BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
Carcinogênese, ciclo celular e quimioterapia em oncologia
1. SISTEMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
Professor: Anderson Corrêa
AULA 01: CARCINOGÊNSE
O câncer é um grupo de doenças, originado em
diferentes tecidos do corpo.1
A disfunção genética do câncer pode ser exacerbada
por fatores ambientais que atuam realizando mutação
de genes críticos.1
A maioria dos casos de câncer ocorre devido acúmulo
de mutações espontâneas nos tecidos somáticos1
As formas mais raras de câncer vêm de células com
baixa taxa de divisão celular1
Radiação, substâncias químicas mutagênicas e alguns
vírus podem induzir mutações irreversíveis,
transformando a célula em cancerosa -> Carcinógenos
Característica da célula cancerosa:
• Crescimento desregulado com crescimento por
sobreposição celular formando massas 1
• Acúmulo desregulado ocorre por câncer não responder
aos estímulos químicos que inibe a divisão celular e
porque não formam associação estáveis com células
vizinhas
Ciclo celular e o câncer: O ciclo celular é dividido em:
crescimento, síntese de DNA E Divisão celular, é
controlado por sinais químicos internos e externos.
• Transição entre G1, S, G2 e M são reguladas no check
point1
• Proteínas: Ciclinas e CDK exercem papel importante na
sinalização e progressão do ciclo celular. 1
• Um dos mais importantes check point chamado Start,
está no meio de G1 (Ciclina Tipo D e CDK4)1
• Em células tumorais os check points estão
desregulados1
• A fase G0 constitui a fase não proliferativa do tecido
(fase de descanso), sendo pouco vulnerável ao
quimioterápico. Estas células são apontadas como
causas de recidivas e metástases.2
• No período G1 ocorre intensa síntese de RNA e
proteínas com aumento do citoplasma 2
• Na fase S ocorre um aumento inicial na quantidade de
DNA polimerase e RNA. As duas cadeias que formam a
dupla-hélice separam-se e servem de molde para um
próximo DNA.2
• Período G2 é um tempo adicional para o crescimento
celular com completo replicação do DNA antes da
mitose.2
• Nos tecidos normais a mitose servirá para
preenchimento de necessidades orgânicas. Nas células
neoplásicas ocorre proliferação excessiva.2
• No tecido tumoral a medida que o tumor aumenta, a
fração de crescimento vai diminuindo por escassez de
nutrientes e oxigênio2
• O Fator de Angiogênse Tumoral possibilita a
angiogênese tumoral e nova aceleração da reprodução
celular.2
• Pode ocorrer perda da capacidade de diferenciação
celular.2
• A maioria dos quimioterápicos irá atuar no RNAt, RNAr
e RNAm dificultando a proliferação celular.2
Oncogenes: São grupos de genes que regulam a
atividade bioquímica dentro das células, dentre elas a
divisão celular
• Cada tipo de oncogene viral pode regular a expressão
de genes celulares , incluindo os envolvidos no
processo de divisão e crescimento 1
Genes Supressores tumorais:
São genes ativados quando os alelos oncogênicos estão
hiperexpressos ou quando produzem proteínas que
funcionam como ativador dominante predispondo a
tornar a célula cancerosa. O câncer só se desenvolve se
ocorrer uma segunda mutação na célula somática
inativando a função do alelo somático ST
São exemplos de Genes Supressores Tumorias (ST):
proteína RB, proteína p53, proteína pAPC, pBRCA1 e
pBRACA2,.
• Douglas Hanahan e Robert Weinber propuseram 6
vias que levam ao câncer maligno:
2. • 1: Autossuficiência na sinalização de processos de
crescimento
• 2: Anormalmente insensível a sinais que inibem
crescimento
• 3: Podem escapar da apoptose
• 4: Adquirem potencial replicativo ilimitado
• 5) Desenvolvem meios de se nutrir
• 6) Adquirem capacidade de invadir outros tecidos e
colonizá-los
Classificação da quimioterapia:
Terapia Curativa: Quando o tratamento sistêmico é
definitivo
Terapia adjuvante: Quando o tratamento sistêmico
tem o objetivo de aumentar a chance de cura após a
cirurgia
Terapia neodjuvante: quando o tratamento sistêmico
é realizado antes do tratamento cirúrgico curativo
Terapia paliativa: tem o objetivo de redução dos
sintomas relacionados a doença podendo ou não
prolongar a vida do paciente
• A quimioterapia é a administração de substâncias
químicas isoladas ou em combinação para tratar
neoplasias malignas não curáveis com radioterapia ou
cirurgia.
• Atuando no processo de crescimento e divisão
celular.
• São tóxicos aos tecidos de alta taxa mitótica e ciclo
celular curto.
• A ação antiproliferativa advém de alterações
bioquímicas ou estruturais na fase S, com apoptose
desencadeada devido lesão do DNA da célula
neoplásica.
• Bacarat (2000) classificou a quimioterapia em:
• 1) Ciclo-inespecífico: atuam em células que estão
ou não em proliferação
• 2) Ciclo-específico: Atuam somente nas células
em proliferação -> CTX
• 3) Fase-específico: Atuam em determinadas fases
do ciclo celular
A poliquimioterapia deve obedecer os critérios de:
• Diferentes mecanismos de ação
• Diferentes toxicidades
• Efetivas quando empregadas isoladamente
• Bases bioquímicas para o sinergismo
• Prazos diferentes de toxicidade
Vantagens da poliquimioterapia: Sinergismo, Retardo
da resistência tumoral, Doses menores,
Avaliação da resposta tumoral pode apresentar os
seguintes desfechos:
• SOBREVIDA
• REDUÇÃO TUMORAL
• REMISSÃO OU RESPOSTA COMPLETA
• REMISSÃO OU RESPOSTA PARCIAL
• DOENÇA ESTÁVEL
• PROGRESSÃO DA DOENÇA
Marcadores tumorais
• AFP – Alfafetoproteína
• B-HCG
• CA 15.3
• CA 19.9
• CA 72.4
• CA 125
• HE4
• Antígeno Carcinoembrionário (CEA)
• Antígeno Prostático Específico (PSA)
AULA 02: FERIDAS TUMORAIS
• As feridas tumorais são formadas pela
infiltração das células malignas do tumor nas
estruturas da pele. Ocorre quebra da integridade do
tegumento, levando à formação de uma ferida
evolutivamente exofítica. Isso se dá em decorrência da
proliferação celular descontrolada, que é provocada
pelo processo de oncogênese.
• Câncer de mama, C/B, Ovário, pênis, cólon e
linfoma contribuem mais para o aparecimento de
ferida oncológica em sítio primário ou metastático.²
• As feridas malignas são o resultado final do
processo de infiltração na pele por células tumorais
que invadem o epitélio -> Lesão vegetante.²
3. • O processo de formação das feridas
neoplásicas compreende três eventos:
Crescimento do tumor – leva ao rompimento da pele;
Neovascularização – provimento de substratos para o
crescimento tumoral;
Invasão da membrana basal das células saudáveis – há
processo de crescimento expansivo da ferida sobre a
superfície acometida.
Segue o modelo de formação de ferida tumoral:
Neovascularização → invasão da membrana basal por
cels. Tumorais → deslocamento de êmbolos das células
tumorais → agregação de capilares distantes (via
sanguínea ou linfática) → extravasamento e
proliferação.
Com o crescimento anormal e desorganizado, tem-se a
formação, no sítio da ferida, de verdadeiros agregados
de massa tumoral necrótica, onde ocorrerá
contaminação por micro-organismos aeróbicos (por
exemplo: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus
aureus) e anaeróbicos (bacteroides). O produto final do
metabolismo desses micro-organismos são os ácidos
graxos voláteis (ácido acético, caproico), além dos
gases putrescina e cadaverina, que provocam odor
fétido às feridas tumorais.
Características da ferida oncológica
• Aparecimento em conjunto ou sozinhas, variando a
coloração da pele (rosa, violácea, vermelha ou
marrom)²
• Dificuldade no processo de cicatrização.²
• Alargamento no estágio inicial da lesão com
infiltração do epitélio e aporte linfático e sanguíneo.²
• Forma crateras ulceradas de bordas irregulares com
grande exsudato, odor, sangramento e alteração
física.²
• Presença da derme endurecida ou massa subcutânea,
aderida ao tecido com crescimento de massa tumoral.²
• Crescimento desordenado pode levar a compressão
de estruturas
• O Objetivo é alcançar o controle da exsudato ou
odor, sangramento, dor, prurido, e a meta é o
curativo confortável, funcional e estético¹
• Consenso entre toxicidade e efetividade, proteger
pele e bordas com pomada a base de óxido de zinco
tem sido técnica recomendada (Dor).
• Pacientes excluídos da fase de tratamento curativo
caminham para o aumento progressivo da ferida
neoplásica onde o tecido necrótico se prolifera e o uso
de produto antisséptico (considerado citotóxico) passa
a ser útil porque a cicatrização não é a meta¹
Classificação das feridas oncológicas malignas
Feridas ulcerativas malignas: Quando estão ulceradas
e formam crateras rasas
Feridas fungosas malignas: Quando são semelhantes a
couve-flor
Feridas fungosas malignas ulceradas: União do
aspecto vegetativo e ulcerado
Classificação quanto ao Odor:
Grau 1: Sentido ao abrir o curativo
Grau 2: Sentido ao se aproximar do paciente, sem abrir
o curativo, é caracteristicamente forte e nauseante
Grau 3: Sentido no ambiente, sem abrir o curativo. É
forte e nauseante
Classificação quanto ao estadiamento:
Estadiamento 1: Pele íntegra. Tecido de coloração
avermelhada ou violácea. Nódulo visível e delimitado.
Assintomático.
Estadiamento 1n: Fechada ou com abertura superficial
por orifício de drenagem de exsudato límpido, de
coloração amarelada ou de aspecto purulento. Tecido
avermelhado ou violáceo, seca ou úmida. Dor ou
prurido ocasionais. Sem odor.
Estadiamento 2: Aberta envolvendo derme e
epiderme. Friáveis e sensíveis à manipulação. Exsudato
ausente ou em pouca quantidade. Intenso processo
inflamatório ao redor. Dor e odor ocasionais.
Estadiamento 3: Espessa, envolve subcutâneo.
Profundidade regular. Saliente de formação irregular.
Característica: friável, ulcerada ou vegetativa, de odor
fétido e exsudato. Lesões satélites em risco de ruptura.
coloração avermelhada ou violácea.
Estadiamento 4: Invade profundas estruturas
anatômicas. Profundidade expressiva. Não se visualiza
seu limite. Em alguns casos, com exsudato abundante,
odor fétido e dor. Coloração avermelhada ou violácea,
porém, o leito da ferida encontra-se de coloração
amarelada.
4. A regressão da ferida só ocorre com o controle do
crescimento tumoral com cirurgia, quimioterapia,
radioterapia ou hormonioterapia.
A avaliação da ferida constitui em: localização,
tamanho, configuração, área de envolvimento, cor,
extensão (fístula), exsudato, sangramento,
descamação, sinais de infecção, acometimento de
órgãos e sistemas, prurido e dor.
• Cuidados básicos: Limpar a ferida para remoção
superficial de bactérias e debris; Conter/absorver
exsudato; Eliminar o espaço morto (preenchê-lo com
curativo); Eliminar a adesão de gaze às
bordas/superfície da ferida; Manter úmido o leito da
ferida; Promover os curativos simétricos com a
aparência do paciente; Empregar técnica cautelosa
visando à analgesia; Retirar as gazes anteriores com
irrigação abundante; Irrigar o leito da ferida com jato
de seringa 20 ml/agulha 40x12 mm; Proteger o curativo
com saco plástico durante o banho de aspersão e abri-
lo para troca somente no leito (evitando a dispersão de
exsudato e micro-organismos no ambiente).
• Cuidados específicos: Controle da dor: EVN, técnica
do curativo, óxido de zinco, Controle do Exsudato:
Curativo absortivo (carvão, alginato, compressa),
proteger a pele ao redor (óxido de zinco na pele
macerada e bordas); Controle do prurido: Adesivo
hipoalergênico, dexametasona creme 0,1% em
candidíase cutânea -> Sulfadiazina de prata; Avaliar
necessidade de desbridamento; Fístulas cutâneas:
óxido de zinco para perilesão, bolsa coletora fístula,
curativo absortivo com alginato/carvão; Lesão friável:
Aplicar pressão sobre os vasos sangrantes, SF 0,9%,
Alginato de cálcio, adrenalina em ponto sangrante,
manter úmido.; Avaliar necessidade de RT
hemostática, coagulante sistêmico (ác. Aminocaproico)
• Manejo do odor
• Grau I: Limpeza + Clorexidina degermante+ Manter
gaze embebida em hidróxido de alumínio no leito , ->
Outras: Sulfadiazina de prata e/ou carvão ativado com
gaze úmida + vaselina líquida
• Grau II: Metronidazol a 0,8% + vaselina, Escarotomia
SN
• Grau III: Metronidazol oral/ EV (Máx 14 dias), 1
comprimido de 250 mg + 50 ml SF 0,9% caso o gel
esteja indisponível
Gel vaginal 10% -> Intravaginal
Nos casos de miíase:
• Utilizar antiparasitário por via oral (VO). Recomenda-
se ivermectina 6 mg, um comprimido por VO/30 kg de
peso, em dose única;
• Limpeza rigorosa da ferida;
• Retirada mecânica das larvas, quando possível.
• Troca de curativos com maior frequência, ate que
haja controle de odor e exsudato e a certeza de que
todas as larvas foram eliminadas;
• Detectar possível infecção secundária e necessidade
de antibióticoterapia sistêmica.