Este documento resume a trajetória acadêmica e profissional de Sedi Hirano, sociólogo brasileiro formado pela USP. Ele também analisa o livro "Castas, Estamentos e Classes Sociais", escrito por Hirano, que compara os conceitos de casta, estamento e classe social em Marx e Weber. Por fim, apresenta trechos de obras de Marx, como Manuscritos Econômico-Filosóficos, Ideologia Alemã e O Capital, que discutem essas categorias sociais.
2. Sedi Hirano
Graduado em Ciências Sociais pela
Universidade de São Paulo (1964).
Mestrado em Sociologia pela
Universidade de São Paulo (1972).
Doutorado em Sociologia pela
Universidade de São Paulo (1987).
Diretor da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas (2002-
2005) e Pró-reitor de Cultura e
Extensão (2005-2007) da
Universidade de São Paulo.
Professor emérito da Universidade de
São Paulo (2010).
Foi professor titular visitante do
Departamento de Estudos Brasileiros
da Universidade de Tenri, Japão
(1995-1997).
3. - Livro: Castas, Estamentos e
Classes Sociais.
- Autor(es): Sedi Hirano.
- Editora: Editora Unicamp
- Ano: 2002
- N.º Páginas: 215
Este livro é um instrumento de iniciação ao estudo sociológico da
estratificação social. O objetivo de "Castas, estamentos e classes sociais:
introdução ao pensamento sociológico de Marx e Weber" é sistematizar o
que Karl Marx e Max Weber apontaram como relevante à discussão dos
conceitos e noções de casta, estamento e classe social. A obra traça um
confronto entre as metodologias desses dois pensadores, diversas em
termos epistemológicos e axiológicos.
7.
Uma organização social.
Uma determinada divisão do trabalho.
Uma determinada relação social de produção e,
portanto, de cooperação.
Gormas de propriedade e apropriação do trabalho e dos
instrumentos de produção.
Uma determinada vinculação do trabalhador à terra ou
em relação a propriedade.
Manuscritos dos Elementos Fundamentais
Para a Crítica da Economia Política
Em suma, a produção social pressupõe:
8.
As determinações comuns ou gerais são os elementos que,
pela abstração, o pensamento ordena e articula com o todo.
E todas as formações sociais são históricas e transitórias, o
mesmo ocorrendo com as categorias que as explicam, e
estas não se ordenam em segmentos estáticos e dinâmicos.
Manuscritos dos Elementos Fundamentais
Para a Crítica da Economia Política
9.
‘’A diferença do estamento se manifesta na oposição
entre burguesia e proletariado’’.
“Em suma Estamentos e classes sociais não são
termos que possuem o mesmo valor simbólico,
sendo o contrário. A classe social é um produto da
sociedade burguesa moderna ‘ a diferença do
individuo pessoal com relação ao individuo de
classe, o caráter fortuito das condições de vida para o
individuo somente se manifestam com o surgimento
da classe que é produto da burguesia’’.
Ideologia Alemã
10.
Articulação entre o capitalismo moderno e a sociedade de
classes.
“Em suma, as classes sociais são categorias históricas e
transitórias e são determinadas pela transição do feudalismo ao
capitalismo moderno. O referencial básico é a produção social
historicamente determinada. Em sua fase de constituição a
oposição central é entre burguesia e nobreza (ou estamento),
simbolizando um momento de generalidade e refletindo o
interesse comum de toda a sociedade emergente. A burguesia
apresenta suas ideias como a única racional e dotada de
vigência absoluta e a classe revolucionária aparece de antemão,
já pelo simples fato de contrapor a uma classe, não como classe,
senão como representante de toda uma sociedade, frente a
única classe, a classe dominante”.
Ideologia Alemã
12.
Manifesto do Partido
Comunista
As classes sociais:
“ A história de toda sociedade até o presente tem sido a
história de luta de classe”.
•Generalização ao nível máximo de abstração.
“ Homem livre e escravo, patrícios e plebeus, barão e servo, mestre de corporação
e companheiro, numa palavra opressores e oprimidos, em oposição constante,
têm vivido numa guerra ininterrupta, ora aberta, ora dissimulada; uma guerra
que terminou sempre, seja por uma transformação revolucionária de toda a
sociedade, seja pela destruiçãoo das duas classes em luta”.
•Outro nível de abstração, particularizando grupos
sociais específicos a determinadas épocas históricas.
Confirma a premissa universal.
13.
‘O Objetivo básico destas formulações era o de
demonstrar que os grupos de opressores e oprimidos
são as forças motrizes da história, ou seja: é pela luta
de classes que se faz a história das sociedades”.
A preocupação central de Marx:
Ressaltar que a luta de classes e grupos sociais de
opressores e oprimidos são as palavras chaves destas
proposições”.
Manifesto do Partido
Comunista
14.
Formação do capitalismo moderno, da burguesia, e
do proletariado.
“ À medida que a burguesia se desenvolve, vai
desenvolvendo em seu seio, um novo proletariado,
um proletariado moderno: desenvolveu-se uma luta
entre a classe proletária e a classe burguesa”.
A Miséria da Filosofia
15.
“ Nessa luta – verdadeira guerra civil – vão se unindo e
desenvolvendo todos os elementos para a batalha futura.
Ao chegar a esse ponto, a coalisão toma caráter político.”
A transformação da população do país em
trabalhadores.
Transforma-se em classe, mas não uma classe para si.
A Miséria da Filosofia
16.
“Análises ainda em elevado nível de
abstração[...]não se referindo a nenhuma formação
social concreta” .
A Miséria da Filosofia
Ênfase de Marx nas determinações universais, como:
a) Grupos de oposição.
b) Interesse comum como uma unidade-força de uma classe.
c) Inseridas num dado momento de desenvolvimento das
forças produtivas.
17.
A Miséria da Filosofia
Progressiva particularização em direção ao concreto, mas
guardando ainda um certo grau de generalidade:
a) Separação entre a classe para si e a classe em si.
b) Desembocando aquela em uma luta política.
c) Até se converter em luta de classe.
d) Como produto domínio do capital que resulta no
surgimento de uma condição comum, etc.
18.
*Sucessão de múltiplas determinações*
Há um processo de conhecimento que fixa tanto a
unidade quanto a diversidade, como uma totalidade
que sintetiza estas múltiplas determinações.
A Miséria da Filosofia
“real sintético”
De objeto de
conhecimento
transforma-se em
conhecimento
Concreto-
aparente ou
concreto-
abstrato
19.
Marx – novas dimensões quanto a formação da
burguesia
“ Na história da burguesia devemos diferenciar duas
fases:”
1) A burguesia constitui-se como classe sob regime do
feudalismo e da monarquia absoluta. Prolongada e
necessitou de mais esforços.
2) A burguesia já constituída como classe derruba o
feudalismo e a monarquia, para transformar a velha
sociedade em uma sociedade burguesa.
A Miséria da Filosofia
20.
Concepção de Marx de que a classe é uma
determinação de uma dada formação social, num dado
momento histórico e num dado tipo de produção
social.
“A condição de emancipação da classe operária é a
abolição de todas as classes, do mesmo modo que a
condição da emancipação do terceiro estado, da ordem
burguesa, foi a abolição de todos os estados(estamento) e
de todas as ordens”.
A Miséria da Filosofia
21.
Articulações:
a) “Feudalismo e estamento como uma articulação necessária e
suficiente enquanto caracterização de uma dada estrutura social em
termos de dominação-subordinação entre os grupos fundamentais
potenciais ou efetivos de oposição”.
b) “Burguesia e proletariado, como secreções do modo de produção
feudal constituem, inicialmente, como classes potenciais de
oposição”.
c) “A burguesia, ao se constituir como classe sob o regime do
feudalismo e da monarquia absoluta, se desenvolve e se consolida
negando o feudalismo como classe para si e se determina como
classe dominante pela luta política, isto é: pela tomada do poder”.
A Miséria da Filosofia