SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 Vergílio Ferreira Sou do Alentejo como da serra onde nasci, a mesma voz de uma e de outra ressoa em mim a espaço, a angústia e a solidão.
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa. Morre em Lisboa, no dia 1 de Março de 1996. Breve apontamento biográfico Vergílio Ferreira
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 Contexto Literário Do  REALISMO   ao  NEO-REALISMO Visava a objectividade, a representação fiel da realidade; O escritor deveria “pintar” o vivo da realidade, diagnosticar as causas dos vícios da sociedade, no intuito de encontrar o remédio adequado. Temas principais : o adultério; a educação; a ambição; etc. Também defende a objectividade da arte, partindo de outros pressupostos: a literatura é uma forma de intervenção social e política: o escritor é um combatente, devendo dar uma visão social da realidade, empenhar-se na denúncia das injustiças sociais. Temas principais:  exploração do homem pelo homem; os conflitos sociais; a consciência da classe e as condições sociais do proletariado.
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 Principais vultos do Neo-Realismo português: Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes; Manuel da Fonseca; Carlos de Oliveira, Mário Dionísio e ... ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira Vergílio Ferreira Iniciou a sua actividade literária em 1943, com a publicação do romance  O Caminho fica Longe , seguido de  Onde tudo foi morrendo  (1944) e  Vagão J  (1946), obras ideologicamente ligadas ao neo-realista, por isso não escapando às garras da censura salazarista. Em 1949 – publicação do romance  Mudança  – irrompe a problemática existencial e metafísica, que nunca mais o abandonará, podendo toda a sua obra posterior ser chamada  ROMANCE DA CONDIÇÃO HUMANA .
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira Encontramos, assim, Vergílio Ferreira ligado ao  Existencialismo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira Encontramos, assim, Vergílio Ferreira ligado ao  Existencialismo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Então, só e livre, cabe ao ser humano encontrar razões para a vida, razões para a morte  e para o absurdo que esta representa.
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira Tópicos-base para a leitura de Aparição Romance – Ensaio Segundo Vergílio Ferreira há dois tipos de romance: O  romance-espectáculo , que pretende dar uma imagem do real que nos circunda. O  romance-problema  ou  romance-ensaio , cujo saldo é a reflexão. A obra filosófica ensina, aquilo a que Vergílio Ferreira chama  romance-problema,  interroga.  Assim… ... deveremos ter em conta: O  nível dos eventos narrados  e o  nível das reflexões provocadas por eles.
escola secundária gil eanes  .  literatura portuguesa II  .  professora antónia mancha  .  ano lectivo 2008/2009 ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira ...  Vergílio Ferreira Tópicos-base para a leitura de Aparição Trata-se também de um  romance-personagem , pois há uma personagem que ocupa a centralidade da obra, à volta da qual tudo e todos gravitam. Pode-se descobrir uma intriga muito sofisticada e profunda que consiste no combate que a personagem-narrador tem de travar para vencer certos condicionalismos, limitações e contradições até ao desnudamento de si próprio. Trata-se de uma obra com algumas afinidades com o “novo romance”, que tenta subverter os cânones do romance tradicional: desvaloriza-se a intriga dotada de lógica interna, desagrega-se a personagem, que se torna problemática e evidencia crise de confiança na pessoa humana, dissolve-se a sequência temporal da cronologia e esvazia-se o espaço do sentido meramente referencial. Há um  eu -narrador distante dos acontecimentos que narra e um  narrador-personagem  autodiegético, ou seja, personagem principal.  O eu-narrador distante move-se num tempo posterior aos acontecimentos narrados e num espaço bem determinado: um casarão herdado, na aldeia.  O narrador-personagem movimenta-se no tempo da diegese: acontecimentos passados cerca de vinte anos antes, de Setembro a Junho, numa época em que leccionou no Liceu de Évora, acontecimentos que ocupam 25 capítulos da obra.  Terá sido aquela sala vazia e silenciosa, evocadora dos acontecimentos da sua infância e juventude, que desencadeou o processo da narração, favorecido pela noite de luar quente de Verão. Curiosamente, o processo de escrita irá prolongar-se por cerca de nove meses, traçando um percurso paralelo às peripécias da diegese.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Obstáculos Epistemológicos
Obstáculos EpistemológicosObstáculos Epistemológicos
Obstáculos EpistemológicosAntónio Silvano
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de CamposAna Isabel
 
Eugenio De Andrade
Eugenio De AndradeEugenio De Andrade
Eugenio De Andradekally
 
Correcção ficha de avaliação formativa
Correcção ficha de avaliação formativaCorrecção ficha de avaliação formativa
Correcção ficha de avaliação formativaDiogo Tavares
 
Miguel torga: Vida e Obra
Miguel torga: Vida e ObraMiguel torga: Vida e Obra
Miguel torga: Vida e ObraDina Baptista
 
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Maria Freitas
 
Biografia de Fernando Pessoa
Biografia de Fernando PessoaBiografia de Fernando Pessoa
Biografia de Fernando PessoaMaria
 
"Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade""Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade"MiguelavRodrigues
 
Poesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida GarretPoesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida Garretbecresforte
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análiseAnabela Fernandes
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradeAnaGomes40
 
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto CaeiroAna Beatriz
 
Projecto de Leitura - O Triunfo dos Porcos
Projecto de Leitura - O Triunfo dos PorcosProjecto de Leitura - O Triunfo dos Porcos
Projecto de Leitura - O Triunfo dos PorcosDina Baptista
 
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdfFicha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdfelisimcar
 

Mais procurados (20)

"A Lua de Joana"
"A Lua de Joana""A Lua de Joana"
"A Lua de Joana"
 
Obstáculos Epistemológicos
Obstáculos EpistemológicosObstáculos Epistemológicos
Obstáculos Epistemológicos
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de Campos
 
Eugenio De Andrade
Eugenio De AndradeEugenio De Andrade
Eugenio De Andrade
 
Correcção ficha de avaliação formativa
Correcção ficha de avaliação formativaCorrecção ficha de avaliação formativa
Correcção ficha de avaliação formativa
 
Miguel torga: Vida e Obra
Miguel torga: Vida e ObraMiguel torga: Vida e Obra
Miguel torga: Vida e Obra
 
contos.ppt
contos.pptcontos.ppt
contos.ppt
 
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
 
Biografia de Fernando Pessoa
Biografia de Fernando PessoaBiografia de Fernando Pessoa
Biografia de Fernando Pessoa
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
"Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade""Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade"
 
Miguel Torga
Miguel TorgaMiguel Torga
Miguel Torga
 
O cortiço 3ª b - 2013
O cortiço   3ª b - 2013O cortiço   3ª b - 2013
O cortiço 3ª b - 2013
 
Poesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida GarretPoesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida Garret
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andrade
 
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro
“Eu nunca guardei rebanhos”-Alberto Caeiro
 
Projecto de Leitura - O Triunfo dos Porcos
Projecto de Leitura - O Triunfo dos PorcosProjecto de Leitura - O Triunfo dos Porcos
Projecto de Leitura - O Triunfo dos Porcos
 
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdfFicha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 

Destaque (9)

Uma Galinha na Rede - Projeto de leitura do conto "Uma Galinha", da Clarisse ...
Uma Galinha na Rede - Projeto de leitura do conto "Uma Galinha", da Clarisse ...Uma Galinha na Rede - Projeto de leitura do conto "Uma Galinha", da Clarisse ...
Uma Galinha na Rede - Projeto de leitura do conto "Uma Galinha", da Clarisse ...
 
Resumo galinha Virgilio Ferreia
Resumo galinha Virgilio FerreiaResumo galinha Virgilio Ferreia
Resumo galinha Virgilio Ferreia
 
Conto a galinha
Conto a galinhaConto a galinha
Conto a galinha
 
Textos Jornalisticos - Versão2
Textos Jornalisticos - Versão2Textos Jornalisticos - Versão2
Textos Jornalisticos - Versão2
 
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeAuto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
 
Lp 9º ano
Lp 9º anoLp 9º ano
Lp 9º ano
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Sapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do InfernoSapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do Inferno
 
Tempos compostos
Tempos compostosTempos compostos
Tempos compostos
 

Semelhante a VergíLio Ferreira

Apresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasApresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasUniversidade das Quebradas
 
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e Obra
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e ObraSociologia - Jean Paul Sartre - Vida e Obra
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e ObraCarson Souza
 
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoLiteratura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoCarolina Matuck
 
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdftodorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdfBonfim Queiroz Lima
 
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do Ser
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do SerO Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do Ser
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do SerDR Educação Cristã
 
trabalho de filosofia
trabalho de filosofiatrabalho de filosofia
trabalho de filosofiajoseapascoal
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª faseJonatas Carlos
 
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbach
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbachArtigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbach
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbachCarlos Magalhães
 
Literatura Brasileira
Literatura BrasileiraLiteratura Brasileira
Literatura BrasileiraProfessor
 
Apostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreApostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreMaria Teresa Fortes
 
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 Poesia Heterônima de Alberto Caiero Poesia Heterônima de Alberto Caiero
Poesia Heterônima de Alberto CaieroLindolfo Teixeira
 
Literatura fantástica
Literatura fantásticaLiteratura fantástica
Literatura fantásticaletrascom
 
A vida como problema filosófico
A vida como problema filosóficoA vida como problema filosófico
A vida como problema filosóficoBrincandocomAlicia
 

Semelhante a VergíLio Ferreira (20)

Apresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasApresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradas
 
Aparição português
Aparição portuguêsAparição português
Aparição português
 
Apariçao
ApariçaoApariçao
Apariçao
 
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e Obra
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e ObraSociologia - Jean Paul Sartre - Vida e Obra
Sociologia - Jean Paul Sartre - Vida e Obra
 
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoLiteratura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
 
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdftodorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
 
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do Ser
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do SerO Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do Ser
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do Ser
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
O Guarani
O GuaraniO Guarani
O Guarani
 
Pdf 17
Pdf 17Pdf 17
Pdf 17
 
trabalho de filosofia
trabalho de filosofiatrabalho de filosofia
trabalho de filosofia
 
A Psico Existent.pptx
A Psico Existent.pptxA Psico Existent.pptx
A Psico Existent.pptx
 
Imagina8
Imagina8Imagina8
Imagina8
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
 
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbach
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbachArtigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbach
Artigos livres 23.3_memorias_de_emilia_mail_marques_azevedo_samara_roggenbach
 
Literatura Brasileira
Literatura BrasileiraLiteratura Brasileira
Literatura Brasileira
 
Apostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreApostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libre
 
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 Poesia Heterônima de Alberto Caiero Poesia Heterônima de Alberto Caiero
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 
Literatura fantástica
Literatura fantásticaLiteratura fantástica
Literatura fantástica
 
A vida como problema filosófico
A vida como problema filosóficoA vida como problema filosófico
A vida como problema filosófico
 

Mais de Antónia Mancha

Mais de Antónia Mancha (17)

Formação de palavras
Formação de palavras Formação de palavras
Formação de palavras
 
Classificação do sujeito
Classificação do sujeitoClassificação do sujeito
Classificação do sujeito
 
Contextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrotaContextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrota
 
Pedro e inês
Pedro e inêsPedro e inês
Pedro e inês
 
Contextualização Lusíadas
Contextualização LusíadasContextualização Lusíadas
Contextualização Lusíadas
 
Estatística gil 2
Estatística gil 2Estatística gil 2
Estatística gil 2
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Estatística 10 11 - gil - 1º período
Estatística 10 11 - gil - 1º períodoEstatística 10 11 - gil - 1º período
Estatística 10 11 - gil - 1º período
 
Descobre os filósofos
Descobre os filósofosDescobre os filósofos
Descobre os filósofos
 
Cesário Verde
Cesário VerdeCesário Verde
Cesário Verde
 
Brecht Em O Render Dos HeróIs
Brecht Em O Render Dos HeróIsBrecht Em O Render Dos HeróIs
Brecht Em O Render Dos HeróIs
 
Sophia
SophiaSophia
Sophia
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
O Modernismo
O ModernismoO Modernismo
O Modernismo
 
Camilo Pessanha
Camilo PessanhaCamilo Pessanha
Camilo Pessanha
 
Escolas Finisseculares
Escolas FinissecularesEscolas Finisseculares
Escolas Finisseculares
 
Categorias Da Narrativa
Categorias Da NarrativaCategorias Da Narrativa
Categorias Da Narrativa
 

Último

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 

Último (20)

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 

VergíLio Ferreira

  • 1. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Vergílio Ferreira Sou do Alentejo como da serra onde nasci, a mesma voz de uma e de outra ressoa em mim a espaço, a angústia e a solidão.
  • 2. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa. Morre em Lisboa, no dia 1 de Março de 1996. Breve apontamento biográfico Vergílio Ferreira
  • 3. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Contexto Literário Do REALISMO ao NEO-REALISMO Visava a objectividade, a representação fiel da realidade; O escritor deveria “pintar” o vivo da realidade, diagnosticar as causas dos vícios da sociedade, no intuito de encontrar o remédio adequado. Temas principais : o adultério; a educação; a ambição; etc. Também defende a objectividade da arte, partindo de outros pressupostos: a literatura é uma forma de intervenção social e política: o escritor é um combatente, devendo dar uma visão social da realidade, empenhar-se na denúncia das injustiças sociais. Temas principais: exploração do homem pelo homem; os conflitos sociais; a consciência da classe e as condições sociais do proletariado.
  • 4. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Principais vultos do Neo-Realismo português: Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes; Manuel da Fonseca; Carlos de Oliveira, Mário Dionísio e ... ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira Vergílio Ferreira Iniciou a sua actividade literária em 1943, com a publicação do romance O Caminho fica Longe , seguido de Onde tudo foi morrendo (1944) e Vagão J (1946), obras ideologicamente ligadas ao neo-realista, por isso não escapando às garras da censura salazarista. Em 1949 – publicação do romance Mudança – irrompe a problemática existencial e metafísica, que nunca mais o abandonará, podendo toda a sua obra posterior ser chamada ROMANCE DA CONDIÇÃO HUMANA .
  • 5.
  • 6.
  • 7. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira Tópicos-base para a leitura de Aparição Romance – Ensaio Segundo Vergílio Ferreira há dois tipos de romance: O romance-espectáculo , que pretende dar uma imagem do real que nos circunda. O romance-problema ou romance-ensaio , cujo saldo é a reflexão. A obra filosófica ensina, aquilo a que Vergílio Ferreira chama romance-problema, interroga. Assim… ... deveremos ter em conta: O nível dos eventos narrados e o nível das reflexões provocadas por eles.
  • 8. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira ... Vergílio Ferreira Tópicos-base para a leitura de Aparição Trata-se também de um romance-personagem , pois há uma personagem que ocupa a centralidade da obra, à volta da qual tudo e todos gravitam. Pode-se descobrir uma intriga muito sofisticada e profunda que consiste no combate que a personagem-narrador tem de travar para vencer certos condicionalismos, limitações e contradições até ao desnudamento de si próprio. Trata-se de uma obra com algumas afinidades com o “novo romance”, que tenta subverter os cânones do romance tradicional: desvaloriza-se a intriga dotada de lógica interna, desagrega-se a personagem, que se torna problemática e evidencia crise de confiança na pessoa humana, dissolve-se a sequência temporal da cronologia e esvazia-se o espaço do sentido meramente referencial. Há um eu -narrador distante dos acontecimentos que narra e um narrador-personagem autodiegético, ou seja, personagem principal. O eu-narrador distante move-se num tempo posterior aos acontecimentos narrados e num espaço bem determinado: um casarão herdado, na aldeia. O narrador-personagem movimenta-se no tempo da diegese: acontecimentos passados cerca de vinte anos antes, de Setembro a Junho, numa época em que leccionou no Liceu de Évora, acontecimentos que ocupam 25 capítulos da obra. Terá sido aquela sala vazia e silenciosa, evocadora dos acontecimentos da sua infância e juventude, que desencadeou o processo da narração, favorecido pela noite de luar quente de Verão. Curiosamente, o processo de escrita irá prolongar-se por cerca de nove meses, traçando um percurso paralelo às peripécias da diegese.