O documento discute o pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant sobre o monismo moral. Segundo Kant, a moralidade não pode ser fundamentada em considerações empíricas como desejos e preferências, mas sim na liberdade e autonomia da pessoa. O respeito à dignidade humana é um referencial importante contra os efeitos negativos do monismo moral.
2. A filosofia moral do filósofo
alemão Immanuel Kant fornece
elementos conceituais
consistentes para se fazer uma
reflexão crítica acerca do
monismo moral, objeto do vídeo,
aulas 4 e 5 e fragmento do
pensamento de John Locke.
3. Com efeito, afirmava este pensador que a
moralidade não poderia ser fundamentada
em considerações empíricas, como
interesses, vontades, desejos e preferências
circunstanciais, porquanto elas são
contingentes. Para Kant, o fundamento da
moralidade não está na autoridade divina,
tampouco em razões de natureza utilitarista e
ideológica contingenciais. Segundo citado
pensador, a liberdade é o fundamento da
moralidade, a qual não deve ser entendida
como a ausência de obstáculos para
fazermos o que desejamos.
4. A ideia de liberdade está diretamente
associada à ideia de autonomia, para Kant.
Sem autonomia, não há responsabilidade
moral. Assim sendo, as temáticas relativas a
monismo moral, multiculturalismo, igualdade
de gênero, felicidade, tolerância religiosa,
igualdade de oportunidades, racismo, entre
outras, para além das divergências e
polarizações, encontram em Kant um
referencial moral que é a dignidade da
pessoa humana. Embora bastante
abrangente, o respeito à dignidade da
pessoa humana na perspectiva Kantiana
exige que as pessoas não sejam tratadas
como um instrumento de satisfação do
interesse geral ou de uma concepção
religiosa, política, filosófica, sociológica,
ideológica.
5. Elas devem ser tratadas como um fim em si
mesma, pelo simples fato de serem
humanas. Portanto, o respeito à dignidade
da pessoa humana, à liberdade e à
autonomia podem se constituir em
importante referencial filosófico e moral
contra os nefastos efeitos do monismo
moral ou de outras espécies de monismo
que deixam de considerar a pessoa
humana como um fim em si mesma.