender, e sim toda criança, pois ela estar em
processo de desenvolvimento.
20
5- como identificar um disléxico?
Com base em Calafange (2004 p.64):
Um dos principais sintomas da dislexia é a leitura sem modulação, sobre o
assunto, a autora descreve que a criança apresenta, leitura lenta sem
modulação, sem ritmo e sem domínio da compreensão/interpretação do
texto lido; confunde algumas letras; sérios erros ortográficos; apresenta
dificuldades de memória; dificuldades no manuseio de dicionários e mapas;
dificuldades de copiar do quadro ou dos livros; dificuldades de entender o
tempo: passado presente e futuro; tendência a uma escrita descuidada,
desordenada e às vezes incompreensível; não utilização de sinais de
pontuação/acentuação gramaticais; inversões, omissões, reiterações e
substituições de letras, palavras ou silabas na leitura e na escrita,
problemas com sequenciações.
Identificar a dislexia em um aluno, parte de algumas características comuns
que são observadas e verificadas em alunos disléxico como:
• A criança é inteligente e criativa, mas tem dificuldades em leitura,
escrita e soletração.
• É taxado pelos colegas de imaturo ou preguiçoso.
• Obtém bons resultados em provas orais, mas não em avaliações
escritas.
• Se sente incapaz, sem auto-estima.
• Vive viajando nos pensamentos.
• Possui habilidades com relação a arte, música, teatro e esporte.
• É desatento e hiperativo.
• Fraco desenvolvimento da coordenação motora.
• Falta de interesse pelos livros.
• Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita.
• Dificuldade em copiar de livros e lousa.
• Atrasos na entrega de trabalhos escolares constantemente.
• Dificuldades visuais.
• Confusão entre direita e esquerda.
• Vocabulário pobre.
• Dificuldade na memória de curto prazo.
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No que se refere à identificação de alunos disléxicos, o professor exerce um
papel importantíssimo, uma vez que ele é o profissional que mantém um contato
direto com a criança dentro do enfoque de seu espaço para a aprendizagem.
Se a criança apresenta características comuns de crianças disléxicas, é
necessário avaliá-la em conjunto com os outros professores e o coordenador
pedagógico e, se necessário, recomendar aos pais o encaminhamento a um
especialista.
Mas nem sempre esse procedimento é adotado, devido à carência da prática
reflexiva por parte dos educadores e até mesmo dos pais que em maioria não
querem aceitar que seus filhos tenham problemas, por receio de discriminação.
Vale ressaltar que a escola para entender a diversidade dos grupos que a
habitam, precisa compreender as especificidades da educação, sobretudo no que
concerne a sua função social de promover o desenvolvimento e a transformação dos
alunos, rumo ao aprimoramento do exercício da cidadania, no que se refere ao
usufruto de seus direitos e deveres em sociedade (SMITH, 2001).
Em destaque também para o ponto de que é a escola o espaço de
aprendizagem, é nela que o individuo organiza idéias e trabalha diversos pontos de
sua compreensão do mundo.
Na verdade a escola além de suas metas gerais para todos os alunos
precisa ter metas individuais para cada um deles, observando a capacidade para
cada aluno, salientando que os mesmos são singulares.
Esse movimento entre a coletividade e o indivíduo coloca para o
coordenador pedagógico, líder na unidade escolar o desafio de articular ações com
todos os grupos da escola, para que se promova uma real educação.
Diante das dificuldades e da falta de conhecimento por parte dos
profissionais que exercem a atividade de educar, nem sempre os conflitos em
relação as diferenças na aprendizagem dos alunos são resolvidos, atitudes
inadequadas são tomadas.
5.1- métodos para lidar com o aluno disléxico
Segundo Estill (2005) “existem diversos sinais visíveis nos comportamentos
e nos cadernos das crianças, que podem auxiliar aos pais e educadores a identificar
precocemente alguns aspectos preditivos de dislexia”, entre eles:
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• Demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral;
• Dificuldades de expressão e compreensão;
• Alterações persistentes na fala;
• Copiar e escrever números e letras inadequadamente;
• Dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e
meses do ano;
• Dificuldades para organizar seqüências espaciais e temporais, ordenar as letras do
alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos;
• Pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes;
• Dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por
exemplo;
• Severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
• Dificuldade em participar de brincadeiras coletivas;
• Pouco interesse em livros impressos e escutar histórias.
• Demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral
• Dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e
meses do ano;
• Dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por
exemplo;
• Severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
Assim, quando for identificado que o aluno for disléxico devem ser utilizados
alguns métodos para lidar com esse tipo de aluno que são:
23
• Não exclua o disléxico do ambiente da sala de aula;
• Estimule o aluno a fazer todos os exercícios e parabenize-o
sempre pelo esforço e pelos sucessos;
• Pergunte se não ficou alguma dúvida na exposição da matéria;
• Lembre-o de anotar datas de provas, tarefas e pesquisas;
• Peça que ele tome nota de determinadas explicações ou dicas que
não constem no texto;
• Dê mais tempo durante as provas, lendo sempre o enunciado em
voz alta e cerficando-se de que ele entendeu o que foi lido e
pedido. Uma boa saída é fazer provas orais.
24
6- dislexia e fracasso escolar
Tudo que envolve dificuldade de aprendizagem acaba por afetar diretamente
no desenvolvimento escolar e deve ser trabalhado, pois a educação é um processo
e não um resultado imediato, a mesma necessita de vários pontos para que possa
atingir metas.
A fundamentação para o sucesso escolar está na linguagem, objeto esse
necessário para um melhor desempenho da atividade educacional promissora, pois
a mesma funciona na sociedade como elo entre os povos.
Como a criança disléxica aprende de maneira diferente é necessário
segundo Martins (2004 p.36), “entende que o modo como a criança articula a
linguagem é fundamental para o sucesso da mesma na escola.”
Os disléxicos, em geral, sofrem também de discalculia, dificuldade de
calcular, porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das
questões. Assim, se não compreendem o que leram não tem como responder o que
se pede.
As causas da dislexia resultam de estudos comparativos entre disléxico e
bons leitores. Podemos indicar os seguintes:
1- Hipóteses de déficit perceptivo;
2- Hipóteses de déficit fonológico;
3- Hipóteses de déficit na memória.
Desse modo são considerados sintomas da dislexia relativos à leitura e
escrita os seguintes erros:
1. Erros por confusões na proximidade espacial - confusão de letras
simétricas - confusão por rotação - inversão de sílabas.
2. Confusões por proximidade articulatória e seqüelas de distúrbios
de fala - confusões por proximidade articulatória - omissões de
grafemas - omissões de sílabas.
As características lingüísticas envolvendo as habilidades de leitura e escrita
mais marcantes das crianças disléxicas são:
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1 – A acumulação e persistência de seus erros na soletração ao ler e
de ortografia ao escrever;
2 - Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de
grafia: a – o, o – 0, e – c, f – t, h – n, i – j, m – n, v – u, e etc;
3 - Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação
comum, e cujos sons são acusticamente próximos: d – t, j – x, e – g, m
– b;
4 - Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me – em, sol –
los, som – mos, sal – lãs, pal – pla.
Pais, professores e educadores devem estar atentos a dois importantes
indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as
suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se deparam com crianças inteligentes, saudáveis,
mas com dificuldade de ler e entender o que leram, devem investigar imediatamente
se há existência de casos de dislexia na família.
Em geral, a história pessoal de um disléxico traz traços comuns, como o
atraso na aquisição de linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominação
lateral.
O histórico de dificuldades na família e na escola poderá ser de grande
utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que
atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas.
Para Fernadez (1990, p.48): “ Quando o fracasso escolar se instala, profissionais
(fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem intervir, ajudando
através de indicações adequadas”.
Assim, neste contexto é importante salientar que não é somente a escola a
responsável pelo desenvolvimento do processo ensino aprendizagem do aluno, e
sim um conjunto de pessoas e fatores que devem caminhar correlacionado para que
então se tenha produtividade.
26
7- a dislexia e a intervenção psicolingüística
A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais
e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao
desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio).
A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança
disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender
eficientemente o que lê.
Segundo Fonseca (1995, p. 35),
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. A mesma está presente
em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de
linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de
informações.
Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à
compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.
Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular)
porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.
É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e
educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças
aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as
crianças de 4 a 5 anos de idade.
Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os
distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a
apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.
Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações
acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a
uma situação de marginalização progressiva.
27
A aprendizagem é uma função do cérebro. A aprendizagem
satisfatória se dá quando determinadas condições de integridade
estão presentes, tais como: funções do sistema nervoso
periférico, funções do sistema nervoso central, sendo que os
fatores psicológicos também são essenciais.
Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes
indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as
suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis,
mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se
há existência de casos de dislexia na família.
A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o
atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de
dominância lateral.
Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de
grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e
neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças
disléxicas.
No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou
palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa,
verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de
concentração e de fluidez de raciocínio.
As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar,
mas com diferente orientação no espaço como "b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q",
"n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de
articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por
exemplo. Com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores
devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a
criança a ter algum distúrbio de letras.
Segundo Souza (1996, p.94), ele coloca que também existem outros fatores
relacionados ao sucesso e ao fracasso acadêmico que:
Divide em três variáveis interligadas, denominadas de ambiental,
psicológica e metodológica. O contexto ambiental engloba fatores relativos
ao nível sócio-econômico e suas relações com ocupação dos pais, número
de filhos, escolaridade dos pais, etc. Esse contexto é o mais amplo em que
vive o indivíduo. O contexto psicológico refere-se aos fatores envolvidos na
organização familiar, ordem de nascimento dos filhos, nível de expectativa,
etc, e as relações desses fatores são respostas como ansiedade, agressão,
auto-estima, atitudes de desatenção, isolamento, não concentração. O
contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação
com valores como pertinência e significado, com o fator professor e com o
processo de avaliação em suas várias acepções e modalidades.
28
8- como podem os pais ajudar na reeducação?
A criança não está indo bem na escola, ela reconhece isso e não sabe o
que fazer para melhorar seu desempenho e superar as dificuldades.
Os pais devem descobrir tudo sobre o desempenho de seu filho e buscar
os melhores caminhos para ele, procurando uma ajuda profissional adequada para
ajudá-lo. Pai e mãe devem estar unidos nessa tarefa, pois é dos dois a
responsabilidade educar com qualidade os filhos.
Neste sentido, Libâneo ressalta que:
Educação é o conjunto de ações, processos, Influências, estruturas que
intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação
ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de
relações entre grupos e classes sociais” (LIBÂNEO, 2000, p. 22).
Partindo desse contexto entende-se que para estreitar os laços entre
escola e a família é importante fazer um estudo do contexto familiar na relação com
o contexto escolar, voltando-se para como os pais vêem seu papel no processo de
escolarização dos seus filhos assim será possível analisar a situação atual dos pais
e suas dificuldades em acompanhar o processo escolar dos filhos, assim como a
sua postura em relação à escola.
Os pais podem ajudar seus filhos a superarem desapontamentos, que
porventura venham a ocorrer, como no caso de serem taxados de bobo ou
preguiçoso, podendo gerar frustrações na escola.
Prado ( 1981, pág.13 ) afirma que a família influencia positivamente
quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe
normas através de leis , dos usos e dos costumes.
Acredita-se que o gosto de ler e a aquisição de hábitos de leitura, por parte
das crianças, é resultado de uma educação com início nos primeiros anos de vida,
dentro do seu ambiente familiar e a promoção do gosto pela leitura e a aquisição de
hábitos de leitura é um processo contínuo, que começa na família e que deve ser
reforçado assim que a criança faz a sua entrada na educação pré-escolar e ao longo
de toda a sua escolaridade, e essa parceria entre escola e família pode e muito
favorecer esse processo.
A criança disléxica depende muita atenção, mas cuidado para não dar
mais atenção a ela do que aos outros membros da família, nunca tente comprar a
29
criança, trocando favores por dinheiro ou objetos do qual ela goste, no caso por
exemplo de: meu filho faça sua lição de casa que lhe dou chocolate.
A criança deve ter consciência de sua responsabilidade e deve entender
que ela precisa cumprir suas obrigações acima de tudo. Os comportamentos como
este, podem tornar os pais neuróticos ou super protetores, o que é um perigo.
Os pais devem fazer leitura para os filhos , muitos disléxicos não
compreendem quando estão lendo e é quando você deve agir. Existem vídeos-aula
que podem ser de grande ajuda no aprendizado do disléxico.
Elogie, motive, informe, estimule a autoconfiança de seu filho, os pais têm
um grande papel para com a educação dos filhos, e a auto-estima é importante para
que o processo ensino-aprendizagem seja proferido com eficácia.
Ajudar os filhos nas atividades diárias, pode também gerar avanços em
sua aprendizagem, pois acompanhamento é essencial para um bom
desenvolvimento.
30
9 conclusão
Após a discussão traçada verifica-se que os casos de dislexia estão cada
vez mais presentes na sociedade o que acarreta em maiores cuidados tanto para os
educadores quanto também para os pais, que de algum modo estão diretamente
ligados aos processos de ensino aprendizagem.
Atualmente são comuns casos de dislexia e os pais muitas vezes deixam
apenas para a escola a responsabilidade de avaliar se o filho sofre ou não de algum
distúrbio na aprendizagem.
Se há suspeita que a criança é disléxica, mas a escola na qual ela estuda
não possui métodos eficientes para avaliar e não tem especialista que ajudam
alunos disléxicos, deve-se procurar outro profissional qualificado. Um bom programa
deve ter objetivo e metas traçadas para poder realmente auxiliar a criança em seu
desenvolvimento e para que ela possa lhe dar da melhor forma possível com o
problema que ela possui, obtendo sucesso e eficácia em sua vida profissional.
Por qualquer ângulo que se analise ter-se-á a necessidade de dedicar
atenção para que a dislexia e a gagueira sejam superadas, e até outros distúrbios
que afetem a aprendizagem, portanto, mostre paciência com o aluno ou filho com
dificuldades na sua aprendizagem escolar e cotidiana, não deixe que a ela sofra de
baixo-estima e nem sofra qualquer humilhação.
Incentivar a buscar novas atividades interesses, tais como esporte ou
música, atividades essas que podem ser de grande ajuda no desenvolvimento desta
criança, sempre o recompense quando progredir nos estudos, a pessoa que possui
esses problemas gosta de ser elogiado assim como qualquer outro individuo.
Assim, acredita-se que a luta inicial de dislexia e portadores de qualquer
dificuldade na aprendizagem para aprender de maneira convencional estimula sua
criatividade para lidar melhor com seus problemas, e se sobressair
profissionalmente, pois o sucesso dependerá da sua coragem de vencer obstáculo.
31
10.BIBLIOGRAFIA
DROUET, E.D. A criança de 0 a 6 anos e a educação infantil: Um retrato
multifacetado. Canoas: Ed. ULBRA, 2001.
FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: Abordagem psicopedagógica clínica
da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FONSECA, V. Introdução as dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995.
LIBÂNEO, José C. Pedagogia e Pedagogos: para quê ? São Paulo. Cortez, 2000,
200 p. BBE.
PRADO, Danda. O que é família. São Paulo, Brasil. Editora Brasiliense, 1981
OLIVIER, L.B. A criança com dificuldades de aprendizagem. Rio de Janeiro:
Enelivros, 2004.
SANCHEZ, P. A. A Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos
no século XXI. Revista da Educação Especial, número 01, Brasília, 2005.
SERRANO, A. B. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades
educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
SOUZA, E. M. Problemas de aprendizagem – Crianças de 8 a 11 anos. Bauru:
EDUSC, 1996.
STRICK, C.; SMITH, L. Dificuldades de aprendizagem de A a Z – Um guia
completo para pais e educadores. Porto Alegre: ARTMED, 2001.
VARELLA. Antônio. A integração das pessoas com deficiência: contribuições
para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 2000.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
32
ANEXOS
33
ANEXO I
COMO IDENTIFICAR E TRATAR A DISLEXIA
Um dos distúrbios de aprendizagem, a dislexia é específica da linguagem e seu
diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar
Maria Angela Nico
A dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É específico da
linguagem e se caracteriza pela dificuldade de decodificar palavras simples,
dificuldade esta não esperada em relação à idade. Apesar de instrução
convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de
distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo da
aquisição da linguagem. A dislexia se apresenta em várias formas de linguagem,
freqüentemente incluídos problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever
e soletrar. Sabe-se que é um distúrbio genético e hereditário, mas não se sabe ao
certo as causas da dislexia. Pesquisas nesse sentido estão sendo realizadas nas
áreas biológicas, lingüísticas, neurológicas, auditivas e visuais.
São dezenas os sintomas que caracterizam o distúrbio. Na fase pré-escolar,
sinais como pouca atenção, atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade de
aprender rimas e canções, fraco desenvolvimento da coordenação motora são
alguns dos indicativos de que a criança pode ser disléxica. Na idade escolar,
adicionam-se dificuldade na coordenação motora para desenhos, pintura, ginástica e
dança, confusão entre esquerda e direita, desorganização (por exemplo, constantes
atrasos na entrega de trabalhos escolares) e dificuldade na leitura, matemática,
desenho geométrico, entre outros. Quem é disléxico, até na idade adulta sofre para
soletrar palavras e tem a memória imediata prejudicada.
Para tratar a dislexia, é fundamental um diagnóstico multidisciplinar feito por
uma equipe de psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e se necessário outros
profissionais para se determinar – ou eliminar – fatores,
em todas as áreas que possam estar comprometendo o processo de aprendizagem.
Informações como: o desenvolvimento da criança, histórico familiar, desempenho
escolar, métodos de ensino e repertório adquirido também são de muita importância.
A constatação de que uma criança é disléxica, principalmente no grau mais
severo, provoca ansiedade tanto na família, quanto na escola e nos profissionais de
34
reeducação, sabedores que são das limitações que existem na colaboração familiar
e das difíceis adequações escolares. Em relação à criança, definir a causa de suas
dificuldades provoca mais sensação de alívio do que angústia, pois, pelo menos,
não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira, etc.
O profissional mais adequado para trabalhar com o disléxico é o
fonoaudiólogo, pois sua principal dificuldade é fazer a relação letra e som. Mas
dependendo do grau da dislexia (leve, média ou severa) e do tipo (visual, auditiva ou
mista), um psicopedagogo também poderá acompanhá-lo. Os adolescentes e
adultos disléxicos normalmente têm a auto-estima muito rebaixada e necessitam de
acompanhamento psicológico. O tratamento é longo, cumulativo e sistemático.
Maria Angela Nico é fonoaudióloga formada pela Universidade de São Paulo
(USP), psicopedagoga clínica, coordenadora técnica e científica da Associação
Brasileira de Dislexia e especialista em diagnóstico e tratamento de disléxicos
35
ANEXO II
Entrevista: conversando sobre a dislexia
Outras entrevistas
Entrevistado: Vicente Martins
Cearense de Iguatu, tem 46 anos de idade. Mestre em educação pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e pós-graduada em Letras pela
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor há catorze anos dos cursos
de Letras e Psicopedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em
Sobral, Ceará. Articulista de jornais e revistas educacionais no país. Dedica-se,
entusiasticamente, aos estudos de dificuldades de aprendizagem relacionadas
com a leitura (dislexia), escrita (disgrafia) e ortografia (disortografia).
Entrevistadora: Simaia Sampaio
1. Professor Vicente, o que é dislexia?
VM – Dislexia é uma dificuldade específica na aprendizagem da leitura com
repercussão, muitas vezes, na ortografia (disortografia). Os disléxicos, sem
consciência fonológica, apresentam dificuldade de fazer o reconhecimento da
palavra escrita, ou seja, não conseguem transformar as letras em sons da fala
(fonemas da língua como vogais, semivogais e consoantes)
2. Atualmente, parece existir uma epidemia de disléxicos. Qualquer
dificuldade de leitura já se suspeita de dislexia por parte de alguns
professores. Como o senhor vê estes diagnósticos informais?
VM – Mais do que epidemia, a dislexia, da forma como está divulgada e
banalizada, é uma praga, uma verdadeira pandemia. Todos nós seríamos
disléxicos. Nem epidemia nem pandemia. A dislexia passou a ser foco de
preocupação de pais, educadores e psicopedagogos porque a aprendizagem
passou a ser o centro de atenção da educação escolar. Antes, a atenção era
voltada para o ensino, portanto, para o professor. Agora, para a aprendizagem,
sendo assim, foca o aluno, o educando. Os diagnósticos informais são válidos
36
desde que venha de pais, responsáveis e educadores diretamente envolvidos
com os alunos. A partir, deve o educando, sob o risco, ser encaminhado a um
profissional de psicopedagogia especialista em dislexia.
3. Uma criança com transtorno não verbal pode ser confundida com uma
criança dislexia. Qual a diferença?
VM – No campo da educação escolar, não falamos em transtorno em se tratando
das competências e habilidades lingüísticas. Reservamos o tempo para o
pessoal da saúde como neurologistas ou psicólogos clínicos. A dislexia é uma
dificuldade específica na linguagem escrita, portanto, um “transtorno verbal”. Um
surdo-mudo, por exemplo, com linguagem não-verbal, não terá, jamais, dislexia.
4. Em que proporção encontramos crianças disléxicas confundidas com
crianças preguiçosas e distraídas por pais ou professores?
VM – Os dados internacionais (confirmados por mim, no Brasil), apontam que
numa sala de 40 alunos, entre 4 a 5 alunos ou mais, apresentam dificuldades de
aprendizagem. Essas crianças com DA, em grande parte, são crianças com
dificuldades leitoras ou escritoras. Por isso, o sinônimo de DA praticamente é o
de dislexia, disgrafia ou disortografia. Como a escola, como disse, antes, focaliza
nos anos 90, do século passado e nos primeiros anos do século XXI, a questão
da aprendizagem, as crianças que têm concentração em ou a atenção aos
estudos passam a preocupar a todos. As crianças com hiperatividade, chamada
também dislexia maior, ao contrário das disléxicas, são as que, em geral, são
rotuladas de preguiçosas ou distraídas. Os rótulos colaboram na discriminação
das crianças perante os demais coleguinhas da mesma idade e fazem com o que
os educadores simplifiquem o problema e o transfira para outros profissionais
(saúde, como fonoaudiólogos, terapeutas).
5. Alguns profissionais afirmam que a dislexia tem cura outros acreditam
que não. Qual a sua opinião?
VM – Existem dois tipos básicos de dislexia. A desenvolvimental ou verdadeira,
aquela em que a criança nasce com ela, herança genética dos pais. É uma
37
síndrome e não desaparece ao longo dos anos. Existe a dislexia pedagógica,
aquela diretamente relacionada com os métodos de ensino em leitura (fônico,
global etc). O método global, de grande vitalidade no Brasil, é um dos
responsáveis pelo fracasso na alfabetização em leitura. A criança diante do texto
inédito, no método global, apresentará dificuldades de soletração e compreensão
leitora.
6. Quais as especialidades mais indicadas para diagnosticar e tratar a
dislexia?
VM – O ideal é que o diagnóstico da dislexia seja multiprofissional.
Especialidades como médicos neurologistas, pediatras, psicólogos clínicos ou
educacionais, lingüistas clínicos ou psicolingüistas e psicopedagogos, clínicos ou
institucionais participem da descrição, explicação, intervenção e prevenção da
dislexia.
7. Quando um professor suspeita de dislexia ele deve comunicar sua
suspeita à família ou apenas indicar um profissional para que este avalie?
VM – Quando se fala em suspeita de dislexia, na verdade, estamos em falando
em criança em risco de dislexia. A dislexia, se não diagnosticada e levada em
conta pela família e escola, pode levar o aluno ao fracasso escolar, pela via do
abandono dos estudos e reprovação anual. Os pais devem ser informados das
dificuldades dos alunos. E os alunos, por sua vez, devem ser orientados sobre o
problema para que todos: pais, alunos e escola se envolvam em atividades de
intervenção psicopedagógica para que os alunos com esse tipo de dificuldade
possam superar a dificuldade (dislexia pedagógica) ou compensar seus déficits
de aprendizagem lectoescrita (dislexia desenvolvimental)>
8. De que maneira os pais podem ajudar um filho disléxico?
VM – A família é principal suporte dos disléxicos. Quando temos notícia de uma
superação de dislexia por parte de famosos, quase sempre, a mãe tem sido a
verdadeira mestra no acompanhamento pedagógico e psicopedagógico. Ela é
que tem a iniciativa de procurar os melhores profissionais para dar atenção
38
especial aos seus filhos disléxicos. Os disléxicos observam também que são os
pais os mais tolerantes com relação à sua dificuldade. São eles, os pais, que
encorajam os disléxicos e os ajudam a construção de sua emancipação como
leitor e cidadão no mundo povoado de incertezas, inquietações, dúvidas e
diferenças de todas as ordens.
9. E de que maneira um professor poderá ajudar um aluno disléxico em sala
de aula?
VM - Ao professor, cabe a tarefa de aprofundar os estudos sobre dislexia. A
formação acadêmica é muito importante. Por exemplo, hoje, é consenso que a
principal causa ou fator para o surgimento e persistência da dislexia é a falta de
consciência fonológica. Se isso é verdade – e é, realmente – cabe ao professor
montar atividades formais, para em treinamento, ajudar seu aluno a superar as
dificuldades leitoras. A leitura é base para todas as demais disciplinas do
currículo escolar.
10. A dislexia é um caso de inclusão? Por quê?
VM - Nas chamadas escolas inclusivas, a dislexia é uma necessidade
educacional especial. Portanto, os disléxicos são especiais e, como tal, devem
ser incluídos nas escolas. Há um determinante legal, nacional e internacional
(Carta de Salamanca, por exemplo) que asseguram as crianças com DA um
atendimento especial por parte da escola. No Brasil, a LDB e uma farta legislação
educacional, emanada do Conselho Nacional de Educação, através de pareceres
e resoluções, indicam a dislexia como uma dificuldade muito específica de
crianças e que, portanto, pelo menos, em nível, de poder público, deve receber
atenção por parte dos governos federal, estadual e municipal.
11. Em sua opinião, a avaliação escolar de uma criança com dislexia deve
ser diferenciada ou igual aos demais? Por quê?
VM – Como especial, a criança disléxica deve receber uma atenção especial por
parte da escola, a começar pela avaliação escolar. A escola tem insistido muito,
seja para normais ou especiais, na avaliação somativa, em que valoriza aspectos
39
quantitativos da criança, em geral, relacionadas com sua memória, como
cobrança de dados, informações etc. O ideal, para os disléxicos, é que a
avaliação seja formativa, valorize, pois, aspectos qualitativos da criança, a que
chamaríamos avaliação formativa. Na avaliação formativa, o importante é que a
criança disléxica aprenda, mesmo que tenha que ter mais tempo na hora da
avaliação. Se apresenta dificuldade crescente em escrever, temendo os erros,
em determinado momento pode ser incentivado a responder oralmente as
perguntas de uma verificação de rendimento. Ela faz tudo que os demais fazem
na escola. A diferença é que a escola respeita seu ritmo e limitações de
aprendizagem em leitura, escrita (planejar, produzir idéias, revisar texto, por
exemplo) e ortografia.
Publicado em 20/12/2007
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Conteudo (corrigido)

  • 1. 1 INTRODUÇÃO A linguagem é uma das mais importantes funções orgânicas do homem, sendo aquela, que tem o maior alcance no espaço e no tempo através da fala e da escrita, a linguagem também representa um papel fundamental na interação do ser humano com o meio e subseqüentemente a formação de vínculos. Permitindo que o indivíduo estruture o seu pensamento, traduza o que sente, expresse o que já conhece e se comunique com os demais seres que compõe a sociedade. No primeiro momento deste trabalho procurou-se enfatizar o processo histórico da aprendizagem sua evolução muito e ainda evolução na sociedade e na escola, pois o ser humano está sempre descobrindo e inventando coisas que aumentam sua qualidade de vida e a melhor forma de comunicação. O homem é um ser social, comunicativo e tem por meio da linguagem o modo primordial para expressar suas idéias e seus juízos. Partindo deste enfoque sobre linguagem, faz-se necessário ressaltar que criança com distúrbios em suas conexões cerebrais e fonológicas apresentam dificuldades em sua fala, leitura e escrita. No segundo instante tratou-se sobre as dificuldades que um aluno pode ter em adquirir conhecimentos, os problemas que por ventura ele pode encontrar com relação à leitura e a escrita, dando ênfase as suas causas e conseqüências dentro do processo de aprendizagem. Para obtenção e construção da qualidade na educação a práxis pedagógica deve antes de cumprir sua missão genitora de uma formação educativa nas crianças, deve buscar conhecimento sobre essas disfunções que atrapalham no processo ensino aprendizagem, ressaltando a dislexia como um desses distúrbios mais freqüentes no meio escolar, que gera algumas seqüelas como: disortografia, discalculia, disgrafia, má lateralidade, resultado da má integração das informações no cérebro. Dentro desta abordagem pode-se ver que é necessário que as escolas se conscientizem do seu papel de formadora crítica e atuante, deste modo o processo de qualidade total exige a participação de todos na tarefa de implantação da qualidade de ensino. 10
  • 2. Neste estudo pretende-se discutir os problemas e paradoxos presentes em alguns alunos, os quais dificultam em sua aprendizagem, procurando compreender suas principais causas melhores saídas para a eficácia no ensino. No desenvolvimento do trabalho procurou-se verificar os distúrbios que interferem no aprendizado e os meios necessários para tratá-los, dentro de um processo educativo. Assim, em síntese este trabalho busca, através de uma revisão bibliográfica, com referência a autores nacionais, situar o problema da dislexia no processo de aprendizagem. O presente trabalho está organizado em oito subcapítulos, a saber: Dificuldades na aprendizagem; O que é dislexia?; Possíveis causas da dislexia; Como identificar um dislexo; Dislexia e o fracasso escolar; A dislexia e a intervenção psicolingüística; Como podem os pais ajudar na reeducação. 11
  • 3. 2. Dificuldades na aprendizagem O processo ensino aprendizagem pode ser definido como uma forma sintética de adquirir novos conhecimentos, desenvolver competências e conseqüentemente produzir um novo comportamento em sociedade. Conforme Calafange (2004 p. 23): Numa primeira etapa da aprendizagem, algumas crianças podem apresentar estas características, e esses são considerados erros normais dentro do processo de aprendizagem, é preciso distinguir essas dificuldades das dificuldades disléxicas que são mais profundas, constantes e contínuas. Crianças com expressivas dificuldades de leitura não são necessariamente disléxicas, mas todas as crianças disléxicas têm um sério distúrbio de leitura. Nesse contexto ver-se que a aprendizagem da fala na infância pode ser normal, anormal ou não existir. O aprendizado em sua forma normal varia de indivíduo para indivíduo, pois cada ser possui seu próprio processo de aprendizagem no espaço e tempo, podendo ser mais lenta em uns e mais acelerado em outros. As dificuldades de aprendizagem são decorrentes de aspectos naturais ou secundários e são passíveis de mudanças através de recursos de adequação ambiental. Para Strick e Smith (2001, p.54l), As dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos. Neste sentido, Vygotsky (1989 p.67) afirma que, O auxílio prestado à criança em suas atividades de aprendizagem é válido, pois, aquilo que a criança faz hoje com o auxílio de um adulto ou de outra criança maior, amanhã estará realizando sozinha. Desta forma, o autor enfatiza o valor da interação e das relações sociais no processo de aprendizagem. 12
  • 4. Dessa forma, vê-se que é de fundamental importância que haja um devido acompanhamento de alunos com dificuldades na escola, devendo o educador está sempre atendo diante dais dificuldades encontradas. 3 - O Que é dislexia? Dislexia ((do grego) dus = difícil, dificuldade; lexis = palavra) é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é um distúrbio de maior incidência nas escolas, mais pouco identificado por falta de conhecimento. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia Luczinski (2002, p. 34): A definição vem do grego e do latim: Dis, de distúrbio, vem do latim, e Lexia, do grego, significa linguagem. Ou seja, Dislexia é uma disfunção neurológica que apresenta como conseqüência dificuldades na leitura e escrita. Drouet (2001, p. 137), entende por dislexia: Um conjunto de sintomas reveladores” de uma disfunção parietal (o lobo do cérebro onde fica o centro nervoso da escrita), geralmente hereditária, ou às vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contínuo que se estende do leve sintoma ao sintoma grave. A dislexia é freqüentemente acompanhada de transtornos na aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e redação. A dislexia afeta os meninos em uma proporção maior dos que as meninas. Já para Serrano, (2002 p. 28): Dislexia pode ser definida como a situação na qual a criança é incapaz de ler com a mesma facilidade com que lêem as crianças do mesmo grupo etário, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada. Diante dessas citações vê-se que a dislexia persiste apesar da boa escolaridade, pois a mesma independe disso, sendo necessário que pais, professores e educadores estejam cientes de que um alto número de crianças sofre de dislexia. Caso contrário, eles confundirão dislexia com preguiça ou má disciplina. Atualmente discute-se a dislexia, como sendo um distúrbio específico de aprendizagem, definido em termos operacionais coerentes. 13
  • 5. Não devendo assim, a dislexia ser considerada como motivo de vergonha, pois existem vários famosos que sofrem de dislexia e que conseguiram se destacar no mundo, a exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso profissional são: Charles Darwin, Agatha Christie, Thomas Edison, Walt Disney, Napoleão Bonaparte e Tom Cruise. Sendo assim, é possível afirmar que a dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, em virtude do desconhecimento, da desinformação ou da informação imprecisa. 3.1- aspectos sintomáticos da dislexia Observando-se que a dislexia é um distúrbio sintomático, Olivier (2000,4 p. 32): (...) que ultimamente ouve-se e/ou lê-se tantos absurdos, tantas colocações mentirosas ou, no mínimo, dúbias sobre a Dislexia que forçam a esclarecer a Dislexia e desmentir tantas inverdades que estão por ai. Para o autor, (op. cit) a dislexia existe em vários níveis, no mínimo, três tipos de Dislexia: Dislexia Congênita ou Inata: É a Dislexia que nasce com o indivíduo. Pode ter as mais variadas causas e tem características próprias como por exemplo, uma comprovada alteração hemisférica cerebral, onde os hemisférios encontram-se com tamanhos invertidos ou em tamanhos exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja maior que o direito. Em conseqüência desta alteração, o indivíduo disléxico tem pouca ou nenhuma habilidade para a aquisição de leitura/escrita, geralmente não chega a ser alfabetizado e, quando o é, não consegue ler/escrever por muito tempo e, quando termina de ler/escrever já não se lembra de nada. Dislexia Adquirida: É a Dislexia que vem através de um acidente qualquer.Como exemplo, temos "Anoxia Perinatal", "Anoxia" por afogamento, ( obs: Anoxia é falta de oxigenação no cérebro ), Acidente Vascular Cerebral ( o popular derrame ) e outros acidentes/distúrbios que podem causar uma Dislexia Adquirida. Neste caso, o indivíduo que antes lia e escrevia normalmente, passa a ter períodos/fases de Dislexia. Nestes períodos, ele não consegue ler/escrever ou o faz com muita dificuldade, tem falhas de memória e pode também apresentar problemas de lateralidade. Dislexia ocasional: É a Dislexia causada por fatores externos e que aparece ocasionalmente. Pode ser causada por esgotamento do Sistema Nervoso/estresse, excesso 14
  • 6. de atividades, e, em alguns casos considerados raros por TPM e/ou hipertensão. Se este tipo de Dislexia for diagnosticado, não há a necessidade de grandes tratamentos. Apenas repouso, talvez umas boas férias, uma mudança de horários/rotina e tudo voltará ao normal.” Dessa forma, embora esta desordem varie de pessoa para pessoa, as características comuns entre indivíduos com dislexia são dificuldades com o processamento fonológico ou resposta visual-verbal rápida. 3.2 aspectos neurofuncionais A dislexia é um problema de aprendizagem de origem neurobiológica e é caracterizada pela dificuldade no reconhecimento e fluência na decodificação e soletração e com um déficit do comportamento fonológico da linguagem que é inesperada em relação a outras habilidades cognitivas. Identifica-se na primeira infância a partir de: 1. Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; 2. Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio a pronúncia das palavras; 3. A dificuldade da criança entender o que está ouvindo; 4. Distúrbios no sono; 5. Estresse noturno; 6. Suscetibilidade a alergias e a infecções; 7. Chora muito e parece ser inquieta com muita freqüência; 8. Dificuldades para aprender a andar de triciclo; 9. Dificuldade de adaptação nos primeiros anos escolares. A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já a partir do som da letra e da sílaba. É freqüente que crianças apresentem mais dificuldades na conquista de domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam submetê-las a exercícios chamados “andadores” e “voadores”. 15
  • 7. Esta prática de andadores é absolutamente inadequada comprovadamente por estudiosos, pois para aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, pois atrapalhar o desenvolvimento normal da criança dentro de seu aspecto natural. Assim as crianças que exercitam a marcha em “andador”, só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças, podendo acarretar em sérios problemas intelectuais também. A partir dos sete anos de idade a ocorrência de alguns fatores devem ser observadas: 1. Pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres; 2. ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros; 3. copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve; 4. a fluência da leitura é inadequada para idade; 5. inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever; 6. só faz leitura silenciosa; 7. só entende quando lê em voz alta; 8. sua letra é mal grafada ou até inelegível; 9. pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas; 10. esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas; 11. é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais; 12. ao contrário pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe; 13. tem grande imaginação e criatividade; 14. cerca de 80% dos disléxicos tem dificuldades em soletração e em leitura. Podemos inferir com Varella (2006, p.81) que: 16
  • 8. Hoje em dia o diagnóstico da dislexia, está associado a algumas alterações do cérebro, e precisa ser diferenciada de outros distúrbios. Dizer que um indivíduo é disléxico é deixar claro que ele não é deficiente mental, não tem transtorno de déficit de atenção, nem é portador de quadro emocional ou psicológico que identifica no aprendizado. A dislexia pode se apresentar em diferentes formas: • Disgrafia é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da linguagem escrita, especialmente da escrita cursiva. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita freqüência. • Discalculia é a dificuldade na linguagem matemática vista em diferentes níveis e complexas origens. • Deficiência de atenção é a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Deficiência de atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma linguagem corporal que caracteriza a hiperatividade ou, opostamente, a hipoatividade. • Hiperatividade refere-se a atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. • Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade psicomotora com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada “boazinha” que parece estar, sempre, no “mundo da lua”, “sonhando acordada”. Geralmente possui memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas. 17
  • 9. Embora os sintomas de dificuldade de leitura possam ocorrer já na pré- escola, a dislexia é diagnosticada antes do final desta ou no início da primeira série, já que a instrução formal da leitura geralmente não se inicia até este ponto na maioria dos contextos escolares. O transtorno fonológico do disléxico não é notado por ele no momento do erro, mas só depois que alguém chama a atenção para o problema, ou seja, o mesmo não é capaz de identificar um problema cometido por ele. A dislexia geralmente só é diagnosticada quando a criança começa a aprender a ler e a escrever. Devido ser o momento em que ficam perceptíveis as dificuldades apresentadas por aquele individuo. 18
  • 10. 4 - possíveis causas da dislexia Para Fonseca (1995, p.54), As dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais didáticos inovadores, além de freqüentemente contarem com muitos professores “derrotados” e “desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucessos. Na escola, a criança deve ser amada, pois só assim se poderá considerar útil. Para Strick e Smith (2001,p.67), As dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos. Esta área está dividida em três sub-áreas distintas: a dos fonemas, a da análise das palavras e a que reconhece palavras. Essas sub-áreas trabalham em conjunto permitindo a aprendizagem da leitura e da escrita. Souza (1996, p. 22) afirma que, As dificuldades de aprendizagem aparecem quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos. Neste aspecto, sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este tornar-se-á menos rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus sentimentos, interesses, limitações e necessidades. 4.1 diagnóstico e tratamento da dislexia Nico (2005, p.120) recomenda que, O diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista) não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, fatores coexistentes de importância para o tratamento. Além disso, o diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Ou seja, simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o 19
  • 11. objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e o repertório já adquirido.” Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação. Os pesquisadores atualmente acreditam que o quanto mais cedo tratar a dislexia, maior é a chance de corrigir as falhas nas conexões cerebrais das crianças. Destarte salientar que dislexia não é curada sem um tratamento adequado. Não se pode também achar que será superado com o tempo, pois ela não pode passar despercebida. Tem que ser feito a união de pais e professores integrando esforços para identificar o problema nos filhos ou alunos. Para melhorar a leitura de um disléxico exigi-se tempo e cuidado na hora da concentração, pois repetindo de maneira correta ele conseguirá assimilar melhor, repetição é o segredo para uma aprendizagem coerente nesses casos. Assim, simultaneamente a criança vai dominando o vocabulário, reconhecendo as palavras e então compreendendo o que foi lido. Caso contrário ela vai escutar ou até mesmo ler de maneira errada sem qualquer tipo de assimilação, que é o que geralmente ocorre. Com a leitura feita em voz alta por outra pessoa ou com as correções adequadas ela irá com o passar do tempo adquirir hábitos eficazes e uma velocidade para ler e compreender a leitura. Para Fernadez (1990, p.56), “quando o fracasso escolar se instala profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem intervir, ajudando através de indicações adequadas.” Dessa forma, observa-se que não só a criança disléxica que precisa de apoio e paciência na hora de aprender, e sim toda criança, pois ela estar em processo de desenvolvimento. 20
  • 12. 5- como identificar um disléxico? Com base em Calafange (2004 p.64): Um dos principais sintomas da dislexia é a leitura sem modulação, sobre o assunto, a autora descreve que a criança apresenta, leitura lenta sem modulação, sem ritmo e sem domínio da compreensão/interpretação do texto lido; confunde algumas letras; sérios erros ortográficos; apresenta dificuldades de memória; dificuldades no manuseio de dicionários e mapas; dificuldades de copiar do quadro ou dos livros; dificuldades de entender o tempo: passado presente e futuro; tendência a uma escrita descuidada, desordenada e às vezes incompreensível; não utilização de sinais de pontuação/acentuação gramaticais; inversões, omissões, reiterações e substituições de letras, palavras ou silabas na leitura e na escrita, problemas com sequenciações. Identificar a dislexia em um aluno, parte de algumas características comuns que são observadas e verificadas em alunos disléxico como: • A criança é inteligente e criativa, mas tem dificuldades em leitura, escrita e soletração. • É taxado pelos colegas de imaturo ou preguiçoso. • Obtém bons resultados em provas orais, mas não em avaliações escritas. • Se sente incapaz, sem auto-estima. • Vive viajando nos pensamentos. • Possui habilidades com relação a arte, música, teatro e esporte. • É desatento e hiperativo. • Fraco desenvolvimento da coordenação motora. • Falta de interesse pelos livros. • Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita. • Dificuldade em copiar de livros e lousa. • Atrasos na entrega de trabalhos escolares constantemente. • Dificuldades visuais. • Confusão entre direita e esquerda. • Vocabulário pobre. • Dificuldade na memória de curto prazo. 21
  • 13. No que se refere à identificação de alunos disléxicos, o professor exerce um papel importantíssimo, uma vez que ele é o profissional que mantém um contato direto com a criança dentro do enfoque de seu espaço para a aprendizagem. Se a criança apresenta características comuns de crianças disléxicas, é necessário avaliá-la em conjunto com os outros professores e o coordenador pedagógico e, se necessário, recomendar aos pais o encaminhamento a um especialista. Mas nem sempre esse procedimento é adotado, devido à carência da prática reflexiva por parte dos educadores e até mesmo dos pais que em maioria não querem aceitar que seus filhos tenham problemas, por receio de discriminação. Vale ressaltar que a escola para entender a diversidade dos grupos que a habitam, precisa compreender as especificidades da educação, sobretudo no que concerne a sua função social de promover o desenvolvimento e a transformação dos alunos, rumo ao aprimoramento do exercício da cidadania, no que se refere ao usufruto de seus direitos e deveres em sociedade (SMITH, 2001). Em destaque também para o ponto de que é a escola o espaço de aprendizagem, é nela que o individuo organiza idéias e trabalha diversos pontos de sua compreensão do mundo. Na verdade a escola além de suas metas gerais para todos os alunos precisa ter metas individuais para cada um deles, observando a capacidade para cada aluno, salientando que os mesmos são singulares. Esse movimento entre a coletividade e o indivíduo coloca para o coordenador pedagógico, líder na unidade escolar o desafio de articular ações com todos os grupos da escola, para que se promova uma real educação. Diante das dificuldades e da falta de conhecimento por parte dos profissionais que exercem a atividade de educar, nem sempre os conflitos em relação as diferenças na aprendizagem dos alunos são resolvidos, atitudes inadequadas são tomadas. 5.1- métodos para lidar com o aluno disléxico Segundo Estill (2005) “existem diversos sinais visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente alguns aspectos preditivos de dislexia”, entre eles: 22
  • 14. • Demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; • Dificuldades de expressão e compreensão; • Alterações persistentes na fala; • Copiar e escrever números e letras inadequadamente; • Dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano; • Dificuldades para organizar seqüências espaciais e temporais, ordenar as letras do alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos; • Pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes; • Dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo; • Severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária; • Dificuldade em participar de brincadeiras coletivas; • Pouco interesse em livros impressos e escutar histórias. • Demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral • Dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano; • Dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo; • Severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária; Assim, quando for identificado que o aluno for disléxico devem ser utilizados alguns métodos para lidar com esse tipo de aluno que são: 23
  • 15. • Não exclua o disléxico do ambiente da sala de aula; • Estimule o aluno a fazer todos os exercícios e parabenize-o sempre pelo esforço e pelos sucessos; • Pergunte se não ficou alguma dúvida na exposição da matéria; • Lembre-o de anotar datas de provas, tarefas e pesquisas; • Peça que ele tome nota de determinadas explicações ou dicas que não constem no texto; • Dê mais tempo durante as provas, lendo sempre o enunciado em voz alta e cerficando-se de que ele entendeu o que foi lido e pedido. Uma boa saída é fazer provas orais. 24
  • 16. 6- dislexia e fracasso escolar Tudo que envolve dificuldade de aprendizagem acaba por afetar diretamente no desenvolvimento escolar e deve ser trabalhado, pois a educação é um processo e não um resultado imediato, a mesma necessita de vários pontos para que possa atingir metas. A fundamentação para o sucesso escolar está na linguagem, objeto esse necessário para um melhor desempenho da atividade educacional promissora, pois a mesma funciona na sociedade como elo entre os povos. Como a criança disléxica aprende de maneira diferente é necessário segundo Martins (2004 p.36), “entende que o modo como a criança articula a linguagem é fundamental para o sucesso da mesma na escola.” Os disléxicos, em geral, sofrem também de discalculia, dificuldade de calcular, porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões. Assim, se não compreendem o que leram não tem como responder o que se pede. As causas da dislexia resultam de estudos comparativos entre disléxico e bons leitores. Podemos indicar os seguintes: 1- Hipóteses de déficit perceptivo; 2- Hipóteses de déficit fonológico; 3- Hipóteses de déficit na memória. Desse modo são considerados sintomas da dislexia relativos à leitura e escrita os seguintes erros: 1. Erros por confusões na proximidade espacial - confusão de letras simétricas - confusão por rotação - inversão de sílabas. 2. Confusões por proximidade articulatória e seqüelas de distúrbios de fala - confusões por proximidade articulatória - omissões de grafemas - omissões de sílabas. As características lingüísticas envolvendo as habilidades de leitura e escrita mais marcantes das crianças disléxicas são: 25
  • 17. 1 – A acumulação e persistência de seus erros na soletração ao ler e de ortografia ao escrever; 2 - Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a – o, o – 0, e – c, f – t, h – n, i – j, m – n, v – u, e etc; 3 - Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e cujos sons são acusticamente próximos: d – t, j – x, e – g, m – b; 4 - Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me – em, sol – los, som – mos, sal – lãs, pal – pla. Pais, professores e educadores devem estar atentos a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita. Quando os professores se deparam com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que leram, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. Em geral, a história pessoal de um disléxico traz traços comuns, como o atraso na aquisição de linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominação lateral. O histórico de dificuldades na família e na escola poderá ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas. Para Fernadez (1990, p.48): “ Quando o fracasso escolar se instala, profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem intervir, ajudando através de indicações adequadas”. Assim, neste contexto é importante salientar que não é somente a escola a responsável pelo desenvolvimento do processo ensino aprendizagem do aluno, e sim um conjunto de pessoas e fatores que devem caminhar correlacionado para que então se tenha produtividade. 26
  • 18. 7- a dislexia e a intervenção psicolingüística A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê. Segundo Fonseca (1995, p. 35), A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. A mesma está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações. Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema. Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões. É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade. Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística. Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva. 27 A aprendizagem é uma função do cérebro. A aprendizagem satisfatória se dá quando determinadas condições de integridade estão presentes, tais como: funções do sistema nervoso periférico, funções do sistema nervoso central, sendo que os fatores psicológicos também são essenciais.
  • 19. Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita. Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral. Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas. No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo. As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio. As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como "b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo. Com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a criança a ter algum distúrbio de letras. Segundo Souza (1996, p.94), ele coloca que também existem outros fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso acadêmico que: Divide em três variáveis interligadas, denominadas de ambiental, psicológica e metodológica. O contexto ambiental engloba fatores relativos ao nível sócio-econômico e suas relações com ocupação dos pais, número de filhos, escolaridade dos pais, etc. Esse contexto é o mais amplo em que vive o indivíduo. O contexto psicológico refere-se aos fatores envolvidos na organização familiar, ordem de nascimento dos filhos, nível de expectativa, etc, e as relações desses fatores são respostas como ansiedade, agressão, auto-estima, atitudes de desatenção, isolamento, não concentração. O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significado, com o fator professor e com o processo de avaliação em suas várias acepções e modalidades. 28
  • 20. 8- como podem os pais ajudar na reeducação? A criança não está indo bem na escola, ela reconhece isso e não sabe o que fazer para melhorar seu desempenho e superar as dificuldades. Os pais devem descobrir tudo sobre o desempenho de seu filho e buscar os melhores caminhos para ele, procurando uma ajuda profissional adequada para ajudá-lo. Pai e mãe devem estar unidos nessa tarefa, pois é dos dois a responsabilidade educar com qualidade os filhos. Neste sentido, Libâneo ressalta que: Educação é o conjunto de ações, processos, Influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais” (LIBÂNEO, 2000, p. 22). Partindo desse contexto entende-se que para estreitar os laços entre escola e a família é importante fazer um estudo do contexto familiar na relação com o contexto escolar, voltando-se para como os pais vêem seu papel no processo de escolarização dos seus filhos assim será possível analisar a situação atual dos pais e suas dificuldades em acompanhar o processo escolar dos filhos, assim como a sua postura em relação à escola. Os pais podem ajudar seus filhos a superarem desapontamentos, que porventura venham a ocorrer, como no caso de serem taxados de bobo ou preguiçoso, podendo gerar frustrações na escola. Prado ( 1981, pág.13 ) afirma que a família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis , dos usos e dos costumes. Acredita-se que o gosto de ler e a aquisição de hábitos de leitura, por parte das crianças, é resultado de uma educação com início nos primeiros anos de vida, dentro do seu ambiente familiar e a promoção do gosto pela leitura e a aquisição de hábitos de leitura é um processo contínuo, que começa na família e que deve ser reforçado assim que a criança faz a sua entrada na educação pré-escolar e ao longo de toda a sua escolaridade, e essa parceria entre escola e família pode e muito favorecer esse processo. A criança disléxica depende muita atenção, mas cuidado para não dar mais atenção a ela do que aos outros membros da família, nunca tente comprar a 29
  • 21. criança, trocando favores por dinheiro ou objetos do qual ela goste, no caso por exemplo de: meu filho faça sua lição de casa que lhe dou chocolate. A criança deve ter consciência de sua responsabilidade e deve entender que ela precisa cumprir suas obrigações acima de tudo. Os comportamentos como este, podem tornar os pais neuróticos ou super protetores, o que é um perigo. Os pais devem fazer leitura para os filhos , muitos disléxicos não compreendem quando estão lendo e é quando você deve agir. Existem vídeos-aula que podem ser de grande ajuda no aprendizado do disléxico. Elogie, motive, informe, estimule a autoconfiança de seu filho, os pais têm um grande papel para com a educação dos filhos, e a auto-estima é importante para que o processo ensino-aprendizagem seja proferido com eficácia. Ajudar os filhos nas atividades diárias, pode também gerar avanços em sua aprendizagem, pois acompanhamento é essencial para um bom desenvolvimento. 30
  • 22. 9 conclusão Após a discussão traçada verifica-se que os casos de dislexia estão cada vez mais presentes na sociedade o que acarreta em maiores cuidados tanto para os educadores quanto também para os pais, que de algum modo estão diretamente ligados aos processos de ensino aprendizagem. Atualmente são comuns casos de dislexia e os pais muitas vezes deixam apenas para a escola a responsabilidade de avaliar se o filho sofre ou não de algum distúrbio na aprendizagem. Se há suspeita que a criança é disléxica, mas a escola na qual ela estuda não possui métodos eficientes para avaliar e não tem especialista que ajudam alunos disléxicos, deve-se procurar outro profissional qualificado. Um bom programa deve ter objetivo e metas traçadas para poder realmente auxiliar a criança em seu desenvolvimento e para que ela possa lhe dar da melhor forma possível com o problema que ela possui, obtendo sucesso e eficácia em sua vida profissional. Por qualquer ângulo que se analise ter-se-á a necessidade de dedicar atenção para que a dislexia e a gagueira sejam superadas, e até outros distúrbios que afetem a aprendizagem, portanto, mostre paciência com o aluno ou filho com dificuldades na sua aprendizagem escolar e cotidiana, não deixe que a ela sofra de baixo-estima e nem sofra qualquer humilhação. Incentivar a buscar novas atividades interesses, tais como esporte ou música, atividades essas que podem ser de grande ajuda no desenvolvimento desta criança, sempre o recompense quando progredir nos estudos, a pessoa que possui esses problemas gosta de ser elogiado assim como qualquer outro individuo. Assim, acredita-se que a luta inicial de dislexia e portadores de qualquer dificuldade na aprendizagem para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade para lidar melhor com seus problemas, e se sobressair profissionalmente, pois o sucesso dependerá da sua coragem de vencer obstáculo. 31
  • 23. 10.BIBLIOGRAFIA DROUET, E.D. A criança de 0 a 6 anos e a educação infantil: Um retrato multifacetado. Canoas: Ed. ULBRA, 2001. FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: Abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. FONSECA, V. Introdução as dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. LIBÂNEO, José C. Pedagogia e Pedagogos: para quê ? São Paulo. Cortez, 2000, 200 p. BBE. PRADO, Danda. O que é família. São Paulo, Brasil. Editora Brasiliense, 1981 OLIVIER, L.B. A criança com dificuldades de aprendizagem. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004. SANCHEZ, P. A. A Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Revista da Educação Especial, número 01, Brasília, 2005. SERRANO, A. B. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. SOUZA, E. M. Problemas de aprendizagem – Crianças de 8 a 11 anos. Bauru: EDUSC, 1996. STRICK, C.; SMITH, L. Dificuldades de aprendizagem de A a Z – Um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: ARTMED, 2001. VARELLA. Antônio. A integração das pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 2000. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 32
  • 25. ANEXO I COMO IDENTIFICAR E TRATAR A DISLEXIA Um dos distúrbios de aprendizagem, a dislexia é específica da linguagem e seu diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar Maria Angela Nico A dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É específico da linguagem e se caracteriza pela dificuldade de decodificar palavras simples, dificuldade esta não esperada em relação à idade. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem. A dislexia se apresenta em várias formas de linguagem, freqüentemente incluídos problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever e soletrar. Sabe-se que é um distúrbio genético e hereditário, mas não se sabe ao certo as causas da dislexia. Pesquisas nesse sentido estão sendo realizadas nas áreas biológicas, lingüísticas, neurológicas, auditivas e visuais. São dezenas os sintomas que caracterizam o distúrbio. Na fase pré-escolar, sinais como pouca atenção, atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade de aprender rimas e canções, fraco desenvolvimento da coordenação motora são alguns dos indicativos de que a criança pode ser disléxica. Na idade escolar, adicionam-se dificuldade na coordenação motora para desenhos, pintura, ginástica e dança, confusão entre esquerda e direita, desorganização (por exemplo, constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares) e dificuldade na leitura, matemática, desenho geométrico, entre outros. Quem é disléxico, até na idade adulta sofre para soletrar palavras e tem a memória imediata prejudicada. Para tratar a dislexia, é fundamental um diagnóstico multidisciplinar feito por uma equipe de psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e se necessário outros profissionais para se determinar – ou eliminar – fatores, em todas as áreas que possam estar comprometendo o processo de aprendizagem. Informações como: o desenvolvimento da criança, histórico familiar, desempenho escolar, métodos de ensino e repertório adquirido também são de muita importância. A constatação de que uma criança é disléxica, principalmente no grau mais severo, provoca ansiedade tanto na família, quanto na escola e nos profissionais de 34
  • 26. reeducação, sabedores que são das limitações que existem na colaboração familiar e das difíceis adequações escolares. Em relação à criança, definir a causa de suas dificuldades provoca mais sensação de alívio do que angústia, pois, pelo menos, não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira, etc. O profissional mais adequado para trabalhar com o disléxico é o fonoaudiólogo, pois sua principal dificuldade é fazer a relação letra e som. Mas dependendo do grau da dislexia (leve, média ou severa) e do tipo (visual, auditiva ou mista), um psicopedagogo também poderá acompanhá-lo. Os adolescentes e adultos disléxicos normalmente têm a auto-estima muito rebaixada e necessitam de acompanhamento psicológico. O tratamento é longo, cumulativo e sistemático. Maria Angela Nico é fonoaudióloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), psicopedagoga clínica, coordenadora técnica e científica da Associação Brasileira de Dislexia e especialista em diagnóstico e tratamento de disléxicos 35
  • 27. ANEXO II Entrevista: conversando sobre a dislexia Outras entrevistas Entrevistado: Vicente Martins Cearense de Iguatu, tem 46 anos de idade. Mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pós-graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor há catorze anos dos cursos de Letras e Psicopedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral, Ceará. Articulista de jornais e revistas educacionais no país. Dedica-se, entusiasticamente, aos estudos de dificuldades de aprendizagem relacionadas com a leitura (dislexia), escrita (disgrafia) e ortografia (disortografia). Entrevistadora: Simaia Sampaio 1. Professor Vicente, o que é dislexia? VM – Dislexia é uma dificuldade específica na aprendizagem da leitura com repercussão, muitas vezes, na ortografia (disortografia). Os disléxicos, sem consciência fonológica, apresentam dificuldade de fazer o reconhecimento da palavra escrita, ou seja, não conseguem transformar as letras em sons da fala (fonemas da língua como vogais, semivogais e consoantes) 2. Atualmente, parece existir uma epidemia de disléxicos. Qualquer dificuldade de leitura já se suspeita de dislexia por parte de alguns professores. Como o senhor vê estes diagnósticos informais? VM – Mais do que epidemia, a dislexia, da forma como está divulgada e banalizada, é uma praga, uma verdadeira pandemia. Todos nós seríamos disléxicos. Nem epidemia nem pandemia. A dislexia passou a ser foco de preocupação de pais, educadores e psicopedagogos porque a aprendizagem passou a ser o centro de atenção da educação escolar. Antes, a atenção era voltada para o ensino, portanto, para o professor. Agora, para a aprendizagem, sendo assim, foca o aluno, o educando. Os diagnósticos informais são válidos 36
  • 28. desde que venha de pais, responsáveis e educadores diretamente envolvidos com os alunos. A partir, deve o educando, sob o risco, ser encaminhado a um profissional de psicopedagogia especialista em dislexia. 3. Uma criança com transtorno não verbal pode ser confundida com uma criança dislexia. Qual a diferença? VM – No campo da educação escolar, não falamos em transtorno em se tratando das competências e habilidades lingüísticas. Reservamos o tempo para o pessoal da saúde como neurologistas ou psicólogos clínicos. A dislexia é uma dificuldade específica na linguagem escrita, portanto, um “transtorno verbal”. Um surdo-mudo, por exemplo, com linguagem não-verbal, não terá, jamais, dislexia. 4. Em que proporção encontramos crianças disléxicas confundidas com crianças preguiçosas e distraídas por pais ou professores? VM – Os dados internacionais (confirmados por mim, no Brasil), apontam que numa sala de 40 alunos, entre 4 a 5 alunos ou mais, apresentam dificuldades de aprendizagem. Essas crianças com DA, em grande parte, são crianças com dificuldades leitoras ou escritoras. Por isso, o sinônimo de DA praticamente é o de dislexia, disgrafia ou disortografia. Como a escola, como disse, antes, focaliza nos anos 90, do século passado e nos primeiros anos do século XXI, a questão da aprendizagem, as crianças que têm concentração em ou a atenção aos estudos passam a preocupar a todos. As crianças com hiperatividade, chamada também dislexia maior, ao contrário das disléxicas, são as que, em geral, são rotuladas de preguiçosas ou distraídas. Os rótulos colaboram na discriminação das crianças perante os demais coleguinhas da mesma idade e fazem com o que os educadores simplifiquem o problema e o transfira para outros profissionais (saúde, como fonoaudiólogos, terapeutas). 5. Alguns profissionais afirmam que a dislexia tem cura outros acreditam que não. Qual a sua opinião? VM – Existem dois tipos básicos de dislexia. A desenvolvimental ou verdadeira, aquela em que a criança nasce com ela, herança genética dos pais. É uma 37
  • 29. síndrome e não desaparece ao longo dos anos. Existe a dislexia pedagógica, aquela diretamente relacionada com os métodos de ensino em leitura (fônico, global etc). O método global, de grande vitalidade no Brasil, é um dos responsáveis pelo fracasso na alfabetização em leitura. A criança diante do texto inédito, no método global, apresentará dificuldades de soletração e compreensão leitora. 6. Quais as especialidades mais indicadas para diagnosticar e tratar a dislexia? VM – O ideal é que o diagnóstico da dislexia seja multiprofissional. Especialidades como médicos neurologistas, pediatras, psicólogos clínicos ou educacionais, lingüistas clínicos ou psicolingüistas e psicopedagogos, clínicos ou institucionais participem da descrição, explicação, intervenção e prevenção da dislexia. 7. Quando um professor suspeita de dislexia ele deve comunicar sua suspeita à família ou apenas indicar um profissional para que este avalie? VM – Quando se fala em suspeita de dislexia, na verdade, estamos em falando em criança em risco de dislexia. A dislexia, se não diagnosticada e levada em conta pela família e escola, pode levar o aluno ao fracasso escolar, pela via do abandono dos estudos e reprovação anual. Os pais devem ser informados das dificuldades dos alunos. E os alunos, por sua vez, devem ser orientados sobre o problema para que todos: pais, alunos e escola se envolvam em atividades de intervenção psicopedagógica para que os alunos com esse tipo de dificuldade possam superar a dificuldade (dislexia pedagógica) ou compensar seus déficits de aprendizagem lectoescrita (dislexia desenvolvimental)> 8. De que maneira os pais podem ajudar um filho disléxico? VM – A família é principal suporte dos disléxicos. Quando temos notícia de uma superação de dislexia por parte de famosos, quase sempre, a mãe tem sido a verdadeira mestra no acompanhamento pedagógico e psicopedagógico. Ela é que tem a iniciativa de procurar os melhores profissionais para dar atenção 38
  • 30. especial aos seus filhos disléxicos. Os disléxicos observam também que são os pais os mais tolerantes com relação à sua dificuldade. São eles, os pais, que encorajam os disléxicos e os ajudam a construção de sua emancipação como leitor e cidadão no mundo povoado de incertezas, inquietações, dúvidas e diferenças de todas as ordens. 9. E de que maneira um professor poderá ajudar um aluno disléxico em sala de aula? VM - Ao professor, cabe a tarefa de aprofundar os estudos sobre dislexia. A formação acadêmica é muito importante. Por exemplo, hoje, é consenso que a principal causa ou fator para o surgimento e persistência da dislexia é a falta de consciência fonológica. Se isso é verdade – e é, realmente – cabe ao professor montar atividades formais, para em treinamento, ajudar seu aluno a superar as dificuldades leitoras. A leitura é base para todas as demais disciplinas do currículo escolar. 10. A dislexia é um caso de inclusão? Por quê? VM - Nas chamadas escolas inclusivas, a dislexia é uma necessidade educacional especial. Portanto, os disléxicos são especiais e, como tal, devem ser incluídos nas escolas. Há um determinante legal, nacional e internacional (Carta de Salamanca, por exemplo) que asseguram as crianças com DA um atendimento especial por parte da escola. No Brasil, a LDB e uma farta legislação educacional, emanada do Conselho Nacional de Educação, através de pareceres e resoluções, indicam a dislexia como uma dificuldade muito específica de crianças e que, portanto, pelo menos, em nível, de poder público, deve receber atenção por parte dos governos federal, estadual e municipal. 11. Em sua opinião, a avaliação escolar de uma criança com dislexia deve ser diferenciada ou igual aos demais? Por quê? VM – Como especial, a criança disléxica deve receber uma atenção especial por parte da escola, a começar pela avaliação escolar. A escola tem insistido muito, seja para normais ou especiais, na avaliação somativa, em que valoriza aspectos 39
  • 31. quantitativos da criança, em geral, relacionadas com sua memória, como cobrança de dados, informações etc. O ideal, para os disléxicos, é que a avaliação seja formativa, valorize, pois, aspectos qualitativos da criança, a que chamaríamos avaliação formativa. Na avaliação formativa, o importante é que a criança disléxica aprenda, mesmo que tenha que ter mais tempo na hora da avaliação. Se apresenta dificuldade crescente em escrever, temendo os erros, em determinado momento pode ser incentivado a responder oralmente as perguntas de uma verificação de rendimento. Ela faz tudo que os demais fazem na escola. A diferença é que a escola respeita seu ritmo e limitações de aprendizagem em leitura, escrita (planejar, produzir idéias, revisar texto, por exemplo) e ortografia. Publicado em 20/12/2007 40