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Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 4
São Paulo nº 07 P. 32	 Março, 2012R. Iniciação Científica
5
Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo
Aline Gonzalez. Antonio Clerton Vieira da Silva.Everalda Pereira da Silva.
Gabriela Trindade Resende.Ilda Ferreira da Silva. Maria dos Anjos Alves de Sousa
	
	
	 Trata-se de uma pesquisa qualitativa explicativa, que
utiliza autores como Boeger (2009), o qual disserta sobre o
empreendimento hospitalar e suas interfaces com a gastronomia
e nutrição e os serviços de infra-estrutura hoteleiros.
	 A pesquisa apresenta os dados coletados no Hospital
Sabará no período de fevereiro a maio de 2011, de forma a
contribuir com reflexões sobre as áreas de gastronomia e nutrição
hospitalar e verificar de que forma essas práticas empreendidas
colaboram para o aprimoramento contínuo da assistência
nutricional.
							
							
							
							
							
							
							
							
							
							
							
						
A
alimentação tem fundamental
papelno auxilio àrecuperação
de pessoas hospitalizadas a
deficiência de qualquer alimento pode
interferir no crescimento edesenvolvimento
e na manutenção da saúde.
	 Os hospitais que buscam qualidade
em alimentação e atendimento ao cliente
aliam a Dietoterapia1
à Gastronomia - essa
combinação, acrescida da satisfação da
clientela, hoje é chamada de Gastronomia
Hospitalar.
	 Nesse sentido, a hospitalidade
hospitalar também pode ser entendida
como a humanização do atendimento do
cliente de saúde, configurando-se como
um relacionamento de hospitalidade
social. 	
Desse modo, a Hotelaria Hospitalar
concilia a área de nutrição do Hospital,
1 Dieta terapêutica. Palavra de origem grega que significa
alimentar-se bem, ou seja comer de tudo na quantidade
certa, de acordo com nutriente necessários.	
Resumo
	
	 A Hotelaria Hospitalar é um
segmento que tem por objetivo
aumentar o conforto de pacientes
e seus familiares, humanizando o
atendimento prestado no hospital. 	
O presente trabalho apresentará
conceitos sobre a nutrição hospitalar,
que antigamente era associada à
alimentação, dietética e saúde, sendo
descrita como recurso terapêutico.
	 O estudo também apresentará uma
reflexão sobre a gastronomia hospitalar,
prática associada à hospitalidade e à
alimentação, que procura satisfazer
aspectos emocionais, psicológicos
e motivacionais dos indivíduos. 	
Nesse sentido, a pesquisa tem por
objetivo dialogar sobre os conflitos
instaurados entre as áreas de Nutrição
e Gastronomia Hospitalar no Hospital
Sabará, objeto de estudo da pesquisa.
Palavras - Chave
Hotelaria Hospitalar. Hospitalidade. Nutrição.
Gastronomia. Hospital Sabará
Orientadora: Professora Ms. Gabriela Arantes Ferreira Sales
HOTELARIA HOSPITALAR: UMA VISÃO
GASTRONÔMICA SOBRE A NUTRIÇÃO HOSPITALAR.
UM ESTUDO SOBRE O HOSPITAL INFANTIL SABARÁ.
Metodologia
Científica
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com a Gastronomia, para que os pratos sejam
melhor aceitos pelos pacientes, humanizando
o atendimento prestado, sem deixar que os
nutrientes necessários pela refeição sejam
colocados de lado.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa
descritiva, que utiliza o autor Marcelo Boeger
(2009), que disserta sobre o empreendimento
hospitalar e suas interfaces com os serviços e
infra-estrutura hoteleiros.
	 Durante a pesquisa de campo,
foram aplicados instrumentos de pesquisa
estruturados com perguntas abertas aos
dirigentes e pacientes do Hospital Infantil
Sabará, objeto de estudo do trabalho.
Apesquisaapresentaosdadoscoletados
no Hospital no período de fevereiro a maio
de2011deformaacontribuircomreflexões
sobre as áreas de gastronomia e nutrição
hospitalar e verificar de que forma essas
práticas empreendidas colaboram para o
aprimoramento contínuo da assistência
nutricional.
Hospitalidade e
Hotelaria Hospitalar
	 Segundo Montandon (2011), a
hospitalidade “é uma noção que parece ser
simples mas, pelo contrário, é uma das mais
complexas, das mais ricas e aparentemente
das mais contraditórias’’. 	
	 A formulação de uma definição ou
de um conceito, seja ele qual for, sempre
envolve longas discussões. Não poderia
ser diferente ao se tratar da hospitalidade,
que na contribuição de Cruz (2002),
“envolveumamploconjuntodeestruturas,
serviços e atitudes que, intrinsecamente
relacionados, proporcionam bem estar
ao hóspede”. Explorar a abrangência e a
profundidade desse tema, que permeia o
objetodeváriasciências,éaindaum desafio
a ser empreendido pelos estudiosos do
assunto.
	 Gotman(2009) salienta a dimensão da
hospitalidade como espaço disponibilizado
para o outro, passando a ser elemento
constitutivo desse novo contexto.Aautora
afirma, ainda, que a hospitalidade pode ser
definida como uma ação de mutualidade,
que permite aos indivíduos e às famílias
de lugares diferentes constituírem-se
em sociedade, provendo alojamento e
prestando serviços (Gotman, 2009, p.144).
Segundo Gotman (2009), a hospitalidade
nada mais é do que receber e acolher
pessoas recém chegadas independente de
sua origem ou nacionalidade, integrando-a
à comunidade, fazendo com que ela se
sinta bem e à vontade como se estivesse
em seu próprio lar.
O acolhimento é um ato voluntário
que introduz um recém-chegado, ou um
estranho, em uma comunidade ou em um
território, que o transforma em integrante
destacomunidadeouemhabitantelegítimo
deste território e que, a esse título, o
autorizaabeneficiar-sedetodas,oupartes,
das prerrogativas que se relacionam com
o seu novo status, provisório ou definitivo
(Gouirand apud Castelli, 2006, p.180). 	
Segundo Gouirand (apud Castelli, 2006)
o acolhimento e hospitalidade são coisas
distintas, porém se completam, sendo
importante mantê-las lado a lado para
uma boa recepção e permitindo ao recém-
chegado desfrutar de tudo que lhe possa
ser oferecido.
Nesse sentido, a hospitalidade tratada
por Gotman (2009) e Montandon (2011)
estaria estreitamente ligada às dimensões
da saúde hospitalar. Segundo Boeger
(2009) as quatro dimensões da saúde, e
doshospitais,emumainstituiçãodesaúde
possuem características de hospitalidade
comercial e social.
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Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
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Para compreender essa dinâmica é
preciso, necessariamente, conhecer cada uma
individualmente, pois em alguns momentos
elas se fundem, tornando-se área híbrida.
Nesse sentido, Boeger (2009) define a
hotelaria hospitalar como “a reunião de todos
os serviços de apoio, que, associados aos
serviços específicos, oferecem aos clientes
conforto, segurança e bem-estar durante seu
período de internação” (BOEGER, 2009, p.30,
31).
O departamento de hotelaria tem inúmeras
vantagens sobre serviços descentralizados,
além de permitir um processo contínuo
e formal de gerenciamento do fluxo de
informações necessárias para a gestão das
diferentes áreas de apoio; poderá, também,
possibilitar a eliminação ou minimização da
redundância de atividades e controle de dados
einformações;estabeleceráreasresponsáveis
por gerar, acessar, controlar e armazenar as
informações; transformar as informações
departamentais em informações de uso
corporativo; e, por último, poderá garantir
a segurança e consistência dos dados e das
informações, para correta tomada de decisões
(BOEGER, 2009, p.30,31).
	 Nesse sentido, a hospitalidade
hospitalar também pode ser compreendida
como a humanização do atendimento ao cliente
(pacientes, acompanhantes e familiares) por
todo o corpo de profissionais da instituição,
configurando-se como um relacionamento
“além do contato” entre “cuidado” e
paciente.
	 A hospitalidade hospitalar mescla,
portanto, ações de humanização e
de hospitalidade social com ações
mercadológicas típicas da hospitalidade
comercial.
A figura abaixo representa a interligação
entre a administração dos serviços
hospitalares e a humanização dos
processos.
							
							
							
							
							
							
							
							
						
	
	
	 Segundo Boeger (2009), a gestão
hospitalar preocupa-se com a estratégia,
padronização e qualidade dos serviços
oferecidos, para que um hospital seja
associado à saúde e não à doença.
Demonstraraimportânciadesepreocupar
com um diferencial competitivo é saber
gerenciar e diferenciar o atendimento.	
Gastronomia Hospitalar
	 Apalavragastronomiaestárelacionadaà
artedopreparodasiguarias,tornando-as mais
digestivas, dessa forma tendo mais prazer
ao fazer a refeição. Em gastronomia, tanto
quem cozinha quanto quem come devem
saber combinar tradição com criação.
Para Leal (1998), a arte de cozinhar
é proporcionar o máximo de prazer a
quem come. Segundo a autora, “não
comemos apenas para saciar a fome, mas,
principalmente, para ter prazer”(LEAL,
1998). A tradição que está no saber do
povo é ligada à terra e à exploração dos
produtos da região e das estações. A
criação está relacionada à invenção, à
renovação e às experimentações (LEAL,
hospitalidade
hospitalar
1 2
1- hospitalidade e humanizaçao
relacionamento de toda a equipe do
hospital com o cliente.
2 - admininstraçao dos serviços de apoio
gestão dos serviços e contratos do
departamento de hotelaria hospitalar.
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desenvolvimento orgânico normal e
produção de energia”. É um processo
involuntário e inconsciente e uma das
propriedades fundamentais dos seres
vivos (Secretaria de Estado de Saúde,
2011).
A “Nutrição” também é considerada
ciência que estuda a composição dos
diversos alimentos e as necessidades
nutricionais de cada indivíduo:
A nutrição é a ciência que estuda
a composição dos alimentos e as
necessidades nutricionais do indivíduo,
em diferentes estados de saúde e
doenças. (Secretaria de Estado de
Saúde, 2011)
A nutrição representa o saber de
técnicas relacionadas à saúde e ao
bem estar e a Gastronomia representa
o cenário que se constrói, a partir do
prazer em comer e saciar os desejos.
Com a junção “Nutrição e Gastronomia”
torna-se possível aplicar a dioterapia que
melhor corresponde a cada paciente.
Segundo Poulain e Saint – Sevin
(1990),a alimentação hospitalar encerra
também o sentido de satisfazer aspectos
emocionais, psicológicos e motivacionais
dos indivíduos, fazendo com que essa
experiência se torne positivos ou não,
em função de como ela se desenvolve. A
sua importância é tão significativa, que
muitas vezes ela é capaz de manter ou
não a fidelização da clientela.
Além das funções nutricionais e
higiênicas, a alimentação hospitalar
deve apresentar outras funções - a
função hedônica e a função social, ou
seja, o alimento deve propiciar prazer
e situar o ser humano no seu espaço
social (Poulain e Saint – Sevin, 1990).
Um prato nutritivo e de apresentação
primorosa, que excite os sentidos, é mais
do que uma exigência quando quem vai
apreciá-loéumconvalescenteemhospital.
Além do constante esforço em tornar
forma e conteúdo cada vez mais atraentes,
a dieta hospitalar para a recuperação da
saúde tem outra particularidade. Uma
mesma receita pode variar na quantidade
de ingredientes essenciais de tempero –
como sal e óleo – e de consistência.
Os desafios da gastronomia nas dietas
hospitalares são identificados segundo
Jorge (2003) em diferentes aspectos
que vão desde a identificação precisa
de necessidades e expectativas dos
clientes, até a tradução mais fidedigna em
produtos saudáveis, nutritivos, atrativos
e principalmente que colaborem para a
manutenção e recuperação do estado
nutricional.
A ferramenta usada pelo nutricionista
para a recuperação dos pacientes é a
dietoterapia (tratamento feito por meio
dos alimentos).
Ainda é necessário resgatar a associação
do prazer ao consumo de alimentos,
mesmo que estes façam parte de
dietas restritas e controladas o cliente
assume olhares diferenciados sobre a
assistência nutricional e,com informações e
expectativascrescentes,torna-seumcrítico
agente de mudança de seu tratamento. O
nutricionista, como ator desse cenário,
não pode mais assistir passivamente às
solicitações diversificadas, devendo agir
com ciência, saber e criatividade para unir
objetivos dietéticos, clínicos e sensoriais.
(Jorge, 2003).
Adieta hospitalar do paciente é prescrita
pelomédico.Para cadaenfermidadeexiste
uma prescrição dietoterápica especifica,
cabe ao nutricionista fazer a seleção dos
alimentos que comporão o cardápio.
Resultados da pesquisa:
Hospital Infantil Sabará
O Hospital Infantil Sabará, objeto de
9
Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
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estudo da pesquisa, surgiu no início da
década de 60, quando um grupo de nove
pediatras idealizaram o Pronto Socorro
Infantil Sabará. Em abril de 1962, o serviço
foi inaugurado em um casarão antigo,
com 12 quartos, uma enfermaria e três
consultórios, no bairro de Higienópolis, na
esquina das Ruas Alagoas e Sabará. Uma
dasprimeiras,emaisimportantesmedidas
tomadas pelo grupo, foi a discussão e o
estabelecimento de uma padronização de
condutas no atendimento médico, para
uniformizar o padrão de atenção a ser
dado ao paciente.
Em março de 1972, o Sabará passou
a operar em sede própria, com cinco
pavimentos, à Rua Dona Antonia de
Queirós, a apenas cem metros do
endereço original. Modernos equipamentos
demonitorização cardiopulmonar edeventilação
pulmonarmecânica,equipemédicaconceituada
e comprovada experiência pediátrica, apoio
constante dos mais renomados especialistas
pediátricos, formação e treinamento de uma
equipe de enfermagem e de fisioterapia,
fizeram desta UTI uma das pioneiras no
meio pediátrico brasileiro.
O corpo de nutricionistas do Sabará
é altamente qualificado e experiente em
pediatria e em dieta de adolescentes.
As instalações do hospital contam com
brinquedos, personagens interativos,
salas de jogos, área verde e ao ar livre
com brinquedos em formato de animais.
Os ambientes possuem iluminação e
ventilação natural.
Fundamentados na comprovada teoria
de que o ambiente interfere no tempo de
internação e recuperação do paciente,
o hospital é decorado e colorido com
elementos artísticos e didáticos para que
a criança se identifique com o espaço e
esqueça que está em um hospital. Cada
andar é decorado com um tema inspirado
em regiões do mundo e cores distintas
que servem como referência. A idéia é
que as crianças possam ler histórias nos
inúmeros painéis espalhados pelo andar.
	 O Hospital Infantil Sabará possui
capacidade para atender mais de 160 mil
crianças e adolescentes por ano somente
no novo Pronto Socorro. A unidade
de terapia intensiva, com janelas que
aproveitam iluminação natural, ganhou
sistema de monitoramento externo feito
pela equipe de enfermagem, que permite
portas fechadas, garantindo privacidade
e segurança aos pacientes. É possível
realizar 10 mil cirurgias por ano. Há um
andar exclusivamente para a realização
dessas intervenções com sete salas
equipadas com tecnologia de ponta.
	 Os adolescentes têm um andar
exclusivo. Como nem todos se sentem
à vontade no ambiente dos pequenos,
o hospital fez algo especial para esses
jovens, com espaço com videogames e
computador.
O Hospital passa pelo processo de
certificação,paraobteroSelodeQualidade
da JCI – (especialidade em hospitais). No
departamento de Nutrição, o atendimento é
realizado pela nutricionista chefe, Adriane
Alves. Verificou-se que o departamento
trabalha com cinco nutricionistas, que
trabalham revezadamente nos horários
entre 10 e 22 horas, além de quatro
lactantes, que se revezam no horário da
manhã, tarde e no período noturno.
SegundoachefedenutriçãoAlineAlves,o
hospital está em processo de treinamento
de novos funcionários para o setor de
Nutrição e periodicamente acontecem
treinamentos para as cozinheiras, além da
integração geral e específica.
	 Questionadas sobre a falta
de profissionais especializados em
gastronomia na cozinha do Hospital, as
Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 10
nutricionistas responderam afirmando
que um departamento ou um serviço de
Gastronomia seria de grande utilidade
para a finalização do cardápio do
hospital. Nesse sentido, explicaram que a
área de Nutrição já tem um projeto para
implantação da área.
	 Luzanira Aquino da Silva trabalha
há nove anos no Sabará, começou como
auxiliar de cozinha e passou para o cargo
de cozinheira há quatro anos. Ela comenta
sobre a importância de um profissional
de gastronomia no hospital para
complementar o trabalho desenvolvido
junto ao departamento de nutrição.
	 Perguntou-se, também, para a
nutricionista-chefe a diferença da dieta de
uma criança para a de um adolescente. “A
dieta é prescrita pelo médico. O cardápio
do adolescente geralmente é adaptado
ao que ele gosta de comer e o da criança
é adaptado através da necessidade
médica”.
	 O cardápio é adaptado de uma
forma para que nem a criança e nem o
adolescente percebam que existe uma
mudança de sabor nas alimentações.
Nesse sentido, as cozinheiras, orientadas
pelas nutricionistas, preocupam-se em
deixar o prato com aspecto e gosto de
“comida caseira”.
	 Os pratos, em que são servidas
as refeições das crianças, são coloridos
com desenhos infantis, para que a
criança sinta-se atraída pela alimentação
oferecida.
	 Durante a visita técnica, entrevistaram-
se os pais de um paciente de oito anos de
idade que aguardava na sala de espera por
uma consulta no pronto socorro. O Sr. Renato
Soares, pai da criança, quando questionado,
informou que o Hospital Sabará é um dos
melhores de São Paulo, que ali é sempre bem
atendido desde a recepção, passando pelas
enfermeiras e principalmente pela equipe
dos médicos.
Relatou que estava no hospital porque o
filho se queixava de dores na garganta
e desde seu nascimento se tornara
cliente do hospital. Disse, ainda, que
escolheu o Hospital Sabará por seus
princípios, especialidades e qualidades
que reconhece arraigados à história da
instituição. Afirmou que “o hospital tem
aspectos e cores agradáveis, que nos
tranquilizam, dando-nos a sensação de
que estamos em um hotel. É um lugar
que não tem cheiro nem aparência de
hospital”.
	 No sétimo andar existe um espaço
aberto com brinquedos. O entrevistado
acrescentou que o hospital tem câmeras de
segurança em todos os andares e um sistema
de painel nos corredores e andares que avisa
quandoasenhaéchamada,deondeseestiver
no hospital. Lembrou que um dia teve que
descer para o andar da lanchonete enquanto
aguardava a senha e lá podia ver também o
painel onde era visível o número da senha, se
fosse chamada. Gabriel Soares, de oito anos
de idade, nos falou que gosta do hospital
porque tem muitos brinquedos e já tem os
médicos como amigos.
Considerações Finais
	 Pormeiodoestudoelaborado,observa-
se a importância de um relacionamento
harmonioso entre nutricionistas, gastrônomos,
médicosepacientesemumhospital.
	 Fazem-senecessáriasmedidascorretivas,
como treinamento constante dos funcionários
responsáveis pelo posicionamento e pesquisas
deaceitaçãodaspreparaçõespelospacientes.
	 Obteve-seacessoaumaáreadahotelaria
hospitalar por meio da pesquisa de campo, onde
se conclui que o Hospital Infantil Sabará trabalha
11
Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC
Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo
com muita eficiência e profissionalismo dentro
do departamento de Nutrição, mesmo sem a
presença de profissionais especializados da área
degastronomia.
	 Em síntese, observa-se que o Hospital
Sabará possui grande infra-estrutura e pode ser
considerado um empreendimento que aplica os
conceitos de gestão da hospitalidade em seus
processos.
	 Em relação ao departamento Nutrição,
observa-se o esforço empreendido em
procedimentos e na produção alimentar para
“humanizar” o serviço da área. As refeições
são apresentadas em um cenário lúdico às
crianças, contendo as vitaminas e nutrientes
necessários para sua dieta, a partir de técnicas
daGastronomiaHospitalar.
Referências Bibliográficas
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P.; FORAT, C.; e BERGON, M., Dictionnaire
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Acolhida do Estrangeiro na História e Nas
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Insular, 1997.

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2012

  • 1. Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 4 São Paulo nº 07 P. 32 Março, 2012R. Iniciação Científica
  • 2. 5 Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo Aline Gonzalez. Antonio Clerton Vieira da Silva.Everalda Pereira da Silva. Gabriela Trindade Resende.Ilda Ferreira da Silva. Maria dos Anjos Alves de Sousa Trata-se de uma pesquisa qualitativa explicativa, que utiliza autores como Boeger (2009), o qual disserta sobre o empreendimento hospitalar e suas interfaces com a gastronomia e nutrição e os serviços de infra-estrutura hoteleiros. A pesquisa apresenta os dados coletados no Hospital Sabará no período de fevereiro a maio de 2011, de forma a contribuir com reflexões sobre as áreas de gastronomia e nutrição hospitalar e verificar de que forma essas práticas empreendidas colaboram para o aprimoramento contínuo da assistência nutricional. A alimentação tem fundamental papelno auxilio àrecuperação de pessoas hospitalizadas a deficiência de qualquer alimento pode interferir no crescimento edesenvolvimento e na manutenção da saúde. Os hospitais que buscam qualidade em alimentação e atendimento ao cliente aliam a Dietoterapia1 à Gastronomia - essa combinação, acrescida da satisfação da clientela, hoje é chamada de Gastronomia Hospitalar. Nesse sentido, a hospitalidade hospitalar também pode ser entendida como a humanização do atendimento do cliente de saúde, configurando-se como um relacionamento de hospitalidade social. Desse modo, a Hotelaria Hospitalar concilia a área de nutrição do Hospital, 1 Dieta terapêutica. Palavra de origem grega que significa alimentar-se bem, ou seja comer de tudo na quantidade certa, de acordo com nutriente necessários. Resumo A Hotelaria Hospitalar é um segmento que tem por objetivo aumentar o conforto de pacientes e seus familiares, humanizando o atendimento prestado no hospital. O presente trabalho apresentará conceitos sobre a nutrição hospitalar, que antigamente era associada à alimentação, dietética e saúde, sendo descrita como recurso terapêutico. O estudo também apresentará uma reflexão sobre a gastronomia hospitalar, prática associada à hospitalidade e à alimentação, que procura satisfazer aspectos emocionais, psicológicos e motivacionais dos indivíduos. Nesse sentido, a pesquisa tem por objetivo dialogar sobre os conflitos instaurados entre as áreas de Nutrição e Gastronomia Hospitalar no Hospital Sabará, objeto de estudo da pesquisa. Palavras - Chave Hotelaria Hospitalar. Hospitalidade. Nutrição. Gastronomia. Hospital Sabará Orientadora: Professora Ms. Gabriela Arantes Ferreira Sales HOTELARIA HOSPITALAR: UMA VISÃO GASTRONÔMICA SOBRE A NUTRIÇÃO HOSPITALAR. UM ESTUDO SOBRE O HOSPITAL INFANTIL SABARÁ. Metodologia Científica
  • 3. Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 6 com a Gastronomia, para que os pratos sejam melhor aceitos pelos pacientes, humanizando o atendimento prestado, sem deixar que os nutrientes necessários pela refeição sejam colocados de lado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, que utiliza o autor Marcelo Boeger (2009), que disserta sobre o empreendimento hospitalar e suas interfaces com os serviços e infra-estrutura hoteleiros. Durante a pesquisa de campo, foram aplicados instrumentos de pesquisa estruturados com perguntas abertas aos dirigentes e pacientes do Hospital Infantil Sabará, objeto de estudo do trabalho. Apesquisaapresentaosdadoscoletados no Hospital no período de fevereiro a maio de2011deformaacontribuircomreflexões sobre as áreas de gastronomia e nutrição hospitalar e verificar de que forma essas práticas empreendidas colaboram para o aprimoramento contínuo da assistência nutricional. Hospitalidade e Hotelaria Hospitalar Segundo Montandon (2011), a hospitalidade “é uma noção que parece ser simples mas, pelo contrário, é uma das mais complexas, das mais ricas e aparentemente das mais contraditórias’’. A formulação de uma definição ou de um conceito, seja ele qual for, sempre envolve longas discussões. Não poderia ser diferente ao se tratar da hospitalidade, que na contribuição de Cruz (2002), “envolveumamploconjuntodeestruturas, serviços e atitudes que, intrinsecamente relacionados, proporcionam bem estar ao hóspede”. Explorar a abrangência e a profundidade desse tema, que permeia o objetodeváriasciências,éaindaum desafio a ser empreendido pelos estudiosos do assunto. Gotman(2009) salienta a dimensão da hospitalidade como espaço disponibilizado para o outro, passando a ser elemento constitutivo desse novo contexto.Aautora afirma, ainda, que a hospitalidade pode ser definida como uma ação de mutualidade, que permite aos indivíduos e às famílias de lugares diferentes constituírem-se em sociedade, provendo alojamento e prestando serviços (Gotman, 2009, p.144). Segundo Gotman (2009), a hospitalidade nada mais é do que receber e acolher pessoas recém chegadas independente de sua origem ou nacionalidade, integrando-a à comunidade, fazendo com que ela se sinta bem e à vontade como se estivesse em seu próprio lar. O acolhimento é um ato voluntário que introduz um recém-chegado, ou um estranho, em uma comunidade ou em um território, que o transforma em integrante destacomunidadeouemhabitantelegítimo deste território e que, a esse título, o autorizaabeneficiar-sedetodas,oupartes, das prerrogativas que se relacionam com o seu novo status, provisório ou definitivo (Gouirand apud Castelli, 2006, p.180). Segundo Gouirand (apud Castelli, 2006) o acolhimento e hospitalidade são coisas distintas, porém se completam, sendo importante mantê-las lado a lado para uma boa recepção e permitindo ao recém- chegado desfrutar de tudo que lhe possa ser oferecido. Nesse sentido, a hospitalidade tratada por Gotman (2009) e Montandon (2011) estaria estreitamente ligada às dimensões da saúde hospitalar. Segundo Boeger (2009) as quatro dimensões da saúde, e doshospitais,emumainstituiçãodesaúde possuem características de hospitalidade comercial e social.
  • 4. 7 Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo Para compreender essa dinâmica é preciso, necessariamente, conhecer cada uma individualmente, pois em alguns momentos elas se fundem, tornando-se área híbrida. Nesse sentido, Boeger (2009) define a hotelaria hospitalar como “a reunião de todos os serviços de apoio, que, associados aos serviços específicos, oferecem aos clientes conforto, segurança e bem-estar durante seu período de internação” (BOEGER, 2009, p.30, 31). O departamento de hotelaria tem inúmeras vantagens sobre serviços descentralizados, além de permitir um processo contínuo e formal de gerenciamento do fluxo de informações necessárias para a gestão das diferentes áreas de apoio; poderá, também, possibilitar a eliminação ou minimização da redundância de atividades e controle de dados einformações;estabeleceráreasresponsáveis por gerar, acessar, controlar e armazenar as informações; transformar as informações departamentais em informações de uso corporativo; e, por último, poderá garantir a segurança e consistência dos dados e das informações, para correta tomada de decisões (BOEGER, 2009, p.30,31). Nesse sentido, a hospitalidade hospitalar também pode ser compreendida como a humanização do atendimento ao cliente (pacientes, acompanhantes e familiares) por todo o corpo de profissionais da instituição, configurando-se como um relacionamento “além do contato” entre “cuidado” e paciente. A hospitalidade hospitalar mescla, portanto, ações de humanização e de hospitalidade social com ações mercadológicas típicas da hospitalidade comercial. A figura abaixo representa a interligação entre a administração dos serviços hospitalares e a humanização dos processos. Segundo Boeger (2009), a gestão hospitalar preocupa-se com a estratégia, padronização e qualidade dos serviços oferecidos, para que um hospital seja associado à saúde e não à doença. Demonstraraimportânciadesepreocupar com um diferencial competitivo é saber gerenciar e diferenciar o atendimento. Gastronomia Hospitalar Apalavragastronomiaestárelacionadaà artedopreparodasiguarias,tornando-as mais digestivas, dessa forma tendo mais prazer ao fazer a refeição. Em gastronomia, tanto quem cozinha quanto quem come devem saber combinar tradição com criação. Para Leal (1998), a arte de cozinhar é proporcionar o máximo de prazer a quem come. Segundo a autora, “não comemos apenas para saciar a fome, mas, principalmente, para ter prazer”(LEAL, 1998). A tradição que está no saber do povo é ligada à terra e à exploração dos produtos da região e das estações. A criação está relacionada à invenção, à renovação e às experimentações (LEAL, hospitalidade hospitalar 1 2 1- hospitalidade e humanizaçao relacionamento de toda a equipe do hospital com o cliente. 2 - admininstraçao dos serviços de apoio gestão dos serviços e contratos do departamento de hotelaria hospitalar.
  • 5. Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 8 desenvolvimento orgânico normal e produção de energia”. É um processo involuntário e inconsciente e uma das propriedades fundamentais dos seres vivos (Secretaria de Estado de Saúde, 2011). A “Nutrição” também é considerada ciência que estuda a composição dos diversos alimentos e as necessidades nutricionais de cada indivíduo: A nutrição é a ciência que estuda a composição dos alimentos e as necessidades nutricionais do indivíduo, em diferentes estados de saúde e doenças. (Secretaria de Estado de Saúde, 2011) A nutrição representa o saber de técnicas relacionadas à saúde e ao bem estar e a Gastronomia representa o cenário que se constrói, a partir do prazer em comer e saciar os desejos. Com a junção “Nutrição e Gastronomia” torna-se possível aplicar a dioterapia que melhor corresponde a cada paciente. Segundo Poulain e Saint – Sevin (1990),a alimentação hospitalar encerra também o sentido de satisfazer aspectos emocionais, psicológicos e motivacionais dos indivíduos, fazendo com que essa experiência se torne positivos ou não, em função de como ela se desenvolve. A sua importância é tão significativa, que muitas vezes ela é capaz de manter ou não a fidelização da clientela. Além das funções nutricionais e higiênicas, a alimentação hospitalar deve apresentar outras funções - a função hedônica e a função social, ou seja, o alimento deve propiciar prazer e situar o ser humano no seu espaço social (Poulain e Saint – Sevin, 1990). Um prato nutritivo e de apresentação primorosa, que excite os sentidos, é mais do que uma exigência quando quem vai apreciá-loéumconvalescenteemhospital. Além do constante esforço em tornar forma e conteúdo cada vez mais atraentes, a dieta hospitalar para a recuperação da saúde tem outra particularidade. Uma mesma receita pode variar na quantidade de ingredientes essenciais de tempero – como sal e óleo – e de consistência. Os desafios da gastronomia nas dietas hospitalares são identificados segundo Jorge (2003) em diferentes aspectos que vão desde a identificação precisa de necessidades e expectativas dos clientes, até a tradução mais fidedigna em produtos saudáveis, nutritivos, atrativos e principalmente que colaborem para a manutenção e recuperação do estado nutricional. A ferramenta usada pelo nutricionista para a recuperação dos pacientes é a dietoterapia (tratamento feito por meio dos alimentos). Ainda é necessário resgatar a associação do prazer ao consumo de alimentos, mesmo que estes façam parte de dietas restritas e controladas o cliente assume olhares diferenciados sobre a assistência nutricional e,com informações e expectativascrescentes,torna-seumcrítico agente de mudança de seu tratamento. O nutricionista, como ator desse cenário, não pode mais assistir passivamente às solicitações diversificadas, devendo agir com ciência, saber e criatividade para unir objetivos dietéticos, clínicos e sensoriais. (Jorge, 2003). Adieta hospitalar do paciente é prescrita pelomédico.Para cadaenfermidadeexiste uma prescrição dietoterápica especifica, cabe ao nutricionista fazer a seleção dos alimentos que comporão o cardápio. Resultados da pesquisa: Hospital Infantil Sabará O Hospital Infantil Sabará, objeto de
  • 6. 9 Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo estudo da pesquisa, surgiu no início da década de 60, quando um grupo de nove pediatras idealizaram o Pronto Socorro Infantil Sabará. Em abril de 1962, o serviço foi inaugurado em um casarão antigo, com 12 quartos, uma enfermaria e três consultórios, no bairro de Higienópolis, na esquina das Ruas Alagoas e Sabará. Uma dasprimeiras,emaisimportantesmedidas tomadas pelo grupo, foi a discussão e o estabelecimento de uma padronização de condutas no atendimento médico, para uniformizar o padrão de atenção a ser dado ao paciente. Em março de 1972, o Sabará passou a operar em sede própria, com cinco pavimentos, à Rua Dona Antonia de Queirós, a apenas cem metros do endereço original. Modernos equipamentos demonitorização cardiopulmonar edeventilação pulmonarmecânica,equipemédicaconceituada e comprovada experiência pediátrica, apoio constante dos mais renomados especialistas pediátricos, formação e treinamento de uma equipe de enfermagem e de fisioterapia, fizeram desta UTI uma das pioneiras no meio pediátrico brasileiro. O corpo de nutricionistas do Sabará é altamente qualificado e experiente em pediatria e em dieta de adolescentes. As instalações do hospital contam com brinquedos, personagens interativos, salas de jogos, área verde e ao ar livre com brinquedos em formato de animais. Os ambientes possuem iluminação e ventilação natural. Fundamentados na comprovada teoria de que o ambiente interfere no tempo de internação e recuperação do paciente, o hospital é decorado e colorido com elementos artísticos e didáticos para que a criança se identifique com o espaço e esqueça que está em um hospital. Cada andar é decorado com um tema inspirado em regiões do mundo e cores distintas que servem como referência. A idéia é que as crianças possam ler histórias nos inúmeros painéis espalhados pelo andar. O Hospital Infantil Sabará possui capacidade para atender mais de 160 mil crianças e adolescentes por ano somente no novo Pronto Socorro. A unidade de terapia intensiva, com janelas que aproveitam iluminação natural, ganhou sistema de monitoramento externo feito pela equipe de enfermagem, que permite portas fechadas, garantindo privacidade e segurança aos pacientes. É possível realizar 10 mil cirurgias por ano. Há um andar exclusivamente para a realização dessas intervenções com sete salas equipadas com tecnologia de ponta. Os adolescentes têm um andar exclusivo. Como nem todos se sentem à vontade no ambiente dos pequenos, o hospital fez algo especial para esses jovens, com espaço com videogames e computador. O Hospital passa pelo processo de certificação,paraobteroSelodeQualidade da JCI – (especialidade em hospitais). No departamento de Nutrição, o atendimento é realizado pela nutricionista chefe, Adriane Alves. Verificou-se que o departamento trabalha com cinco nutricionistas, que trabalham revezadamente nos horários entre 10 e 22 horas, além de quatro lactantes, que se revezam no horário da manhã, tarde e no período noturno. SegundoachefedenutriçãoAlineAlves,o hospital está em processo de treinamento de novos funcionários para o setor de Nutrição e periodicamente acontecem treinamentos para as cozinheiras, além da integração geral e específica. Questionadas sobre a falta de profissionais especializados em gastronomia na cozinha do Hospital, as
  • 7. Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo 10 nutricionistas responderam afirmando que um departamento ou um serviço de Gastronomia seria de grande utilidade para a finalização do cardápio do hospital. Nesse sentido, explicaram que a área de Nutrição já tem um projeto para implantação da área. Luzanira Aquino da Silva trabalha há nove anos no Sabará, começou como auxiliar de cozinha e passou para o cargo de cozinheira há quatro anos. Ela comenta sobre a importância de um profissional de gastronomia no hospital para complementar o trabalho desenvolvido junto ao departamento de nutrição. Perguntou-se, também, para a nutricionista-chefe a diferença da dieta de uma criança para a de um adolescente. “A dieta é prescrita pelo médico. O cardápio do adolescente geralmente é adaptado ao que ele gosta de comer e o da criança é adaptado através da necessidade médica”. O cardápio é adaptado de uma forma para que nem a criança e nem o adolescente percebam que existe uma mudança de sabor nas alimentações. Nesse sentido, as cozinheiras, orientadas pelas nutricionistas, preocupam-se em deixar o prato com aspecto e gosto de “comida caseira”. Os pratos, em que são servidas as refeições das crianças, são coloridos com desenhos infantis, para que a criança sinta-se atraída pela alimentação oferecida. Durante a visita técnica, entrevistaram- se os pais de um paciente de oito anos de idade que aguardava na sala de espera por uma consulta no pronto socorro. O Sr. Renato Soares, pai da criança, quando questionado, informou que o Hospital Sabará é um dos melhores de São Paulo, que ali é sempre bem atendido desde a recepção, passando pelas enfermeiras e principalmente pela equipe dos médicos. Relatou que estava no hospital porque o filho se queixava de dores na garganta e desde seu nascimento se tornara cliente do hospital. Disse, ainda, que escolheu o Hospital Sabará por seus princípios, especialidades e qualidades que reconhece arraigados à história da instituição. Afirmou que “o hospital tem aspectos e cores agradáveis, que nos tranquilizam, dando-nos a sensação de que estamos em um hotel. É um lugar que não tem cheiro nem aparência de hospital”. No sétimo andar existe um espaço aberto com brinquedos. O entrevistado acrescentou que o hospital tem câmeras de segurança em todos os andares e um sistema de painel nos corredores e andares que avisa quandoasenhaéchamada,deondeseestiver no hospital. Lembrou que um dia teve que descer para o andar da lanchonete enquanto aguardava a senha e lá podia ver também o painel onde era visível o número da senha, se fosse chamada. Gabriel Soares, de oito anos de idade, nos falou que gosta do hospital porque tem muitos brinquedos e já tem os médicos como amigos. Considerações Finais Pormeiodoestudoelaborado,observa- se a importância de um relacionamento harmonioso entre nutricionistas, gastrônomos, médicosepacientesemumhospital. Fazem-senecessáriasmedidascorretivas, como treinamento constante dos funcionários responsáveis pelo posicionamento e pesquisas deaceitaçãodaspreparaçõespelospacientes. Obteve-seacessoaumaáreadahotelaria hospitalar por meio da pesquisa de campo, onde se conclui que o Hospital Infantil Sabará trabalha
  • 8. 11 Revista de Iniciação Científica, número 7, CT nº2, Hotelaria nº2 - 2012RIC Núcleo de Pesquisa e Extensão - UNIESP - São Paulo com muita eficiência e profissionalismo dentro do departamento de Nutrição, mesmo sem a presença de profissionais especializados da área degastronomia. Em síntese, observa-se que o Hospital Sabará possui grande infra-estrutura e pode ser considerado um empreendimento que aplica os conceitos de gestão da hospitalidade em seus processos. Em relação ao departamento Nutrição, observa-se o esforço empreendido em procedimentos e na produção alimentar para “humanizar” o serviço da área. As refeições são apresentadas em um cenário lúdico às crianças, contendo as vitaminas e nutrientes necessários para sua dieta, a partir de técnicas daGastronomiaHospitalar. Referências Bibliográficas APFELBAUM, M.; PERLEMUTER, L.; NICLOS, P.; FORAT, C.; e BERGON, M., Dictionnaire pratique de la nutrition. Paris: Masson, 1981. BOEGER, Marcelo Assad. Hotelaria hospitalar: Gestão em Hospitalidade e Humanização. São Paulo: Senac, 2009 CASTELLI,Geraldo.Hospitalidadenaperspectiva da gastronomia e da hotelaria, 7. Ed. - Caxias do Sul: Educs, 2006 CRUZ, Rita de Cássia Ariza da. Uma abordagem geográficadofenômenodahospitalidadeturística. In: DIAS, C. (org). Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. FLANDRIN,Jean-Louis;e MONTANARI, Massimo. História da alimentação, tradução de Luciano Vieira Machado e Guilherme J. F. Teixeira. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. GOTMAN, Anne. O comércio da hospitalidade é possível? . Revista Hospitalidade. Ano VI, n.2, Dezembro 2009. ISSN 1807-975X. Disponível em <http://revistas.univerciencia.org/turismo/ index.php/hospitalidade> GRINOVER, Lucio. Hospitalidade: um tema a ser reestudado e pesquisado. In: DIAS, C. (org). Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. LASHLEY, Conrad. Para um entendimento teórico. In: LASHLEY, Conrad; MORRISON, Alison (Orgs.). Em busca da hospitalidade: perspectivas para um mundo globalizado. São Paulo: Manole, 2004. MONTANDON. Alain. O Livro Da Hospitalidade: Acolhida do Estrangeiro na História e Nas Culturas.São Paulo: Senac, 2011 MORAES. Ornélio, Ìndio Cândido. Hotelaria hospitalar: um novo conceito no atendimento ao cliente da Saúde. 2009. LEAL. Maria Leonor de Macedo Soares. A história da gastronomia. Rio De Janeiro: Senac Nacional. 1998. POULAIN, J.P., SAINT-SEVIN, B. La restauration hospitalière. Toulouse (France): Cristal, 1990. 111p. PROENÇA, R.P.C. Inovação tecnológica na produção de alimentação coletiva. Florianópolis: Insular, 1997.