Monitoria e avaliação da educação

1. O DEBATE SOBRE LIDERANÇA, MONITORIA E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO
CONTEXTO MOÇAMBICANO
Adelino Sequene
Belvio Francisco
Ossifo Sindique
ORIENTADORES
PROFESSOR DOUTOR: Benedito Sapane
TUTOR: Adão Tiago
Centro de Educação à Distância : Departamento de Pós-Graduação
Mestrado em Pedagogia e Didáctica

2. INTRODUÇÃO
O presente texto, tem como tema o debate sobre liderança,
monitoria e avaliação educacional no contexto moçambicano.
A tarefa tem por objetivo investigar e analisar o debate sobre
liderança, monitoria e avaliação no contexto moçambicano e
perceber a forma como elas influenciam o desenvolvimento da
educação e apresentar a minha posição em relação a temática.
A tarefa metodologicamente apoiou-se na consulta bibliográfica e
através da técnica análise do conteúdo podemos fazer a seleção de
aspetos uteis em diferentes ficheiros a nossa tarefa, de modo a
construirmos esse texto.

3. O texto pretende apresentar os conceitos de liderança, monitoria,
avaliação e avaliação da educação, considerara a liderança,
monitoria e avaliação educacional como conceitos holísticos no
campo da educação, tratara do papel da liderança, monitoria e da
avaliação no contexto educacional e apresentará os desafios da
avaliação educacional no contexto moçambicano

4. O DEBATE SOBRE LIDERANÇA, MONITORIA E AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL NO CONTEXTO MOÇAMBICANO.
2.1.Conceitualização
2.1.1. Liderança
O conceito de liderança é bastante diferenciado entre os autores que versam sobre o
assunto, porém a liderança podemos defini-la como a capacidade dum sujeito guiar,
orientar ou influenciar o comportamento do outro, dentro duma organização (Lyman, et
all, 2010). Com isso entendo a liderança como um acto de guiar os outros, uma
atividade que consiste em direcionar pessoas a caminho que se estabelecem com os fins
da organização.
2.1.2. Monitoria
Já a monitoria significa observar, ou seja, é um processo que consiste na observação, no
acompanhamento de uma certa atividade que esteja em execução ou implementação, e
através deste processo de monitoria há uma acção, ocorre o aprimoramento ou melhoria
do plano em execução (Lyman et all, idem).
2.1.3. Avaliação
A avaliação é um processo sistémico que consiste em dar valor ao plano executado e os
resultados atingidos depois da execução do plano (Lyman, et all, 2010). Assim sendo a
avaliação também é uma tarefa consciente que permite a precisão do plano e do seu
produto.

5. 2.1.4. Avaliação da educação
A avaliação educacional ou da educação é um processo que consiste em dar valor ou significado a
educação, ou seja, afirmar até que ponto um sistema educativo está baseando na quantificação e
qualificação através dum procedimento comparativo com uma referência ideal da educação que
uma sociedade quer seguir.
2.2. Liderança, monitoria e avaliação educacional como conceitos holísticos no campo da educação
Depois da conceitualização do termo liderança, monitoria e avaliação e avaliação educacional,
tentarei contextualizar e integrar esses termos de uma forma holística, não de forma separada
mais integrada.
Com o processo de liderança no campo da educação é possível alcançar metas predefinidas no
programa e é através de uma boa liderança que os colaboradores não se desfocam das suas
tarefas, por ele está sempre lá para dar a mão através do processo de monitoria.
Com o processo de monitoria no campo da educação é possível estar perto do contexto real de
trabalho dos seus colaboradores e dar seguimento a medidas de que podem melhor o clima dentro
do ambiente de trabalho, é no processo de monitoria que o líder toma conta das potencialidades e
da fraqueza que o plano em execução apresenta e através deste conhecimento tomar medidas
para o melhoramento.
Nesse processo em que o líder toma nota das potencialidades e das fraquezas no processo de
monitoria nasce a avaliação, como processo integrante da monitoria e liderança.

6. A avaliação no campo da educação é de extrema importância pois ela qualifica acção do plano em
execução e propõe melhoria do mesmo plano em execução.
A avaliação no setor da educação pode ser feita em três fase antes da execução do plano ou
programa, durante a execução do plano ou programa e depois da execução do plano ou programa
(Lyman, et all, 2010). Esse todo processo de avaliação está ligado com a monitoria que a liderança
faz numa organização.
É importante a informação que a liderança, monitoria e avaliação no sector da educação pode ser
feita a vários níveis: a nível central, provincial, distrital, da ZIP e da escola.
Um exemplo concreto sobre liderança, monitoria e avaliação ocorre quando o governo central
disponibiliza recursos financeiro para os apoios diretos as escolas (ADE), e a direção provincial
distribui esses recursos aos distritos nos SDEJT e esses por sua vez distribuem em função das ZIPS e
estes em função da escola.
O processo de monitoria do ADE pode ser feito de diferentes níveis, porém compete aos SDEJT
efetuar tal monitoria e avaliação do uso do ADE (Lyman, et all, 2010). O ADE possibilita a compra de
materiais didácticos e a manutenção de condições mínimas para o ensino-aprendizagem de
qualidade. No entanto, os recursos são sempre limitados.
Serviço Distrital de Educação Juventude e Tecnologia

7. Através do processo de liderança, monitoria e avaliação é possível criar condições para uma
boa qualidade de educação, como quem diz aquele que não vigia a sua propriedade está
sujeito a vandalização e apropriação dos outros. Por isso é necessário sempre a monitoria e
através dela você pode conceber uma avaliação do progresso da educação e posteriormente
tomar medidas e traçar novas estratégias para melhoria da qualidade da educação.
Sobre os estilos de liderança adequados nos espaços escolares e que possam promover a
qualidade da educação, acredito que a liderança democrática seja a mais adequada para o
desenvolvimento dos espaços escolares e consequentemente promover a qualidade da
educação.
Por isso democratizar a liderança considero como a melhor forma de alavancar o espaço
escolar pois esse modelo de liderança permite a participação de todos os envolvidos nesse
espaço, sejam os alunos, a família, comunidade e os professores pois a educação é feita por
esses intervenientes.
E importante democratizar a ter em conta o contexto situacional, se não corremos o risco
de se tornarmos líderes liberais. Pois fazer com que todos participem não quer dizer deixar
à custa dos outros as ideias, mas sim perceber sob variadas formas as situações que os
alunos enfrentam então pautar por uma atitude justa para todos sem excepção de ninguém
com isso podemos promover uma educação de qualidade

8. 2.3. O papel da monitoria na qualidade da educação em Moçambique
A monitoria no contexto educacional consiste no acompanhamento do percurso do processo
educativo e esse processo deve ser feito três vezes por ano, no início, no meio e no fim do ano
(Lyman, et all, 2010).
O processo de monitoria no contexto educacional pode ser realizado a diferentes níveis desde; o
nível central, nível provincial, a nível distrital, a nível da zona de influência pedagógica (ZIP) e da
escola.
O processo de monitoria no contexto educativo desempenha um papel extremamente
importante no desenvolvimento da educação, pois é através desse processo de observação que
Lyman, et all (2010) afirmam:
1. Não há abandono dos professores no sector de trabalho em zonas rurais;
2. Há transparência na gestão dos recursos financeiros concretamente os apoios diretos a
escolas (ADE);
3. Há cumprimento dos os objectivos do sector para a Educação em Moçambique.
Vejamos com exemplos práticos da importância da monitoria e sua contribuição na qualidade
da educação; se os SDEJT não efetuassem a monitoria por exemplo dos ADE, haveria desvio de
recursos financeiros por parte dos directores das escolas, isso afetaria o défice de material
didáctico que é usado na sala de aula, que consequentemente não haveria lecionação das aulas
por falta de tais materiais.

9. 2.4. Avaliação educacional e seus desafios actuais em Moçambique
A avaliação como já foi conceituada no texto anterior consiste num processo de julgamento de
algo na base dum critério previamente estabelecido, ou seja, avaliação deve ser feita com base
num quadro de referências que constitui como valor exato da avaliação.
A avaliação pode ser feita por pessoas que estão dentro da organização ou escola ou por
pessoas que estão fora da organização ou escola. Essas duas avaliações podem ser chamadas
como avaliação interna e avaliação externa.
O que podemos dizer da avaliação institucional, ela pode ser considerada como a combinação
da avaliação interna e avaliação externa a instituição avaliada. Ela pode ser definida como
aquela avaliação que se realiza segundo uma visão interna e externa, proporcionada nessa
dialética instituídos-instituintes segundo a dinâmica organizacional, sua complexidade e
globalidade (Terresêca, M. 2001).
2.4.1. Instrumentos utilizados nas diferentes categorias da avaliação
Quanto aos instrumentos utilizados nessas três categorias de avaliação eles são distintos uma
das outras, porque depende mais da logica subjacente a avaliação que se realiza (Terresêca, M.
2001).
Deste modo tanto a avaliação interna como a avaliação externa podem recorrer a guiões de
observação, ou indicadores (definidos a nível nacional ou internacional) que permitam a
comparação entre instituições de formação, ou recorrer a auscultação dos actores no terreno
ao uso de questionários e de checklists (é uma ferramenta que permite a verificação e
acompanhamento das tarefas de um projeto).
No que diz respeito aos instrumentos utilizados numa avaliação institucional nos encontramos;

10. 2.4.2. Finalidades da avaliação da educação
Segundo Terresêca, M (2001) as finalidades da avaliação feita no contexto escolar ou educativo
centra-se na:
Identificação dos pontos fortes e fracos do programa educativo;
1) Permite apreciar as acções das pessoas no terreno, da conta da eficácia da instituição;
2) Presta conta quer a comunidade, quer a tutela;
3) Facilita a recomendações, sugestões para a melhoria da escola(educação);
4) Permite o auto-conhecimento, analise dos seus sistemas de relações e
5) Contribui para a construção do sentido da escola.
2.4.3. Desafios actuais da avaliação educacional em Moçambique
Para concluir a tarefa tentarei refletir em torno dos desafios da avaliação educacional no
contexto moçambicano. Avaliar a educação em Moçambique não é uma tarefa fácil, implica
compreender a forma como a educação era, como está e perspetivar o futuro da mesma com
acções concretas, trilhando essa linha de pensamento podemos compreender melhor a educação
no pais.
Um dos grandes e maiores desafios da avaliação educacional em Moçambique na minha opinião
é avaliação tendenciosa do sistema de educativo, avaliar tendo os objetivos do avaliador, não na
base do real diagnostico, mas sim com base nos deveres políticos e de interesse.
Um outro desafio que posso apresentar é a fraca capacidade ou competências dos avaliadores,
no domínio das ferramentas da avaliação e da não clareza dos constructos a serem avaliados

11. 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois da realização da presente tarefa concluímos que a liderança, monitoria e avaliação são termos
interdependentes que não devem ser vistos de forma separada, mas sim duma forma integrada pois
eles caminham juntos.
A liderança, monitoria e avaliação são aspectos extremamente importantes se queremos garantir a
qualidade da educação ou do ensino formal, pois estes contribuem significativamente na melhoria da
qualidade da educação.
Por exemplo é através da monitoria que se faz o acompanhamento direto das acções educativas no
terreno e através da avaliação que se faz a correção dos erros ou fraquezas encontradas no terreno e
posteriormente se tomar decisões favoráveis e construtivas e tudo isso é feito por uma liderança
eficiente e democrática.
Por último concluímos que avaliação da educação é um processo pouco praticado no nosso sistema
de ensino e apresenta inúmeros desafios, uma delas é a avaliação tendenciosa do sistema de
educativo ou seja avaliar a educação tendo os objetivos do avaliador, não na base do real diagnostico
nos elementos constatados na sociedade mas sim com base nos interesses políticos e de interesse
dos financiadores dos programas educativos do pais