1. « A terra o sol o vento o mar São a minha biografia e são o meu rosto » escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009
2. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Biografia Temática poética - O jogo dos quatro elementos; - A denúncia de uma realidade adversa ; - A unidade do mundo grego; Esquema-Síntese
3. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Biografia Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto em 1919. Tinha origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu avô, Jan Henrik Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região. Criada na velha aristocracia portuense, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre a sua Cantata da Paz "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!" Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco filhos. Sophia de Mello Breyner faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004 no Hospital da Cruz Vermelha.
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5. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 A temática poética A Natureza e 0 jogo dos quatro elementos: Apesar da referência aos quatro elementos, é a água que assume papel preponderante, na referência permanente ao mar, que habita quase todos os seus versos. O mar é o símbolo da purificação, as suas águas em movimento mostram a dinâmica da própria vida. Quando eu morrer voltarei para buscar Os instantes que não vivi junto do mar
6. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 A temática poética A denúncia de uma realidade adversa Sophia, ao procurar a justiça, a liberdade e a verdade, tenta a união com o espaço primordial que é a natureza. Revela preocupações sociais, tornando-se num canto de luta, de denúncia daquilo a que chama o “Tempo Dividido”: o da solidão, da incerteza, do medo, da traição, da injustiça, da mentira, da corrupção, da escravidão… o tempo marcado pelo ódio e pela ameaça, pela impureza. Opõe a este, o “Tempo Absoluto”, uno, harmonioso, de realização suprema, de justiça. De Bem. Toda a obra de Sophia denota uma ideologia humanista e uma consciência política, traduzidas na sensibilidade perante os que mais sofrem. Este empenhamento social e político faz com que o poeta denuncie as injustiças, mesmo que de forma irónica (“As pessoas sensíveis”). O poeta e a poesia assumem um papel importantíssimo nesta procura, porque são eles que devem contribuir para o reencontro com a unidade e a harmonia entre as coisas, os homens e a natureza.
7. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 A temática poética A unidade do mundo grego Na poesia de Sophia é evidenciada a Grécia porque a sua civilização sempre a fascinou. Aí, Sophia viu a ordem e a luz, e os mitos que reaviva comprovam o seu apego a uma cultura que sempre considerou mais perfeita, e na qual o Homem se devia inspirar, de modo a poder organizar o caos em que vive. Defende que a reconversão da civilização caótica se fará recorrendo à “luz de Creta”, e através da assimilação do mundo grego, para ela mais perfeito. O cântico ao mundo antigo, nomeadamente através da evocação dos deuses, surge com o intuito de exaltar os bens terrenos e a necessidade de o Homem procurar a perfeição. Neste sentido, parece ser possível afirmar que a poesia de Sophia põe termo à consciência poética infeliz, porque quer deixar uma imagem de esperança no futuro, muito embora tenha consciência de que o Homem continua a caminhar pelas trevas.
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9. Em Síntese: A PALAVRA ANUNCIA DENUNCIA ONDE HÁ O encontro da realidade A harmonia e o equilíbrio A REALIDADE escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 O mundo real Transformadora do O esplendor O sofrimento perfeição unidade Tempo Absoluto O MUNDO ANTIGO (Grécia) O Ideal estético e cultural
10. escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009 Tempo Absoluto perfeição unidade O MUNDO ANTIGO (Grécia) Símbolos: - OS TEMPLOS CLÁSSICOS – equilíbrio e perfeição. - A LUZ – fim das trevas e do caos, harmonia, encontro do mundo. - A ÁGUA – pureza; símbolo da vida e da sua dinâmica. - A NUDEZ DO CORPO – beleza artística, exacta, verdadeira. Que contribuem para a palavra do poema
11. Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Relatórios da fome O caminho da injustiça A linguagem do terror A bomba de Hiroshima Vergonha de nós todos Reduziu a cinzas A carne das crianças D’África e Vietname Sobe a lamentação Dos povos destruídos Dos povos destroçados Nada pode apagar O concerto dos gritos O nosso tempo é Pecado organizado Sophia de Mello Breyner escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009