PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Relatorio de geoprocessamento, análise ambiental
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA
COLÉGIO UNIVERSITÁRIO - COLUN
CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
ANÁLISE AMBIÊNTAL: Praia do Vieira e praia do Caúra.
SÃO LUIS – 2011
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA
COLÉGIO UNIVERSITÁRIO - COLUN
CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
MIRIAN FERREIRA DA SILVA
RIULLA PINHEIRO COSTA
THAIZA SILVA FRASÃO COSTA
ANÁLISE AMBIENTAL: Praia do Vieira e Caúra.
SÃO LUIS – 2011
Trabalho apresentado ao curso Técnico em Meio
Ambiente do Colégio Universitário – Colun como
requisito para obtenção de nota na disciplina de
Topografia e Geoprocessamento.
Profº Orientador: Ulisses Denache.
3. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 MATERIAIS E MÉTODOS 5
3 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO 6
4 RESULTADOS E DISCUSÕES 9
5 CONCLUSÃO 21
6 REFERÊNCIAS 22
4. 1 INTRODUÇÃO
É perceptível que pontos turísticos mais requisitados estão sujeitos a
degradações ambientais, devido à aceleração da densidade demográfica e
urbanização que se não devidamente planejadas trazem consigo fatores que de
incidem negativamente no meio ambiente. As áreas litorâneas são lugares onde as
pessoas freqüentam para suprir sua necessidade de lazer, entendido como algo
essencial para a qualidade de vida.
Assim, essas áreas são também de relevante importância para a comunidade
local no tange a sua sobrevivência uma vez que tiram dela seu sustento por meio de
atividades pesqueiras, além de constituir-se em elemento cultural da comunidade,
haja vista ser fonte inspiração à arte, à literatura e a culinária local.
Porém, muitas dessas áreas não estão preparadas para lidar com a
movimentação turística, ocasionando a liberação de esgotos nas marés, a
superprodução de lixo em sua maioria materiais plásticos que acabam depositados
nas áreas de manguezais, e a incidência de erosões nas margens litorâneas devido
à ação antrópica desordenada. Daí concluir-se que o próprio homem devasta aquilo
que lhe é essencial, pois ainda não fez a relação direta de seus atos com as
conseqüências ambientais que ocorrem no seu entorno social.
Pôde-se perceber também que ao mesmo tempo em que existem áreas
litorâneas movimentadas onde o urbanismo se apropria e trás consigo degradação e
poluição, há ainda uma pequena porcentagem de praias pouco freqüentadas e
pouco populosas que de um ponto de vista comparativo pode ser observável que há
bem menos ação humana destrutiva ao meio ambiente, poucos resíduos nas marés,
nos mangues, e nas falésias, onde o pequeno acumulo de lixo se dá pela ação dos
ventos e das marés que trazem consigo resíduos de praias próximas. Mas essas
praias aos poucos estão sendo descobertas pelo homem ocasionando o turismo
predatório.
No desencadeamento deste trabalho serão abordados e comparados esses
aspectos na praia do Vieira, um dos cartões postais da cidade e ponto turístico muito
freqüentado, e na praia do Caúra, situada não muito distante da primeira, sendo,
entretanto, pouco freqüentada, com uma população relativamente pequena que vive
em situação de vulnerabilidade social, onde a maior atividade é a pesca.
4
5. 2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi elaborado entre o mês de novembro e dezembro de 2011, e
foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e também de campo. A pesquisa
bibliográfica foi feita através da leitura e análises de textos referentes ao tema
abordado como o texto Lixo no ambiente marinho de ARAÚJO 2009, e FERREIA
2009, e artigos como A interface percepção ambiental e geomorfologia no estudo da
praia de Caúra em São José de Ribamar – MA de SOUZA 2007, CAMPOS NETO
2007, FEITOSA 2007, entre outros.
A pesquisa de campo foi feita através de visitas a praia do Vieira e a praia do
Caúra. A primeira visita ao local foi de observação das praias para identificação da
problemática. Na segunda foram utilizados todos os materiais necessários para fazer
a coleta de dados climáticos que nos ajudaram a compreender melhor o local
estudado.
Na elaboração deste trabalho foram usados procedimentos metodológicos para
maior conhecimento das áreas estudadas, considerando-se aspectos relativos ao
homem e ao ambiente.
Pesquisa : Levantamento bibliográfico, de textos e artigos já citados.
Observação: Visita ao local, observando toda sua área e delimitando aquilo
que seria de fato o objeto do trabalhado.
Registro fotográfico: foram registradas em fotos todas as imagens que
consideramos úteis para ajudar-nos na análise do local e para a contextualização
visual dos pontos a serem abordados no presente trabalho.
5
6. 3 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO
Localização
O Município de São José de Ribamar limita-se ao norte com oceano
atlântico e com o município de Paço do Lumiar, ao oeste sul com o município
de São Luis, e a leste com a baía de São José. Esta interligada com as
cidades visinhas de Raposa e Paço do Lumiar pela MA 204, e com a capital
São Luis com MA 201. Somados formam a microregião da aglomeração
urbana de São Luis.
O acesso ao Município pode ser feito por quatro rodovias: MA 201, MA 202,
MA 203, MA 204. A articulação entre essas rodovias da acesso a br 135 através
da avenida Guajajaras constituido assim um único acesso rodoviário para a saída
do Município em direção ao continente. Sua delimitação é feita com base nas
seguintes coordenadas geográficas 02º 27‟35‟‟ e 02º42‟11‟‟ latitude Sul e
44º01‟18” e 44º13‟00” Longitude Oeste.
6
7. A pesquisa abrange as aréas litorâneas da praia do Vieira e a praia do Caúra
que ficam localizadas na Baía de São José, na aréa litorânea do Golfão
Maranhense, no município de São José de Ribamar – Maranhão.
Segundo Feitosa (2006) esta área por esta inserida no Golfão Marenhense
apresenta intensa atividade eólica marinha e fluviomarinha, geradoras ondas e
correntes que modelam falésias, manguezais e ilhas. Apresenta o tipo de clima
úmido (B1) caracterizada por precipitação média anual entre 1.500 e 2.000 mm,
umidade relativa do ar superior a 70%, com moderada deficiencia hidrica no inverno.
O Caúra é a ultima praia antes de se chegar a praia do Vieira pelo Golfão
Maranhense, apresenta uma estreita faixa de areia a marge do mangue, Pode-se
facilmente visualizar alguns moradores naturais como carangueijo dos mais diversos
tamanhos.
Aspectos Humanos
São José de Ribamar é uma cidade histórico-religiosa, onde se acredita que
uma lenda deu origem a cidade. Conta à lenda que um navio que vinha de Lisboa
para São Luís desviou-se de sua rota e em plena Baía de São José, esteve
ameaçado de naufrágio por uma grande tempestade. O capitão invocou a proteção
de São José, prometendo erguer-lhe uma capela no povoado que avistava ao longe.
7
FONTE: A interface percepção ambiental e geomorfologia no estudo da praia de Caúra
em São José de Ribamar-MA de SOUZA, CAMPOS NETO, e FEITOSA 2007.
8. Tal foi à força das súplicas, que imediatamente o mar se acalmou e todos chegaram
a terra a salvos. Para cumprir a promessa, o capitão trouxe de Lisboa uma imagem
de São José e colocou na modesta igrejinha erguida, de frente para o mar. Mas os
devotos que moravam na antiga Anindiba dos indígenas, atualmente Paço do
Lumiar, entenderam que a imagem deveria ser levada para a igrejinha daquele
povoado e sem que ninguém percebesse, eles transportaram a imagem de lá. No dia
seguinte, todos viram que a imagem não se encontrava mais em Anindiba, pois,
misteriosamente, ela voltou à capela de origem. E os moradores tornaram repetir a
transferência e colocaram pessoas a vigiar o santo, para que ele não voltasse a
Ribamar. São José, entretanto, transformando seu cajado em luzeiro, desceu da
Igreja de Anindiba e, protegido por anjos e santos, voltou a Ribamar. E o caminho
por onde ele ia passando encheu-se de suaves rastros de luz. Só assim os
moradores de Anindiba compreenderam que o santo queria permanecer em sua
capela, de frente para o mar. Tempos depois, quando da construção de uma nova
igreja, resolveram fazê-la de frente para a entrada da cidade - mas as paredes da
igreja várias vezes ruíram, até que os fiéis compreenderam que a igreja deveria
permanecer de frente para o mar, e assim permanece até hoje.
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9. 4 RESULTADOS E DISCURSÕES
Através de análises da praia do Vieira e praia do Caúra observa-se algo muito
instigante e ao mesmo tempo contraditório: o fato de duas praias localizadas no
mesmo município e serem tão próximas possuírem aspectos ambientais e humanos
tão distintos.
São José de Ribamar é uma cidade turística freqüentada por turistas do mundo
inteiro, considerada a cidade do Santo Padroeiro do Maranhão de mesmo nome que
encanta os turistas principalmente pela sua religiosidade. Um dos seus principais
cartões postais é a praia do Vieira que fica próxima à Igreja e aos outros
monumentos, também importantes, como a estátua de São José, a concha acústica,
a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, o museu dos ex-votos, casa dos milagres, e
diversas estátuas religiosas em frente a igreja. Cuja área é denominada “Cidade
Santuário”.
A festa da cidade é realizada no mês de setembro (figura 1), com diversas
romarias como a dos motoqueiros (figura 3), carroceiros, ciclistas, caminhada,
novenas, missas, shows artísticos de músicas religiosas, bazares, barracas de
comidas típicas como o caranguejo, sururu, camarão, peixe-pedra e coco d‟água,
exposição e venda de artesanatos que atrai devotos de várias partes do Maranhão,
do Brasil e do mundo durante dez dias de festejo.
Mas, São José de Ribamar tem uma característica peculiar onde o profano e o
religioso se misturam, se confundem e se complementam histórica e culturalmente.
Prova disso é o conhecido Lava-pratos, um dos primeiros carnavais fora de época
do Brasil que ocorre durante o período da Quaresma. Além desse, há ainda o Lava-
Santo e o Lava-Boi (foto 2). Considerada uma cidade festeira, organiza outros
diversos festivais, entre eles, o do Peixe-Pedra, inclua-se nessa festança o advento
da Parada Gay que vem se realizando todos os anos. Como se não bastasse a
cidade cultiva ainda muitas lendas e histórias de pescadores como elementos
constituintes de sua história e de sua cultura.
1. FESTA DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR.
9
10. 2. FESTA DO LAVA-BOI.
4. SHOW DE LAVA PRATOS NA ORLA MARÍTIMA DA
PRAIA DO VIEIRA.
3.ROMARIA DOS MOTOQUEIROS.
10
11. Por ficar próxima aos lugares onde acontece toda essa movimentação a praia
do Vieira (fotos 6 e 5) é muito frequentada, onde muitas vezes após as
comemorações religiosas acontecem shows e diversos eventos (foto 4). É também
bastante frequentada fora desses períodos, com quantidade menor de pessoas mas
ainda em quantidade significativa. Toda a história, lendas, mistérios, festas, e
culinária origial fazem com que a cidade seja bastante visitada o ano todo.
A praia do caúra (foto 7) localiza próximo a praia do Vieira, onde muitas vezes
as duas são confundidas em uma mesma praia, a travessia da praia do Vieira para o
Caúra em maré cheia é feita de canoa (foto 8), é uma travessia pequena que não
chega ao tempo estimado 5 minutos. A praia ainda é pouco frequentada por turistas,
6. PRAIA DO VIEIRA
5. PRAIA DO VIEIRA
11
12. possui uma população pequena de moradores, lá vive uma comunidade carente que
vive em situação de vunerabilidade social, onde a principal atividade é a pesca.
Possui também diversas belezas naturais ainda pouco exploradas.
8. TRAVESSIA DE CANOA DO VIEIRA PARA A PRAIA DO CAÚRA.
Em cidades litoraneas, as praias com certeza são os pontos mais requisitatos
para o lazer, o que ocasiona o aumento da população sobre as costas, com bares,
7. PRAIA DO CAÚRA.
12
13. restaumantes, hotéis e pousadas, e até mesmo construções de casas de férias para
o lazer particular. A cidade de São José de Ribamar ainda não esta totalmente
preparada para o aumento da densidade demográfica quem vem ocorrendo.
Na praia central da cidade podemos identificar a falta de saneamento básico,
encontrando-se facilmente esgotos a céu aberto vindos dos bares, restaurantes,
hoteis, pousadas e de algumas casas que incidem diretamente na maré e na praia
(foto 9). Esgotos que possuem grande quantidade de matéria orgânica e
microorganismos que podem contribuir para o aparecimento de ovos de parasitas,
fungos, bactérias, e vírus que ocasionam doenças humanas como tifo, tuberculose,
hepatite e cólera, assim como poluentes que em excesso geram a mortalidade de
animais marinhos.
13
9. ESGOTOS DE BARES E RESTAURANTES DA PRAIA DO VIEIRA ESCOANDO PARA
A MARÉ
14. A praia do Caúra ainda é pouco explorada turisticamente, tem fluxo bem menor
de pessoas com relação a praia central, possui apenas um bar, uma pousada (foto
10), algumas poucas casas de aluguel que dificilmente são ocupadas, seus esgotos
também escoam para a maré. É interessante ressaltar que a população residente do
Caúra não são os principais poluidores, mas sim esses pontos de consumo que já
começam a atrair outras populações vizinhas e alguns poucos turistas que ainda não
contribuem para uma poluição visual e significativa. Porém é essencial saber que
processos iniciais de degradação ambiental podem ter uma evolução que será
prejudicial ao meio em que se encontram.
Apesar de ser raro o turismo predatório na praia do Caúra ele existe, como
exemplo a movimentação de quadriciclos que é uma prática já proibida nas praias e
também a movimentação de carros (foto 11) em uma praia que não existe pista,
muitas vezes passando por cima dos manguezais que não se restringem apenas a
lama da praia, mas que chegam bem próximo a areia seca. O fato da praia do Caúra
não possuir fiscalização ambiental se torna área vulnerável e fácil para a prática de
atos ilegais como esses.
10. POUSADA NA PRAIA DO CAÚRA.
11. MOVIMENTAÇÃO DE CARROS NA PRAIA DO CAÚRA.
15. Essa tentativa de fazer lazer sem planejamento é uma prática cobiçada há
muito tempo na praia do Caúra devido suas belezas naturais que despertam a
cobiça humana de usufruir do meio ambiente para o seu deleite sem se quer analisar
as consequências.
Segundo informações retiradas do blog de Wilson Ferreira Araújo Jornalista,
mestre em Educação, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA),
corria o final da década de 1990 quando o empresário e advogado José Lócio dos
Santos resolveu empreender no município de São José de Ribamar, na praia do
Caúra, onde pretendia construir um complexo turístico. Muito festejado à época do
lançamento, o Caúra Beach Marina Park pretendia ser um amplo espaço de lazer,
com piscinas, hotel, trilhas para caminhadas, criação de animais, restaurante etc.
E sabe qual foi à primeira providência de José Lócio para dar visibilidade ao
empreendimento? Mandou cortar todo o manguezal da beira da praia do Caúra (foto
12). Na visão empresarial lociana, o mangue atrapalhava o negócio. Derrubou não
só o mangue como grande parte da vegetação costeira (fotos 13 e 14).
Para completar, ergueu uma muralha na beira da praia, a fim de proteger o
terreno. Feito isso, Lócio pôs à venda os títulos do Caúra Beach Marina Park (foto
15).
Não vendeu nada e também nada mais construiu. Nem chalés, nem piscinas e
trilhas. Lócio faleceu em janeiro de 2007. A maré derrubou o muro, destruiu as
guaritas e, mais importante, o mangue voltou a crescer (fotos 16 e 17).
Ninguém é contra empreendimentos turísticos no Maranhão. O problema é
como são feitos, geralmente atropelando os estatutos da preservação ambiental e
das cidades sustentáveis.
A
12. MANGUE DEVASTADO NA PRAIA DO
CAÚRA.
13. PARTE DA VEGETAÇÃO COSTEIRA
DEVASTADA NA PRAIA DO CAÚRA.
14
16. O mangue é um bioma importante da fauna brasileira caracterizado por muitos
autores como berçário de vida, pois ele serve como local para a reprodução de
diversas espécies como caranguejos, moluscos, ostras, e peixes. Constitui-se fonte
de renda e de subsistência das comunidades ribeirinhas ou costeiras por meio das
atividades de pesca, pois este concentra uma diversidade de animais marinhos.
Na praia do Vieira por ter um índice populacional alto, e uma movimentação
comercial grande, aliada ao centro da cidade, pode-se observar que nos
manguezais o principal resíduo sólido encontrado é o plástico em forma de sacolas
plásticas (foto 18), uma das mais destrutivas invenções do sistema capitalista para o
meio ambiente.
14. PARTE DA VEGETAÇÃO COSTEIRA
DEVASTADA NA PRAIA DO CAÚRA.
15. RESTOS DA CONSTRUÇÃO DO CAÚRA
BEACH MARINA PARK.
16. MANGUE CRESCENDO SOBRE OS
RESTOS DA CONSTRUÇÃO DO CAÚRA
BEACH MARINA PARK
17. MANGUE CRESCENDO SOBRE OS
RESTOS DA CONSTRUÇÃO DO CAÚRA BEACH
MARINA PARK.
15
17. Em contrapartida a praia do Caúra ainda permanece intacta com relação à
poluição dos manguezais (foto 19 e 20), raramente observa-se sacos plásticos ou
outro tipo de resíduo. Os poucos resíduos encontrados nessa praia vem de outras
praias mais freqüentas principalmente da praia do Vieira pela ação das marés.
18. MANGUEZAIS DA PRAIA DO VIEIRA
16
18. A presença de resíduos plásticos nos manguezais é uma ameaça aos animais
marinhos que utilizam desse ecossistema para se reproduzir e que muitas vezes
confundem o plástico com alimento, morrendo por asfixia ou por obstrução do
aparelho digestivo.
Dando continuidade a análise dos resíduos sólidos agora de uma forma geral,
analisemos a pesquisa feita em 2009 sobre a qualificação e a quantificação dos
resíduos sólidos existentes na praia do Caúra realizada por Santiago, P. M. M e
Rocha Júnior, C. L da Universidade Federal do Maranhão e Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.
19. MANGUEZAIS DA PRAIA DO CAÚRA.
20. MANGUEZAIS DA PRAIA DO CAÚRA.
17
19. Duas amostragens realizadas em quatro pontos definidos na praia do Caúra
apresentaram um total de 44.410g de lixo. Nas amostras da coleta de novembro
obteve-se 18.440g distribuídos decrescentemente em plástico (64%), borracha
(27,1%), metal (6,7%), isopor (1,5%) e (0,7%), vidro. E as da coleta de dezembro
com 25.970g distribuídos em ordem decrescente em plástico (62,4%), borracha
(31,6%), vidro (3,3%), isopor (1,5%) e metal(1,2%).
O plástico é um dos resíduos sólidos mais encontrados nas regiões costeiras.
Como comprova a pesquisa acima a praia do Caúra não se absteve dessa
característica, onde em 2009 a maioria dos materiais plásticos encontrados e
coletados para a referida pesquisa foram às garrafas pet. Porém com a crescente
valorização do plástico para a reciclagem tanto industrial como artesanal, houve o
aumento de catadores nas praias, que consequentemente diminuiu a concentração
desse tipo de detrito tanto na praia do Caúra como na praia do Vieira. Contudo, o
plástico não deixa de ser um dos resíduos mais encontrado nessas praias, como já
citado agora encontra-se em sua maioria na forma de sacolas plásticas, material
plástico não utilizado para a reciclagem.
As praias apresentadas neste trabalho têm intensa atividade eólica, marinha e
fluviomarinha, geradoras de ondas e correntes que modelam falésias. As falésias
encontradas na praia do Vieira (foto 21) possuem erosão causada por construções
inapropriadas ao espaço, e acumulo de lixo trazido pela maré. As falésias
encontradas na praia do Caúra (foto 22) possuem erosão natural da ação marinha,
ação de ventos e chuvas, sem o acumulo de lixo.
Porcentagem de resíduos sólidos na praia do
Caúra em novembro de 2009
Porcentagem de resíduos sólidos na praia do
Caúra em Dezembro de 2009
18
20. Pode-se perceber nas fotos da praia do Caúra que esta ainda é conservada em
suas belezas naturais, e que seus moradores dão valor a essa raridade litorânea
como se fosse um acordo de sobrevivência entre o homem e o meio, onde o meio
produz seu sustendo e o homem agradece preservando-o, acordo que dificilmente
21. FALÉSIAS NA PRAIA DO VIEIRA
22. FALÉSIAS NA PRAIA DO CAÚRA.
19
21. encontraremos funcionando em outro lugar, visto que é pouco o acumulo de detritos
na praia, onde os resíduos que se encontram lá chegam pela ação da maré vinda de
outras praias principalmente da praia do Vieira, e também deixados pelos poucos
turistas e banhistas que freqüentam a área. O resultado de comparações ambientais
entre as duas praias é „evidente (fotos 23 e 24).
23. FOTOS DA PRAIA DO CAÚRA. 24. FOTOS DA PRAIA CENTRAL DE SÃO JOSÉ
DE RIBAMAR.
20
22. 5 CONCLUSÃO
Viver em um meio já é motivo para se adaptar a ele, contudo deve-se ter
probidade para a modificação deste espaço, ter consciência que ele mantém
organismos vivos inclusive o próprio ser humano. Os elementos do meio ambiente
devem se manter em equilíbrio, pois as conseqüências da degradação ambiental
feita pelo homem em uma determinada área não se restringe apenas a esse
ecossistema, temos como exemplo já descrito neste trabalho a praia do Caúra onde
a degradação e poluição não são originárias da mesma e nem de sua população,
mas de outras áreas litorâneas principalmente da praia do Vieira. É necessário
analisar e planejar o espaço para que este possa suprir a demanda populacional que
busca formas de turismo, como lazer, consumo, e construções neste ambiente,
visando à manutenção de problemas ambientais causado por esse mesmo
crescimento.
Por conseqüência desta demanda consumista que se gera a partir de um
capitalismo selvagem em uma sociedade globalizada que recebe durante o dia
milhares de informações de forma conativa, onde nem mesmo as áreas litorâneas
deixam de serem cobiçadas pelo homem seja como forma de diversão, lazer, deleite
ou como oportunidade de crescimento comercial, não existem mais hoje praias
totalmente neutras as conseqüências ambientais desse novo sistema capitalista que
produz grande quantidade de resíduos sólidos principalmente o plástico, material
mais flexível para diversos tipos de utilização. Colocamos sobre esses aspectos a
análise de praia do Caúra ainda pouco explorada, com diversas belezas naturais
ainda conservadas, mas que não deixa de apresentar o turismo predatório.
21
23. 6 REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Benedito Alex Marques Santos, GONZAGA, Yata Anderso
Masullo, ARAÚJO, Stela Maria Gomes, CORDEIRO, Antonio Feitosa. A
gestão ambiental como ferramenta de mitigação do impacto da atividade
tutística na “praia de banho”, Município de São José de Ribamar – MA.
Geografia: Ensino e Pesquisa, Santa Maria, v.13n.1,p.01-09, 2009.
SOUSA, U.D.V, CAMPOS NETO, J.R., FEITOSA, A.C. A interface
percepção ambiental e geomorfologia no estudo da praia do Caúra em
São José de Ribamar – MA. Universidade Regional do Cariri – URCA,
Laboratório de Análise Geoambiental/Departamento de Geociência – Crato,
CE, Brasil, 2007.
SANTIAGO, P.M.M, ROCHA JÚNIOR, C.L. Quantificação e qualificação
dos resíduos sólidos encontrados na praia do Caúra, São José de
Ribamar – MA, Instituto Federal de Educação, e Tecnologia do Maranhão e
Universidade Federal do Maranhão, 2010.
FERREIRA, Mônica da Costa, ARAÚJO, Maria Christina B. Lixo no ambiente
marinho. Departamento de Oceanografia (Centro de Tecnologia e
Geociências) da Universidade Federal de Pernambuco, 2009.
22