1. 1 O PROJETO DE PESQUISA
A pesquisa é a forma mais segura e aperfeiçoada de busca do
conhecimento e solução de problemas. Sua realização depende da elaboração
de um projeto, que é o documento necessário para mapear, de forma
sistemática, um caminho a seguir durante a investigação, evitando que o
pesquisador despenda tempo e recursos desnecessários ao fim que se
estabeleceu. Não existe regra formalizada com relação aos elementos que
compõem um projeto de pesquisa. Todavia, podemos apontar, sumariamente,
o modelo que segue.
Algumas considerações sobre a delimitação do tema e formulação do
problema são:
a) tema: na sua escolha, o acadêmico deve dimensionar o interesse que
tem pelo assunto; avaliar se possui qualificação (intelectual) para submetê-lo a
uma investigação; escrever sobre uma área em que não se tem domínio.
Verificar se existe bibliografia especializada suficiente para sua
fundamentação. O tema deverá indicar, sob forma de enunciado, os aspectos
que serão investigados na pesquisa;
b) delimitação do tema e formulação do problema: delimitar é indicar
a abrangência do estudo, ou seja, é estabelecer os limites extensionais e
conceituais do tema em questão. Como usar música no ensino língua
portuguesa e seu aproveitamento no ensino fundamental (nas séries Eja
Enquanto princípio de logicidade é importante salientar que, quanto
maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e,
inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão
conceitual.
Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é
importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando,
assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área
temática.
2. Delimitado o tema, o passo seguinte é a sua problematização. Gil
(1995, p. 57-58) aponta cinco “regras” para a adequada formulação do
problema. São elas:
1) o problema deve ser formulado como uma pergunta;
2) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável;
3) o problema deve ter clareza;
4) o problema deve ser preciso;
5) o problema deve apresentar referências empíricas.
As regras não são absolutamente rígidas e devem ser moldadas à
especificidade do problema.
É importante, também, lembrar que cada orientador possui uma forma
própria de problematizar as questões de pesquisa;
c) justificativa: a justificativa situa a importância do estudo e os porquês
da realização da pesquisa. O texto da justificativa, em geral, deve apresentar
os motivos que levaram à investigação do problema e endereçar a discussão à
relevância teórica e prática, social e científica do assunto;
d) objetivos: os objetivos indicam as ações que serão desenvolvidas
para a resolução do problema de pesquisa. O objetivo geral é apresentado
na forma de um enunciado que reúne, ao mesmo tempo, todos os
objetivos específicos. Os objetivos específicos informam sobre as ações
particulares que dizem respeito à análise teórica e aos meios técnicos de
investigação do problema;
e) hipótese(s): consiste em apresentar um ou mais enunciados, sob
forma de sentença declarativa e que resolve (em) provisoriamente o problema.
A pesquisa tratará de buscar respostas que refutam ou corroboram as
suposições que forem apresentadas. Dependendo da natureza do problema e
da forma de o orientador trabalhar, este item pode ser opcional;
f) definição dos conceitos operacionais: consiste em apresentar o
significado que os termos do problema assumem na pesquisa. Através das
definições, diz Köche (1997, p. 117), [...]“é possível estabelecer os indicadores
que podem ser utilizados para categorizar as variáveis”. É importante salientar
que não será possível estabelecer instrumentos e procedimentos para coleta
de dados, se os indicadores das variáveis não estiverem previamente
definidos.
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3. 1.1 Referencial Teórico
O referencial teórico também pode ser chamado de revisão de literatura,
pressupostos teóricos, marco teórico, etc. Esta etapa do projeto é importante,
porque apresenta uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de
fundamentá-lo nas teorias existentes. As idéias apresentadas no texto devem
estar organicamente ligadas com os objetivos, hipóteses, definição conceitual e
operacional das variáveis e outras partes do projeto. A fundamentação teórica
apresentada deve, ainda, servir de base para a análise e interpretação dos
dados coletados na fase de elaboração do relatório final. Os dados
apresentados devem, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias
existentes.
1.2 Delineamento da Pesquisa
O delineamento da pesquisa, segundo Gil (1995, p. 70), “refere-se ao
planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla”, ou seja, neste
momento o investigador estabelece os meios técnicos da investigação
prevendo-se os instrumentos e procedimentos necessários utilizados para a
coleta de dados. O delineamento da pesquisa, em geral, apresenta os
seguintes elementos:
a) tipo de pesquisa: consiste em informar qual o desenho que a
pesquisa terá, ou seja, se a pesquisa será bibliográfica, ou descritiva, ou
experimental, ou estudo de caso, ou documental, etc. É necessário, então, que
o investigador justifique o tipo de pesquisa que escolheu e apresente, de
imediato, seu conceito;
b) população/amostra: indica se a pesquisa vai abranger o universo
populacional da realidade pesquisada ou se apenas uma amostra. No caso de
se optar por uma ou por outra, é necessário informar os procedimentos / ou
critérios adotados para a sua execução. Informam-se também, características
gerais da população a ser investigada (cidade, município, bairro);
c) instrumentos utilizados para coleta de dados: consistem em
indicar o tipo de instrumento utilizado para registro dos dados que serão
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4. coletados. No caso de questionários ou entrevistas deve se apresentar o
modelo em anexo;
d) procedimentos utilizados na coleta de dados: informam-se as
operações que serão executadas no momento da coleta de dados;
e) procedimentos para análise e interpretação de dados: indicam-se
os recursos que serão utilizados para a análise dos dados. Se forem
estatísticos, devem ser informados os tipos de gráficos, quadros ou tabelas;
f) cronograma: previsão das atividades e, respectivamente, período (dia
ou mês) de execução;
g) referências: relação das obras utilizadas para a fundamentação do
problema de pesquisa. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002)
deverá ser consultada para que os elementos que identificam a referência
(livros, periódicos, etc.) sejam apresentados corretamente.
2 A ESTRUTURA DO TEXTO CIENTÍFICO
A estrutura do trabalho acadêmico compreende os elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais. Os elementos pré-textuais são apresentados
antes da introdução e, no seu conjunto, ajudam na identificação e utilização do
trabalho.
Os elementos textuais apresentam os resultados da investigação em
três partes logicamente relacionadas: introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Os elementos pós-textuais apresentam informações que complementam
o trabalho. A apresentação, ou não, dos itens constantes nos elementos pré e
pós-textuais é determinada pela natureza do trabalho e de seu conteúdo
específico. A ordem dos elementos aqui apresentada reproduz literalmente o
que determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002).
2.1 Elementos Pré-Textuais
a) capa (obrigatório);
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5. b) folha de rosto (obrigatório);
c) errata (opcional);
d) folha de aprovação (obrigatório);
e) dedicatória (opcional);
f) agradecimento (opcional);
g) epígrafe (opcional);
h) resumo na língua vernácula (obrigatório);
i) resumo na língua estrangeira (obrigatório);
j) sumário (obrigatório);
k) lista de ilustrações (opcional);
l) lista de abreviaturas e siglas (opcional);
m) lista de símbolos (opcional).
2.2 ElementosTextuais
a) introdução
b) desenvolvimento
c) conclusão.
2.3 Elementos Pós-Textuais
a) referências (obrigatório);
b) apêndice (opcional);
c) anexo (opcional);
d) glossário (opcional).
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas,
1995.
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6. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da
ciência e prática da pesquisa. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação
e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24 p.
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7. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da
ciência e prática da pesquisa. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação
e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24 p.
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