PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Ocupações estudantis questionam política educacional
1. 1
do estudanteNúm. 46 - ANO IV 2ª quinzena - Novembro/2015
Folhetim do estudante é uma
publicação de cunho cultural e
educacional com artigos e textos de
Professores, alunos, membros de
comunidades das Escolas Públicas
do Estado de SP e pensadores
humanistas.
Acesse o BLOG do folhetim
http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br
Sugestões e textos para:
vogvirtual@gmail.com
EDITORIAL
Um Grito
no Ar...
Uma Chama
acesa...
Com o passar dos anos
conseguimos observar a
presença mais frequente e
intensa dos jovens perante aos
problemas sociais e questões da
realidade ao seu redor como, por
exemplo, a sua constante
participação em manifestações e
protestos políticos e econômicos
e que, em sua grande parte,
trouxeram resultados excelentes,
mostrando o poder dos jovens
brasileiros como, por exemplo,
os projetos contra o aumento dos
“vinte centavos” no transporte
público e a reorganização
escolar.
Em Ambos os
movimentos tiveram, na sua
maioria, participantes jovens e
adolescentes, mostrando sua
interação e preocupação com os
problemas da sociedade vem
aumentando cada vez mais, o
que é um grande avanço para o
país, pois mostra que a nova
geração está sendo formada por
pessoas de pensamento crítico, e
com uma dificuldade maior de se
deixar manipular por opiniões e
atitudes da elite.
Os jovens passaram a
formar o seu próprio
pensamento, expor suas opiniões
e criticar atitudes que não julgam
justas ou corretas, lutando por
seus direitos e dificultando o
trabalho daqueles que são
responsáveis pela política do
país e não exercem o papel de
ajudar a sociedade, e investir em
bens públicos e qualidade.
Beatriz Alves de Oliveira - 3º D
E. E. Comendador Miguel Maluhy
Folhetim
2. 2
do estudante ano IV novembro/2015
EDUCAÇÃO
Revirando Revivendo e
Aprendendo é uma coletânea de
histórias familiares dos alunos do
sétimo ano da Escola Estadual
Instituto Maria Imaculada.
As histórias relatadas,
resultados de entrevistas com
familiares, são para todos os
gostos. Há histórias de vida, de
superação, de assombração, de
brinquedos e brincadeiras antigas,
de amor, dentre outras.
Através desta leitura, é
possível conhecer um pouco mais
da cultura da nossa comunidade.
Os autores têm entre 11 e 15
anos e moram nos bairros
próximos à escola, como Ressaca,
Santa Adélia, Santa Clara e
Jardim do Convento.
Esse trabalho, resultado do
protagonismo desses jovens, foi
apresentando no dia 28/11/2015
em Evento organizado pelo
Centro de Cultura Britânica.
Objetivando desenvolver
uma reflexão sobre o conceito de
identidade e memória, os
estudantes acabaram mergulhando
em um universo importante da
aprendizagem em que aliaram o
seu conhecimento familiar à
tentativa de recuperar a história do
próprio bairro e das comunidades
que compõem a região que
corresponde ao entorno da escola
onde estudam.
Os jovens que
participaram dessa atividade
tiveram uma oportunidade
sublime de expor o seu trabalho e
explicar aos visitantes e
convidados como se deu todo esse
esforço de produzir conhecimento
e compartilhar essa produção com
outras escolas e outros estudantes,
inclusive de outros países já que é
uma coletânea redigida em edição
bilíngue, português e inglês.
Esse esforço foi
recompensado com o
reconhecimento público da
qualidade do trabalho e do
engajamento da comunidade
escolar em projetos como esse que
criam novas possibilidades e
apresentam, de maneira clara, a
verdadeira função da educação
que é promover o protagonismo
dos estudantes á partir dos
desafios que lhe são propostos
dando significação para o
conhecimento e aprofundando o
envolvimento e a articulação
empoderada dos jovens dentro da
escola.
Prof. Valter Gomes
E. E. Instituto Maria Imaculada
Revirando,
Revivendo e
Aprendendo
Rolling, Reviving and
Learning
folhetim
3. 3
do estudante ano IV novembro/2015
DEBATE
O GOVERNADOR, OS
MENINOS E AS ESCOLAS
PÚBLICAS DO ESTADO DE
SÃO PAULO.
A escola indiscutivelmente
é o lugar dos meninos e meninas,
é para eles que a escola existe.
Pode parecer estranha a ocupação
das unidades escolares pelos
estudantes, mas é coisa que ocorre
diariamente no decorrer do ano
letivo. A ocupação de parcela das
escolas públicas paulistas
continuou como sempre, porém
com uma diferença: não contam
com a presença diária dos
professores, funcionários e da
direção.
A revolta da garotada
paulista é uma novidade no
interior dos movimentos sociais
com este caráter, porque, até
então, as ocupações de unidades
de ensino ocorriam apenas nas
universidades. De modo geral, são
ocupados os locais em que
funciona a administração,
sobretudo as reitorias. Agora, os
alunos ocuparam as unidades
escolares do Ensino Fundamental
e do Ensino Médio. Claro que
imediatamente o governador
mandou as tropas da polícia
cercarem as primeiras escolas
ocupadas, mas não contava com o
revés da justiça, a favor dos
ocupantes. Na verdade, trata-se de
uma ação inesperada de repúdio à
política educacional do
governador Geraldo José
Rodrigues Alckmin Filho, do
PSDB, partido que está no poder
há vinte anos em São Paulo,
tempo suficiente para realizar
muitas melhorias na educação do
estado.
Logo que ocuparam o
governo, em 1995, realizaram a
primeira reorganização na
educação por meio de um
conjunto de medidas políticas e
administrativas que, de imediato,
colocaram em prática nas escolas
(algo parecido com esta nova
reorganização). Junto àquela
medida, houve a implantação da
“Progressão Continuada”, que os
professores da rede apelidaram de
“Promoção Automática”, porque
aprovava os alunos
independentemente de suas notas;
depois foram alterados os
currículos da rede pública do
Estado de São Paulo.
Nestes vinte anos, o
governo acentuou a precarização
das condições de trabalho dos
professores, inclusive criou as
lamentáveis figuras dos
professores F e O, acompanhada
da famosa duzentena, que ocorre
quando o educador termina o seu
contrato e só pode retornar a
lecionar após duzentos dias.
Como esta medida provocou
enormes dificuldades para o
funcionamento das escolas, a
mesma foi momentaneamente
substituída pela quarentena; neste
caso, o professor é demitido na
metade do mês de dezembro de
cada ano.
O protesto dos jovens
brasileiros tem estreita relação
com o modo como vem sendo
tratada a educação do estado de
São Paulo e do país. Lembrando
que este tipo de movimento já
ocorreu no Chile em 2006
(conhecida como a Revolução dos
Pinguins por causa de seus
uniformes), pois os meninos
chilenos também reclamavam do
descaso governamental com a
educação do seu país, nisso inclui
estudantes secundaristas da
Argentina em 2012. O grito das
meninas e meninos de São Paulo
coincide com a dita
“reorganização” das escolas
públicas pelo governador Geraldo
Alckmin.
folhetim
4. 4
do estudante ano IV novembro/2015
Essa proposta de
reorganização das escolas, sem
diálogo com as comunidades para
construção de uma relação
horizontal na tomada de decisões,
levou à revolta e ao grito dos
estudantes das escolas públicas
estaduais de São Paulo. A tal
“reorganização”, obviamente,
busca reduzir custos; na verdade,
trata-se de uma economia que não
vai reverter para a Educação, mas
para outras frentes.
O desassossego que esta
medida vai provocar a milhares de
alunos e pais e a centenas de
milhares de professores não tocou
o governante – pois somos apenas
‘números’, e pequenos, na visão
dele – apesar dos responsáveis
pela sua implantação dizerem que
a medida busca a “melhoria da
qualidade do ensino”.
A juventude ocupa o lugar
que de fato e de direito é dela!
Neste formato, os demais
membros das escolas, ficaram de
fora. Isso deixou alguns diretores
indignados, parcela dos
professores contrariada, pais
apreensivos e o governador
furioso. Este protesto dos meninos
tem relação direta com a política
educacional do governador e de
seu partido. Certamente que vinte
anos é um bom tempo para
superar dificuldades e resolver
problemas, porém a educação foi
tratada de forma superficial, tanto
é que o aniversário de duas
décadas do seu grupo no poder foi
marcado com vinte e seis mil
professores abandonando o
quadro do magistério e outros
aguardando janeiro para ir
embora. O estado mais rico da
“pátria educadora” não tem o
direito de manter no quadro do
magistério o professor da
categoria “O”, que se sente
desvalorizado, bem como os
efetivos. É uma grosseria da mais
mal-educada com o conjunto dos
professores veteranos e jovens e
com meninos e meninas, alunos
deste grande país.
A inclusão das questões
educacionais na agenda do
governador encontra enorme
dificuldade, tanto que a
reorganização não teve espaço
para discussão nas universidades,
nas instâncias dos professores
representados por seu sindicato,
diretores, funcionários e nem para
os principais interessados: os
alunos e seus pais. Esta falta de
cuidado foi colocada em xeque
quando, em 9 de novembro, os
alunos ocuparam a E. E. Diadema,
no ABCD; depois foi a vez da E.
E. Fernão Dias Paes, em
Pinheiros, na Zona-Oeste da
Capital. Esta escola tornou-se o
centro irradiador do mecanismo
de ocupação de escolas pelos
alunos, incluindo a E. E. Prof.
Emygdio de Barros, no Butantã,
ao lado da USP, além de outras
204 espalhadas pelo estado – e o
número aumenta! A reorganização
não agradou, e os meninos de todo
o Estado apresentaram o seu novo
modelo de protesto, pouco
convencional, que mostra à
sociedade e ao governador que o
lugar deles é literalmente na
escola! O governador Geraldo
Alckmin (e os membros de seu
partido) tem se mostrado arredio a
dialogar com o pessoal da
educação (um contingente de mais
de 300 mil pessoas!) há muito
tempo. Apesar da falta de hábito,
estabelecer o diálogo com toda
esta gente envolvida com
Educação seria uma forma
realmente educativa de lidar com
a população e sinal de respeito à
cidadania. Com a oportunidade de
abrir sua agenda para os
educandos, ele se esquiva e segue
com os planos do PSDB de
privatização paulatina das escolas
públicas, como estamos vendo em
Goiás e Paraná. A Educação não
pode continuar como está; ainda
assim, a Constituição deve ser
cumprida, com a existência
(resistência) da escola pública,
laica e de qualidade. Afinal,
estudar é preciso.
Prof. Dr. Zuza Vieira Camelo
É pesquisador do Rio São Francisco
e professor da E. E. Prof. Emygdio de
Barros
folhetim
5. 5
do estudante ano IV novembro/2015
RESENHA
JUVENTUDE
A abordagem que eu
escolhi sobre o tema parte dos
personagens "Laranjinha e
Acerola" do filme “Cidade dos
Homes, este filme narra a história
de dois adolescentes que entraram
pra vida das drogas e do crime
deixando-se levar pelas ilusões,
meninos de favela, sempre no
meio dessa vida bandida.
Escolhi este filme pois ele
conta um fato que acontece com
muitos jovens hoje em dia,
meninos que entram pra esta vida
por luxo, mulher ou até mesmo
por sua índole. Jovens que se
perdem tão cedo e largam a escola
ou até nem chegam a frequentá-la,
o que é muito comum hoje em
dia.
Será que foi isso que seus
pais ensinaram? Será que os pais
eram pais presentes? Será que ao
menos estes adolescentes tiveram
uma família? Hoje é comum isso.
Escolas casa vez se
esvaziando e presídios super-
lotados, com este filme pude
relacionar com a atualidade do
lugar onde moro e de outros
lugares também. Meninas
que esquecem o seu valor e se
metem com bandidos por
aventura, muitas acabam
engravidando diversas vezes e até
mesmo abortando e morrendo,
rapazes se perdendo, destruindo
suas vidas sem razão algumas,
hoje a juventude está toda
revirada, e este filme que escolhi
mostra claramente a atualidade de
hoje, os valores se perdendo,
jovens morrendo antes da hora, o
ciclo de filhos enterrarem pais
passou a ser o contrario, hoje são
filhos que se vão primeiro. Talvez
por falta de oportunidade, ou até
mesmo pelo caráter do jovem,
situações precárias de vida e
famílias abandonadas, uma vida
cuja qual não tem sempre um final
feliz, e na maioria das vezes acaba
em tragédia. Este filme conta uma
historia real e não terminada,
continua assim, cada vez mais
evoluída e temível.
Thaina Andrade B. Pereira 2ºG
E. E. Comendador Miguel Maluhy
FICHA TÉCNICA
Título Original: Cidade dos
Homens
Gênero: Drama
Duração: 110 min.
Lançamento (Brasil): 2007
Distribuição: Fox Film do Brasil
Direção: Paulo Morelli
Roteiro: Elena Soárez
Produção: Andrea Barata Ribeiro,
Bel Berlinck e Fernando Meirelles
Co-produção: 02 Filmes, Globo
Filmes e Fox Film do Brasil
ELENCO
Douglas Silva (Acerola)
Darlan Cunha (Laranjinha)
folhetim