4. Uma pessoa chega atrasada meia hora em um
compromisso comigo.
Como reajo ao atraso?
Se preciso resolver algo nestes trinta minutos fico
feliz pelo atraso;
Se estou com pressa fico bravo.
...ou seja, não é o atraso da pessoa que define o
que sentimos, mas sim nossas necessidades que
estão intimamente relacionadas a nossa história.
5. Vocês acham que pode haver
violência na comunicação?
Reflita sobre...
situações que consideram
violentas, sem agressão física.
6. NÃO-VIOLÊNCIA
• Não-violência não é ausência de força;
• Não-violência é o cuidado coletivo, é
incomodar e gerar mudança;
• A comunicação Não- Violenta é a porta de
entrada para a não violência;
• Cuidar da vida;
• Capacidade de não responder violentamente
ao mundo.
7. O que é Comunicação Não-Violenta
• A Comunicação Não-Violenta nos chama a
experimentar novas possibilidades de comunicação
eficaz e honesta, apoiando uma compaixão pessoal e
socialmente engajada baseada na inteligência
relacional.
• Uma pesquisa prática realizada há mais de 50 anos
pelo Dr. Marshall Rosenberg, a comunicação não-
violenta atua em três níveis interconectados, o pessoal,
o interpessoal e o sistêmico, resgatando o poder do
diálogo e da empatia, mesmo perante a
comportamentos e sistemas socias desafiantes.
9. Comunicação Não Violenta - CNV
Áreas distintas que nos afetam simultaneamente:
Intrapessoal –É como me comunico comigo mesmo. A
maneira que falo comigo mesmo afeta na maneira de me
comunicar com os outros.
Interpessoal – CNV com os outros.
Sistêmica – Organizar espaços para atender necessidades de
várias pessoas, que se interrelacionam. (Exemplo: Círculos
restaurativos)
A possibilidade de acessar o meu mundo interno,
transforma o relacionamento com os outros.
10. Resultado da CNV: respeito, atenção e empatia
- Capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra
pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias.
A empatia é diferente da simpatia
- A simpatia indica uma vontade de estar na presença de outra
pessoa e de agradá-la, dando o ombro, sendo legal sem levar a
pessoa à reflexão. Ex: eu sei como é, entendo...
- A empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer
outra pessoa. É a conexão de força para mudar as coisas (mexer
internamente para mudar).
12. –Empatia com o outro
• Quando internamente somos violentos (ruídos
internos) é difícil ter uma compaixão pelos
outros.
• Quando percebemos os sentimentos e
necessidades por trás das palavras das
pessoas, cria-se uma relação de empatia, não-
julgamento, respeito e conexão.
Comunicação Não Violenta - CNV
13. RESPEITO
• É tudo o que me diferencia ou me assemelha,
mas sem descartar a importância;
• Ver a minha opinião e a sua. (RE: retorno);
• Sem ignorar, diminuir nada que me diferencia
do outro (segundo olhar).
14. NÃO-JULGAMENTO
• Todos nós julgamos, mas é possível suspender o
julgamento.
• Transformar o julgamento em diálogo empático.
“Se a estrutura não permite o diálogo, a estrutura
há de mudar.” (Paulo Freire)/ (Diálogo empático
interno e externo).
16. A Comunicação não violenta e a linguagem da Girafa
Comunicação Não Violenta - CNV
A girafa é animal terrestre que tem o maior
coração. Para fazer com que o sangue suba
até a cabeça da girafa (a uma distância de
mais de 2 metros), seu coração tem que ser
43 vezes mais forte do que o do ser humano.
Apresenta quatro componentes:
- Observação sem Avaliação
- Identificação de Sentimentos
- Identificação de Necessidades
- Pedido
17. OBSERVAÇÃO
Na CNV, observamos o que está
acontecendo de fato. Sem julgamentos e
sem juízo de valores.
Exemplo:
- Declaração com julgamento: Você é
preguiçoso, tem um monte de dever de
casa para fazer.
- Declaração sem julgamento: Você não
fez seu dever de casa..
“Quando
combinamos
observação
com
avaliação, as
pessoas
tendem a
receber isso
como
crítica”.
(Marshall
Rosenberg)
18. Observação com Avaliação Observação sem avaliação
Você é generoso demais. Quando vejo você dar o seu dinheiro,
acho você generoso.
João vive deixando as coisas
para depois.
João estuda na véspera das provas.
Carlos é feio. A aparência de Carlos não me atrai
Outros exemplos: Separar Observação de Avaliação
19. • Evitar os advérbios: nunca, sempre, tudo,
nada, nenhum(a), etc.
20. SENTIMENTO
O sentimento está ligado as necessidades.
É preciso identificar de forma clara nossas emoções.
O que estou sentindo e o que esse sentimento trás pra
mim?
Distinguir sentimento de pensamento/Juízos
disfarçados de sentimentos:
Exemplo: “Sinto que você deveria saber isso melhor do
que ninguém.” (Não é sentimento e sim pensamento).
Me sinto julgado, me sinto rejeitado, me sinto
manipulado.
Expressar
nossa
vulnerabili
-dade
pode
ajudar a
resolver
conflitos.
(Marshall
Rosenberg)
21. AFLITO DESAPONTADO
ANGUSTIADO EXAUSTO
ASSUSTADO FURIOSO
BRAVO IMPACIENTE
CANSADO INCOMODADO
CHATEADO IRRITADO
CONFUSO MAGOADO
CULPADO PREOCUPADO
DEPRIMIDO TRISTE
Algumas palavras que são sentimentos e que
podem ser empregadas quando alguma
necessidade sua não é atendida:
22. E quando nossas necessidades são
atendidas:
AGRADECIDOS CONFIANTES INSPIRADOS
ALEGRES CONFORTÁVEIS INTRIGADOS
ALERTAS CONTENTES ORGULHOSOS
ALIVIADOS ESPERANÇOSOS OTIMISTAS
CHEIOS DE ENERGIA ESTIMULADOS REALIZADOS
COMOVIDOS IMPRESSIONADOS SURPRESOS
24. Assumir a responsabilidade pelos nossos sentimentos
• Nossa cultura não incentiva reconhecimento e
expressão de emoções, os sentimentos não são
importantes.
• Alguns sentimentos são reprimidos: medo, raiva,
tristeza, etc.
• Quando surgem vem de forma inadequada
“explosões”.
Comunicação Não Violenta - CNV
25. NECESSIDADES
Necessidade é a raiz dos sentimentos.
Como reconhecer o que necessitamos?
Ex: Fiquei muito irritado porque você
conversou a aula toda . (este discurso culpa
o outro pelo que está sentindo)
– Quando vi você conversando com seus
colegas na hora da aula, fiquei muito irritado
porque eu preciso de atenção e silêncio para
conseguir dar o conteúdo. (este discurso
assume a responsabilidade por seu
sentimento e expõe as necessidades)
Desse modo, deixamos de culpar os outros
pelo que estamos sentindo.
Quando
expressamos
nossas
necessidades
temos mais
chance de vê-
las satisfeitas.
(Marshall
Rosenberg)
26. PEDIDO
Pedimos que determinadas ações concretas
sejam realizadas, de forma a atender nossas
necessidades. Se conseguirmos identificar
nossas necessidades, ligando-as aos nossos
sentimentos, é mais fácil fazer um pedido
claro, sincero, consciente e de forma
positiva.
Exemplo: Vejo que você afasta o olhar
enquanto falo, me sinto muito
desconfortável com essa situação, preciso
de um pouco de contato visual para
perceber que fui compreendido. Por isso,
gostaria que você olhasse nos meus olhos
quando converso com você, pode ser?
É comum
não termos
consciência
do que
estamos
pedindo
(Marshall
Rosenberg)
27. Ao fazer um pedido, precisamos compreender duas
questões:
- O que queremos que as pessoas façam, de forma
clara e concreta? (Pedido de solução)
- Como é isso pra você? (Pedido de conexão/deixa o
outro escolher).
28. EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO VIOLENTA
Você me deixa
péssima
Ana, você é preguiçosa, não me ajuda
em nada em casa. Só faz sujeira e
bagunça
Você sabe que a casa tem que
ficar limpa e organizada
Tudo o que eu quero é que
vc comece a assumir
responsabilidades.
É pedir demais?
29. EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
- CNV
Fico irritada..
Ana, quando vejo suas roupas sujas
debaixo da cama e restos de comida
pela casa...
Porque preciso de mais
ordem nesse espaço
Você poderia então pegar suas
roupas e guardá-las, depois
limpar a sala?
30. EXERCÍCIO
Lembre de uma situação em que uma pessoa
tenha feito algo que não lhe agradou, e:
Escreva numa folha de papel para comunicar a pessoa o que
ela fez (uma ação específica, o que de fato aconteceu, uma
observação).
Use esta forma: Quando.... , eu me sinto..... porque necessito
(ou preciso de)... e gostaria que você...É possível? Como é isso
é pra você?
31. • Quando se vive a CNV é importante termos
um outro olhar para os seguintes pontos:
• “sabotadores”/ eles se importam com o
assunto. Acolha-o, escute-o e tenha um apoio
para isso.
• A CNV só tem sentido a partir da prática,
quando saímos do ambiente de cursos e
agimos na sociedade.