SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Baixar para ler offline
ILUSTRAÇÕES JOSÉ FALCETTI
PROF. DR. RAMES MATTAR JUNIOR
PROF. RONALDO J. AZZE
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA
DO APARELHO LOCOMOTOR
REIMPLANTES E
REVASCULARIZAÇÕES
REIMPLANTES E
REVASCULARIZAÇÕES
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
3
Ortopedia e Traumatologia é uma especialidade que cres-
ce numa velocidade muito grande, e acompanhar seus
avanços tornou-se uma tarefa difícil. Ao médico cabe a
responsabilidade de tentar seguir todos os progressos, aplicando-
os aos seus pacientes e divulgando-os. Hoje, a ortopedia é a
especialidade mãe que gerou uma série de outras, que também
crescem de forma muito rápida. A importância de proporcionarmos
ao ser humano o melhor atendimento médico, torna fundamental a
atualização e a reciclagem dos profissionais.
Por esta razão, decidimos unir esforços e produzir fascículos
periódicos abordando assuntos que consideramos muito importan-
tes. O primeiro trata dos reimplantes dos membros. Seguramente
todo médico irá deparar-se com pacientes vítimas de amputações
traumáticas. É mister saber conduzir adequadamente o tratamen-
to, que tem por objetivo, o restabelecimento da anatomia e da fun-
ção. Os procedimentos adotados na fase aguda do trauma pode-
rão significar o retorno do paciente a uma vida produtiva, ou uma
seqüela definitiva. Para adotar condutas corretas é preciso reunir
conhecimentos básicos, que procuraremos enfatizar com texto e
ilustrações cuidadosamente produzidas para a classe médica. O
ideal é que cada profissional da saúde atue na educação da popu-
lação, prevenindo os acidentes, e orientando a conduta frente a
uma amputação traumática.
Prof. Ronaldo J. Azze Prof. Dr. Rames Mattar Junior
Publicação Oficial do Instituto
de Ortopedia e Traumatologia
Dr. F. E. de Godoy Moreira
da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo.
R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333
Tel/Fax: (011) 3069-6888
CEP 05403-010 – São Paulo – SP
REDAÇÃO:
Prof. Dr. Rames Mattar Junior
Professor livre Docente da FMUSP
Chefe do Grupo de Mão do Departamento
de Ortopedia e Traumatologia FMUSP
Professor Ronaldo J. Azze
Professor Titular do Departamento
de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP
PRODUÇÃO GRÁFICA:
Coordenação Editorial:
Ábaco Planejamento Visual
Colaboradores:
Carmen T. Bornacina, Bruno Vigna
Marize Zanotto, Adalberto Tojero
Ilustrações Médicas:
José Falcetti
Diagramação e Editoração Eletrônica:
Alexandre Lugó Ayres Neto
Fotolito: Bureau Digital Bandeirante
Impressão: Nova Página
Tiragem: 10.000 exemplares
CARTAS PARA REDAÇÃO:
Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor
Rua Batataes, 174 – 01423-010
São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
A
A
REIMPLANTE DE MEMBROS
4
REIMPLANTES E
REVASCULARIZAÇÕES
Prof. Dr. Rames Mattar Junior
Professor livre Docente da FMUSP
Chefe do Grupo de Mão do Departamento
de Ortopedia e Traumatologia FMUSP
Prof. Ronaldo J. Azze
Professor Titular do Departamento
de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP
O primeiro reimplante realiza-
do, com sucesso, foi relatado por
Malt e McKhann (1964) conse-
guindo reimplantar um braço
amputado ao nível proximal do
úmero, em uma criança de 12
anos de idade, em 1962. Em
1968 Komatsu e Tamai realizaram o
primeiro reimplante de polegar utili-
zando técnica microcirúrgica. Desde
então vários centros de tratamento
de pacientes vítimas de amputações
e revascularizações surgiram no
mundo todo, realizando uma grande
série de procedimentos cirúrgicos. O
mesmo não ocorreu em nosso País
que ainda conta com um número
muito pequeno de centros especiali-
zados, tornando insuficiente e precá-
rio o atendimento médico neste
setor. Hoje, os Ortopedistas e
Traumatologistas devem estar fami-
liarizados com esta técnica, suas
aplicações e indicações. Na impossi-
bilidade de realizar o procedimento,
por falta de condições técnicas ou de
instrumental e equipamentos, deverá
saber quando a cirurgia reconstrutiva
será possível, encaminhando-o, de
forma adequada, a um centro espe-
cializado.
DEFINIÇÃO
REIMPLANTE
Procedimento cirúrgico de re-
construção das artérias e veias, e das
demais estruturas, de um segmento
amputado, de forma completa. O
objetivo do reimplante não é apenas
restabelecer a perfusão sangüínea,
mas obter o retorno da função da
extremidade.
Tratamento do segmento amputado
pela lavagem com soro fisiológico
que, a seguir, é evolto em uma com-
pressa umedecida com soro fisiológi-
co e colocado em um saco plástico
estéril. Este é então introduzido em
um recepiente com gelo, próprio para
conservar baixas temperaturas (gela-
deira de isopor ou similar).
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
5
REVASCULARIZAÇÃO
Procedimento de reconstrução
vascular e de outras estruturas, em
amputações incompletas. Como per-
manecem conexões teciduais, pode
haver drenagem venosa e/ou preser-
vação de tendões ou nervos, propor-
cionando, teoricamente, melhor índice
de sucesso em termos de viabilidade
ou função.
CUIDADOS INICIAIS
AO PACIENTE
Todo paciente vítima de uma
amputação é candidato potencial ao
procedimento de reimplante ou revas-
cularização.
Deve-se tomar todos os cuidados
iniciais para manutenção do equilíbrio
hemodinâmico e de vias aéreas livres,
antibioticoterapia, profilaxia do tétano,
tratamento de traumas associados,
etc. Em alguns pacientes politraumati-
zados, a prioridade pode ser salvar a
vida e não a extremidade amputada.
Quanto mais proximal for a amputa-
ção, maior é a possibilidade de haver
lesão em outros sistemas. As amputa-
ções proximais também estão asso-
ciadas a uma grande perda sangüí-
nea.
CUIDADOS COM
O SEGMENTO AMPUTADO
A parte amputada deve ser limpa,
o mais rapidamente possível . O ideal
é lavar a parte amputada com subs-
tância antiséptica, protegendo a parte
cruenta, seguida de irrigação com
uma grande quantidade de soro fisio-
lógico. Nesta fase, o desbridamento
não deve ser realizado. Todo tecido
deve ser preservado e apenas o cirur-
gião que irá realizar a reconstrução
deverá decidir sobre a ressecção dos
tecidos desvitalizados e contamina-
dos. O segmento amputado, após a
limpeza, deverá ser envolvido em
uma compressa estéril (ou similar),
embebida em soro fisiológico, e colo-
cado em um saco plástico estéril (ou
similar). O saco plástico contendo o
segmento amputado deverá ser colo-
cado em um recipiente capaz de man-
ter baixas temperaturas (geladeira de
isopor ou similar) contendo cubos de
gelo. O objetivo é manter o segmento
amputado em hipotermia (cerca de 4º
Celcius), sem contato direto com o
gelo, que poderia causar uma quei-
madura. Hoje evitamos mergulhá-lo
em soro fisiológico, que pode cau-
sar maceração da pele.
CUIDADOS COM
O COTO PROXIMAL
O segmento proximal
deve ser lavado, o mais pre-
cocemente possível, deixan-
do o desbridamento cirúrgico
para ser realizado no
momento da cirurgia recons-
trutiva. Deve-se evitar, ao
máximo, a ligadura de vasos
para realizar a hemostasia. Nor-
Tratamento do seguimento proxi-
mal pela lavagem com soro fisioló-
gico, curativo com gases e com-
pressas estéreis e enfaixamento
compressivo.
malmente o sangramento pode ser
controlado através de curativos com-
pressivos. A ligadura de vasos signifi-
ca o sacrifício de alguns milímetros
que poderiam ser utilizados em
microanastomoses vasculares térmi-
no-terminais, forçando a indicação de
enxertos para promover a reperfusão
dos tecidos isquêmicos.
CUIDADOS NAS
DESVASCULARIZAÇÕES (AMPU-
TAÇÕES INCOMPLETAS)
Lavar o ferimento o mais rapida-
mente possível, fazer um curativo com-
pressivo, associado ou não a imobiliza-
ção e, ao redor do segmento isquêmi-
co, colocar uma bolsa de gelo.
INDICAÇÕES DOS REIMPLANTES
Cada paciente vítima de amputa-
ção ou devascularização traumática
deve ser analisado individualmente.
Sempre considerar que o maior objeti-
vo da cirurgia reconstrutiva é a obten-
ção de uma extremidade viável e fun-
cional. Alguns fatores podem influen-
ciar no resultado funcional como a
idade do paciente (quanto mais
jovem, melhor o resultado funcional),
a motivação, a ocupação e o tempo
de isquemia. Uma isquemia normotér-
mica por período prolongado pode
inviabilizar um reimplante. O tecido
muscular estriado pode sofrer necrose
após cerca de 3 horas de isquemia
normotérmica. Quanto mais proximal
for a amputação, maior a quantidade
de tecido muscular isquêmico envolvi-
do e menor é o tempo de isquemia
permitido. Em uma amputação proxi-
mal, o tempo de isquemia normotér-
mico máximo aceito é de 6 horas,
enquanto que nas amputações dis-
tais, este tempo chega de 8 a 12
horas. A hipotermia protege os tecidos
da isquemia de tal forma que, nas
amputações distais, pode-se tolerar
até 24 horas de isquemia, enquanto
nas proximais tolera-se no máximo
cerca de 12 horas. A temperatura
ideal para manter os tecidos em hipo-
termia é de 4º Celcius. Estará sempre
indicado o reimplante na amputação
do polegar, múltiplos dedos, dedo úni-
co distalmente a inserção do flexor
superficial na falange média, mão,
punho, antebraço, cotovelo e braço,
desde que as condições para o proce-
dimento sejam favoráveis. Quanto ao
mecanismo de trauma, as amputa-
ções provocadas por instrumentos
cortantes incisos tem o melhor prog-
nóstico, seguido dos mecanismos cor-
to-contuso, esmagamento e avulsão.
Estes dois últimos mecanismos impli-
cam em maior desbridamento, utiliza-
ção de técnica cirúrgica mais comple-
xa e pior índice de sucesso. Algumas
situações são consideradas particu-
larmente complexas, como as ampu-
tações em mais de um nível e as
amputações bilaterais, cujas indica-
ções de reimplantes devem ser anali-
sadas individualmente.
REIMPLANTES EM
AMPUTAÇÕES PROXIMAIS
É muito importante conhecer e
controlar o tempo de isquemia pois no
momento da perfusão, após a soltura
dos "clamps" venosos, haverá libera-
ção de substâncias tóxicas que cau-
sarão um desequilíbrio metabólico de
difícil controle podendo, inclusive,
causar a morte.
REIMPLANTES EM
AMPUTAÇÃO DE DEDO ÚNICO
Quando a amputação ocorre dis-
talmente a inserção do tendão flexor
superficial na falange média, o reim-
plante sempre deve ser realizado, pois
proporciona uma boa função e produz
um aspecto cosmético adequado. Da
mesma forma, as amputações de múl-
tiplos dedos, ou quando há amputação
de um dedo associado a comprometi-
mento grave de outros, o procedimen-
to de reimplante sempre estará indica-
do para tentar recuperar o máximo de
função possível.. Nas amputações de
dedo único proximal a inserção do fle-
xor superficial, ou nas amputações de
dedos provocadas por arrancamento
(como nas avulsões provocadas pelo
anel) o reimplante deve ser indicado
analisando cada paciente individual-
mente.
6
REIMPLANTE DE MEMBROS
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
7
TÉCNICA CIRÚRGICA
1. LIMPEZA DOS FERIMENTOS:
os cotos distal e proximal são lavados
exaustivamente com soro fisiológico,
utilizando solução antiséptica no tegu-
mento cutâneo íntegro . Para evitar
sangramento, no coto proximal utiliza-
mos um torniquete pneumático
2. DESBRIDAMENTO E DISSEC-
ÇÃO DAS ESTRUTURAS: as inci-
sões nos cotos proximal e distal são
planejadas de acordo com o tipo de
ferimento. Basicamente, procuramos
criar dois retalhos, um volar e outro
dorsal. Na grande maioria das vezes
realizamos incisões médio-laterais ou
em múltiplos "Z. Ao nível de antebra-
ço, punho, mão e dedos, através do
levantamento do retalho volar tere-
mos acesso à artéria, nervos e estru-
turas músculo-tendíneas flexoras. O
levantamento do retalho dorsal pro-
porciona acesso às veias e estruturas
músculo-tendíneas extensoras. Todo
tecido desvitalizado e contaminado
deve ser ressecado, tomando-se o
cuidado de utilizar lentes de magnifi-
cação. Devemos lembrar que o tecido
desvitalizado é a principal causa de
infecção.
Com o desbridamento procura-se
tornar uma amputação provocada por
mecanismo de esmagamento ou avul-
são em uma provocada por mecanis-
mo inciso tipo guilhotina.
3. SEQÜÊNCIA DA RECONS-
TRUÇÃO: se não houver tempo de
isquemia crítico, o cirurgião poderá
escolher a melhor estratégia para
reconstrução das estruturas. A
seqüência utilizada com maior fre-
qüência é a reconstrução óssea
(encurtamento ou regularização com
fixação), seguida de reconstrução
dos tendões extensores, anastomose
das veias dorsais, sutura da pele dor-
sal, tenorrafia dos flexores, anasto-
mose das artérias, neurorrafias e
sutura da pele volar. Em algumas
situações, fazer a anastomose arte-
rial antes da venosa é vantajoso pois
reduz o período de isquemia e permi-
te localizar as veias com maior facili-
Desbriamento dos cotos proximal e distal tornando o ferimento com bordas e estruturas
regularizadas. Realiza-se incisões médio-latererais para permitir o levantamento de reta-
lhos ventral e dorsal.
8
REIMPLANTE DE MEMBROS
Com os retalhos dorsais
levantados é possível visuali-
zar e dissecar as veias dor-
sais e o aparelho extensor do
dedo. Na região ventral,
após o levantamento dos
retalhos, é possível localizar
e dissecar do tendões flexo-
res, a artéria e o nervo digital.
dade, graças ao sangramento. Por
outro lado, soltar a anastomose arte-
rial antes da venosa provoca uma
perda sangüínea maior e um edema
mais acentuado no coto distal.
Quando o tempo de isquemia é muito
grande e a viabilidade do reimplante
é crítica, procede-se rapidamente a
osteossíntese e as anastomoses
arterial e venosa.
4. ENCURTAMENTO ÓSSEO E
OSTEOSSÍNTESE: após o desbrida-
mento de todas estruturas, o osso
deve ser encurtado e fixado. O encur-
tamento é realizado para promover a
fixação entre extremidades regulares,
limpas e viáveis. Este procedimento
melhora o índice de sucesso quanto à
consolidação óssea e diminui a ten-
são das outras estruturas a serem
reconstruídas, como vasos, nervos e
tendões. O tipo de osteossíntese a
ser escolhido dependerá das condi-
ções do tecido ósseo e da localização
da lesão. Deve-se sempre escolher a
osteossíntese mais eficiente, com o
objetivo de proporcionar movimenta-
ção articular precoce, e a mais sim-
ples e rápida possível. Entre as
opções mais utilizadas estão as pla-
cas de impacção, fios de Kirschner,
fixadores externos, amarrilhas e ban-
das de tensão. As lesões que com-
prometem uma articulação podem ser
tratadas com uma artrodese primária.
9
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
A osteossíntese das falanges,
após o desbridamento,
pode ser rapidamente realizada
com dois fios de KIRSCHNER
cruzados, associando-se uma
amarria com fio de aço.
TENORRAFIAS
Os tendões flexores e extensores
podem ser encurtados na mesma
medida que a parte óssea, tentando
manter a mesma tensão muscular. Os
tendões devem ser reconstruídos
com as técnicas convencionais ou as
que proporcionam maior resistência,
sendo que todo esforço deve ser rea-
lizado para evitar aderências tendino-
sas. Os tendões extensores devem
ser suturados antes da realização das
anastomoses venosas. A movimenta-
ção da parte reimplantada dependerá
da qualidade das estruturas músculo-
tendíneas e da evolução das microa-
nastomoses vasculares. Tanto o ten-
dão flexor superficial como o profundo
devem ser reconstruídos. Devido as
anastomoses vasculares e nervosas,
normalmente não se inicia a movi-
mentação do dedo por, pelo menos, 7
a 10 dias da cirurgia. Hoje temos
dado preferência às técnicas de
tenorrafia mais resistentes . para os
tendões cilíndricos preferimos utilizar
a técnica de 4 passagens de fio 4
zeros associada a sutura contínua
com fio 6 zeros ( Técnica de
Strickland modificada). Esta técnica
permite a movimentação ativa mais
precocemente.
10
REIMPLANTE DE MEMBROS
Os tendões extensores podem ser sutura-
dos com pontos de fio 4 ou 5 zeros, separa-
dos, em “U”, associando-se uma sutura
continua com fio 6 zeros. Nos flexores,
atualmente, preferimos suturas com passa-
gem de 4 fios 4 zeros, assoaciadas a uma
sutura contínua do epitendão com 6 zero.
TENORRAFIA DOS FLEXORES
TENORRAFIA DOS EXTENSORES
5. ANASTOMOSE VASCULAR:
normalmente as anastomoses vascula-
res são realizadas concomitantemente
após a reconstrução dos tendões flexo-
res e extensores. As microanastomo-
ses são realizadas com auxílio do
microscópio cirúrgico, instrumental e
fios de microcirurgia. A técnica de
microanastomose vascular deve ser
aprendida e treinada em laboratórios de
microcirurgia. Para procedimentos de
reimplantes normalmente utilizamos
anastomoses término-terminais de
artérias e veias. Freqüentemente, após
o desbridamento há necessidade de se
utilizar enxertos vasculares para
reconstrução da perda segmentar dos
vasos. Pode-se utilizar heparina tópica
para diminuir o índice de trombose e
xilocaina sem vasoconstrictor para evi-
tar o espasmo. Para evitar as trombo-
ses da microanastomoses o vaso deve
ser desbridado de forma que a sutura
deve ser realizada entre vasos normais.
Freqüentemente, após o desbridamen-
to há necessidade de se utilizar enxer-
tos vasculares para reconstrução da
perda segmentar dos vasos.
11
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
A anastomose venosa é realizada com auxílio
de magnificação por microscópio cirúrgico.
Após a colocação de clamps vasculares apro-
priados, resseca-se a camada adventícia, lava-
se e dilata-se a luz do veia e procede-se a
microanastomose com pontos separados de fio
10 ou 11 zeros
REIMPLANTE DE MEMBROS
12
A anastomose arterial é realizada com auxí-
lio de magnificação por microscópio cirúrgi-
co. Após a colocação de "clamps" vasculares
apropriados, resseca-se a camada adventí-
cia, lava-se e dilata-se a luz da artéria e pro-
cede-se a microanastomose com pontos
separados de fio 10 zeros.
6. ANASTOMOSE NERVOSA: os
nervos são, geralmente, as últimas
estruturas a serem reconstruídas. O
sucesso da função do reimplante esta
intimamente relacionada com a quali-
dade da reconstrução dos nervos
periféricos. A técnica de reconstrução
do nervo periférico dependerá do ner-
vo e do local envolvido. Usualmente
os nervos digitais, que são oligofasci-
culares e puramente sensitivos, são
reconstruídos por meio de sutura epi-
neural externa. Os nervos mediano e
ulnar, que possuem uma estrutura
fascicular organizada, podem ser
reconstruídos pela sutura epineural
interna. Muitas vezes, após o desbri-
damento, há uma perda segmentar do
nervo periférico que exige reparação
com enxertos de nervo.
13
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
A anastomose nervosa é realizada
com auxílio de magnificação por
microscópio cirúrgico. Após a
identificação e mapeamento dos
grupos fasciculares, realiza-se a
sutura do epineuro com pontos
separados de fio 9 ou 10 zeros,
obedecendo a orientação dos fas-
cículos nervosos.
REIMPLANTE DE MEMBROS
14
Após a reconstrução de todas estruturas, procede-se a sutura da pele, sem tensão.
7. FECHAMENTO DA PELE: a
pele deve ser suturada com pontos
separados sem tensão. É fundamen-
tal a proteção da cobertura cutânea
de todas as estruturas reconstruídas.
Em caso de necessidade deve-se lan-
çar mão de enxertos de pele ou reta-
lhos cutâneos.
PÓS-OPERATÓRIO
O membro submetido ao reim-
plante deve ser imobilizado e elevado
acima do nível do ombro por, pelo
menos, 10 dias, quando a drenagem
linfática e venosa passam a ser efi-
cientes.. A monitorização da perfusão
deve ser iniciada imediatamente.
Normalmente, a extremidade reim-
plantada tem uma cor mais rósea,
uma temperatura mais quente e a
velocidade de perfusão mais rápida
que o normal durante as primeiras 24
a 48 horas. A monitorização da perfu-
são pode ser clínica, através da visua-
lização, palpação e teste de perfusão
da extremidade reimplantada a cada
hora. Alguns aparelhos que medem o
fluxo sangüíneo capilar, como o "dop-
pler", podem ser utilizados com vanta-
gens sobre a avaliação clínica, princi-
palmente durante o período noturno
quando pode haver iluminação insufi-
ciente e avaliação por pessoal menos
treinado. Outra forma de monitorar a
perfusão sangüínea pode ser conse-
guida pela medida da temperatura.
Quando a perfusão esta adequada, a
temperatura do segmento reimplanta-
do mantém-se entre 33º a 35º Celcius,
e quando a temperatura cai abaixo de
30º Celcius, há baixo fluxo sangüíneo.
É muito importante manter o paciente
com o quadro hemodinâmico estável,
pois a hipotensão arterial é uma cau-
sa importante de trombose das anas-
tomoses. É interessante manter o
paciente discretamente hemodiluido,
controlando o hematócrito e hemoglo-
bina, pois, nesta situação, o índice de
trombose é menor. Mantém-se a anti-
bioticoterapia por, pelo menos, 10
dias. Proíbe-se o paciente de fumar
devido ao grande risco de espasmo e
trombose vascular. Para diminuir o
índice de trombose utilizamos a aspi-
rina (100 a 200 mg/dia) ou o dipirida-
mol (25 mg cada 6 horas), via oral,
para diminuir a adesividade plaquetá-
ria, e expansores de volume para
manter a hemodiluição (macromolé-
culas), via endovenosa, por 3 dias. A
heparina, de baixo peso molecular ou
não, só é utilizada em casos críticos.
A reabilitação deve ser orientada pelo
cirurgião e baseada na evolução clíni-
ca e nas condições anatômicas das
diversas estruturas. A movimentação
é iniciada o mais precocemente possí-
vel, evitando agredir as microanasto-
moses vasculares, mas tentando pre-
venir a rigidez e as aderências tendi-
nosas.
REIMPLANTES
DO MEMBRO INFERIOR
Os reimplantes de membro infe-
rior são menos freqüentes por várias
razões:
1) os traumas que provocam
amputações ao nível do membro infe-
rior geralmente são de alta energia
cinética e provocam grave lesão teci-
dual, que pode inviabilizar o reimplan-
te;
2) há associação freqüente de
lesões de outros órgãos que contra-
indicam o procedimento de reimplante
(lesões intra-abdominais, torácicas ou
cranianas);
3) o bom resultado funcional pro-
porcionado pelas próteses de membro
inferior é uma realidade.
Quanto mais distal é a amputação
no membro inferior e quanto mais
jovem for o paciente, melhor será o
resultado do reimplante, especialmen-
te se a lesão não for provocada por
mecanismo de avulsão.
Devemos lembrar que o objetivo
15
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
deve ser a restauração, não apenas
da aparência do membro, mas princi-
palmente da função da extremidade.
Um membro inferior reimplantado
deve proporcionar equilíbrio e apoio
para suportar a carga durante a mar-
cha. A sensibilidade do pé é funda-
mental para proporcionar propriocep-
ção e evitar a formação de úlceras de
pressão; portanto, nos reimplantes de
membro inferior, para se obter bom
resultado funcional, é fundamental o
retorno da sensibilidade.
Existem poucos relatos de reim-
plantes de membros inferiores com
sucesso funcional na literatura
(1-MA8,9). Usui et al. relatam sucesso
no reimplante de uma perna em uma
criança de quatro anos de idade que,
após quatro anos da cirurgia, apre-
sentava crescimento esquelético, boa
qualidade na regeneração nervosa,
boa aparência e excelente resultado
funcional. Em amputações bilaterais,
ao analisar os segmentos proximal e
distal de cada lado, houve relatos na
literatura de reimplantes do pé na per-
na oposta, de tal forma que o hálux se
transformava no pododáctilo mais
lateral.
O'Brien & Morrison referem que
os reimplantes do membro inferior são
menos indicados devido a pior quali-
dade da regeneração nervosa, que
nem sempre proporciona sensibilida-
de protetora e a qualidade superior
das próteses no membro inferior.
Relatam que as amputações do mem-
bro inferior, provocadas por grande
esmagamento ou avulsão, não devem
ser submetidas a cirurgias de reim-
plante e, da mesma forma, em pacien-
tes idosos, a patologia vascular dege-
nerativa pode estar presente e ser
fator importante que deve ser levado
em consideração na indicação do pro-
cedimento.
Os cuidados pré-operatórios, com
relação à extremidade distal amputa-
da (limpeza, colocação em recipiente
com soro fisiológico e resfriamento
sem contato direto com gelo) e com
relação ao coto proximal (limpeza,
curativo compressivo e evitar ligadu-
ras) são os mesmos para amputações
em outros níveis . 0 tempo de isque-
mia crítico, como no membro superior,
também vai depender do nível da
amputação, havendo tolerância de até
cerca de seis horas de isquemia em
hipotermia nas amputações proximais
e tempos maiores nas amputações
distais. Devemos sempre lembrar que
longos tempos de isquemia podem
produzir, após a reperfusão do seg-
mento amputado, alterações metabó-
licas e do equilíbrio ácido-básico que
podem provocar a morte do paciente.
A técnica cirúrgica inclui o desbri-
damento cuidadoso de todo o tecido
desvitalizado, regularização e encur-
tamento dos fragmentos ósseos,
osteossíntese, reconstrução de mús-
culos e tendões, anastomoses vascu-
lares de artérias e veias com ou sem
enxertos e anastomoses nervosas
com ou sem enxertos. 0 uso do
microscópio cirúrgico permite anasto-
moses vasculares e nervosas de boa
qualidade, que, por sua vez, propor-
cionam a sobrevida e o sucesso fun-
cional do reimplante.
COMPLICAÇÕES
As complicações podem ser divi-
didas em precoces e tardias.
As precoces relacionam-se às
complicações vasculares (trombose
das microanastomoses), sangramen-
to, infecções, necrose e perda de
cobertura cutânea.
• Trombose das microanastomo-
ses: o primeiro sinal de insuficiência
arterial é a diminuição de velocidade
da perfusão capilar. A extremidade
reimplantada torna-se pálida, poden-
16
REIMPLANTE DE MEMBROS
do assumir coloração levemente cia-
nótica. A temperatura diminui e a pol-
pa da extremidade fica vazia. As trom-
boses das anastomoses arteriais
podem ocorrer imediatamente após o
término da anastomose e liberação
dos clamps a até 12 dias da cirurgia.
• Edema: normalmente o edema é
pouco acentuado se há boa qualidade
na drenagem venosa. Quando exces-
sivo, deve ser tratado com a liberação
de pontos e elevação da extremidade.
• Congestão venosa e trombose
venosa: há aumento da velocidade de
perfusão capilar. O dedo torna-se túr-
gido, com uma coloração arroxeada e
mais frio. Quando se detecta uma
congestão venosa deve-se remover
todo o curativo e procurar pontos de
possível compressão. As tromboses
das microanastomoses venosas tam-
bém podem ocorrer precoce ou tardia-
mente.
• Reoperação nas tromboses das
microanastomoses: quando há trom-
bose das microanastomoses, tanto
arterial quanto venosa, há necessida-
de de reexploração cirúrgica. Este
procedimento deve ser considerado
uma emergência e pode corrigir
algum erro técnico, causador da com-
plicação, como: tensão exagerada do
vaso, vaso redundante, trajeto inade-
quado do vaso, etc.. Normalmente,
nas reexplorações há necessidade de
ressecar o local da anastomose trom-
bosada e interpor um enxerto vascu-
lar.
• Sangramento: é comum ocorrer
sangramento pela lesão de veias ou
por pequenos furos nas artérias.
Quando o sangramento ocorrer na
vigência do uso de heparina, esta
deve ser descontinuada. Em casos
extremos há necessidade de revisão
cirúrgica.
• Infecção: as amputações trau-
máticas são ferimentos potencialmen-
te infectados e associados a desvas-
cularização de tecidos. O tratamento
deve basear-se no desbridamento
meticuloso, inclusive ósseo, e antibio-
ticoterapia adequada.
• Necrose: a persistência de teci-
do necrosado, seja ósseo, muscular,
cutâneo e outros, pode causar outras
complicações como infecção, edema
e até trombose das anastomoses. O
desbridamento deve ser meticuloso e
todo tecido necrosado detectado deve
ser ressecado.
• Necrose de pele: a pele pode
sofrer por comprometimento vascu-
lar. Desde que não haja exposição de
estruturas profundas (osso, tendão,
etc.), esta pode ser tratada apenas
com desbridamento e curativos. Por
outro lado, se houver exposição, esta
dever ser tratada, precocemente,
pelo desbridamento e tratamento
cirúrgico para promover uma cober-
tura cutânea adequada. Os retalhos
utilizados para este fim vão depender
da região de exposição, condições
anatômicas e da experiência do cirur-
gião.
• Complicações ósseas:
— a pseudartrose pode ocorrer
principalmente devido ao comprometi-
mento vascular dos ossos. Quando
conveniente tratado o tecido ósseo
cicatriza e promove a consolidação. O
tratamento baseia-se na revisão das
osteossínteses e enxertia óssea.
— as consolidações viciosas
podem ser evitadas pelo alinhamento
ósseo adequado no momento do
reimplante ou mesmo durante sua
evolução. Caso haja deformidades
com prejuízo da função deve-se indi-
car osteotomias corretivas.
17
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
REIMPLANTE DE MEMBROS
18
1
CASOS CLÍNICOS
Amputação ao nível de braço provocado
por mecanismo de esmagamento/avulsão.
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
19
2 Reimplante ao nível de antebraço em trauma
provocado por avulsão – centrífuga industrial.
REIMPLANTE DE MEMBROS
20
3Reimplante ao nível do punho.
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
21
4Reimplante ao nível da mão.
REIMPLANTE DE MEMBROS
22
5Reimplante de dedo e polegar.
23
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
6Reimplante do polegar
nas amputações por avulsão.
24
REIMPLANTE DE MEMBROS
7Avulsão do dedo anular por anel
25
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
8Reimplante de membro inferior
26
REIMPLANTE DE MEMBROS
1. Biemer, E.: Vein grafts in microvascular surgery. Br. J.
Plast. Surg., 30:197, 1977.
2. Biemer, E., Duspiva, W., Herndl, E., Stock, W., and
Ramatschi, P.: Early experiences in organizing and running
a replantation service. Br. J. Plast. Surg., 31:9, 1978.
3. Black, E. B., 111.: Microsurgery and replantation of tis-sues
in children. Pediatr. Ann., 11:918, 1982.
4. Buncke, H. J., Alpert, B. S., and Shah, K. G.: Microvas-
cular graffing. Clin. Plast. Surg., 5:185, 1978.
5. Buncke, H. J., Buncke, C. M., and Schulz, W. P.: Exper-
imental digital amputation and reimplantation. Plast.
Reconstr. Surg., 36:62, 1965.
6. Caffée’ H. H.: Improved exposure for arterial repair in
thumb replantation. J. Hand Surg. (Am.), 10:416, 1985.
7. Caffee, H. H., and Hankins, T.: Controlled digital hypo-ther-
mia. Plast. Reconstr. Surg., 69:1013, 1982.
8. Chen, Z.-W., Meyer, V. E., Kleinert, H. E., and Beasley, R.
W.: Present indications and contraindications for replanta-
tion as reflected by long-term functional re-sults. Orthop.
Clin. North Am., 12:849, 1981.
9. Chen, Y. C., Chen, C. W., Lin, C. T., and Pao, Y. S.: Some
problems concerning small vessel anastomoses in the
reattachment of complete traumatic amputa-tions. Chin.
Med. J., 85:79, 1966.
10. Chiu, H. Y., and Chen, M. T.: Revascularization of digits
after thirty-three hours; of warm ischemia time: a case
report. J. Hand Surg. (Am.), 9:63, 1984.
11. Chow, J. A., Bilos, Z. J., and Chunprapaph, B.: Thirty
thumb replantations: indications and results. Plast.
Reconstr. Surg., 64:626, 1979.
12. Chow, J. A., Bilos, Z. J., Chunprapaph, B., and flui, P.:
Forearm replantation-long-term. functional results. Ann.
Plast. Surg., 10:15, 1983.
13. Chow, J. A., and Chunprapaph, B.: Replantation of por-
tions of four fingers-long-term functional results. Ann.
Plast. Surg., 7:407, 1981.
14. Colen, S. R., Romita, M. C., Godfrey, N. Y., and Shaw, W.
W.: Salvage replantation. Clín. Plast. Surg., 10:125, 1983.
15. Cooney, W. P.: Revascularization and replantation after
upper extremity trauma: experience with interposition
artery and vein grafts. Clin. Orthop., 137:227, 1978.
16. Dell, P. C., Seaber, A. V., and Urbaniak, J. R.: The effect of
systemic acidosis on perfusion of replanted parts. J. Hand
Surg., 5:433, 1980.
17. Doi, K.: Replantation of an avulsed thumb, with appli-
cation of a neurovascular pedicle. Hand, 8:258, 1976.
18. Earley, M. J., and Watson, J. S.: Twenty four thumb replan-
tations. J. Hand Surg. (Br.), 9:98, 1984.
19. Elsahy, N. I.: When to replant a fingertip after its complete
amputation. Plast. Reconstr. Surg., 60:14, 1977b.
20. Eriksson, E., Anderson, W. A., and Replogle, R. L.: Effects
of prolonged ischemia on muscle microcircula-tion in the
cat. Surg. Forum, 25:254, 1974.
21. Faibisoff, B., and Daniel, R. K.: Management of severe
forearm injuries. Surg. Clin. North Am., 61:287, 1981.
22. Ferreira, M.C. et al.: reimplantes de mão. Ver. Assoc. Med.
Bras. 21: 149-152, 1975.
23. Fereira, M.C. et al.: limb reiplantation. Clin. Plast. Surg.
5:211-221, 1978.
24. Flagg, S. V., Finseth, F. J., and Krizek, T. J.: Ring avulsion
injury. Plast. Reconstr. Surg., 59:241, 1977.
25. Fossati, E., and Irigaray, A.: Successful revascularization
of an incompletely amputated finger with serious venous
congestion-a case report. J. Hand Surg. (Arn.), 8:356,
1983.
26. Furnas, D. W., Salibian, A. H., and Achauer, B. M.: Genesis
of a replantation program. Am. J. Surg., 136:21, 1978.
27. Gelberman, R. H., Urbaniak, J. R., Bright, D. S., and Levin,
L. S.: Digital sensibility following replantation. J. Hand
Surg., 3:313, 1978.
28. Gingrass, R. P., Fehring, B., and Matloub, H.: Intraos-
seous wiring of complex hand fractures. Plast. Re-constr.
Surg., 66:466, 1980.
29. Glas, K., Biemer, E., Duspiva, K. P., Werber, K., Stock, W.,
and Herndl, E.: Long-term follow-up results of 97 finger
replantations. Arch. Orthop. Trauma Surg., 100:95, 1982.
30. Goldwyn, R. M., and Murray, J. E.: Letter: function of
replanted fingers. N. Engl. J. Med., 291:1088, 1974.
31. Gordon, L., Leitner, D. W., Buncke, H. J., and Alpert, B. S.:
Partial nail plate removal after digital replantation as an
alternative method of venous drainage. J. Hand Surg.
(Am.), 10:360, 1985.
32. Gould, J. S., Gould, S. H., and Caudill-Babkes, E. L.:
Interpositional microvascular vein graffing. Hand, 11:332,
1979.
33. Graham, B., Laulus, D. A., and Caffee, H. H.: Pulse oxi-
metry for vascular monitoring in upper extremity replanta-
tion surgery. J. Hand Surg. (Am.), 11:687, 1986.
34. Hales, P., and Pullen, D.: Hypotension and bleeding dia-
thesis following attempted an replantation. Anesth.
Intensive Care, 10:359, 1982.
35. Hamilton, R. B., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., and
MacLeod, A. M.: Replantation and revascularization of
digits. Surg. Gynecol. Obstet., 151:508, 1980.
36. Hamilton, R. B., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., and
MacLeod, A. M.: Survival factors in replantation and revas-
cularization of the amputated thumb-10 years’ experience.
Scand. J. Plast. Reconstr. Surg., 19:55, 1982.
37. Harman, J. W.: Histological study of skeletal muscle in acu-
te ischemia. Am. J. Pathol., 23:551, 1947.
38. Harris, G. D., Finseth, F., and Buncke, H. J.: The hazard of
cigarette smoking following digital replantation. J.
Microsurg., 1:403, 1980.
39. Harrison, D. H., and Watson, J. S.: Use of the polypro-pyle-
ne pegs for immediate stabilization in digital replantation. J.
Hand Surg. (Am.), 5:203, 1980.
40. Heden, P. G., Hamilton, R., Arnander, C., and Jurell, G.:
Laser Doppler survillance of the circulation of free flaps
and replanted digits. Microsurgery, 6:11, 1985.
41. Honda, T., Nomura, S., Yamauchi, S., Shimamura, K., and
Yoshimura, M.: The possible applications of a composite
skin and subcutaneous vein. graft in the replantation of
amputated digits. Br. J. Plast. Surg., 37:607, 1984.
42. Ikuta, Y.: Method of bone fixation in reattachment of ampu-
tations in the upper extremities. Clin. Orthop., 133:169,
1978.
43. Irigaray, A.: New fixing screw for completely amputated fin-
gers. J. Hand Surg., 5:381, 1980.
44. Jacobson, J. H.: Microsurgical technique in repair of the
traumatized extremity. Clin. Orthop., 19:132, 1963.
45. Jacobson, J. H., and Suzrez, E. L.: Microsurgery in the
anastomosis of small vessels. Surg. Forum, 9:243, 1960.
46. Jaeger, S. H., Tsai, T. M., and Kleinert, H. E.: Upper extre-
mity replantation in children. Orthop. Clin. North Am.,
12:897, 1981.
47. Jones, J. M., Schenck, R. R., and Chesney, R. B.: Digital
replantation and amputation-comparison of function. J.
Hand Surg. (Am.), 7:183, 1982.
48. Kader, P. B.: Therapist’s management of the replanted
hand. Hand Clin., 2:179, 1986.
49. Kleinert, H. E., Jablon, M., and Tsai, T. M.: An overview of
replantation and results of 347 replants in 245 patients. J.
Trauma, 20:390, 1980.
50. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Restoration of blood
flow in upper extremity injuries. J. Trauma, 3:461, 1963a.
51. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Salvage of devascu-lari-
zed upper extrernities including: studies on small vessel
anastomosís. Clin. Orthop., 29:29, 1963b.
52. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Anastomosis of digital
vessels. J. Ky. Med. Assoe., 63:106, 1965.
53. Kleinert, H. E., Kasdan, M. L., and Romero, J. L.: Small
blood vessel anastomosis for salvage of the severely inju-
red upper extremity. J. Bone Joint Surg., 45A:788, 1963.
54. Komatsu, S., and Tamai, S.: Successful replantation of a
completely cut off thumb: case report. Plast. Reconstr.
Surg., 42:374, 1968.
55. Kotani, H., Kawai, S., Doi, K., and Kuwata, N.: Auto-matic
milking apparatus for the insufficíent venous drainage of
the replanted digit. Microsurgery, 5:90, 1984.
56. Kubo, T., lkita, Y., Watari, S., Okuhira, N., and Tsuge, K.:
The smallest digital replant, yet? Br. J. Plast. Surg.,
29:313, 1976.
57. Kutz, J. E., Sinclair, S. W., Rao, V., and Carlier, A.: Cross-
and replantation-preliminary case report. J. Microsurg.,
3:251, 1982.
58. Leung, P, C.: Hand replantation in an 83 year old woman-
the oldest replantation? Plast. Reconstr. Surg., 64:416,
1979a.
59. Leung, P. C.: The "throbbing sign"-an indication of early
venous congestion in replantation surgery. J. Hand Surg.
(Am.), 4:409,1979b.
60. Leung, P. C.: Use of an intramedullary bone peg in digital
replantations, revascularization, and toe-trans-fers. J.
Hand Surg., 6:281, 1981a.
61. Leung, P. C.: Analysis of complications in. digital replan-
tations. Hand, 14:25, 1982.
62. Lister, G.: Intraosseous wiring of the digital skeleton. J.
Hand Surg., 3:427, 1978.
63. Lobay, G. W., and Moysa, G. L.: Primary neurovascular
bundle transfer in the management of avulsed thumbs. J.
Hand Surg., 5:584, 1981.
64. Lu, S. Y., Chiu, H. Y., Lin, T. W., and Chen, M. T.:
Evaluation of survival in digital replantation with thermome-
tric monitoring. J. Hand Surg. (Am.), 9:805, 1984.
65. Malt, R. A., and Harris, W. H.: Long terms results in replan-
ted arm. Br. J. Surg., 56:705, 1969.
66. Malt, R. A., and McKhann, C. F.: Replantation of severed
arms. J.A.M.A., 189:716,1964.
67. Malt, R. A., Remensnyder, J. P., and Harris, W. H.: Long-
term utility of replanted arms. Ann. Surg., 176:334, 1972.
68. Manke, D. A., Suraner, D. S., Van Beek, A. L., and
Lambeth, A.: Hemodynamic studies of digital and extremity
replants and revascularizations. Surgery, 88:445, 1980.
69. Marshall, K. A., Edgerton, M. T., Rodeheaver, G. T., Magee,
C. M., and Edlich, R. F.: Quantitative micro-biology: its
application to hand. injuries. Am, J. Surg., 131:730, 1976.
70. Mattar Júnior, R.; Azze, R.J.; De Paula, E.J.L.; Kimura,
L.K.; Okane, S.Y.; Resende, M.R.; Starck, R.; Canedo,
A.C. Reimplantes de polegar nas amputações provocadas
por mecanismo de avulsão. Rev. Bras. Ortop., v.30, p.191-
6, 1995.
71. Mattar Júnior, R.; Azze, R. J.; Kimura, L. K.; Starck, R.;
Paula, E. J. L. – Reimplante de membro inferior: relato de
caso com sete anos e seis meses de evolução. Rev. Bras.
Ortop., v. 29, p. 531-4, 1994.
72. Mattar Júnior, R; Paula, E. J. L.; Kimura, L. K.; Starck, R.;
Canedo, A. C.; Azze. R. J. – Reimplante nas amputações
provocadas por mecanismo de avulsão. Rev. Bras. Ortop.,
v. 28, p. 657-61, 1993.
73. Matsuda, M., Kato, N., and Hosoi, M.: The problems in
replantation of limbs amputated through the upper arm
region. J. Trauma, 21:403, 1981.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
27
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
74. Matsuda, M., Kato, N., and Hosoi, M.: Continuous bra-chial
plexus block for replantation in the upper extremity. Hand,
14:129, 1982.
75. May, J. W., Jr.: Successful digital replantation after 28
hours of cold ischemia. Plast. Reconstr. Surg., 67:566,
1981.
76. May, J. W., Jr., Chait, L. A., O’Brien, B. M., and Hurley, J.
V.: The no-reflow phenomenon in experimental free flaps.
Plast. Reconstr. Surg., 61:256, 1978.
77. May, J. W., Jr., and Gallico, G. G., III: Upper extremity
replantation. Curr. Probl. Surg., 17:12, 1980a.
78. May, J. W., Jr., and Gallico, G. G., III: Simultaneous struc-
ture repair in replantation surgery: ideas and innovations.
Plast. Reconstr. Surg., 66:466, 1980b.
79. May, J. W., Jr., Hergrueter, C. A., and Hansen, R. H.:
Seven-digit replantation: digit survival after 39 hours of
cold ischemia. Plast. Reconstr. Surg., 78:522, 1986.
80. May, J. W., Jn, Toth, B. A., and Gardner, M.: Digital replan-
tation distal to the proximal interphalangeal joint. J. Hand
Surg., 7:161, 1982.
81. Meuli, H. C, Meyer, V., and Segmuller, G.: Stabilization of
bone in replantation surgery of the upper limb. Clin.
Orthop., 133:179, 1978.
82. Mitchell, G. M., Morrison, W. A., Papadopoulos, A., and
O’Brien, B. M.: A study of the extent and pathology of expe-
rimental avulsion injury in rabbit arteries and veins. Br. J.
Plast. Surg., 38:278, 1985.
83. Mitz, V., Staub, S., and Morel-Fatio, D.: Advantages of
interpositional long venous grafts in microvascular surgery.
Ann. Plast. Surg., 2:16, 1979.
84. Moneim, M. S., and Chacon, N. E.: Salvage of replanted
parts of the upper extremity. J. Bone Joint Surg., 67A:880,
1985.
85. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.: A
long term review of digital replantation. Aust. NX J. Surg.,
47:767, 1977a.
86. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.:
Evaluation of digital replantation-a review of 100 cases.
Orthop. Clin. North Am., 8:295, 1977b.
87. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.:
Results of digital replantation and revascularization. Hand,
10:125, 19
88. Nakayama, Y., and Soeda, S.: A simple method for cooling
fingers during replantation. surgery. Plast. Re-constr.
Surg., 75:750, 1985.
89. Neimkin, R. J., May, J. W., Jr., Roberts, J., and Sunder, N.:
Continuous axillary block through an indwelling Teflon
catheter. J. Hand Surg. (Am.), 9:830, 1984.
90. Nichter, L. S., Haines, P. C., and Edgerton, M. T.:
SuccessfuI replantation in the face of absent venous drai-
nage: an experimental study. Plast. Reconstr. Surg.,
75:686, 1985.
91. Nissenbaum, M.: A surgical approach for replantation of
complete digital amputations. J. Hand Surg. (Am.), 5:58,
1980.
92. Nissenbaum, M.: Class IIA ring avulsion injuries: an abso-
lute indication for microvascular repair. J. Hand Surg.
(Am.), 9:810, 1984
93. Nylander, G., Vilkki, S., and Ostrup, L.: The need for
replantation surgery after traumatic amputations of the
upper extremity-an estimate based upon the epidemiology
of Sweden. J. Hand Surg. (Br.), 9:257, 1984.
94. O’Brien, B. M.: Replantation surgery. Clin. Plast. Surg.,
1:405, 1974.
95. O’Brien, B. M., Franklin, J. D., Morrison, W. A., and
MacLeod, A. M.: Replantation and revascularization sur-
gery in children. Hand, 12:12, 1980.
96. Phelps, D. B.: Should a torn off little finger ever be replan-
ted? Plast. Reconstr. Surg., 61:592, 1978.
97. Phelps, D. B., Rutherford, R. B., and Boswick, J. A.:
Control of vasospasm following trauma and microvas-cular
surgery. J. Hand Surg., 4:109, 1979.
98. Pho, R. W.: Vessels and nerve transfer in reconstructive
microsurgery. Ann. Acad. Med. Singapore, 8:385, 1979.
99. Pho, R. W., Chacha, P. B., and Yeo, K. Q: Rerouting ves-
sels and nerves from other digits in replanting an avulsed
and degloved thumb. Plast. Reconstr. Surg., 64:330, 1979.
100. Pho, R. W., Chacha, P. B., Yeo, K. Q, and Caruwalla, J. S.:
Replantation of digits using microvascular technique. Ann.
Acad. Med. Singapore, 8:398, 1979.
101. Pho, R. W., and Satkunanantham, K.: Problems of a dou-
ble level amputation-a case report. Ann. Acad. Med.
Singapore, 11:273, 1982.
102. Pitzler, D., and Buck-Gramcko, D.: Secondary operations
after replantation. Ann. Chir. Gynaecol., 71:19, 1982.
103. RusselI, R. C., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., Pama-mull,
G., and MacLeod, A.: The late functional results of upper
limb revascularization and replantation. J. Hand Surg.
(Am.), 9:623, 1984.
104. Schlenker, J. D., Kleinert, H. E., and Tsai, T. M.: Meth-ods
and results of replantation following traumatic amputation
of the thumb in sixty-four patients. J. Hand Surg., 5:63,
1980.
105. Schweitzer, I., and Rosenbaum, M. B.: Psychiatric as-
pects of replantation surgery. Gen. Hosp. Psychiatry,
4:271, 1982.
106. Scott, F. A., Howar, J. W., and Boswick, J. A.: Recovery of
function following replantation and revascularization of
amputated hand parts. J. Trauma, 21:204, 1981.
107. Sekiguchi, J., and Ohmori, K.: Youngest replantation with
microsurgical anastomoses: a successfúl replantation of a
finger on an infant-aged 12 months and 15 days-by micro-
surgical repair is reported. Hand, 11:64, 1979.
108. Serafin, D., Kutz, J. E., and Kleinert, H. E.: Replantation of
a completely amputated distal thumb without venous anas-
tomosis. Plast. Reconstr. Surg., 52:579, 1973.
109. Sloan, G. M., and Sasaki, G. H.: Noninvasive monitoring of
tissue viability. Clin. Plast. Surg., 12:185, 1985.
110. Snyder, C. C., Knowles, R. P., Mayer, P. W., and Hobbs, J.
C.: Extremity replantation. Plast. Reconstr. Surg., 26:251,
1960.
111. Stewart, D. E., and Lowrey, M. R.: Replantation surgery fol-
lowing self-inflicted amputation. Can. J. Psychiatry, 25:143,
1980.
112. Stírrat, C., Seaber, A. V,, Urbaniak, J. R., and Bright, D, S.:
Temperature monitoring in digital replantation. J. Hand
Surg., 3:342, 1978.
113. Strain, J. J., and DeMuth, G. W.: Care of the psychotic self-
amputee undergoing replantation. Ann. Surg., 197:210,
1983,
114. Strauch, B., and Terzis, J. K.: Replantation of dígits. Clin.
Orthop., 133:35, 1978.
115. Tamai, S.: Digit replantation: analysis of 163 replanta-tions
in an 11 year period. Clin. Plast. Surg., 5:105, 1979.
116. Tamai, S.: Twenty years’ experience of limb replanta-tion-
review of 293 upper extremity replants. J. Hand Surg.
(Ara), 7:549,1982.
117. Tamai, S., Hori, Y., Fukui, A., and Shimizu, T.: Finger
replantation. Int. Surg., 66:9, 1981.
118. Tamai, S., Hori, Y., Tatsumi, Y., et al.: Microvascular anas-
tomosis and its applícatíon on the replantatíon of amputa-
ted digits and hands. Clin. Orthop., 133:106, 1978.
119. Tsai, T.: A complex reimplantation of digits: a case report.
J. Hand Surg., 4:145, 1979.
120. Tsai, T. M., Manstein, C., DuBou, R., Wolff, T. W., Kutz, J.
E., and Kleinert, H. E.: Primary microsurgical. repair of ring
avulsion amputation injuries. J. Hand Surg., 9A:68, 1984.
121. Tupper, J. W.: Techniques of bone fixation and clinical
experience in replanted extremities. Clin. Orthop.,
133:165, 1978.
122. Urbaniak, J. R., Evans, J. P., and Bright, D. S.: Micro-vas-
cular management of ring avulsion injuries. J. Hand Surg.,
6:25, 1981.
123. Urbaniak, J. R., Roth, J. H., Nunley, J. A., Goldner, R. D.,
and Koman, L. A.: The results of replantation after amputa-
tion of a single finger. J. Bone Joint Surg. (Am.), 67:611,
1985.
124. VanBeek, A. L., Kutz, J. E., and Zook, E. G.: Importance of
the ribbon sign, indicating unsuitability of the vessel, in
replanting a finger. Plast. Reconstr. Surg., 61:32, 1978.
125. VanBeek, A. L., Wavak, P. W., and Zook, E. G.: Micro-vas-
cular surgery in young children. Plast. Reconstr. Surg.,
63:457, 1979.
126. Yamano, Y.: Replantation of the amputated distal part of
the fingers. J. Hand Surg. (Am.), 10:211, 1985.
127. Yamano, Y., Matsuda, H., Nakashima, K., and Shimazu, A.:
Some methods for bone fixation for digital replantation.
Hand, 14:135, 1982.
128. Yamano, Y., Namba, Y., Hino, Y., Hasegawa, T., Ugawa, A.,
and Ise, M.: Digital nerve grafts in replanted digits. Hand,
14:255, 1982.
129. Yamauchi, S., Nomura, S., Yoshimura, M., Veno, T., Iwai,
Y., and Shimamura, K.: Recovery of sensation in replanted
digits-time of recovery and degree of two point discrimina-
tion. J. Microsurg., 3:206, 1982.
130. Yamauchi, S., Nomura, S., Yoshimura, M., Veno, T., Iwai,
Y., and Shimamura, K.: A clinical study of the order and
speed of sensory recovery after digital replantation. J.
Hand Surg., 8:545, 1983.
131. Wang, S. H., Young, K. F., and Wei, J. N.: Replantation of
severed limbs-clinical analysis of 91 cases. J. Hand Surg.
(Am.), 6:311, 1981.
132. Weeks, P. M., and Young, V. L.: Revascularization of the
skin envelope of a denuded finger. Plast. Reconstr. Surg.,
69:527, 1982.
133. Wei, F. C., Chaung, C. C., Chen, H. C., Tsai, Y. C., and
Noordhoff, M. S.: Ten digit replantation. Plast. Reconstr.
Surg., 74:826, 1984.
134. Weiland, A. J., Robinson, H., and Futrell, J.: External sta-
bilization of a replanted upper extremity. J. Trauma,
16:239, 1976.
135. Weiland, A. J., Villarreal-Rios, A., Kleinert, H. E., Kutz, J.,
Atasoy, E., and Lister, G.: Replantation of digits and hands:
analysis of surgical techniques and func-tional results in 71
patients with 86 replantations. J. Trauma, 2:1, 1977.
136. Wood, M. B., and Cooney, W. P.: Above elbow limb replan-
tation; functional results. J. Hand Surg. (Am.), 11:682,
1986.
137. Wray, R. C., Young, V. L., and Weeks, P. M.: Flexible
implant Arthroplasty and finger replantation. Plast.
Reconstr. Surg., 74:97, 1984.
138. Zumiotti, A.: Reimplante de membros. Rev. Bras. Ortop.
19:137-142, 1984.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Reimplante e Revascularizações

Termo de Consentimento de Lipoaspiração.doc
Termo de Consentimento de Lipoaspiração.docTermo de Consentimento de Lipoaspiração.doc
Termo de Consentimento de Lipoaspiração.docBrunno Rosique
 
amputação membros inferiores
 amputação membros inferiores   amputação membros inferiores
amputação membros inferiores Ruan Silva
 
Cuidados no Posicionamento Cirúrgico
Cuidados no Posicionamento CirúrgicoCuidados no Posicionamento Cirúrgico
Cuidados no Posicionamento Cirúrgicocrisenf
 
XABCDE.pptx
XABCDE.pptxXABCDE.pptx
XABCDE.pptxEnfSampy
 
XABCDE.pptx
XABCDE.pptxXABCDE.pptx
XABCDE.pptxEnfSampy
 
Complicações cirurgicass.pptx
Complicações cirurgicass.pptxComplicações cirurgicass.pptx
Complicações cirurgicass.pptxMeysonSantosSilva
 
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptxAULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptxFabianaRomoGuimares
 
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdfBANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdfDorotéia Silva
 
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptxMANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx»♥« Jesus
 
contencao-mecanica (1).pptx
contencao-mecanica (1).pptxcontencao-mecanica (1).pptx
contencao-mecanica (1).pptxDheniseMikaelly
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIRaquelzinha Vales
 
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente com
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente comA atuacao da_fisioterapia_no_paciente com
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente comAj-power-people
 
Cirurgia abdominal completa (2012)
Cirurgia abdominal   completa (2012)Cirurgia abdominal   completa (2012)
Cirurgia abdominal completa (2012)Jucie Vasconcelos
 
cirurgia plástica-facial
cirurgia plástica-facialcirurgia plástica-facial
cirurgia plástica-facialCarol Fontoura
 
Trabalho Mastectomia.pptx
Trabalho Mastectomia.pptxTrabalho Mastectomia.pptx
Trabalho Mastectomia.pptxIsaqueLS
 
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
Assisterncia  enfermagem traqueostomia  okAssisterncia  enfermagem traqueostomia  ok
Assisterncia enfermagem traqueostomia okQuézia Barcelar
 

Semelhante a Reimplante e Revascularizações (20)

Termo de Consentimento de Lipoaspiração.doc
Termo de Consentimento de Lipoaspiração.docTermo de Consentimento de Lipoaspiração.doc
Termo de Consentimento de Lipoaspiração.doc
 
amputação membros inferiores
 amputação membros inferiores   amputação membros inferiores
amputação membros inferiores
 
6 ccsdftmt05.
6 ccsdftmt05.6 ccsdftmt05.
6 ccsdftmt05.
 
Cuidados no Posicionamento Cirúrgico
Cuidados no Posicionamento CirúrgicoCuidados no Posicionamento Cirúrgico
Cuidados no Posicionamento Cirúrgico
 
Lesão de Flexores.pdf
Lesão de Flexores.pdfLesão de Flexores.pdf
Lesão de Flexores.pdf
 
XABCDE.pptx
XABCDE.pptxXABCDE.pptx
XABCDE.pptx
 
XABCDE.pptx
XABCDE.pptxXABCDE.pptx
XABCDE.pptx
 
ORTOPEDIA.pptx
ORTOPEDIA.pptxORTOPEDIA.pptx
ORTOPEDIA.pptx
 
Complicações cirurgicass.pptx
Complicações cirurgicass.pptxComplicações cirurgicass.pptx
Complicações cirurgicass.pptx
 
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptxAULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
 
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdfBANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
 
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptxMANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx
MANUSEIO DE PCT EM TOT.pptx
 
contencao-mecanica (1).pptx
contencao-mecanica (1).pptxcontencao-mecanica (1).pptx
contencao-mecanica (1).pptx
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POI
 
Trabalho.pdf
Trabalho.pdfTrabalho.pdf
Trabalho.pdf
 
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente com
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente comA atuacao da_fisioterapia_no_paciente com
A atuacao da_fisioterapia_no_paciente com
 
Cirurgia abdominal completa (2012)
Cirurgia abdominal   completa (2012)Cirurgia abdominal   completa (2012)
Cirurgia abdominal completa (2012)
 
cirurgia plástica-facial
cirurgia plástica-facialcirurgia plástica-facial
cirurgia plástica-facial
 
Trabalho Mastectomia.pptx
Trabalho Mastectomia.pptxTrabalho Mastectomia.pptx
Trabalho Mastectomia.pptx
 
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
Assisterncia  enfermagem traqueostomia  okAssisterncia  enfermagem traqueostomia  ok
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
 

Mais de Brunno Rosique

Mais de Brunno Rosique (20)

Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial
 
Onfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdfOnfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdf
 
Tumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.pptTumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.ppt
 
Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia
 
Abdominoplastia.doc
Abdominoplastia.docAbdominoplastia.doc
Abdominoplastia.doc
 
ABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.pptABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.ppt
 
Abdominoplastia
 Abdominoplastia  Abdominoplastia
Abdominoplastia
 
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica SaldanhaLipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
 
Excisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDFExcisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDF
 
CBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdfCBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdf
 
Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele
 
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .pptCARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
 
Queimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.docQueimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.doc
 
Queimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .docQueimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .doc
 
Queimaduras.doc
Queimaduras.docQueimaduras.doc
Queimaduras.doc
 
Queimadura Química.ppt
Queimadura Química.pptQueimadura Química.ppt
Queimadura Química.ppt
 
Lesões elétricas.doc
Lesões elétricas.docLesões elétricas.doc
Lesões elétricas.doc
 
Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica
 
Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica
 
Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica
 

Último

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 

Último (8)

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 

Reimplante e Revascularizações

  • 1. ILUSTRAÇÕES JOSÉ FALCETTI PROF. DR. RAMES MATTAR JUNIOR PROF. RONALDO J. AZZE ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR REIMPLANTES E REVASCULARIZAÇÕES REIMPLANTES E REVASCULARIZAÇÕES
  • 2. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 3 Ortopedia e Traumatologia é uma especialidade que cres- ce numa velocidade muito grande, e acompanhar seus avanços tornou-se uma tarefa difícil. Ao médico cabe a responsabilidade de tentar seguir todos os progressos, aplicando- os aos seus pacientes e divulgando-os. Hoje, a ortopedia é a especialidade mãe que gerou uma série de outras, que também crescem de forma muito rápida. A importância de proporcionarmos ao ser humano o melhor atendimento médico, torna fundamental a atualização e a reciclagem dos profissionais. Por esta razão, decidimos unir esforços e produzir fascículos periódicos abordando assuntos que consideramos muito importan- tes. O primeiro trata dos reimplantes dos membros. Seguramente todo médico irá deparar-se com pacientes vítimas de amputações traumáticas. É mister saber conduzir adequadamente o tratamen- to, que tem por objetivo, o restabelecimento da anatomia e da fun- ção. Os procedimentos adotados na fase aguda do trauma pode- rão significar o retorno do paciente a uma vida produtiva, ou uma seqüela definitiva. Para adotar condutas corretas é preciso reunir conhecimentos básicos, que procuraremos enfatizar com texto e ilustrações cuidadosamente produzidas para a classe médica. O ideal é que cada profissional da saúde atue na educação da popu- lação, prevenindo os acidentes, e orientando a conduta frente a uma amputação traumática. Prof. Ronaldo J. Azze Prof. Dr. Rames Mattar Junior Publicação Oficial do Instituto de Ortopedia e Traumatologia Dr. F. E. de Godoy Moreira da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 Tel/Fax: (011) 3069-6888 CEP 05403-010 – São Paulo – SP REDAÇÃO: Prof. Dr. Rames Mattar Junior Professor livre Docente da FMUSP Chefe do Grupo de Mão do Departamento de Ortopedia e Traumatologia FMUSP Professor Ronaldo J. Azze Professor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP PRODUÇÃO GRÁFICA: Coordenação Editorial: Ábaco Planejamento Visual Colaboradores: Carmen T. Bornacina, Bruno Vigna Marize Zanotto, Adalberto Tojero Ilustrações Médicas: José Falcetti Diagramação e Editoração Eletrônica: Alexandre Lugó Ayres Neto Fotolito: Bureau Digital Bandeirante Impressão: Nova Página Tiragem: 10.000 exemplares CARTAS PARA REDAÇÃO: Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor Rua Batataes, 174 – 01423-010 São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277 I I N N T T R R O O D D U U Ç Ç Ã Ã O O A A
  • 3. REIMPLANTE DE MEMBROS 4 REIMPLANTES E REVASCULARIZAÇÕES Prof. Dr. Rames Mattar Junior Professor livre Docente da FMUSP Chefe do Grupo de Mão do Departamento de Ortopedia e Traumatologia FMUSP Prof. Ronaldo J. Azze Professor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP O primeiro reimplante realiza- do, com sucesso, foi relatado por Malt e McKhann (1964) conse- guindo reimplantar um braço amputado ao nível proximal do úmero, em uma criança de 12 anos de idade, em 1962. Em 1968 Komatsu e Tamai realizaram o primeiro reimplante de polegar utili- zando técnica microcirúrgica. Desde então vários centros de tratamento de pacientes vítimas de amputações e revascularizações surgiram no mundo todo, realizando uma grande série de procedimentos cirúrgicos. O mesmo não ocorreu em nosso País que ainda conta com um número muito pequeno de centros especiali- zados, tornando insuficiente e precá- rio o atendimento médico neste setor. Hoje, os Ortopedistas e Traumatologistas devem estar fami- liarizados com esta técnica, suas aplicações e indicações. Na impossi- bilidade de realizar o procedimento, por falta de condições técnicas ou de instrumental e equipamentos, deverá saber quando a cirurgia reconstrutiva será possível, encaminhando-o, de forma adequada, a um centro espe- cializado. DEFINIÇÃO REIMPLANTE Procedimento cirúrgico de re- construção das artérias e veias, e das demais estruturas, de um segmento amputado, de forma completa. O objetivo do reimplante não é apenas restabelecer a perfusão sangüínea, mas obter o retorno da função da extremidade. Tratamento do segmento amputado pela lavagem com soro fisiológico que, a seguir, é evolto em uma com- pressa umedecida com soro fisiológi- co e colocado em um saco plástico estéril. Este é então introduzido em um recepiente com gelo, próprio para conservar baixas temperaturas (gela- deira de isopor ou similar).
  • 4. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 5 REVASCULARIZAÇÃO Procedimento de reconstrução vascular e de outras estruturas, em amputações incompletas. Como per- manecem conexões teciduais, pode haver drenagem venosa e/ou preser- vação de tendões ou nervos, propor- cionando, teoricamente, melhor índice de sucesso em termos de viabilidade ou função. CUIDADOS INICIAIS AO PACIENTE Todo paciente vítima de uma amputação é candidato potencial ao procedimento de reimplante ou revas- cularização. Deve-se tomar todos os cuidados iniciais para manutenção do equilíbrio hemodinâmico e de vias aéreas livres, antibioticoterapia, profilaxia do tétano, tratamento de traumas associados, etc. Em alguns pacientes politraumati- zados, a prioridade pode ser salvar a vida e não a extremidade amputada. Quanto mais proximal for a amputa- ção, maior é a possibilidade de haver lesão em outros sistemas. As amputa- ções proximais também estão asso- ciadas a uma grande perda sangüí- nea. CUIDADOS COM O SEGMENTO AMPUTADO A parte amputada deve ser limpa, o mais rapidamente possível . O ideal é lavar a parte amputada com subs- tância antiséptica, protegendo a parte cruenta, seguida de irrigação com uma grande quantidade de soro fisio- lógico. Nesta fase, o desbridamento não deve ser realizado. Todo tecido deve ser preservado e apenas o cirur- gião que irá realizar a reconstrução deverá decidir sobre a ressecção dos tecidos desvitalizados e contamina- dos. O segmento amputado, após a limpeza, deverá ser envolvido em uma compressa estéril (ou similar), embebida em soro fisiológico, e colo- cado em um saco plástico estéril (ou similar). O saco plástico contendo o segmento amputado deverá ser colo- cado em um recipiente capaz de man- ter baixas temperaturas (geladeira de isopor ou similar) contendo cubos de gelo. O objetivo é manter o segmento amputado em hipotermia (cerca de 4º Celcius), sem contato direto com o gelo, que poderia causar uma quei- madura. Hoje evitamos mergulhá-lo em soro fisiológico, que pode cau- sar maceração da pele. CUIDADOS COM O COTO PROXIMAL O segmento proximal deve ser lavado, o mais pre- cocemente possível, deixan- do o desbridamento cirúrgico para ser realizado no momento da cirurgia recons- trutiva. Deve-se evitar, ao máximo, a ligadura de vasos para realizar a hemostasia. Nor- Tratamento do seguimento proxi- mal pela lavagem com soro fisioló- gico, curativo com gases e com- pressas estéreis e enfaixamento compressivo.
  • 5. malmente o sangramento pode ser controlado através de curativos com- pressivos. A ligadura de vasos signifi- ca o sacrifício de alguns milímetros que poderiam ser utilizados em microanastomoses vasculares térmi- no-terminais, forçando a indicação de enxertos para promover a reperfusão dos tecidos isquêmicos. CUIDADOS NAS DESVASCULARIZAÇÕES (AMPU- TAÇÕES INCOMPLETAS) Lavar o ferimento o mais rapida- mente possível, fazer um curativo com- pressivo, associado ou não a imobiliza- ção e, ao redor do segmento isquêmi- co, colocar uma bolsa de gelo. INDICAÇÕES DOS REIMPLANTES Cada paciente vítima de amputa- ção ou devascularização traumática deve ser analisado individualmente. Sempre considerar que o maior objeti- vo da cirurgia reconstrutiva é a obten- ção de uma extremidade viável e fun- cional. Alguns fatores podem influen- ciar no resultado funcional como a idade do paciente (quanto mais jovem, melhor o resultado funcional), a motivação, a ocupação e o tempo de isquemia. Uma isquemia normotér- mica por período prolongado pode inviabilizar um reimplante. O tecido muscular estriado pode sofrer necrose após cerca de 3 horas de isquemia normotérmica. Quanto mais proximal for a amputação, maior a quantidade de tecido muscular isquêmico envolvi- do e menor é o tempo de isquemia permitido. Em uma amputação proxi- mal, o tempo de isquemia normotér- mico máximo aceito é de 6 horas, enquanto que nas amputações dis- tais, este tempo chega de 8 a 12 horas. A hipotermia protege os tecidos da isquemia de tal forma que, nas amputações distais, pode-se tolerar até 24 horas de isquemia, enquanto nas proximais tolera-se no máximo cerca de 12 horas. A temperatura ideal para manter os tecidos em hipo- termia é de 4º Celcius. Estará sempre indicado o reimplante na amputação do polegar, múltiplos dedos, dedo úni- co distalmente a inserção do flexor superficial na falange média, mão, punho, antebraço, cotovelo e braço, desde que as condições para o proce- dimento sejam favoráveis. Quanto ao mecanismo de trauma, as amputa- ções provocadas por instrumentos cortantes incisos tem o melhor prog- nóstico, seguido dos mecanismos cor- to-contuso, esmagamento e avulsão. Estes dois últimos mecanismos impli- cam em maior desbridamento, utiliza- ção de técnica cirúrgica mais comple- xa e pior índice de sucesso. Algumas situações são consideradas particu- larmente complexas, como as ampu- tações em mais de um nível e as amputações bilaterais, cujas indica- ções de reimplantes devem ser anali- sadas individualmente. REIMPLANTES EM AMPUTAÇÕES PROXIMAIS É muito importante conhecer e controlar o tempo de isquemia pois no momento da perfusão, após a soltura dos "clamps" venosos, haverá libera- ção de substâncias tóxicas que cau- sarão um desequilíbrio metabólico de difícil controle podendo, inclusive, causar a morte. REIMPLANTES EM AMPUTAÇÃO DE DEDO ÚNICO Quando a amputação ocorre dis- talmente a inserção do tendão flexor superficial na falange média, o reim- plante sempre deve ser realizado, pois proporciona uma boa função e produz um aspecto cosmético adequado. Da mesma forma, as amputações de múl- tiplos dedos, ou quando há amputação de um dedo associado a comprometi- mento grave de outros, o procedimen- to de reimplante sempre estará indica- do para tentar recuperar o máximo de função possível.. Nas amputações de dedo único proximal a inserção do fle- xor superficial, ou nas amputações de dedos provocadas por arrancamento (como nas avulsões provocadas pelo anel) o reimplante deve ser indicado analisando cada paciente individual- mente. 6 REIMPLANTE DE MEMBROS
  • 6. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 7 TÉCNICA CIRÚRGICA 1. LIMPEZA DOS FERIMENTOS: os cotos distal e proximal são lavados exaustivamente com soro fisiológico, utilizando solução antiséptica no tegu- mento cutâneo íntegro . Para evitar sangramento, no coto proximal utiliza- mos um torniquete pneumático 2. DESBRIDAMENTO E DISSEC- ÇÃO DAS ESTRUTURAS: as inci- sões nos cotos proximal e distal são planejadas de acordo com o tipo de ferimento. Basicamente, procuramos criar dois retalhos, um volar e outro dorsal. Na grande maioria das vezes realizamos incisões médio-laterais ou em múltiplos "Z. Ao nível de antebra- ço, punho, mão e dedos, através do levantamento do retalho volar tere- mos acesso à artéria, nervos e estru- turas músculo-tendíneas flexoras. O levantamento do retalho dorsal pro- porciona acesso às veias e estruturas músculo-tendíneas extensoras. Todo tecido desvitalizado e contaminado deve ser ressecado, tomando-se o cuidado de utilizar lentes de magnifi- cação. Devemos lembrar que o tecido desvitalizado é a principal causa de infecção. Com o desbridamento procura-se tornar uma amputação provocada por mecanismo de esmagamento ou avul- são em uma provocada por mecanis- mo inciso tipo guilhotina. 3. SEQÜÊNCIA DA RECONS- TRUÇÃO: se não houver tempo de isquemia crítico, o cirurgião poderá escolher a melhor estratégia para reconstrução das estruturas. A seqüência utilizada com maior fre- qüência é a reconstrução óssea (encurtamento ou regularização com fixação), seguida de reconstrução dos tendões extensores, anastomose das veias dorsais, sutura da pele dor- sal, tenorrafia dos flexores, anasto- mose das artérias, neurorrafias e sutura da pele volar. Em algumas situações, fazer a anastomose arte- rial antes da venosa é vantajoso pois reduz o período de isquemia e permi- te localizar as veias com maior facili- Desbriamento dos cotos proximal e distal tornando o ferimento com bordas e estruturas regularizadas. Realiza-se incisões médio-latererais para permitir o levantamento de reta- lhos ventral e dorsal.
  • 7. 8 REIMPLANTE DE MEMBROS Com os retalhos dorsais levantados é possível visuali- zar e dissecar as veias dor- sais e o aparelho extensor do dedo. Na região ventral, após o levantamento dos retalhos, é possível localizar e dissecar do tendões flexo- res, a artéria e o nervo digital.
  • 8. dade, graças ao sangramento. Por outro lado, soltar a anastomose arte- rial antes da venosa provoca uma perda sangüínea maior e um edema mais acentuado no coto distal. Quando o tempo de isquemia é muito grande e a viabilidade do reimplante é crítica, procede-se rapidamente a osteossíntese e as anastomoses arterial e venosa. 4. ENCURTAMENTO ÓSSEO E OSTEOSSÍNTESE: após o desbrida- mento de todas estruturas, o osso deve ser encurtado e fixado. O encur- tamento é realizado para promover a fixação entre extremidades regulares, limpas e viáveis. Este procedimento melhora o índice de sucesso quanto à consolidação óssea e diminui a ten- são das outras estruturas a serem reconstruídas, como vasos, nervos e tendões. O tipo de osteossíntese a ser escolhido dependerá das condi- ções do tecido ósseo e da localização da lesão. Deve-se sempre escolher a osteossíntese mais eficiente, com o objetivo de proporcionar movimenta- ção articular precoce, e a mais sim- ples e rápida possível. Entre as opções mais utilizadas estão as pla- cas de impacção, fios de Kirschner, fixadores externos, amarrilhas e ban- das de tensão. As lesões que com- prometem uma articulação podem ser tratadas com uma artrodese primária. 9 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR A osteossíntese das falanges, após o desbridamento, pode ser rapidamente realizada com dois fios de KIRSCHNER cruzados, associando-se uma amarria com fio de aço.
  • 9. TENORRAFIAS Os tendões flexores e extensores podem ser encurtados na mesma medida que a parte óssea, tentando manter a mesma tensão muscular. Os tendões devem ser reconstruídos com as técnicas convencionais ou as que proporcionam maior resistência, sendo que todo esforço deve ser rea- lizado para evitar aderências tendino- sas. Os tendões extensores devem ser suturados antes da realização das anastomoses venosas. A movimenta- ção da parte reimplantada dependerá da qualidade das estruturas músculo- tendíneas e da evolução das microa- nastomoses vasculares. Tanto o ten- dão flexor superficial como o profundo devem ser reconstruídos. Devido as anastomoses vasculares e nervosas, normalmente não se inicia a movi- mentação do dedo por, pelo menos, 7 a 10 dias da cirurgia. Hoje temos dado preferência às técnicas de tenorrafia mais resistentes . para os tendões cilíndricos preferimos utilizar a técnica de 4 passagens de fio 4 zeros associada a sutura contínua com fio 6 zeros ( Técnica de Strickland modificada). Esta técnica permite a movimentação ativa mais precocemente. 10 REIMPLANTE DE MEMBROS Os tendões extensores podem ser sutura- dos com pontos de fio 4 ou 5 zeros, separa- dos, em “U”, associando-se uma sutura continua com fio 6 zeros. Nos flexores, atualmente, preferimos suturas com passa- gem de 4 fios 4 zeros, assoaciadas a uma sutura contínua do epitendão com 6 zero. TENORRAFIA DOS FLEXORES TENORRAFIA DOS EXTENSORES
  • 10. 5. ANASTOMOSE VASCULAR: normalmente as anastomoses vascula- res são realizadas concomitantemente após a reconstrução dos tendões flexo- res e extensores. As microanastomo- ses são realizadas com auxílio do microscópio cirúrgico, instrumental e fios de microcirurgia. A técnica de microanastomose vascular deve ser aprendida e treinada em laboratórios de microcirurgia. Para procedimentos de reimplantes normalmente utilizamos anastomoses término-terminais de artérias e veias. Freqüentemente, após o desbridamento há necessidade de se utilizar enxertos vasculares para reconstrução da perda segmentar dos vasos. Pode-se utilizar heparina tópica para diminuir o índice de trombose e xilocaina sem vasoconstrictor para evi- tar o espasmo. Para evitar as trombo- ses da microanastomoses o vaso deve ser desbridado de forma que a sutura deve ser realizada entre vasos normais. Freqüentemente, após o desbridamen- to há necessidade de se utilizar enxer- tos vasculares para reconstrução da perda segmentar dos vasos. 11 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR A anastomose venosa é realizada com auxílio de magnificação por microscópio cirúrgico. Após a colocação de clamps vasculares apro- priados, resseca-se a camada adventícia, lava- se e dilata-se a luz do veia e procede-se a microanastomose com pontos separados de fio 10 ou 11 zeros
  • 11. REIMPLANTE DE MEMBROS 12 A anastomose arterial é realizada com auxí- lio de magnificação por microscópio cirúrgi- co. Após a colocação de "clamps" vasculares apropriados, resseca-se a camada adventí- cia, lava-se e dilata-se a luz da artéria e pro- cede-se a microanastomose com pontos separados de fio 10 zeros.
  • 12. 6. ANASTOMOSE NERVOSA: os nervos são, geralmente, as últimas estruturas a serem reconstruídas. O sucesso da função do reimplante esta intimamente relacionada com a quali- dade da reconstrução dos nervos periféricos. A técnica de reconstrução do nervo periférico dependerá do ner- vo e do local envolvido. Usualmente os nervos digitais, que são oligofasci- culares e puramente sensitivos, são reconstruídos por meio de sutura epi- neural externa. Os nervos mediano e ulnar, que possuem uma estrutura fascicular organizada, podem ser reconstruídos pela sutura epineural interna. Muitas vezes, após o desbri- damento, há uma perda segmentar do nervo periférico que exige reparação com enxertos de nervo. 13 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR A anastomose nervosa é realizada com auxílio de magnificação por microscópio cirúrgico. Após a identificação e mapeamento dos grupos fasciculares, realiza-se a sutura do epineuro com pontos separados de fio 9 ou 10 zeros, obedecendo a orientação dos fas- cículos nervosos.
  • 13. REIMPLANTE DE MEMBROS 14 Após a reconstrução de todas estruturas, procede-se a sutura da pele, sem tensão.
  • 14. 7. FECHAMENTO DA PELE: a pele deve ser suturada com pontos separados sem tensão. É fundamen- tal a proteção da cobertura cutânea de todas as estruturas reconstruídas. Em caso de necessidade deve-se lan- çar mão de enxertos de pele ou reta- lhos cutâneos. PÓS-OPERATÓRIO O membro submetido ao reim- plante deve ser imobilizado e elevado acima do nível do ombro por, pelo menos, 10 dias, quando a drenagem linfática e venosa passam a ser efi- cientes.. A monitorização da perfusão deve ser iniciada imediatamente. Normalmente, a extremidade reim- plantada tem uma cor mais rósea, uma temperatura mais quente e a velocidade de perfusão mais rápida que o normal durante as primeiras 24 a 48 horas. A monitorização da perfu- são pode ser clínica, através da visua- lização, palpação e teste de perfusão da extremidade reimplantada a cada hora. Alguns aparelhos que medem o fluxo sangüíneo capilar, como o "dop- pler", podem ser utilizados com vanta- gens sobre a avaliação clínica, princi- palmente durante o período noturno quando pode haver iluminação insufi- ciente e avaliação por pessoal menos treinado. Outra forma de monitorar a perfusão sangüínea pode ser conse- guida pela medida da temperatura. Quando a perfusão esta adequada, a temperatura do segmento reimplanta- do mantém-se entre 33º a 35º Celcius, e quando a temperatura cai abaixo de 30º Celcius, há baixo fluxo sangüíneo. É muito importante manter o paciente com o quadro hemodinâmico estável, pois a hipotensão arterial é uma cau- sa importante de trombose das anas- tomoses. É interessante manter o paciente discretamente hemodiluido, controlando o hematócrito e hemoglo- bina, pois, nesta situação, o índice de trombose é menor. Mantém-se a anti- bioticoterapia por, pelo menos, 10 dias. Proíbe-se o paciente de fumar devido ao grande risco de espasmo e trombose vascular. Para diminuir o índice de trombose utilizamos a aspi- rina (100 a 200 mg/dia) ou o dipirida- mol (25 mg cada 6 horas), via oral, para diminuir a adesividade plaquetá- ria, e expansores de volume para manter a hemodiluição (macromolé- culas), via endovenosa, por 3 dias. A heparina, de baixo peso molecular ou não, só é utilizada em casos críticos. A reabilitação deve ser orientada pelo cirurgião e baseada na evolução clíni- ca e nas condições anatômicas das diversas estruturas. A movimentação é iniciada o mais precocemente possí- vel, evitando agredir as microanasto- moses vasculares, mas tentando pre- venir a rigidez e as aderências tendi- nosas. REIMPLANTES DO MEMBRO INFERIOR Os reimplantes de membro infe- rior são menos freqüentes por várias razões: 1) os traumas que provocam amputações ao nível do membro infe- rior geralmente são de alta energia cinética e provocam grave lesão teci- dual, que pode inviabilizar o reimplan- te; 2) há associação freqüente de lesões de outros órgãos que contra- indicam o procedimento de reimplante (lesões intra-abdominais, torácicas ou cranianas); 3) o bom resultado funcional pro- porcionado pelas próteses de membro inferior é uma realidade. Quanto mais distal é a amputação no membro inferior e quanto mais jovem for o paciente, melhor será o resultado do reimplante, especialmen- te se a lesão não for provocada por mecanismo de avulsão. Devemos lembrar que o objetivo 15 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
  • 15. deve ser a restauração, não apenas da aparência do membro, mas princi- palmente da função da extremidade. Um membro inferior reimplantado deve proporcionar equilíbrio e apoio para suportar a carga durante a mar- cha. A sensibilidade do pé é funda- mental para proporcionar propriocep- ção e evitar a formação de úlceras de pressão; portanto, nos reimplantes de membro inferior, para se obter bom resultado funcional, é fundamental o retorno da sensibilidade. Existem poucos relatos de reim- plantes de membros inferiores com sucesso funcional na literatura (1-MA8,9). Usui et al. relatam sucesso no reimplante de uma perna em uma criança de quatro anos de idade que, após quatro anos da cirurgia, apre- sentava crescimento esquelético, boa qualidade na regeneração nervosa, boa aparência e excelente resultado funcional. Em amputações bilaterais, ao analisar os segmentos proximal e distal de cada lado, houve relatos na literatura de reimplantes do pé na per- na oposta, de tal forma que o hálux se transformava no pododáctilo mais lateral. O'Brien & Morrison referem que os reimplantes do membro inferior são menos indicados devido a pior quali- dade da regeneração nervosa, que nem sempre proporciona sensibilida- de protetora e a qualidade superior das próteses no membro inferior. Relatam que as amputações do mem- bro inferior, provocadas por grande esmagamento ou avulsão, não devem ser submetidas a cirurgias de reim- plante e, da mesma forma, em pacien- tes idosos, a patologia vascular dege- nerativa pode estar presente e ser fator importante que deve ser levado em consideração na indicação do pro- cedimento. Os cuidados pré-operatórios, com relação à extremidade distal amputa- da (limpeza, colocação em recipiente com soro fisiológico e resfriamento sem contato direto com gelo) e com relação ao coto proximal (limpeza, curativo compressivo e evitar ligadu- ras) são os mesmos para amputações em outros níveis . 0 tempo de isque- mia crítico, como no membro superior, também vai depender do nível da amputação, havendo tolerância de até cerca de seis horas de isquemia em hipotermia nas amputações proximais e tempos maiores nas amputações distais. Devemos sempre lembrar que longos tempos de isquemia podem produzir, após a reperfusão do seg- mento amputado, alterações metabó- licas e do equilíbrio ácido-básico que podem provocar a morte do paciente. A técnica cirúrgica inclui o desbri- damento cuidadoso de todo o tecido desvitalizado, regularização e encur- tamento dos fragmentos ósseos, osteossíntese, reconstrução de mús- culos e tendões, anastomoses vascu- lares de artérias e veias com ou sem enxertos e anastomoses nervosas com ou sem enxertos. 0 uso do microscópio cirúrgico permite anasto- moses vasculares e nervosas de boa qualidade, que, por sua vez, propor- cionam a sobrevida e o sucesso fun- cional do reimplante. COMPLICAÇÕES As complicações podem ser divi- didas em precoces e tardias. As precoces relacionam-se às complicações vasculares (trombose das microanastomoses), sangramen- to, infecções, necrose e perda de cobertura cutânea. • Trombose das microanastomo- ses: o primeiro sinal de insuficiência arterial é a diminuição de velocidade da perfusão capilar. A extremidade reimplantada torna-se pálida, poden- 16 REIMPLANTE DE MEMBROS
  • 16. do assumir coloração levemente cia- nótica. A temperatura diminui e a pol- pa da extremidade fica vazia. As trom- boses das anastomoses arteriais podem ocorrer imediatamente após o término da anastomose e liberação dos clamps a até 12 dias da cirurgia. • Edema: normalmente o edema é pouco acentuado se há boa qualidade na drenagem venosa. Quando exces- sivo, deve ser tratado com a liberação de pontos e elevação da extremidade. • Congestão venosa e trombose venosa: há aumento da velocidade de perfusão capilar. O dedo torna-se túr- gido, com uma coloração arroxeada e mais frio. Quando se detecta uma congestão venosa deve-se remover todo o curativo e procurar pontos de possível compressão. As tromboses das microanastomoses venosas tam- bém podem ocorrer precoce ou tardia- mente. • Reoperação nas tromboses das microanastomoses: quando há trom- bose das microanastomoses, tanto arterial quanto venosa, há necessida- de de reexploração cirúrgica. Este procedimento deve ser considerado uma emergência e pode corrigir algum erro técnico, causador da com- plicação, como: tensão exagerada do vaso, vaso redundante, trajeto inade- quado do vaso, etc.. Normalmente, nas reexplorações há necessidade de ressecar o local da anastomose trom- bosada e interpor um enxerto vascu- lar. • Sangramento: é comum ocorrer sangramento pela lesão de veias ou por pequenos furos nas artérias. Quando o sangramento ocorrer na vigência do uso de heparina, esta deve ser descontinuada. Em casos extremos há necessidade de revisão cirúrgica. • Infecção: as amputações trau- máticas são ferimentos potencialmen- te infectados e associados a desvas- cularização de tecidos. O tratamento deve basear-se no desbridamento meticuloso, inclusive ósseo, e antibio- ticoterapia adequada. • Necrose: a persistência de teci- do necrosado, seja ósseo, muscular, cutâneo e outros, pode causar outras complicações como infecção, edema e até trombose das anastomoses. O desbridamento deve ser meticuloso e todo tecido necrosado detectado deve ser ressecado. • Necrose de pele: a pele pode sofrer por comprometimento vascu- lar. Desde que não haja exposição de estruturas profundas (osso, tendão, etc.), esta pode ser tratada apenas com desbridamento e curativos. Por outro lado, se houver exposição, esta dever ser tratada, precocemente, pelo desbridamento e tratamento cirúrgico para promover uma cober- tura cutânea adequada. Os retalhos utilizados para este fim vão depender da região de exposição, condições anatômicas e da experiência do cirur- gião. • Complicações ósseas: — a pseudartrose pode ocorrer principalmente devido ao comprometi- mento vascular dos ossos. Quando conveniente tratado o tecido ósseo cicatriza e promove a consolidação. O tratamento baseia-se na revisão das osteossínteses e enxertia óssea. — as consolidações viciosas podem ser evitadas pelo alinhamento ósseo adequado no momento do reimplante ou mesmo durante sua evolução. Caso haja deformidades com prejuízo da função deve-se indi- car osteotomias corretivas. 17 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
  • 17. REIMPLANTE DE MEMBROS 18 1 CASOS CLÍNICOS Amputação ao nível de braço provocado por mecanismo de esmagamento/avulsão.
  • 18. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 19 2 Reimplante ao nível de antebraço em trauma provocado por avulsão – centrífuga industrial.
  • 20. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 21 4Reimplante ao nível da mão.
  • 22. 23 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 6Reimplante do polegar nas amputações por avulsão.
  • 23. 24 REIMPLANTE DE MEMBROS 7Avulsão do dedo anular por anel
  • 24. 25 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 8Reimplante de membro inferior
  • 25. 26 REIMPLANTE DE MEMBROS 1. Biemer, E.: Vein grafts in microvascular surgery. Br. J. Plast. Surg., 30:197, 1977. 2. Biemer, E., Duspiva, W., Herndl, E., Stock, W., and Ramatschi, P.: Early experiences in organizing and running a replantation service. Br. J. Plast. Surg., 31:9, 1978. 3. Black, E. B., 111.: Microsurgery and replantation of tis-sues in children. Pediatr. Ann., 11:918, 1982. 4. Buncke, H. J., Alpert, B. S., and Shah, K. G.: Microvas- cular graffing. Clin. Plast. Surg., 5:185, 1978. 5. Buncke, H. J., Buncke, C. M., and Schulz, W. P.: Exper- imental digital amputation and reimplantation. Plast. Reconstr. Surg., 36:62, 1965. 6. Caffée’ H. H.: Improved exposure for arterial repair in thumb replantation. J. Hand Surg. (Am.), 10:416, 1985. 7. Caffee, H. H., and Hankins, T.: Controlled digital hypo-ther- mia. Plast. Reconstr. Surg., 69:1013, 1982. 8. Chen, Z.-W., Meyer, V. E., Kleinert, H. E., and Beasley, R. W.: Present indications and contraindications for replanta- tion as reflected by long-term functional re-sults. Orthop. Clin. North Am., 12:849, 1981. 9. Chen, Y. C., Chen, C. W., Lin, C. T., and Pao, Y. S.: Some problems concerning small vessel anastomoses in the reattachment of complete traumatic amputa-tions. Chin. Med. J., 85:79, 1966. 10. Chiu, H. Y., and Chen, M. T.: Revascularization of digits after thirty-three hours; of warm ischemia time: a case report. J. Hand Surg. (Am.), 9:63, 1984. 11. Chow, J. A., Bilos, Z. J., and Chunprapaph, B.: Thirty thumb replantations: indications and results. Plast. Reconstr. Surg., 64:626, 1979. 12. Chow, J. A., Bilos, Z. J., Chunprapaph, B., and flui, P.: Forearm replantation-long-term. functional results. Ann. Plast. Surg., 10:15, 1983. 13. Chow, J. A., and Chunprapaph, B.: Replantation of por- tions of four fingers-long-term functional results. Ann. Plast. Surg., 7:407, 1981. 14. Colen, S. R., Romita, M. C., Godfrey, N. Y., and Shaw, W. W.: Salvage replantation. Clín. Plast. Surg., 10:125, 1983. 15. Cooney, W. P.: Revascularization and replantation after upper extremity trauma: experience with interposition artery and vein grafts. Clin. Orthop., 137:227, 1978. 16. Dell, P. C., Seaber, A. V., and Urbaniak, J. R.: The effect of systemic acidosis on perfusion of replanted parts. J. Hand Surg., 5:433, 1980. 17. Doi, K.: Replantation of an avulsed thumb, with appli- cation of a neurovascular pedicle. Hand, 8:258, 1976. 18. Earley, M. J., and Watson, J. S.: Twenty four thumb replan- tations. J. Hand Surg. (Br.), 9:98, 1984. 19. Elsahy, N. I.: When to replant a fingertip after its complete amputation. Plast. Reconstr. Surg., 60:14, 1977b. 20. Eriksson, E., Anderson, W. A., and Replogle, R. L.: Effects of prolonged ischemia on muscle microcircula-tion in the cat. Surg. Forum, 25:254, 1974. 21. Faibisoff, B., and Daniel, R. K.: Management of severe forearm injuries. Surg. Clin. North Am., 61:287, 1981. 22. Ferreira, M.C. et al.: reimplantes de mão. Ver. Assoc. Med. Bras. 21: 149-152, 1975. 23. Fereira, M.C. et al.: limb reiplantation. Clin. Plast. Surg. 5:211-221, 1978. 24. Flagg, S. V., Finseth, F. J., and Krizek, T. J.: Ring avulsion injury. Plast. Reconstr. Surg., 59:241, 1977. 25. Fossati, E., and Irigaray, A.: Successful revascularization of an incompletely amputated finger with serious venous congestion-a case report. J. Hand Surg. (Arn.), 8:356, 1983. 26. Furnas, D. W., Salibian, A. H., and Achauer, B. M.: Genesis of a replantation program. Am. J. Surg., 136:21, 1978. 27. Gelberman, R. H., Urbaniak, J. R., Bright, D. S., and Levin, L. S.: Digital sensibility following replantation. J. Hand Surg., 3:313, 1978. 28. Gingrass, R. P., Fehring, B., and Matloub, H.: Intraos- seous wiring of complex hand fractures. Plast. Re-constr. Surg., 66:466, 1980. 29. Glas, K., Biemer, E., Duspiva, K. P., Werber, K., Stock, W., and Herndl, E.: Long-term follow-up results of 97 finger replantations. Arch. Orthop. Trauma Surg., 100:95, 1982. 30. Goldwyn, R. M., and Murray, J. E.: Letter: function of replanted fingers. N. Engl. J. Med., 291:1088, 1974. 31. Gordon, L., Leitner, D. W., Buncke, H. J., and Alpert, B. S.: Partial nail plate removal after digital replantation as an alternative method of venous drainage. J. Hand Surg. (Am.), 10:360, 1985. 32. Gould, J. S., Gould, S. H., and Caudill-Babkes, E. L.: Interpositional microvascular vein graffing. Hand, 11:332, 1979. 33. Graham, B., Laulus, D. A., and Caffee, H. H.: Pulse oxi- metry for vascular monitoring in upper extremity replanta- tion surgery. J. Hand Surg. (Am.), 11:687, 1986. 34. Hales, P., and Pullen, D.: Hypotension and bleeding dia- thesis following attempted an replantation. Anesth. Intensive Care, 10:359, 1982. 35. Hamilton, R. B., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., and MacLeod, A. M.: Replantation and revascularization of digits. Surg. Gynecol. Obstet., 151:508, 1980. 36. Hamilton, R. B., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., and MacLeod, A. M.: Survival factors in replantation and revas- cularization of the amputated thumb-10 years’ experience. Scand. J. Plast. Reconstr. Surg., 19:55, 1982. 37. Harman, J. W.: Histological study of skeletal muscle in acu- te ischemia. Am. J. Pathol., 23:551, 1947. 38. Harris, G. D., Finseth, F., and Buncke, H. J.: The hazard of cigarette smoking following digital replantation. J. Microsurg., 1:403, 1980. 39. Harrison, D. H., and Watson, J. S.: Use of the polypro-pyle- ne pegs for immediate stabilization in digital replantation. J. Hand Surg. (Am.), 5:203, 1980. 40. Heden, P. G., Hamilton, R., Arnander, C., and Jurell, G.: Laser Doppler survillance of the circulation of free flaps and replanted digits. Microsurgery, 6:11, 1985. 41. Honda, T., Nomura, S., Yamauchi, S., Shimamura, K., and Yoshimura, M.: The possible applications of a composite skin and subcutaneous vein. graft in the replantation of amputated digits. Br. J. Plast. Surg., 37:607, 1984. 42. Ikuta, Y.: Method of bone fixation in reattachment of ampu- tations in the upper extremities. Clin. Orthop., 133:169, 1978. 43. Irigaray, A.: New fixing screw for completely amputated fin- gers. J. Hand Surg., 5:381, 1980. 44. Jacobson, J. H.: Microsurgical technique in repair of the traumatized extremity. Clin. Orthop., 19:132, 1963. 45. Jacobson, J. H., and Suzrez, E. L.: Microsurgery in the anastomosis of small vessels. Surg. Forum, 9:243, 1960. 46. Jaeger, S. H., Tsai, T. M., and Kleinert, H. E.: Upper extre- mity replantation in children. Orthop. Clin. North Am., 12:897, 1981. 47. Jones, J. M., Schenck, R. R., and Chesney, R. B.: Digital replantation and amputation-comparison of function. J. Hand Surg. (Am.), 7:183, 1982. 48. Kader, P. B.: Therapist’s management of the replanted hand. Hand Clin., 2:179, 1986. 49. Kleinert, H. E., Jablon, M., and Tsai, T. M.: An overview of replantation and results of 347 replants in 245 patients. J. Trauma, 20:390, 1980. 50. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Restoration of blood flow in upper extremity injuries. J. Trauma, 3:461, 1963a. 51. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Salvage of devascu-lari- zed upper extrernities including: studies on small vessel anastomosís. Clin. Orthop., 29:29, 1963b. 52. Kleinert, H. E., and Kasdan, M. L.: Anastomosis of digital vessels. J. Ky. Med. Assoe., 63:106, 1965. 53. Kleinert, H. E., Kasdan, M. L., and Romero, J. L.: Small blood vessel anastomosis for salvage of the severely inju- red upper extremity. J. Bone Joint Surg., 45A:788, 1963. 54. Komatsu, S., and Tamai, S.: Successful replantation of a completely cut off thumb: case report. Plast. Reconstr. Surg., 42:374, 1968. 55. Kotani, H., Kawai, S., Doi, K., and Kuwata, N.: Auto-matic milking apparatus for the insufficíent venous drainage of the replanted digit. Microsurgery, 5:90, 1984. 56. Kubo, T., lkita, Y., Watari, S., Okuhira, N., and Tsuge, K.: The smallest digital replant, yet? Br. J. Plast. Surg., 29:313, 1976. 57. Kutz, J. E., Sinclair, S. W., Rao, V., and Carlier, A.: Cross- and replantation-preliminary case report. J. Microsurg., 3:251, 1982. 58. Leung, P, C.: Hand replantation in an 83 year old woman- the oldest replantation? Plast. Reconstr. Surg., 64:416, 1979a. 59. Leung, P. C.: The "throbbing sign"-an indication of early venous congestion in replantation surgery. J. Hand Surg. (Am.), 4:409,1979b. 60. Leung, P. C.: Use of an intramedullary bone peg in digital replantations, revascularization, and toe-trans-fers. J. Hand Surg., 6:281, 1981a. 61. Leung, P. C.: Analysis of complications in. digital replan- tations. Hand, 14:25, 1982. 62. Lister, G.: Intraosseous wiring of the digital skeleton. J. Hand Surg., 3:427, 1978. 63. Lobay, G. W., and Moysa, G. L.: Primary neurovascular bundle transfer in the management of avulsed thumbs. J. Hand Surg., 5:584, 1981. 64. Lu, S. Y., Chiu, H. Y., Lin, T. W., and Chen, M. T.: Evaluation of survival in digital replantation with thermome- tric monitoring. J. Hand Surg. (Am.), 9:805, 1984. 65. Malt, R. A., and Harris, W. H.: Long terms results in replan- ted arm. Br. J. Surg., 56:705, 1969. 66. Malt, R. A., and McKhann, C. F.: Replantation of severed arms. J.A.M.A., 189:716,1964. 67. Malt, R. A., Remensnyder, J. P., and Harris, W. H.: Long- term utility of replanted arms. Ann. Surg., 176:334, 1972. 68. Manke, D. A., Suraner, D. S., Van Beek, A. L., and Lambeth, A.: Hemodynamic studies of digital and extremity replants and revascularizations. Surgery, 88:445, 1980. 69. Marshall, K. A., Edgerton, M. T., Rodeheaver, G. T., Magee, C. M., and Edlich, R. F.: Quantitative micro-biology: its application to hand. injuries. Am, J. Surg., 131:730, 1976. 70. Mattar Júnior, R.; Azze, R.J.; De Paula, E.J.L.; Kimura, L.K.; Okane, S.Y.; Resende, M.R.; Starck, R.; Canedo, A.C. Reimplantes de polegar nas amputações provocadas por mecanismo de avulsão. Rev. Bras. Ortop., v.30, p.191- 6, 1995. 71. Mattar Júnior, R.; Azze, R. J.; Kimura, L. K.; Starck, R.; Paula, E. J. L. – Reimplante de membro inferior: relato de caso com sete anos e seis meses de evolução. Rev. Bras. Ortop., v. 29, p. 531-4, 1994. 72. Mattar Júnior, R; Paula, E. J. L.; Kimura, L. K.; Starck, R.; Canedo, A. C.; Azze. R. J. – Reimplante nas amputações provocadas por mecanismo de avulsão. Rev. Bras. Ortop., v. 28, p. 657-61, 1993. 73. Matsuda, M., Kato, N., and Hosoi, M.: The problems in replantation of limbs amputated through the upper arm region. J. Trauma, 21:403, 1981. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • 26. 27 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 74. Matsuda, M., Kato, N., and Hosoi, M.: Continuous bra-chial plexus block for replantation in the upper extremity. Hand, 14:129, 1982. 75. May, J. W., Jr.: Successful digital replantation after 28 hours of cold ischemia. Plast. Reconstr. Surg., 67:566, 1981. 76. May, J. W., Jr., Chait, L. A., O’Brien, B. M., and Hurley, J. V.: The no-reflow phenomenon in experimental free flaps. Plast. Reconstr. Surg., 61:256, 1978. 77. May, J. W., Jr., and Gallico, G. G., III: Upper extremity replantation. Curr. Probl. Surg., 17:12, 1980a. 78. May, J. W., Jr., and Gallico, G. G., III: Simultaneous struc- ture repair in replantation surgery: ideas and innovations. Plast. Reconstr. Surg., 66:466, 1980b. 79. May, J. W., Jr., Hergrueter, C. A., and Hansen, R. H.: Seven-digit replantation: digit survival after 39 hours of cold ischemia. Plast. Reconstr. Surg., 78:522, 1986. 80. May, J. W., Jn, Toth, B. A., and Gardner, M.: Digital replan- tation distal to the proximal interphalangeal joint. J. Hand Surg., 7:161, 1982. 81. Meuli, H. C, Meyer, V., and Segmuller, G.: Stabilization of bone in replantation surgery of the upper limb. Clin. Orthop., 133:179, 1978. 82. Mitchell, G. M., Morrison, W. A., Papadopoulos, A., and O’Brien, B. M.: A study of the extent and pathology of expe- rimental avulsion injury in rabbit arteries and veins. Br. J. Plast. Surg., 38:278, 1985. 83. Mitz, V., Staub, S., and Morel-Fatio, D.: Advantages of interpositional long venous grafts in microvascular surgery. Ann. Plast. Surg., 2:16, 1979. 84. Moneim, M. S., and Chacon, N. E.: Salvage of replanted parts of the upper extremity. J. Bone Joint Surg., 67A:880, 1985. 85. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.: A long term review of digital replantation. Aust. NX J. Surg., 47:767, 1977a. 86. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.: Evaluation of digital replantation-a review of 100 cases. Orthop. Clin. North Am., 8:295, 1977b. 87. Morrison, W. A., O’Brien, B. M., and MacLeod, A. M.: Results of digital replantation and revascularization. Hand, 10:125, 19 88. Nakayama, Y., and Soeda, S.: A simple method for cooling fingers during replantation. surgery. Plast. Re-constr. Surg., 75:750, 1985. 89. Neimkin, R. J., May, J. W., Jr., Roberts, J., and Sunder, N.: Continuous axillary block through an indwelling Teflon catheter. J. Hand Surg. (Am.), 9:830, 1984. 90. Nichter, L. S., Haines, P. C., and Edgerton, M. T.: SuccessfuI replantation in the face of absent venous drai- nage: an experimental study. Plast. Reconstr. Surg., 75:686, 1985. 91. Nissenbaum, M.: A surgical approach for replantation of complete digital amputations. J. Hand Surg. (Am.), 5:58, 1980. 92. Nissenbaum, M.: Class IIA ring avulsion injuries: an abso- lute indication for microvascular repair. J. Hand Surg. (Am.), 9:810, 1984 93. Nylander, G., Vilkki, S., and Ostrup, L.: The need for replantation surgery after traumatic amputations of the upper extremity-an estimate based upon the epidemiology of Sweden. J. Hand Surg. (Br.), 9:257, 1984. 94. O’Brien, B. M.: Replantation surgery. Clin. Plast. Surg., 1:405, 1974. 95. O’Brien, B. M., Franklin, J. D., Morrison, W. A., and MacLeod, A. M.: Replantation and revascularization sur- gery in children. Hand, 12:12, 1980. 96. Phelps, D. B.: Should a torn off little finger ever be replan- ted? Plast. Reconstr. Surg., 61:592, 1978. 97. Phelps, D. B., Rutherford, R. B., and Boswick, J. A.: Control of vasospasm following trauma and microvas-cular surgery. J. Hand Surg., 4:109, 1979. 98. Pho, R. W.: Vessels and nerve transfer in reconstructive microsurgery. Ann. Acad. Med. Singapore, 8:385, 1979. 99. Pho, R. W., Chacha, P. B., and Yeo, K. Q: Rerouting ves- sels and nerves from other digits in replanting an avulsed and degloved thumb. Plast. Reconstr. Surg., 64:330, 1979. 100. Pho, R. W., Chacha, P. B., Yeo, K. Q, and Caruwalla, J. S.: Replantation of digits using microvascular technique. Ann. Acad. Med. Singapore, 8:398, 1979. 101. Pho, R. W., and Satkunanantham, K.: Problems of a dou- ble level amputation-a case report. Ann. Acad. Med. Singapore, 11:273, 1982. 102. Pitzler, D., and Buck-Gramcko, D.: Secondary operations after replantation. Ann. Chir. Gynaecol., 71:19, 1982. 103. RusselI, R. C., O’Brien, B. M., Morrison, W. A., Pama-mull, G., and MacLeod, A.: The late functional results of upper limb revascularization and replantation. J. Hand Surg. (Am.), 9:623, 1984. 104. Schlenker, J. D., Kleinert, H. E., and Tsai, T. M.: Meth-ods and results of replantation following traumatic amputation of the thumb in sixty-four patients. J. Hand Surg., 5:63, 1980. 105. Schweitzer, I., and Rosenbaum, M. B.: Psychiatric as- pects of replantation surgery. Gen. Hosp. Psychiatry, 4:271, 1982. 106. Scott, F. A., Howar, J. W., and Boswick, J. A.: Recovery of function following replantation and revascularization of amputated hand parts. J. Trauma, 21:204, 1981. 107. Sekiguchi, J., and Ohmori, K.: Youngest replantation with microsurgical anastomoses: a successfúl replantation of a finger on an infant-aged 12 months and 15 days-by micro- surgical repair is reported. Hand, 11:64, 1979. 108. Serafin, D., Kutz, J. E., and Kleinert, H. E.: Replantation of a completely amputated distal thumb without venous anas- tomosis. Plast. Reconstr. Surg., 52:579, 1973. 109. Sloan, G. M., and Sasaki, G. H.: Noninvasive monitoring of tissue viability. Clin. Plast. Surg., 12:185, 1985. 110. Snyder, C. C., Knowles, R. P., Mayer, P. W., and Hobbs, J. C.: Extremity replantation. Plast. Reconstr. Surg., 26:251, 1960. 111. Stewart, D. E., and Lowrey, M. R.: Replantation surgery fol- lowing self-inflicted amputation. Can. J. Psychiatry, 25:143, 1980. 112. Stírrat, C., Seaber, A. V,, Urbaniak, J. R., and Bright, D, S.: Temperature monitoring in digital replantation. J. Hand Surg., 3:342, 1978. 113. Strain, J. J., and DeMuth, G. W.: Care of the psychotic self- amputee undergoing replantation. Ann. Surg., 197:210, 1983, 114. Strauch, B., and Terzis, J. K.: Replantation of dígits. Clin. Orthop., 133:35, 1978. 115. Tamai, S.: Digit replantation: analysis of 163 replanta-tions in an 11 year period. Clin. Plast. Surg., 5:105, 1979. 116. Tamai, S.: Twenty years’ experience of limb replanta-tion- review of 293 upper extremity replants. J. Hand Surg. (Ara), 7:549,1982. 117. Tamai, S., Hori, Y., Fukui, A., and Shimizu, T.: Finger replantation. Int. Surg., 66:9, 1981. 118. Tamai, S., Hori, Y., Tatsumi, Y., et al.: Microvascular anas- tomosis and its applícatíon on the replantatíon of amputa- ted digits and hands. Clin. Orthop., 133:106, 1978. 119. Tsai, T.: A complex reimplantation of digits: a case report. J. Hand Surg., 4:145, 1979. 120. Tsai, T. M., Manstein, C., DuBou, R., Wolff, T. W., Kutz, J. E., and Kleinert, H. E.: Primary microsurgical. repair of ring avulsion amputation injuries. J. Hand Surg., 9A:68, 1984. 121. Tupper, J. W.: Techniques of bone fixation and clinical experience in replanted extremities. Clin. Orthop., 133:165, 1978. 122. Urbaniak, J. R., Evans, J. P., and Bright, D. S.: Micro-vas- cular management of ring avulsion injuries. J. Hand Surg., 6:25, 1981. 123. Urbaniak, J. R., Roth, J. H., Nunley, J. A., Goldner, R. D., and Koman, L. A.: The results of replantation after amputa- tion of a single finger. J. Bone Joint Surg. (Am.), 67:611, 1985. 124. VanBeek, A. L., Kutz, J. E., and Zook, E. G.: Importance of the ribbon sign, indicating unsuitability of the vessel, in replanting a finger. Plast. Reconstr. Surg., 61:32, 1978. 125. VanBeek, A. L., Wavak, P. W., and Zook, E. G.: Micro-vas- cular surgery in young children. Plast. Reconstr. Surg., 63:457, 1979. 126. Yamano, Y.: Replantation of the amputated distal part of the fingers. J. Hand Surg. (Am.), 10:211, 1985. 127. Yamano, Y., Matsuda, H., Nakashima, K., and Shimazu, A.: Some methods for bone fixation for digital replantation. Hand, 14:135, 1982. 128. Yamano, Y., Namba, Y., Hino, Y., Hasegawa, T., Ugawa, A., and Ise, M.: Digital nerve grafts in replanted digits. Hand, 14:255, 1982. 129. Yamauchi, S., Nomura, S., Yoshimura, M., Veno, T., Iwai, Y., and Shimamura, K.: Recovery of sensation in replanted digits-time of recovery and degree of two point discrimina- tion. J. Microsurg., 3:206, 1982. 130. Yamauchi, S., Nomura, S., Yoshimura, M., Veno, T., Iwai, Y., and Shimamura, K.: A clinical study of the order and speed of sensory recovery after digital replantation. J. Hand Surg., 8:545, 1983. 131. Wang, S. H., Young, K. F., and Wei, J. N.: Replantation of severed limbs-clinical analysis of 91 cases. J. Hand Surg. (Am.), 6:311, 1981. 132. Weeks, P. M., and Young, V. L.: Revascularization of the skin envelope of a denuded finger. Plast. Reconstr. Surg., 69:527, 1982. 133. Wei, F. C., Chaung, C. C., Chen, H. C., Tsai, Y. C., and Noordhoff, M. S.: Ten digit replantation. Plast. Reconstr. Surg., 74:826, 1984. 134. Weiland, A. J., Robinson, H., and Futrell, J.: External sta- bilization of a replanted upper extremity. J. Trauma, 16:239, 1976. 135. Weiland, A. J., Villarreal-Rios, A., Kleinert, H. E., Kutz, J., Atasoy, E., and Lister, G.: Replantation of digits and hands: analysis of surgical techniques and func-tional results in 71 patients with 86 replantations. J. Trauma, 2:1, 1977. 136. Wood, M. B., and Cooney, W. P.: Above elbow limb replan- tation; functional results. J. Hand Surg. (Am.), 11:682, 1986. 137. Wray, R. C., Young, V. L., and Weeks, P. M.: Flexible implant Arthroplasty and finger replantation. Plast. Reconstr. Surg., 74:97, 1984. 138. Zumiotti, A.: Reimplante de membros. Rev. Bras. Ortop. 19:137-142, 1984.